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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA

RELATÓRIO

ANDERSON LUIZ SILVA DE OLIVEIRA

RECIFE

2018
RELATÓRIO

Relatório da visita realizada no Cemitério da


Várzea, no dia 16 de maio de 2018, para
avaliação da disciplina Arqueologia Funerária
do curso de Arqueologia da UPFE, ministrada
pela professor Dr. Sérgio Monteiro

RECIFE

2018
No dia 16 de maio de 2018, a turma do sétimo período de Arqueologia da UFPE
visitou, acompanhada da Professor Dr. Sérgio Monteiro e do monitor da disciplina de
Arqueologia Funerária, André Laurentino, o cemitério da Várzea, localizado na rua
Professor Artur de Sá, s/n - Várzea - Recife.

Na entrada do cemitério, foi identificada a administração, onde podem ser obtidas


sobre a organização do local, quantidade de túmulos, disposição dos mesmos e demais
informações. Para que seja feito o sepultamento, é preciso a população seguir alguns
protocolos, a fim de agilizar o atendimento. Inicialmente, é necessário procurar uma das
funerárias cadastradas no município do Recife. Em seguida, deve-se entrar em contato
com a administração dos cemitérios (cinco, geridos pela EMLURB – Empresa de
Manutenção e Limpeza Urbana - Santo Amaro, Parque das Flores, Tejipió, Várzea e Casa
Amarela) para saber a oferta de vagas, para, então, marcar o horário de sepultamento. A
solicitação de sepultamento deve ser preenchida via formulário e no caso de túmulo de
família, gaveta ou cova, é necessário levar os documentos de concessão. Também faz se
necessário verificar se as taxas foram pagas de forma correta pelas funerárias. Partindo
disto, a turma realizou uma visita guiada no cemitério, a fim de constatar o local e
visualizar os conteúdos vistos em sala na disciplina de Arqueologia Funerária. Conforme
a visita foi sendo realizada, foi constatada de forma inicial a questão da organização do
cemitério, a disposição das sepulturas e suas características, no tocante a classes sociais
dos que foram enterrados. Foram visualizadas também a disposição e as características
das covas, conforme as imagens na página a seguir.
Conforme a visitação foi se estendendo, foram sendo visualizadas diferentes
formas de sepultamento, bem como a forma social de enterrar os seus entes repercute,
com vários tipos de sepulturas, indo de enterramentos mais simples, em túmulos do tipo
“gaveta”, que mais sofrem a ação das intempéries, bem como em alguns casos, penam
com o descaso parental e da manutenção do local. Vale salientar que é cobrada uma taxa
de manutenção das sepulturas. Esta questão foi discutida entre os alunos, no tocante a
forma de enterrar os entes e as formas de se preservar a memória destes. Muitos túmulos
estavam em condições de quase total abandono, com restos mortais expostos, túmulos
semiabertos e sem identificação, ao passo que outros, de maior “imponência”, estavam
bem conservados, pintados e com suas respectivas identificações. A estes, segundo alguns
funcionários do cemitério, pertentem a famílias com um certo poder aquisitivo, que
costumam manter o mausoléu familiar, haja vista que mais de um parente está enterrado
no local. Uma característica identificada pelos alunos nesta forma de enterrar foi a
presença de materiais construtivos de alto poder aquisitivo (mármore, granito, bronze, e
azulejaria mais refinada). Já nos túmulos mais “simples”, os principais materiais
construtivos identificados foram: azulejos menos refinados (similares aos utilizados em
banheiros de casas), cimento e outros materiais de menor valor e resistência. É importante
salientar que nem sempre a falta de recursos é fator preponderante para o abandono de
alguns túmulos; o descaso com seus entes também deve ser observado nestes casos.

Contrastes nos sepultamentos, com


materiais construtivos de alto e baixo
poder aquisitivo.

Uma outra situação constatada pelos alunos, pelo professor e o monitor foi a
presença de túmulos danificados, principalmente os mais afastados da entrada, os do tipo
“gaveta”, de aspecto mais simplificado. Tal questão denota um profundo descaso com
aqueles que já não estão mais entre nós, tanto do poder público quanto dos familiares.

No entorno do cemitério, há uma intensa aglomeração popular, com muitas residências


praticamente coladas ao muro do cemitério (parte dos fundos, coladas as gavetas). Em
algum dos pontos, presenciamos a ação de agentes antrópicos na degradação das
sepulturas.

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