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Noções de

elaboração de
projeto
Para a elaboração de um projeto, há
pontos muito importantes que me-
recem nossa atenção e dedicação.

Conversaremos um pouco sobre


esses itens, como devem ser elabo-
rados, do que não podemos nos es-
quecer e, principalmente, o que que-
remos com nosso projeto.

Vamos começar?
Etapa 1 Escopo
É o foco do projeto, ou seja, o
projeto é elaborado a partir da
definição do escopo.
Parece complicado, não é? Não
se preocupe, pois vamos expli-
car mais detalhadamente.

Essa importante parte de nos-


so projeto responde às pergun-
tas a seguir.
a) De que se trata o projeto? Qual situação ou
necessidade deu origem a ele?

b) Por que é importante investir recursos no


desenvolvimento do projeto?

c) Quais são as finalidades do projeto? Que


resultados podemos esperar dele? O que se pre-
tende realizar com seu desenvolvimento? Que
benefícios são esperados?

d) Qual é a área de atuação do projeto? Qual


é a sua dimensão em termos de público-alvo?
Quanto de recursos será investido?
Etapa 2 Tempo e
prazos
Para que um projeto tenha êxito,
é muito importante elaborar,
com cuidado, o cronograma de
suas atividades, a fim de que se
tenha ideia do tempo a ser utili-
zado em cada fase do projeto.
O cronograma responde à
pergunta “Quando?”. Assim, o
cronograma define datas para o
início e o fim das atividades.
Exemplo de cronograma

Figura 1 – Cronograma de realização das atividades

A imagem apresenta uma tabela dividida em colunas e linhas. Nas


colunas, constam os seguintes itens: objetivos específicos, indi-
cadores de realização do objetivo, atividades “barra” tarefas para
atingir os objetivos, período de 2016 e, logo abaixo, colunas com
as abreviaturas dos meses de março a dezembro e, finalmente, os
integrantes da equipe. Na vertical, apresentam-se as linhas para
preenchimento dos itens das colunas.
Etapa 3 Custos
A estimativa de custos deve
ser feita cuidadosamente e
com o muito detalhamento.
São esses números que de-
terminarão se o projeto será
viável ou não do ponto de
vista econômico e financeiro.
Sendo assim, todo cuidado é
pouco com este item do pro-
jeto.
Figura 2 – Exemplo de tabela de custos

A imagem apresenta uma tabela dividida em 14 linhas e duas colunas. Na primeira


linha, temos o título “Broches da Júlia” e, na segunda linha, a frase “Planilha de despe-
sas e custos fixos “parêntesis” 84 horas “barra” mês “parêntesis”. Na coluna da direita,
constam os itens que foram precificados na coluna da esquerda: Registro de domínio
– dois reais e cinquenta centavos; Internet – onze reais e sessenta e sete centavos;
Luz – oito reais e dezessete centavos; Celular – quatorze reais; Transporte – cinquen-
ta reais; Aluguel – cento e setenta e cinco reais; Taxas bancárias – dezesseis reais;
Depreciação – trinta e cinco reais e cinquenta centavos; Imposto “parêntesis” MEI –
Microempreendedor Individual “parêntesis” – trinta e três reais; Material de escritório
– quinze reais; Salário – seiscentos e vinte e dois reais; Resultado líquido – novecen-
tos e oitenta e dois reais e oitenta e quatro centavos.
Etapa 4 Riscos
Em toda e qualquer ação em
nossas vidas, há um risco. No
caso dos projetos, os riscos são
eventos que, se ocorrerem, podem
ter um resultado positivo ou ne-
gativo, quer dizer, os riscos são as
possíveis oportunidades e amea-
ças do projeto.
Deve ser identificado como risco tudo que possa
acontecer interna ou externamente ao projeto e
que possa trazer alguma consequência para ele. É
importante que toda a equipe envolvida no projeto
participe da identificação dos “gatilhos”, ou seja,
sinais de advertência que indicam um risco.

Sendo assim, o planejamento de riscos torna-se


fundamental com a identificação do risco (nome e
descrição), a avaliação do risco (impacto e probabi-
lidade) e, finalmente, as estratégias e as ações para
reparar o impacto e/ou probabilidade. Outro ponto
importante para o projeto é a classificação dos ris-
cos mais prováveis e a priorização do seu tratamen-
to.
É sempre importante lembrar que o planejamento
do projeto não deve ser realizado apenas no início
dele, mas é vital para o seu êxito que seja acompa-
nhado o progresso de sua equipe, assim como a atu-
alização constante do planejamento.
Etapa 5 Comunicação
Para que um projeto se desen-
volva tranquilamente, é muito
importante que haja uma efetiva
comunicação entre todos os en-
volvidos. Torna-se imprescindí-
vel que o gestor tenha habilidade
em gerenciar os conflitos, pois
nenhum projeto irá para frente se
todos não falam a mesma língua.
Cabe definir, também, após a finalização
do projeto, como ele será comunicado aos
interessados.
Etapa 6 Equipe
Uma equipe motivada é capaz de
grandes conquistas. Para o suces-
so do projeto, é fundamental que
todos estejam focados no mesmo
objetivo.
Para tanto, na escolha da equipe do projeto,
sugere-se identificar os colaboradores que
têm o perfil indicado para essa atividade.
Você deve estar pensando “Eu não tenho os
conhecimentos necessários, mas gostaria de
participar...”. Isso é ótimo, pois, muitas ve-
zes, colaboradores proativos, ainda que não
tenham o conhecimento técnico, são mais
eficientes e agregam muito ao trabalho de
sua equipe.
Etapa 7 Ferramentas
São técnicas que utilizamos com
a finalidade de mensurar, definir,
analisar e propor soluções para
os problemas que interferem no
bom desempenho dos processos
de trabalho. Elas permitem o
maior controle dos processos ou
melhorias e nos ajudam na toma-
da de decisões.
Etapa 8 Estrutura
Em suma, um projeto deve seguir a
seguinte estrutura.

1. Folha de apresentação – Nome


do projeto; instituição responsável
e sua logomarca; equipe responsá-
vel; local e data.

2. Título

3. Introdução – É um “cartão de
apresentação” de seu trabalho. O
ideal é que não tenha mais de duas
páginas.
4. Proponente – Identificar a instituição, a empre-
sa ou a organização responsável pelo projeto.
• Fornecer os dados técnicos, tais como:
nome, endereço completo, dados jurídicos (CNPJ,
Inscrição Estadual, Municipal).
• Indicar as parcerias envolvidas com o proje-
to (reais e não as prováveis); se existirem, colocar
os dados e as logomarcas das respectivas organi-
zações parceiras.

5. Equipe do projeto – Descrever a equipe que ela-


borou o projeto e a que acompanhará seu proces-
so.
• Indicar o coordenador ou responsável pelo
projeto.
• Descrever a capacidade técnica, física e
operacional (instalada) do proponente, a organi-
zação, o planejamento, a logística e os recursos a
serem utilizados.

6. Contexto do projeto – Elaborar um diagnóstico


da situação envolvida tendo como princípio uma
realidade e uma necessidade comprovadas. É im-
portante apresentar dados reais da situação, com
um retrato histórico e atual.
• Descrever a contribuição dos beneficiários
na elaboração do projeto.
7. Objetivos

7.1. Geral
• O objetivo deve ser claro, coeren-
te e sucinto para dizer o que o projeto
quer, descrevendo a razão de ser do
projeto.

7.2. Específicos
• Os objetivos específicos devem
estar bem relacionados com o título,
com o contexto do projeto e com o obje-
tivo geral, mantendo o foco.
• Utilizar verbos no infinitivo e de
acordo com a linguagem do financia-
dor, tais como: indicar, analisar, prever,
reconhecer, indicar etc.

7.3. Resultados desejados


• Indicar quais são os resultados
que se quer alcançar, concretamente,
ao final do projeto.
• Descrever os possíveis efeitos e
impactos que o projeto pretende produ-
zir.

8. Justificativa
• O projeto deve fundamentar a sua
razão de ser, deixando clara a sua rele-
vância para a sociedade.
9. Revisão bibliográfica ou revisão de literatura
• Procurar fundamentar teórica e tecnicamente o
projeto.
• Dar atenção às normas técnicas para as citações
e referências, para a organização de quadros e tabelas e
para a inserção de notas.
• O número de páginas depende das possíveis re-
gras da instituição financiadora, da amplitude do tema e
da objetividade.
• Cuidado para não ser longa demais e conter infor-
mações que pouco interessam aos objetivos do projeto.
• Eventualmente, de acordo com as orientações do
agente financiador, a revisão de literatura poderá ter ou-
tro título (fundamentação teórica, marco teórico, marco
técnico) ou fazer parte de outra seção do trabalho.

10. Público-alvo – Delimitar o público envolvido.

11. Estratégia do projeto (atividades)


• Descrever os meios e as ações que serão utiliza-
dos para assegurar o êxito do projeto.
• Relacionar uma ou mais ações (o que fazer?) para
cada objetivo específico, juntamente com suas respecti-
vas metodologias (como será realizado?).
• Descrever a partir de um plano operacional (mar-
co operacional) do projeto.
• Estabelecer parcerias e políticas de atuação com
as possíveis alianças para a viabilização do processo.
• Adequar a estratégia do projeto às linhas do finan-
ciador.
• Não queimar etapas – As ações devem ser neces-
sárias e suficientes para assegurar os objetivos preten-
didos, mostrando coerência no texto.
• Prever ações para minimizar possíveis resistên-
cias ao projeto.
12. Metodologia – Definir qual será a me-
todologia a ser utilizada no projeto, des-
crevendo como ele será desenvolvido, sua
dinâmica de implementação, como ele será
operacionalizado e seus instrumentos de
execução.

13. Premissas e análise de risco – Analisar


os riscos para o desenvolvimento do proje-
to, observando as possíveis ameaças inter-
nas e externas.

13.1. Análise de viabilidade – Analisar fato-


res de controle interno.

• Descrever os elementos que asseguram a


viabilidade do projeto.
• Realizar uma análise dos fatores de risco
internos do projeto.

Viabilidade política
• Assegurar que o projeto esteja inseri-
do nas políticas e nos programas governa-
mentais e institucionais.
• Assegurar que o projeto obedeça aos
aspectos legais vigentes.

Viabilidade financeira
Descrever:
• quanto vai custar;
• quem vai financiar;
• como será o financiamento.
Obs.: quando pleitear o financiamento de um projeto, de-
monstre claramente a viabilidade financeira da ação a ser
financiada; mas, também claramente, demonstre a via-
bilidade financeira das demais atividades desenvolvidas
que não são objeto de tal financiamento. Isso demonstra
que, independentemente da aprovação ou não do projeto,
a instituição será capaz de dar continuidade aos seus tra-
balhos. Se tal questão não ficar esclarecida, normalmente
os projetos são reprovados. Nenhum agente financiador
aposta em uma instituição que só desenvolve uma ação
ou onde todas as ações dependem de um único agente
financiador (dá a impressão de que só está interessada no
dinheiro).

Viabilidade técnica
Descrever:
• quem vai dar o suporte técnico;
• quanto vai custar tal suporte.

Viabilidade econômica
• Analisar se o projeto garante o retorno dos investi-
mentos.
• Verificar se pode ser garantida a sua autossustenta-
bilidade.

Obs.: o retorno do investimento não é medido em termos


de cálculo financeiro-contábil (benefício-custo), mas em
termos de eficácia (resultados da ação), eficiência (custo
da ação) e efetividade (solução definitiva do problema). A
autossustentabilidade está relacionada à possibilidade de
garantir a continuidade da ação com recursos próprios,
independentemente da renovação do financiamento.
Viabilidade social
• Verificar se os beneficiários e en-
volvidos aceitam o projeto.
• Analisar se há sustentabilidade
social.

Viabilidade ambiental
• Assegurar o respeito aos princí-
pios de sustentabilidade ambiental.

13.2. Análise das premissas – fatores


externos ao projeto

• Analisar os fatores que estão fora


do controle do projeto, mas que são im-
portantes para o seu êxito.
• Definir as premissas a partir da
hierarquia de objetivos.
• Formular as premissas com um
enfoque positivo (como superá-las).
• Verificar o grau de importância
das premissas e a probabilidade de
ocorrerem.
• Examinar se as atividades des-
critas conduzem diretamente aos obje-
tivos específicos ou se, para isso acon-
tecer, deverá haver um acontecimento
adicional externo ao projeto.
• Examinar se os objetivos especí-
ficos conduzem diretamente ao objeti-
vo do projeto, verificando se existe al-
gum fator externo ao projeto que possa
contribuir ou atrapalhar.
14. Cronograma de execução – Descrever o período de exe-
cução em todas as suas fases, definindo o calendário com
uma margem de segurança.

15. Orçamento físico e financeiro


• Detalhar os custos e os gastos do projeto.
• Fazer o orçamento com valores com base na realida-
de.
• Especificar as necessidades materiais e de recursos
humanos.
• Organizar as planilhas de custos.

16. Controle e avaliação


• Descrever o sistema de monitoria e avaliação do
projeto, demostrando a forma de controle e as ações corre-
tivas.
• Definir pontos de observação, fontes de verificação,
indicadores e a periodicidade da avaliação.

17. Documentação – Organizar a documentação do projeto,


definindo formas de socializar as informações com os en-
volvidos em geral.

18. Referências bibliográficas – Relacionar apenas as cita-


das no projeto, seguindo as normas da ABNT.

19. Resumo do projeto – Elaborar uma síntese do projeto


buscando dar uma ideia geral ao leitor antes de uma leitu-
ra mais detalhada.
Referências
Bibliográficas
Como elaborar e gerenciar projetos de diagramação.
Disponível em: <http://www.crescabrasil.com.br/
pessoas/10540/material/Como%20elaborar%20e%20
gerenciar%20projetos%20diagrama%C3%A7%C3%A3o.
pdf>. Acesso em: 3 jan. 2016.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para


o Trabalho Científico: Explicitação das Normas da
ABNT. Porto Alegre: Dáctilo Plus, 2012.

O que são ferramentas da qualidade. Disponível em:


<http://www.apostilasdaqualidade.com.br/o-que-sao-
-as-ferramentas-da-qualidade/#ixzz3ww9E7wQi>.
Acesso em 31 dez. 2015.

SCHENKEL, Cladecir A. Estrutura básica de um proje-


to técnico. Concórdia: UnC, 2005.

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