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1º ano, 2º semestre
F.F.U.P. – 04/05
1
ÍNDICE
2. POLIMERIZAÇÃO .................................................................................................................. 19
3. POLISSACARÍDEOS............................................................................................................... 22
1. AMIDO .................................................................................................................................... 22
2. CELULOSE .............................................................................................................................. 25
1) derivados de semi-síntese de celulose............................................................................... 25
2) algodão.............................................................................................................................. 25
3. GOMAS ................................................................................................................................... 26
3.1. Goma adraganta.............................................................................................................. 26
3.2. Goma arábica.................................................................................................................. 27
3.2. Goma caraia.................................................................................................................... 28
4. MUCILAGEM DE ALGAS .......................................................................................................... 29
4.1. Ácido algínico ................................................................................................................ 29
4.2. Carageninas .................................................................................................................... 31
4.3. Ágar-ágar ou celose........................................................................................................ 32
5. MUCILAGENS OBTIDAS POR PLANTAS SUPERIORES ................................................................. 32
5.1 “goma” de alfarroba ........................................................................................................ 32
5.2 “goma” guar .................................................................................................................... 33
6. POLISSACARÍDEOS PRODUZIDOS POR MICROORGANISMOS ...................................................... 34
6.1 “goma” xantana ............................................................................................................... 34
6.2 dextranos: ........................................................................................................................ 34
2
6.2 Plantas caract. Pela presença de quinonas não laxativas..................................................... 51
Hipericão ............................................................................................................................... 51
6.3 Plantas caract. Pela presença de naftoquinonas e orcinóis.................................................. 54
Orvalhinha............................................................................................................................. 54
6.4 Plantas com orcinóis (Cânhamo)......................................................................................... 54
7. GLICÓLISE .............................................................................................................................. 56
9. SHIKIMATOS- BIOSSÍNTESE............................................................................................... 57
3
Adstringência ........................................................................................................................ 80
Extracção dos taninos............................................................................................................ 81
Reacções de identificação ..................................................................................................... 81
Doseamento........................................................................................................................... 82
Propriedades biológicas dos taninos ..................................................................................... 82
Principais fármacos com taninos........................................................................................... 83
3. FENÓIS E ÁCIDOS FENÓLICOS .................................................................................................. 84
1. Plantas com fenóis simples ............................................................................................... 84
2. Plantas com ác fenólicos ................................................................................................... 85
1. Alcachofra ..................................................................................................................... 85
2. Alecrim.......................................................................................................................... 86
3. Chá-de-java ................................................................................................................... 87
Ácidos fenólicos nos alimentos............................................................................................. 87
4. LENHINA E LENHANAS ............................................................................................................ 88
Função da lenhina.................................................................................................................. 88
Importância da fibra alimentar .............................................................................................. 89
Principais tipos de lenhanas .................................................................................................. 89
Plantas com lenhanas ............................................................................................................ 90
Podophylum peltatum ...................................................................................................... 90
Derivados da pofilotoxina ............................................................................................. 92
5. CUMARINAS ........................................................................................................................... 93
Biossíntese............................................................................................................................. 93
Esqueleto base e numeração.................................................................................................. 93
Plantas caracterizadas pela presença de cumarinas............................................................... 95
1) pilosela .......................................................................................................................... 95
2) aspérola- odorífera ........................................................................................................ 95
3) meliloto ......................................................................................................................... 96
4) angélica ......................................................................................................................... 96
5) castanheiro-da-índia...................................................................................................... 97
Furanocumarinas e toxicidade............................................................................................... 98
Aplicações em medicina........................................................................................................ 99
Cumarinas e coagulação sanguínea....................................................................................... 99
6. SALICILATOS ........................................................................................................................ 101
Plantas com derivados do ácido salicílico........................................................................... 103
1. Rainha dos prados ....................................................................................................... 103
2. Salgueiro...................................................................................................................... 103
3. Choupo ........................................................................................................................ 104
Vanilla planifolia............................................................................................................. 105
7. XANTONAS ........................................................................................................................... 107
4
1. AÇUCARES SIMPLES
As plantas dependem:
Luz;
Água;
principalmente
CO 2
O CO2 é fixado no Ciclo de Calvin, por uma molécula (açúcar): ribulose 1-5 diP
↓
Tem 5 átomos de carbono e
fixa um CO2,ou seja, um C
A maior parte das enzimas são de natureza proteica, sendo a (proteína) mais abundante
a: CARBOXIMUTASE (é o sistema enzimático que cataboliza esta reacção em causa).
⇓ porquê?
1) A biomassa vegetal é muito mais abundante que a biomassa animal, a face do planeta;
2) Todas as plantas fotossintéticas têm que ter a carboximutase.
5
NOTA:
Quando um ácido se transforma num aldeído, ocorre a seguinte reacção:
CH 2 COOH
| |
H − C − OH → H − C − OH
| |
CH 2 OH CH 2 OH
glicerina; ácido glicérico
glicerol;
aldeído gliceríco;
iupac: 1,2,3-propanotriol
6
COMPOSTO OU AÇÚCAR L OU D: segundo o último OH que se encontra antes do CH2OH (para
a esquerda: L e para a direita: D), e não segundo a
rotação da luz1 (isto são os açucares Levógenos e
Detrógenos)
REPRESENTAÇÃO DE FISHER
⇓
D – glucose L - glucose ATENÇÃO: em química em relação aos
açúcares, os H não se
representam para não
sobrecarregar as
estruturas. Nas outras
moléculas que não são
açúcares, um traço
significa que é um grupo
metilo.
QUADRO DE ROSANOFF
1
Ver quadro de ROSANOFF
7
No meio (ou núcleo)1: L-glicerose e D-glicerose
⇓
Se se acrescentar um C (mais um H e OH, para respeitar a estrutura C(H2O), há duas
possibilidades:
1) eritrose 2
a diferença será a orientação do OH que se acrescentou
2) triose
1
Tem 3 átomos de carbono e não há mais açúcar que se possam fazer com 3 átomos de carbono.
2
A triose e a eritrose não têm nada a ver uma com a outra.
3
No exame se aparecer “escreva o enantiómero de um composto” ter em atenção em fazer uma simetria em relação ao Oy, ou seja, inverter
tudo.
4
Ver exemplos no quadro de Rosanoff
5
Na natureza os açúcares não existem abertos, a prof. fala deles para entender certos aspectos através da teoria.
8
Ex.: no caso da glucose têm apenas uma ligação dupla, logo é aí que se adiciona a H2O.
⇓
Como na Natureza
não há ligações
grandes e outras
pequenas, mas sim
todas com o mesmo
tamanho, então
representa-se assim:
A representação de
açucares em polígonos:
1
repres. de HAWORTH
1
Ver pagina seguinte sobre o amido e a celulose
9
Os desvios da luz devem-se ao facto de haver carbonos assimétricos (carbonos
esteriogénicos ou carbonos quirais)
↓
Um carbono é quiral se tiver os 4 radicais todos diferentes.
Se o colocarmos num polarímetro, dá para saber se é quiral ou não, consoante o desvio
da luz.
Ex.:
1) Um aldeído NÃO é quiral porque tem 2 radicais iguais ( tem duas ligações para o
mesmo O)
H
|
2) CH2OH NÃO é quiral porque tem 2 radicais iguais. K − C − H
|
OH
A glucose tem 4 carbonos quirais (carbono 2,3,4 e 5), pelo que tem 161 (2nr de carbonos
quirais
) isómeros para pentoses, na representação de Fisher.
⇓ nas outras:
O carbono 1 passa a ser quiral (devido a existência das formas α e β ), pelo que se tem
32 (25) possibilidades de isómeros.
Muito importante em termos
práticos
Ex.:
O amido é um polímero α − D − glu cos e
A celulose é um polímero β − D − glu cos e
1
Pode-se confirmar no quadro de Rosanoff na última coroa circular, existem 16 possibilidades diferentes de esteriogénicos, embora nem todos
existem na natureza (alguns são teóricos).
10
A celulose e o amido são isómeros, mas são diferentes, uma é β e outra é α
respectivamente, mas nós podemos ingerir amido e não podemos ingerir celulose.
O açúcar mais abundante do mundo é a glucose que é uma aldohexose, ou seja, uma
aldose. As aldoses têm 6 carbonos.
As representações lineares com tracinhos ao alto: na ponta de cima aldeído; na ponta de
baixo álcool primário, e depois os traços significam OH/álcoois. São as chamadas
representações de Fisher que obviamente não servem para as cetoses. Apenas servem para as
aldoses porque na ponta está um aldeído.
As séries L e D que têm a ver com a orientação do último OH.
SÉRIES Α E Β.
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Na imagem há um traço para o lado porque pode ser α ou β conforme o traço estiver
para cima ou para baixo. O da esquerda é α-D-glucose e o da direita é a β-D-glucose.
Os carbonos são tetraédricos, têm 4 ligações quando são ligações simples e derivações
SP3.
Hibridações SP3. As S têm forma esférica e as P têm forma globular, o que significaria
que os ângulos das ligações teriam 90º. Não têm 90º, por isso na Natureza as ligações não se
fazem por orbitais P mas sim por híbridos de S e P. Daí terem ângulos de aproximadamente
108º.
Num hexágono regular temos 120º como ângulo interno. Significa que há uma certa
diferença entre 120 e 108, ou seja, as moléculas reais não são planas. A molécula de glucose
não é plana porque os ângulos não são de 120º. Significa que as moléculas reais não são planas
mas vistas de lado podem ter conformações diferentes.
Os açúcares eram aldoses na maioria e alguns cetoses (que são menos frequentes na
Natureza), mas há uma muito frequente que é a frutose (imagem à esquerda). É uma
cetohexose (6C). A estereoquímica é idêntica à da glucose, ou seja, o terceiro carbono tem o
OH para a esquerda, o quarto carbono e o quinto têm o OH para a direita. A diferença está em
que a glucose tem a função aldeídica, a função CO está no extremo, na frutose a função CO
está no segundo carbono. Significa que já não é um aldeído, é uma cetona. A diferença é que
uns têm CO no extremo, outros têm-no no meio da cadeia.
1
Um exercício para fazer em casa: fazer com uma frutose o mesmo que à glucose, introduzir uma molécula de água na dupla ligação, fica CO.
Introduzir uma molécula de água na dupla ligação que fica COH e do outro lado OH. Um OH para cada lado e retira-se uma molécula de água
como se faz com a glucose.
Para retirar a molécula de água pode-se fazer de duas maneiras:
1) Uma é retirar a molécula de água está entre o segundo carbono e o quinto. O polígono vai ter quatro lados, e o oxigénio vai ficar a fazer a
ponte, cinco lados. O carbono dois é o que está do lado direito porque é o carbono que ficou com o OH pendurado. O dois é o que por um lado
fez a ponte e por outro lado ficou com o OH daquele lado. A ponte está feita entre o 2 e o 5. Temos um pentágono.
2) Outra, é retirar da água entre o OH do carbono 2. A retirada da água faz-se obrigatoriamente com o carbono que tinha a dupla.
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A ciclização faz-se sempre com o OH que tinha a dupla ligação, neste caso, sempre
obrigatoriamente no carbono dois.
Pode-se também retirar a água entre o OH do carbono dois e do seis, ficando com seis
lados. O carbono 6 fez a ponte. A ponte feita entre o 2 ligado com o 6.
Obtem-se um hexágono, isto tem implicações. Podem coexistir, mas os pentágonos
estão mais longe dos ângulos de 108º, logo é mais instável.
Os açúcares podem ser de dois tipos: abertos ou fechados. Estes últimos podem existir
em duas formas:
1. Furanos1: A estas formas pentagonais que têm um oxigénio num ângulo (no vértice).
2. Pirano: é uma forma hexagonal com um oxigénio no vértice.
(Atenção: neste quadro só estão as hexoses mas as plantas também têm pentoses).
2
Ou hidrofurano, consoante o caso.
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O activador destas moléculas é o fosfato. Estão todas ligadas ao ácido fosfórico que é
também um activador de outras moléculas. As plantas começam por fabricar frutose e não
glucose. Depois, têm de fazer todos os outros açúcares a partir da frutose. Há enzimas, e nem
todas as plantas têm todas as enzimas. Nem todas produzem todos estes açúcares mas agora, a
partir da frutose, pode ser transformado em glucose, manose xilose, etc.
Há uma série de enzimas que as plantas têm, que servem para transformar o primeiro
açúcar em vários outros açúcares conforme a necessidade da planta.
Dos açúcares mais abundantes, um é sem dúvida a galactose que é um dos açúcares
que vai constituir a lactose que é o açúcar do leite.
Nas pontas do esquema, já não há fosfato, estas pontas já são moléculas arrumadas,
armazenadas para usar quando necessários às plantas como fonte de energia, já não estão em
movimento.
Temos dois tipos de activadores: fosfato e UDP.
Os açúcares existem preferencialmente na forma fechada o que não quer dizer que não
possam abrir de vez em quando. E como se sabe isto?
↓
Uma frutose, um pirano e um furano; frutopiranose e frutofuranose.
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Duas conformações diferentes de glucopiranoses, dois confórmeros: duas formas da β-
D-glucopiranose, que significa que também há α-D-glucopiranose e α-L-glucofuranose. A
partir da glucose pode-se hipóteses de criar várias formas de açúcares. Isto, teoricamente
porque na Natureza não há assim tantos.
Isto é uma D-glucose. Tem-se de reconhecer que
é logo um açúcar, um açúcar é um pirano ou um furano
com OH’s pendurados em todos os carbonos. Já não há
função aldeídica porque está ciclizada, recebeu água e perdeu água. Era um aldeído hidratado,
que recebeu água e depois perdeu água, e agora já não é aldeído, é semi-aldeído.
Não é um álcool porque este OH (do aldeído semi-hidratado) é completamente
diferente de todos os outros OH’s. Este OH continua a ter grande parte das propriedades dos
aldeídos, não todas, mas uma grande parte. É um OH super especial e diferente dos outros. É
igual mas tem propriedades completamente diferentes.
Na frutose, o OH especial é o do carbono 2. É o OH pendurado no carbono que tinha a
função cetónica.
Sabe-se que é uma glucose e não outro açúcar porque sei distinguir devido à orientação
dos OH’s. Neste anel de fora, tudo isto são hexoses, aldohexoses, a única diferença está na
orientação dos OH’s.
Conforme esta orientação é uma glucose, ou manoses ou galactose. Só é necessário
saber as orientações da glucose. O 2 é para baixo, 3 para cima, 4 para baixo.
L ou D-glucose?
Com as formas de Fisher, sabe-se que é uma D-frutose porque o último OH está para a
direita.
Uma D-frutose por convenção, porque o “último”carbono, CH2OH está para fora do
anel, senão era um L-açúcar.
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No esquema está
representado uma
piranose. OH para
baixo, para cima e para
baixo. É uma D-glucose
porque tem CH2OH
para fora do anel. É um
α porque o OH do carbono um está virado para baixo. Isto é α-D-glucopiranose (imagem da
esquerda). Até tem um + no meio, o que significa que vira a luz para a direita.
Nota:
Este equilíbrio de 66 para 33 é típico da glucose. Outro açúcar qualquer também faz
equilíbrio mas com outras percentagens. Se se tiver um açúcar, não souber qual é, e o meter no
polarímetro, através do desvio eu posso saber que açúcar lá tenho, porque cada açúcar tem o
seu desvio típico, portanto é um método de identificação dos açúcares e de controlo de
qualidade.
Ex.: Se se comprar açúcar e o meter no polarímetro, se ao fim de meia hora eu não
obtiver um desvio de 52º, ou não é glucose ou é glucose misturada com outra coisa qualquer.
Daí ter interesse no controlo de qualidade das substâncias.
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No secundário, para testarem
vários açúcares, usava-se licor de
Fehling.
Ex.: Sabe-se que se tem em
solução é uma mistura de α e β açúcar.
Mas não interessa se é de α ou β porque
qualquer um deles abre e reage com o
licor de Fehling.
O Fehling é uma coisa muito
complicada mas pode-se dizer que é hidróxido de sódio 2+ (valência 2). Apenas as formas
abertas reagem com Fehling (porém as formas fechadas abrem). Então a forma aberta reage
com o Fehling e dá-se uma reacção de oxidação-redução. O cobre que é valência 2 vai passar
a valência 1. O aldeído é oxidado a ácido. Este hidróxido cuproso (hidróxido de cobre 1) é
instável e por aquecimento perde água e dá óxido cuproso que contém cor de tijolo. É assim
que se sabe se se está perante um açúcar redutor ou não.
Só a parte aberta reagiu, ou seja, será que só uma pequena parte reagiu?
Quando a forma aberta se gasta, as fechadas abrem-se e assim gasta-se todo o açúcar.
Isto dava muito bem com os monossacarídeos, alguns dissacarídeos mas não dava com
polissacarídeos.
A arabinose é dos mais abundantes. Há outro que também é muito abundante que é a
ramnose que termina não em CH2OH mas em CH3.
Ácidos urónicos: São produtos de oxidação dos açúcares ao nível do álcool primário
que está no carbono 6, se for uma hexose. É o que ficar de fora (ou dentro do anel) mas a maior
parte é de fora. Em vez de termos CH2OH, temos COOH, isto é, a função álcool está oxidada a
ácido. Este é o ácido galactorónico e o ácido glucorónico.
A diferença é a orientação do grupo OH, no carbono quatro, neste caso em vez de estar
para baixo está para cima.
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Este açúcar é o α-D-glucopiranóico. Estes açúcares são muito abundantes na Natureza, ácidos
urónicos que é o nome das classes, mas depois cada um tem o seu nome próprio.
Itóis (tb abundantes): que são os produtos da redução ao nível da função
carbonílica.Esta é a glucose (direita, esquerda, direita, direita).
Ex.: a função aldeídica da glucose foi reduzida a álcool, passando a ser glucitol. Se
fosse galactose seria galactitol. É só tirar o “ose” e acrescentar “itol”. Este açúcar é mais
conhecido por sorbitol, é o nome vulgar porque foi isolado das sorbas, frutos muito doces que
se descobriu serem constituídos por estes açúcares.
Obviamente o sorbitol já não reduz o Fehling porque já não tem função aldeídica.
A glucose- é o mais abundante e mais simples. Chama-se também dextrose porque vira
a luz polarizada para a direita. Apesar de ser um nome antigo, ainda se encontra, sobretudo em
rótulos.
A frutose também chamada levulose por virar a luz para a esquerda, é também usada
na alimentação parenteral e é muito usada como edulcorante. (Edulcorante é o nome
farmacêutico para os adoçantes)
O sorbitol é um excelente edulcorante e é também um bom humectante (manter
determinadas preparações húmidas porque retém humidade). É aquilo que vemos nos rótulos
como E-420 (“E” significa aditivo, e se começar por 4 significa que pertence à classe dos
açúcares).
Manitol é o primo da manose, o álcool correspondente ao açúcar da manose
(aldohexose). Manitol é o E-421, também é um edulcorante.
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Outros “primos” de açúcar também usados em farmácia:
A vitamina C (ác.ascórbico e é feita a partir
da glucose no organismo das plantas) é o E-300
(pertence à classe dos acidificantes) embora não
seja só acidificante. Nos sumos, quase todos levam
vitamina C, não para prevenir o escorbuto ou por
falta de vitamina C, mas sim porque é um excelente
anti-oxidante e também é acidificante.
É usada para combater o escorbuto que é uma avitaminose. Então porque é que metade
dos medicamentos que tomamos tem vitamina C? Porque além de ser anti-oxidante e
acidificante, o médico quando encontra um doente que precisa de receitar qualquer coisa,
receita vitamina C porque não lhe faz mal nenhum,
As maiores fontes de vitamina C são as batatas e as couves.
A indústria farmacêutica e sobretudo a indústria alimentar precisa de muita vitamina C. Como
será que a vão buscar? Obviamente que ir buscar à Natureza fica cara.
Actualmente são as bactérias que fazem vitamina C a partir de sacarose. Não é qualquer
tipo de bactérias, são algumas que a produzem a partir de sacarose.
2. POLIMERIZAÇÃO
Para que um açúcar esteja activo para se transformar noutro açúcar), tem que estar
ligado a uma activador: fosfato e em alguns casos o UDP.
Neste caso, para que o açúcar se ligue a qualquer coisa também tem que estar ligado ao
UDP.
Estas polimerizações são complexas e catalizadas por enzimas.
Exemplo 1:
A glucose: β -D-glucopiranose e a β -D-gulopiranose
Um açúcar está ligado ao UDP. Este último leva um açúcar a outro casando, neste caso,
com o carbono 4, ficando na mesma a gulopiranose com um radical qualquer
+
β -D-glucopiranose β -D-gulopiranose 4- β - D - glucopiranosil – D – gulopiranose
19
N.P.F1.: glucose: 4- β - D - glucopiranosil – D – gulopiranose
↓ ↓
radical produto base
- A glucopiranose está ligada a gulose, mas esta está livre, porque não deixa de
ser um açúcar.
- Tem capacidade de mutarrotação, porque um deles pode abrir (tem duas
formas α e β )
Exemplo 2:
Lactose2: β - D- galactopiranose e β -D-glucopiranose
A ligação é feita através do carbono 4 (e por isso se chama lactose, se o carbono fosse
outro, o nome seria diferente).
OU
OU
1
Nome do produto final
2
Açúcar do leite
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N.P.F: lactose: 4- β - D - galactopiranosil – D – glucopiranose
↓
Significa que a lactose continua a ter propriedades de açúcar.
NOTA: Há exemplos que não diz de é β ou α , isto acontece devido ao fenómeno da
mutarrotação. Quando já está numa das duas formas, não há como voltar atrás.
NOTA 2: no papel coloca-se traços para baixos ou para cima, a fim de facilitar a compreensão
dos açúcares. Na natureza não há problema se um traço está para baixo ou para cima, uma vez
que as moléculas encarregam-se de se colocar em boa posição (podem se inverter) para se
ligarem.
Exemplo 3:
Sacarose1: β - D- glucopiranose e β -D-frutofuranose
CH2OH
CH2OH OH O
O
O O
CH2OH
+ HO2HC CH2OH
N.P.F: O nome seria β -D-frutofuranosil- α -D-glucopiranósido, desta vez aparece duas letras
gregas, porque não há mutarrotação. Logo neste caso não se pode dizer que um seja radical da
outra. Porém quem lhe deu o nome, escolheu uma como uma molécula base e outra como
radical, ficando o nome: β - D- fructofuranosil – piranósido2.
1
Obtida industrialmente da cana do açúcar ou da beterrava (Europa). No laborat´rio é obita pelos dois açúcares acima referidos.
2
Piranósido: está ligado a qualquer coisa.
21
Nota:
Nos acetatos existe outra representação para:
A glucose: A frutose:
3. POLISSACARÍDEOS
1.Amido (derivado de celulose)
2.Celulose
3.Gomas
4.Mucilagens de Algas
5.Mucilagens obtidas por plantas superior
6.Polissacarídeos obtidos por microorganismos
Nota:
Os humanos usam os seguintes polímeros de açúcar:
• Todos os monoaçúcares;
• Sacarose em se transforma em calorias;
• Amido;
• Lactose1 (em certas circunstâncias: a quem diga que se usa até os 6 anos);
1. AMIDO
Polímero de α -D- glucopiranose (glicose) com ligação 1-4;
Organiza-se em grãos de características diferentes conforme a espécie botânica;
Não tem capacidade redutora;
Planta com amido: canela, salsaparrilha;
Amido (cereais): batata, trigo… → têm amido branco; é pelo tamanho e pelo feitio que
se distinguem os diferentes tipos de amido. Ou seja, cada espécie vegetal organiza o
amido de forma diferente e permite distinguir as espécies vegetais.
Mistura de dois polissacarídeos: amilose e amilopeptina
1
as vezes nos medicamentos há referência da existência de lactose,porque algumas pessoas são alégiras.
22
DIFERENÇAS ENTRE A AMILOSE E A AMILOPEPTINA
AMILOSE:
• Polissacarídeo linear (250/300 unidades de α -D- glucopiranose)
• Ligação sempre 1-4;
• É sempre α ;
• Constitui 20% do amido;
• Mais solúvel em água que a amilopeptina
• Tendência de enrolamento helicoidal (não tem forma linear) que é responsável
pela coloração azul com iodo.
↓ porquê?
O iodo é uma molécula grande (peso molecular 254) que se introduz na hélice, dando a
coloração azul à solução.
↓ como se sabe se a solução tem iodo através de testes da farmacopeia.
O amido, assim como os outros polímeros, não é solúvel em água, porque é demasiado
grande. Quanto muito, faz-se uma suspensão de amido em água. De seguida, junta-se iodo e
fica azul.
Quando se aquece, a cor desaparece, pois a hélice desenrola-se. Quando se deixa
arrefecer, a hélice enrola-se e a cor azul reaparece.
AMILOPEPTINA:
• Polímero ramificado;
• Nas porções lineares, as ligações são do tipo 1-4;
• Nos pontos de ramificação, as ligações são do tipo 1-6;
• Constitui 80% do amido;
• Menos solúvel, mas também retém mais a água.
Estando próximas, formam-se pontes de hidrogénio, formando assim uma rede. daí a
molécula não ser solúvel e inchar (importante na industria farmacêutica: fabrico de
espessantes)
23
Exemplo:
Gelatina1 → as moléculas andam se uma lado para o outro enquanto mexemos. Quando
deixamos em repouso, elas formas pontes de hidrogénio em vários pontos, formando uma rede.
NOTA:
Os açúcares ligam-se ao UDP para se poderem ligar a outros açúcares e formar
dissacarídeos, tetra… polissacarídeos.
Todas as plantas fazem amido em maior ou menor quantidade. O amido funciona como
substância de reserva e quando precisa, hidrolisa-o através de enzimas.
Acetal: produto de uma ligação de um aldeído e dois álcoois.
depois
→
´ da hidrólise
1
Ter em atenção que a gelatina são proteínas
24
O AMIDO É USADO EM FÁRMACIA COMO:
Diluente: dilui princípios activos (dá volume);
Adjuvante em algumas formulações
2) ALGODÃO
As flores murcham e dão frutos secos. Estes abrem e dão sementes. Estas possuem
pêlos gigantescos (que podem ter vários centímetros) que correspondem aos fios do algodão.
1
Ex: a maltose não existe pratcamente na Natureza, existe como produto de degradação do amido.
25
3. GOMAS (3 tipos)
Polissacarídeos heterogéneos (vários tipos de açúcares no mesmo polissacarídeos, ao
contrário do amido e da celulose);
Polissacarídeos ramificados (quase todos);
Contém à mistura ác. iurónico (açúcares que no C6, em vez de ter CH2OH, têm COOH)
Num modo geral não existem nas plantas;
São produtos pastosos1 (nas primeiras horas é mole, com o passar do tempo vão
endurecendo)
São gerados normalmente por traumatismo (3 tipos):
1. Produtos patológicos: agressão de um vírus, bactérias;
2. Diferença de calor muito bruscas;
3. Traumatismo físicos (incisões): os trabalhadores dão golpes nas plantas e
estas fazem gomas para cicatrizar os golpes.
Resultam de vários polissacarídeos (peptinas) das paredes celulares
↓ nelas existem:
Celulose;
Emicelulose (celulose modificada, acepilada)
Peptinas2 (nem todas as plantas têm (umas têm mais do que outras)
1
Pastosos: porque vêm misturados com água (e outras coisas)
2
Existem em abundâncias nas cascas dos marmelos. Quando se faz geleia, deixa-se ferver as cascas até obter uma certa consistência. É aí que
as peptinas passam das cascas para a água. São também polissacarídeos com ácido uirónico.
*
exfoliantes espessantes
3
No exame: “Se se tiver uma solução de gomas, como se pode saber se é a aráia ou a adaganta?”; R: efectua-se o teste de iodo (detecta amido)
4
Este facto permite distinguir esta goma da goma arábia através da microscopia
26
70% de bassorina (ou ác tragacântico): ác galacturónico, xilose,
galactose e fucose
Emprego:
ligante → em pílula e comprimidos
espessante
É heterogéneo;
Contém:
• 35% de galactose,
• 30% L-arabinose
• 10% L-ramnose (hexose que em vez de ter um CH2OH no C6, tem
CH3);
• 15% ác. Glucorónico ( ≠ da glucose; em vez de te um CH2OH no C6,
tem um COOH; este ác. pode estar na forma salificada ou metilada);
⇓ resumindo o polissacarídeo:
Possui uma coluna dorsal de β -D-galactose com ligações β 1-3, com ramificações de
ramnose, laminose e ácido glucorónico
⇒ Quando se dissolve esta goma em água, ela vai ter um pH ácido, porque tem acido
glucurónico (daí o nome precedente: ác. Arábico).
⇒ Este polissacarídeo não é digerido por nós.
Emprego: emoliente → amolecedor (retém água): tosse, garganta, diareia (por vezes)
27
Indústria farmacêutica:
é usado como excipiente, espessante e estabilizante em tecnologia;
excipiente: espessante e estabilizante em tecnologia farmacêutica e alimentar.
Precaução:
tem oxidases → enzimas que catalizam oxidação, daí que não se ode misturar goma
arábia com produtos facilmente oxidavéis.
Emprego:
. Laxativo mecânico1 (não digestível, não fermentáveis2)
Laxativo: são polissacarídeos. Este tipo de polissacarídeos não são solúveis, mas incham na
presença de água, e ao inchar vão aumentar o volume do conteúdo intestinal, forçando e
pressionando as paredes, re-estimulando os movimentos peristálticos.
1
Os laxativos meanicos são os mais apropriados.
2
Há polissacarídeos não digeríveis que chegam ao intestino grosso e são degradados por bactérias e há nutrientes que podem ser absorvidos aí
ou senão pode haver libertação de gases. Ex.: os feijões têm penta e hexassacarídeos que são fermentáveis, há portando libertação de gases
(pessoal, cuidado com a feijoada (“.).
28
Fermentação: desenvolvimento de microorganismo na ausência de O2.
. Usadas como agente adesivo (funciona como ligante; moldes odontologia)
. Adjuvante em regime de emagrecimento
↓ sua importância em regime emag.
1. não são absorvidos (logo os polissacarídeos não são transformados em ATP, isto
porque: se eles não se transformam em açúcares, não são absorvidas pelo sangue, logo, não
alimentam)
2. impedem que outras coisas sejam absorvidas
3.incham no intestino e no estômago, dando uma sensação de saciedade.
Os polissacarídeos não são todos iguais:
O tamanho da cadeia;
O grau e tamanho de ramificação;
Peso molecular
1
Focus serratus L e Focus vesiculosus L.
2
Laminaires: laminaria saccharina Lam e laminaria digitata Lam
29
composição: polímeros lineares de unidades de ác manurónico
(M) e ác gulurónico (G), unidas por ligações b-(1 4); a
proporção entre eles varia com a espécies produtora.
exemplo: G-G-G-M-M-M-G-G-M-G-G-M-M-G-G-G-G-M-G
Utilização em farmácia
Em patologia digestiva: protector; funciona como revestimento das paredes do
estômago; têm forma de escovilhões, evitando que a parede
corroía (evita úlceras);
Adjuvante no tratamento de obesidade (fornece uma sensação de saciedade);
São usados em pensos anti- hemorrágicos: o dentista usa algodão compactado com
ácido algínico (retém água).
Utilização em tecnologia
Espessante;
Ligante e ao mesmo tempo desintegrante: quando se faz um comprimido, as partículas
do pó do princípio activo são muito difíceis de se ligarem entre elas (a não ser que seja
provocada uma combustão muito grande). Logo, o que se faz é adicionar um ligante. Porém, é
necessário que os comprimidos se desfaçam quando chegam ao intestino ou ao estômago ou
outro órgão qualquer. Para tal, quando o comprimido tiver em contacto com a água, incha, e
rebenta para libertar o princípio activo (papel desintegrante).
Utilização em cosmética
Amaciador;
Filmogénico (ajuda a espalhar);
Hidratante;
30
4.2. CARAGENINAS
Principais espécies produtoras:
Euchema sp, Gigartina sp , Chondrus crispus (Rhodophyceae)
Composição:
1.Contém galactanas (polímeros de galactoses) lineares de elevado peso
molecular;
31
Utilização em terapêutica
Adjuvante em tratamento de obesidade;
Protector;
Utilização terapêutica:
Excelente laxativo mecânico;
Formulas de protecção gastro-intestinal
Utilização tecnológica
Espessante E406;
Serve para solidificar o meio de preparação de culturas sólidas.
1
goma “entre aspas” porque não são obtidas pelos processos habituais embora sejam também polissacarídeos
32
Composição: Galactomana (galactose + manose) ramificada
Ex: β-D-manose (1-4) β-D-manose (1-4)… (em cadeia linear e também pode
haver algumas galactoses ligadas a manose no C6)
Utilização terapêutica
Espessante de leites (evita o regurgitamento dos bebés) e dietas hipocalóricas (porque
não conseguimos digerir, o nosso organismo não as transforma em calorias)
Utilização tecnológica
Espessante
NOTA.
A farinha do mesocarpo é usada na diarreia dos lactentes; engrossa as fezes dos
lactentes.
Utilização dietética
Interferência no metabolismo dos lípidos e glícidos, “moderador” do apetite porque
incha em presença de água.
(interfere no metabolismo porque intervém na absorção de outros produtos. Por exemplo, se se
comer um bife com hortaliça, dá menos calorias do que comido sem hortaliça, porque a
hortaliça impede que algumas gorduras sejam absorvidas, porque têm fibra solúvel (fibra que
não são absorvidas pelo nosso organismo).
33
Utilização terapêutica
Lubrificação intestinal em colopatias e obstipação (solidifica e amacia as fezes, sendo
menos agressivo para o intestino)
6.2 DEXTRANOS:
São polímeros homogéneos, só com glucose, mas não são de origem vegetal. São
produtos de microorganismos, nomeadamente do Leuconostoc mesenterioides. Este
microorganismo parte a sacarose em glucose e frutose. Despreza a frutose, mas aproveita as
moléculas de glucose e une-as segundo ligações α (1-6) originando polímeros até ter um peso
molecular aceitável. A enzima responsável por este processo é a transglucosidase. Estes
polímeros têm alto peso molecular.
Composição: glucana (homgéneo) obtido pela fermentação da sacarose por
Leuconostoc mesenterioides.
Ex.:Glu(1-6)- α -D-glu(1-6)- α -D-glu (1-6)- α -D-glu (1-6) (c/ ramificações em
C3)
Utilização: sucedâneo do plasma (solução isotónica a 6%), ou seja, quando se
tem perda de sangue, é preciso repor o sangue, ou senão basta repor o volume de
plasma sanguíneo. Isto faz-se administrando plasma que é em boa parte sintético
(solução de polissacarídeos: dextranos).
34
1. TANCHAGEM
Definição: Sementes de Plantago ovata (P. ispaghula), mais conhecidas como
corojóis para os coelhos.
3. MALVAS
Definição: Flor seca, inteira ou fragmentada, de Malva sylvestris L.
ou das suas variedades cultivadas
Utilização (via oral):
- T. U. tratamento sintomático de digestões dolorosas e da tosse
- tratamento sintomático da obstipação via local
- T. U.amaciador e antipruriginoso
- T. U. antálgico na afecções da cavidade bucal e da faringe
4. ALTEIA
Definição: raiz seca ou folhas e flores de Althæa officinalis
Utilização: as mesmas das malvas
35
5. TÍLIA
Definição: Inflorescência inteira e seca de Tilia cordata Miller, de T.
platyphyllos Scop, de Tilia x vulgaris ou de uma mistura destas
espécies
Utilização: amaciador e problemas menores do sono
Então:
O açúcar tem de ser quebrado até se transformar em ác.acético: activador CoA e este
entra no ciclo de Krebs.
36
NOTA:
• Benzeno: um anel aromático.
• Naftaleno: dois anéis aromáticos (vitamina K).
• Antaceno: três anéis aromáticos, se for em linha recta.
um seu derivado
Daí o nome de antraquinona, embora seja feito por via acetato, (através da CoA),
embora haja quinonas sintetizadas de outra forma (que não vamos falar).
⇓
São 1,8 diidróxido, logo têm um OH no C1 e no C8, devido à redução dos respectivos
grupos. Em C3 tem obrigatoriamente um substituinte carbonato.
Nota: as oxigenações não são obrigatoriamente OH, podem ser OCH3, O-açúcar.
37
Esquema:
CH 3 − CO − CoA CH 3 − C − CoA CH 3 − C − CoA
+ || + ||
O O
NOTA: O CoA não é o único transportador do acetil. Quando o organismo faz ácidos gordos, o
CoA não é o transportador, é sim o ACP (acyl carrier protein)
A última não é reduzida. Logo, é um acido gordo que constitui as nossas gorduras.
Os ácidos gordos, nos seres vivos são feitos por esta via. Dai que todos os ácidos têm o
número de carbonos par e são normais1, porque são múltiplos do acido (ou seja, é feito a partir
da união de unidades do acetato).
Esta cadeia não fica aberta, mas sim vai ciclizar, ficando um anel com 3 unidades de
acido acético:
↓
Composto aromático: trifenol (flouglucinol)
1
Carbonos não ramificados (este ano a prof não dá os ácidos gordos)
38
Resumo de compostos:
Outros exemplos:
CH3
O
CH3O (CH2-CH=C-CH2)nH
39
CH3
O
(CH2-CH=C-CH2)n H
CH3
VITAMINAS K
O
OH O
C H3
CH-C H 2 _C H=C
OH O OH C H3
SHIKINONA/ALCALINAS
OH O CH 3
glucose COOH
HO OH
OH O ÁC. CARMÍNICO
NOTA:
Com excepção do ácido carmínico e das chiconinas que são corantes vermelhos, os
outros compostos são amarelados porque são solúveis em compostos orgâncicos.
Benzoquinona, porque é uma quinona num anel benzeno. Existem várias benzoquinonas, tais
como: p-benzoquinona e as o-benzoquinonas.
1. Formas reduzidas:
As geninas derivam do antraceno que por oxidação pode originar antronas, antranóis e
antraquinonas. Os geninas são compostos corados de vermelho. O antranol é produzido pela
redução de uma antraquinona.
40
Qualquer que seja a natureza da antraquinona como genina, caracteriza-se por:
Tem 2 OH fenólicos em C1 e C8;
Tem um substituinte carbonado em C3;
Tem eventualmente 1 OH ou 1 OCH3 em C6.
Ex:
Em cada carbono que fazem parte do sistema conjugado há um electrão que vai fazer
parte de uma ligação pi, formando uma nuvem electrónica.
NOTA:
os compostos conjugados são compostos que possuem electrões que fazem parte de
uma ligação pi. Ex: benzeno, antraceno, etc.
⇓ Ou seja
Este tipo de electrão dá origem aos compostos corados.
41
As duas últimas são extremamente parecidas. Enquanto que a clorofila é verde e possui
como metal Mg+, a hemoglobina é vermelha e possui como metal o ferro (as cores devem-se a
uma pequena diferença de nanómetros)
Em relação ao ácido carmínico, este não é sintetizado via acetato porque não é: 1,8
diidróxido.
Se compararmos uma antrona com uma antraquinona, a mais corada será esta última
são conjugado total (em todos os carbonos há um electrão que faz parte da nuvem electrónica).
Em relação à antrona, há uma descombinação do sistema (o carbono 10, n tem electrão solto).
Em relação ao antranol, também será menos corado devido à falta dos grupos cetónicos.
Ex. O crisofanol em vez de ter duas funções cetónicas, tem um electrão no C10 tem
2H, passando a chamar-se: 3-crisofanolantrona.
Olosídos: compostos que tinham unicamente açúcar (é o que temos vindo a falar desde o início
do semestre)
Heterósido: compostos que têm uma parte açúcar e outra parte não açúcar. (vamos falar disto
até ao fim do ano).
O nosso organismo torna os compostos mais solúveis em água, graças ao fígado que
introduziu ác.glucorónico, para que saiam através da crina.
2. Formas heterosídicas
Os compostos antraquinónicos sob a forma heterosídica sofrem glicosilação, que
corresponde à introdução de oses de modo a tornar a molécula mais hidrossolúvel.
Habitualmente, a ose mais adicionada, é a glucose, mas também aparecem outros açúcares. A
ligação entre a parte osídica e a parte aglicónica estabelece-se, na maioria dos casos, entre o C1
42
de uma ose e átomos de oxigénio ou carbono de uma genina.
Em função desta possibilidade de ligação, assim se podem
estabelecer 2 grupos heterosídicos: O-heterósidos e C-
heterósidos.
NOTA:
As plantas tanto precisam de compostos hidrossolúveis (partes aquosas das células:
vacúolos) como compostos lipossolúveis (para membranas…).
DIMERIZAÇÃO
As antronas possuem grande tendência para dimerizar, pois o seu C10 é muito reactivo,
originando diantronas.
43
Os dímeros podem ser simétricos, se as 2 antronas forem iguais, ou assímetricos se
forem diferentes.
Exemplos de diantronas:
Senidinas A e B reina + reina;
Senidinas C e D reina + aloé-emodina;
Plamidina A emodina + aloé-emodina;
Palmidina B erisofanol + aloé-emodina;
Reidina B erisofanol + reina
A diferença entre a Seidina A e a B deve-se à estéreoquímica da ligação C-C, como o
facto dos hidrogénios estarem na posição cis ou trans1 (no carbono 10). A e B são simétricas e
C e D assimétricas.
A diantrona tem uma ligação entre os carbonos 10 de cada antrona.
NOTA: Faltam representar dois H na diantrona.
1
Também se pode dizer posição e ou z, respectivamente (porém a prof não liga muito a essa)
44
EXTRACÇÃO SELECTIVA
A extracção destes compostos tem que ter em atenção à sua forma pois apresentam
solubilidades diferentes:
Os compostos não ligados a açúcares são insolúveis em água e solúveis em
compostos orgânicos;
Os compostos ligados a açúcares são solúveis em água;
Nas plantas existem compostos ligados a açúcares (os que têm para nós mais interesse)
e compostos não ligados a açúcares (livres ou aglicónicos), com agitação e, água (de
preferência à ebulição), enquanto que os segundos são extraídos através de agitação da planta
reduzida a pó, com solvente orgânico (ex.:éter).
Nota:
A reacção de borntrager tem de dar vermelha quando positiva; não é obrgatório usar
como base a soda, pode-se usar outra.
Em termos visíveis, nota-se uma intensificação de cores: de amarelo passa a vermelho
porque há um maior número de electrões livres.
O OH O O O
OH
OH
→
R R'
R R'
O
O
45
Esta reacção de Borntrager só é positiva quando se atinge a coloração de vermelho, ou
seja, quando os hidroxilos 1 e 8 estão livres e quando o composto está na forma antraquinónica
(forma oxidada, com duas funções cetónicas) estas características são obrigatórias.
Importante: os únicos compostos que reagem positivamente à reacção de Borntrager são: 1,8-
diidroxiantraquinonas livres (geninas e quinonas).
NOTA: Pode haver uma intensificação de cor, embora esta não chegue ao vermelho, daí a
reacção é negativa.
1. No laboratório, ao ferver a planta com água e ácido, extrai-se os compostos da planta
para a solução e hidrolisar os O-heterósidos respectivamente.
2. Filtra-se o líquido e junta-se éter. Daí as geninas que provêm dos O-heterósidos passam
para o éter, pega-se no éter e faz-se a reacção de Borntrager.
3. Na água ficam os C-heterósidos da planta. Esta água é aquecida, quebram-se os C-
heterósidos.
4. Filtra-se e junta-se éter. Daí as geninas que provêm dos C-heterósidos passam para o
éter e faz-se a reacção de Borntrager.
Lei Lanber-Beer
A : absorvância Conclusão: A é directamente proporcional
ε : cons tan te de cada substância a c, l e ε , daí que se pode
A = ε× l× c medir c em função de A.
l : espessura da cuvete
c : concentraç ão
1
Nas aulas usamos como base amónia, mas a farmacopeia recomenda sulfato de magnésio.
2
ex: quinonas, porque o comprimento de onda é da zona do visível
46
ACÇÕES FARMACOLÓGICAS
Os compostos 1,8 dihidroxiantraquinonas são compostos:
Laxativos ou purgativos (são mais violentos): dependendo da natureza do composto e
quantidade administrada
PRÓ-FÁRMACOS: ainda não são fármacos. São administrados por qualquer b«via (normalente
oral), sendo posteriormente transformados em fármacos.
Ex.: os heterósidos são pró-fármacos, porque não têm acção no organismo sendo por isso
transformados em antronas.
TEMPO DE LATÊNCIA: intervalo desde a ingestão até a acção (daí a recomendação de tomar
este tipo de medicamentos á noite para o organismo funcionar bem de manhã.
RISCO DOS COMPOSTOS REDUZIDOS (antronas): podem provocar efeitos secundários e têm
uma acção mais violenta que os laxativos polissacarídicos (sendo por isso estes último
normalmente recomendados pelos farmacêuticos).
47
UTILIZAÇÃO
Usam-se extractos de plantas1
Por períodos não superiores a 10 dias
Doses de 25 mg/dia
Contra-indicados em crianças
1
Quando se toma uma efusão de chã, bebe-se com todos os compostos que passaram para a água, e não apenas um. Isto para dizer que nunca
se deve tomar o composto puro (salvo excepções)
2
O Aloé não é muito usado como laxativo em Portugal. O mais usado é o Sene, embora o amieiro e a cascara também o sejam.
48
1. AMIEIRO NEGRO (NORMACOL)1
2. CÁSCARA SAGRADA (LAXOLEN, MUCINUM)
3. SENE2
4. ALOÉS3
1. AMIEIRO NEGRO
Definição: casca seca, inteira ou fragmentada dos caules e dos ramos de Rhamnus frangula
L.(= Frangula alnus Miller)
Constituintes activos:
3 a 8% de derivados hidroxiantracénicos
DROGA SECA (casca)*:
frangulósido A (6-O-a-L-ramnosilemodina)
frangulósido B (6-O-a-L-apiosilemodina)
lucofrangulósido A (8-O-glucosil- 6-O-a-L-ramnosilemodina)
glucofrangulósido B (8-O-glucosil- 6-O-a-L-apiosilemodina)
2. CÁSCARA SAGRADA
Na cascara sagrada predominam como heterosidos
antracénicos os C-heterósidos (aloína e crisaloína), havendo também
do grupo dos O-heterósidos (frangulósidos)
Definição: cascas secas, inteiras ou fragmentadas de Rhamnus
purshianus DC (= Frangula purshiana)
Constituintes activos:
6 a 9 % de derivados antracénicos
cascarósido A e B (8-O-glucosil-10-C-glucosilaloe-emodina-antrona)
cascarósidos C e D (8-O-glucosil-10-C-glucosilcrisofanol-antrona)
aloína (10-C-glucosilaloe-emodina-antrona)
crisaloína (10-C-glucosilcrisofanol-antrona)
1
Nome de medicamentos
2
As 4 espécie são fontes de estudo monográfico de algumas espécies com compostos deste tipo
3
Não é ,uito usado como laxativo
49
NOTA: O amieiro negro e a cascara sagrada são compostos pares, isto é, enquanto o primeiro
tem emodina (quinona), o segundo tem emodina antrona (antrona). Daí que este últimos já não
é um frangulósido (ou glucofrangulósido), mas sim um frangularósido (ou
glucofrangularósido).
3. SENE
Existem vários tipos na farmacopeia (2 que provem de folhas e 1 de frutos)
Definição:
FOLHAS DE CASSIA SENNA L (=C ACUTIFOLIA DEL.)
Constituintes activos:
2 a 5% de derivados hidroxiantracénicos
DROGA SECA*:
senosidos A e B (8,8’-diglucósidos das senidinas A e B)
senosidos C e D (8,8’-diglucósidos das senidinas C e D)
heterósidos1 de antronas
heterósidos de antraquinonas
4. ALOÉS
O constituinte principal é um C-heterósido designado por aloína ou barbaloína
aloés usados em farmácia, são sucos ricos em quinonas;
Tem flohas carnudas e espinhosas
EXEMPLOS2:
ALOÉ DE BARBADOS
Definição: Suco concentrado e seco proveniente das folhas de Aloe barbadensis Miller.
Contém, no mínimo, 18,0 por cento de derivados hidroxiantracénicos, expressos em
barbaloína (C21H22O9; Mr 418,4) calculado em relação ao fármaco seco
1
Os heterósidos não são específicos
2
O aloé vera não é nenhum destes, porém é rico nestes componentes. Não é muito usado como laxativo em Portugal.
50
ALOÉ DO CABO
Definição: Suco concentrado e seco proveniente das folhas de Aloe, principalmente Aloe ferox
Miller e dos seus híbridos.Contém, no mínimo, 18,0 por cento de derivados
hidroxiantracénicos, expressos em barbaloína (C21H22O9; Mr 418,4) calculado em relação ao
fármaco seco
Nota: nem todas as quinonas são laxativas, as que são, são as das 4 plantas acima descritas.
↓
São os 1,8 dihidroxiantraquinonas. Estes são sitetizados por via acetato (derivados do aceti
CoA)
1
Há quem diga que é o Prozac Natural
51
História: era usado para afugentar os espíritos, …
Actividade:
Anti-depressivo1 (depressões leves e médias) testado em ensaios clínicos,
ou seja, em pessoas. Os doentes com Sida começaram a tomar doses
elevadas) → ver Hiperforonas.
Anti-retrovícos, testado em termos de tubos de ensaio.
Composição:
Naftodiantronas, hiperforinas, entre outras
↓
1
Provavelmente, a depressão será um das doenças predominantes daqui a uns anos
52
Sistema totalmente conjugado, porque tem todos os vértices com um e – solto.
Ex. 2 (no Sene):
Defeitos:
1. São fotosensibilizantes: depois de se tomar hipericão e se se for ao sol, pode-se ter
problemas de pele (chegando por vezes serem graves)
Os humanos tomam chã de hipericão neste caso, daí não se verificam problemas, ao
contrário do gado albino que come o directamente, podendo ter irritações de pele, febre
e vermelhão, podendo mesmo morrer1.
2. Pode haver interacções medicamentosas entre o hipericão e outros medicamentos.
Ex.: os doentes com Sida começaram a tomar hipericão, porém este pode reagir com os
medicamentos que os doentes tomam.
Curiosidade:
As moléculas puras e isoladas da planta são completamente insolúveis em água. Porém
se se fizer um chã 40% das hipersinas são solúveis em água (não se sabe porquê)
Hypericum perforatum
OH
O
R'
O 1 R=H, R'=
O
R 2 R=CH3, R'=
1
Quando se faz um ensaio em animais, tem-se que referir a sua espécie, condições em que está, como por exemplo condição alimentar, que
normalmente é quantum satis (significa que o animal come tudo que lhe apetece).
53
Molécula tridimensional
Molécula tripérnica
Toda ela é um isopreno a excepção da parte
central que não sendo aromático é considerado um
floroglucinol, porque é um anel hexagonal com 3
oxigenações em posições alternadas.
Não, após vários ensaios activos, descobre-se que existem compostos mais activos
↓
Porém, hoje sabe-se que todos os compostos participam (até os flavonóides) nesta
actividade, logo é preferível usar o extracto todo.
1
Sativa de satisfação
54
Há cânhamo rico em estimulantes e outros não. São da mesma espécie, porém há
influências genéticas, geográficas, etc. O cânhamo cultivado no Paquistão e naquelas zonas é
rico em estimulantes. O das zonas temperadas frias já não.
A planta fornece:
• resina
• óleo: usado na alimentação
• fibra1 (cânhamo têxtil)
• interesse terapêutico
• papel, porém não é muito produzido para esse fim, porque não se consegue distinguir
muito bem qual é que tem alucinogénios e qual é que não tem.
Compostos:
OH
canabinol
O
orcinol
1
Em França, compra-se sementes ao governo s seprova que há comprador e que são para fim de texéis.
55
Há diferentes maneiras de preparar a droga, logo há vários graus de alucinogénios, ex.:
A erva e a Maria Joana são preparadas de um modo semelhante ao tabaco, usam-se as
folhas e a resina segredada pelos pêlos secretores e é fumada com o tabaco (acho que é esse o
procedimento).
O haxixe líquido é muito concentrado em canabinóis.
7. GLICÓLISE
56
enol, a função álcool está num carbono
inactivado. Não tem todas as propriedades de
um álcool.
O activador disto é o fósforo (ácido fosfórico-
é um triácido)
9. SHIKIMATOS- BIOSSÍNTESE
Do ciclo de Calvin obtemos a eritrose 4-
P, e da glicólise, um dos produtos possíveis é o
ácido 2-P-enolpirúvico. Estes dois produtos
juntam-se e ciclizam, obtendo-se um composto
com 7 átomos de carbono que denominamos de
ácido shikímico.
Este ácido recebe outra molécula de
ácido 2-P-enolpirúvico originando o ácido
prefénico. Este, por sua vez, por várias transformações origina compostos aromáticos.
57
Chamamos de fenilpropanóides os compostos sintetizados via ácido
shikímico/prefénico.
58
10. REDE BIOSSINTÉTICA DOS ÁCIDOS CINÂMICOS E BENZÓICOS
Linha animal (azul): não interessa para a cadeira de Farmacognosia mas interessa para outras.
(as plantas não fabricam isto!)
Via vegetal (vermelha); Também chamados compostos C6-C3 para simplificar. C6 porque é
fenil, C3 devido à cadeia. (as plantas fabricam isto!)
59
A síntese fácil é a que está mais próxima da origem. Quanto mais afastado da origem
estiver um composto, mais difícil é a sua síntese.
Um ác. que em termos de biogénese aproxima-se do ácido chiquímico é o ác. quínico.
Este ácido esterifica-se com ácidos fenilpropanoides como o ácido cafeíco (a função d
ácido cafeíco pode esterificar os OH do ácido quínico). Ácidos obtidos por este tipo de
esterificação chamamos de acido domogénicos. Estes ácidos com pequenas transformações
servem de compostos de defesa às plantas
+ HO O
Junta através de
OH 1a enzima especiífia CoA
O
OH O
Fluoroglucinol ác. Shinámico flavonóide
60
Esqueleto básico de um flavonóide:
A legenda segue esta ordem, porque os primeiros anéis a serem feitos são o A e o B e o
último a ser feito é o C e em recurso. Logo há um passo intermédio em que não existe o anel C.
↓
O anel vai ter 99% de OH no C5, C7, C4’, podendo também haver no C3’ (estes são os
mais abundantes, porém pode haver OH noutros carbonos).
61
1.1.1 FLAVONAS1
1.1.2 FLAVONÓIS
Geralmente são amarelos porém podem não ter cor (flavo = amarelo)
Ex: a for branca não tem cor, mas tem muitos favonóis
1.1.3 FLAVANONAS
São mais rara que as favonas, porque é necessário eliminar uma ligação covalente dupla
que é de nascença (é dos ác. Chinámicos);
Também se poderiam chamar: dihidroflavonas, em relação às flavonas, porque têm 2 H.
1
as flavonas, flavonois , flavanonas, dihidroflavonois, flavanois e flavanodiois são compostos não corados, mas absorvem UV.
62
1.1.4 DIHIDROFLAVONÓIS
1.1.5 FLAVANÓIS
Falta uma função cetónica em relação ao flavOnóis no C4, daí o nome flavAnóis.
No acetato tem flava 3-ol, devido ao OH no C3.
1.1.6 FLAVANODIÓIS
1
Os nomes estão em francês, uma vez que a prof não os traduziu.
63
1.1.7 CHALCONAS
1.1.8 AURONAS
“Hispidol”
Não são tão abundantes na Natureza;
São amarelas;
O anel A é sintetizado via acetato;
A diferença é que ao ciclizar para o C3, cicliza para outro carbono. Daí o anel ficar
pentagonal e não hexagonal.
64
EM RELAÇÃO À QUERCETINA E CIANIDINA
Pode-se dizer que a diferença das cianidinas e das quercetina está na falta da função
cetónica e no reearrajo dos e-.
A cianidina provem então da redução da quercetina
NOTA:
São os carotenóides que dão a cor amarelo na Natureza.
Os flavonóis e as flavonas podem corar se tiverem muitos OH pendurados;
A quercetina só cora em grande concentrações.
carotenoides ⇒ amarelos
antrocianicos ⇒ dão muitas cores as natureza
algumas quinonas juntamente com carotenóides (casos mais raros) ⇒ dão cores escuras
às folhas no Outono, a clorofila desaparece, aparecendo as outras cores.
Sempre que as plantas precisa de compostos mais polares, os flavonóis poderão estar
livres quando estão dissolvidos nas ceras das plantas.
De um modo geral elas existem ligados a açúcares e existem armazenados em vacúolos.
65
EXEMPLOS:
Galactose hiperósido
Glucose isoquercitrósido
66
EXTRAS: DIMEROS
CAJAFLAVANONA
Outro grupo que as plantas usa para compostos menos polares: unidades isoprénica
(unidades de 5 atómos de carbono em que o 3 ramifica)
Extras:
Reacções usadas para saber se tem ou não flavonóides:
ensaios cromáticos:
reacções atribuídas ao núcleo fundamental:
reacção de cianidina
reacção oxalo-bórica
reacções atribuídas aos hidroxilos fenólicos:
reacção com hidróxidos alcalinos
reacção sais de metais
ensaio cromatográfico (revelação em placas e diagnóstico em espectofotmetria)
67
Qual dos compostos absorve maior comprimento de onda?
agentes de coloração
antocianinas
quelatação de metais
co-pigmentação
UTILIZAÇÃO TERAPÊUTICA
68
PROPRIEDADES BIOLÓGICAS
• Vitamínicos P → propriedade mais importante
• Actividade antioxidante → todos os fenóis são antioxidantes (uns mais do que outros)
relação estrutura/actividade
69
ESPECIALIDADES FARMACÊUTICAS COM FLAVONÓIDES
Diosmina (5,3’-OH-4’-OMe-7-rutinosilflavona)
Veno-V; Venex; Daflon
Hidrosmina (diosmina hidroxietilada)
Fleboton
Hesperidina (5,3’-OH-4’-OMe-7-rutinosilflavanona)
Daflon; Actilan
Rutina (5,7,3’,4’-OH-3-rutinosilflavonol)
Rutinicê
Hidroxietilrutosido (rutina hidroxietilada)
Venoruton
Antocianósidos do Mirtilo
Difrarel; Varison
EXEMPLOS:
1) uvas /vinho
R1
OH
OH
HO O HO OH
R2
OH
OH OH O
2) maçãs
quercetina-3-ram, quercetina-3-xil,
quercetina-3-rutinosido, floretina-2’-glucósido, floretina-2’-xilgluc
70
PLANTAS CARACTERIZADAS PELA PRESENÇA DE FLAVONÓIDES
1) CARDO MARIANO
• fruto de Silybum marianum
actividade1:
anti-hepatóxica: prevenção dos efeitos tóxicos do tetracloro de carbono, da
galactosamina, e outros tóxicos a nível de hepático. ;
Protecção;
Inbidor da peroxidação dos lípidos membranares;
Inbidor da formação da “leucotriène B4”;
Aumanta a taxa de sobrvivência dos doente com cirrose etílica.
Nota: pouco absorvido à nível intestinal, a sua biodisponibilidade pode ser aumentada por
complexação com a silipe.
constituintes:
silimarina 1,5 a 3% (silibina + silicristina + .... ) → LEGALON OH
O CH2OH
OMe
HOH2C
HO O OMe
O O
HO O
OH OH OH
OH O OH
silibina OH O
silicristina
2) GINKO
Ginkgo biloba, folhas
Uma espécie pré-histórica,
porque é um fóssil vivo. tem uma
circulação de seiva da pré-história;
não sabia fazer sementes.
Constituintes activos:
flavonóides (0,5 - 1%): derivados da quercetina e kaempferol; biflavonas (C-3’ → C-8’’)
terpenos (1%)
1
Pharmacognosie, J. Bruneton
71
Acção farmacológica
Inibidor do PAF1 (terpenos): fig. de cima à direita.
mediador fosfolipídico implicados na agregação plaquetária, na formação de
trombos, reacção inflamatória, alergia, broncoconstrição, etc
Antioxidante (flavonóides)
Acções fisiológicas2:
O ginkgolide é um inibidor do PAF.
Mediador fosfolípidico intercelular secretado pelas plaquetas, leucócitos, macrófagos e
células endotiliais vasculares;
Diminui a permeabilidade capilar.
Utilização
Usa-se um extracto estandardizado (24% flavonóides e 6% terpenos) no tratamento
cerebral.
ABOLIBE FORTE; BILOBAN; GINCOBEN; VASACTIFE FORTE (venotrópicos,
vasodilatadores)
1
PAF: plated agregating factor
2
Pharmacognosie, J. Bruneton
3
Pharmacognosie, J. Bruneton
72
3) MARACUJÁ
Passiflora incarnata1, partes aéreas
Acção farmacológica:
sedativo
Constituição
R1 R2 R3 R4
Vitexine H H glc H
Isovitexine glc H H H
Orientine H H glc OH
Iso- Orientine glc H H OH
Saponarine glc glc H H
Schaftoside glc H ara H
isoschaftoside ara H glc H
Vicénine-2 glc H glc H
1
“primo” do maracujá; tem ligação histórica com a Paixão de Cristo (5 chagas, espinhos, …)
73
2. TANINOS
Abundantes na Natureza;
Substâncias adstringentes (sensação de travo; ex.: quando se come um diospiro verde);
São produtos vegetais polifenóicos;
Historicamente, são importantes devido às propriedades tanantes;
Transformação da pele fresca em material imputrescível, o couro.
↓ Processo lento (tanagem)
Os taninos são capazes de se fixar nas proteínas da pele (são substâncias fenólicas) por
ligações covalentes através de radicais livres, fazendo uma molécula muito grande, tornando a
pele resistente aos microorganismos, humidade, etc.
NOTA:
A formação dos radicais livres é feita por acção da luz e do ar (importante para a
oxidação).
Ex.: Quando se põe uma folha de jornal ao sol, ela fica amarrada ao fim de algum tempo
porque ela tem lenhinas ricas em fenóis que são sensíveis à formação de radicais livres. Pelo
contrário, quando se pões uma folha corada ao sol, ela perde a cor, pois o sol rebenta com as
ligações pi (que são fracas) deixando a folha descorada.
Actualmente, a maior parte dos couros já não são feitos usando taninos, mas sim metais
de cobre.
74
TANAGEM
Estabelecimento de ligações entre as fibras de colagénio (proteínas da pele) e os
polifenóis resistente à água e ao calor.
Combinação entre taninos e macromoléculas explica:
Precipitação da celulose, pectinas e proteínas
Adstringência: precipitação das glicoproteínas da saliva, daí a perda do poder
lubrificante desta.
MASSA MOLECULAR
Os taninos não podem ter:
Elevada massa molecular porque não se interligam entre os interfibrilares da
macromolécula (colagénio), não se formando ligações (MM =>300)
Baixa massa molecular porque integram-se nos espaços interfibrilares, mas não formam
ligações suficientes (MM =< 500)
DEFINIÇÃO CLÁSSICA
• Compostos fenólicos hidrossolúveis com uma massa molecular entre 500 e 3000
• Apresentam todas as reacções características dos fenóis (ex.: todos os fenóis dão cor
azuis/verde, com o FeCl2, e com a soda dão cor amarelada)
• Precipitam alcalóides (ligação entre o OH dos fenóis e o NH das proteínas ou
alcalóides)
• Precipitam gelatina e outras proteínas
2.1)TANINOS HIDROLISÁVEIS
Ésteres de um açúcar e de um nº variável de ácidos fenólicos
Açúcar: geralmente a glucose
Ácido fenólico: ácido gálhico ou ácido hexa-hidroxidifénico
75
Ácido gálhico:
3 funções fenólicas
1 função ácida
para passar a éster junta-se a uma glucose.
VIA BIOGENÉTICA DOS TANINOS HIDROLISÁVEIS (NOTA: a professora não falou deste acetato)
76
EXEMPLOS DE TANINOS HIDROLISÁVEIS
o Tanino muito simples, constituída por uma glucose e em cada um dos deus OH
(excepto o do C5) está um ácido gálhico.
o Tanino porque a sua MM está acima dos 500 e abaixo dos 3000.
o Quando colocado em ácido a ferver, obtém-se:
2 glucose
5 ác. Gálhicos
1 dímero, o ác.hexahidrodifénico (quando os ác.gálhicos estão muito próximos,
podem formar uma ligação entre dois carbonos): Nunca se encontra este dímero
porque rapidamente se transforma no ác.elágico.
o Se se colocar o tanino em ácido a ferver, obtém-se:
1 molécula de glucose
5 ácidos gálhicos
o tanino complexo
A 1ª molécula roda em torno do eixo castanho ficando os 3OH para cima e o COOH
para baixo
Daí que ocorre 2 ligações ésteres: o COOH de um monómero com o OH do outro.
O ác.elágico não faz parte dos taninos, é sim um artefacto. (daí o “nome impróprio” no
acetato). O nome “ác.elágico” vem da hidrólise dos dímeros e posterior esterificação.)
1 trímero (que não é hidrolisável com ácido)
77
2.2) TANINOS CONDENSADOS (PROANTOCIANIDINAS)
Polímeros flavânicos: unidads de 3-flavanóis ligados entre eles por ligações C-C, em 4
8; e 4 6.
redução
3,4 – flavanodióis
Repetição do mecanismo
↓
78
EXEMPLOS DE TANINOS CONDENSADOS:
1).
dímero de dois flavonóis, especificamente, dímero de
duas catequinas (ligação entre o C4 e o C8’)- oito linha
porque é de outra catequina
cada catequina tem actividade óptica porque tem 2
carbonos quirais (C2 e C3, logo existem 4
possibilidades diferentes. Daí os nomes catequina e
epicatequinas que se distinguem pelos S e R. Aliás, o mm tipo de molécula distingue-
se pelo desvio químico (uma é mais catequina [ou epicatequina] que a outra).
Porém, na Natureza não existem os 4 isómeros, existe apenas uma epicatequina e uma
catequina.
2).
4 unidades de catequina
tem ligações C-C
tem ligação entre o 4 e o 8’
ligação éter
79
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
Dissolvem-se em água sob a forma de soluções coloidais: não são soluções
perfeitas devido ao elevado peso molecular
Solúveis em álcoois e acetona
Reagem com o cloreto férrico
São precipitados das suas soluções aquosas por sais de metais pesados, gelatina
e alcalóides
Comportamento em meio ácido, a quente → Distinção entre condensados e
hidrolisáveis
ADSTRINGÊNCIA
Quando se ingere produtos com taninos, não se formam ligações covalentes porque não
há tempo suficiente.
Formam-se sim pontes de hidrogénio entre o OH do fenol e o azoto das proteínas:
Há animais que não gostam de taninos devido ao paladar. Porém há outros que mesmo
não tendo paladar, não gostam porque os taninos acabam por precipitar as proteínas.
Funcionam como
Antinutrientes; antidigestivos
80
EXTRACÇÃO DOS TANINOS
Tecidos frescos, ou conservados por congelação ou liofilização
⇓
Melhor rendimento,
(porque no fármaco seco, uma parte dos taninos combina-se irreversivelmente com outros polímeros)
REACÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO
Actualmente, já não se chegam a estas conclusões, só bem mais complicadas.
Hidrolisáveis Condensados
Decompõem-se em substâncias Precipitados vermelhos
Aquecimento com mais simples: ác.gálhico, derivados Flobafenos Há quebra de uma
1
ácidos minerais do ácido gálhico e açúcares ligação e o resto da molécula
(provavelmente a glucose). precipita
Solução acética de
2 Precipitados Não originam precipitados
acetato de chumbo
Solução de sais Produtos corados de azul
3 férricos (faz-se nas Produtos corados de verde
escuro
práticas)
Aquecimento com
4 Não originam precipitados Originam precipitados
s. formol-clorídrico
5 Água de bromo Não originam precipitados Originam precipitados
Degradação
Originam pirocatecol e ácido
6 térmica ou fusão Originam pirogalhol
protocatéquico
alcalina
1. ácidos minerais: ác.clorídrico, ác.sulfúrico, etc.
ácidos orgânicos: ác.acético, ác.metanóico, ác.benzóico, etc.
2. e 4. chamada reacção empírica (a professora não sabe o porquê dos resultados).
6. Os taninos hidrolisáveis originam pirogalhol, porque há uma descarboxilação “violenta”:
Pirogalhol (piro = calor; produto originado dos ácidos gálhicos por acção do calor)
81
Se este composto for sujeito a uma fusão térmica, o que pode
sobrar é o anel B:
DOSEAMENTO
Método da pele em pó (Farmacopeia Portuguesa)
1) Infuso do fármaco (extracção com água quente. Esta adquire não só os taninos como também outros
compostos.)
2) Numa alíquota, adicionar R. Fosfomolibdotúngstico + carbonato de sódio (reacção típica
de fenóis. A solução adquire a cor de todos os fenóis.)
2.1) Determinação da Absorvência a 760 nm: A1 – Polifenóis totais (absorve tds os fenóis).
3) Noutra alíquota, adicionar pele em pó (precipitam os taninos). Filtrar. No filtrado
adicionar R. Fosfomolibdotúngstico + carbonato de sódio.
3.1. Determinação da Absorvência a 760 nm - A2 (absorvência de todos os fenóis,
excepto os taninos pois estes precipitaram).
A1-A2 = teor em taninos, expresso depois em pirogalhol
NOTA: daí a geleia não ganhar bolor quando está ao ar (devido à presença de taninos).
1
Adstringentes: porque precipitam as proteínas das células superficiais das mucosas e dos tecidos descobertos, formando revestimentos
protectores. Diminuem por isso o volume das secreções e impedem a absorção de substâncias irritantes e tóxicas.
2
daí a recomendação de comer marmelada. Antes comia-se chá preto (devido aos taninos) e bebia-se água com gás devido à rehidratação.
82
PRINCIPAIS FÁRMACOS COM TANINOS
1. Galhas dos Carvalhos
Taninos hidrolisados;
Adstringente por via externa (queimaduras e dermatoses)
Hemostático
2. Hamamélia
Folhas secas;
Poligalhoilglucose, hamaméliatanino, flavanas (monómeros e esterificadas
(galhato de epicatecol), proantocianidinas.
Propriedades adstringentes e vasoconstritoras
Insuficiência venosa; Sintomatologia hemorroidal
raramente usado em cosmética
proantocianidinas (são as mais pequenas: 2 ou 3 moléculas)
3. Ratânia do Peru
Raiz;
Taninos condensados
Via oral/via local
a. Tratamento sintomático de fragilidade capilar cutânea (equimoses)
b. Sintomatologia hemorroidal
c. Manifestações subjectivas de insuficiência venosa
Via local
a. Higiene bucal
4. Salgueirinha
Sumidades floridas;
Taninos gálhicos;
Via oral – antidiarreico;
apresenta fluorescência roxa.
5. Pirliteiro
Sumidades floridas;
Taninos condensados;
(-)-epicatecol em grandes quantidades
Activa em disfunções do miocárdio (Sinergia de vários p.a.).
83
3. FENÓIS E ÁCIDOS FENÓLICOS (2 tipos)
1. PLANTAS COM FENÓIS SIMPLES
NOTAS:
Este fenol é complexo, é difícil de sintetizá-lo e falta a cadeia carbonada (daí a dúvida
se ele é ou não sintetizado via shikímica). Não é um shikímico, nem benzóico; não é muito
abundante.
Para distinguir os marmelos, as pêras e as maçãs, é precipitando a arbutina, uma vez
que a maçã e o marmelo não o têm e a pêra tem.
84
ÁCIDOS FENÓLICOS
EXTRACÇÃO
Com metanol ou com álcool etílico.
ACÇÃO FARMACOLÓGICA
Colerético; facilita a expulsão da bílis
Diminui o colesterol e triglicerídeos
Favorece a eliminação renal e digestiva (diurético)
85
2. ALECRIM
Definição: sumidades floridas secas de Rosamarinus officinalis (são usadas em
farmácia de oficina, daí o nome).
Nota: Rosmaninho é uma planta mais baixa; é a lavanda teca (prima das alfazemas)
Rosmarino é o alecrim, uma planta mais alta.
Composição química:
1- 2,5% de óleo essencial
2- derivado de ácidos fenólicos p. e ác.rosmarínico
3- flavonóides
4- diterpenos cíclicos
*1
O 3’,4’-dihidroxifenillácteo é sintetizado via shikimato; não é um C6C3, ou seja, não é
um cinâmico porque lhe falta a dupla (ver quadro da rede biossíntese dos ác.cinâmicos e
benzóicos).
Esta molécula quebra em 2 partes, pois a ligação éster quebra facilmente com uma base.
86
3. CHÁ-DE-JAVA
Definição: folhas e extremidades dos caules de Orthosiphon stamineus
Composição química:
sais de potássio
di- e triterpenos
óleo essencial
flavonóides
ésteres do ác cafeico (ác rosmarínico, ác cafeioiltartáricos, ác litospérmico etc)
Emprego: diurético e digestivo
87
4. LENHINA E LENHANAS
Uma molécula muito abundante e que resulta da ligação de fenilpropanóide é a lenhina.
É uma molécula gigante, não corada, que aparece no xilema e no esclerênquima como tecido
de suporte. A sua abundância vem provar que a via chiquimato é utilizada em quase todas as
plantas.
Sintetizando via shikimato
Álcool cinâmico (tem a dupla a meio)
Muito abundante na natureza
Nome: álcool coniferílico (porque é tirado das coníferas- plantas
gimnospérmicas com frutos em forma de cones)
Hipotética molécula:
Álcool polifenílico e aparentados: lenhina (faz parte da fibra alimentar)
FUNÇÃO DA LENHINA
Dá resistência e existe nas paredes vegetais de algumas células (esclerênquima e
xilema).
Nota: Uma planta com celulose é rasteira ao contrário de uma planta com lenhina.
88
IMPORTÂNCIA DA FIBRA ALIMENTAR (LENHINA)
Prevenção do cancro do tubo digestivo (sabe-se através de estudos estatísticos: estuda-
se uma população, a sua alimentação e os seus tipos de doença).
Lenhina: polímero de peso molecular muito elevado (pode ser uma molécula que envolve a
célula toda).
Lenhana: produtos da condensação de dímeros fenilpropanóides (fenil + 3 carbonos), com
ligações B-B ou 8-8’ (são sinónimos).
Esqueleto base:
89
Atenção: 1- a professora no exame costuma pedir que se façam estruturas de lenhanas,
flavonóides, taninos e justificar. Ex.: desenhamos uma lenhana e para justificar dizemos que
tem a ligação 8-8’ e são dímeros de fenilpropanóico. Agora cuidado com o número de
carbonos.
2- a professora também pode pedir em que classe se encaixa um composto
Ex.:
- não é uma lenhana porque não tem ligação 8-8’, embora tenha o número
certo de carbonos.
90
Principais constituintes da resina
Actividades biológicas
Antimitóticos por acção ao nível da tubulina (impede a formação de
microtúbulos que é necessária para a formação do fuso acromático). Ou seja, estes
compostos impedem a divisão celular, daí serem usados no tratamento de certos tipos
de cancro.
Informação extra:
1
Ver pág. seguinte
91
O reino vegetal tem milhares de anticancerígenos, porém muitos não são usados devido
à sua toxicidade.
Então os cientistas manipulararm estes compostos de modo a serem menos tóxicos.
Das centenas de compostos que fizeram, sobraram dois: etopósido e tenopósido.
DERIVADOS DA POFILOTOXINA
NOTA: Os compostos mais simples são os mais abundantes. Os que são menos abundantes vão
tendo funções específicas. Estes são muito mais activos farmacologicamente.
92
5. CUMARINAS
Sintetizadas via ác.O-cumárico
Pouco abundantes1 (menos ainda que os flavonóides e existem, por exemplo, na
alfazema)
Foi revelada pela primeira vez na “fava conca” (semente usada em medicina africana)
Nota:
Se no exame a Prof. nos pedir para desenhar uma cumarina, temos que pôr
obrigatoriamente em C7, porque é o carbono que está oposto à cadeia carbonada.
BIOSSÍNTESE
Nota:
Não existem apenas estes dois heterósidos, existem muitos outros, basta acrescentar
moléculas no esqueleto base.
1
Não são tão abundantes, porque o OH (no resto dos chiquimatos está na posição oposta à cadeia) e perda de um carbono.
93
EXEMPLOS DE CUMARINAS SIMPLES.:
94
Ligação pela cauda – impératorine, angélicine, xanthylétine, visnadine e obliquine;
Ligação pela cabeça: chapelensine.
1) PILOSELA
Constituintes cumarínicos:
umbeliferona (bacteriostático)
Utilização:
digestivo e diurético.
2) ASPÉROLA- ODORÍFERA
95
3) MELILOTO (leguminosa);
Utilização:
Também semelhantes à utilização dos flavonóides de modo geral
Anti-edematoso (anti-inchaço)
problemas de circulação venosa ( > débito venoso e linfático)
menor permeabilidade capilar
tratamento sintomático da crise hemorroidária.
4) ANGÉLICA
96
Colites espasmódicas
5) CASTANHEIRO-DA-ÍNDIA
Castanea sativa significa satisfação;
Aesculus hipocastanum (castanhas da traça, dada aos cavalos, para os humanos são
tóxicas);
Cascas de Aesculus hipocastanum;
Constituintes cumarínicos:
Esculósido →
Nota:
Os extractos que tomamos e que a farmácia vende, são extractos aquosos e/ou
hidroalcoólicos de baixo título (álcool a 20/30%). Não se tomam extractos álcool, porque
aquilo que o álcool tira à planta é diferente daquilo que a água tira da planta. (isto pode ser
uma pergunta de exame)
EXERCÍCIO SOBRE CUMARINAS: “Qual ou quais dos seguintes compostos são cumarinas?”
97
Resposta: A cumarina base tem um OH no C7 e a Natureza introduz um isopreno. Porém a
oxigenação (o oxigénio do pentano) tem que estar do lado oposto à cadeia carbonata, o que só
acontece na primeira estrutura,
FURANOCUMARINAS E TOXICIDADE
Fotoxicidade: as pessoas que lidam normalmente com as mãos em determinados tipos
de plantas (folhas de figueira, angélica, aipo, salsa, canabrás, arruda, citrus ssp) aparecem-lhes
peles vermelhas com bolinhas que crescem fazendo bolhas que, com o contacto com o sol,
aparecem manchas (pigmentação).
Curiosidade.: Antigamente, os egípcios usavam uma planta com estes fenómenos a fim
de disfarçar as manchas brancas provocadas pelo lupus.
98
As furanocumarinas interferem com o DNA:
1. fazem ligações às bases pirimidicas, podendo formar redes.
2. podem activar certas zonas do DNA, daí poderem ser cancerígenas.
APLICAÇÕES EM MEDICINA
Apsuríase vs Cancro
A apsuríase aparece mais sob a forma de manchas nos cotovelos e joelhos. Aparece
quando há uma fricção contínua sob a pele. Já o cancro, embora mais fatal, é também mais
facilmente curado.
DESVANTAGENS DO DICUMAROL
99
O pasto do gado tinha, por vezes, meliloto. Este é constituído em grande parte por
melilotósido que é transformado em dicumarol, provocando, devido a este composto,
hemorragias no gado.
VANTAGENS DO DICUMAROL
Certas pessoas têm o sangue espesso (sangue que coagula muito depressa), logo maior
risco de trombose (entupimento das artérias). Assim, o dicumarol é usado em certos tipos de
medicamentos para contrariar esse efeito.
↓
Análogos do dicumarol:
100
6. SALICILATOS
Compostos naturais
Composto não-natural:
101
Curiosidade:
O ácido acetil-salicílico surgiu há 100 anos, em que já se usavam compostos puros
como anti-inflamatórios.
Hoffmann (funcionário da Bayer) salificou o ácido salicílico formando o salicilato de
sódio para o seu pai que precisava de grande quantidade de anti-inflamatório, mas ainda não
tinha os resultados desejados, pois ainda era agressivo às paredes do estômago.
Daí que tenha produzido/inventado o ácido acetil-salicílico (actual aspirina) que tinha
como principal função diminuir a agressividade da parede do estômago, mantendo as suas
outras funções de analgésico, anti-inflamatório…
Salicilato de 2-hidroxietilo
Salicilato de colina
Salicilato de dietilamina
Salicilato de fenilpropilo
Salicilato de metilo
Ác. acetilsalicílico
Acetilsalicilato de lisina
102
Uso interno: antipiréticos; analgésicos; anti-inflamatórios
Utilização:
Febrífugos
Analgésicos
Anti-inflamatório
Composição
Flavonóides
Taninos
CH2OH
O-gluc 103
Salicortina
Salilósido (salicina)
Utilização:
Febrífugos
Analgésicos
Anti-inflamatório
3. CHOUPO
Definição:
gemas foliares de Populus nigra
↓
Composição:
Populósido
Salicilpopulósido
Utilização:
Febrífugo
Analgésico
104
Anti-inflamatório
PERGUNTA DE EXAME:
“Como é que a partir de choupo se chega a acetil salicílico?”
Resp:
1. Colher a planta
2. Secar a planta
3. Extrair o extracto c/água pura e metanol (álcool)
4. HCl e ferver, porem aí tenho muitos compostos: taninos, heterósidos, flavonóides
5. Extracção com éter
6. Isolar compostos (pode demorar muito tempo)
6.1- no fim temos o composto puro que tem álcool e ácido salicílico (é preciso oxidá-lo)
7. Esterificação do ácido com ácido acético a fim de obter ác.Acetil salicílico.
Nota:
Vai-se buscar às plantas (medicinais ou não) modelos para que a partir deles se fazem
novos medicamentos. Até se podem encontrar modelos interessantes para fazer medicamentos
em plantas tóxicas.
Os antibióticos são geralmente produtos naturais, produtos de microorganismos da terra
ou do lixo, de vários sítios.
Características:
Cápsulas (qualquer fruto deiscente), “vagens verdes”:
- Medem de 15 a 20 cm
- Isentos de aroma
- Completamente desenvolvidos, mas incompletamente maduro
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Fruto aromático de cor verde escura
Reacções envolvidas:
Fermentação das vagens que dá origem a:
-Formação de produtos corados
- Formação de compostos odoríferos (vários ex.vanilina)
Formação da Vanilina:
Fontes de vanilina:
O que tem a ver vanilina com lenhina?
Introdução:
A lenhina existe nas plantas com fibras, principalmente nos caules e cascas.
A lenhina é também um dos vários sub-produtos da pasta de papel (constituída por
celulose).
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Os compostos de enxofre fazem a hidrólise das paredes, libertando pectinas, células,
celulose (que também é parcialmente quebrada) são estes compostos de enxofre que dão o
cheiro desagradável.
↓
ACETATO:
1. Ác. Gordos: têm número par de carbonos
2. Quinonas (há também quinonas sintetizadas via chiquimato)
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A professora disse que a parte laboratorial poderá sair novamente no exame teórico, por
isso cuidadinho (“.). Porém os alunos dos outros anos não se lembram de sair parte laboratorial
no exame teórico, logo deve ser bluff da professora.
Mais, na aula ela citou vários erros, na sebenta são estarão aqueles cujo conteúdo não é
o mais explícito no manual laboratorial.
Perguntas:
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Este composto reage positivamente à reacção da cianidina?
Resp.: NÃO.
E reage positivamente à reacção da soda?
Resp: NÃO, porque o OH não é nenhum fenol.
Nota:
A primeira e a segunda reacção podem dar positivo, porém não é obrigatório serem os
mesmos compostos que fazem com que as reacções dêem positivos, podem ser compostos
diferentes quase encontram no mesmo fármaco.
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