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© Editora A cadem ia Cristã

© Prentice-Hall, Inc.

Títulos originais:
The Jerom e Bible Com m entary
The N ew Jerom e Biblical Com m entary

Supervisão Editorial:
Luiz Henrique A. Silva
Paulo Cappelletti

Tradutor responsável:
Celso Eronides Fernandes

Equipe de tradução do NT:


A driana V ida Fernandes
Elizeu M anoel dos Santos
Lucia Zanetti
Jonas M achado

Tradutor dos Artigos Sistem áticos:


Paulo Arantes

Revisores:
Luís M. Sander
Juliano Borges

A rte fin al
Pr. Regino da Silva Nogueira

Capa:
Jam es Valdana

A ssessoria para assuntos relacionados a Biblioteconom ia:


Rafael Neves

Jerônimo, São
N ovo Comentário Bíblico São Jerônimo: N ovo Testamento e artigos sistemáticos / São Jerônimo; tra­
dução: Celso Eronides Fernandes. - Santo André (SP): Academ ia Cristã; São Paulo: Paulus, 2011 / Editores:
Raymond E. Brown, Joseph A. Fitzm yer e Roland E. M urphy.
Títulos originais: The Jerom e Bible Com m entary e The N ew Jerom e Biblical Com m entary
Bibliografia
17,5x24 cm: 1.792 páginas
ISBN 978-85-98481-47-0
1. Bíblia - N.T. - Comentários 2. Bíblia - A.T - Comentários 3. Bíblia - Comentários I. Título
C D U -221.01:229

índices para catálogo sistem ático:

1. Bíblia - N .T . - C o m en tário s - 225.3


2. Bíblia - A.T - Comentários - 220:707
3. Bíblia - Comentários - 220:7

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Primeira Carta
aos Coríntios
Jerome Murphy-O ’Cornnor, O. P.

BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO

2 (I) Corinto. Situada em um platô no (publicadas na série Corinth) suplementam


extremo sul do estreito istmo e sustentada os muitos textos clássicos que revelam sua
pelo monte Acrocorinto, de 573 m de altura, história.
Corinto controlava a rota terrestre do Pelo-
poneso ao continente grego e tinha acesso 3 Destruída pelo general romano Lú­
aos mares Egeu e Adriático através de seus cio Múmio em 146 a.C., a cidade foi restau­
portos em Cencreia e Lechaeum, respecti­ rada por Júlio César em 44 a.C. e nomeada
vamente. Desde a Antiguidade remota, os Colonia Laus fulia Corinthiensis. Seus primei­
impostos tributados sobre o comércio das ros colonizadores eram, na maior parte, ho­
rotas norte-sul e leste-oeste lhe deram o epí­ mens livres (Estrabo, Geogr. 8.6.23; Apião,
teto de cidade "rica" (Homer, Iliad 2.570; J. Hist. 8.136), provenientes originalmente
B. Salmon, Wealthy Corinth [Oxford, 1984]). da Grécia, Síria, Egito e Judeia. Quarenta
Escavações iniciadas em 1896 pela Escola anos depois, alguns dos principais comer­
Americana de Estudos Clássicos em Atenas ciantes tinham-se tornado suficientemente
ricos para patrocinar os jogos ístmicos, que cios destacam a diversidade religiosa e a
tinham sido transferidos para Sicião em complexidade étnica da cidade que Paulo
146 a.C. Celebrados a cada dois anos, na iria tornar um dos centros mais importantes
primavera, no santuário de Poseidon em do protocristianismo.
Istmia, este grande festival pan-helênico
era o segundo em importância, perdendo 6 A reputação de Corinto como cida­
apenas para os jogos olímpicos. A intensa de do pecado por excelência se baseia na
competitividade que inspirou esse êxito afirmação de Estrabo de que o templo de
comercial fez surgir o provérbio "a viagem Afrodite tinha mais de 1000 prostitutas
para Corinto não é para todos" (Horácio, sagradas (Geogr. 8.6.20) e no uso do nome
Ep. 1.17.36; Estrabão, Geogr. 8.6.20). Seu da cidade para formar palavras que deno­
etos era o de uma cidade aberta em pleno tam licenciosidade sexual, por exemplo,
crescimento sem os fardos de uma tradição korinthiastês, "devasso", korinthiazesthai,
pesada ou de uma classe patrícia hereditá­ "fornicar", korinthia korê, "prostituta". Es­
ria. Apesar de muitos projetos a partir do sas palavras, entretanto, aparecem somen­
séc. VI a.C., a riqueza de Corinto nunca foi te nas obras de escritores atenienses do
suficiente para a construção de um canal; séc. IV a.C. e nunca se tornaram parte da
em vez disso, os barcos pequenos eram linguagem corrente. A história de Estrabo,
conduzidos através do istmo sobre o diolcos que, além disso, narra eventos da cida­
(Plínio, Nat. Hist. 4.10). de anteriores a 146 a.C., tem se mostrado
totalmente desprovida de fundamentos.
4 Provas indiretas indicam que Corin­ A posição bastante secundária de Afrodi­
to era a capital da província senatorial da te no panteão de Corinto é enfatizada pelo
Acaia, governada por um procônsul envia­ fato de que os dois templos dedicados a
do anualmente de Roma. Em 51-52 d.C., o ela, um no Acrocorinto, o outro na Agora,
cargo era exercido por Lúcio Júnio Gálio eram pequenos e não especialmente im­
(—> Paulo, 79:9). O governo municipal era portantes. Em termos de moralidade sexu­
uma cópia em miniatura do da Roma re­ al, Corinto não era pior do que qualquer
publicana. Os cidadãos com direito a voto outra cidade portuária do Mediterrâneo.
elegiam anualmente quatro magistrados
que, na aposentadoria, se transformavam (C onzelmann , H., "Korinth und die Mádchen
em membros do conselho da cidade. Os der Aphrodite: Zur Religionsgeschichte der Stadt
duoviri [duoviros], os magistrados superio­ Korinth", AL4.WG 8 [1967] 247-61. F urnish , V . P.,
II Corinthians [AB 32A; G C , 1984] 4-22. M urphy -
res, eram assistidos por dois aediles [edis],
- 0 ’C onnor, J. St. Paul 's Corinth, Roux, G ., Pau-
Uma inscrição em um passeio ao leste do
sanias en Corinthie (Livre II, 1 à 15) [Paris, 1958].
teatro diz: "Erasto, em retribuição a seu car­ S affrey, H. D., "Aphrodite à Corinth: Réflexions
go de edil, pavimentou (a área) por conta sur une idée reçue", RB 92 [1985] 359-74. W iseman,
própria". Este indivíduo é identificado com }., "Corinth and Rome 1: 228 BC-AD 2 6 7 " , ANRW
o Erasto cristão que era o tesoureiro da ci­ I I / 7 .1 ,438-548.)
dade na época de Paulo (Rm 16,23).
7 (II) A composição da igreja. Existem
5 Por volta do início do séc. I d.C., Co­ mais dados disponíveis sobre a estrutura so­
rinto tinha uma pujante comunidade judai­ cial da igreja coríntia do que sobre qualquer
ca (Filo, De legat. 281), mas o único vestígio outra. Os nomes de 16 de seus membros são
material é uma padieira sem data com a ins­ mencionados em At 18, ICor 16 e Rm 16, e
crição [Synagõgê Hebraiõn]. Outros grupos detalhes sobre eles, explícitos ou implícitos,
religiosos estão bem representados. Tem­ podem ser analisados de várias maneiras.
plos dedicados ao culto do imperador, às Havia um núcleo sólido de judeus, mas
várias deidades gregas e aos deuses egíp­ muitos pagãos. O ponto mais alto e o mais
baixo da escala social greco-romana estão igreja que os surpreenderam, mas que apa­
ausentes. O status social da maioria é ambí­ rentemente não eram problemáticos para
guo; eles estão no topo em algumas áreas e os coríntios. Estas observações mostraram a
na base em outras, por exemplo, uma pessoa Paulo certas falhas básicas na compreensão
rica, mas mulher (Febe), um funcionário da dos coríntios acerca da comunidade cristã.
cidade, mas ex-escravo (Erasto), um artesão Consequentemente, ele integrou suas res­
profissional, mas judeu com uma esposa de postas às perguntas que lhe fizeram em um
nível social superior (Aquila). Estimulados esforço para conduzi-los a uma compreen­
pela frustração, esses indivíduos não cessa­ são verdadeira da vida autêntica em Cristo.
vam de questionar e examinar após terem
aceitado o cristianismo, gerando, assim, 10 (V) Esboço. Os conteúdos de 1 Cor
uma diversidade maior de problemas para são organizados da seguinte maneira:
Paulo do que qualquer outra igreja. Em es­
pecial, eles acolhiam outras visões do cris­ (I) Introdução: saudação e ação de graças (1,1-9)
tianismo e competiam entre si por prestígio (II) Parte I: Divisões na comunidade (1,10-4,21)
(A) Grupos rivais na comunidade (1,10-17)
espiritual.
(B) Deus tem padrões diferentes (1,18-31)
(C) O poder da pregação de Paulo (2,1-5)
(J u d g e , E. A ., The Social Pattern of Christian
Groups in theFirst Century [London, 1960]. M e e k s, (D) A verdadeira sabedoria e a linguagem
W. A., The First Urban Christians [New Haven, do amor (2,6-3,4)
1983], em Port.: Os primeiros cristãos urbanos, Edi­ (E) A atitude correta em relação aos pas­
tora Academia C ristã/Paulus, 2011. T h e is s e n , G., tores (3,5-4,5)
The Social Setting ofPauline Christianity.) (F) Aplicação aos coríntios (4,6-13)
(G) A visita de Timóteo (4,14-21)
8 (III) Data e lugar de origem. O pró­ (III) Parte II: A importância do corpo (5,1-6,20)
(A) U m caso de incesto (5,1-8)
prio Paulo nos diz que 1 Cor foi escrita na
(B) Esclarecendo um mal-entendido (5,9-13)
primavera em Éfeso (16,8), mas o ano é uma
(C) Processos entre cristãos (6,1-11)
questão controvertida. As datas sugeridas (D) Promiscuidade sexual (6,12-20)
variam de 52 a 57 d.C., e a maioria opta por (IV) Parte III: Respostas às perguntas dos corín­
uma data próximo do meio desse período tios (7,1-14:40)
de tempo. Quando se levam em conta todas (A) Problemas relativos à condição social
as relações complexas de Paulo com os co- (7,1-40)
ríntios, a data mais provável é a primavera (a) R elações sexuais no casam en to
de 54 d.C. (assim também Barrett, Furnish, (7,1-9)
(b) Casamento e divórcio (7,10-16)
Georgi, K IN T 2.120-26; mas -> Paulo, 79:41).
(c) Mudanças na condição social (7,17­
A autenticidade de 1 Cor não é objeto de
24)
discussão. (d) Mudanças de statu s sexual (7,25-40)
(B) Problemas provenientes do ambiente
9 (IV) Ocasião e finalidade. 1 Corín­ pagão (8,1-11,1)
tios é uma reação complexa a dois conjun­ (a) Alimentos oferecidos aos ídolos
tos de dados sobre a situação em Corinto. (8,1-13)
Em uma carta (7,1), provavelmente levada (b) Paulo renuncia a seus direitos (9,1­
por Estéfanas e outros (16,17), os coríntios 27)
(c) Os perigos do excesso de confiança
informaram Paulo sobre uma série de pro­
(10,1-13)
blemas a respeito dos quais pediam seu
(d) O significado de gestos sociais
conselho. Essa informação oficial era com­ (10,14-22)
plementada por mexericos. As pessoas da (e) Os escrúpulos dos fracos (1 0 ,2 3 ­
casa de Cloé (1,11), em seu retorno a Éfeso, 11,1)
depois de uma viagem de negócios a Corin­ (C) Problemas nas assembleias litúrgicas
to, relataram a Paulo os aspectos da vida da (11,2-14,40)
(a) Vestes nas assembleias litúrgicas (B) As consequências de teses diferentes
(11,2-16) (15,12-28)
(b) A eucaristia (11,17-34) (a) A tese dos coríntios (15,12-19)
(c) Os dons do Espírito (12,1-11) (b) A tese de Paulo (15,20-28)
(d) O corpo necessita de muitos mem ­ (C) Argumentos ad hominem em favor da
bros (12,12-31) ressurreição (15,29-34)
(D) O corpo ressuscitado (15,35-49)
(e) Am or, o maior dom (13,1-13)
(E) A n e ce s s id a d e de tra n s fo rm a çã o
(f) A profecia é mais importante do
(15,50-58)
que as línguas (14,1-25)
(VI) Conclusão (16,1-24)
(g) Ordem no uso dos dons espirituais (A) A coleta para Jerusalém (16,1-4)
(14,26-10) (B) Os planos de viagem de Paulo (16,5-9)
(V) Parte IV: A ressurreição (15,1-58) (C) Algumas recomendações (16,10-18)
(A) O credo da igreja (15,1-11) (D) Saudações finais (16,19-24)

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