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Liahona

Relatório da 152? Conferência


Geral Semi-anual de A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias
Sermões e procedimentos dos dias 2 e 3 de outubro de
1982, no Tabemáculo da Praça do Templo, Cidade do
Lago Salgado, Utah.

“Meus irmãos e irm ãs”, diz o estado generalizado de iniqüidade


Presidente Spencer W. Kimball, no mundo. Entretanto, em meio
em mensagem de abertura desta a todo esse tumulto, podemos ter
conferência geral da Igreja, paz interior. . . Os líderes da
“o dia para levar o evangelho Igreja clamam constantemente
a ainda mais lugares e povos é contra o que é intolerável à vista
hoje. Precisamos pensar em nossa do Senhor: C ontra a poluição da
obrigação. . . e não em nossa nossa mente e corpo, e nosso
própria comodidade. Os chamados meio-ambiente; contra a
do Senhor são raramente vulgaridade, roubos, mentiras,
cômodos. Chegou o tempo de o trapaças, falso orgulho, blasfêmia
sacrifício tornar-se um elemento e embriaguez; contra a fornicação,
mais importante ainda na adultério, homossexualismo,
Igreja. . . Há uma necessidade aborto e todos os outros abusos
cada vez maior de missionários, contra o poder da procriação;
agora que o período de missão contra os assassinatos e coisas
é mais curto.” semelhantes; contra toda sorte de
Com este brado de alerta, o degradação e pecado.”
profeta do Senhor em nossos dias Assim foi aberta a 152.a
exortou os membros da Igreja a conferência semi-anual. As
não “falhar nem desanimar nas sessões foram dirigidas pelo
boas obras. Precisamos alongar Presidente Marion G. Romney,
nossos passos” . segundo conselheiro na Primeira
A mensagem do Presidente Presidência, e Presidente Gordon
Kimball focalizou igualmente as B. Hinckley, conselheiro na
condições do mundo: “Nestes dias Primeira Presidência.
perigosos, ainda que crucialmente A conferência constituiu-se de
momentosos, parece reinar um seis sessões — quatro no sábado e
duas no domingo. As sessões de emissoras comerciais de televisão,
sábado foram : A de bem-estar, de um potencial de mil e trezentas
m anhã cedo; as sessões matutina emissoras por cabo, e mais de
e vespertina; e à noite, a sessão cinqüenta e cinco estações de
do sacerdócio. No domingo houve rádio, nos Estados Unidos. No
uma sessão pela m anhã e outra Canadá, a conferência foi
à tarde. Estiveram presentes à transm itida no todo ou em parte
conferência todas as autoridades por cinqüenta e cinco emissoras
gerais, com exceção do Élder de televisão. Cerca de mil
LeG rand Richards que se encontra setecentas e setenta capelas
em convalescença. receberam transmissão ao vivo,
Dois grandes progressos foram em circuito fechado, da sessão do
anunciados na conferência, o sacerdócio em inglês. Mil
primeiro pelo Élder Boyd K. quatrocentas e quarenta e seis
Packer, do Quorum dos Doze dessas capelas situam-se no
e membro do Comitê de Estados Unidos e Canadá, cento e
Publicação de Escrituras. Falando quatorze na Nova Zelândia e
das novas e recentes edições de Austrália, e dez na Coréia e
escrituras SUD, diz ele: “Deveis Filipinas.
saber. . . que por recente decisão Imediatamente após a
das autoridades gerais, o Livro conferência, foram preparados
de M órmon levará daqui por videotapes em espanhol, português,
diante o subtítulo: ‘Um outro dinamarquês, francês, alemão,
Testam ento de Jesus Cristo.’ ” * sueco, norueguês, finlandês,
Observou ainda que as “referências e italiano.
dos quatro livros de escritura — Os Editores
formam a mais completa
compilação de informação
escriturística sobre a missão e
ensinamentos do Senhor Jesus
Cristo já realizada na história
do m undo” .
O segundo grande avanço foi a
utilização de antenas receptoras de
transmissão por satélite, em
quatrocentas e quatro sedes de
estaca espalhadas pelos Estados
Unidos. Com isso, estima-se que
duzentos e cinqüenta mil membros
da Igreja foram beneficiados com
a transmissão ao vivo da
conferência por televisão. Na
conferência de abril de 1982,
foram usados cerca de noventa
instalações receptoras de satélite.
A conferência foi ainda
transm itida na íntegra ou em parte
por mais de oitenta e cinco
A PRIMEIRA JANEIRO DE 1983 — PBMA053APO
PRESIDÊNCIA SAO PAULO — BRASIL
Spencer W. Kim ball
M arion G. Romney Os assuntos a seg uir foram abordados nos discursos que
Gordon B.HInckley constam da página Indicada.
CONSELHO
DOS DOZE: A ção de Graças, 84 Sacerdócio A arô nlco, 59, 63, 65, 76
Ezra Taft Benson A dversidades, 151 Salvação, 27
Mark E, Petersen A m or, 130 S erviço, 118
LeGrand Rlchards A m o r de Deus, 26 Ú ltim os D ias, 113
Howard W. Hunter Bem-Estar 135, 157
Thomas S. Monson Bispos, 49 O radores desta C onferên cia por
Boyd K. Packer ordem alfa b é tica
Marvl.^ J. Ashton
C asam ento, 102
C ritic is m o , 108 A shton , M a rvln , 108
Bruce R. .McConkle
D ever, 32 Backman, Robert L., 65
L. Tom Perry
David B. Haight Escotism o, 32 Benson, Ezra Taft, 102
James E. Faust E scrituras, 22 Brown, V ic to r L., 135
Neal A. M axw ell Esperança, 113 C larke, J.R ichard, 22
COMITÊ DE
E spiritualidade , 157 C uth bert, D erek A., 93
SUPERVISÃO: Faust, James E., 151
R. Russel Ballard Fam ília, 102, 141, 144
Fé,.41. 113 Featherstone, Vaughn, 122
Loren C. Dunn
Rex D. Plnegar G ratidão. 84 Fyans, J. Thomas, 106
Charles Dldler Haight, D avid B., 17
H inos, 37
George P. Lee H inckley, G ordon B., 11, 32, 76, 130
Jesus C ris to , 54, 118, 126
F. Enzlo Busche H unter, How ard W ., 98
EXECUTIVO DO Juventude, 59
Jarman, Dean, 147
"INTERNATIONAL Livro de M órm on, 88
K im ball, S pencer W ., 7
MAGAZINE": M andam entos, 98
Lee, George P., 126
M. Russel Bellard, M aturidade, 93 M a xw e ll, Neal A ., 113
Editor; M ila g re s, 11
Larry A. H ille r, M cC onkie, Bruce R., 54
N ão-M em bros, 106 M onson, Thomas S., 32
Edjtor Gerente;
David M ltc h e ll, O Filho Pródigo, 122 N icholas, M ich a e l, 63
Editor Associado; O bediência, 11, 27, 98 Packer, Boyd K., 88
Bonnle Saunders Obra, 147, 151 Perry, L. Tom, 49
Seção In fa n til; Obra M issionária , 5 P etersen, M a rk E., 27
Roger G ylling, Oração, 134 Peterson, H. Burke, 72
Desenhista. Pais, 72
EXECUTIVO DE
Pinegar, Rex D., 41
A LIAHONA; Perdão, 122 Pingel, C. Frederick, 59
Gelson Plzziranl, Preparação Pessoal, 135 Reeve, Rex C., 45
D iretor Responsável; P rioridades. 45 Richards, F ranklin D., 37
Paulo Dias Machado, Reativação, 9, 59 Romney, M a rion G., 82, 84, 157
Editor: R eligião Pura, 108 S m ith, Barbara B., 141
V ictor H. da C. Pires,
Reunião Sacram ental, 76 Tanner, N. Eldon, 134
Assinaturas;
Orlando Albuquerque, S acerdócio, 82 W e lls, R obert E., 118
Supervisor de Produção.

REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D. P. F.,


sob o n.° 1151 - P 209/73 de acordo com as normas em vigor.
SUBSCRIÇÕES: Toda a correspondência sobre assinaturas deverá ser endereçada ao Departamento da
Assinaturas, Caixa Postal 26023, São Paulo, SP. Preço da assinatura anual para o Brasil: CrS 400,00; para
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^ LIAHONA — © 1977 pela Corporação do Presidente de A Igreja de Jesus C risto dos Santos dos
Ú ltim os Dias. Todos os d ire itos reservados. Edição Brasileira do ‘ International Magazine" de A Igreja de
lesus C risto dos Santos dos Ú ltim os Dias, acha-se registrada sob o número 93 do Livro B, n.° 1, de
M atrículas e O ficinas Impressoras de Jornais e Periódicos, conforme o Decreto n.“ 4857, de 9-11-1930.
'In te rn a tio n al Magazine" é publicado, sob outros títu lo s , também em alemão, chinês, coreano, dinamarquês,
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Composição e fo to tltu la g e m : Llnoart Ltda. - Rua 13 de M aio, 71 - Fone: 256-1588 (PABX). Impressão:
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SP. Devido à orientação seguida por esta revista, reservamo-nos o d ire ito de publicar somente os
artigos solicitados pela redação. Não obstante, serão bem-vindas as colaborações para apreciação da
-edação e da equipe internacional do "Inte rna tio na l Magazine". Colaborações espontâneas e m atérias dos
correspondentes estarão sujeitas a adaptações e d ito ria is. Redação e Adm inistração: Av. Prof. Francisco
Morato, 2.430.
; otos deste número: As fotos foram tiradas pelos serviços fotográficos de Comunicações Públicas.
Eldon K. Llnschoten, fotógrafo chefe, Jed. A. C lark e Michael M. McConkle
Participação A dicional: Na sessão de bem-estar, as orações foram proferidas pelo Élder Carlos E. Asay e
clder Paul H. Dunn, na sessão m atutina de sábado, pelo Élder M. Russell Ballard e Élder Richard Scott;
ia sessão vespertina de sábado, pelo Élder Dean L. Larsen e Élder Y oshihiko K ikuchi; na sessão do
lacardócio, pelo Élder G. Homer Durham e Élder Teddy E. Brewerton; na sessão m atutina de domingo,
ja lo Élder M arion D. Hanks e Élder Jack H. Goasllng Jr; na sessão vespertina de domingo, pelo Élder
4 Theodore Tuttle e Élder Angel Abrea. Élder LeGrand Richards esteve ausente por m otivo de doença.
1 R elatório da 152.' C onferência Geral Semi-anual de A Igreja de Jesus C ris to dos San­
tos dos Ü ltim o s Dias ............................. 1

2 SESSÃO M A TU TIN A DE SÁBADO


O Senhor Espera Retidão, P residente S pencer W. Kim ball 7
Em Que Se Resume Esta Obra, P residente Gordon B, H inckley . .. 11
A m ai A Todos, Élder David B. H aight 17
M inha A lm a Se D eleita Nas E scrituras, Bispo J Richard C larke 22
O uvintes E C um pridores, Élder M ark E. Petersen ........ 27

3 SESSÃO VESPERTINA DE SÁBADO


A poio dos O fic ia is da Igreja ...... 32
C orre, Rapaz, C orre, Élder Thomas S. M onson ......................... 32
H inos Sud — Adoração A travé s do Canto, Élder Franklln D. Richards 37
Fé — A Força da Vida, Élder Rex D. Pinegar ... ......................... 41
V oltai-V os A Deus, Élder Rex C. Reeve 45
Porque Convém Que Um Bispo Seja Irre p re e n s ív e l, Élder L. Tom Perry 49
Os Sete C ris to s , Élder Bruce R M cC onkie . .......... 54

4 SESSÃO DO SACERDÓCIO
Como A tiv a r os Rapazes do S acerdócio A arônico, C. Frederick Pingel .......... 59
Como Prom ovemos a A tiva ção M ichael N ic h o la s ........................... 63
R evitalização do S acerdócio A arônico, Élder Robert L. Backman 65
Preparar o Coração dos Filhos, Bispo H. Burke Peterson 72
O Sacerdócio de Aarão, P residente Gordon B. H inckle y ........ 76
O S acerdócio de Deus, P residente M a rion G Romney 82

5 SESSÃO M ATU TIN A DE DOM IN G O


G ratidão e Ação de G raças, P residente M arion G. Romney 84
E scrituras, Élder Boyd K. Packer ....... 88
O S ig nifica do da M aturidade, Élder Derek A. C uth bert 93
C om prom isso Com Deus, Élder How ard W. H unter ...... 98
Fundamentos do R elacionam ento F a m iliar D uradouro, P residente Ezra Taft Benson 102
A Pérola de Grande V alor, Élder J. Thomas Fyans .. 106

6 SESSÃO VESPERTINA DE DOM INGO


R eligião Pura, Élder M arvin J. A shton 108
Tende Bom  nim o, Élder Neal A. M a x w e ll ............................... ........ 113
Sede A m igos, Servos e Filhos do Salvador, Élder Robert E. W ells .............. 118
Ainda Que a Luz Só B ruxeleie, Élder Vaughn J. Featherstone .. ............ 122
Eis Meu Filho Bem Am ado, Em Quem M e Comprazo, Élder George P. Lee 126
Estender a Mão Com A m or e Bondade, P residente Gordon B. H inckley . .................. 130
Façamos Como Fomos A conselhados, P residente N. Eldon Tanner ........ 134

7 SESSÃO DE BEM-ESTAR
Preparação para o Amanhã, Bispo V ic to r L. Brown . 135
A plicação de P rincípios de Bem-Estar no Lar-Resposta Para M u ito s Problemas Fam ilia­
res, Barbara B. Sm ith 141
Bênçãos Provenientes dos P rojetos Fam iliares de Trabalho, Dean Jarman 147
Bênçãos da Pressão Econômica, Élder James E. Faust 151
O C aráter C ele stia l da A uto-S u ficiên cia , P residente M a rion G. Rommey 157

8 NOTICIAS LOCAIS
Reorganizada a P rim eira P re s id ê n c ia .............. .................................................. |
F alecim ento do P residente N. Eldon T a n n e r ............ ........................................................ |||
Precisam os Ir ao Templo? .................................................................................................................. IV
S a c rifíc io e Testem unho ...................... V
N o tícia s do A lo ja m ento do Templo VI
Saúde dos SUD Citada com o Exemplo ............................................................ VII
C alendário Anual 1983 .......................................................................................................................... VIII
Sessão vespertina de Sábado lavra Proferida”, o mais antigo
2 de outubro de 1982 program a radiofônico ininterrupto
do mundo livre. Escutando as en­
cantadoras melodias do Coro do
O Senhor Espera Tabernáculo e do órgão, conforta­
Retidão -me a certeza de que haverá belas
músicas no céu, pelo que sou imen­
samente grato. Dizem alguns que
não haverá música naquele outro
lugar — então certos sons que pas­
sam por música provavelmente
pertencem a esse outro lugar!
Os últimos seis meses não foram
uma tem porada particularmente
ativa para mim e a Irm ã Kimball.
Como deveis saber, estamos sendo
Presidente Spencer W. Kimball um pouco restringidos por uma
(Lido por seu secretário pessoal,
D. Arthur Haycock.)
condição cham ada idade avançada.
Creio entender um pouco melhor
“Nestes dias perigosos, ainda agora o que significa perseverar até
que decisivamente momentosos, o fim. É difícil e frustrador não ser
parece reinar um estado capaz de fazer tudo o que desejo.
generalizado de iniqüidade Ainda assim, faço muita coisa.
no m undo.” Quase que diariamente, reúno-me
com autoridades gerais nos escri­
tórios da Igreja, e toda quinta-feira
eus amados irmãos e ir­ com a Prim eira Presidência e o
mãs: Conselho dos Doze no templo.
Sou profundamente grato Tenho desfrutado ainda algumas
pelo privilégio de poder, mais uma atividades extracurriculares. Du­
vez, estar reunido convosco numa rante o verão, a Irm ã Kimball e
conferência geral da Igreja do Se­ eu assistimos ao Festival de Dança
nhor. Aguardando essas conferên­ do Vale do Lago Salgado. Partici­
cias com ansiedade, delas tiro for­ pamos da P arada dos Pioneiros e
ças e anseio por receber o conselho fomos ao rodeio. No sábado pas­
e instruções que nos são dados por sado, estivemos com outros sessenta
inspiração do Senhor. Sei que, se eu e cinco mil espectadores assistindo
ouvir com atenção e acatar tudo o à partida de futebol americano en­
que é dito, minha vida se enrique­ tre as equipes da BYU e Força
cerá e minha alma interior será Aérea no recém-ampliado estádio
alimentada com o pão da vida. da BYU, em Provo.
O maravilhoso Coro do Taber- Sou grato por meus capazes e
náculo que acaba de cantar para dedicados conselheiros, Presidente
nós, acrescenta muito espírito e Tanner, Presidente Romney e Pre­
prazer às sessões de nossa confe­ sidente Hinckley. Refletindo sobre
rência. O coro comemorou recen­ a grande lealdade e am or diário
temente mais um aniversário, mais desses homens para comigo, lem­
de meio século de “Música e a Pa­ bro-me de uma experiência de
Moisés, quando já avançado em terior. Somos ricamente abençoa­
idade. Os israelitas estavam em dos e temos muito pelo que ser
guerra com os amalequitas, “E gratos. M editando nessas coisas,
acontecia que, quando Moisés le­ lembro-me das palavras do Senhor:
vantava a sua mão, Israel prevale­ “A qualquer que muito for dado,
cia; mas, quando ele abaixava a muito se lhe pedirá.” (Lucas 12:
sua mão, Amaleque prevalecia. 48.) O Senhor espera de nós reti­
“Porém, as mãos de Moisés eram dão e obediência a seus m anda­
pesadas, por isso tom aram uma mentos, em troca das benesses da
pedra e a puseram debaixo dele, vida que nos concede com tanta
para assentar-se sobre ela; e Aarão abundância. A iniqüidade parece
(seu irm ão) e H ur (m arido de sua abundar por toda parte, com o
irmã, M iriam ) sustentaram as suas Adversário aproveitando ao máxi­
mãos, um duma banda, e o outro mo o tempo que lhe resta neste dia
da outra; assim ficaram as suas do seu poder. Os líderes da Igreja
mãos firmes até que o sol se pôs.” clamam constantemente contra o
(Êxodo 17:11-12.) que é intolerável à vista do Senhor:
Moisés, sem dúvida, não teve contra a poluição da nossa mente
apoio maior do que eu venho re­ e corpo, e nosso meio-ambiente;
cebendo de meus queridos irmãos. contra a vulgaridade, roubos, men­
Sou grato, igualmente, pelo Presi­ tiras, trapaças, falso orgulho, blas­
dente Benson e pelos membros do fêmia e embriaguês; contra a forni-
Quorum dos Doze e demais auto­ cação, adultério, homossexualismo,
ridades gerais, todos eles obreiros aborto, e todos os outros abusos
muito diligentes na vinha do Se­ do sagrado poder de procriação;
nhor. Contudo, sinto muito que contra os assassinatos e coisas se­
meu bom amigo, Élder LeGrand melhantes; contra toda sorte de
Richards, não esteja aqui conosco degradação e pecado.
esta manhã. Ele vinha-se sentando Como santos dos últimos dias,
junto a este púlpito desde 1938. precisamos estar sempre vigilantes.
Estou gratificado com o cresci­ A única m aneira de cada pessoa e
mento da Igreja pelo mundo afora, cada família defender-se das arma­
pelas quase cinqüenta estacas que dilhas e dardos do Adversário e
foram aprovadas ou criadas desde preparar-se para o grande dia do
a conferência geral de abril próxi­ Senhor, é agarrar-se firmemente à
mo passado, e pelo início da cons­ barra de ferro, exercer mais fé,
trução de mais cinco templos. Tu­ arrepender-se de seus pecados e
do isso é um indicador im portante falhas, e engajar-se ansiosamente
do progresso do reino. Confio e na obra do seu reino na terra, que
oro sempre pelo crescimento espi­ é A Igreja de Jesus Cristo dos San­
ritual, bem como numérico da tos dos Últimos Dias. Nisto reside
Igreja do Senhor. a única e verdadeira felicidade
Meus irmãos e irmãs, nestes dias para todos os filhos de nosso Pai.
perigosos, ainda que crucialmente Convidamos todos os homens e
momentosos, parece reinar um es­ mulheres de bem, de toda parte, a
tado generalizado de iniqüidade no se juntarem a esta obra divina e
mundo. Entretanto, em meio a todo redentora dos últimos dias.
esse tumulto, podemos ter paz in­ Honremos nossa família e goze-
mos felicidade em nosso lar. Ao uma mó de azenha, e se submer­
falar-vos do lar e da família, dese­ gisse na profundeza do m ar.” (M a­
jo dar-vos mais um conselho a teus 18:6.)
respeito da segurança e bem-estar Apelo a todos que, por qualquer
de vossos entes queridos. Está ha­ razão ou propósito, tenham arran­
vendo uma crescente m aldade em cado uma criancinha dos braços de
nossa nação — o seqüestro de sua mãe, que se arrependam e
crianças. Nosso coração se abre atendam ao meu pedido. Oro para
em amor, simpatia e compaixão que as lágrimas e súplicas de entes
para com todos os que foram assim queridos abrandem seu coração e
privados de seus preciosos peque­ os induzam a devolver esses pe­
ninos. Imploro-vos, pais e mães de queninos ao seio de seus familiares
Sião, exercei uma vigilância cons­ aflitos.
tante sobre vossas crianças. Ensi­ Meus irmãos e irmãs, o dia para
nai-as a se precaverem do crescente levar o evangelho a ainda mais lu­
perigo do mal e de homens ardi­ gares e povos é hoje e agora. Pre­
losos, e orai pelo bem-estar delas. cisamos pensar em nossa obrigação
O demônio não está morto, nem de divulgar a mensagem e não em
dorme. nossa própria comodidade. Os cha­
O Salvador amava as crianci­ mados do Senhor são raram ente
nhas. Falava delas freqüentemente cômodos. Chegou o tempo de o
e chamava-as para o seu lado, qual sacrifício tornar-se um elemento
cordeirinhos, e as abençoava. E mais im portante ainda na Igreja.
dizia: “Mas qualquer que escanda­ Temos de aum entar nossa devoção,
lizar um destes pequeninos, que a fim de podermos fazer a obra
crêem em mim, melhor lhe fora que o Senhor nos designou. Há
que se lhe pendurasse ao pescoço uma necessidade cada vez maior
de missionários, agora que o perío­
do de missão é mais curto — mas
precisam ser jovens com desejo
sincero de servir e que foram cui­
dadosamente treinados e prepara­
dos pela família e diversas organi­
zações da Igreja. Incentivados pe­
los pais, os rapazes devem desde
cedo começar a preparar-se com
o espírito de poupança, com o es­
pírito de estudo e oração a respeito
do evangelho, com o espírito de
freqüência ao seminário e instituto.
E conservar-se puros e dignos é
preparação de suprema im portân­
cia. Pouco antes de ascender aos
céus, foram estas as últimas pala­
vras do M estre aos seus apóstolos:
“Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda a criatura.
“Quem crer e for batizado será mens possam obter sua salvação,
salvo; mas, quem não crer, será que não seja em nome de Cristo e
condenado.” (M arcos 16:15-16.) através de Cristo, o Senhor Onipo­
Não podemos falhar nem desa­ tente” . (M osiah 3:17.)
nimar nas boas obras. Precisamos Nós sabemos e temos o testemu­
alongar nossos passos. Está em nho e proclamamos ao mundo que,
jogo não apenas o nosso próprio para serem salvos, os homens pre­
bem-estar eterno, como igualmente cisam acreditar que “a salvação foi,
o bem -estar eterno de muitos ir­ é e há de ser pela expiação do san­
mãos e irmãs nossos que ainda não gue de Cristo, o Senhor Onipoten­
são membros da Igreja verdadeira. te” . (M osiah 3:18.)
Emociono-me profundam ente com “E falamos de Cristo, nos regozi­
as palavras do Profeta Joseph jamos em Cristo, pregamos a Cris­
Smith numa sua missiva à Igreja to, profetizamos de Cristo e escre­
em Nauvoo, datada de 6 de setem­ vemos de acordo com as nossas
bro de 1842: “Não prosseguiremos profecias, para que nossos filhos
em tão grande causa? Ide avan­ saibam em que fonte devem pro­
te. . . C oragem . . . avante, avante curar o perdão de seus pecados.”
para a vitória.’ ” (D&C 128:22.) (2 Néfi 25:26.)
Agora, meus caros irmãos e ir­ No último século e meio, a co­
mãs, certas pessoas do mundo di­ m eçar com o Profeta Joseph Smith,
zem erroneamente que somos uma os profetas modernos de Deus têm
igreja não-cristã — um culto; que erguido sua voz com clareza, auto­
cultuamos Joseph Smith em lugar ridade e veracidade, prestando tes­
de nosso Salvador, Jesus Cristo. temunho da divindade desta grande
Como estão longe da verdade! Que obra dos últimos dias e do poder
heresia! O Senhor declarou: “Pois redentor do Evangelho de Jesus
assim será a minha igreja chamada Cristo.
nos últimos dias, mesmo A Igreja Ao testemunho desses homens
de Jesus Cristo dos Santos dos Ú l­ poderosos, acrescento o meu teste­
timos Dias.” (D&C 115:4.) munho. Sei que Jesus Cristo é o
Temos esperança em Cristo aqui Filho do Deus vivente e que foi
e agora. Ele m orreu pelos nossos crucificado pelos pecados do mun­
pecados. Devido a ele e o seu evan­ do. Ele é meu amigo, meu Salva­
gelho, nossos pecados são lavados dor, meu Senhor e meu Deus. Oro
nas águas do batismo; pecado e de todo o coração que os santos
iniqüidade são queimados de nossa guardem seus mandamentos, te­
alma como que com fogo; e fica­ nham consigo o seu Espírito e ga­
mos limpos, temos uma consciên­ nhem uma herança eterna com ele
cia limpa, e obtemos aquela paz na glória celestial.
que ultrapassa todo entendimento. Ao iniciar esta conferência, es­
Nós cremos e temos o testemu­ peremos as bênçãos do Senhor e
nho e proclamamos ao mundo “que sua divina aprovação. Oro que o
não se dará nenhum outro nome e Senhor vos abençoe; e, como servo
não haverá nenhum outro caminho dele, eu vos abençôo. Em nome de
ou meio pelo qual os filhos dos ho­ Jesus Cristo. Amém.
que se levantou da morte no ter­
Em Que se Resume ceiro dia, tornando-se assim “as
primícias dos que dorm em ” (I Cor.
Esta Obra 1 5 :2 0 .); que por muitos foi visto
em Jerusalém e seus arredores, e
também neste hemisfério, os quais
testificaram que o viram e tocaram
e foram instruídos pelo Senhor res-
sureto. Pelo poder do Santo Espí­
rito que nos testificou, podemos
testem unhar estas grandes e trans­
cendentes verdades, o que fazemos.
E testificamos mais, que esta, “a
Presidente Gordon B. Hinckley dispensação da plenitude dos tem ­
Conselheiro na Primeira Presidência. pos” (D&C 112:30), da qual fa­
lam as escrituras, foi iniciada pela
“Nossa obra cuida da redenção, gloriosa visitação do Pai e do Fi­
edificação e salvação lho, para bênção de todos os dis­
dos que necessitam de ajuda.” postos a buscar e aprender.
Presidente Kimball, assegura-
mo-vos que, no mundo inteiro, as
eus irmãos e irmãs, tenho preces deste povo ascendem ao Pai

M certeza de estar falando por


todos vós, ao externar meu
apreço pela mensagem do Presi­
em vosso favor. Voltamos a en­
toar o belo hino de Evan Ste-
phens, composto para o nonagési­
dente Kimball, que acaba de ser mo aniversário de W ilford Woo-
lida por seu fiel e capaz secretário, druff:
D. A rthur Haycock. Damos graças por ti, querido
Muito obrigado, Presidente Kim­ [Profeta,
ball, por vosso conselho e parti­ Que Deus te dê consolo e bom
cularmente vosso testemunho de [ânimo;
Deus, nosso Pai Eterno e seu ama­ E tua luz continue a brilhar
do Filho, nosso Salvador e Reden­ [como agora,
tor. Ao vosso testemunho, soma­ Quando os anos vincarem tua
mos o nosso de que também sabe­ [fronte.
mos que Deus vive e que é o R e­ (H ym ns, n.° 386; N. do T. não
gente do universo, nosso Pai nos vertido para o português.)
céus; que Jesus Cristo, seu Filho Falando de orações, gostaria de
unigênito na carne, nasceu em Be­ externar nosso apreço a todos os
lém da Judéia como o prometido membros da Igreja pelas preces
Messias; que foi o A utor de mila­ feitas em favor de todas as autori­
gres, o único Homem perfeito que dades gerais. Reconhecemos a
viveu na terra; que foi crucificado grande e sagrada responsabilidade
e deu a vida em sacrifício pelos confiada a nós. Estamos cônscios
pecados de todos os homens; que de nossas insuficiências e da ne­
esse imenso ato expiatório tornou­ cessidade de auxílio divino para
-o R edentor de toda a humanidade; podermos levar avante a grande
obra ainda por fazer, para que convencido de ter feito minha par­
nossa causa alcance seu prometido te. Mas o bispo alegou que preci­
destino. savam de mim para m anipular os
Agradecemo-vos por vossas de­ cenários e cuidar de que fossem
monstrações de fé e dedicação, pe­ transportados com cuidado e mon­
lo imensurável serviço que pres­ tados corretamente, quando o
tais em favor do próximo, por vos­ ‘show’ percorresse as alas. Cedi
sa vida virtuosa, por vossas boas mais uma vez.
famílias e vossa integridade pes­ “Aquele bispo manteve-me ocu­
soal. Obviamente, alguns não es­ pado um a porção de tempo, e eu
tão a essa altura, mas até mesmo acabei envolvendo-me e gostando
muitos destes têm o desejo e se da coisa. Ele se mudou da ala, e
esforçam. Que as bênçãos do Se­ veio um novo bispo que continuou
nhor estejam com todos aqueles a cuidar de mim.
que procuram andar segundo seus “O Bispo Smith me entrevistara
ensinamentos. para sair em missão, mas eu esta­
va indeciso. Quando o Bispo So-
Agora, gostaria de ler-vos partes
rensen chegou, ele voltou ao as­
de uma carta que encontrei sobre
sunto e resolvi que faria. Quando
minha mesa. Modifiquei os nomes
para preservar o sigilo e abreviei-a o bispo e eu conversamos com
meus pais a respeito de minha de­
um pouco, parafraseando alguns
trechos. Diz a carta: cisão, eles responderam que não ti­
nham condições de me susten­
“Caro Presidente Hinckley, tar na missão. Papai disse ao bis­
“Quando o encontrei no eleva­ po que, se eu estava sendo sincero,
dor do hospital, senti forte impul­ deveria trabalhar e economizar pa­
so de escrever-lhe e contar algu­ ra minha missão.
mas coisas que aconteceram co­ “Como sabe, minha visão não é
migo. grande coisa. Ao com pletar dezes­
“Quando tinha uns dezesseis ou seis anos, eu tinha uma vontade
dezessete anos, não ligava para a louca de poder dirigir. Papai me
Igreja e não queria nada com ela. levou a diversos oftalmologistas,
Mas um bispo se preocupou comi­ sempre com o mesmo resultado. A
go e procurou-me, solicitando mi­ acuidade visual da minha vista di-
nha ajuda na confecção dos cená­
rios para um ‘show’ ambulante.
Naturalmente me neguei.
“Passados uns dez dias, ele vol­
tou à carga e eu novamente disse
não. Então ele explicou que recor­
rera a outros rapazes e que estes
responderam que não sabiam co­
mo fazê-lo, insistindo em que pre­
cisavam de mim. Finalmente, cedi
e pus-me a confeccionar os cená­
rios.
“Quando ficaram prontos, eu
disse: ‘Aqui estão seus cenários’,
reita era 2 0 /8 0 0 , e da vista es­ tumava cruzar na rua havia me­
querda 2 0 /5 0 , além de sofrer de ses, sem reconhecê-la.
astigmatismo. Nessas condições, “Depois da tal festa, passei duas
ganhar dinheiro suficiente para semanas com minha família na Ca­
uma missão não foi fácil. T raba­ lifórnia. Voltando para casa, des­
lhei na oficina de letreiros de uma cobri que meu amigo vinha saindo
loja de departam entos por uns seis com a garota que eu levara à festa.
a oito meses. Finalmente, o bispo Para vingar-me, convidei Marilyn
achou que estava em tempo de eu para sair comigo. Sem poder diri­
partir e conversou com meus pais. gir, minha irmã menor teve de fa­
Eu havia economizado mil dóla­ zê-lo por mim, e assim acabamos
res, e o resto, o bispo informou a indo ao jogo em companhia de um
meus pais, seria financiado pelo bando de garotos. Isso deveria ter
quorum de élderes. Depois de pen­ bastado para desanimar qualquer
sar algum tempo, papai respondeu outra moça. Eu, porém, voltei a
que, se alguém devia financiar mi­ convidá-la quando nossa família
nha missão, seria ele. Preenchi os foi colher cerejas silvestres no
papéis e recebi o chamado em canyon.
maio de 1961. “Finalmente conseguimos sair
“Fui m andado para o Japão, sozinhos. Papai dirigiu o carro até
onde adorei o povo e as experiên­ a casa dela, depois levamos papai
cias missionárias que tive lá. Meus para casa; na volta, passamos em
companheiros e eu batizamos di­ casa para apanhar papai, ele nos
versas pessoas. Quando cheguei levou até a casa dela e, a seguir,
em casa, voltei a trabalhar na ofi­ voltamos para casa. No encontro
cina de letreiros e quando saía pa­ seguinte, pedi-lhe que se casasse
ra o almoço, costumava cruzar na comigo, e ela disse não. Bem, saí­
rua com uma moça que evidente­ mos juntos mais algumas vezes; re­
mente trabalhava na mesma área. peti meu pedido e, finalmente, con­
Eu sabia que não me era estranha, segui um talvez. Achei que já era
mas não conseguia lembrar-me de um passo na direção certa. Persisti.
onde a conhecia. Passados seis meses, o senhor nos
“Bem, quando um de meus com­ casou no Templo de Lago Salgado.
panheiros de missão voltou para “Presidente Hinckley, eu pensa­
casa, passamos a sair juntos. Era va am ar minha eleita na época,
sempre ele quem dirigia o carro, mas, passados dezessete anos, sei
devido aos meus problemas de vi­ que agora a amo muito mais do
são. Certa noite, ele telefonou, que julgava possível. Nós temos
convidando-me para um encontro agora cinco filhos maravilhosos.
a quatro e eu fiquei telefonando “Tenho ocupado vários cargos
freneticamente em busca de uma na Igreja — regente de música, su­
moça que quisesse sair comigo. pervisor do Sacerdócio Aarônico,
Bem, fomos a uma festa e sabe todos os cargos no quorum de él­
quem era o par dele? Isso mesmo, deres, secretário-adjunto da ala,
a Irmã Marilyn Jones que também presidente dos setenta, secretário
esteve no Japão onde a vira uma executivo e agora sou conselheiro
única vez, conforme me lembrava do bispo.
agora. Era a moça com quem cos­ “Continuo trabalhando na ofici-
na de letreiros da loja de departa­ Ele conclui agradecendo, pres­
mentos. Uns treze anos atrás, ad­ tando testemunho e assinando seu
quiri uma casa pequena que foi fi­ nome. Tomei vosso tempo lendo
cando insuficiente com a chegada esta carta um pouco longa, por­
dos filhos. Ampliei-a, dobrando que julgo que ela traduz com sim­
seu tamanho. H á três anos que ve­ plicidade, embora eloqüentemente,
nho trabalhando nisso e estou pro­ do que cuida esta obra.
gredindo. Sob nossa sagrada e imperiosa
“Agora, o mais surpreendente. responsabilidade como membros
Faz dois anos em junho, procurei da Igreja de Jesus Cristo, nossa
um novo oftalmologista que, depois obra cuida da redenção, edificação
de examinar-me, perguntou quais e salvação dos que necessitam de
eram as restrições em minha car­ ajuda. Temos o dever de abrir os
teira de motorista. Respondi que olhos daqueles que não reconhe­
não tinha carteira de motorista. cem o enorme potencial que têm
Disse-me que provavelmente mi­ em si. Temos a responsabilidade
nha visão seria considerada acei­ de edificar a auto-suficiência, de
tável. Fiquei sentado ali um tanto incentivar e cultivar lares felizes
abalado, e minha mulher indagou: nos quais pai e mãe se respeitam
‘Quer dizer que ele poderia obter e os filhos crescem numa atmos­
carteira de motorista?’, ao que o fera de paz, afeto e apreço.
médico respondeu: ‘Não vejo im­ Lembrando-vos do que acabei
pedimento.’ No dia seguinte, minha de ler, esse homem, quando ado­
mulher matriculou-me numa auto- lescente, vagava sem rumo e des­
-escola e, terminado o curso, fui tino como acontece tantas vezes
buscar o documento de habilita­ nessa idade. Ele seguia o caminho
ção, tendo de submeter-me ao exa­ largo que leva à destruição. Perce­
me de vista. O médico dera-me um bendo o rumo que seguia, seu bis­
atestado explicando meu problema po, homem piedoso e dedicado, re­
e que seria melhor eu não dirigir conheceu seu talento artístico e
à noite. O examinador indicou as soube fazer que usasse esse talen­
letras e consegui lê-las sem difi­ to a serviço da Igreja. Esse bis­
culdade. Conversou com seu super­ po teve a sabedoria de reconhecer
visor, e aprovou-me com uma pe­ que muitos jovens aceitam um de­
quena restrição. safio quando se julgam necessá­
“Presidente Hinckley, o Senhor rios. Ninguém mais na ala tinha
me abençoou mais do que conse­ tanta competência para fazer a es­
guirei merecer. As pessoas dizem pécie de cenário que o bispo que­
que foi sorte minha visão ter me­ ria. O rapaz inativo era capaz,
lhorado tanto, mas sei que foi obra sendo elogiado e desafiado pelo
do Senhor. Devo isto a ter pro­ bispo e informado de que era ne­
curado servi-lo e ajudar a edifica­ cessário.
ção do seu reino na terra. Estou Eis a chave para a reativação
certo de que, às vezes fica desa­ de muitos que se deixaram ficar à
pontado comigo, e com razão. Mas beira do caminho. Cada um tem
procurarei merecer as bênçãos que um talento que pode ser aprovei­
derram a sobre mim e minha fa­ tado. Cabe aos líderes a tarefa de
mília.” com binar tais talentos com as ne-
-se à altura da situação, como ge­
ralmente acontece quando um ho­
mem é abordado com habilidade.
Encontrei Jack pela primeira
vez no Japão, quando servia como
missionário. Entrevistei-o algumas
vezes. Isto foi antes de contarmos
com o CTM. Então, rapazes e mo­
ças partiam sem nenhuma instru­
ção lingüística, Iançando-se sim­
plesmente ao trabalho quando che­
gavam ao seu destino. M aravilhou­
-me que esse jovem, com grave de­
ficiência visual, conseguiu apren­
der o difícil idioma e falá-lo com
desenvoltura. Atrás disso, havia
um profundo senso de devoção e
muito esforço e, acima de tudo,
certa humildade e confiança no
Senhor, cujo auxílio suplicava an­
siosa e sinceramente.
Posso afirmar-vos, pois fui tes­
cessidades, e a seguir fazer o desa­ temunha, que foi um milagre co­
fio. O rapaz da carta, que chama­ mo acontece em muitos outros
casos.
rei de Jack, aceitou o desafio e lo­
go se aproximou da Igreja em lu­ No Japão conheci e entrevistei
gar de afastar-se dela. diversas vezes a moça com a qual
se casaria mais tarde. Ela é dona
Seguiu-se o desafio da missão.
de um espírito maravilhoso, uma
Jack, que agora já se acostumara fé profunda e comovente senso de
a dizer sim em lugar de não, res­ dever. No campo missionário, não
pondeu afirmativamente. O pai, passaram de um único encontro
não inteiramente convertido, ale­ ocasional, pois trabalhavam em
gou que o filho deveria financiar áreas distantes entre si. Da expe­
sua própria missão. Isto não foi de riência comum, entretanto, nasce­
todo mau. Havia um lado positivo ra uma forma semelhante de ver
na exigência de que se tornasse in­ as coisas — uma linguagem nova
dependente. Ele foi trabalhar, ga­ com que testificar aos outros en­
nhou grande parte do necessário, quanto serviam na grande e abne­
fez economias, e quando havia gada causa de nosso Pai.
am ealhado mil dólares, o bispo, Como diz na carta, pediram-me
sob inspiração, achou que estava que celebrasse seu casamento no
na hora de ele partir. Jack seria Templo de Lago Salgado. Ambos
auxiliado pelos irmãos do quorum sabiam que, unicamente na casa do
de élderes. O pai, porém, com no­ Senhor, mediante a autoridade do
vo senso de orgulho e responsabi­ santo sacerdócio, poderiam ser
lidade para com o filho, mostrou- unidos para o tempo e a eternida-
de, num convênio que nem o tem ­ deste mundo, esses meus amigos
po nem a morte poderiam destruir. levam uma vida abundante. Pes­
Desejavam ter o melhor; não se soas como eles são a força da Igre­
satisfariam com nada menos que ja. Têm no coração a calma e só­
isso. É preciso reconhecer que am­ lida convicção de que Deus vive e
bos permaneceram fiéis aos sagra­ que somos responsáveis perante
dos convênios que fizeram na casa ele; que Jesus é o Cristo, o Cami­
do Senhor. nho, a Verdade, a Vida (ver João
O casamento deles foi agracia­ 1 4 :6 ); que esta obra é sua obra;
do com cinco lindas crianças. São que ela é verdadeira; e que ale­
uma família em que existe amor, gria, paz e saúde são obtidas an­
apreço e respeito recíprocos e que dando em obediência aos m anda­
procura viver com independência. mentos de Deus (ver D&C 89:18),
Uma casa pequena que foi amplia­ conforme está estabelecido nos en­
da é um lar em que pai, mãe e fi­ sinamentos da Igreja.
lhos vivem unidos, se reúnem em Não sei se os dois irmãos que
conselho e aprendem um do outro. serviram como bispos de Jack sa­
É um lar em que se lêem as escri­ bem o que ele se tornou. Se o sou­
turas, no qual se ora em família e berem, devem sentir uma doce sa­
em particular. Um lar no qual se tisfação. Existem milhares de bis­
ensina e dá exemplo do servir. É pos como eles, que servem noite e
um lar simples, uma família sem dia na grande obra da reativação.
ostentação. Eles não dispõem de E existem dezenas de milhares de
muitos recursos, mas de muita paz, Jacks na Igreja, cujo coração é to­
bondade e amor. Os filhos estão cado e são trazidos de volta à ati­
sendo criados e crescendo “na vidade pelo profundo senso de
doutrina e admoestação do Se­ preocupação, calma expressão de
nhor” (Efésios 6 :4 ). O pai serve afeto e o desafio para servir, vin­
fielmente na Igreja. Durante esses dos de um bispo e outros. Existem,
anos, nunca rejeitou um chamado. porém, muitos, muitos mais caren­
A mãe, igualmente, nas organiza­ tes da mesma atenção.
ções para mulheres e crianças. São Nossa obra é um grande traba­
bons cidadãos. Vivem em paz com lho redentor. Todos nós precisa­
seus vizinhos. Amam ao Senhor. mos empenhar-nos mais, porque
Amam a vida. Amam-se uns aos as conseqüências são tão m arcan­
outros. tes e eternas. Esta é a obra de
Agora foram alvo de um mila­ nosso Pai e ele nos deu a divina
gre. O crédito é dado ao Deus bon­ injunção de buscar e fortalecer os
doso e benevolente. Isto, também, necessitados e os fracos. Assim fa­
é da essência do evangelho, o po­ zendo, os lares de nosso povo en-
der curador e restaurador, seguido cher-se-ão de mais amor; a nação,
de reconhecimento e ação de seja qual for, será fortalecida pela
graças. virtude de seu povo; e a Igreja e
Não é nisso que se resume a o reino de Deus prosseguirão em
obra? Diz o Salvador: “Eu vim pa­ majestade e poder em sua missão
ra que tenham vida, e a tenham divinamente designada. Isto testi­
com abundância.” (João 10:10.) fico e por isto eu oro, em nome de
Sem grande abundância das coisas Jesus Cristo. Amém.
especial que, sendo usado, o guia­
Amai a Todos rá para as coisas celestiais. As fa­
mílias e os indivíduos que se preo­
cupam em conhecer a melhor ma­
neira de com partilhar o evangelho
ou de m ostrar mais interesse pelos
membros novos, ou os missioná­
rios que querem tocar o coração
daqueles que estão ensinando, tor­
nam essas influências celestiais
acessíveis a tais pessoas. Esse in­
Élder David B. Haight
do Quorum dos Doze Apóstolos grediente especial, quando instila-
do em cada um de nós, pode pro­
“ ‘A m ar é um verbo. Significa porcionar-nos a maior alegria. Ele
fazer — não somente dizer nos ajudará a sobrepujar o medo,
e pensar. A prova está no que a opressão, o ódio, o egoísmo, a
a pessoa faz, como ela age.’ ” m aldade e até mesmo o pecado.
Esse ingrediente especial deve ser
ro por uma bênção celestial, nutrido como o pequenino grão de

O enquanto permaneço neste


púlpito histórico para expres­
sar o que me foi designado para
m ostarda; é poderoso além do que
podemos expressar e foi ensinado
pelo próprio Salvador quando lhe
esta conferência. perguntaram qual era o m anda­
Prestamos testemunho de Cristo. mento da lei. Disse ele:
Nossa esperança e nossa salvação “Amarás o Senhor teu Deus de
estão em Cristo. Nossos esforços, todo o teu coração, e de toda a tua
esperanças e desejos de edificar o alma, e de todo o teu pensamento.
reino de Deus na terra estão cen­ “Este é o primeiro e grande
tralizados em seu nome sagrado. mandamento.
Proclamamos, como o fez João “E o segundo, semelhante a es­
Batista ao ver Jesus se aproximan­ te, é: Am arás o teu próximo como
do do Rio Jordão: “Eis o cordeiro a ti mesmo.
de Deus, que tira o pecado do “Destes dois m andamentos de­
m undo.” (João 1:29.) pende toda a lei e os profetas.”
Ele ensinava as doutrinas do seu (M ateus 22:37-40.)
evangelho, para que toda alma ti­ O amor é o ingrediente divino.
vesse oportunidade de obter as Sozinho ele descreve como pode
bênçãos da vida eterna. ser o nosso perfeito relacionamen­
Ao lutarmos para cumprir nossa to com nosso Pai Celestial, nossa
responsabilidade divina de difundir família e vizinhos, e de que manei­
seu evangelho, precisamos da me­ ra podemos realizar sua obra.
dida plena de todas as bênçãos Os dois m andamentos — amar
prometidas ao seu povo: crença, a Deus e am ar ao próximo — já
testemunho, paciência, obediência, haviam sido ensinados separada­
caridade, sabedoria e fé em sua mente por professores judeus, mas
palavra. Jesus os uniu e fez o segundo “se­
Creio que nosso Pai plantou na m elhante” ao primeiro; e pelo
alma do homem um ingrediente exemplo de sua própria vida, ele
fez do amor a Deus e do amor à “E de igual modo também um
hum anidade o coração do seu levita, chegando àquele lugar, e,
evangelho. “Nisto”, diz ele, “todos vendo-o, passou de largo.
conhecerão que sois meus discípu­ “Mas um samaritano, que ia de
los, se vos amardes uns aos ou­ viagem, chegou ao pé dele e, ven­
tros.” (João 13:35.) do-o, moveu-se de íntima compai­
Além de am ar a Deus, é-nos xão;
ordenado algo que, para muitos, é “E aproximando-se, atou-lhe as
o mandam ento mais difícil — amar feridas, deitando-lhes azeite e vi­
a todos, mesmo aos inimigos, ul­ nho; e, pondo-o sobre a sua caval-
trapassando as barreiras de raça, gadura, levou-o para um a estala-
classe ou relacionam ento familiar. gem, e cuidou dele;
É muito fácil ser gentil para com “E, partindo ao outro dia, tirou
aqueles que são gentis conosco, es­ dois dinheiros, e deu-os ao hospe­
te é o padrão normal de amizade deiro, e disse-lhe: Cuida dele; e
recíproca. tudo o que de mais gastares eu to
Será que não nos é ordenado pagarei quando voltar.
cultivar um a amizade genuína, “Qual, pois, destes três te pare­
mesmo afinidade, com todo ser hu­ ce que foi o próximo daquele que
mano na terra? Quem excluiríeis caiu nas mãos dos salteadores?
do vosso círculo de amizades? Se “E ele disse: O que usou de mi­
formos preconceituosos quanto à sericórdia para com ele. Disse,
vizinhança, às posses ou à raça — pois, Jesus: Vai, e faze da mesma
atitudes certamente condenadas m aneira.” (Lucas 10:30-37.)
por Cristo — estaremos negando a A diferença essencial entre o sa­
nós mesmos a proximidade com m aritano e os outros dois homens
nosso Salvador. foi que um tinha um coração com­
O amor não tem barreiras, nem passivo e os outros dois, corações
limites de boa vontade. egoístas. Apesar de os samaritanos
Ao doutor da lei que perguntou: serem desprezados pelos judeus
“Mestre, que farei para herdar a naquela época — tanto o sacerdote
vida eterna?”, acrescentando os quanto o levita eram judeus — ,
m andamentos de “Am arás . . . mesmo assim deveriam ter socorri­
Deus . . . e ao teu próximo como do o pobre homem, mas não o fi­
a ti mesmo,” Jesus respondeu: zeram.
“Faze isto, e viverás.” O doutor “Nós não podemos entender a
insistiu: “E quem é o meu próxi­ natureza plena e essencial do
mo?” (V er Lucas 10:25-29.) A am or”, escreveu o Élder John A.
parábola do Salvador, narrada a Widtsoe. “Mas há provas pelas
seguir, é a pura essência do amor: quais podemos reconhecê-lo.
“Descia um homem de Jerusa­ “O amor é sempre fundam enta­
lém para Jericó, e caiu nas mãos do na verdade . . . Mentiras e
dos salteadores, os quais o despo­ fraudes, ou qualquer outro tipo de
jaram e, espancando-o se retira­ violação da lei moral, são provas
ram, deixando-o meio morto. de falta de amor. O amor perece
“E ocasionalmente descia pelo entre a m entira. . . Assim, . . .
mesmo caminho certo sacerdote; (aquele) que finge para a pessoa
e, vendo-o, passou de largo. amada, ou lhe oferece qualquer
coisa contrária à verdade, não a sus ensinou: “Ninguém tem mais
ama realmente. amor do que este: de dar alguém
“Ainda, o amor não ofende, ma­ a sua vida pelos seus amigos.”
goa ou fere a pessoa am ada. . . A (João 15:13.)
crueldade está tão longe do amor No início deste ano, um avião co­
. . . quanto a verdade da menti­ mercial afundou no Rio Potomac,
ra . . . perto da cidade de Washington,
“O am or é uma força positiva, D.C., e um passageiro não identi­
ativa. Ele ajuda o ser amado. Se ficado deu a vida pelos seus “ami­
houver necessidade, o amor tenta gos desconhecidos.” Curiosos que
preenchê-la. Se houver fraqueza, o estavam no local observaram-no
amor a substitui por força. . . O perplexos, pois quando o helicóp­
amor que não ajuda é um amor tero baixou o salva-vidas para
falso ou transitório. retirar os que estavam na água,
“Por melhores que sejam estas ao invés de pegá-lo para si mes­
provas, há uma ainda maior. O mo, ele o estendeu a outra pes­
verdadeiro amor se sacrifica pela soa. “Por que ele não se segura
pessoa am ada. . . Esta é a prova e salva a si mesmo?”, alguém gri­
suprema. Cristo deu a si mesmo, tou. Depois de haver salvo algu­
deu a vida por nós, proclamando mas pessoas que estavam ao seu
assim a realidade do seu amor por redor, as pessoas postadas nas
seus irmãos e irmãs mortais.” (A n margens viram com tristeza seu
Understandable Religion, Salt La- corpo afundar vagarosamente, de­
ke City: Deseret Book Co., 1944, saparecendo nas águas geladas.
p. 72.) “Se um único homem alcança o
Saber que devemos amar não mais alto grau de am or”, escreveu
basta. Mas, quando o conhecimen­ M ahatm a Gandhi, “isto será sufi­
to é transform ado em ação, o amor ciente para neutralizar o ódio de
nos garante as bênçãos do céu. Je­ milhões.” (Herm ann Hagedorn,
Prophet in the Wilderness: The O am or de Deus é o meio pelo
Story of Albert Schweitzer, N .Y .: qual descobrimos os poderes divi­
M acMillan Co., 1948, página tí­ nos que nos ajudarão a viver dig­
tulo.) nam ente e a sobrepujar o mundo.
Deus não nos ama porque so­ Os métodos mundanos, de pro­
mos amáveis, porque temos perso­ mover grandes causas em benefício
nalidade agradável, senso de hu­ de outros, foram descartados pelo
mor ou porque de vez em quando Salvador. Ele não tinha dinheiro
demonstramos bondade excepcio­ para com prar influência. Jamais
nal. A despeito de quem somos e usou publicações. A espada era
do que fizemos anteriormente, contra seus princípios. O povo de
Deus quer derram ar sobre nós o sua própria raça não o reconheceu.
seu amor, pois mesmo aqueles que Ele plantou seus ideais somente no
são difíceis de se amar, são precio­ coração de uns poucos. Em sua
sos aos olhos do Senhor. m aioria eram pobres; mas eles se
Em recente cerimônia universi­ reuniram, ouviram, oraram e acre­
tária em homenagem à M adre T e­ ditaram em suas palavras. Confor­
resa — que tem dedicado a vida me lhes ensinara o Mestre, eles se
a serviço dos pobres, dos leprosos m isturaram entre os outros homens
e das crianças abandonadas de to­ e transm itiram os novos ideais por
do o mundo — ela disse: “Am ai­ suas ações, suas palavras, do amor
-vos uns aos outros com um cora­ sincero e da amizade, nunca pela
ção lim p o ... (Os pobres) não força; desta m aneira a obra se es­
têm fome de pão; eles têm fome de palhou.
am or.” ( The Salt Lake Tribune, Deus atinge seus objetivos de
31 de maio de 1982, p. 4-A .) coração para coração. O Profeta
“O homem que tem em si mes­ Néfi nos ajuda a entender isto: “É
mo o amor de Deus”, escreveu o o am or de Deus que se derrama
Profeta Joseph Smith, “não se con­ nos corações dos filhos dos ho­
tenta em abençoar somente sua fa­ mens; é, portanto, a coisa que mais
mília, mas abarca o mundo inteiro se deve desejar.” (1 Néfi 11:22.)
ansioso de abençoar toda a raça A profundidade e a magnitude
hum ana.” (History of the Church do am or de Deus a todos os seus
4 :2 2 7 .) filhos são enfatizadas nos escritos
Como podemos fazer jus ao de João: “Porque Deus amou o
amor de Deus? O Salvador ensi­ mundo de tal m aneira que deu o
nou: seu Filho Unigênito, para que todo
“Se guardardes os meus m anda­ aquele que nele crê não pereça,
mentos, permanecereis no meu mas tenha a vida eterna.” (João
amor; do mesmo modo que eu te­ 3 :16.)
nho guardado os mandamentos do O Irm ão Willes e sua esposa fo­
meu Pai, e permaneço no seu ram chamados para servir como
am or.” (João 15:10.) missionários na Missão de Halifax,
O amor é uma dádiva de Deus. Canadá, e a seguir, designados ao
À medida que obedecemos às suas extremo norte, em Canbrook, Ter­
leis e aprendemos a servir aos ou­ ra Nova. As instruções do presi­
tros sinceramente, desenvolvemos dente de missão foram : “Vão para
o amor de Deus. lá e fortaleçam o ramo. Encontrem
um lugar onde o povo possa reu­ cado, Jesus nos aproxima verda­
nir-se, e sejam embaixadores da deiramente de seu Pai, se assim o
boa vontade.” desejarmos. Estas palavras expres­
Esse casal fiel foi uma influência sivas, que verdadeiramente trans­
benéfica para muitas vidas. O Ir­ mitem nossos sentimentos, são
mão Cheney fez um relato dos inú­ cantadas por nós:
meros sucessos que tiveram entre Assombro m e causa o amor que
o povo, concluindo-o com este tri­ m e dá Jesus;
buto à sua amável companheira: Confuso estou pela graça de sua
“Deixando de lado os vários luz
exemplos, a Irm ã Cheney fez a E temo ao ver que por m im sua
maior contribuição para o nosso vida deu;
sucesso. Sua missão foi um traba­ Por mim tão humilde, seu sangue
lho de amor — ensinou como fazer Jesus verteu.
uma horta, como armazenar, cos­ Surpreso estou que quisesse Jesus
turar, fazer acolchoados e como baixar
prestar serviço compassivo. Foi Do trono divino e m inh’alma res­
amada por todos, devido ao seu gatar
excelente exemplo como esposa, Que desse meu Mestre perdão a tal
mãe e amiga.” pecador,
Ele continua dizendo: “Nós aju­
P’ra justificar minha vida com seu
damos o ram o a adquirir uma ca­
amor
pela e vimos vinte e sete novos
Relembro que Cristo na cruz se
membros se unirem à Igreja, bem
como o retorno de muitos que es­ deixou pregar;
tavam inativos.” Pagou minha dívida posso eu ol­
Esse casal adorável demonstrou vidar?
seu amor ao Senhor e a seus novos N ão! Não! E por isso ao seu trono
vizinhos, mesmo estando longe de orarei
casa. A vida e tudo o que tenho eu lhe
Alguém escreveu: “A m ar é um darei.
verbo.” Significa fazer, não somen­ (Hinos, n.° 62.)
te dizer e pensar. A prova está no Que cada um de nós possa cum­
que a pessoa faz, como age, pois prir sua responsabilidade, na reali­
o amor é transmitido por palavra zação da obra e glória de Deus de
e ação. “trazer a im ortalidade e a vida
João, o Bem-Amado, que tinha eterna ao homem” como por ele
uma intimidade especial com nos­ foi declarado, lutando para atingir
so Senhor, escreveu: a perfeição e sendo obediente a to­
“Nisto está a caridade, não em das as leis e ordenanças do evan­
que nós tenhamos amado a Deus, gelho — sendo assim fortalecidos
mas em que ele nos amou a nós, por nossa aquiescência aos grandes
e enviou seu Filho para propicia- m andamentos de amar a Deus e ao
ção pelos nossos pecados. próximo, é a minha oração ao
“Amados, se Deus assim nos prestar testemunho de que esta é
amou, também nós devemos am ar sua obra e que ele ama cada um
uns aos outros.” (I João 4:10-11.) de nós. Em nome de Jesus Cristo,
Por ter pago nosso débito de pe­ amém.
“Minha Alma se Deleita
nas Escrituras”
to na M arinha, nunca tivera opor­
tunidade de perceber, com espan­
to, existirem tantas pessoas que
nunca tinham visto um mórmon ou
ouvido falar do mormonismo. Lo­
go percebi quão limitado era o
meu conhecimento do evange­
lho. Fizeram-me muitas perguntas
Bispo J. Richard Clarke agressivas sobre a Igreja, que tive
Segundo Conselheiro no dificuldade em responder. Eu era
Bispado Presidente o único mórmon em nossa unidade
militar; portanto, não havia nin­
“A s escrituras são a palavra guém a quem recorrer em busca
de Deus. Se quisermos conhecê-lo de conselho. A única escritura que
devemos ler suas palavras, eu possuía era uma edição de bol­
pois é através delas que se revela so do Livro de Mórmon. Envergo­
aos puros de coração." nhado, confesso que por diversas
vezes deixei Léhi e sua família em
ma das mais belas e inspi- algum lugar do deserto.

U radoras passagens do Livro


de M órmon é muitas vezes
chamada de “O Salmo de Néfi” .
Enquanto crescia como um
membro ativo da Igreja, não vi ne­
cessidade premente ou mesmo cer­
Inicia-se com estas palavras como­ ta urgência em estudar as escritu­
ventes: “M inha alma se deleita nas ras e os ensinamentos dos profetas.
escrituras, e meu coração medita Quando me faziam uma pergunta
sobre elas, e as escreve para instru­ ou quando tentavam ridicularizar a
ção e proveito de meus filhos. mim ou à Igreja, a única coisa que
“E eis que minha alma se deleita eu podia fazer era falar-lhes sobre
nas coisas do Senhor.” (2 Néfi minhas convicções pessoais, adqui­
4:15-16.) ridas através da minha família e de
Estas palavras têm um significa­ meus professores. Tentava então
do especial para mim. Cresci num a compensar m inha falta de conheci­
pequena comunidade mórmon e mento sendo um bom exemplo dos
fui criado num a boa família SUD. princípios que eu professava ter.
Ensinaram-me a amar o Senhor, a Após deixar a M arinha, recebi
reverenciar seu nome e a comuni­ um chamado missionário. Ainda
car-me com ele em oração. Era não havia desenvolvido um apetite
ainda muito jovem quando aprendi real pelo conhecimento das escritu­
que o Pai e o Filho tinham apare­ ras e não entendia a relação exis­
cido a Joseph Smith. Acreditei tente entre o entendimento das es­
quando ainda era garoto e nunca crituras sagradas e “ser um bom
duvidei quando me tornei homem. SUD” . Depois de um breve treina­
Entretanto, até o meu alistamen­ mento na antiga Casa da Missão
em Lago Salgado, meus com pa­ perado tanto. Desperdicei tanto
nheiros e eu fomos enviados ao tempo durante o serviço militar.
Texas para começar a obra en­ Que tesouro inestimável eu havia
quanto esperávamos o navio que ignorado! Tenho certeza de que se­
nos levaria à África do Sul. Esse remos julgados pela m aneira como
curto período serviu para expandir usamos nosso tempo.
m inha visão da que iria realizar Há tanto para aprender pelo
nos próximos dois anos. Bem de­ exemplo do jovem Profeta Joseph
pressa fiquei bastante humilde. Smith, cujo estudo persistente e de­
Ao navegarmos em direção à ci­ voto da Bíblia sagrada o levou a
dade do Cabo, uma dessas situa­ procurar o Deus dos Céus para ob­
ções inesperadas que o destino nos ter orientação divina. Esse ato o
apresenta, m udou minha vida in­ colocou no limiar da maior reve­
teira. Deveria ser uma viagem de lação jamais dada ao homem, des­
vinte e oito dias, mas nosso navio de o ministério m ortal do próprio
apresentou problemas na caldeira Salvador. D urante toda a vida, o
logo que cruzamos o equador. Pra­ Profeta continuou a pesquisar e a
ticamente nos arrastam os até o meditar até atingir um domínio to­
Porto de Recife, no Brasil, mas na tal das Escrituras.
chegada batemos nos rochedos, Outro rapaz, Spencer W. Kim­
abrindo um a fenda no casco. Um ball, estava com quatorze anos
rebocador nos socorreu; só chega­ quando Susan Gates fez um dis­
mos à cidade do Cabo depois de curso na conferência da estaca à
uma viagem de oitenta e quatro qual pertenciam. Ele relembra:
dias. Tive muita sorte de com par­ “Ela fez um discurso estimulante
tilhar meu alojam ento durante esse sobre a leitura das escrituras. . .
tempo com um bom companheiro então p a ro u . . . para perguntar­
chamado Roy Stevens, um dedica­ -nos ‘Quantos de vocês já leram a
do estudioso do evangelho. Seu pai Bíblia do princípio ao fim?’
também fora missionário e incluíra “ . . . Meu coração acusador me
na bagagem de Roy um a caixa disse: ‘Você, Spencer W. Kimball,
grande com livros da Igreja. Foi você nunca leu esse livro. Por
durante esse confinamento que um quê?’ Olhei ao meu redor. . . para
mundo totalmente novo de conhe­ ver se era o único omisso. Entre
cimento do evangelho se abriu pa­ as inúmeras pessoas que estavam
ra mim. ali presentes, talvez só um a meia
Foi um tempo dedicado ao estu­ dúzia ergueu a mão orgulhosamen­
do, à meditação e à oração. Li to­ te. . . Quando a reunião acabou,
das as obras-padrão de capa a ca­ . . . corri para casa. . . apertando
pa, bem como Jesus, o Cristo e os dentes e dizendo para mim mes­
muitos outros livros da Igreja. mo: ‘Eu lerei. Eu lerei.’ ”
Nessa viagem recebi do Senhor o Ele entrou em casa, pegou uma
testemunho de que o Livro de lamparina de querosene e subiu as
Mórmon é a palavra de Deus. Foi escadas do sótão onde ficava seu
lá que vim a saber que Jesus é o quarto. “L á”, diz ele, “abri a Bí­
Cristo. Foi lá, também, que desen­ blia em Gênesis. . . lendo noite a
volvi um apetite insaciável pelas dentro as histórias de Adão e
verdades eternas. Que pena ter es­ E v a . . . passando pelo dilúvio e
que fizesse um discurso responden­
do à pergunta: “De que maneira
você desenvolveu amor pelas escri­
turas?”
Ele disse: “Primeiramente de­
senvolvi amor pelas escrituras
através de minha mãe. Lembro-me
de que ela costumava ensinar-me
enquanto passava roupa. Eu per­
cebia como ela amava as escritu­
ras, pela m aneira como falava so­
bre os profetas. Como ela os ama­
va! Quando fiquei mais velho, cos­
tumava ouvir gravações das escri­
turas. Queria conhecê-las como
meu pai as conhecia. Às vezes ele
entrava na sala enquanto eu as es­
tava escutando, e no mesmo ins­
tante identificava exatamente que
escritura eu estava ouvindo. Que­
ria ser capaz de fazê-lo tam bém .”
Talvez vos recordeis da agradá­
vel experiência com partilhada pelo
Presidente Romney enquanto lia o
chegando até A braão.” (President Livro de M órmon com seu filho.
Kimball Speaks Out, Salt Lake Ci­ Dizia ele:
ty: Deseret Book Co., 1981, pp. “Lembro-me de o estar lendo
92-93.) com um de meus filhos, quando es­
Continuou a ler um pouco todas te era ainda bem jovem . . . Está-
as noites. A pesar de nem sempre vamos lendo, alternadam ente e em
entender o que estava lendo, tinha voz alta, os parágrafos dos últimos
feito um a promessa a si mesmo. três capítulos de Segundo Néfi. Es­
Ao término do ano havia term ina­ cutei sua voz meio embargada
do a leitura. Essa façanha estabe­ e pensei que estivesse resfriado,
leceu um modelo para sua vida. Os mas continuamos até o final dos
sermões e os escritos do Presidente três capítulos. Ao term inar ele me
Kimball não deixam dúvidas de disse: ‘Papai, você já chorou ao ler
que dedicou longas horas à aquisi­ o Livro de M órm on?’
ção de profundo conhecimento das “ ‘Sim, filho’, respondi. ‘Às ve­
sagradas escrituras. zes o Espírito do Senhor testifi­
Estou convencido de que as fa­ ca com tal força à minha alma, que
mílias, mesmo as criancinhas, po­ o Livro de M órm on é verdadeiro,
dem aprender a amar as escrituras. que não posso evitar as lágrimas.’
H á alguns anos, quando eu estava “ ‘Bem’, disse ele, ‘foi isto que
em Colorado Springs, Colorado, aconteceu comigo esta noite.’ ” (A
para assistir a uma conferência, Missão que Recibi do Senhor,
pedi ao Irmão M ark McConkie, fi­ Guia do Sacerdócio, 1977-78.)
lho do Élder Bruce R. McConkie, Algum tempo depois, enquanto
lia um livro de Jack London com ou partes dela. Ao final de 1982,
Brandon, meu filho caçula, antes o Livro de M órmon ou alguns tre­
de ir para a cama, lembrei-me da chos selecionados dele, terão sido
história do Presidente Romney e impressos em cinqüenta e sete lín­
pensei: Que experiência maravilho­ guas.
sa estamos perdendo por não ler- Nós somos beneficiários de gran­
mos juntos as obras-padrão. Antes des sacrifícios. Que desculpa temos
que ele saia para a missão, quero então, para não tirar vantagem dis­
que esteja bem familiarizado com to? Irmãos e irmãs, não precisais
os grandes heróis da literatura sa­ ser estudantes natos para lerem as
cra, para que possa moldar sua escrituras; precisais apenas de amar
vida de acordo com a deles. Come­ o Senhor.
çamos a lê-los quinze minutos ou
Quando pregava entre os nefitas,
mesmo um capítulo por dia. Que
o Salvador deixou bem claro o va­
experiência edificante! Eu vo-la re­
lor dos registros sagrados: “E, eis
comendo.
que, vos digo que deveis examinar
Todos os nossos registros sagra­
estas coisas. Sim, ordeno-vos que
dos chegaram até nós por um pre­
examineis estas coisas diligente­
ço bem alto. Quando consideramos
mente; . . .
as difíceis provações pelas quais a
Bíblia tem passado em todos estes “Prestai atenção às minhas pa­
anos, seja durante as conquistas ou lavras; registrai as coisas que vos
mesmo durante as perseguições, o falei;. . .
que assombra não é estar comple­ “Examinai o que disseram os
ta ou traduzida corretamente, mas profetas, porque muitos são os que
sim o simples milagre de haver so­ testificam destas coisas.
brevivido. “E aconteceu que, depois de Je­
A vida de Labão foi tirada por sus haver pronunciado essas pala­
m andamento divino, para que a na­ vras, e haver explicado todas as
ção nefita não “degenere. . . em escrituras que eles haviam recebi­
incredulidade.” (1 Néfi 4:13.) Pen­ do, assim prosseguiu: Eis que eu
sai na labuta dos profetas nefitas desejaria que escrevêsseis outras
que mantiveram os registros de seu escrituras que não tendes.
povo para que as gerações futuras “Por que razão não escrevestes
pudessem beneficiar-se de suas ex­ que muitos santos se levantaram e
periências. Pensai nos milhões de apareceram a muitos e lhes minis­
pessoas que viveram em épocas em traram ?
que não havia facilidade de impres­ “E aconteceu que Néfi se lem­
são ou de tradução, ou mesmo, em brou de que isso não havia sido
épocas que, devido à opressão po­ escrito.
lítica ou ignorância do povo, estes “E sucedeu que Jesus ordenou
não tiveram acesso às escrituras. que fosse escrito;. . .
Pensai nas bênçãos de se viver nes­ “E então, depois de Jesus ter ex­
ta dispensação em que as escrituras plicado, em uma, todas as escritu­
sagradas estão a nossa disposição. ras que tinham registrado, ordenou­
Em 1981, as Sociedades Bíblicas -lhes que ensinassem o que havia
Unidas distribuíram, pelo mundo, sido por ele explicado.” (3 Néfi
444.000.000 de Bíblias completas 23:1, 4-6, 11-14.)
Concordo com o conselho enér­ escreveu.” (Discurso proferido na
gico que o Presidente Romney deu Convenção de Coordenadores, Se­
a um grupo de coordenadores do minários e Institutos de Religião,
Seminário e do Instituto em 1973. 13 de abril de 1973.)
Ele lhes disse, conforme passa a ci­ Temo que haja muitos SUD que
tar: “Eu não conheço o evangelho não possuem um testemunho do
muito além do que aprendi nas evangelho por esforço próprio. Se­
obras-padrão. Quando bebo em rá possível que estejais vivendo na
uma fonte, gosto de tirar a água da luz refletida por aqueles que ora­
nascente e não do córrego abaixo ram e meditaram nas revelações de
onde o gado já pisou. . . Aprecio Deus? O testemunho surge através
a interpretação de outras pessoas, do empenho pessoal de cada um.
mas quando se trata do evangelho, O Senhor nos proporcionou os
precisamos estar familiarizados meios para a salvação, mas nosso
com o que o Senhor diz. . . Vocês sucesso depende do esforço indi­
têm a obrigação de ler o Livro de vidual. Termino com esta admoes-
Mórmon e Doutrina e Convênios; tação do Profeta Joseph Smith, da­
e. . . todas as escrituras, com o in­ da em 1832:
tuito de descobrir o que eles con­
“Examinem as escrituras; exami­
têm e seu significado e não para
nem as revelações que publicamos,
provar alguma idéia particular.
e peçam ao Pai Celestial, em nome
Leiam-nos somente, rogando ao
de seu Filho Jesus Cristo, que lhes
Senhor que os façam entender o
manifeste a verdade; e se o fizerem
que ele tinha em mente quando os
com os olhos fitos na sua glória,
nada duvidando, ele lhes responde­
rá pelo poder do seu Santo Espíri­
to. Assim, saberão por si mesmos
e não por intermédio de outros.
Não dependerão mais do homem
para conhecer a Deus, nem haverá
lugar para especulações. Não; por­
que quando os homens recebem
instrução daquele que os fez, sabem
como ele os salvará. É por isso que
repetimos: Examinem as escrituras;
examinem as profecias e verifiquem
o que se aplica a vocês. (Ensina­
m entos do Profeta Joseph Smith,
p. 13-14.)
Acrescento meu testemunho a
esta declaração. As escrituras sa­
gradas são a palavra de Deus. Se
quisermos conhecê-lo, devemos ler
suas palavras, pois é através delas
que ele se revela aos puros de co­
ração. Testifico isto em nome de
Jesus Cristo, amém.
rem fielmente aos m andamentos e
“Ouvintes e aceitarem todas as suas ordenan­
ças.
Cumpridores” Alguma vez já pensastes no pro­
cesso pelo qual o evangelho salva
as pessoas? A fé, o arrependimento
e o batismo vêm em primeiro lu­
gar, é claro. Mas há mais, muito
mais.
A verdadeira salvação requer
que sejamos um com o Senhor em
palavra, pensamento e propósito.
Podemos medir nosso progresso
Élder Mark E. Petersen em direção à salvação, simplesmen­
do Quorum dos Doze Apóstolos te determ inando quão cristãos so­
mos. Se não nos estamos tornando
“A verdadeira salvação requer cada vez mais parecidos com ele
que sejamos um com o Senhor em no viver diário, não estamos pro­
palavra, pensamento e gredindo em direção à salvação co­
propósitos mo deveríamos.
Tornar-se semelhante a Cristo é
stamos gratos por mais esta um a questão de crescimento espi­

E oportunidade de prestar tes­


temunho do Senhor Jesus
Cristo e sua filiação divina, pois é
ritual diário. Assim como a flor se
desenvolve de uma semente e a
criancinha se torna pessoa adulta,
verdadeiramente o Filho bem-ama- podemos crescer espiritualmente
do e unigênito de nosso Pai Celes­ dia a dia até adquirirmos, finalmen­
tial. te uma personalidade semelhante à
Novamente testifico que é o nos­ de Cristo.
so Salvador e Redentor, o nosso Um de nossos poetas descreveu
Criador, aquele que fez o céu e a assim :
terra.
É também nosso amigo — nosso Não alcançamos o céu num
melhor amigo. Ele m orreu por nós. [único salto;
Não é esta a dem onstração supre­ mas construímos a escada pela
ma de amizade? [qual subimos
Da terra aqui em baixo até a
Ele proporcionou-nos a ressur­
[celeste abóbada,
reição da morte, a qual é inerente
Galgando seu cume degrau por
a todas as pessoas que viveram ou
[degrau.
viverão na terra.
(Josiah Gilbert Holland, “Gra-
Que grande dádiva! Que grande datim ”, in Masterpieces of Re-
Amigo! Que Personagem poderoso!
ligious Verse, ED; James Dalton
Por mais maravilhosa que seja a
Morrison, N .Y .: H arper and
nossa ressurreição, ou por mais
Brothers, 1948, p. 443.)
alegres que fiquemos diante de nos­
sa vitória sobre a morte, a salvação Jesus, o Salvador, é o exemplo
em seu reino é algo bem diferente. supremo de como devemos edificar
Virá somente àqueles que obedece­ nossas almas.
“Portanto que classe de homens dem cancelar todos os benefícios
devereis ser?” pergunta ele e depois proporcionados pelas ordenanças
responde: “Assim como eu sou.” da Igreja.
(3 Néfi 2 7 :27.) As escrituras são bem claras
Não podemos tornar-nos como quando nos dizem como levar uma
ele é de uma hora para outra. É vida cristã. É por isso que devemos
um processo paulatino, eterno. T o­ lê-las constantemente.
dos os dias e a toda hora devemos Por exemplo, somos ensinados a
lutar para nos tornarmos como ser pobres de espírito, isto é, hu­
ele é. mildes. Somos ensinados a ser
E como isso se processa? De­ mansos. (V er Mateus 5 :3 ,5 .) Não
senvolvendo em nós os mesmos atri­ estamos agindo como cristãos
butos de caráter que fizeram dele quando somos egoístas, orgulhosos
o que é. ou arrogantes.
Isto não se consegue somente es­ É-nos ensinado a amá-Lo a tal
tudando as escrituras, nem apenas ponto que teremos fom e e sede de
pelo batismo em si ou ainda rece­ justiça. (Ver Mateus 5:6.) Será que
bendo o sacerdócio ou mesmo tor­ entendemos o que isso significa?
nando-nos oficiantes do templo. Ele é completamente justo. Nós
Tudo isso é obviamente necessário, desejamos ser como ele é. Mas,
mas nenhum deles isoladamente é o será que esse nosso desejo é tão
suficiente. profundo que nos dá fome e sede
Em tudo e acima de tudo, pre­ de justiça?
cisamos desenvolver um coração Até onde vai nosso desejo de tri­
cristão, passar por uma m udança lhar os seus caminhos? Isto, por
profunda. O Profeta Alm a ensinou: si só, pode medir a profundidade
“Não te admires de que a hum a­ de nossa conversão e desejo! Esta
nidade, sim, homens e mulheres, palavra desejo! Desejo! Quão pro­
todas as nações, famílias, línguas fundo é nosso desejo de justiça?
e povos, tenham que nascer outra Ser cristão também significa ser
vez; sim, nascer de Deus, ser mu­ bondoso. Alguma vez ele foi inde­
dados de seu estado carnal e decaí­ licado? Se não temos gentileza e
do a um estado de justiça, e redi­ caridade para com os outros, será
midos por Deus, tornando-se seus que podemos dizer que nos parece­
filhos e filhas; mos com ele?
“E tornam-se assim”, diz Alma, O utra lei que deve ser compre­
“novas criaturas; e, se assim não endida se queremos tornar-nos co­
fizerem, não poderão de modo al­ mo ele, é a Regra de Ouro — fazer
gum herdar o reino de Deus.” aos outros o que gostaríamos que
(M osiah 27:25-26.) nos fizessem.
Reparai nesta última sentença: Quantos de nós vivemos real­
“Se assim não fizerem, não pode­ mente este mandamento? No en­
rão de modo algum herdar o reino tanto, haverá salvação sem ele? A
de Deus.” Eis um aviso bem claro resposta encontrareis no capítulo
para todos nós. vinte e cinco de Mateus.
A menos que mudemos nosso O que significa fazer aos outros
coração e sigamos os ensinamentos o que gostaríamos que fizessem a
do Salvador, nossos pecados po­ nós?
Será que gostaríamos que fos­ taria.” (I Cor. 13:1-3; itálicos
sem cruéis para conosco? Claro que acrescentados.)
não. Gostaríamos que nos passas­ Na realidade, ele diz que seria­
sem para trás? Será que apreciaría­ mos como nada, exceto é claro,
mos ser enganados ou roubados? que seriamos como o metal que soa
Então por que haveríamos de enga­ ou o sino que tine. (V er I Cor.
nar nosso próximo ou mesmo rou­ 13:1.)
bá-lo? A desonestidade, em todas O Salvador disse: “Bem-aventu­
as suas formas, é desprezível e de­ rados os limpos de coração, por­
gradante. Seria um a atitude cristã? que eles verão a Deus.” (M ateus
Quase não ousamos mencioná-la 5 :8 .) '
ao mesmo tempo pois é realmente Será que qualquer outra pessoa
anticristã! que assim não agir poderá vê-lo ou
O Senhor nos ensina a ser paci­ mesmo chegar à sua presença? Se­
ficadores, evitar ofensas, desenten­ ria possível a qualquer coisa im­
dimentos e disputas. (V er Mateus pura?
5 :9 .) Não deveríamos fazer um O que o Senhor disse sobre a
esforço consciente de nos entender impureza?
bem com as outras pessoas, e mais “Não toqueis em coisa imunda,
especificamente os de nossa famí­ . . . purificai-vos, vós, os que levais
lia? os vasos do Senhor!” (3 Néfi
Nenhum homem deveria discutir 20:41.) Isto foi o que ele disse e
com a esposa ou dar-lhe motivo exatamente o que quis dizer.
para discussão. As escrituras tam ­ É um m andamento divino. Se
bém nos ordenam a ‘‘não provocar credes em Cristo, não toqueis em
a ira de nossos filhos”. (V er Efé- coisa imunda!
sios 6 :4 .) Se surgirem irritações no A luxúria e a cobiça são suma­
lar, estas deveriam ser amainadas mente destrutivas. O pecado sexual
com verdadeiro espírito cristão. é mortal. A intoxicação é viciosa.
Se quisermos ser semelhantes ao A avareza é do demônio. Como
também o egoísmo, pois leva a to­
Salvador, dificilmente poderemos
das as formas de desonestidade.
carecer da verdadeira caridade. O
Eles contaminam e desmoralizam
que diz o Apóstolo Paulo a res­
nossa alma. São totalmente opos­
peito?
tos ao viver cristão.
“Ainda que eu falasse a língua Mas o que ele disse a respeito de
dos homens e dos anjos. . . pureza?
“E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mis­
térios e toda a ciência. . .
“E ainda que distribuísse toda a
minha fortuna para sustento dos
pobres, e ainda que entregasse o
meu corpo para ser queimado, e
não tivesse caridade, (e não tivesse
o am or de Cristo para com a mi­
nha família e para com as outras
pessoas), nada disso me aprovei­
O rou para que aqueles que o as vossas ofensas.” (Mateus
seguissem fossem purificados pelo 6:14-15.)
viver reto para que fossem puros Podemos presumir que chegare­
assim como ele é, a fim de que, mos à sua sagrada presença se ain­
como ele mesmo diz: “Para que eu da estamos maculados por pecados
possa estar neles, como tu, Pai, es­ não perdoados?
tás em mim; para que sejamos um Ele advertiu-nos contra a hipo­
e eu seja glorificado neles.” (3 Néfi crisia. As pessoas cristãs não têm
19:29.) Pensai nisto! Se formos duas caras ou atitudes dúbias. A
puros, nossa retidão acrescentará palavra divina é: “Não podeis ser­
glória ao seu nome! vir a Deus e a M amom.” (M ateus
E ensinou algo mais. Se ofender­ 6 :2 4 .)
mos alguém, devemos procurar re- Podemos ver como nossos atos
concilar-nos não permitindo que diários, por pequenos que sejam,
persista ressentimento. moldam nossa alma?
Já pensastes nestas palavras co­ Suas leis simples, parecem exces­
mo um mandamento? sivamente rigorosas? É muito difí­
“Portanto, se trouxeres a tua cil vivê-las? Percebemos o que es­
oferta ao altar, e aí te lembrares tamos fazendo a nós mesmos, ig­
de que teu irmão tem alguma coisa norando-as?
contra ti. É inspirador lermos como o Se­
“Deixa ali diante do altar a tua nhor descreve os atributos do seu
oferta, e vai reconciliar-te primeiro próprio caráter. Ele os enumera da
com teu irmão, e depois vem e seguinte maneira: “ . . .fé, . . .espe­
apresenta a tua oferta.” (M ateus rança, . . .caridade e . . . amor,
5:23-24.) com os olhos fitos na glória de
Tendo isto em mente, podemos D eus. . .
presumir que nossa devoção é acei­ “ . . . virtude, conhecimento, tempe­
tável a Deus, se estivermos magoa­ rança, paciência, bondade frater­
dos com outros ou tivermos agido nal, piedade, caridade, humildade
mal com alguém? e diligência.” (D&C 4:5-6.)
Às vezes fico imaginando se dei­
xar nossa oferta diante do altar en­ Estes são os atributos do caráter
quanto procuramos reconciliação, do Senhor Jesus Cristo.
não se refere ao Sacramento da Tentamos honestamente desen­
Ceia do Senhor. volvê-los em nossa própria alma?
Será que podemos participar des­ Ele nos m anda ser perfeitos, mes­
ses emblemas sagrados com cons­ mo como seu Pai no céu é perfeito.
ciência limpa, se cometemos algu­ (Ver Mateus 5 :48.)
ma injustiça para com outra pes­ Um a vida descuidada pode levar
soa? à perfeição? Podemos atingir a per­
O Senhor também ensinou: feição usando meios imperfeitos?
“Porque, se perdoardes aos ho­ É evidente, pois, por que o Senhor
mens as suas ofensas, também vos­ é rigoroso e por que devemos se­
so Pai Celestial vos perdoará a vós; gui-lo de todo o coração, poder,
“Se, porém, não perdoardes aos mente e força. (V er D&C 4 :2 .)
homens as suas ofensas, também Não é fácil viver o evangelho
vosso Pai Calestial não perdoará como deveríamos. Mas, a menos
Ser membros da Igreja não nos
salvará, a menos que vivamos os
mandamentos.
Um meio-esforço de nossa parte
tampouco nos salvará. Em vez dis­
so, nos trará condenação. O Se­
nhor assim o declarou na seção 58
de Doutrina e Convênios. (Ver
D&C 58:29.)
Um dos grandes profetas dos
tempos antigos foi Samuel, o La-
manita. Gosto de sua maneira de
ensinar. Empregava palavras sim­
ples e diretas. Não misturava as
palavras, nem deixava as pessoas
em dúvida quanto ao que dizia. Ao
falar dos muros de Zarahemla, cha­
mando os nefitas ao arrependimen­
to, disse-lhes claramente que, se
recusassem a viver o evangelho, se­
riam fatalmente condenados. Dei­
xou igualmente claro que não te­
riam a quem culpar senão a si
mesmos.
que o façamos, não podemos rece­
“Recordai, recordai”, dizia, “que
ber as bênçãos. Não é fácil ser per­
todos os que perecem, perecem por
feito em alguma coisa. A perfeição
culpa própria; e todos os que pra­
exige devoção, resignação, persis­
ticam iniqüidades o fazem por si
tência, desejo de se sacrificar, e
mesmos.” (H elam ã 14:30.)
concentração constante. A imper­
Prosseguiu dizendo que, visto
feição só pode produzir mais im­
termos o livre arbítrio, podemos
perfeição. Vós, irmãos, poderíeis
escolher entre o bem e o mal, a
fazer um bolo bom sem seguir a re­
vida e a morte; mas declarou que
ceita? Vós, irmãos, conseguireis no fim receberemos exatamente
construir uma casa ou um a rodo­ aquilo que escolhemos.
via, fazer um relógio ou enviar um Não deveríamos então avaliar
homem à lua ignorando a fórmula quão bem estamos vivendo o evan­
adequada a tais empresas? Pode­ gelho? E, não deveríamos ter em
ríeis tornar-vos médicos sem fazer mente que agora — em nossa vida
curso na escola de medicina? Po­ mortal — é a hora de nossa pro­
deríeis ser engenheiros desconhe­ vação, e que agora é a hora de
cendo os princípios de engenharia? plantar o que quisermos colher?
Podemos esperar alcançar per­ Não é hora de aprendermos a li­
feição semelhante a do Deus Todo- ção do Getsêmani, dizendo com
-Poderoso deixando de seguir o cur­ ele: “Não se faça a minha vontade,
so que ele traçou para nós? mas a tua.”? (Lucas 22:42.)
O evangelho terá pouca utilida­ Em nome de Jesus Cristo,
de para nós se não o vivermos. amém.
Sessão vespertina de Sábado Estados Unidos encontrava-se na
2 de outubro de 1982 Grã-Bretanha, e logo estaria falan­
do ao Parlam ento. A multidão api-
Apoio dos Oficiais nhava a rua e transbordava para
o parque próximo. Policiais uni­
da Igreja formizados garantiam a ordem, en­
quanto o Big Ben batia a hora
Presidente Gordon B. Hinckley
Conselheiro na Primeira Presidência m arcada com sons orgulhosos e
sonoros.
ão houve nenhuma mo­

N dificação nas Autoridades


Gerais desde a última con­
ferência. É proposto, portanto, que
M inha mulher Francês, e eu nos
encontrávamos em meio à multi­
dão inquieta, quando, subitamen­
te, se abriram as portas do Parla­
apoiemos todas as Autoridades
mento, deixando sair o primeiro
Gerais e oficiais gerais da Igreja,
ministro e o presidente que, depois
conforme presentemente constituí­
de saudarem o povo, entraram nas
dos.
limusines e partiram . A multidão
Todos a favor, queiram mani­ deu vivas entusiasmados e depois
festar-se levantando a mão direita. começou a dispersar-se. Francês e
Se houver alguém contrário, ma­ eu trocamos a rua ensolarada pelo
nifeste-se pelo mesmo sinal. agradável refúgio sombrio da A ba­
dia de Westminster.
“Corre, Rapaz, O edifício de fama mundial esta­

a
va imerso em reverência, como lhe
Corre!”__________ convém, pois nele são coroados os
reis, a realeza se casa e são honra­
dos e depois enterrados os gover­
nantes cuja missão terrena termi­
nou. Caminhamos ao longo das
passagens, lendo as inscrições que
m arcam os túmulos de pessoas fa­
mosas. Lembramos suas realiza­
ções, recordamos seus feitos de va­
É lder Thomas S. Monson lor e marcamos seu merecido lugar
do Quorum dos Doze Apóstolos na História. A seguir, demoramo-
-nos diante da Tum ba do Soldado
“Eu vos sa ú d o. . . Vós, líderes,
Desconhecido, um dos muitos que
que lançais pontes para o coração
de rapazes, pais de escoteiros caíram na F rança durante a G ran­
de Guerra. O corpo desse jovem
e escoteiros de toda parte.”
fora tirado de uma sepultura sem
erça-feira, 8 de junho de nome e trazido para Londres, a

T 1982, amanheceu radiante


e claro em Londres.
Um espírito de animação como
fim de repousar em honra. Li a
inscrição em voz alta: Sepultado
entre Reis por T er Agido Bem Pe­
que permeava o próprio ar e en­ rante Deus e Sua Casa. Em Cristo
chia corações ansiosos com inten­ Todos H ão de Ressuscitar.
sa antecipação. O presidente dos Dirigimo-nos para a entrada.
No parque ainda se viam restos da Ê preciso esperar e ver.
multidão. Então, passaram-me pe­ Mas todo hom em de nobre po­
la mente e falaram a minha alma sição,
estas palavras imortais de Rudyard Já foi rapaz.
Kipling: (Citado por Spencer W. Kim­
Morrem os gritos e o clamor, ball, Conference Report, abril
Passa dos reis o vão poder de 1977, p. 50.)
M as teu divino esplendor, A veracidade desse pensamento
Há de viver, há de viver. é ilustrada deleitosamente no fim
do conhecido musical Camelot. A
Na terra, homens e nações, Távola R edonda do Rei A rtur foi
Cheios de vera contrição, destruída pela ciumeira de homens,
Erguem a ti seus corações, a infidelidade de uma rainha e o
Rogam contritos proteção. aparecimento de um erro passado,
( “Deus de Meus Pais”, Hinos, M ordred. Despojado de seu so­
n.° 59.) nho, o Rei A rtur e seus comanda­
Mais uma placa para ver, mais dos preparam-se para enfrentar as
um a inscrição para ler. Como es­ forças de Lancelot. Tudo o que lhe
coteiro, eu viera da América para era caro, se foi; a desilusão trans­
contemplar a placa de honra dedi­ formou-se em desespero.
cada à memória do fundador do De repente, entretanto, aparece
escotismo, Lord Baden-Powell. um clandestino — o jovem Tom
Postados diante da magnífica pla­ de Warwick. Vibrando com a es­
ca de mármore, notamos os dize- perança da juventude, diz ao rei
res: Robert Baden-Powell, 1857­ que veio ajudá-lo na grande bata­
-1941, Fundador dos Escoteiros, lha e revela sua intenção de fazer­
Amigo de Todo o Mundo. -se cavaleiro. Interrogado por A r­
Nesse dia que comemorava o tur, Tom declina seu conhecimen­
septuagésimo quinto aniversário to da Távola R edonda e repete seu
do escotismo e centésimo vigésimo lema: “Direito a quem de direito!
quinto aniversário de seu funda­ Justiça para todos!”
dor, quedei a ponderar: “Quantos O semblante do Rei A rtur espe­
rapazes não foram abençoados — lha renovada confiança. Nem tu­
mesmo salvos — pelo movimento do está perdido. Depois de repetir
escoteiro iniciado por Baden-Po- para o rapaz as metas e glórias de
well?” Ao contrário de outros hon­ Camelot, confere-lhe formalmente
rados entre os muros da Abadia de o título de “Sir Tom de Warwick” .
Westminster, Baden-Powell não Comissionado a abandonar o cam­
singrou mares tormentosos de gló­ po de batalha, voltar para a Ingla­
ria, não se destacou em conflitos terra, renovar o sonho de Camelot,
armados, nem fundou impérios ter­ tornar-se adulto e envelhecer, Sir
renos. Foi, sim, um edificador de Tom larga as armas de guerra e,
rapazes, ensinando-lhes a correr e investido com os princípios da ver­
vencer a corrida da vida. dade, ouve seu soberano ordenar­
Rapazes se tornam homens. -lhe: “Corre, rapaz, corre!” Pou­
Ninguém sabe quanto vale um pou-se a vida de um rapaz, salvou­
[rapaz; -se uma idéia, renovou-se um a es­
perança. (A lan J. Lerner, Came­ toda e qualquer ocasião; e obede­
lot, New York: Random House, cer à lei escoteira.”
1961, p. 115.) Herói dos campos de batalha, o
Todo rapaz participante do es­ General de Exército Douglas Mac-
cotismo aprende em sua juventude A rthur deu ênfase a esse mesmo
muito mais do que imaginava Sir compromisso numa mensagem aos
Tom Warwick. Ele adota o lema jovens, quando, já no crepúsculo
“Sempre A lerta” e o preceito de de sua ilustre carreira, a idade
“Fazer uma Boa Ação Todos os avançada substituíra o clarão da
Dias” . O escotismo concede insíg­ juventude: “Em meus sonhos, vol­
nias de mérito, a fim de incentivar to a ouvir o troar dos canhões, o
habilidades e esforço pessoal. En­ pipocar da mosquetaria, a estra­
sina os rapazes a viver, e não me­ nha e triste zoeira do campo de
ramente ganhar a vida. Como me batalha. M as, no declínio de mi­
agrada que A Igreja de Jesus nha memória, retorno sempre a
Cristo dos Santos dos Ültimos Dias West Point. E ali ouço ecoando e
tenha sido a primeira organização reecoando em meus ouvidos —
a patrocinar o escotismo nos Esta­ Dever, H onra, Pátria.” (Discurso
dos Unidos, em 1913. de aceitação do Sylvanus Thayer
Aprecio imensamente as pala­ Award, West Point, 12 de maio
vras inspiradas do Presidente de 1962.)
Spencer W. Kimball, falando aos O ministro protestante Harry
membros da Igreja de toda a par­ Emerson Fosdick colocou de ma­
te: “A Igreja de Jesus Cristo dos neira diversa o mesmo compromis­
Santos dos Ültimos Dias afirma o so: “Os homens se dispõem a tra­
reiterado apoio ao escotismo e pro­ balhar arduam ente por dinheiro.
curará prover liderança que ajude Trabalharão mais arduam ente por
os meninos a manterem-se ache- outros homens. Mas se empenha­
gados às suas famílias e à Igreja, rão ainda mais, quando dedicados
à medida que desenvolvem as qua­ a uma causa. Até que a vontade
lidades de civismo, caráter e ido­ própria engolfe a obrigação, os ho­
neidade moral que o escotismo re­ mens lutam como conscritos em
presenta. Conservamo-nos firmes e vez de seguir a bandeira como pa­
fortes em nosso apoio a esse gran­ triotas. O dever jamais é cumprido
de movimento em prol dos rapa­ com dignidade até que o seja por
zes e à lei e juram ento que o inte­ alguém que de bom grado faria
gram.” (A Liahona, outubro de mais, se pudesse.” ( Vital Quota-
1977, p. 36 e Conference Report, tions, comp. Emerson Roy West,
abril de 1977, pp. 50-51.) p. 38.)
E qual é a promessa dos esco­ E segundo o general confedera­
teiros a que se refere o Presidente do R obert E. Lee *: “Dever é a
Kimball? palavra mais sublime da língua in-
“Prometo pela minha H onra, fa­
zer o melhor possível para cumprir (* R obert E. Lee — general du­
os meus deveres para com Deus e rante a guerra civil dos Estados
minha pátria; ajudar o próximo em U nidos).
glesa. Cum prir o dever em todas
as coisas. Não se pode fazer mais.
Nem se deve querer fazer menos.”
(Inscrição no pedestal de seu bus­
to na Galeria da F am a.)
Consideremos a lei dos escotei­
ros mencionada pelo Presidente
Kimball. Quando penso nessa lei,
vem-me à mente alguém que co­
nhecia as leis de Deus e as guar­
dava — o Senhor Jesus Cristo. Os
doze pontos da lei escoteira **
têm seu equivalente na mensagem
do Mestre:
1. O escoteiro tem uma só pa­
lavra. “ (Consum ei) a obra que no céu; vem, e segue-me.” (Lucas
me deste a fazer.” (João 17:4.) 18:22.)
(** Em português, há somente 10 10. O escoteiro é corajoso.
leis, mas o escotismo norte-am eri­ “M eu Pai, se é possível, passa de
cano possui 12 itens.) mim este cálice; todavia, não seja
2. O escoteiro é leal. “Vai-te, como eu quero, mas como tu que­
Satanás.” (Lucas 4 :8 .) res.” (M ateus 26:39.)
3. O escoteiro é prestativo. 11. O escoteiro é limpo. “Sede
“Levanta-te, tom a tua cama, e an­ limpos, vós que portais os vasos
da.” (João 5 :8 .) do Senhor.” (D&C 38:42.)
4. O escoteiro é amigo de to­ 12. O escoteiro é reverente. “Pai
dos. “Vós sereis meus amigos.” nosso, que estás nos céus, santifi­
(João 15:14.) cado seja o teu nom e.” (M ateus
5. O escoteiro é cortês. P ortan­ 6 :9 .)
to, tudo o que vós quereis que os Esses preceitos inspirados, quan­
homens vos façam, fazei-lho tam ­ do ensinados por líderes dedica­
bém vós.” (M ateus 7:12.) dos à preciosa juventude da pro­
6. O escoteiro é bom. “Deixai messa, influenciam não apenas a
vir os meninos a mim. . . E, to­ vida dos rapazes mas a própria
mando-os nos seus braços, e im­ eternidade. “Lança o teu pão so­
pondo-lhes as mãos, os abençoou.” bre as águas, porque, depois de
(M arcos 10:14,16.) muitos dias, o acharás.” (Eclesias-
7. O escoteiro é obediente. tes 11:1.) Assim é o escotismo.
“Porque eu desci do céu, não para Anos atrás, um grupo de líde­
fazer a minha vontade, mas a von­ res escoteiros reuniu-se nas m onta­
tade daquele que me enviou.” nhas perto de Sacramento, para
(João 6:3 8 .) treinamento ao ar livre. Nessa in­
8. O escoteiro é alegre. “Tende teressante experiência, os homens
bom ânimo; eu venci o m undo.” acampam e vivem como os esco­
(João 16:33.) teiros que lideram. Cozinham e de­
9. O escoteiro é econômico. pois comem — ovos sapecados!
“Vende tudo quanto tens, reparte­ Seguem caminhos agrestes que a
-o pelos pobres, e teras um tesouro idade invariavelmente torna mais
íngremes. Dormem no chão duro a mira de uma centena de fuzis. Os
e voltam a fitar as galáxias do fir­ nazistas deram vazão a sua fúria,
mamento. falando da destruição da barragem
Esse grupo teve uma recompen­ e anunciaram o drástico castigo:
sa especial. Após dias de privação, Todo quinto homem ou rapaz se­
deleitaram-se com uma deliciosa ria sumariamente fuzilado. Um
refeição preparada por um cozi­ sargento foi fazendo a contagem
nheiro profissional grego, que fora fatídica; o quinto do grupo foi es­
encontrá-los no fim de sua cami­ colhido e executado.”
nhada de resistência. Exaustos, fa­ Falando mais pausadam ente, Di­
mintos, um tanto “moídos” ao fim mitrious continuou: “Então che­
da inusitada experiência, alguém gou a vez da minha fileira. Com
perguntou ao grego por que esta­ horror, percebi que seria o último
va sempre sorrindo e por que vi­ destinado à execução. O soldado
nha todos os anos preparar, às ficou diante de mim, fitando inten­
próprias custas, o tradicional “ban­ samente a fivela de minha cinta.
quete” para os líderes escoteiros Tinha gravada a insígnia dos es­
da área. Pondo de lado a frigidei­ coteiros e eu a ganhara por saber
ra e enxugando as mãos no aven­ o juram ento e lei escoteiros. O sol­
tal branco que envolvia sua figura dado apontou a fivela, depois fez o
rotunda, Dimitrious pôs-se a con­ sinal escoteiro com a mão direita.
tar sua história: Jamais me esquecerei das palavras
“Nasci e me criei numa peque­ que pronunciou: ‘Corre, rapaz,
na aldeia grega. Minha vida trans­ corre!’ E eu corri e sobrevivi. H o­
correu feliz até a II G uerra M un­ je procuro servir o escotismo, pa­
dial. E ntão sobreveio a invasão e ra que os rapazes possam conti­
ocupação do meu país pelos na­ nuar sonhando, e viver para rea­
zistas. Os aldeões, amantes da li­ lizá-los.” *
berdade, opuseram-se aos invaso­ Enfiando a mão no bolso, Dimi­
res e passaram a realizar atos de trious retirou a fivela na qual ain­
sabotagem para dem onstrar seu da brilhava a insígnia escoteira.
ressentimento. Ninguém disse uma palavra. To­
“Uma noite, depois da destrui­ dos choravam. Houve a renovação
ção de uma barragem, os aldeões do compromisso escoteiro.
celebraram a façanha e foram pa­ Tem-se dito: “A maior dádiva
ra casa. que o homem pode dar a um ra­
“Na madrugada seguinte, fui paz é dispor-se a com partilhar par­
despertado pelo ruído de numero­ te de sua vida com ele.” Vós, líde­
sos caminhões entrando na aldeia. res, que lançais pontes para o co­
Ouvi o barulho de botas, batidas ração de rapazes, pais de escotei­
na porta e a ordem de todos os ho­ ros e escoteiros de toda parte: Nes­
mens e rapazes se apresentarem te nosso septuagésimo aniversário,
imediatamente na praça. Tive tem­ eu vos saúdo e rogo as bênçãos do
po para apenas meter-me nas mi­ Pai Celestial sobre vós, em nome
nhas calças, apertar a cinta e cor­ de Jesus Cristo. Amém.
rer para junto dos outros. Lá, fica­
mos enfileirados sob os fortes fa­ * Conforme contado por Peter
róis de uma dúzia de caminhões e W. Hummel.
portância da participação no canto
Hinos Sud-Adorar em congregação.
Em nossos hinos SUD cantamos
Cantando louvores e oramos ao Senhor, reci­
tamos grandes verdades religiosas
— até mesmo sermões — e nossa
mente e espírito são elevados e
espiritualmente estimulados.
O Presidente Heber J. Grant,
debatendo o assunto, disse: “Na
Igreja, cantor algum, individual ou
em grupo, jamais deverá apresen­
Élder Franklin D. Richards tar um a seleção musical, a menos
da Presidência do Primeiro Quorum que as palavras estejam em total
dos Setenta harmonia com as verdades do
evangelho, e saiam do coração de
“Gostaria de salientar o valor e quem as canta. Em outras palavras,
importância da participação no nossos hinos devem ser, realmente,
canto em congregação.” orações ao Senhor.” (Im prove-
m ent Era, julho de 1912, pp.
786-87.)

Q
ueridos irmãos e irmãs, re­
gozijo-me convosco, no es­ O Presidente Spencer W. Kim­
pírito desta grande confe­ ball, referindo-se ao canto de hinos,
rência, e oro pela direção do Santo disse: “Alguns dos melhores ser­
Espírito enquanto vos falo. mões já pronunciados, o foram
através de hinos. Existem hinos
De acordo com as escrituras,
m aravilhosos. . . Cantem-nos por
depois que o Salvador instituiu o
inteiro.” (New Zealand A rea Con-
sacramento da Ceia do Senhor com
ference Report, 20-22 de fevereiro
os apóstolos, cantaram um hino e de 1976, p. 27.)
“saíram para o monte das Olivei­
ras” . (V er M ateus 2 6:30.) Por esta Em julho de 1830, três meses
escritura fica evidente que cantar apenas após a organização da
hinos era parte dos serviços reli­ Igreja, Em m a Smith recebeu uma
revelação do Senhor através de seu
giosos daquela época.
marido, o Profeta Joseph Smith,
Hoje em dia, uma das partes na qual o Senhor declarava: “Pois
importantes de nossos serviços de a minha alma se deleita com o can­
adoração consiste no canto de hi­ to do coração; sim, o canto dos
nos pela congregação, além da bela justos é uma prece a mim, e será
música dos coros. Sempre que se respondida com uma bênção sobre
inicia um serviço religioso com suas cabeças.” (D&C 25:12.)
hino e oração, promove-se o espí­ Nesta revelação, Emma Smith
rito de adoração e maravilhoso ficou encarregada de compilar um
sentimento da fraternidade. Hoje, honário para uso da Igreja. O Ir­
gostaria de salientar o valor e im­ mão W. W. Phelps, um dos gran­
des compositores de hinos desta incorpora elementos de regozijo e
dispensação, recebeu a designação profecia, mas contém, também,
de ajudar e providenciar a impres­ doutrinas básicas, como fica evi­
são. Noventa hinos foram compila­ dente na declaração: “O sacrifício
dos, e em 1835 foi publicada a traz as bênçãos dos céus.” (* ) A
primeira edição. lei do sacrifício é uma parte impor­
A fim de ilustrar a doutrina, tante do evangelho de Jesus Cristo
profecia e grande inspiração conti­ e contribui para a edificação da fé,
das em nossos hinos, permiti-me do am or e de muitas outras vir­
citar alguns deles. tudes.
“Eu Sei Que Vive Meu Senhor” Nesse mesmo hino cantamos:
foi selecionado como um dos no­ “Sempre será exemplar sua vida,
venta hinos do primeiro binário, e todo o mundo louvores dará!” Uma
sua letra foi escrita por Samuel declaração deveras profética! No
Medley. Nele cantamos: tempo em que o Irm ão Phelps
compôs o hino, havia, figurativa­
mente, não mais que um punhado
Eu sei que vive meu Senhor!
de membros na Igreja. Atualmente
O meu sublime Salvador!
milhões de pessoas sabem que
Que vive e reina sobre nós;
Joseph Smith foi e é um profeta
A todos chama sua voz. de Deus, e outros milhões sem dú­
vida obterão o mesmo testemunho.
Que roga sempre ante Deus, Emociono-me cada vez que canto
Velando pelos filhos seus; esse hino espetacular.
Que vive para m e amparar,
E minha alma acalentar! “Damos Graças a Ti” (Hinos,
(Hinos, n.° 74.) n.° 147). A letra deste hino foi
escrita por William Fowler e pu­
blicada em 1863. Ele, basicamente,
J. Spencer Cornwall diz, comen­ reconhece nosso agradecimento e
tando-o: “Ouvir este hino tão gratidão ao Pai Celeste, por ter
querido cantado por uma assem­ restaurado o evangelho em sua ple­
bléia de santos dos últimos dias nitude e estabelecido sua igreja,
devotados é um verdadeiro batismo com profetas para nos guiar nestes
espiritual.” (Stories of Our Mor- últimos dias. Esse belo hino é um
mon Hymns, Salt Lake City: Dese- dos mais populares entre as congre­
ret Book Co., 1968, p. 108.) gações dos santos que se reúnem e
Que grande verdade! Este é um cantam em todas as partes do
dos nossos hinos mais populares, mundo.
e nele expressamos nosso agrade­ “Vinde, ó Santos” (Hinos, n.°
cimento pelo sacrifício expiatório 13), foi composto por William
de nosso Senhor e Salvador, Jesus Clayton no dia 15 de abril de 1846,
Cristo. e na edição de janeiro de 1921,
“Hoje, ao Profeta Louvemos” p. 58 do R elief Society Magazine,
(Hinos, n.° 108), um dos inspira­ conta-se esta história a respeito de
dores hinos de W. W. Phelps, é um sua origem:
magnífico tributo ao Profeta Jo­ “O Presidente Brigham Young,
seph Smith. Esse belo hino não só sentindo grande preocupação, pois
havia murmúrios no acampamento por participar da edificação do
de Israel, chamou o Élder William reino.
Clayton de lado e disse: ‘Irmão Nesse grande hino vemos real­
Clayton, quero que escreva um mente condensada a profunda fé e
hino que as pessoas possam cantar coragem de nossos antepassados
ao anoitecer, em volta das foguei­ pioneiros; atualmente ele edifica
ras: algo que lhes dê ânimo e essa mesma fé e coragem na gera­
coragem, e que as ajude a esquecer ção presente, à medida que desen­
as muitas dificuldades e provações volvemos o trabalho pioneiro de
da jornada.’ nossos dias.
“O Élder Clayton retirou-se do “Ó Meu Pai” (Hinos, n.° 180),
acampamento, e depois de duas escrito por Eliza R. Snow em
horas voltou, com o hino por nós Nauvoo, em 1843, é mais um dos
conhecido como “Vinde, ó Santos” . belos hinos SUD. É um hino espe­
Ele presta testemunho pessoal de tacular, que descreve nossa existên­
que o hino foi escrito sob o poder cia na vida pré-mortal, juntam ente
e inspiração do Senhor’.” com o Pai e a M ãe de nosso espí­
Nele cantamos: rito. Na última estrofe cantamos:

Por que dizeis: “Ê dura a Quando deixar a humana vida


provação?” Este frágil corpo mortal,
Tudo é bom, não temais. Pai e mãe verei contente,
Por que pensais em grande Na mansão celestial.
galardão, E terminada a tarefa
Se a luta evitais? Que m e mandaste executar,
M as não deveis desanimar, Dá-me santo assentimento
Se tendes Deus para vos amar;
Podeis agora, em paz, cantar:
Tudo bem! Tudo bem!

Contam-se muitas e patéticas


histórias de pioneiros de como
estas palavras tocarm seus cora­
ções, dando-lhes grande coragem e
conforto.
Em um a missão dos estados do
sul, um a jovem estava voltando
para casa com uma amiga e come­
çou a cantarolar: “Vinde, ó San­
tos.” A amiga comentou: “Nossa,
que bonita melodia! Que música é
essa?” A jovem falou-lhe a respei­
to, e convidou-a a visitar a Igreja.
Depois de assistir algumas reu­
niões, a amiga pediu aos missioná­
rios que ensinassem sua família,
que foi batizada e sente-se feliz
Para a teu lado sempre estar! Os corais de ala e estaca tam ­
Este hino retrata verdadeiramen­ bém desempenham um papel im­
portantíssimo em nossas reuniões
te todo o grande dram a da vida de adoração, e deles participam
eterna, como revelado pelo evan­ milhares de membros, que se tor­
gelho restaurado de Jesus Cristo. nam receptáculos de grande alegria
Ao cantá-lo, apreciamos mais e e crescimento espiritual ao assim
mais a Paternidade literal de Deus, fazerem.
o Pai Eterno. Gostaria de salientar novamente
“Tal Como Um F acho” (Hinos, o valor e a importância de parti­
n.° 160), foi outra composição de cipar do canto com a congregação.
W. W. Phelps, também publicada Às vezes imagino, ao ver pessoas
no primeiro hinário SUD. O impac­ que não cantam no serviço de ado­
to emocional e o poder espiritual ração, se elas não estão perdendo
produzidos por este hino foram de­ uma experiência bela e inspira-
monstrados no término dos serviços dora.
dedicatório do Templo de Kirtland,
À medida que canto as mensa­
no dia 27 de março de 1836. Pelo
gens inspiradas contidas em nos­
que consta, este hino tem sido can­
sos hinários, meu testemunho da
tado nos serviços dedicatórios de
cada templo SUD construído desde Paternidade de Deus e da divinda­
a dedicação do Templo de Kirtland. de de nosso Senhor e Salvador,
Naturalm ente também é cantado Jesus Cristo, se fortalece.
em muitos serviços dedicatórios de Nossos hinos SUD também pres­
capelas de alas e estacas. tam testemunho de que Deus o Pai
Ele proclam a a restauração do e seu Filho, Jesus Cristo, realmen­
evangelho, o rompimento do véu te apareceram ao Profeta Joseph
e a visita de anjos à terra. O coro Smith, e que ele foi e é um grande
é uma exclamação de grande jú­ profeta, pelo qual o evangelho foi
bilo: restaurado em sua plenitude.
M inha gratidão por nosso amado
Cantemos, clamemos, com Profeta Spencer W. Kimball se
hostes celestes intensifica, quando canto: “Damos
"Hosana, hosana, ao Deus de graças a ti, ó Deus amado, por
Belém. mandares a nós uma luz.” Possa o
A ele sejam glória, poder e Senhor continuar a abençoá-lo e
domínio. apoiá-lo.
De hoje para sempre. A m ém e Que possamos, ao cantar nossos
amém.” hinos, compreender beleza e impor­
tância de cada um deles; se assim
O grande Coro do Taberná- fizermos, nosso canto penetrará
culo e o Coral da Juventude M ór­ profundamente em nossa alma, le­
mon têm sido, durante muitos vando-nos a uma m aior proximi­
anos, um a inspiração, não só para dade e harmonia com o Santo
membros SUD, mas para milhões Espírito, e fortalecendo nosso tes­
de outros, quando cantam estes e te munho. Em nome de Jesus
outros hinos. Cristo, amém.
A vida é dura. É um desafio.
Fé — A Força da Em todas as idades ela nos apre­
senta provações a serem suportadas
Vida e dificuldades a serem sobrepuja­
das. Crescer é difícil. Com freqüên­
cia, nos deparamos com sentimen­
tos de culpa e rejeição. Buscando
aprim orar nossa educação, pode­
mos atingir nossos limites financei­
ros, emocionais e intelectuais. Cum­
prir missão não é fácil. Requer to­
tal dedicação física e espiritual. Os
problemas inerentes ao casamento,
Élder Rex D. Pinegar à formação de uma família, ao sus­
do Primeiro Quorum dos Setenta tento dela ou decorrentes de doen­
ça, idade avançada e morte, são
"Não temais os desafios da vida, realidades da vida que temos de en­
mas sim, enfrentai-os frentar, mas nem sempre estamos
pacientemente, com fé em Deus. preparados ou dispostos a acei­
Ele recompensará vossa fé tá-los.
com poder.” Estarem os aptos a enfrentar e
resolver esses desafios com mais
ostaria de dirigir meus co­ vontade e coragem, quando enten­

G mentários de hoje àqueles


que estão à procura de for­
ça para enfrentar os desafios da
dermos que tais obstáculos fazem
parte da vida.
C. S. Lewis escreveu: “A melhor
vida. coisa que alguém pode fazer, se
H á pouco tempo, recebi um bi­ conseguir, é parar de encarar todas
lhete de uma filha que estava dei­ as coisas desagradáveis como inter­
xando nosso lar para poder fre­ rupções da vida real. Na realidade,
qüentar a faculdade. Depois de aquilo que chamamos de interrup­
um a mensagem doce de agradeci­ ções é precisamente nossa vida real
mento e apreço, seguiu-se uma m a­ — a vida que Deus nos m anda dia
nifestação de preocupação quanto após dia.” ( They Stand Together:
às responsabilidades que teria de The Letters of C. S. Lewis to
enfrentar vivendo por conta pró­ Arthur Greeves, ed. W alter Hoo-
pria. Até então, achava que levara per, London: Collins, 1979, p.
uma vida protegida, podendo con­ 499.)
tar com o apoio da família quando Uma antiga lenda asiática conta
necessitasse de força e orientação. a história de um príncipe criado
Agora começava a perceber que a num castelo, protegido de todas as
vida é dura! durezas da vida. Nunca tinha visto
O bilhete de minha filha me fez ninguém doente ou em idade avan­
pensar nos encontros que tive, nes­ çada. Nunca vira ninguém morrer.
tes últimos meses, com muitas pes­ Quando esse príncipe cresceu, de­
soas da Igreja que pareciam estar monstrou desejo de ver o seu rei­
perguntando: “Como posso enfren­ no. Quando estava sendo carregado
tar os difíceis desafios da vida?” na liteira, avistou pela primeira
vez, um ancião desdentado, enru­ que, não im portando o que o ho­
gado e curvado pela idade. mem fosse ou fizesse, teria que pas­
O príncipe, dirigindo-se aos ho­ sar pela doença, pela velhice e pela
mens que o carregavam, disse: morte.
— Parem! Esperem! O que é isto? Talvez, alguns de nós nos jul­
O chefe dos carregadores lhe guemos um pouco como o prínci­
respondeu: — Este é um homem pe desta fábula. Podemos achar
encurvado devido à idade. Apesar que a vida é cruel e injusta, e que
de ser jovem e forte, chegará o dia gostaríamos de nos recolher ao
em que também ficará assim. nosso abrigo sem nunca mais en­
Isto desencorajou o príncipe. frentar o mundo. Para isso, entre­
Seu confronto com a velhice foi tanto, teríamos que nos negar as
mais do que podia suportar. M an­ oportunidades de progresso que a
dou que o levassem de volta ao vida e estas experiências podem
castelo. proporcionar-nos.
Temos um poder deixado pelo
Depois de passar alguns dias em
Senhor, que transform a esses de­
ambiente familiar, considerou-se
safios em oportunidades; poder
rejuvenescido. Decidiu aventurar­
esse que nos capacitará a entender
-se mais uma vez. Dessa vez, ao
a declaração do Apóstolo Pedro,
passar por um grupo de homens
de que essas provas de nossa fé
notou que um deles estava estendi­
são mais preciosas que ouro. (Ver
do no chão, febril e contorcendo-se
de dor. I Pedro 1:7.)
Como professor de um a classe
— O que é isto? — perguntou
do seminário matutino, anos atrás,
o príncipe.
fizemos uma pausa no fim tío ano
— Um homem doente, — dis­ para rever alguns princípios que tí­
se-lhe o carregador. — Apesar de nhamos aprendido no decorrer de
ser agora jovem e forte, também nosso estudo do Livro de Mórmon.
terá de enfrentar problemas de Uma jovem ergueu uma gravura do
doença. Livro de Mórmon, pintada por
O príncipe entristeceu-se de no­ Arnold Friberg, que ilustrava os
vo, retornando imediatamente ao dois mil filhos de Helamã, conheci­
palácio. Mas, em poucos dias esta­ dos como “jovens soldados”. (Ver
va pronto para visitar o reino. Não Alm a 5 3 :2 2 .) Com toda a since­
se havia ainda afastado muito do ridade ela perguntou: “Diga-me,
castelo, quando o príncipe viu um Irm ão Pinegar, por que os nossos
caixão de defunto, sendo levado jovens de hoje não se parecem com
para o enterro. estes?”
— O que é isto? — perguntou. Não sei se os jovens da época do
Quando o significado da morte Livro de M órmon se pareciam ou
lhe foi explicado, ficou muito de­ não com a concepção de Arnold
primido diante da inevitável pers­ Friberg, mas a pergunta deu-me
pectiva do futuro. Ao retornar para oportunidade de perguntar: “De
o conforto imediato do seu palácio, onde vinha a força desses rapa­
jurou nunca mais sair. zes?”
O príncipe concluiu que a vida Aqueles que leram o Livro de
era um a armadilha maldosa, por­ Mórmon, estão familiarizados com
a história dos filhos de Helamã. Helamã? Sua fé em Deus era sua
(Ver Alma 53:56-58.) Quando “força tão m iraculosa” e “ímpeto” .
seus pais se converteram ao evan­ Leon Tolstoy, famoso escritor
gelho, fizeram um convênio com o russo, declarou: “A fé é a força da
Senhor de que nunca mais pega­ vida.” Tolstoy passou a maior par­
riam em armas. Mas, com o tem ­ te da vida procurando compreender
po, suas casas foram ameaçadas o propósito da mesma. Teve fama,
por exércitos hostis até serem obri­ posição social e fortuna. Casou-se
gados a escolher entre lutar ou bem e constituiu família. Experi­
morrer. Foi então que os dois mil m entou o sucesso em quase todas
jovens se ofereceram para defen­ as formas que o m undo pode ofe­
der seus pais e seus lares, pois não recer. Procurou respostas para o
estavam presos ao mesmo convê­ significado da vida em seus estudos
nio. de ciência, filosofia e outros cam­
Um profeta descreveu estes jo­ pos de conhecimento. Entretanto,
vens dizendo: “E eram todos jo­ todo o conhecimento que adquiriu,
vens, muito valentes e corajosos, todas as honras que recebeu, e to­
dotados de grande vigor e ativida­ das coisas que pôde realizar não
de; mas eis que isto não era tudo, lhe proporcionaram um a satisfação
pois eram também homens fiéis em duradoura. A vida ainda lhe pare­
todas as ocasiões em todas as em ­ cia sem significado. Neste ponto,
presas que lhes fossem confia­ já em profundo desespero, Tolstoy
das. . . perguntou: “Como devo viver?” A
“Sim, eles tinham sido ensinados resposta seguiu-se: “Pela lei de
por suas mães que, se não duvidas­ Deus.”
sem, Deus os livraria. . . Tolstoy foi então compelido a
“E haviam lutado como que admitir que “paralelo à razão” há,
com a força de Deus; sim, nunca em todo homem vivo, outro tipo
se soube de homens que tivessem de conhecimento, um conhecimen­
lutado com força tão miraculosa; to irracional, mas que proporciona
e com tanto ímpeto.” (Alm a o viver — fé. . . Fé é a força da
53:20; 56:47,56; grifo nosso.) vida.” (How I Came to Believe,
O que deu força aos filhos de Christchurch, New Zealand: The
Free Age Press, 1901, p. 40.)
Tolstoy descobriu que se pode
possuir tudo o que se deseja dos
prazeres e aclamações mundanos;
mas sem fé em Deus, a vida opri­
mirá o coração, a mente e mesmo
a alma.
Às vezes nos parece que os
problemas enfrentados pelos ou­
tros não são tão difíceis como os
nossos. Para alguns, a vida não pa­
receria tão dura se pelo menos ti­
vessem mais saúde, ou uma posi­
ção social mais elevada, ou mesmo
se fossem melhor aceitos por seus
companheiros. Para outros, a vida Onde Laurie Polk encontrou for­
seria mais feliz se fossem casados. ça para sobrepujar tal escuridão e
Outros procuram libertar-se das desespero? Pelo poder da fé em
responsabilidades do casamento, Deus, aprendeu o significado da
achando que isto amenizaria seus vida. Em seu corpo, de oitenta e
problemas. sete centímetros, ele possui força
Nem todos os desafios estão re­ semelhante à dos filhos de Helamã,
lacionados à presença de necessi­ que ele usa para sobrepujar os de­
dades materiais ou físicas. No en­ safios pessoais, e também para
tanto, a fonte de força para enfren­ realmente encontrar alegria de vi­
tar tais desafios permanece a mes­ ver. Ele sabe que pode resolver
ma: Fé em Deus e fidelidade em qualquer problema se viver em har­
todas as ocasiões. Crendo em Deus monia com Deus e se servir ao
e vivendo de acordo com sua lei, próximo. Suas palavras são: “Com
ganhamos força para sobrepujar a ajuda do Senhor não temos pro­
com sucesso, todos os desafio da blemas, só desafios.” Laurie Polk
vida. é agora, líder do grupo dos sumo
Um amigo meu da Carolina do sacerdotes da Estaca Charleston,
Sul tem demonstrado, por seu mo­ na Carolina do Sul.
do de vida, que mesmo tendo vá­ Com a experiência das agruras
rios problemas, somos capazes de da vida, aprendi que a fé em Deus
sobrepujá-los, quando temos a ver­ desenvolve em nós um am or pes­
dadeira fé em Deus. soal a ele, o qual é retribuído com
Laurie Polk é um anão. Desde bênçãos em tempos de necessida­
o nascimento, sua vida tem sido de. Para minha filha e para todos
um constante desafio. Quando atin­ os que se estão deparando com
giu a idade escolar, para lá se di­ períodos de m udança ou de desa­
rigia pedalando um triciclo a fim fios eu digo: Não temais os desa­
de acom panhar o ritmo das outras fios da vida, enfrentai-os paciente­
crianças. Quando suas pernas cur­ mente, com fé em Deus. Ele recom­
tas o impediram de participar de pensará vossa fé com poder, não
jogos e atividades atléticas, dedi­ só para perseverar, mas também
cou-se à preparação profissional. para sobrepujar as agruras, os de­
Para obter emprego, ele percebeu sapontamentos, as provações e as
que seria necessário persistir e pro­ lutas do dia-a-dia. Procurando di­
var-se capaz. Quando obteve uma ligentemente viver a lei de Deus e
oportunidade, encontrou alegria nele depositando fé, não seremos
através do amor que dedicava ao desviados do caminho eterno pelos
trabalho. estímulos e louvores do mundo.
Quando tudo parecia correr bem, Que possamos desenvolver fé
outro desafio se lhe apresentou. em Deus a ponto de sair vitoriosos
Laurie Polk, já então com muitas das batalhas da vida “com a força
limitações físicas, perdeu a visão de Deus; sim, . . .com (sua) força
numa das vistas. Depois, perdeu tão miraculosa; e. . . ímpeto.”
quase por completo a mobilidade (Alm a 56:56.) Então encontrare­
das pernas anãs. A seguir, a retina mos a felicidade que tanto deseja­
do outro olho se deslocou deixan­ mos. Em nome de Jesus Cristo,
do-o completamente cego. amém.
ordem incomparável do movimen­
Voltai-vos a to dos corpos celestes e na deli­

a
cada beleza das flores, árvores e
Deus outras coisas que crescem, todos
prestando testemunho silente de
sua existência.
Quão estimulante e edificador é
podermos aproximar-nos dele em
oração todas as manhãs e tardes,
sentir sua proximidade e amor ao
reconhecermos sua mão em todas
as coisas, e buscar sua ajuda em
nossas necessidades.
Que grande bênção é podermos
É lder Rex C. Reeve aproximar-nos da fonte de vida e
D o Primeiro Quorum dos Setenta
luz e sermos fortalecidos e renova­
dos, tão-somente buscando-a e pe­
“A resposta. . . para todos os dindo humildemente.
nossos desafios e necessidades, Mesmo na tragédia ele está pre­
nacionais e pessoais, é voltar nosso sente. Quando enfrentamos desa­
coração a D eu s,. . . e todas as fios traum áticos e um a vida pende
coisas reverterão para nosso bem .” por um fio ou se acha às portas
do desespero; quando o futuro é
mbora as notícias diárias dos negro, a esperança cada vez menor

E lurnais sejam assustadoras,


embora cresça a violência e
uma incerteza agourenta aumente
e o tempo parece arrastar-se —
ele está presente. Suas palavras
tranqüilizantes parecem-nos dizer:
continuam ente em quase todos os “Estou aqui, não vos preocupeis.
setores, não haveria problema, na­ Isto será para vosso bem, se tudo
cional ou pessoal, que não pudesse suportardes. Confiai em mim.”
ser resolvido, e resolvido facilmen­ Ao comungar com nosso pai
te, se os homens e as nações vol­ A braão, falou-lhe sobre o propó­
tassem seu coração e vida para sito de enviar-nos à terra. Disse
Deus. Seria tudo tão simples! ele:
Ele é o nosso pai, o pai de nosso “Desceremos, pois há espaço lá,
espírito. É o pai de todos os ho­ e tomaremos destes materiais e fa­
mens. Nós somos seus filhos. Ele remos uma terra onde estes possam
nos conhece e nos ama. Talvez não morar;
goste de tudo o que fazemos, mas “E prová-los-emos com isto,
de uma coisa podemos ter certeza para ver se eles farão todas as
— ele ama seus filhos. Sim, ele é coisas que o Senhor seu Deus lhes
um Pai Celestial amoroso. E ele m andar.” (A braão 3:24-25.)
vive. Sim, esta vida é um tempo de
Quão confortador e tranqüilizan­ provação. Não é o tempo da re­
te é podermos, dia após dia, con­ compensa. Esse tempo virá mais
templar as maravilhas do universo tarde. Estam os aqui para sermos
e este lindo m undo no qual vive­ provados e a prova está-se proces­
mos. Podemos ver sua mão na sando agora mesmo!
‘Fala aos filhos de Israel que me
tragam uma oferta alçada; de todo
o homem cujo coração se mover
voluntariamente, dele tomareis a
minha oferta alçada.” (Êxodo
25:2.)
Não houve dem onstração de
preocupação quanto à oferta em
si; ela foi pedida “de todo o ho­
mem cujo coração se mover volun­
tariamente” .
Suponho que no dia do julga­
mento a questão não será tanto o
que dissestes ou onde servistes,
mas, sim, se servistes ao Senhor
de todo o vosso coração, se o colo-
castes em primeiro lugar em vossa
vida.
Sim, a verdadeira adoração é a
do coração.
Se os homens e as nações se
aproximassem de Deus de todo o
coração, as guerras cessariam. Se
Ele deseja que saibamos como o amor de Deus existisse no cora­
nos sentimos em nosso íntimo pois ção do homem, ele não teria dese­
nos disse: “Porque, como imagi­ jo de destruir seu irmão. Com o
nou (o hom em ) na sua alma, amor de Deus no coração não ha­
assim é.” (Provérbios 23:7.) veria desonestidade. Se Deus esti­
“Eles se chegam a mim com seus vesse no primeiro lugar, o homem
lábios, porém, seus corações estão amaria o próximo como a si mesmo
longe de mim.” (HJS 1:19.) e, em vez de tirar-lhe o que tem,
lhe daria do seu.
Quando nossos corações não
estão no caminho certo, o Senhor No lar, se o amor de Deus
existisse no coração do pai e da
vos priva do seu espírito. “Em
mãe, do marido e da mulher, e se
seus corações procuraram a m alda­
Deus viesse em primeiro lugar na
de, e eu, o Senhor, retive o meu
vida deles, teria fim o egoísmo;
Espírito.” (D&C 64:16.)
não haveria discórdia. Pelo con­
Ele “concede aos homens” de trário, reinaria um sentimento de
acordo com o desejo de seus cora­ prestimosidade e solidariedade em
ções. (V er Alm a 29:4.) lugar da dem anda de direitos e
“Ó vós que embarcais no serviço desejos, dem anda esta que freqüen­
de Deus, vede que o sirvais de todo temente destrói o lar.
o co ração . . . para que possais O lar é, na realidade, o sentimen­
comparecer sem culpa perante o to existente entre marido e mulher
tribunal de Deus, no último dia.” — como eles se sentem a respeito
(D&C 4 :2 .) um do outro e de Deus. O lar não
Sobre as ofertas, o Senhor disse: é a casa, pois a casa continuará
existindo depois de terminado o O Senhor declarou: “Porque
lar. onde estiver o vosso tesouro, aí
Se homens e nações realmente estará também o vosso coração.”
se aproximassem de Deus de todo (M ateus 6:21.)
o coração, o Dia do Senhor seria Voltai vossos corações ao Se­
santificado. O coração humano nhor, ó vós, rapazes maravilhosos
desejaria amar, servir, honrar e da Igreja, e colocai-o em primeiro
adorar a Deus. lugar em vossa vida. A melhor
Sim, a verdadeira adoração é a coisa que cada um de vós pode
do coração. fazer pelo Senhor, por vós mesmos
“Então dali buscará ao Senhor e vossa família, é preparar-vos
teu Deus, e o acharás, quando o para servir como missionários, le­
buscares de todo o teu coração e vando o evangelho aos povos que
de toda a tua alm a.” (Deuteronô- ainda não o ouviram.
mio 4 :2 9 .) Vosso serviço missionário não
A Jesus foi feita a pergunta: só será uma bênção para muitas
“Mestre, qual é o grande m anda­ outras vidas, como também para
mento da lei? a vossa. Havereis de crescer em
“E Jesus disse-lhe: Amarás o amor pelo Senhor e seus filhos,
Senhor teu Deus de todo o teu vossa auto-imagem será realçada,
coração, e de toda a tua alma, e crescereis em confiança e entendi­
de todo o teu pensamento.” (M a­ mento. Aproximar-vos-eis cada vez
teus 22:36-37.) mais do Senhor e sabereis como
Precisamos crescer no respeito, usar melhor seu santo poder.
reverência e amor a Deus, o Pai, e a Q uando retornardes da missão,
seu Filho, Jesus Cristo. Isto conse­ estareis mais preparados para ser­
guiremos desejando e buscando. vir como líderes no sacerdócio e
Não nos será dado automaticamen­ como pais dignos. É a melhor coi­
te, pois nós, indivíduos com liber­ sa que podereis fazer, para aben­
dade de opção, temos que desejar, çoar tanto a vida alheia quanto a
procurar, orar e pedir essas coisas. vossa. Voltai a ele vosso coração,
Elas devem brotar do fundo de colocai-o em primeiro lugar em
nosso coração. vossa vida, preparai-vos para ser­
vi-lo como missionários.
Vós, moças encantadoras da
Igreja, colocai o Senhor em primei­
ro lugar, voltai a ele o vosso cora­
ção. Ele tem tanta confiança em
vós, suas filhas. Preparai-vos para
casar no templo. Trabalhai e pla­
nejai para tal fim. Ele não só
abençoará vossa vida, mas também
a de muitos outros, graças aos
vossos desejos e exemplos. Colocai
o Senhor em primeiro lugar em
vossa vida e coração.
Vós, pais e mães, colocai o Se­
nhor em primeiro lugar em vossa
vida e coração. Falai do Salvador de novo com o homem como nos
a vossos filhos; fazei com que sin­ tempos antigos, através de seu pro­
tam que ele ocupa o primeiro lugar feta. Ele restaurou a autoridade do
em vossos corações. Falai-lhes do seu sacerdócio, autorizando o ho­
seu am or e das grandes bênçãos mem a agir em seu nome. R estau­
que tem para cada um deles, em rou sua Igreja, o que faz com que
conformidade com seus desejos e as ordenanças salvadoras estejam
vida digna e com a freqüência com novamente à disposição do homem.
que vão à sua casa. Ajudai-os a Não é necessário que confieis
sentirem que é maravilhoso ter uma tão somente em nossa palavra a
família, para que desejem pertencer ■respeito, pois ele preparou um
a uma para sempre. meio de poderes saber por vós
As crianças chegam a conhecer mesmos.
a Deus e a sentir amor por ele, Sua mensagem infinita trará um
sua palavra e seus profetas, antes propósito real e um novo signifi­
mesmo de aprenderem a ler, se tais cado a vossa vida bem como uma
sentimentos sagrados existirem nos plenitude e paz que não poderíeis
corações dos pais, e encontrarem gozar de nenhum a outra forma.
expressão em sua aparência, pala­ Milhares de pessoas estão procu­
vras e atos. rando e encontrando isto todos os
A melhor coisa que vós, pais, meses. Convidamo-vos a procurar
podeis fazer por vossos filhos, é e encontrar também. Teremos
amar-vos um ao outro e colocar imenso prazer em ajudar-vos, se
Deus em primeiro lugar em vosso assim desejardes.
coração e vida. Isto fortalecerá Sim, a resposta e solução para
vosso lar e salvaguardará vossa todos os nossos desafios e necessi­
família. dades, nacionais ou pessoais, é
Vós, que sois solteiros e enfren­ voltar nosso coração a Deus, colo­
tais tantos desafios, colocai-o em cá-lo em primeiro lugar em nossa
primeiro lugar em vossa vida. Ele vida, guardar seus mandamentos
vos ama. Quando o buscardes e — e todas as coisas reverterão para
lhe abrirdes vosso coração, recebe- nosso bem, até mesmo as prova­
reis forças e fé para enfrentar as ções que nos parecem demasiada­
provações que tendes à frente. Ele mente grandes e difíceis. Elas tam­
não removerá os desafios mas for- bém hão de abençoar nossa vida.
talecer-vos-á, de modo a conseguir-
des carregar vosso fardo e passar Devemos voltar-nos para Deus;
pelas provas. Ele está presente. Ele colocá-lo em primeiro lugar em
vos ama. nossa vida e especialmente em
E vós, bons amigos que ainda nosso coração.
não gozais das bênçãos do seu Eu testifico que ele realmente
evangelho restaurado, voltai-lhe o vive! Que é nosso Pai! Que ama
vosso coração e escutai a sua voz; seus filhos! Testifico também que
ele sussurrará em vossos ouvidos, Jesus é o Cristo, e que ele estará
quando o procurardes. tão próximo de nós quanto permi­
Deus falou novamente ao ho­ tirmos, dependendo de como vive­
mem em nossos dias. Os céus estão mos e sentimos em nosso coração.
abertos. Ele realmente comunga Em nome de Jesus Cristo, amém.
“Porque Convém que o Bispo Seja
Irrepreensível”
mente alto, pois esses grandes ho­
mens não estavam tendo o privilé­
gio de cum prir a designação que
lhes havia sido dada, com a alegria
e satisfação que deveria acompa­
nhar um chamado tão sagrado.
Sempre tive a maior admiração
pelo ofício de bispo. Tenho convi­
Élder L. Tom Perry vido com bispos durante toda a
Do Quorum dos Doze Apóstolos vida. Eu não tinha mais que seis
meses de idade, quando meu pai foi
Cinco passos para os membros da chamado para ser o bispo de nossa
Igreja apoiarem o bispo em sua ala. Ele serviu até depois de meu
grande responsabilidade. décimo oitavo aniversário. Poucos
anos depois de ter-me casado, fui
sta conferência marca o iní­ chamado para servir num bispado.

E cio de uma nova era para a


Igreja no campo das comu­
nicações. O advento do satélite nos
Logo descobri quão grande é o
am or gerado num bispado, quando
seus componentes servem juntos.
garante a oportunidade e privilégio Depois de três anos foi-me ofere­
de alcançar, com esta conferência cido um emprego que achei conve­
geral, mais membros da Igreja do niente aceitar.
que jamais foi possível antes. Foi com profunda tristeza que
Faz tempo que desejo abordar deixei minha participação nesse bis­
determinado assunto numa confe­ pado. Em nossa última noite na
rência geral. Com o aumento de comunidade em que vivíamos, hou­
audiência de nossa irmandade, me ve uma festa em nossa homenagem.
parece apropriado falar sobre ela. Para evitar de dizer adeus, fugimos
Alguns anos atrás, fui designado a antes do término, e fomos passar a
participar de um comitê responsá­ noite na casa de um amigo. Termi­
vel pela revisão de todas as mu­ nada a festa, o bispo e o outro con­
danças de bispos. Apresentávamos selheiro com quem eu estivera ser­
nossas recomendações, a serem exa­ vindo, foram até lá e passaram a
minadas numa reunião no templo, noite toda sentados, enquanto nós
assistida pela Primeira Presidência descansávamos, esperando o mo­
e pelo Conselho dos Doze. Fiquei mento de nossa partida de m anhã
alarm ado com o número de bispos bem cedo, para que não nos fôsse­
recomendados para desobrigação mos sem uma despedida adequada.
por motivo de saúde, dificuldades Com um nó bem grande na gar­
com a família ou problemas no em­ ganta, consegui dizer adeus a esses
prego. Em bora a percentagem não dois irmãos, e passei para outras
fosse grande no total, achei que designações.
qualquer número era demasiada­ Alguns anos mais tarde, fui cha­
mado para servir em outro bispado. enchem minha alma e meu coração
O mesmo amor se desenvolveu en­ de admiração por esse nobre cha­
tre nós, à medida que nos reunía­ mado.
mos freqüentemente para dirigir os Paulo, na carta a Tito, apresenta
assuntos da ala. Pouco mais de um alguns requisitos difíceis de serem
ano depois, houve uma mudança cumpridos por aquele que é cha­
na presidência de nossa estaca. O mado para o ofício de bispo.
bispo e eu fomos entrevistados pela “Porque convém que o bispo seja
autoridade geral encarregada. A irrepreensível, como despenseiro da
primeira pergunta que essa autori­ casa de Deus, não soberbo, nem •
dade fez foi: “Você se dá bem com iracundo, nem dado ao vinho, nem
seu bispo? Ele é um bom líder?” espancador, nem cobiçoso de torpe
Comecei a expressar entusiastica­ ganancia;
mente toda minha admiração e “Mas dado à hospitalidade, ami­
amor por aquele homem e por tudo go do bem, moderado, justo, santo,
o que ele havia feito pela ala. De temperante;
súbito, compreendi o propósito da “Retendo firme a fiel palavra,
entrevista. Eles poderiam chamá-lo que é conforme a doutrina, para
para a presidência da estaca, e nos­ que seja poderoso, tanto para ad­
sa associação seria interrompida. m oestar com a sã doutrina, como
Cessei imediatamente os meus elo­ para convencer os contradizentes.”
gios e, depois de uma pausa, disse, (Tito 1:7-9.)
com um sorriso nos lábios: “O úni­ O Senhor aumentou o seu fardo,
co problema dele é que quando está designando-o juiz numa revelação
sob pressão, vai para casa e bate contida em Doutrina e Convênios.
na mulher.” A autoridade geral se “E, quem é chamado para essa
inclinou para trás e comentou: missão, é designado para ser um
“Muito interessante! Sabe, ele es­ juiz em Israel, como nos tempos
teve aqui há alguns minutos e disse antigos, para dividir as terras da
que você tem grande capacidade herança do Senhor com seus fi­
como líder, mas também tem um lhos;
problema. Gosta de se esconder “E, para com a assistência de
atrás do celeiro ocasionalmente e seus conselheiros, julgar seu povo
fum ar um cigarrinho.” A estratégia pelo testemunho dos justos, de
falhou: Fui chamado para a nova acordo com as leis do reino, dadas
presidência da estaca. pelos profetas de Deus. . (D&C
Em bora nunca tenha tido a opor­ 58:17-18.)
tunidade de servir como bispo, Os profetas nos têm admoestado
meus dois irmãos tiveram esse pri­ quanto à importância do papel de­
vilégio. Um deles serve, atualm en­ sempenhado pelo bispo. O Presi­
te, no noroeste do Pacífico. Tam ­ dente George AÍbert Smith nos
bém tenho um sobrinho, com quem disse:
me correspondo freqüentemente, “Nenhuma posição na Igreja,
que serve como bispo no norte dos proporcionará maior bênção a qual­
Estados Unidos. Portanto, as opor­ quer homem, do que o ofício de
tunidades, de observar e apreciar o bispo, se ele honrar tal cargo e for
papel daqueles que são chamados realmente um pai para o rebanho
para servir como bispos na Igreja, que foi chamado a presidir. Não
vos esqueçais d isso. . . . Mas quero plo para os jovens e para os recém-
dizer-vos que na Igreja não existe, -casados da ala. O vosso deve ser
nem nunca existiu, um só bispo que, um casamento ideal, um casamento
tendo servido o tempo que o Senhor que eles tentarão igualar, seguindo
lhe designou para cuidar do seu vosso exemplo. Vossa contribuição
rebanho, ensinar seu povo e prepa­ é profundam ente apreciada e com­
rá-lo para fazer a obra, não tenha preendida. N ada pode aliviar a an­
recebido cem por cento das bên­ siedade e o peso do fardo de um
çãos pelas quais trabalhou; e essas bispo tão bem quanto a ajuda de
bênçãos o acom panharão através uma companheira que o apóia.
da eternidade.” (Conference Re- Segundo, os filhos do bispo. Sei
port, out. de 1948, pp. 186-87.) que, às vezes, é como se a gente
Ora, não é o meu propósito des­ estivesse vivendo num aquário, on­
pender todo o tempo falando sobre de todos nos observam, para ver
o papel e comissionamento dos bis­ se fazemos algo errado, ou dizemos
pos, fazendo com que sintam seu o que não devemos. Sei que, às ve­
fardo pesar mais ainda. Ao invés zes, vos sentis tomados de ressen­
disso, permiti-me falar de como po­ timento, quando as férias ou outra
demos apoiá-los em sua grande res­ atividade planejada é interrompida
ponsabilidade. por uma emergência na ala.
Primeiro, a esposa do bispo. Ela é Aprendi uma grande lição na
cuidadosamente avaliada antes de o noite antes de meu pai ser desobri­
marido ser entrevistado para o cha­ gado como bispo. Foi a primeira
mado de bispo, a fim de verificar vez que realmente o vi derram ar
que tipo de apoio ela lhe dará. lágrimas. Ele reuniu a família, para
Asseguramo-vos que o papel dele anunciar que seu tempo de serviço
como bispo é secundário em rela­ como bispo havia terminado. E en­
ção ao chamado eterno de marido tão, com lágrimas escorrendo pelas
e pai. A fim de que ele tenha su­ faces, disse-nos que sentiria muita
cesso, a esposa precisa apoiá-lo falta desse chamado, embora mui­
plenamente. Sabemos que isto au­ tas vezes tivesse sido um fardo di­
menta seu fardo. Ela tem de ser fícil de carregar, e de ter-lhe exigi­
telefonista, carteira, recepcionista, do grande parte de seu tempo. Ele
e tom ar o lugar dele em casa, quan­ nos ensinou uma lição prática sobre
do é chamado para atender emer­ a alegria que o serviço na Igreja
gências. Freqüentem ente, pelo sim­ proporciona. Foi só então que co­
ples fato de estar lá, ela toma co­ mecei a apreciar plenamente as
nhecimento de informações confi­ bênçãos que havíamos gozado como
denciais, que deverá guardar para família, graças ao fato do manto do
si mesma, sem nunca discuti-las bispo descansar sobre os ombros
com ninguém. Nada pode ser mais de meu pai.
destrutivo para a credibilidade de Filhos, vosso pai necessita do
um bispo do que o fato de sua com­ apoio de vossa mãe e de vós para
panheira revelar informações confi­ poder cum prir uma designação tão
denciais pertinentes aos assuntos da grandiosa.
ala, que soube casualmente. Terceiro, quoruns do sacerdócio.
Tendes a obrigação, juntamente Os quoruns ocupam uma posição
com vosso marido, de ser um exem­ bastante incomum. O Senhor reve­
lou, em sua organização, uma es­ e outro, nem mentiras, maledicên­
trutura que usa os portadores do cias ou calúnias.
sacerdócio para fortalecer e velar “E ver que a igreja se reúna
pela Igreja. Os líderes dos quoruns amiúde, e ver também que todos
devem visitar os membros dos quo­ os membros cumpram suas obriga­
runs em seus lares, para louvá-los ções.” (D&C 20:47, 53-55.)
quando merecem, para abençoá-los O pai deve ser reconhecido e
e encorajá-los quando necessário, apoiado como líder presidente de
para ensinar-lhe o evangelho e para sua família, responsável pelo ensino
inspirar todos a guardar os manda­ das doutrinas básicas do reino aos
mentos e viver dignamente. Eles filhos, cuidar de que eles ajudem
devem ver que as famílias da ala, na edificação do reino, e conduzir
através do ensino familiar, sejam a família à vida eterna.
visitadas pelo menos uma vez por Quando o program a de ensino fa­
mês. miliar está funcionando devidamen­
Os mestres familiares, portanto, te, descobrem-se e controlam-se os
são chamados para representar o problemas familiares antes que as­
presidente do quorum e, através do sumam proporções que venham a
presidente do quorum, o bispo. exigir o julgamento e tempo do
Conseqüentemente, são represen­ bispo. Isto alivia o bispo de um
tantes do sacerdócio, chamados grande fardo, dando-lhe mais tem­
para ajudar os líderes de quorum po para assuntos que não pode de­
a velar pelos membros deste e for­ legar a outrem. Sim, os quoruns
talecê-los, incluindo os pais e fa­ devem assumir sua responsabilida­
miliares. de por inteiro e tom ar conta dos
Os mestres familiares devem “vi­ membros que lhes são designados.
sitar a casa de cada membro, exor­ Quarto, os membros da Igreja
tando-o a orar em voz alta e em em geral. Acho que deveis com­
segredo e a cum prir todas as obri­ preender que os bispos, em sua
gações da família. . . maioria, não são psiquiatras, nem
“Zelar sempre pela igreja. . . assistentes sociais, nem foram trei­
“E ver que não haja iniqüidade nados para serem conselheiros fi­
na igreja, nem dificuldade entre um nanceiros. Mas todo bispo foi cha­
mado sob a inspiração do Senhor, do o entusiasmo, vigor, vitalidade,
para servir-vos como membros de dedicação e comprometimento pos­
sua ala. sível. Correspondei fielmente ao
Devemos ter maior consideração chamado que vos foi designado.
com o tempo que exigimos deles, Quinto, lembrai-vos de vosso
de modo que possam cumprir suas bispo em vossas orações familiares.
designações e ter tempo suficiente Orai por seu bem-estar e força, para
para planejar, organizar, meditar, que seja abençoado pelo Senhor na
ponderar e ser receptivo à inspira­ trem enda responsabilidade que lhe
ção e aos sussurros do Senhor em foi confiada.
sua im portante mordomia. Se con­ Conheço o grande poder existen­
tinuamente levamos ao seu escri­ te no ofício de bispo. Conheço a
tório problemas que poderíamos paz, segurança, felicidade e conten­
resolver sozinhos, ocupamos seu tamento que pode proporcionar à
precioso tempo, tão necessário para ala, se tão-somente lhe permitirmos
coisas que não pode delegar. Será exercer o cargo que lhe foi confia­
que poderia oferecer algumas re- do e não o desviarmos para deve-
grinhas aos membros da Igreja a res menos importantes. Deixai que
respeito do assunto? organize seu próprio tempo e não
Primeiro, nunca procurar o bispo roubeis dele aqueles minutos pre­
antes de vos ajoelhardes e pedirdes ciosos de que necessita para si mes­
inspiração e solução para vossos mo. Lembrai-vos de que ele tem as
problemas. Não deveis ir ao seu mesmas obrigações dos outros che­
escritório só para sobrecarregá-lo fes de família: Primeiro, de ser um
de problemas. Sei que muitas pes­ bom m arido; segundo, de ser um
soas o procuram querendo apenas bom pai; e terceiro, de prover o
conversar sobre seus problemas, sustento da família. Não devemos
mas não ouvir soluções. tom ar o tempo de sua família nem
impedir seu crescimento, suas reali­
Segundo, nunca envolvais vosso zações e empreendimentos no cam­
bispo, se vosso mestre familiar ou po profissional. Só depois de cum­
quorum puder cuidar de vossas ne­ pridas suas obrigações para com a
cessidades. No entanto, sei que às família é que ele tem oportunidade
vezes existem problemas na vida de de servir-vos em seu chamado.
uma pessoa que requerem a aten­ Prometo-vos, irmãos e irmãs, que
ção pessoal e especial considera­ se apoiarmos o bispo, se aprender­
ção que só um bispo pode dar. mos a nos preocupar com seu bem­
Nesse caso, procurai-o e ele vos -estar e orarmos por seu sucesso em
ajudará. tudo o que faz, nossa vida será
Terceiro, jamais criticar ou falar abençoada, pois estamos sob a lide­
mal de vosso bispo ou de sua fa­ rança dele e temos oportunidade
mília. Respeitai esse grande e im­ de seguir sua direção inspirada na
portante chamado. liderança das alas da Igreja.
Quarto, vivei em harmonia com Possa Deus abençoar-nos, para
o evangelho, de modo que quando que este seja o início de um novo
vosso bispo vos cham ar para ser­ e melhor relacionamento com o
vir, estejais prontos e dignos de bispo, é minha humilde oração, em
aceitar o chamado. E servi com to­ nome de Jesus Cristo, amém.
uma voz que ecoa com o sonido
Os Sete de trombeta, uma voz que pelo po­
der do Espírito penetra no coração
Cristos das almas contritas.
É a voz que fala palavras de vi­
da eterna aqui e agora, e prepara
os homens para ganharem glória
imortal nas esferas eternas do por­
vir.
Somos servos do Senhor, e ele
nos enviou para convidarmos to­
dos os homens a vir a Cristo e ne­
le serem aperfeiçoados. Somos en­
Élder Bruce R. McConkie viados para testificar do verdadei­
do Quorum dos Doze Apóstolos ro e único Cristo, do verdadeiro e
único evangelho, da verdadeira e
Os sete papéis de Cristo: Criador, única salvação.
Deus de nossos pais, Messias Convidamos todos os homens a
prometido, Messias mortal, ouvir e atentar para nosso teste­
Messias ressurreto, Messias atual munho. O Cristo do qual prega­
e Messias milenial. mos e cujas testemunhas somos, é
conhecido de sete maneiras:
ostaria de falar dos sete

G Cristos, ou melhor do
Cristo cujas obras e pala­
vras se revelam sob sete aspectos.
1. Cristo — O Criador
Existe no céu um Deus — um
ser santo, exaltado, perfeito e pu­
Vivemos numa época de conten­
ro que é Pai de todos nós. É um
das e confusão, na qual os cris­
Homem Santo; tem um corpo de
tãos bradam : “Eis que o Cristo es­
carne e ossos; é o Pai de nosso
tá aqui, ou ali” (ver Mateus 24: espírito.
2 3 ), querendo dizer: “Eis aqui o
caminho da salvação, ou ali.” O Senhor Jesus Cristo é o Pri­
mogênito. Nasceu como herdeiro e
Ouvimos vozes de mau agouro
geração do Pai. Como todos os
e vozes de glória. As doutrinas e
seus irmãos espirituais, foi dotado
dogmas das diversas seitas são con­
de arbítrio e está sujeito à lei.
flitantes entre si. Somos exortados
a crer em princípios de discórdia No decorrer de longas eras, o
e andar por caminhos tortos. Primogênito do Pai, nosso Irmão
Os sons são dissonantes; o fala- Maior, avançou e progrediu pela
tório incessante; e as mensagens obediência, retidão e fé até tornar­
discrepantes. Sem dúvida, é claro -se igual a Deus em poder, força,
até para o mais cego fanático que domínio e inteligência. Ele tornou­
princípios religiosos contraditórios -se “o Senhor Onipotente, que rei­
não podem ser todos verdadeiros. na, que era e que é, de toda a eter­
Em meio a essa guerra de pala­ nidade, a toda eternidade” . (M o­
vras e tumulto de opiniões, levan­ siah 3 :5 .)
tamos um a voz calma e racional, Foi então que se tornou, sob a
direção do Pai, o C riador de mun­ e não existe outro Salvador além
dos sem número. dele.
Foi então que o Pai ordenou e Ele é o Deus de Adão, de Eno-
estabeleceu o plano de salvação — que, de Noé e de todos os santos
chamado de evangelho de Deus que viveram antes do dilúvio. É o
— pelo qual todos os seus filhos Deus de A braão, Isaque, Jacó e de
espirituais, incluindo Cristo, obte­ toda Israel. É o Santo de Israel,
riam um corpo mortal e poderiam o Deus de todos os profetas de
viver num estado probatório, m or­ todos os tempos. Foi pela fé em
rer e ressurgir em glória imortal; seu nome que eles realizaram to­
e, se fossem verdadeiros e fiéis em das as suas poderosas obras.
todas as coisas, conquistar a mes­ Ele foi o Deus dos jareditas, is­
ma gloriosa exaltação desfrutada raelitas e nefitas. Moisés, “Tendo
pelo próprio Pai. por maiores riquezas o vitupério
Foi então que o Filho eleito e de Cristo do que os tesouros do
amado do Pai foi preordenado a Egito” (Hebreus 1 1 :2 6 ), decidiu
ser o Salvador e Redentor, cujo segui-lo. Foi ele quem separou as
sacrifício expiatório colocaria em águas do M ar Vermelho à ordem
pleno vigor todos os termos e con­ de Moisés, quem imobilizou o sol
dições do grandioso e eterno pla­ e a lua quando Josué falou, quem
no do Pai. levantou da morte o filho da viúva
por desejo de Elias.
2. Cristo — O Deus de Nossos Todos os profetas, todos os pa­
Pais triarcas, todos os antigos santos
Existe um só Deus e Pai de to­ adoravam o Pai em seu santo no­
dos nós, um só plano eterno de me e nenhum outro.
salvação, um só caminho de volta Todos os verdadeiros crentes,
aos céus. E Jesus Cristo é o no­ todos os fiéis desde A dão até hoje,
me, dado pelo Pai, pelo qual os todos os que pela fé foram justos e
homens podem ser salvos. É o úni­ obtiveram salvação — todos, sem
co nome dado debaixo dos céus — exceção, tom aram sobre si o seu
agora, no passado e nas eternida­ nome e o seguiram de todo o co­
des vindouras — pelo qual se con­ ração.
segue a salvação. (Vide D&C 18: Ele é o nosso Deus e o Deus de
23; Moisés 6:5 2 .) nossos pais!
Existe um evangelho eterno, um
M ediador entre Deus e os homens, 3. Cristo — O Messias Prometido
um único que veio reconciliar os Durante quatro mil longos anos
homens decaídos com seu Criador. — desde quando Adão foi expul­
Todos os homens de todas as eras so do Éden até os dias em que
são salvos pelo mesmo poder, mes­ João batizava em Betania * — to­
mas leis, mesmo Salvador. E esse dos os profetas e todos os santos
Salvador é Cristo. aguardaram ansiosamente a vinda
Está escrito: “Jesus Cristo é o do Messias.
mesmo ontem, e hoje, e eterna­
mente.” (Hebreus 13:8.) Ele é o (* ou Betabara; 1 Néfi 10:9; João
Senhor Jeová; o grande EU SOU; 1:28, N. do T .)
va pelos pecados do povo, à seme­
lhança do futuro sacrifício expiató­
rio de Jeová.

rv
4. Cristo — O Messias Mortal
Nosso Bendito Senhor nasceu

r
de M aria em Belém da Judéia, e
assim “aniquilou-se a si mesmo, to­
mando a forma de servo, fazendo­
-se semelhante aos homens” . (Fili-
penses 2 :7 .)
Como homem, viveu um a vida
perfeita, fazendo a vontade do Pai
em todas as coisas.
Ensinou o evangelho, organizou
a Igreja e chamou outros para o
ministério.
Curou os doentes e levantou os
mortos; realizou poderosos mila­
gres.
Foi rejeitado pelos homens, con­
denado pelos poderes malignos de
então, e cruelmente crucificado na
cruz.

5. Cristo — O Crucificado e
Ressurreto

Eles falavam de Cristo e ensina­ Agora falamos do Cristo que


vam e profetizavam a seu respeito; veio ao mundo para morrer, m or­
concentravam sua vida e toda sua rer na cruz pelos pecados dos
esperança na promessa de sua homens. Falam os igualmente do
vinda. Cristo que veio para ressuscitar da
Sabiam que, sendo o Filho de morte, do Cristo que, em gloriosa
Deus, nasceria de uma virgem, rea­ imortalidade, convida todos a se­
gui-lo na vida e na morte e de no­
lizaria a expiação eterna e infinita,
vo na vida.
que por meio dele teriam imortali­
dade e vida eterna. Toda a doutri­ No Getsêmani, curvou-se sob
na e todas as ordenanças, todo seu um fardo que ninguém mais podia
culto ligavam o nome dele com carregar. Ali verteu gotas de san­
o do Pai. gue por todos os poros ao arcar
A lei de Moisés, com todos seus com os pecados de todos nós, sob
tipos e nuanças testificava daquele condição de arrependimento. (V er
que viria salvar seu povo. No Dia Lucas 22:44.)
da Expiação, por exemplo, o su­ E no Calvário, durante as três
mo sacerdote colocava o nome de horas de sua paixão mortal, retor­
Jeová sobre um bode e o sacrifica­ naram os sofrimentos do Getsêma-
ni ao tom ar todo o cálice que o Graças a Deus que os céus se
Pai Celeste lhe dera. abriram, que o Pai e o Filho apa­
No jardim e na cruz ele pagou receram a Joseph Smith, que reve­
o preço e cumpriu sua expiação. lações e visões e dons e milagres
Na madrugada do terceiro dia, abundam entre os genuínos santos.
rompeu os laços da morte e res­ Graças a Deus que em nossos
surgiu do sepulcro para herdar to­ dias muitos viram a face do Filho,
do o poder na terra e nos céus. o qual derram ou o dom do seu Es­
Não existem palavras para lou­ pírito sobre um núm ero ainda
var a m aravilha de suas obras e maior.
tudo o que fez por nós. H abita ago­
Este é o dia em que o conheci­
ra eternamente nos céus, como
mento do verdadeiro Cristo e seu
nosso Advogado e Intercessor.
evangelho eterno estão sendo pre­
Porventura, não podemos ouvir
gados entre os homens, pela últi­
sua voz nos dizendo: ma vez.
“Reverente e dócil agora
Curva tua cabeça em humildade. Este é o dia em que o Grande
Pensa em mim, ó resgatado; Deus é enviado à frente de sua
Lembra-te do que fiz por ti palavra a fim de preparar os po­
Com meu sangue vertendo qual vos para a segunda vinda do Filho
[chuva do Homem.
N o suor da agonia e dor. Este é o dia em que a Igreja de
Com meu corpo no lenho Jesus Cristo foi organizada de no­
Resgatei-te, mesmo a ti.” vo e recebeu a comissão de admi­
(N. do T. Hymns, n.° 280; sem nistrar esse sagrado evangelho que
versão em português.) proporciona a salvação.

6. Cristo — O Messias Atual 7. Cristo — O Messias Milenial


Prestamos testemunho não só do E agora, com palavras de serie­
Cristo de antigamente, mas do dade, anunciamos que o Senhor Je­
Messias de hoje e de sempre. sus, o Cristo Eterno, o Salvador
Falamos não só do Cristo m or­ que foi, é e será, logo voltará.
to, conhecido dos antigos, como Tão certo quanto o filho de M a­
do Salvador vivente que dirige seu ria veio habitar entre seus seme­
povo hoje como fazia em outros lhantes, virá o Filho de Deus em
tempos. toda glória do reino de seu Pai, pa­
Regozijamo-nos não só num po­ ra reinar entre os filhos dos ho­
vo que tinha o evangelho nos dias mens.
antigos e realizava milagres e ga­ Nesse dia terrível, terá fim o
nhava salvação, mas no evangelho mundo de hoje; cessará a iniqüida­
existente hoje e no povo que se de: toda coisa corrutível será con­
gloria nos mesmos dons do Espíri­ sumida. E a glória do Senhor bri­
to derram ados sobre seus pais. lhará diariamente sobre todos os
Graças a Deus, o dia da restau­ homens, desde o nascer até o pôr
ração começou. Este é o tempo da do sol.
restituição da qual falaram todos Aqueles entre nós que perseve-
os profetas antigos. (V er Atos rarem até o dia de sua vinda, en­
3:21.) contrarão alegria e paz eterna. Os
santos fiéis viverão e reinarão na Sabemos que é o Filho onipo­
terra com ele por mil anos, e a se­ tente de Deus, que trouxe à luz vi­
guir irão para seu descanso ce­ da e imortalidade através do evan­
lestial. gelho e que todos os que nele
A segunda vinda do Filho do crêem, conforme é revelado agora
Homem será um dia de vingança, por profetas vivos, serão salvos
de queima e sofrimento para os com ele no reino de seu Pai.
iníquos e ímpios. Convidamos todos os homens de
Para os que amam o Senhor e todas as partes, todos os homens
vivem sua lei, será um dia de paz, de cada nação, tribo, língua e po­
triunfo, glória e honra — o dia vo a virem a Cristo para nele se­
em que o Senhor vem para reunir rem aperfeiçoados.
suas jóias. (V er M alaquias 3:17.) Convidamos todos os homens a
E assim, sabendo do que fala­ vir e adorar o Pai em nome do Fi­
mos, tendo conhecimento seguro lho, pelo poder do Espírito Santo.
nascido do Espírito, erguemos nos­ E como representante do Se­
sas vozes em louvor e testemunho nhor, agindo por ele e em seu no­
do Senhor Jesus Cristo, cujas tes­ me, prometemos a todos os que
temunhas somos. seguem este caminho — realizan­
Nossa fé concentra-se no verda­ do obras de retidão —■ que terão
deiro Cristo vivo, nosso Amigo, paz nesta vida e vida eterna no
nosso Senhor, nosso Deus e nosso mundo vindouro.
Rei, a quem servimos em piedosa Em nome de Jesus Cristo.
adoração. Amém.
Sessão do Sacerdócio, 2 de outubro de 1982

Como Ativar os Rapazes


do Sacerdócio Aarônico
— Mas o irmão não age de
acordo.
— Como assim?
— Bem, o irmão nunca faz na­
da com os jovens. Nunca os entre­
vista. Nunca aparece na abertura
e durante nossa reunião, fica entre­
vistando adultos.
C. Frederick Pingel Um dia, ela bateu à minha por­
Bispo da A la Beavercreek, ta e disse:
Estaca Dayton Leste, Ohio.
“Olhe, bispo, tenho um livro pa­
A grande chave da ativação: ra o irmão. Não precisa lê-lo in­
Envolver-se e estabelecer uma teiro, apenas as partes que subli­
relação pessoal com eles. nhei.” Era o livro do Élder Vaughn
Featherstone, A Generation of Ex-
cellence (U m a Geração Excelen­
rmãos, sou profundam ente gra­

I to pela oportunidade de estar


convosco nesta noite. Quero
agradecer ao Pai Celeste por esta
te).
Primeiro li as partes sublinha­
das, depois o livro inteiro. Esse li­
vro teve um grande impacto sobre
oportunidade e experiência. Oro
mim. Sou grato ao Élder Feather­
que minhas palavras e pensamen­
stone por tê-lo escrito. Igualmente,
tos sejam úteis e proveitosos para
porém, sou grato à Irm ã M cM ana­
a edificação e fortalecimento dos
way por interessar-se pelos jovens
jovens.
a ponto de dizer-me: “Bispo, o ir­
M inha designação é falar do que mão precisa ler este livro.”
estamos fazendo em nossa ala para
ativar os jovens do Sacerdócio
Aarônico.
Primeiro, toda ala precisa de
uma Irmã McManaway.
Quero falar-vos um pouco da
Irm ã McManaway, nossa presiden­
te das Moças. Bispos, espero que
tenhais alguém como ela. Quando
soube que a mais im portante res­
ponsabilidade do bispo é a juven­
tude da ala, bem, ela acreditou.
Cham ando minha atenção para o
fato, respondi-lhe que também
acreditava. Ela respondeu-me:
nuo no ensino familiar que agora
chegou à mesma porcentagem. Sem
esse apoio, não poderíamos dar su­
prema prioridade à juventude.
Terceiro, entregar o programa
da juventude a pessoal qualificado.
Costuma-se dizer que, ao orga­
nizar uma nova ala, deve-se iden­
tificar primeiro o melhor homem
e fazer dele o chefe dos escoteiros.
Nosso chefe de escoteiros é um ex-
bispo. Nosso presidente dos R apa­
zes é um ex-sumo conselheiro. To­
dos os líderes em nossa organiza­
ção dos Rapazes cumpriram missão
de tempo integral e possuem reco­
mendação para o templo. Irmãos,
utilizai aqui as melhores pessoas.
Não sei onde deveis colocar irmãos
menos qualificados; mas não nisto.
Colocai gente realmente boa nos
programas para os jovens.
Quarto, não vos esqueçais da Pri­
mária.
Fui mestre familiar de uma en­ Por favor, não vos esqueçais da
cantadora irmã de idade, que tinha Primária. Escolhei vosso líder dos
o dom de falar exatamente o que Lobinhos e Luzeiros com o mesmo
pensava. Certa noite, disse-lhe o cuidado que tendes pela organiza­
quanto ela significava para mim e ção dos Rapazes.
de meu afeto por ela, ao que res­ Quando os garotos completam
pondeu com toda franqueza: “Fa­ doze anos, já têm conhecimento do
lácia.” Com referência à juventude, sacerdócio e estão firmemente es­
possivelmente fui igualmente culpa­ tabelecidos no escotismo através do
do de falácia. program a dos Lobinhos; e os es­
Segundo, usar o com itê executi­ coteiros de onze anos já se encon­
vo do sacerdócio e a Sociedade de tram a caminho do- Escoteiro da
Socorro. Pátria.
Quando nosso bispado passou a Quinto, incentivar a tradição do
dar mais atenção à juventude, cres­ Escoteiro da Pátria.
ceram as responsabilidades e esfe­ Não existe nada melhor que um
ra de influência do nosso comitê pouco de sucesso para gerar mais
executivo do sacerdócio e Socieda­ sucesso. A tradição do Escoteiro
de de Socorro, particularm ente de da Pátria em nossa ala rem onta ao
nosso presidente do quorum de él- tempo de sua organização. É uma
deres. Seu apoio é dem onstrado pe­ coisa que herdei com muita grati­
los noventa por cento nas visitas dão.
das professoras visitantes nos últi­ Há certa satisfação espiritual
mos dois anos, e progresso contí­ quando vemos mestres e sacerdotes
ainda empenhados em tornarem-se do bispado responsável pelo res­
Escoteiros da Pátria. Um de meus pectivo grupo etário. Toda entre­
primeiros assistentes no quorum vista é importante; pode abranger
dos sacerdotes conseguiu-o pouco suas metas e progressos, além de
antes de completar dezoito anos, possibilitar os necessários conse­
mas conseguiu. Foi uma beleza. lhos.
Adoro abraçá-los na corte de hon­ Não hesiteis em convidar os ina­
ra e deixá-los um pouco em bara­ tivos. Freqüentem ente recebo sur­
çados com meus elogios. É a única presas muito agradáveis. Na ver­
vez em que realmente me escutam. dade, diversas entrevistas anuais fo­
Sexto, fortalecer a tradição de ram um passo im portante no pro­
missionários. cesso de ativação.
As listas de Escoteiros da Pátria Nono, incentivar a participação
e missionários praticamente se con­ no seminário.
fundem. Mas existem nomes adi­ Estou certo de que o seminário
cionais, como os do Élder Doug é o instrumento mais eficiente que
Blincoe e Irm ã Karen Baughman, temos para dar à juventude o co­
membros da Igreja há menos de nhecimento de que Jesus é o Cristo.
dezoito meses e ambos cumprindo Quando o Irmão Mike falar da­
missão de tempo integral. O espí­ qui a pouco — e Mike, quero dizer
rito da obra missionária pode con­ como estou orgulhoso de você e
tribuir bastante para o fortaleci­ quanto aprecio trabalhar com você
mento de vossos programas para — ele vos dará um exemplo de
os jovens. ativação. A chave desta é tocar a
Sétimo, reexaminar as m ordo­
mias.
É importante que os líderes de
jovens tenham oportunidade de
prestar contas de suas mordomias.
As entrevistas pessoais do sacerdó­
cio são feitas geralmente pelo mem­
bro do bispado responsável pela
respectiva classe ou quorum. Gos­
to, porém, de conversar com os
presidentes de classe e quorum a
respeito de suas mordomias, tri­
mestralmente. Isto me dá oportuni­
dade de verificar como se estão
saindo, e ao mesmo tempo fortale­
cer, incentivar e instruí-los. Tam ­
bém costumo cham ar pessoalmente
os presidentes e fazer a designação.
Oitavo, fazer entrevistas regulares.
A entrevista é um dos melhores
meios de o bispo conhecer seus jo­
vens. Todo jovem tem direito a
duas boas entrevistas por ano; uma
pelo bispo e a outra pelo membro
vida e coração de alguém que está cado com ele na noite anterior pa­
tendo dificuldades pelo exercício ra avisá-lo de nossos planos.
do amor, cuidado e paciência, às O pai atendeu-nos e explicamos
vezes muita paciência. nosso objetivo. Irmãos, ele não po­
Existem muitos outros elementos deria ter sido mais gentil. Subindo
para acom panhar essa grande cha­ ao quarto do rapaz, encontramo-lo
ve de ativação. Diversos deles fo­ dormindo a sono solto. Jamais me
ram mencionados nesta noite. Mas esquecerei de sua surpresa quando
nenhum conseguirá substituir por acordou com todos nós em volta
si só essa chave. Temos tido exce­ de sua cama. Bem, tivemos uma
lentes atividades, como nossa ex­ excelente reunião completa, com
cursão de bicicleta de Kirtland até introdução, aula e alguns pensa­
Dayton. Na medida do possível, os mentos a respeito de ativação.
jovens seguiram a rota dos santos Havíamos descoberto uma exce­
que em 1834 se transferiram de lente técnica de ativação. Decidi­
Kirtland para o Condado de Jack- mos usar a mesma técnica com o
son. À noite, os rapazes ficavam outro rapaz na semana seguinte.
ouvindo histórias dos diários des­ Durante a semana, nossos planos
ses santos. Depois de pedalar uns transpiraram , e no domingo, pela
oitenta quilômetros por dia, eles primeira vez desde que eu era bis­
conseguiam apreciar melhor os san­ po, a freqüência do quorum na
tos pioneiros. reunião do sacerdócio foi de cem
Esta experiência proporcionou por cento.
bastante progresso. Reconheceu-se Um desses rapazes já está cum­
a importância do trabalho de equi­ prindo missão de tempo integral e
pe e os testemunhos se fortalece­ o outro partirá em breve.
ram. O mais significativo, porém, Lembrai-vos da irmã que eu vi­
foi o envolvimento total de diver­ sitava como mestre familiar? Aque­
sos rapazes que antes da excursão la que me acusou de falaz? Irmãos,
se mantinham semi-afastados do não caiais no mesmo erro com vos­
quorum. sos rapazes. Envolvei-vos com eles,
Temos feito igualmente algumas ativai-os, estabelecei um relaciona­
coisas inusitadas. Havia dois sacer­ mento pessoal com eles. Eis a gran­
dotes que simplesmente não conse­ de chave da ativação. Em nome de
guiam levantar-se cedo aos domin­ Jesus Cristo. Amém.
gos, e assim encontravam dificul­
dade em ir à reunião do sacerdó­
cio. Decidimos que já que não vi­
nham à reunião do sacerdócio, esta
iria à casa deles. Após resolver qual
dos dois visitaríamos primeiro, par­
timos da capela.
Quero ressaltar que estava real­
mente preocupado com a reação do
chefe da casa quando chegássemos
lá às oito horas da manhã. De fa­
to, enquanto esperávamos à porta,
pensei que deveria ter-me comuni­
especialmente nas entrevistas. Ele
Como Promovemos também participa de nossas ativi­
dades de quorum.
a Ativação Sou feliz por ele despender tem­
po e esforço para escolher bons
conselheiros, como o Irm ão Con-
nell.
O Irmão Connell, recém-conver-
tido à Igreja, foi chamado para ser
o conselheiro do quorum dos mes­
tres. Eu estava então com quatorze
anos de idade e era membro novo
do quorum. Fui chamado como
Michael Nicholas presidente, embora tivesse muita di­
Ala Beavercreek, Estaca Dayton ficuldade em aprender a controlar
Ohio East meu mau gênio.
Os jovens da ala fizeram uma
“O programa do Sacerdócio viagem de exploração numa caver­
Aarônico funciona. Funcionou em na em Indiana, a uns trezentos e
minha vida, e já o vi funcionar vinte quilômetros de casa. Foi em
na vida de outros jovens.” outubro, quando já estava frio. F i­
quei muito zangado com determi­
alar em uma conferência ge­ nada'situação e disse que ia voltar

F ral era o pensamento mais


remoto que poderia surgir
em minha mente, quando o bispo
para casa a pé. Principiei minha
longa jornada. Depois de haver ca­
m inhado certa distância, vi que to­
me visitou em casa. Quando me dos os carros de nosso grupo pas­
disse que ele ia falar durante doze savam por mim e nem diminuíam a
minutos, observei que isso me pa­ marcha. Meu queixo caiu e eu pen­
recia assustador. Perguntou-me se sei: “Oh, não, eles estão-me dei­
seis minutos me pareceriam menos xando!” Então me virei e vi o Ir­
amedrontadores, e eu repliquei que mão Connell me seguindo. Fiquei
sim. Ele me disse que esse era o bastante envergonhado. Parei e es­
período de tempo que eu teria para perei-o. Ele me disse que não me
falar. Caiu-me o queixo, e não sou­ deixaria andar sozinho de volta pa­
be o que dizer. Estou, porém, agra­ ra casa, e que me faria companhia.
decido pela oportunidade de falar Andamos uns sete quilômetros. O
hoje à noite. Irmão Connell me ajudou a com­
Vou falar-lhes um pouquinho so­ preender meus sentimentos e a
bre mim mesmo, meu bispo, meu coordená-los em minha mente. Co­
supervisor de quorum, e alguma mo já haviam combinado, um dos
coisa que estamos tentando fazer carros voltou e nos recolheu. Este
para promover a ativação em nos­ foi o início de uma grande amizade
sos quoruns do Sacerdócio A arô­ entre mim e o Irm ão Connell. Du­
nico. rante todo o tempo em que foi meu
Meu bispo é uma pessoa muito conselheiro, ele me ajudou a con­
ocupada, mas aprecio o tempo que trolar meu mau gênio e a usar mi­
ele consegue despender comigo, nha energia de m aneira construtiva.
Fez-me ajudá-lo a colocar um novo mento de Sião. Os diáconos e con­
telhado em sua casa. Fez-me tom ar selheiros, o bispo e muitos dos pais,
conta de seus filhos. Ajudou-me a foram de carro para Kirtland no sá­
aprender mais o evangelho e a me bado. Assistiram às reuniões e vi­
im portar com as outras pessoas. sitaram os locais históricos da Igre­
Em uma de nossas reuniões de ja no dia seguinte. À noite, reali­
presidência, o Irmão Connell expli­ zaram um serão domingueiro. Na
cou que havia um membro inativo segunda-feira, começaram a viagem
e perguntou-nos o que deveríamos de volta, de bicicleta. Levou uma
fazer para ativá-lo. Decidimos con­ semana para que chegassem em
vidá-lo para nossa próxima viagem Dayton. Alojaram-se em campings,
de exploração. Mike aceitou o con­ pedalaram na chuva, e tiveram pro­
vite, e todos nos divertimos bastan­ blemas com o tráfego. Uma das me­
te. Convidamos Mike para outras lhores partes da viagem foi o fato
atividades. O de que ele mais gos­ de úm dos jovens, deficiente físico,
tava eram as atividades ao ar livre. haver pedalado junto com o grupo.
Depois mudou-se para a Califórnia, Em nossa ala, o seminário é rea­
e espero que agora nos esteja es­ lizado de manhã, bem cedo. Tenho
cutando. que me levantar às 5 h l5 m todos
No verão passado, nosso quorum os dias, o que significa dizer que
de diáconos reintegrou completa­ preciso deitar-me bem cedo, para
mente dois de seus membros e apre­ não ficar com sono na escola. Tam ­
sentou três não-membros à Igreja. bém temos um “clube de leitura
O quorum fez uma excursão de 300 consecutiva”, que me ajuda a ler
quilômetros em bicicleta, de Kir­ as escrituras e conhecer melhor a
tland para Dayton, seguindo o ca­ Igreja e seus profetas. Sou um dos
minho da expedição do Acam pa­ dois mórmons de minha classe, nu­
ma escola com 750 alunos. O con­
tato diário com os outros jovens
da ala no seminário me ajuda a
manter meus padrões. Pertencer à
presidência da classe do seminário
e do quorum me ajuda a aprender
a dirigir reuniões. O seminário, as
atividades do quorum, os consulto­
res e os bispos têm-me ajudado a
aprender a controlar meu mau gê­
nio, e a usar o excesso de energia
que tenho de m aneira construtiva.
Essas coisas hão de ajudar-me,
quando eu sair em missão, depois
de casado, e quando me tornar pai.
Sei que o program a do Sacerdó­
cio Aarônico e das M oças funciona.
Funcionou em minha vida, e já o
vi funcionar na vida de outros jo­
vens. Digo estas coisas em nome de
Jesus Cristo, amém.
Revitalização do
Sacerdócio Aarônico
lidades do portador do sacerdócio
— caberia perguntar: Nosso quo­
rum está devidamente organizado e
funcionando?
A presidência ocupa seu lugar,
conhece seus deveres e entende a
responsabilidade de dirigir todos
os rapazes da faixa etária de seu
Élder Robert L. Backman grupo? A presidência reúne-se se­
do Prim eiro Q uorum dos Setenta manalmente para planejar e execu­
tar um significativo program a de
atividades do quorum?
"Escolhei três m em bros do quorum
atualm ente inativos. Se o quorum
O Guia para os Quoruns do Sa­
for pequeno, selecionai três cerdócio A arônico contém material
não-m em bros nos quais o quorum de instrução para a presidência do
quorum e seu consultor. Aos con­
concentrará seus esforços.”
sultores de quorum cabe ensinar as
dez sessões de treinamento do guia
Presidente Kimball decla­ nas reuniõ'es de presidência do

O rou: “A dinamização dos


quoruns do Sacerdócio
Aarônico e do Sacerdócio de Mel-
quorum, que devem ser semanais.
À medida que a presidência
aprende seus deveres, incluirá os
quisedeque afetará positivamente membros do quorum no planeja­
todos os demais programas da mento e execução do program a do
Igreja.” quorum, inclusive na ativação dos
Como podemos fortalecer o que necessitam de atenção especial,
quorum do Sacerdócio Aarônico? aproveitando os membros ativos do
Consideremos, primeiro, a origem quorum para exercer um a pressão
do quorum. positiva, envolvendo os inativos
Todo portador do sacerdócio com afeto e cuidado protetor.
tem o sagrado privilégio de perten­ Para colaborar no processo de
cer a um quorum e direito de exer­ ativação, a presidência encarrega­
cer atividade nele. Não temos rá determinados membros ativos
direito de negar-lhe esta honra. No do quorum para integrar cada jo­
entanto, é exatamente o que faze­ vem inativo de m aneira específica,
mos quando não procuramos en­ apresentando relatório do anda­
volvê-lo. mento de sua designação. Uma
Exam inando os propósitos da presidência sábia planejará ativida­
organização dos quoruns do sacer­ des que agradem a todos os mem­
dócio — prover fraternidade, ser bros do quorum.
uma unidade de serviço e uma A presidência do quorum visita­
escola para se aprender os princí­ rá pessoalmente a casa de todos
pios do evangelho e as responsabi­ os rapazes em idade do quorum.
“M ark Peterson foi ordenado homem certo servindo como con­
diácono em março p.p. Assim que sultor!
a família chegou em casa da Igreja, Verificamos que a natureza e
tocou o telefone. Era o presidente qualidade do relacionamento de
do quorum dos diáconos querendo um rapaz com seu consultor do
m arcar uma visita da presidência Sacerdócio Aarônico é um potente
a M ark e seus pais. A visita foi previsor dos resultados desejados
combinada. A campainha tocou na vida desse jovem. Esse relacio­
pontualmente. A presidência do namento vai adquirindo im portân­
quorum encontrava-se à porta, de cia maior à medida que o rapaz
terno, camisa branca e gravata, avança no sacerdócio. De fato, é
cada um com suas escrituras. o melhor previsor dos genuínos
“Depois de acomodados com sentimentos e experiência religio­
M ark e seus pais, começaram com sos do rapaz em idade de sacer­
uma oração e a seguir entregaram dote.
uma agenda aos presentes. Como é vital escolher-se um
“O presidente abriu as escrituras, consultor capaz de prover uma
pedindo a M ark e seu pai que les- imagem de herói para os rapazes
sem os trechos que falam do poder quando começam a reivindicar sua
do Sacerdócio Aarônico, o que re­ independência do pai e da famí­
presenta e os deveres do diácono. lia!
Nossos jovens corresponderão
“A seguir, o presidente falou das
quase que imediatamente a um ho­
responsabilidades e deveres especí­
mem que demonstre interesse sin­
ficos de M ark — como vestir-se,
cero. Mas é preciso deixá-lo no
como distribuir o sacramento, a
cargo tempo suficiente para con­
maneira de atuar como mensageiro solidar relacionamentos, conquis­
e recolher ofertas de jejum. Depois
tar a confiança dos jovens e tor­
perguntou-lhe se tinha algum co­ nar-se realmente amigo deles.
mentário.
Os consultores precisam ser ins­
“No fim da visita, deram-lhe truídos para serem eficientes. Mais
boas-vindas ao quorum e oferece­ uma vez o Guia para os Quoruns
ram ajuda, sempre que precisasse. do Sacerdócio A arônico propor­
Quando saíram, os olhos de Mark ciona informações, material e es­
tinham o tamanho de um pires. E quema do treinamento a ser dado
disse ao pai: “Eles foram formidá­ pelo bispado. Por favor, cuidai de
veis!’ ” que isso seja feito.
Oh, se todo quorum do Sacer­ Terceiro, o Senhor designou o
dócio Aarônico fosse uma frater­ bispo como presidente do Sacer­
nidade real da qual todo membro dócio Aarônico. O Presidente Kim­
pudesse dizer: “Eu tenho verda­ ball lembra aos bispos que esta é
deiros irmãos que se importam co­ sua primeira e suprema responsa­
migo, que me protegem e apóiam, bilidade. Todos os portadores do
e têm interesse bastante para me Sacerdócio Aarônico devem saber
corrigir.” que o Senhor designou seu bispo
Segundo, que grandes milagres para ser seu exemplo e paladino
consegue realizar na vida dos por­ e que podem tranqüilam ente se­
tadores do Sacerdócio Aarônico o gui-lo em tudo que fizerem.
Como presidente do Sacerdócio ma sério, você consultaria o bis­
Aarônico, cabe ao bispo a respon­ po?” A maioria disse que não. In­
sabilidade de dar atenção especial dagados por que, a resposta sur­
a cada portador desse sacerdócio. preendeu-o: “Nosso bispo parece
Nenhum rapaz da ala deve sentir- demasiado reto.” Diga-se em favor
se só, que não é desejado ou des­ do meu amigo, que o rapaz de sua
necessário. Deve perceber que o ala replicou: “Não o nosso.”
bispo é seu conservo, acessível, O bispo consegue exercer impac­
empático, um amigo íntimo, seu to mais positivo sobre os jovens em
paladino. ambiente informal — atividades,
Não basta o bispo encontrar-se escotismo, projetos de serviço, es­
com o Sacerdócio Aarônico apenas portes — situações da vida real
dentro da Igreja. Ele precisa dei­ onde podem conhecê-lo como ho­
xar o púlpito, tirar a gravata e pro­ mem.
curar conhecer o Sacerdócio A arô­ Num recente acampamento pla­
nico em situações da vida real. nejado e dirigido por líderes do
Tenho um amigo que foi um ex­ sacerdócio de ala e estaca, pergun­
celente bispo. Durante sua gestão, tei a um rapaz o que ele achava de
o presidente da estaca pediu a um seus líderes. Ele respondeu: “Sem­
rapaz e uma moça de cada ala que pre me senti assustado perto de
conversassem com ele sobre seu re­ bispos e presidentes de estaca. Não
lacionamento com o bispo. Nessa sei por que, sentia-me como se fos­
conversa, o presidente da estaca se ser entrevistado. Mas conviver
perguntou: “Se tivesse um proble­ com eles no acampamento, ajudou-
me a vê-los como amigos. Na pró­
xima entrevista, teremos recorda­
ções para com partilhar.”
Observai que o Senhor chamou
o bispo para servir, pessoalmente,
como presidente do quorum dos
sacerdotes. Em virtude dessa pre­
sidência, o bispo possui as chaves
desse ofício que não pode ser dele­
gado a ninguém. O Senhor requer
que o bispo se faça amigo de cada
sacerdote, que seja sensível às ne­
cessidades pessoais e coletivas do
grupo, que entre ele e os sacerdo­
tes reine um sentimento de frater­
nidade e companheirismo. Nenhum
sacerdote precisa transviar-se se o
bispo, exercendo as chaves da pre­
sidência, o ajudar a firmar-se nas
doutrinas e práticas da Igreja.
Em palavras cuidadosamente es­
colhidas para incutir no bispo a
importância de seu chamado e de­
signação como presidente do quo­
rum dos sacerdotes, diz o Presi­ cia para ter experiências proveito­
dente David O. McKay: “Bispo, sas.
sua oportunidade como presidente Todas as atividades dos rapazes
do quorum dos sacerdotes é con­ devem ser um a conseqüência do
gregar esses rapazes ao seu redor quorum — dirigidas pelo quorum
como uma escolta, esses jovens que e por ele planejadas.
necessitam da atmosfera social da
É importante que essas ativida­
ala e que poderá conduzir a cami­
des sejam feitas regularmente. Os
nhos de honra, dignidade e fé.”
manuais da Igreja requerem que
Por favor, bispos, entrevistai to­
todo quorum realize um a atividade
do sacerdote duas vezes ao ano,
semanal fora do domingo. E uma
pelo menos, e cada diácono e mes­
vez por mês, no mínimo, deve ha­
tre pelo menos uma vez ao ano,
ver uma atividade conjunta com as
com referência à dignidade e pro­ moças. Seguindo-se essa norma,
gresso espiritual. Ajudai-o a esta­ formam-se bons hábitos; mas quan­
belecer metas, a entender o jura­ do as atividades são esporádicas,
mento e convênio do Sacerdócio ou “quando necessário”, perde-se
de Melquisedeque, e a preparar-se a continuidade, essencial para o su­
para a missão e casamento no tem­ cesso do programa. Planejai as ati­
plo. Incluí nessas entrevistas os ra­ vidades com bastante antecedência,
pazes inativos, desafiando-os a pelo menos três meses antes, mas
participarem ativamente do quo­ de preferência um ano antes. A
rum. Cuidai de que vossos conse­ program ação e planejamento cui­
lheiros entrevistem os diáconos e dadosos permitirão que as coisas
mestres uma vez ao ano, pelo me­ sejam bem feitas e agradem aos jo­
nos.
vens.
Personalizai essas entrevistas.
Tornai-as significativas. Mostrai Considerando os muitos interes­
vosso interesse. Esses encontros re­ ses, dotes e personalidade de nos­
servados, pessoais, são oportuni­ sos rapazes, é imperativo que uti­
dades inestimáveis de orientação lizeis todos os recursos disponíveis
desses jovens. a fim de atingir todos eles.
Contamos ansiosamente com Entre os mencionados recursos,
vossa grande influência sobre a ju­ o escotismo fornece um programa
ventude, e prometemo-vos que de- comprovadamente proveitoso para
monstrando-Ihes vosso amor, dei- manter nossos jovens achegados à
xareis neles vossa marca para sem­ Igreja. Ele atrai os rapazes. Suas
pre. diversas etapas ajudam o rapaz a
Quarto, o programa do quorum estabelecer metas proveitosas e al­
do Sacerdócio Aarônico deve pro­ cançá-las. Por alguma razão exis­
ver não só oportunidade para te uma relação direta entre os ra­
aprenderem as doutrinas da Igreja pazes que chegam a “Escoteiro da
na sala de aula, mas também tra­ P átria” e os que cumprem missão.
duzir a doutrina em experiências Num acampamento de área rea­
de vida reais através de atividades lizado no Arizona neste verão, hou­
equilibradas. O Guia para os Q uo­ ve um banquete em homenagem a
runs do Sacerdócio A arônico mos­ mil cento e cinqüenta “Escoteiros
tra-nos como planejar com eficiên­ da Pátria”, durante o qual todos
eles se comprometeram a cumprir torioso a marcha. Então, postado
missão. diante do mapa da área, apontou
As atividades escoteiras de acam­ a trilha com o dedo e gritou: “Der­
pamento, marchas e aventuras for­ rotei-te!”
necem excelente oportunidade pa­ Quantos jovens não foram con­
ra os nossos jovens viverem expe­ vertidos à Igreja através dos espor­
riências de homem com homens, tes, e quantos mais não foram sal­
das quais nascem relações saudá­ vos da inatividade por meio de nos­
veis entre jovens e adultos, algo tão sos programas esportivos? À me­
raro em nossos dias. Tornar-se ho­ dida que crescem, dizem-nos que
mem é mais que um processo cro­ os esportes de equipe são a ativi­
nológico. Envolve provar a mas­ dade mais popular na Igreja. Isto
culinidade, pôr seu caráter à prova, não significa basquete sem super­
desafiar o mundo, dem onstrar que visão na noite de atividades. O pro­
consegue mais do que julgava pos­ grama esportivo pode ser tão am­
sível. É isto que forma o caráter plo quanto os interesses dos jovens:
e a masculinidade. Basquete, vôlei, futebol, box, ciclis­
Um pequeno escoteiro iniciou mo, natação etc. Com os esportes
uma caminhada de oitenta quilô­ conseguimos interessar a maioria
metros pelas montanhas, carregan­ dos jovens inativos e, ao mesmo
do uma mochila que mal conseguia tempo, fom entar o espírito de fra­
levantar. Ao longo da subida, pen­ ternidade à medida que os mem­
sou muitas vezes em desistir; no bros do quorum aprendem a com­
entanto, prosseguiu, term inando vi­ petir como um time.
Alguns jovens têm gostos dife­ esquecendo-se ao mesmo tempo de
rentes. E como talvez não apreciem suas fraquezas e imperfeições en­
atividades físicas, como a maioria, quanto servem. Quanto mais cedo
ficam muitas vezes isolados do gru­ nossos rapazes viverem experiên­
po. Lembro-me de um jovem não cias significativas de serviço, tanto
muito bom como atleta, mas que mais cedo compreenderão suas res­
se destacava no palco. Em todas ponsabilidades eclesiásticas e sua
nossas peças e “shows” da ala, po­ capacidade de ser o guardador de
díamos contar com um excelente seu irmão (ver Gênesis 4 :9 ); e
desempenho do Mike. tanto mais cedo descobrirão a cha­
Como jovem adulto, passou a ve da felicidade eterna. Servindo,
dirigir as produções teatrais da ala. todo membro do quorum saberá
Hoje, ensina arte dramática numa que é necessário. Até o mais ina­
grande universidade e continua tivo corresponderá ao convite de
membro fiel da Igreja. Quão facil­ abençoar uma vida.
mente poderíamos tê-lo perdido Todas essas atividades fornecem
sem essa oportunidade de destacar- um ambiente saudável, favorável à
se em alguma coisa. Nossos pro­ consolidação de relacionamentos.
gramas culturais têm sido negligen­ Isto é importante? Diz o Presidente
ciados nos últimos anos, não in­ David O. McKay: “A espirituali­
tencionalmente, mas quando esta­ dade de uma ala será proporcional
cas e alas tiveram liberdade de es­ à atividade da juventude dela.”
colher suas atividades em vez de Preciso falar um pouco a respei­
seguir um programa ditado pela se­ to de custos. Nossos irmãos presi­
de da Igreja — o que se tornou dentes vêm-nos instruindo a sermos
necessário pelo crescimento mun­ bastante cautelosos no gasto do di­
dial da Igreja — alguns o interpre­ nheiro dos santos. Nós, que lida­
taram como sinal de que a parte mos com a juventude, reconhece­
cultural fora abolida. Os comitês mos que uma boa porção do orça­
de atividades de ala e estaca exis­ mento de estacas e alas, e boa par­
tem para ajudar os bispados, quo­ te das despesas de nossas famílias
runs e classes do programa das M o­ na Igreja são empregadas em ati­
ças a realizar as atividades culturais vidades dos jovens, como esportes,
planejadas pelo Comitê da Juven­ escotismo, bailes, peças teatrais e
tude do Bispado: música, teatro, conferências de jovens. Tudo isso
oratória, dança. Estas são igual­ custa dinheiro.
mente tão amplas quanto os inte­ Todavia, jamais se pretendeu
resses dos jovens e um valioso meio acabar com as atividades dos jo­
de promover atividade e fraterni­ vens. Se o fizermos, estaremos co­
dade nos quoruns do Sacerdócio metendo um triste engano. Confor­
Aarônico. me disse o Presidente Gordon B.
Dai a vossos rapazes oportuni­ Hinckley num a conferência geral:
dade de desenvolvimento através “Não pretendemos ser parcimonio-
do serviço. Freqüentem ente apenas sos. (Quer dizer, sovinas). Quere­
divertimos, relegando nossos jo­ mos ser criteriosos.” Rogo-vos que
vens ao papel de espectadores. Par­ peseis o valor de um jovem contra
ticipando, eles progridem e desen­ o valor do dinheiro gasto, usando
volvem amor a seus semelhantes, de bom senso.
os quoruns do Sacerdócio de Mel-
quisedeque, quando esses jovens
devotados assumirem o juramento
e convênio do sacerdócio maior
(ver D&C 8 4 :3 9 ), transferindo sua
fé, devoção e lealdade ao quorum
de élderes. E assim todos os pro­
gramas da Igreja serão afetados
positivamente.
Como presidência do programa
dos Rapazes da Igreja, desafiamo-
vos, presidentes de estaca, bispos,
consultores e líderes adultos, além
das presidências e membros dos
quoruns: Escolhei três membros do
Não é preciso gastar uma porção quorum atualmente inativos. Se o
de dinheiro para satisfazer as ne­ quorum for pequeno, selecionai três
cessidades de nossa juventude. não-membros nos quais o quorum
Mesmo uma grande aventura não concentrará esforços. Aproveitai
precisa ser, necessariamente, uma qualquer recurso disponível para
viagem exótica, onerosa. Pode-se ativar, converter e envolver esses
conseguir o mesmo perto de casa, três rapazes durante o próximo ano
com um bom planejamento. As — isto representa apenas um a ca­
conferências de jovens não preci­ da quatro meses. Três rapazes por
sam ser realizadas em locais dis­ quorum no próximo ano? Não pa­
tantes para alcançarem seu objeti­ rece muito isoladamente, mas no
vo. E o que há de errado em dei­ âmbito geral da Igreja teríamos cer­
xar que nossos rapazes ganhem o ca de cem mil jovens que agora
dinheiro para seus programas de tateiam no escuro, participando ati­
escotismo, esportes e outros? As­ vamente dos quoruns.
sim aprenderão valiosas lições Ao ser chamado como presiden­
quanto às realidades da vida. te dos Rapazes da Igreja, foi-me
Pouco antes da morte, o Élder dado “o desafio de elaborar um
Dilworth Young falou à Junta Ge­ programa que preparasse esta ge­
ral dos Rapazes a respeito dos pe­ ração de jovens para o encontro
rigos de dar-se tudo aos garotos. com o Salvador, quando ele vier” .
Espalhou diante de nós moldes pa­ Passo esse desafio a todos vós, lí­
ra a confecção de barracas, mochi­ deres adultos e jovens, prestando
las, sacos de dormir, fogareiros, testemunho de que esta geração jo­
utensílios de cozinha; e depois fa­ vem é uma geração real com en­
lou do orgulho e progresso experi­ cargos muito especiais. Deus nos
mentado por seus rapazes fazendo ajude a darmos o tempo, atenção,
sozinhos essas coisas. carinho e am or necessários a fim
Se usarmos de todos os recur­ de prepararm os esses nobres jovens
sos para fortalecer os quoruns do para as preciosas aventuras e mis­
Sacerdócio Aarônico, teremos su­ sões singulares que os aguardam,
cesso na ativação de nossos rapa­ eu oro no sagrado nome de Jesus
zes. E mais, estaremos estimulando Cristo. Amém.
— E é mesmo, — confirmou.
Mas essa não era a razão princi­
Preparar o Coração pal de chegar cedo em casa, expli­
do Filho cou. Bem que poderia jantar mais
tarde.
“Procuro chegar cedo em casa
para estar com os meninos. O mais
velho, de quatorze anos, já está
quase da minha altura. Em pouco
tempo, não vou mais poder com
ele, fisicamente. Nessa época, ele
só me obedecerá, se souber que o
amo e respeito, e também caso sin­
Élder H. Burke Peterson ta amor e respeito por mim. Por
Prim eiro conselheiro no Bispado isso, todas as noites jogamos bola
Presidente ou fazemos os deveres escolares
juntos, ou simplesmente o ouço fa­
"R enovem os em nós o processo de lar de como passou o dia. H á oca­
purificação para que sejam os siões em que o tempo passado com
uma força e não um em pecilho um garoto é mais im portante que
para os seres que mais am am os.” dinheiro ou as coisas que o dinhei­
ro pode com prar.”
eus irmãos no sacerdócio, Recentemente, estive ponderan­

M iniciando minha mensagem


de hoje, gostaria de con­
tar-vos uma grande experiência
do como nosso exemplo se refleti­
rá na conduta e vida de nossos fi­
lhos — para o bem ou para o mal.
instrutiva que tive num táxi, anos Preocupa-me, por exemplo, o que
atrás, indo do centro de Washing­ passa pela cabeça do garoto quan­
ton D.C. para o Aeroporto Dulles. do ele ouve o pai brigar ou ser
Como deveis saber, não é um tra­ grosseiro com sua mãe, ou m altra­
jeto curto, e assim entabulei con­ tá-la de alguma forma. Fico ima­
versa com o motorista. ginando onde ele coloca seus va­
lores, quando o pai vai caçar aos
E esse homem de cor me ensi­ domingos, ou trabalha em casa ou
nou uma lição inesquecível. Era faz compras no dia do Senhor. Fi­
um sujeito enorme, pesando uns cará uma impressão duradoura no
cento e dez quilos, pelo menos. coração do rapaz, quando ele ou­
Contou que tinha três filhos, o mais ve o pai criticar o bispo, o mestre
velho de quatorze anos. Era fun­ familiar, o professor da Escola Do­
cionário do Serviço Postal dos Es­ minical ou até mesmo o profeta?
tados Unidos, e para reforçar seu Por m enor que seja, deixará al­
orçamento, trabalhava como m o­ gum efeito?
torista de táxi depois de encerrado Tenho pensado: Que respeito o
o expediente. jovem portador do Sacerdócio A a­
— Mas sempre estou em casa rônico terá pela lei, se vir o pai di­
para o jantar, — comentou. rigir a setenta quilômetros por ho­
— Sua mulher deve ser uma ex­ ra numa zona em que o limite é
celente cozinheira, — respondi. quarenta, ou a cento e dez, quan­
do deveria andar a noventa? Será nho do cachorro; ou o de doze
que os atos de desonestidade serão anos usa nossas três melhores gra­
tão pequenos, que passarão desper­ vatas para treinar os nós de esco­
cebidos ao menino? Será possível teiro; ou o mais velho volta com o
que, ouvindo o pai blasfemar ou pára-lam a amassado do primeiro
dizer palavrões, o garoto crescerá passeio com a nam orada e se jus­
pensando que isso é a marca da tifica: “Simplesmente não sei o que
genuína masculinidade ou do por­ aconteceu” — vou tentar m ostrar­
tador do Sacerdócio de Melquise- -vos que são de fato uma bênção e
deque? que tendes uma responsabilidade
Creio que, de um modo geral, divina por eles. Espero conseguir
apesar de todas essas inconsistên­ oferecer-vos algumas sugestões úteis
cias no viver dos padrões do sacer­ nesse sentido.
dócio, o filho continuará amando Como fé, testemunho e obediên­
o pai e achando que ele é o maior; cia são mesmo tão importantes
e por causa disso, possivelmente quanto dizem os profetas, talvez
quererá ser igual a ele. Pensando fosse bom revermos nossa maneira
nisso, fico imaginando: Que respei­ de ajudar os filhos a chegarem a
to esse rapaz terá pelo sacerdócio, essa mesma convicção. Nesse as­
pela autoridade e pela obediência? pecto, conviria lem brar que, sendo
Quais as oportunidades de desen­ o livre arbítrio um princípio abso­
volver fé, adquirir testemunho, de­ lutamente fundamental ao evange­
voção e uma confiança inabalável lho, não podemos forçar o coração
nos líderes do sacerdócio e no que alheio a crer. Não podemos impor
representam, se o pai continua­ a fé, o testemunho nem a obediên­
mente transmite sinais errados? cia. Simplesmente podemos levar
Na vida de quase todos os rapa­ alguém a crer, mas nunca forçá-lo.
zes há um tempo em que o pai é Amon, um de meus heróis e
infalível, perfeito, em que desejam grande missionário do Livro de
ser iguaizinhos a ele. E é nisso que Mórmon, compreendia e praticava
reside a tragédia. Mesmo quando esse princípio eterno. Ele teve um
papai dá mau exemplo, mesmo sucesso imenso. Entre muitos ou­
quando está errado — para o filho tros, os dois mil filhos de Helamã
continua sendo o maior, “por ser foram produto de seus esforços.
o papai” . Ele ensinava que, antes de aconte­
Será surpresa para vós saber que cer a conversão — antes de se crer
a maioria dos filhos fiéis vêm de nas palavras da verdade — o co­
pais fiéis, e que filhos fracos e des­ ração precisa estar preparado para
crentes vêm de pais semelhantes? receber a mensagem. Assim, pois,
Somos gratos pelas exceções à re­ o pai pode fazer muito para incen­
gra na multidão de conversos fiéis, tivar o processo de conversão de
mas a grande maioria segue o um filho. O pai que conserva em
exemplo dos pais. mente e aplica alguns importantes
Reconhecendo que às vezes se princípios de conduta, consegue
torna difícil ver uma bênção dos modificar atitudes e remover bar­
céus nos filhos, quando nosso pe­ reiras entre ele e os filhos. Consi­
queno de seis anos gasta nossa me­ deremos algumas maneiras de nós,
lhor loção após-barba para o ba­ pais, prepararm os o coração de
nossos filhos para crer em nossas po demais falando e tempo de me­
palavras. nos ensinando. Às vezes ocorre
Em primeiro lugar, irmãos, lem­ uma grande transform ação no ínti­
brai-vos do impacto do vosso exem­ mo de um rapaz, quando o pai lhe
plo. Pensando nos que nos obser­ dá atenção. Ele começa a entender
vam, lembremo-nos sempre de que que é importante — não qualquer
o poder do sacerdócio, o poder de garoto de doze ou dezesseis anos.
abençoar, guiar e ensinar, o poder Sua auto-imagem melhora. Uma de
de perdoar e esquecer, o poder de nossas necessidades prementes é
orientar corretam ente a família — termos jovens com uma boa auto-
o filho — se adquire pela retidão. -imagem. Estes serão os reais edi­
A imposição das mãos a que todos ficadores do reino. Numa conversa
fomos submetidos não é o bastan­ entre pai e filho, quem fala mais?
te. O poder do sacerdócio vem aos Um pai de muito sucesso diz: “Os
preparados para recebê-lo em vir­ pais precisam dar mais ouvido e
tude de uma vida reta. menos palavras aos filhos.”
Comecemos hoje à noite a remo­ E mais, o coração do rapaz fica
ver as pequenas inconsistências do preparado para ouvir, quando o pai
nosso modo de viver. Renovemos passa algum tempo com ele sozi­
em nós o processo de purificação nho. Dizia o Élder Richard L.
— não im porta o que isto significa Evans:
em nossa vida. Se nossas palavras “Em todas as coisas, existe uma
não forem consistentes com nossas prioridade im portante. . . E uma
ações, o estrépito de nossos atos de nossas urgentes oportunidades é
não permitirá que sejam ouvidas. responder, quando uma criança faz
Segundo, o coração do rapaz que perguntas sérias — lembrando-nos
tem um pai que sabe ouvir está de que ela não está sempre dispos­
mais preparado para crer. Colo­ ta a perguntar, sempre disposta a
cando-me no lugar de um garoto, aprender, sempre disposta a es­
como gostaria de que fosse meu cutar. E muitas vezes precisamos
pai? Provavelmente gostaria de que aceitá-la nos termos dela, na hora
me desse mais atenção e menos dela e não sempre em nossos ter­
sermões. Muitos pais passam tem ­ mos e em nosso tempo. Se, porém,
lhe respondermos com sincera aten­
ção e preocupação, ela tenderá a
nos procurar seguidamente com
perguntas. E se verificar que pode
confiar em nós nas coisas pequenas,
posteriormente confiará em nós nas
mais im portantes.” ( Thoughts for
One H undred D ays, 1972, 5:114­
-15.)
Outra maneira de preparar o co­
ração de um menino — ter um pai
que não critica, seja ele próprio,
os líderes ou professores da Igreja,
os vizinhos ou mesmo a própria
esposa. Sim, principalmente a mãe.
Poucas coisas são tão importantes “O local para se tom ar a autên­
para um filho como saber que o tica medida de um homem não é
pai ama sua mãe. Não é difícil o no escuro ou no canto do amém,
homem criticar um outro. A char nem no campo de milho, mas no
falta é coisa fácil. Olhar além das próprio lar. Ali ele tira a máscara,
fraquezas comuns a todos nós e deixando ver se é demônio ou an­
enxergar as virtudes que sempre jo, boçal ou rei, herói ou farsante.
existem, exige um verdadeiro dis­ Não me im porta o que o mundo
cípulo de Cristo. diga dele; se o aclama campeão ou
O rapaz precisa de um pai pa­ lhe atira ovos podres. Não dou um
ciente, que não se zanga facilmente; níquel por sua reputação ou reli­
que logo perdoa; que consegue gião. Se seus filhinhos detestam,
lembrar-se de que também já foi quando ele chega em casa, e sua
rapaz e não espera que seu filho cara-metade engole em seco antes
se comporte como um adulto em de lhe pedir algum dinheiro, ele é
miniatura. um farsante de primeira linha, ain­
Recentemente, numa noite de da que ore à noite e pela manhã
sábado, uma família de quatro pes­ até ficar roxo. . . Mas, se as crian­
soas, composta de pai, mãe e dois ças correm ao seu encontro e o
garotos, de uns seis e dez anos, brilho do amor ilumina o rosto da
jantava num restaurante. O menor esposa toda vez que ouve seus
cometeu um erro; o pai im ediata­ passos, pode estar certo de que é
mente o descompôs com palavras um homem puro, pois seu lar é um
duras, enquanto o sacudia. Em bo­ céu. . . Posso perdoar muita coisa
ra na maioria das outras mesas no semelhante mortal que prefere
houvesse uma atmosfera festiva, na fazer que homens o maldigam do
mesa deles pouco se falou durante que fazer mulheres chorarem ; que
o resto do tempo. A cada bocado, preferiria o ódio do mundo inteiro
o garotinho olhava para o pai com ao desagrado de sua esposa; que
medo de o estar desagradando. O provocaria antes a ira nos olhos de
menino mostrava uma expressão de um rei, que medo no rosto de uma
tem or e preocupação e uma serie­ criança.” (W. C. Brann, “A M an’s
dade contrária à natureza infantil. Real M easure”, em E lbert H ub­
O rapaz precisa de um pai que bard’s Scrapbook, N. Y.: Wm. H.
o corrija quando necessário, mas, Wise & Co., 1923, p. 16.)
sobretudo, que o ame e aprecie, e Irmãos, testifico-vos que o sa­
o aceite independentemente de seu cerdócio é divino. Foi-nos conce­
desempenho; um pai capaz de tra­ dido para abençoarmos a vida de
tar o adolescente como um adulto, nossos semelhantes, bem como a
mas sem esperar que se conduza nossa própria. Lembremo-nos da
como tal. É preciso um pai e tanto importância de preparar corações
para enxergar o potencial do adulto ao ensinarmos as verdades sagra­
na conduta infantil — e, mais im­ das. Renovemos em nós o pro­
portante ainda, ter um vislumbre cesso de purificação, para que
da eternidade. sejamos um a força e não um em­
Eis um clássico do E lbert Hub- pecilho para os seres que mais
bards Scrapbook (N. do T. Álbum amamos, em nome de Jesus Cristo.
de Recortes de Elbert H ubbard.): Amém.
Temos muitos rapazes conosco
O Sacerdócio de aqui, hoje, e gostaria de que todos
os portadores do Sacerdócio pre­
Aarão sentes no Tabernáculo e em todos

M
os demais locais em que esta reu­
nião está sendo ouvida, se ponham
de pé e repitam comigo estas pa­
lavras.
“A vós, meus conservos, em no­
me do Messias, eu confiro o Sa­
P ___________ cerdócio de A arão, que possui as
chaves da ministração dos anjos,
Presidente Gordon B. Hinckley do evangelho do arrependimento e
Conselheiro na Prim eira Pesidência do batismo por imersão para re­
missão dos pecados; e isto nunca
‘‘Deus abençoe o s rapazes do mais será tirado da terra, até que
Sacerdócio A arônico, para que os filhos de Levi ofereçam outra
andem na dignidade do sagrado vez, em retidão, um sacrifício ao
e m aravilhoso cham ado e Senhor.”
autoridade que lhes foi conferido.” Quero elogiar a todos que sou­
beram repeti-las comigo. Aos que
vós, meus conservos, em não as repetiram, recomendo com

A nome do Messias, eu insistência que, chegando em casa,


confiro o Sacerdócio de abram Doutrina e Convênios e as
Aarão, que possui as memorizem. Elas são a carta-pa-
chaves da ministração dos anjos, tente do sacerdócio que portais; a
do evangelho do arrependimento e prova de sua validade e autentici­
do batismo por imersão para re­ dade em todos os aspectos.
missão dos pecados; e isto nunca Agora gostaria de falar-vos a
mais será tirado da terra, até que respeito de algumas palavras espe­
os filhos de Levi ofereçam outra cíficas dessa declaração de João
vez, em retidão, um sacrifício ao Batista, quando restaurou o referi­
Senhor.” (D&C 13.) do sacerdócio. Penso que deveis
Todos vós reconheceis estes di- conhecer, se já não o sabeis, os
zeres da seção 13 de Doutrina e poderes inerentes ao sacerdócio que
Convênios. São as palavras dirigi­ portais.
das por João Batista a Joseph Smith Primeiro, gostaria de chamar
e Oliver Cowdery, quando lhes vossa atenção para as palavras
impôs as mãos, conferindo-lhes o “meus conservos” . Já vos destes
Sacerdócio Aarônico, em 15 de conta de que, portando e exercen­
maio de 1829. do esse sacerdócio, sois conservos
Quando eu era um garoto de de João Batista, do próprio homem
doze anos, prestes a ser ordenado que durante sua vida batizou Je­
diácono, meu pai me desafiou a sus, o Salvador do mundo e Filho
memorizar essas palavras. Assim de Deus, nas águas do Jordão?
fiz, e as tenho comigo durante toda Acho interessante João chamar
minha vida. Joseph e Oliver de conservos seus,
quando ambos eram ainda moços Messias. Quem é o Messias? Jesus
e sem nenhuma projeção entre as Cristo, o Filho de Deus. João po­
pessoas do mundo. Não se dirigiu deria ter dito “em nome de Jesus
e eles como um rei falando a um Cristo”, como costumamos fazer.
de seus inferiores. Não falou com Espero que jamais olvidareis que,
eles como um juiz se dirige ao no exercício do vosso sacerdócio,
acusado diante dele. Nem como rapazes, seja distribuindo o sacra­
um reitor de universidade ou dire­ mento, servindo no ensino familiar,
tor de escola fala com seus alunos. administrando o sacramento ou ba­
Ele, um ser ressurreto, chamou os tizando, estais agindo como servos
dois moços de seus conservos. Isto do Senhor, em seu santo nome e
é maravilhoso, a meu ver. M ostra por sua divina autoridade.
o verdadeiro espírito da grande e Jovens, se vos lembrardes sem­
magnífica fraternidade da qual to­ pre disso, tereis uma enorme in­
dos fazemos parte, o sacerdócio de fluência em vossa vida. Sabereis
Deus. Somos todos servos, inde­ que, servindo em nome de Jesus
pendente de nossa posição na Igre­ Cristo, como um portador do sa­
ja ou no mundo; independente de cerdócio, não é próprio serdes de­
nossa riqueza ou pobreza; inde­ sonestos, abusardes de vosso corpo
pendente da cor de nossa pele — ingerindo drogas, álcool ou fum an­
somos todos servos, irmãos um do do, tomardes o nome do Senhor
outro e filhos de Deus como parte em vão, serdes m oralmente impu­
do seu grande corpo do sagrado ros. Sois portadores do sacerdócio
sacerdócio. que vos autoriza a agir em nome
Isto deve significar alguma coisa de Jesus Cristo. Eu vos suplico —
para cada um de nós. Não nos di­ vivei dignos de exercer esse sacer­
minui nem rebaixa em qualquer dócio a qualquer hora e em todas
sentido. Eleva-nos todos a conser­ as circunstâncias.
vos do Senhor na responsabilidade
Depois, João Batista, conferindo
de levar avante o ministério em
sua autoridade, referiu-se aos po­
sua Igreja. Vós e eu, incluindo
deres desse sacerdócio. Disse, entre
todas as autoridades sentadas junto
ao púlpito aqui no Tabernáculo, e outras coisas, que ele “possui as
todos vós espalhados por todos os chaves da ministração dos anjos” .
cantos da Igreja, somos conservos Quando Wilford Woodruff, ho­
do Senhor, portadores do santo mem já bem vivido e de muita
sacerdócio, com direito de exercê­ experiência, era o presidente da
-lo na obra da qual fazemos parte. Igreja, disse aos rapazes do Sacer­
Espero que nunca vos esqueçais dócio Aarônico: “Quero que gra­
disso, particularm ente vós, rapazes. veis muito bem o fato de que não
A frase seguinte para a qual faz diferença alguma se um homem
chamo vossa atenção denota a au­ é um sacerdote ou apóstolo, desde
toridade com que João Batista fa­ que magnifique o seu chamado.
lava: “em nome do Messias.” Ne­ Um sacerdote tem as chaves do
nhum de nós exerce este sacerdócio ministério dos anjos. Nunca, em
pelo poder ou autoridade natural­ toda minha vida, como apóstolo,
mente inerente a si próprio; faze­ setenta ou élder, tive mais proteção
mo-lo sempre pela autoridade do do Senhor do que quando tinha o
o Espírito me mandou levantar e
m udar o carro dali. Quando eu
disse a minha mulher que devia
fazer a dita mudança, ela quis sa­
ber o motivo. Respondi que não
sabia. Isso era tudo o que ela me
perguntava em tais ocasiões; quan­
do respondia que não sabia, isso
lhe bastava. Levantei-me e movi o
carro uns vinte e cinco metros, co­
locando a roda dianteira direita
contra o canto da casa. Dei uma
olhadela em torno e voltei para a
cama. O mesmo Espírito me disse:
‘Vá e tire seus animais de debaixo
daquele carvalho.’ Eles estavam a
uns cento e oitenta metros do car­
ro. Tirei os cavalos de lá e os co­
ofício de sacerdote.” ( “Vida e E n­ loquei num bosquete de nogueiras.
sinamentos de Jesus e seus Após­ Voltei para a cama.
tolos” , capítulo 29, p. 262.) “Em trinta minutos, levantou-se
Pensai nisso, meus queridos e um pé-de-vento que partiu o tronco
jovens irmãos. Esse sacerdócio que da nogueira a pouco mais de meio
portais possui as chaves da minis­ metro do chão. Derrubando umas
tração dos anjos. Isto quer dizer, três ou quatro cercas, a árvore caiu
em minha opinião, que, se viverdes bem sobre o pátio, perto do car­
dignos do sacerdócio que portais, roção do Irmão Orson Hyde, no
tendes o direito de receber e gozar exato lugar onde estivera o meu.
o poder de seres celestiais para vos E se eu não tivesse dado ouvidos
guiar, proteger e abençoar. Qual ao Espírito? Ora, eu, minha mu­
rapaz sensato não apreciaria essa lher e meus filhos estaríamos m or­
magnífica bênção? tos. Falara-m e a voz suave e mansa
— sem terremoto, trovão ou re­
No mesmo discurso do qual ci­
lâmpagos — mas a vozinha suave
tei, dizia mais o Presidente Woo-
e mansa do Espírito de Deus. Sal­
druff: “Depois que vim para estes
vou-me a vida. Foi para mim o
vales e retornei para W inter Quar-
espírito de revelação.” ( Millennial
ters, fui enviado a Boston pelo
Star, 53:642-3.)
Presidente Brigham Young. . . Cer­
ta noite, durante a viagem, dirigi Tal é o testemunho de um gran­
meu carro para o pátio do Irmão de homem, sábio e piedoso, que se
Williams. O Irm ão Orson Hyde tornou presidente da Igreja. Ele
colocou um carroção ao lado do contou esse caso falando de vossa
meu. Eu tinha comigo no carro bênção como portadores do sacer­
minha esposa e as crianças. Depois dócio e como quem é elegível para
de soltar os animais e jantar, dei­ a “ministração dos anjos” .
tei-me no carro. Não descansara ali Logicamente, vós o sabeis e eu
senão uns poucos minutos, quando o sei, que nenhum de nós pode es­
perar essa grande bênção, se nossa rependeu sinceramente de seus pe­
vida não estiver de acordo com a cados, então é elegível para ser
de um portador do sacerdócio san­ batizado por imersão, entendendo­
to dos últimos dias. -se que aqueles pecados serão per­
As palavras seguintes foram di­ doados e poderão iniciar uma nova
tas por João Batista a Joseph Smith vida.
e Oliver Cowdery: “ (as chaves) Não é coisa pequena ou sem
do evangelho do arrependim ento.” im portância batizar uma pessoa.
Muitos de vós sois mestres e Vós, jovens sacerdotes, atuando em
sacerdotes, tendo designações no nome do Senhor e sob divina au­
ensino familiar. Nesse serviço, ten­ toridade, como que apagais, pelo
des a autoridade de serdes mestres maravilhoso processo do batismo,
do arrependimento — isto é, de os pecados do passado e a fazeis
incentivar os santos dos últimos nascer para uma vida nova e me­
dias sob vossa responsabilidade a lhor. Quão enorme é a responsa­
viver mais plenamente os princípios bilidade de viverdes de modo que
do evangelho. Um jovem sacerdote mereçais o exercício desse sagrado
vem-me visitar com seu pai como poder!
mestre familiar. Assim, ele tem a Agora, gostaria de repetir-vos,
oportunidade e encargo de incenti­ para concluir, algumas outras pa­
var-me a viver mais perfeitamente lavras proferidas pelo Presidente
os princípios do Evangelho restau­ Wilford Woodruff.
rado de Jesus Cristo. Foi num a tarde de domingo, 28
O grande fardo de nossa obra de fevereiro de 1897, aqui neste
do ministério do Senhor é pregar Tabernáculo. Era a comemoração
o arrependimento, encorajar as do nonagésimo aniversário do Pre­
pessoas a resistir ao pecado e a sidente Woodruff. Este grande re­
andar retamente perante o Senhor. cinto estava com todos os lugares
Este é o evangelho do arrependi­ ocupados, e os corredores todos
mento, e vossa é a responsabilida­ apinhados, como agora não mais
de e autoridade, mediante o sa­ seria permitido. Estima-se que es­
cerdócio que portais, de ensinar tavam presentes mais de dez mil
este evangelho. Por certo reconhe- jovens — uma vasta congregação
ceis que, para poder fazê-lo efeti­ de rapazes e moças da vossa ida­
vamente, vossa própria vida deve de. O Presidente Woodruff, com o
ser um exemplo. corpo já debilitado e a voz fraca,
E agora a declaração seguinte de de pé neste púlpito que ocupo ago­
João Batista, ao conferir o Sacer­ ra, assim se dirigiu particularmente
dócio Aarônico: “ (as chaves) do aos rapazes presentes:
batismo por imersão para remissão “Passei pelos períodos da infân­
dos pecados.” cia, juventude e velhice. Não posso
Todos vós, sacerdotes, tendes esperar permanecer muito mais
autoridade para batizar por imer­ tempo convosco, mas quero dar­
são para remissão dos pecados. -vos umas poucas palavras de con­
Já pensastes na maravilha desse selho. Ocupais uma posição na
poder? Igreja e Reino de Deus e recebes-
Se um homem ou mulher se ar­ tes o poder do santo sacerdócio.
O Deus dos céus designou-vos e diverso, gostaria de dizer umas
chamou-vos neste dia e geração. poucas palavras a vós, irmãos mais
Quero que considereis isto. R apa­ velhos, e particularmente aos que
zes, atentai para os conselhos de servem nos bispados. Desejo exter­
vossos irmãos. Vivei achegados a nar alguns pensamentos a respeito
Deus; orai enquanto sois jovens; da reunião sacramental.
aprendei a orar; aprendei a culti­ Nós, responsáveis por essas reu­
var o Santo Espírito de Deus; ape­ niões, negamos ao nosso povo uma
gai-vos a ele e tornar-se-á um es­ grande bênção, quando nos esque­
pírito de revelação para vós, na cemos de que devem ser espiri­
medida em que o alim entardes. . . ” tuais, pois nelas se ensina o evan­
Depois prosseguiu, dizendo: “Ao gelho e presta-se testemunho par­
Deus nos céus aprouve poupar-me ticularmente quanto ao Salvador
para ver este dia. Deu-me poder do mundo.
para rejeitar todo testemunho e A reunião sacramental não é
todo exemplo que conduz ao mal. hora para entretenimento; não é
Eu vos digo. . . não deveis usar hora para contar histórias alheias
tabaco, bebidas alcoólicas ou qual­ ao evangelho. Antes, é tempo para
quer dessas coisas que destroem o crescer espiritualmente e aprofun­
corpo e a mente; mas honrai-o e dar nosso entendimento das m ara­
tereis sobre vossa cabeça um a mis­ vilhosas revelações do Senhor con­
são que o mundo desconhece. Que cernentes ao seu plano eterno e a
Deus vos abençoe. Amém.” ( W il- respeito de si próprio como nosso
ford W oodruff: Fourth President of Salvador e Redentor.
The Church of Jesus Christ of
L atter-day Saints, preparado para
É nas nossas reuniões sacramen­
publicação por M atthias F. Cow- tais que deveríamos testificar do
ley, pp. 602-3.) Senhor e ensinar a respeito de sua
vida e caminhos, particularmente
Eu me alio ao grande conselho de seu sacrifício redentor.
do Presidente Wilford Woodruff,
ao testificar-vos nesta noite, rapa­ Penso que o Senhor tinha em
zes, que Deus, nosso Pai Eterno, mente nossas reuniões sacramen­
vive, e que Jesus Cristo é seu Filho tais, quando disse, numa revelação
Amado, que o sacerdócio do qual a Joseph Smith no dia 7 de agosto
falamos se encontra realmente so­ de 1831, a nós e todo o povo da
bre a terra e que somos partici­ sua Igreja:
pantes de suas bênçãos, poderes e “E, para que te conserves limpo
responsabilidades. das manchas do mundo, irás à casa
Deus abençoe os rapazes do Sa­ de oração e oferecerás os teus
cerdócio Aarônico, para que an­ sacramentos no meu dia santifi­
dem na dignidade do sagrado e cado. . .
maravilhoso chamado e autoridade “Mas, lembra-te de que, neste,
que lhes foi conferido, pela mise­ o dia do Senhor, oferecerás as tuas
ricórdia e bondade do Deus dos oblações e teus sacramentos ao
céus. Altíssimo, confessando os teus pe­
E agora, correndo o risco de cados aos teus irmãos e perante o
falar de um assunto totalmente Senhor.” (D&C 59:9, 12.)
Como poderá nosso povo con­ essas reuniões, que procureis com
servar-se limpo das manchas do um pouco mais de diligência, pro­
mundo, sem desenvolver dentro de gramá-las de modo que cada reu­
si força espiritual e capacidade de nião sacram ental se torne uma hora
resistir à tentação tão desenfreada de reabastecimento espiritual. Rogo
por toda a parte nestes dias? E a todos os que participam dessas
onde adquirirão essa disciplina? reuniões, incluindo com certa ên­
Penso ser perfeitamente claro o fase vós, rapazes, que cuideis de
sentido dessa revelação: deverão que, nesses encontros sagrados, se
desenvolver essa auto-disciplina e cultive o espírito de reverência.
desejo de viver acima das manchas
Não é fácil conservar-se limpo
do mundo em sua comunhão com
das manchas do mundo. Todos
o Senhor nas reuniões sacramentais. precisamos de toda e qualquer aju­
T oda reunião sacramental deve­ da que conseguirmos. O Senhor
ria ser um banquete espiritual, um nos disse como consegui-lo. Sua
tempo de meditação e introspecção, instrução é clara e inequívoca. Oro
um tempo para cantar hinos de que a sigamos, ao deixar convosco,
louvor ao Senhor, um tempo de meus irmãos do santo sacerdócio,
renovar nossos convênios com ele meu testemunho da divindade desta
e nosso Pai Eterno, um tempo obra, e invocar sobre vós as bên­
para ouvir a palavra do Senhor çãos do Senhor. Em nome daquele
com reverência e apreço. a quem servimos, mesmo o Senhor
Rogo a vós, responsáveis por Jesus Cristo. Amém.
tes ao Sacerdócio de Melquisede-
O Sacerdócio de que, que me têm sido designados.
Sei que este é o sacerdócio que sal­
Deus vará o mundo. Não é um a organi­
zação feita pelo homem; nem uma
organização preparada pelo ho­
mem; ela engloba um poder reve­
lado dos céus, enviado à terra a
fim de nos ajudar a preparar nossa
vida para a vida eterna na presença
de nosso Pai Celestial.
É maravilhoso ver este edifício
Presidente Marion G. Romney
Segundo conselheiro na repleto de portadores do sacerdó­
Prim eira Presidência cio, tanto de homens portadores do
Sacerdócio de Melquisedeque —
“N ão façais, nunca, coisa alguma homens de idade, como eu — como
que possa vir a desapontar a vós de jovens portadores do Sacerdócio
m esm os, vossos entes queridos ou Aarônico. Espero que apreciemos
o Senhor, ou que venha a diminuir devidamente a autoridade que o
vosso direito às bênçãos que estão Senhor nos deu, para agir a seu
por vir. . . através da obediência serviço nos respectivos ofícios do
ao sacerdócio.” sacerdócio.
Porto o sacerdócio há três-quar-
oi um prazer estar convosco tos de século, desde os tempos em
F nesta reunião, e deleitar-me
com os discursos apresenta­
dos. Noto que o Espírito do Senhor
que era diácono, até hoje, quando
retenho o Sacerdócio de Melquise­
deque; e em todos esses anos ele
está conosco. tem sido para mim motivo de ale­
Portar o sacerdócio de Deus é gria. Tem sido e continua sendo
algo grandioso, e o que estamos sagrado para mim. Espero que
realizando hoje é exatamente isso, vossos sentimentos a respeito sejam
uma reunião do sacerdócio. O sa­
os mesmos. Nunca devereis fazer
cerdócio de Deus é poder. Nós
coisa alguma da qual possais en­
portadores do sacerdócio, recebe­
vergonhar-vos, da qual possais
mos do Senhor a investidura de
realizar ordenanças sagradas váli­ constranger-vos de falar com o Se­
das neste mundo e no mundo pos­ nhor, pois haveremos de encontrá-
terior a este. Esse sacerdócio é o lo um dia, se vivermos o evangelho
m aior poder do mundo, e fico feliz suficientemente bem para receber­
por ter tido o privilégio, através dos mos tal privilégio. Seremos agrade­
anos, de portá-lo e de receber os cidos então, se soubermos, como
ofícios de diácono até os pertencen­ de fato saberemos, que nossa vida
esteve em harmonia com os ensi­ que permanecem fiéis a seus deve-
namentos do evangelho e a respon­ res e buscam o Senhor.
sabilidade colocada sobre nós, por­ Como já disse antes, foi com
tadores do sacerdócio. prazer que assisti a esta reunião,
Apreciei esta reunião. Estou e estou contente por ver-vos aqui.
feliz por ter vindo, e por ter ouvido Espero que possais, todos vós, vir
o que ouvi aqui hoje. Oro para que à conferência de amanhã.
o Senhor abençoe cada homem e Deixo convosco minhas bênçãos
rapaz, velho e jovem, que está
e oro para que possais receber o
aqui, com o sentimento e determi­
entendimento de que o poder do
nação de viver os ensinamentos do
sacerdócio é o poder de Deus. Não
evangelho e magnificar o sacerdó­
façais, nunca, coisa alguma que
cio que o Senhor lhe deu. Quando
formos chamados para prestar con­ possa vir a desapontar a vós mes­
tas de nossos atos terrenos, será mos, vossos entes queridos ou o
um grande dia para cada um de Senhor, ou que venha a diminuir
nós se pudermos ter certeza de que vosso direito às bênçãos que estão
o Senhor nos aprovará permitindo- por vir, enquanto viverdes, pela
nos passar para as eternidades, obediência ao sacerdócio. Deixo
além desta vida, para experimentar convosco minhas bênçãos e meu
o crescimento advindo aos homens testemunho, em nome de Jesus
e rapazes portadores do sacerdócio, Cristo, amém.
JANEIRO DE 1983 83
Sessão matutina de domingo (Jesus) a Jerusalém, passou pelo
3 de outubro de 1982 meio de Samaria e da Galiléia.
“E, entrando numa certa aldeia,
saíram-lhe ao encontro dez homens
Gratidão e Ação de leprosos, os quais pararam de
Graças longe;
“E levantaram a voz, dizendo:

k
Jesus, Mestre, tem misericórdia de
nós.
“E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide,
e mostrai-vos aos sacerdotes. E
aconteceu que, indo eles, ficaram
limpos.
“E um deles, vendo que estava
são, voltou glorificando a Deus em
Presidente Marion G. Romney alta voz:
Segundo conselheiro na Primeira “E caiu aos seus pés, com o ros­
Presidência
to em terra, dando-lhe graças: e
este era samaritano.
“E em Espírito deveis render
“E, respondendo Jesus, disse:
graças a Deus por todas as
Não foram os dez os limpos? E
bênçãos com que sois abençoados.”
onde estão os nove?
(D&C 46:32.)
“Não houve quem voltasse para
dar glória a Deus senão este es­
into muito, irmãos e irmãs, trangeiro?” (Lucas 17:11-18.)

S de não poder vê-los, mas é


como se alguém estivesse em
minha frente. Até mesmo um cego
Cristo deu o exemplo com res­
peito à ação de graças. N a última
ceia, “E comendo eles, tomou Je­
pode sentir isso. Tenho em mente sus pão e, abençoando-o, o partiu
falar-vos alguns minutos sobre gra­ e deu-lho, e disse: Tomai, comei,
tidão e ação de graças. As virtudes isto é o meu corpo.
da gratidão têm sido amplamente “E, tom ando o cálice, e dando
exaltadas e o pecado da ingratidão graças, deu-lho; e todos beberam
largamente condenado. dele.” (M arcos 14:22-23; grifo
Tem-se dito que “o homem in­
nosso.)
grato é como o porco comendo
bolotas debaixo da árvore, sem As escrituras antigas e m oder­
jamais olhar para cima procurando nas, estão repletas de referências e
saber de onde vêm” . (Timothy súplicas, louvor e ação de graças
Dexter, The New Dictionary of ao Senhor.
Thoughts Garden City, N. Y .: Canta o salmista: “Sabei que o
Standard Book Co., 1961, p. 308.) Senhor é Deus. . . E ntrai pelas
Jesus revelou o que achava da portas dele com louvor, e em seus
ingratidão, quando apenas um dos átrios com hinos; louvai-o e ben­
dez leprosos que havia curado, vol­ dizei o seu nome.” (Salmos 100:
tou para agradecer-lhe. Lucas con­ 3-4.)
ta que “E aconteceu que, indo ele O Rei Benjamim (conforme
84 A LIAHONA
consta de M osiah no Livro de da arte, da mecânica e em todo
M órm on) admoestava seu povo: progresso material da época, o
“Ó, quanto mais não deveis agra­ m undo diz: ‘Nós fizemos isso.’ O
decer a vosso Rei Celestial! indivíduo diz: ‘Eu fiz isso’, e não
“Eu vos digo, meus irmãos, que, dá honra ou crédito a Deus. Nas
se renderdes todos os vossos agra­ revelações dadas ao Profeta Joseph
decimentos e louvores, com todo o Smith, está escrito que, por causa
poder de vossas almas, àquele Deus disso, Deus não está satisfeito, mas
que vos criou, guardou e conser­ irado com os habitantes da terra,
vou, fez com que vos regozijásseis pois não reconhecem sua mão em
e vos concedeu viver em paz uns todas as coisas.” (Doutrina do
com os outros — Evangelho, p. 246; D&C 59:21.)
“Digo-vos que, se servides ao (A té aqui o Presidente Romney
que vos criou desde o princípio, leu o texto. Em seguida, fez estes
e vos está preservando de dia em com entários:) Pois bem, tenho um
dia, dando-vos alento para que excelente discurso preparado que
possais viver, andar e fazer as coi­ não consigo ler. Farei imprimi-lo e
sas segundo vossa própria vontade, vós podereis ler a clara mensagem
e até vos apoiando a todo momen­ do que o Senhor tem revelado, que
to, digo-vos que, se o servirdes devemos dar-lhe crédito pelos nos­
com toda a vossa alma, ainda assim sos dons e realizações, e sermos
sereis servidores inúteis.” (M osiah gratos por todas as coisas que nos
2:19-21.) concede. Sou grato pelo privilégio
de estar ao seu serviço. Aprecio
Dizia o Presidente Joseph F.
as oportunidades que tenho e es­
Smith: “Acredito que um dos maio­
pero poder servi-lo de alguma for­
res pecados de que os habitantes ma e dem onstrar minha gratidão
da terra são culpados, atualmente, pelo resto da vida. Deixo minhas
é o da ingratidão e do desejo de
bênçãos para todos vós, em nome
terem a autorização e o direito de de Jesus Cristo. Amém.
Deus para governar e controlar.
Quando surge um homem dotado (Segue o restante do discurso
de dons extraordinários ou de gran­ preparado.)
de inteligência, isso acontece para Os grandes homens sempre re­
que ele sirva de instrumento na conheceram a grandeza de Deus e
descoberta de algum princípio im­ sua dependência dele, rendendo­
portante. E o indivíduo — com o -lhe regularmente sua gratidão e
apoio do mundo — atribui a si ação de graças.
próprio a sua grande inteligência e Considerai estas palavras escri­
sabedoria. O sucesso ele deve ape­ tas por A braão Lincoln,* como
nas às suas próprias energias, tra­ parte de um a resolução, em 1863:
balho e capacidade mental. Não “Temos sido recipientes dos mais
reconhece a mão de Deus em nada escolhidos favores dos céus; temos
que se relacione com suas vitórias, sido preservados todos esses anos
mas ignora-a completamente e to­ em paz e prosperidade; temos cres-
ma para si a honra. Isto se aplica
a quase todo o mundo. Em todas (* 16.° Presidente dos Estados
as grandes descobertas da ciência, Unidos, N. do T .)
cido em número, riqueza e poder Igreja atingir o primeiro ano, dizia
como nenhuma outra nação jamais o Senhor aos santos de Kirtland:
cresceu. Mas esquecemo-nos de “Vós sois m andados em todas
Deus. Esquecemos a mão graciosa as coisas a pedir a Deus, que dá
que nos preservou a paz, e nos liberalmente; e aquilo que o Espí­
multiplicou, enriqueceu e fortale­ rito vos testificar, assim quisera eu
ceu, e imaginamos futilmente, na que fizésseis em toda santidade de
insinceridade de nosso coração, coração, andando retamente diante
que todas essas bênçãos foram de mim, tendo em vista o fim da
produzidas por alguma superior vossa salvação, fazendo todas as
sabedoria e virtude nossa. Intoxi- coisas com oração e ações de gra­
cados com o sucesso constante, ça, para que não sejais seduzidos
tornam o-nos excessivamente auto­ por maus espíritos, ou doutrinas
-suficientes para sentir necessidade de diabos, ou m andamentos de ho­
da graça redentora e preservadora, mens; pois alguns são de homens,
orgulhosos demais para orar ao e outros de diabos. . .
Deus que nos criou. “E em Espírito deveis render
“Convém-nos, pois, nos humi­ graças a D eus por todas as bênçãos
lharmos perante o poder ofendido, com que sois abençoados.” (D&C
confessar. . . nossos pecados, e 46:7, 32; grifo nosso.)
orar por clemência e perdão.” Cinco meses mais tarde, ele deu
(John Wesley Hill, Abraham Lin­ à Igreja em Sião — isto é, Conda­
coln, M an of G od, 4th ed. New do de Jackson, Missouri — este
York: G. P. Putnam ’s Sons, p. m andamento. Notai como o Senhor
391.) coloca o m andam ento da gratidão
ao lado de outros fortes manda­
Observai, também, como o Pro­
mentos. Diz ele:
feta Joseph Smith reagiu ao rece­
“Am arás ao Senhor teu Deus de
bimento de algumas cartas, en­
todo o teu coração, de todo o teu
quanto definhava na Cadeia de
poder, mente e força; e em nome
Liberty. “Recebemos algumas car­
de Jesus Cristo o servirás.
tas na noite passada (e) ficamos
“Am arás ao teu próximo como
muito gratificados com seu conteú­
a ti mesmo. Não furtarás, nem co-
do”, escreveu. “Estivemos bastante
m eterás adultério, nem matarás,
tempo sem informação; e quando
nem farás coisa alguma semelhante.
lemos essas cartas, foram para
"Em todas as coisas, renderás
nossa alma refrescantes como a
graças ao Senhor teu D eus.” (D&C
leve brisa.” (H istory of the Church,
59:5-7; grifo nosso.)
3 :293.)
Esta escritura evidencia perfei­
Vós e eu, é óbvio, nos sentimos tamente que ser grato ao Senhor
comovidos por essas citações. En­ em todas as coisas não é mera cor­
tretanto, elas não são a fonte de tesia, mas um m andam ento tão
nossa mais poderosa motivação pa­ imperioso quanto qualquer outro.
ra desenvolver maior gratidão e Num a revelação posterior, diz
mais fervorosas ações de graça. ele:
Ser gratos é um m andam ento do “E aquele que com ações de
Senhor. graças receber todas as coisas, será
Em março de 1831, antes de a feito glorioso; e as coisas desta
terra ser-lhe-ão dadas, mesmo cen- não ter de beber a amarga taça e
tuplicadas, sim, até mais.” (D&C recuar.” (D&C 19:18.)
78:19; grifo nosso.) Não obstante, ele o suportou
“Na verdade vos digo Meus ami­ para nosso bem. Nenhum de nós
gos,” — sempre me comove ouvir agüentaria tanta dor. Nenhum ho­
o Senhor chamar-nos de amigos — mem mortal, nenhum número de
“Na verdade vos digo Meus ami­ homens juntos tê-lo-ia suportado.
gos, não temais, que sejam conso­ Todas as pessoas que compreen­
lados os vossos corações; sim re­ dem o que Jesus fez por nós deve­
gozijai-vos sempre, e em tudo dai riam amá-lo e demonstrar-lhe esse
graças.” (D&C 98:1; grifo nosso.) amor, rendendo-lhe gratidão e ação
“Se estiveres alegre, louva ao de graças, de m aneira realista.
Senhor com cânticos, com música, Disse certa vez o Élder Richard
com dança, e com orações de lou­ L. Evans: “Com gratidão reconhe­
vor e ações de graça.” (D&C 136: cemos a mente infinita de nosso
28; grifo nosso.) Criador, e gratamente devemos
Este último m andam ento que oferecer nossos dízimos e ofertas,
acabo de ler, foi dado através do e serviço seriamente consistente,
Profeta Brigham Young, em Win- em gratidão por tudo o que Deus
ter Quarters, durante a jornada dos tem dado; e guardar seus m anda­
santos pelas planícies. Na época, mentos em memória do am or e
os santos sofriam as mais duras providência e propósito do Cria­
privações; ainda assim, o Senhor dor, o Deus e Pai de todos nós, o
lhes ordenava que estivessem cheios organizador e operador dos céus
de louvor e ações de graça. e terra, sem o qual todas essas coi­
Os m andamentos que acabo de sas não seriam assim. Graças a
ler colocam-nos sob a solene obri­ Deus por tudo isso: pela vida e o
gação de sermos gratos e ter o es­ que a sustenta; pelos entes queri­
pírito de ação de graças. Devemos dos que a fazem significativa; pela
ser cheios de gratidão e externar fé e propósito e continuidade, sem­
apreço por todas as nossas bênçãos. pre e para sempre. Graças a Deus
Temos uma dívida eterna de por tudo isso — e muito, muito
gratidão para com o Senhor Jesus m ais.” ( “Thanks for the Organiza-
que nos comprou por um preço tion and Operation of the E arth” ,
muito alto. É impossível a nós, Im provem ent Era, fevereiro de
fracos mortais que somos, com­ 1968, p. 74; KSL “The Spoken
preender e apreciar plenamente o W ord” broadcast, 19 de novembro
sofrimento dele na cruz, a fim de de 1967.)
vencer a morte em nosso favor. E Agora, irmãos e irmãs, presto-
entendemos menos ainda o sofri­ vos testemunho de que o Senhor
mento que suportou no Getsêmani, quer que sejamos gratos e agrade­
a fim de que nossos pecados fos­ cidos a ele. E, se fizermos as coisas
sem perdoados. “Sofrimento que que nos recomendou, seremos o
me fez”, diz ele, “mesmo sendo povo mais ditoso sobre a terra, pois
Deus, o mais grandioso de todos, este é o caminho para a presença
tremer de dor e sangrar por todos e sociedade de nosso Pai nos céus.
os poros; sofrer, tanto corporal Isto eu testifico em nome de Jesus
como espiritualmente — desejar Cristo. Amém.
fecia, tornar-se um em nossas mãos.
Escrituras Dois acontecimentos relacionados
com o cumprimento da profecia
deram-se em oficinas tipográficas.
O primeiro começou no primei­
ro andar de um prédio da Main
Street de Palmyra, Nova York. Em
junho de 1829, Joseph Smith e
M artin Harris procuraram o Sr.
r . Egbert B. Grandin, proprietário da
tipografia, a fim de discutirem a
publicação de um novo livro de
Élder Boyd K. Packer escrituras. O Sr. Grandin, então
do Q uorum dos Doze Apóstolos com vinte e três anos, era apenas
três meses mais novo que Joseph
A s novas edições de escrituras Smith. Fazia apenas alguns meses,
SU D “hão de produzir sucessivas publicara sua intenção de imprimir
gerações de fiéis cristãos que livros, empreendimento bastante
conhecem o Senhor Jesus Cristo ambicioso para um a tipografia tão
e estão dispostos a fazer sua pequena com apenas uma impres­
vontade”. sora manual.
Outros se haviam recusado a
reciso falar-vos de uma obra, imprimir o livro, e o próprio G ran­
P que se vem desenrolando
quietamente na Igreja, quase
despercebida. Teve sua origem nos
din, homem religioso, mostrava-se
um tanto cético. Mas, quando o
contrato foi garantido com uma
tempos do Velho Testamento, sen­ hipoteca da fazenda de M artin
do o cumprimento de uma profe­ Harris, ele o assinou e iniciou a
cia de Ezequiel, que escreveu: impressão, em agosto de 1829.
“E veio a mim a palavra do Se­ Logo de início, um certo Oba-
nhor, dizendo: Tu, pois, ó filho do diah Dogberry Jr. começou a fur­
homem, tom a um pedaço de ma­ tar páginas da obra para repro­
deira, e escreve nele: Por Judá e duzi-las em seu semanário The
pelos filhos de Israel, seus compa­ R eflector com comentários pejora­
nheiros. E toma outro pedaço de tivos.
madeira, e escreve nele: Por José, O Livro de M órm on ficou pron­
vara de Efraim, e por toda a casa to em 1830 e foi colocado a venda.
de Israel, seus companheiros. E Mas suscitou uma oposição tão
ajunta um ao outro, para que se amarga e hostil, que não teve saída
unam, e se tornem um só na tua e M artin Harris perdeu sua pro­
m ão.” (Ezequiel 37:15-17.) priedade.
Os pedaços de madeira é claro, Começara um período de histó­
são registros ou livros. Na antiga ria escriturística. O Profeta Joseph
Israel, os registros eram escritos Smith e seus sucessores até os dias
sobre tabuletas de m adeira ou per­ de hoje proclam ariam o Livro de
gaminhos enrolados em varetas. O M órmon como outro testamento
registro de Judá e o registro de de Jesus Cristo. Obadiah Dogberry
Efraim deveriam, segundo a pro­ e seus sucessores, movidos por espí­
rito contrário, o acatariam com os Mórmon, Doutrina e Convênios e
mesmos métodos, até a época atual. A Pérola de Grande Valor, dos
Em junho de 1977, cento e qua­ quais os editores mal haviam ouvi­
renta e oito anos mais tarde, deu­ do falar.
-se mais um passo para a unificação Mas não era tudo. Pretendia-se
desses dois pedaços de madeira, e usar um novo sistema de notas de
novamente num estabelecimento ti­ rodapé. Em lugar da seqüência de
pográfico. A a Z em cada capítulo, esta se
James M ortimer, com longa ex­ repetiria em cada versículo, pois
periência em publicação de escri­ inúmeros deles apresentariam mui­
turas, e o Dr. EIlis T. Rasmussen, tas notas de rodapé.
recentemente nomeado deão de Os problemas técnicos pareciam
Instrução Religiosa na Universida­ insuperáveis. Os computadores se­
de Brigham Young, foram procurar riam uma excelente ajuda, mas
a Cambridge University Press, In­ restava sempre o fator humano.
glaterra. Essa prestigiosa editora Como seria possível fazer a remis­
vinha imprimindo Bíblias havia du­ são recíproca da Bíblia com qual­
zentos e noventa e três anos, quan­ quer outro livro? E fazê-lo com
do Egbert Grandin inaugurou sua três exigiria dezenas de milhares
tipografia em Palmyra. de notas de rodapé. Depois, have­
Reuniram-se com o Sr. Roger ria centenas de milhares de com­
Coleman, diretor de publicações binações de informação possíveis.
religiosas, a fim de debaterem a E ra complicado demais. O desafio
publicação de uma edição total­ técnico em si já era assombroso,
mente incomum da Bíblia, versão sem falar na garantia da exatidão,
do Rei Tiago. Os editores m ostra­ concordância e consistência com o
ram-se bastante céticos diante da texto bíblico. Não podia ser feito!
proposta, exatamente como Egbert Mas dessa reunião participou
Grandin há quase cento e cinqüen­ também o Sr. Derek Bowen, ho­
ta anos antes. mem e editor fora do comum. Um
A Cambridge Press vinha im­ ferimento sofrido na II Guerra
primindo a Bíblia versão do Rei M undial deixara-o surdo. Então
Tiago desde sua primeira edição passou a dedicar sua extraordiná­
em 1611, sem nunca receber uma ria capacidade à edição, composi­
proposta assim. O texto deveria ção e impressão de Bíblias. Era,
permanecer exatamente o mesmo, talvez, o único homem no mundo
sem uma única alteração. Todas as capaz de dirigir tal projeto edi­
notas de rodapé, porém, assim co­ torial.
mo as remissões recíprocas, notas Todos os problemas menciona­
introdutórias dos capítulos, índices dos até aqui se relacionavam tão
etc., deveriam ser substituídos. So­ só à parte de impressão do projeto.
mente a numeração dos capítulos A compilação e organização das
e versículos dos sessenta e seis li­ dezenas de milhares de notas de
vros seria conservada. rodapé exigiria o trabalho de cen­
E isto só para começar. Essa tenas de pessoas, e já havia sendo
edição da Bíblia apresentaria re­ feito há diversos anos. Sem com­
missão recíproca com três outros putador seria manifestamente im­
livros de escritura: o Livro de possível!
Autoridades Gerais
de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias
A P rim eira P residência

President Spencar V Preside n( Gordon B Hinckley


Counselor

O Quorum dos Doze


Franklm D Richards J Thomas Fyans Carlos E Asay M flussell Ballard Dean L Larser, Royden G Oernck G Momer Durham

M em bros do P rim eiro Quorum dos Setenta

Marion D Hanks A Theodore Tuttle Theodore M Burton Paul H Dunn Hartman Hector Jr Robert L Simpsor Rex D Pinegar W Grani Bangerter Robert 0 Hales Adney Y Komatsu

Joseph B Wirthlm
i]£ l .11 ESEl
Gene R Cook Charles Didier William R Bradford George P Lee John H Groberg Jacob de Jager Vaughn J Feaiheisione Robert E Wells
9
James M Paramore Richard G Scoli

Hugh W Pmnock F EnziO Busche Yoshihiko Kikuchi Ronald E Poelman Derek A Cuthbert Robert L Backman Rex C fleeve S» F Burlon Howard Teddy E Brewerton Jack H Goaslinc. Jr Angel Abrea

A utorid ade s Gerais E m éritas


O B ispado Presidente

Victor L Bruwn J Richard Clarke


Presidmg B<9hop Second Counselot -

James A Cuilimore Joseph Andetson John H Vandenberg 0 Lesl<e Slone


M as isso também não passava
de um primeiro passo. Haveria
igualmente um guia combinado de
concordância e tópicos; um dicio­
nário bíblico; mapas e um novo
formato. Os cabeçalhos dos capí­
tulos seriam reformulados e tudo
isso em harmonia com a mensa­
gem sagrada do Velho e do Novo
Testamento.
Anos depois de iniciado o pro­
jeto, solicitamos um relatório. Co­
mo ia progredindo a árdua e te­
diosa listagem dos assuntos em
ordem alfabética? Eles responde­
ram: “Passamos por H eaven (Céu)
e H ell (In fern o ), por L o ve (Amor)
e Lust (L uxúria), e estamos a ca­
minho de R epentance (Arrependi­
m en to ).”
Os setecentos e cinqüenta títulos
do Guia de Tópicos representavam
o resultado da penosa condensa­
ção da lista original com quase o camente por estudiosos simpáticos
dobro de itens, pois era preciso e membros devotados da Igreja.
Seria estudado também pelos olhos
levar em conta que o livro não
poderia ser grande demais para o frios, imparciais dos pesquisado­
uso cotidiano. res, e os olhares raivosos de ini­
migos e detratores. Tinha de ser
Um espírito de inspiração paira­ correto em cada pormenor.
va sobre aquela obra, e os que
colaboravam no projeto costuma­ Finalmente, após mais dois anos,
vam com entar como era abençoa­ ficaram prontas as edições mais
do. Houve muitas experiências exatas desses livros que já tivemos.
espirituais edificantes. Três meses depois, falecia na In­
Ao fim de mais de sete anos de glaterra Derek Bowen, mestre-edi-
trabalho intenso e sem alarde, a tor de Bíblias.
edição SUD da Bíblia, versão do Deveis saber ainda que, por re­
Rei Tiago, saiu do prelo. E ntão já cente decisão das autoridades ge­
ia adiantado o trabalho no Livro rais, o Livro de M órm on levará,
de Mórmon, Doutrina e Convênios daqui por diante, o subtítulo “Um
e Pérola de Grande Valor. No de­ outro Testamento de Jesus Cristo” .
correr dos anos, vieram às nossas O pedaço de tábua ou registro de
mãos manuscritos que possibilita­ Judá — o Velho e o Novo Testa­
vam a correção de erros tipográ­ mento — e o pedaço de tábua ou
ficos que se insinuaram nas pri­ registro de Efraim — o Livro de
meiras edições. M órmon, que é um outro testamen­
O trabalho não seria visto uni­ to de Jesus Cristo — estão agora
unidos de tal forma, que, ponde­ gloriosa revelação sobre o sacerdó­
rando um, sereis atraídos ao outro; cio, bem a tempo de ser incluído a
e aprendendo de um, sereis ilumi­ tudo o que o Senhor tem revelado
nado pelo outro. Na verdade, são aos seus santos nesta dispensação
de fato um em nossas mãos. Está da plenitude dos tempos.
cumprida a profecia de Ezequiel. Ainda assim, tudo isso não passa
Com o passar dos anos, essas de um primeiro passo, pois temo­
escrituras hão de produzir sucessi­ -los somente em inglês. A obra já
vas gerações de fiéis Cristãos que está sendo feita em espanhol, de­
conhecem o Senhor Jesus Cristo e vendo os outros idiomas seguir-se
estão dispostos a fazer sua von­ em anos futuros.
tade. Paralelam ente a esse projeto edi­
A geração mais velha foi criada torial, prosseguia um outro grande
sem eles, mas existe outra geração trabalho — a reestruturação de to­
em desenvolvimento. Ela terá aces­ do o currículo da Igreja. Todos os
so às revelações como nenhuma cursos para crianças, jovens e adul­
outra antes na história do mundo. tos foram reexaminados no intuito
Em suas mãos, são agora coloca­ de centralizá-los nas escrituras, em
dos os registros de José e Judá. Ela Jesus Cristo. Um verdadeiro exér­
terá um conhecimento do evange­ cito de voluntários — muitos deles
lho muito m aior do que seus ante­ autoridades em redação, currículo,
passados conseguiram alcançar. educação e aspectos correlatos —
Terá o testemunho de que Jesus é trabalharam anos nessa reestrutu­
o Cristo e competência para pro­ ração do ensino.
clamá-lo e defendê-lo. Enquanto estamos empenhados
Sem o auxílio de centenas de de­ em nos apegar cada vez mais às
dicados colaboradores, teria sido escrituras, outros procuram ativa­
um empreendimento impossível! mente afastar-se delas. Estão se
E ntre eles havia peritos em hebrai­ deixando arrastar rio abaixo, inter­
co, grego e latim, e estudiosos do pretando e reform ulando as escri­
Velho e Novo Testamento. Mais turas, a fim de adaptá-las às filoso­
que isso, são homens e mulheres fias humanas. Nós, pelo contrário,
dignos em cujas vidas o Evangelho estamos lutando para subir o rio,
de Jesus Cristo é a influência do­ vencendo a mesma corrente, deci­
minante. Esta obra poderá muito didos a alcançar os mananciais da
bem ser sua maior contribuição na comunicação e revelação divina, a
mortalidade. fim de que, conforme requer Dou­
Nas gerações futuras, este traba­ trina e Convênios, “todo homem
lho será considerado o feito supre­ fale, em nome de Deus, o Senhor,
mo da gestão do Presidente Spen­ o Salvador do m undo” . (D&C
cer W. Kimball. 1 :20 .)
Como decorrência direta do pro­ Existem observadores atentos
jeto de escrituras, duas novas reve­ dentro e fora da Igreja, que de­
lações foram acrescentadas a Dou­ monstram grande interesse no que
trina e Convênios. Isto não acon­ fazemos. Eles vigiam o que defi­
tecia há mais de cem anos. E antes nem como a estrutura de poder, os
do fechamento dos livros, veio a recursos da Igreja, as mudanças de
organização, os assuntos políticos bos escreverá; e o fruto dos lom­
e sociais; e tiram conclusões do que bos de Judá escreverá; e aquilo que
observam. Depois, publicam suas for escrito pelo fruto de teus lom­
observações e as apresentam como bos, e também o que for escrito
relatórios exatos e objetivos do que pelo fruto dos lombos de Judá,
ocorre na Igreja. Em toda essa vi­ crescerá juntamente, para confun­
gilância e pretensão, deixaram de dir as falsas doutrinas, apaziguan­
ver o mais im portante de tudo o do as contendas, estabelecendo a
que temos feito nos últimos tem­ paz entre o fruto de teus lombos e
pos. levando-os, nos últimos dias, ao
Alguns deles dizem que nos des­ conhecimento de seus pais e de
viamos do caminho, que não so­ meus convênios, diz o Senhor.” (2
mos cristãos. Se consultassem as es­ Néfi 3:12.)
crituras e revelações, coisas que Uma só nota de rodapé pode pa­
menos os interessam e conhecem, recer um fio frágil demais para unir
encontrariam, no Guia de Tópicos, os dois; cinco das dez notas, con­
cinqüenta e oito categorias de in­ tudo, levam a títulos do Guia de
formação sobre Jesus Cristo; de­ Tópicos, no qual seiscentas e onze
zoito páginas em tipo miúdo e es­ outras referências ampliam nosso
paço simples, alistam literalmente conhecimento desse único assunto
milhares de referências escriturísti- e falam como vozes do pó.
cas sobre o assunto.
Fios produzem cordas que am ar­
Tais referências dos quatro li­
ram em nossas mãos os pedaços
vros de escritura formam a mais
de m adeira de Judá e Efraim —
completa compilação de inform a­
testamentos do Senhor Jesus Cristo.
ção escriturística sobre a missão e
ensinamentos do Senhor Jesus Cris­ Repito, essas referências formam
to já realizada na história do a mais completa compilação de in­
mundo. formação escriturística a respeito
Esta obra afirma a aceitação do da missão e dos ensinamentos do
Senhor Jesus Cristo, testemunho Senhor Jesus Cristo já reunida na
dele e reverência por ele. Seguin­ história do mundo.
do aquelas referências, sabereis de Não confundais nossa reverente
quem é esta Igreja, o que ensina e hesitação em mencionar Jesus Cris­
com que autoridade — tudo levan­ to levianamente ou com demasiada
do ao sagrado nome de Jesus Cris­ freqüência com falta de conheci­
to, o Filho de Deus, o Messias, o mento dele.
Redentor, nosso Senhor. Nossos irmãos de Judá conhe­
Comecei citando Ezequiel, pro­ ciam-no nos tempos antigos, nos­
feta de Judá. Dois desses versí­ sos irmãos de Efraim também. Ele
culos do Velho Testam ento apre­ não é nenhum estranho para os
sentam dez notas de rodapé. Uma seus santos, seus profetas e apósto­
das dez nos leva ao Livro de M ór­ los de hoje.
mon, que é outro testamento de Je­ Ele vive. Ele é o nosso Salva­
sus Cristo, onde, no lado oposto dor, nosso R edentor, nosso Senhor.
do mundo, o Profeta Léhi, da li­ Dele prestamos testemunho apos­
nhagem de José, cita esta profecia: tólico, em nome de Jesus Cristo.
“Portanto, o fruto de teus lom­ Amém.
que está na praia do m ar.” (I Reis
O Significado da 4:29.)
Sabedoria, entendimento, gran­
Maturidade deza de coração são sinais de ma­
turidade. Q uando Salomão adqui­
riu estas qualidades já não era
“menino pequeno” .
Entretanto, o processo de ama­
durecer não é tão fácil quanto ad­
quirir sabedoria. Acaso não disse
o Senhor: “ . . ,se não vos conver-
terdes e não vos fizerdes como me­
ninos, de m odo algum entrareis no
reino dos céus.”? (M ateus 18:3.)
Élder Derek A. Cuthbert
Amadurecer, então, significa reter
do Prim eiro Quorum dos Setenta
ou recobrar algumas qualidades
próprias da infância e desenvolver
“A m adurecer significa reter
outras qualidades que as crianças
ou recobrar algumas qualidades
não possuem. Gostaria de sugerir­
próprias da infância e desenvolver
-vos dez aspectos da maturidade,
outras qualidades que as crianças
cinco dos quais são características
não possuem .”
infantis e os demais são desenvol­
vidos com o tempo.
em Gibeão apareceu o Se­

E nhor a Salomão de noite


em sonhos; e disse-lhe
Deus: “Pede o que quiseres que te
Primeiro, inocência. Pode al­
guém negar inocência de um re­
cém-nascido ou de uma criança
pequena? O Salvador ensinou:
dê.” (I Reis 3 :5 .) Antes de res­ “Deixai os meninos, e não os estor­
ponder, o Rei Salomão refletiu so­ veis de vir a mim; porque dos tais
bre qual seria sua maior necessi­ é o reino dos céus.” (M ateus
dade. Seria poder e influência? Se­ 19:14.) Na revelação destes últi­
ria saúde e riquezas? Seria fama mos dias, o Senhor tem-nos escla­
e glória? recido melhor esse assunto ao pro­
Ponderemos a resposta de Salo­ clamar: “Todo espírito do homem
mão: no princípio era inocente; e ten­
“Agora, pois, ó Senhor meu do-o Deus redimido da queda, o
Deus, tu fizeste reinar a teu servo homem se tornou outra vez, em
em lugar de Davi meu pai; e sou seu estado de infância, inocente
ainda menino pequeno; nem sei diante de Deus.” (D&C 93:38.)
como sair, nem como entrar. Sim, nosso desafio para estes dias
“A teu servo, pois, dá um cora­ de falsidade e discórdia é sermos
ção entendido para julgar a teu inocentes, ingênuos.
povo, para que prudentemente dis­ Segundo, humildade. “Portanto,
cirna entre o bem e o mal.” (I Reis aquele que se tornar humilde co­
3:7,9.) mo este menino, esse é o maior no
“E deu Deus a Salomão sabedo­ reino dos céus.” (M ateus 14:4.)
ria, e muitíssimo entendimento, e Quão maravilhoso é ouvir a humil­
largueza de coração, como a areia de oração ou testemunho de uma
criança. Lembro-me de ouvir um se humildemente ao batismo. Quão
garoto contar a história de Joseph inspirador é vê-los sobrepujar ad-
Smith bem como prestar testemu­ versidades e aflições. Lembro-me
nho xhosa, idioma falado no sul da da entrevista com um bom rapaz,
África, quando nos encontramos membro da Igreja em Zimbabwe,
em uma casa africana de um só para que o mesmo se tornasse o
cômodo em Cimizile. primeiro missionário de sua nação.
Vivemos em um mundo em que Apesar de depender permanente­
os homens deram as costas à re­ mente das muletas devido à polio-
tidão e são egoístas, preocupados mielite, Élder Peter Chaya aceitou,
em gratificar seu orgulho e sua vã feliz, o chamado para servir.
ambição. Nós somos desafiados a Terceiro, sim plicidade. A crian­
humilhar-nos perante Deus a nos ça não é complicada e fala com
tornarmos de acordo com as pala­ franqueza. O Apóstolo Paulo acon­
vras do Rei Benjamim, “como selhou os santos em Corinto: “Mas
criança, submisso, manso, humilde, temo que, assim como a serpente
paciente, cheio de am or e disposto enganou Eva com a sua astúcia, as­
a se submeter a tudo quanto o Se­ sim também sejam de alguma sorte
nhor achar que lhe deve infligir, corrompidos os vossos sentidos, e
assim como uma criança se subme­ se apartem da simplicidade que há
te a seu pai.” (M osiah 3:19.) em Cristo.” (II Cor. 11:3.) Sem­
Em todo o mundo, pessoas de pre me impressiona o fato de que
diferentes raças e culturas estão apesar de ser um homem letrado,
deixando de lado as tradições para após a conversão Paulo declarou:
aceitarem a verdade e submeterem- “Porque nada me propus saber en­
tre vós, senão a Jesus Cristo, e este Quarto, fé. Tem sido motivo de
crucificado.” (I Cor. 2 :2 .) Estes felicidade para minha esposa e para
pensamentos me vieram à mente mim, quando um de nossos filhos
numa visita a Ghana, ao ouvir o dem onstra ter fé pedindo uma bên­
D outor Emmanuel Kissi, eminente ção de saúde ou de conforto e con­
cirurgião e agora presidente do dis­ selho. Essas ocasiões têm sido inú­
trito, ensinar as verdades simples meras, porém está mais vivida em
do evangelho nas reuniões da con­ m inha mente aquela em que uma
ferência do distrito. de nossas filhas sofria forte dor de
Sim, precisamos lutar para al­ ouvido. Lembro-me de que após
cançar a simplicidade de uma tê-la abençoado, ela se acalmou e
criança, e para criar nossos filhos adormeceu sem sofrer mais. É ma­
de maneira que tenham testemu­ ravilhoso saber que quando o Se­
nhor restaurou o evangelho deu
nho simples e inabalável de Jesus
oportunidade aos pais de abençoa­
Cristo. Assim, não serão presa das
rem sua família de várias maneiras.
tentações capazes de desviá-los do
Nosso amado Presidente Kim­
caminho estreito e apertado. Co­
ball nos tem desafiado a ter a mes­
mo o Élder M atthew Cowley dizia:
ma fé que tem um a criança para
“A vida deveria ser maravilhosa­
“sonhar o sonho impossível” e “al­
mente simples. E seria simplesmen­ cançar a estrela inalcançável”. Sua
te maravilhosa.” ( “Learn to Live”, fé poderosa tem movido monta­
discurso proferido na Universidade nhas; sua fé infantil tem causado
de Brigham Young, 19 de junho muitos milagres.
de 1953.)
A quinta qualidade infantil é o
amor, o amor incondicional, dado
de espontânea vontade. Que pai
resiste à pequenina face voltada
para ele dizendo: “Eu te amo, pa­
pai!” Que mãe não sente um a ale­
gria imensa ao encontrar um bilhe­
te no travesseiro dizendo: “Eu te
amo, m amãe!” Tive o privilégio de
ouvir, em muitos países, doces vo­
zes de crianças repetindo as pala­
vras do Salvador: “Que vos ameis
uns aos outros; como eu vos amei
a vós.” (João 13:34.)
Jesus deu exemplo de inocência,
humildade, simplicidade e fé. Mos­
trou seu amor a nós assumindo
nossos pecados, dando a vida pre­
ciosa e ressuscitando do túmulo.
“Deus é caridade; e quem está em
caridade está em Deus e Deus ne­
le.” (I João 4 :1 6 .) Nossos missio­
nários vão pelo mundo, de dois em
dois, pregando fé em Cristo e arre-
dado a fim de obter sabedoria. A
sabedoria é um sinal de m aturida­
de. É proporcional à idade e à ex­
periência, mas não acontece neces­
sariamente dessa maneira. Quando
eu servia como presidente de mis­
são na Escócia, vi o Senhor apres­
sar o entendimento de muitos mis­
sionários jovens para que estes
pudessem desenvolver-se além do
que era próprio na sua idade. Ago­
ra, menos de cinco anos depois,
pendimento. Talvez poucas pessoas seis deles foram chamados como
conservaram estas cinco caracterís­ bispos e dois para fazerem parte de
ticas próprias da infância, mas to­ presidências de estaca nas Ilhas
dos têm possibilidade de adquirí-las Britânicas. Todos estão sendo óti­
novamente do arrependimento e da mos líderes.
m udança de atitude. A sétima qualidade a ser men­
Feitas as mudanças necessárias cionada é liderança, não apenas
em nossa vida, devemos acrescen­ liderança na Igreja, mas em qual­
tar a estas cinco qualidades bási­ quer oportunidade. Um a criança
cas, outras cinco a fim de alcançar procura liderança em seus pais,
m aturidade perante o Senhor. tanto por palavras quanto por
Sexto, precisamos adquirir sabe­ ações. Falando aos pais em Israel,
doria. A mesma sabedoria almeja­ por Moisés, o Senhor declarou: “E
da por Salomão. Muitos de nós não estas palavras, que hoje te ordeno,
somos sábios porque estamos cegos estarão no teu coração;
pelo mundo material que nos ro­
“E as intimarás a teus filhos, e
deia. A sabedoria vem quando per­
delas falarás assentado em tua casa,
cebemos os verdadeiros valores e
e andando pelo caminho, e deitan­
prioridades. É uma qualidade espi­
do-te e levantando-te.” (Deut.
ritual pois é fundam entada no dis­
6:6-7.)
cernimento e num coração compre­
ensivo. Grande é a sabedoria dos Acima de tudo, os pais precisam
profetas, e aqueles que observam ter m aturidade para guiar e ensi­
suas palavras são abençoados. nar seus filhos em retidão. A famí­
O Senhor nos aconselha: “Bus­ lia é a unidade básica da sociedade
cai não as riquezas mas a sabedo­ e o alicerce de um a nação. É im­
ria.” (D&C 6 :7 .) Durante esta portante percebermos que, como
conferência geral, pérolas de sabe­ pais, nossos filhos foram confiados
doria foram dadas por aqueles que aos nossos cuidados como sagrada
falaram sob inspiração do Espírito. responsabilidade pelo próprio Deus
Faríam os muito bem se estudásse­ Onipotente. Nossos filhos e filhas
mos e praticássemos as verdades são seus filhos espirituais. Ele es­
que foram declaradas. pera que os amemos, alimentemos,
O conhecimento por si só pode ensinemos e guiemos.
ser perigoso. Aquele que procura É imprescindível que os pais e
obter conhecimento deve ser aju­ os filhos leiam e estudem a pala­
vra de Deus regularmente. É im­ Precisamos advertir e ensinar,
prescindível que vivamos estes proteger e resguardar, a fim de que
princípios básicos e que estejamos os nossos pequeninos não sejam
à altura da expectativa do Pai Ce­ desencaminhados tanto física quan­
lestial. to espiritualmente. H á tantas vozes
Assim chegamos ao oitavo as­ e doutrinas que não são do Senhor.
pecto da m aturidade — responsa­ Entretanto, ao “prosseguir para a
bilidade. A criança não tem res­ frente com firmeza em C risto,. . .
ponsabilidade até a idade de oito perseverando até o fim” (2 Néfi
anos, como é decretado pelo Se­ 3 1 :2 0 ), alcançaremos a m aturida­
nhor, e pela maioria das leis na­ de da constância, da harmonia e da
cionais. Entretanto, não é sendo perseverança espiritual. Sou grato
responsáveis que alcançamos a ma­ ao querido Presidente Kimball, por
turidade, mas entendendo que so­ ser um exemplo dessas qualidades.
mos responsáveis, agindo de acor­ Ele tem-me dado um a ajuda signi­
do e estando preparados para pres­ ficativa, e estou certo de que o
tar contas aos que têm autoridade mesmo acontece com muitos de
sobre nós, e, ao próprio Senhor. nós que estamos à procura de ma­
Durante seu ministério, o Salva­ turidade espiritual.
dor ensinou este princípio: “Mas Isto se aplica particularm ente à
eu vos digo que de toda a palavra décima qualidade que é o autodo­
ociosa que os homens disserem hão mínio. Alma, o profeta nefita,
de dar conta no dia do juízo.” aconselha: “Faça também com que
(M ateus 12:36.) O adversário tuas paixões sejam dominadas, pa­
procura constantemente distrair- ra que te enchas de am or.” (Alm a
nos e impedir-nos de viver em re­ 38:12.) Jesus Cristo, o Filho de
tidão e de estar aptos a prestar um Deus, tornou-se nosso Salvador e
bom relatório de nossas ações. Pre­ R edentor porque sobrepujou as
cisamos ser fortes, consistentemen- coisas do mundo. Quando Satanás
te, estando sempre alertas sem o tentou, ele não sucumbiu; quan­
comprometer os princípios dados do foi ridicularizado e ultrajado,
pelo Senhor. não transigiu. Quando se deparou
O nono aspecto é a constância. com a morte, não hesitou. Sua ma­
Enquanto crianças, rimos e chora­ turidade era plena.
mos quase que ao mesmo tempo. Que possamos ser inocentes, hu­
Trocamos de amigos rapidamente mildes, simples e cheios de fé, co­
e mudamos nosso ponto de vista mo é o Senhor. Que possamos ser
de acordo com as circunstâncias e sábios e constantes, dom inando­
o ambiente em que vivemos. Ao -nos primeiro para depois liderar
amadurecer nos tornamos mais outros. Que possamos atingir a
constantes e estáveis. O Apóstolo m aturidade a fim de estar aptos a
Paulo expressou a esperança de que apresentar um relatório aceitável
“não sejamos mais meninos incons­ ao Senhor por ocasião de sua vinda.
tantes, levados em roda por todo Ele é o Cristo vivo. Esta é sua
o vento de doutrina, pelo engano Igreja viva. Ele fala por um profeta
dos homens que com astúcia enga­ vivo do qual eu, com alegria, pres­
nam fraudulosam ente” . (Efésios to testemunho, em nome de Jesus
4 :1 4 .) Cristo, amém.
primento dos compromissos e à
Compromisso com disposição de obedecer aos m an­
damentos e orientação que deu.
Deus Josué é lembrado como o ho­
mem que, por ocasião da morte
de Moisés, assumiu o comando e
completou a tarefa de liderar as
tribos de Israel. Possivelmente pa­
ra confortar Josué, agora respon­
sável pelo destino dos Filhos de
Israel que ainda não tinham uma
k terra sua, e consolar o povo que
acabara de perder seu líder de mais
Élder Howard W. Hunter de quarenta anos, o Senhor falou
do Q uorum dos Doze Apóstolos a Josué, dizendo:
“Como fui com Moisés, assim
“N as escrituras, tem os exem plos
serei contigo; não te deixarei nem
de com o devem os considerar
te desampararei.
e avaliar os m andam entos
d o Senhor.” “Esforça-te e tem bom ânimo;
porque tu farás a este povo herdar
a terra que jurei a seus pais lhe da­
er e estudar as escrituras

L dá-nos consciência das mui­


tas promessas condicionais
feitas pelo Senhor, a fim de incen­
ria.” (Josué 1:5,6.)
Depois, o Senhor continua fa­
lando a Josué como mandam ento:
tivar-nos à obediência e uma vida “Tão somente esforça-te e tem
justa. A história israelita está re­ mui bom ânimo, para teres o cui­
pleta de exemplos de convênios dado de fazer conforme toda a lei
que são um dos principais temas que meu servo Moisés te ordenou;
do Velho Testamento, promessas dela não te desvies, nem para a
de Deus em troca dos compromis­ direita, nem para a esquerda, para
sos dos profetas e do povo. que prudentem ente te conduzas por
O Senhor fez um convênio com onde quer que andares.” (Josué
Noé, e o arco-íris tornou-se o sím­ 1:7.)
bolo desse convênio eterno com A seguir, referindo-se à lei dada
toda a humanidade. (Vide Gênesis a Moisés, acrescenta:
9 :1 3 .) O convênio celebrado com “Tenhas cuidado de fazer con­
A braão e sua semente foi selado forme tudo quanto nele está escri­
pelo sacramento da circuncisão. to; porque então farás prosperar o
(Vide Gênesis 17:10-11.) E o sím­ teu caminho, e então prudente­
bolo ou sinal do grande convênio mente te conduzirás.” (Josué 1:8.)
feito com toda Israel no Sinai foi o Finalmente, temos esta última
dia do Sábado. (Vide Êxodo reiteração do que o Senhor dissera
31:12-17.) antes, para confortar Josué e lem­
Várias experiências da vida de brar-lhe a relação entre as bênçãos
Josué nos mostram hoje a im por­ dos céus e a obediência à divina
tância dada pelo Senhor ao cum­ lei:
“Não to mandei eu? Esforça-te Pouco tempo depois, quando a
e tem bom ânimo; não pasmes, Josué foi ordenado que destruísse
nem te espantes; porque o Senhor Jericó, suas muralhas se erguiam
teu Deus é contigo, por onde quer diante deles como barreira impo­
que andares.” (Josué 1:9.) nente e fisicamente inexpugnável
Josué necessitava de coragem ao sucesso de Israel — ao menos
para o que tinha de fazer; preci­ assim lhes parecia. Não sabendo
sava da ajuda do Senhor a cada como fazer, mas confiante no re­
passo. E aqui temos o compromis­ sultado, Josué cumpriu as instru­
so do Senhor de prover-lhe essa ções recebidas de um mensageiro
do Senhor, comprometendo-se à
ajuda. Com fé no Senhor, Josué
total obediência. Sua preocupação
agora podia prosseguir, sabendo
era executar precisamente as ins­
que seria dirigido pelo Senhor no
truções, para que a promessa do
caminho certo. Josué sabia que,
Senhor se cumprisse. Em bora as
obedecendo, teria sucesso, e em­
instruções parecessem estranhas,
bora não soubesse exatamente co­
ele era impelido a prosseguir por
mo seria esse sucesso, confiava no
sua fé. O resultado, é óbvio, foi
resultado.
mais um milagre da longa série
As escrituras contam que as tri­ testem unhada pelos israelitas du­
bos de Israel seguiram até o Rio rante os anos em que foram lidera­
Jordão onde acamparam três dias, dos por Moisés, Josué e num ero­
preparando-se para atravessá-lo sos outros profetas comprometidos
perto da cidade de Jericó. Nessa a seguir os m andamentos e ordens
ocasião, Josué deu ao povo este in­ do Senhor.
teressante conselho: “Santificai- Aproximando-se de Jericó, Jo­
-vos, porque am anhã fará o Senhor sué e o povo seguiram precisamen­
maravilhas no meio de vós.” (Jo­ te as instruções do Senhor e, se­
sué 3 :5 .) gundo está registrado nas escritu­
Ele sabia que a esperada vitória ras, “o muro caiu abaixo, e o po­
dependeria unicamente da vonta­ vo subiu à cidade, cada qual em
de do povo de fazer a vontade do frente de si, e tom aram a cidade” .
Senhor. E ntão o Senhor disse a (Josué 6 :2 0 .)
Josué: “Este dia começarei a en­ Contam as escrituras que, depois
grandecer-te perante os olhos de de Israel haver descansado das
todo o Israel, para que saibam que, guerras com seus inimigos, Josué,
assim como fui com Moisés, assim já muito idoso, convocou uma reu­
serei contigo.” (Josué 3:7.) nião de toda a Israel. Em sua men­
Agora Josué sabia que os mila­ sagem de despedida, recordou-lhes
gres do Senhor continuariam exa­ que haviam sido vitoriosos, porque
tamente como quando Moisés li­ Deus lutara por eles; mas, se dei­
derava Israel. E foi assim que xassem de servir ao Senhor e guar­
aconteceu, quando os pés dos sa­ dar seus mandamentos, seriam des­
cerdotes portadores da arca do truídos. Recordou como o Senhor
convênio tocaram as águas do Jor­ Deus de Israel conduzira Abraão
dão, elas secaram e o povo pôde através de C anaã e multiplicara
passar no seco. (Vide Josué 3:17.) “sua semente” (Josué 2 4 :3 .), e
como Jacó e seus filhos foram para serviremos ao Senhor.” (Josué 24:
o Egito. Contou-lhes como o Se­ 15.)
nhor, estando com Moisés e Aarão, Eis a grandiosa declaração do
tirara seus pais do Egito; como ha­ compromisso pleno de um homem
viam prevalecido em todas as b a­ de Deus; de um profeta para com
talhas e conquistas, acrescentando os desejos do Senhor; de Josué, o
estas significativas palavras: “Não homem, a seu Deus que tantas ve­
com a tua espada, nem com o teu zes lhe recom pensara sua obediên­
arco.” (Josué 24:12.) F ora o Se­ cia. Dizia aos israelitas que, inde­
nhor quem os levara à vitória. As pendentemente do que decidiriam,
batalhas não foram ganhas com ele faria o que sabia ser o certo.
espadas e arcos. A seguir, admoes­ Dizia que sua decisão de servir o
tou-os: “Temei ao Senhor, e ser­ Senhor independia da decisão de­
vi-o com sinceridade e com verda­ les; que seus atos não o afetariam;
de; e deitai fora os deuses aos que seu compromisso de fazer a
quais serviram vossos pais dalém vontade do Senhor não seria alte­
do rio e no Egito; e servi ao Se­ rado por coisa alguma que eles ou
nhor.” (Josué 24:14.) outros fizessem. Josué tinha pleno
A seguir, o grande líder espiri­ domínio sobre seus atos, e os olhos
tual e m ilitar desafiou o povo a um fixos nos m andamentos do Senhor.
compromisso, assim como se com­ Ele era obediente.
prometia em seu nome e de sua fa­ Certamente o Senhor ama, aci­
mília: “Escolhei hoje a quem sir­ ma de tudo, sua determ inação ina­
vais. . . porém eu e a minha casa balável de obedecer a seus conse­
lhos. As experiências dos grandes
profetas do Velho Testam ento fo­
ram registradas, sem dúvida, para
nos fazer entender a importância de
escolher o caminho da estrita obe­
diência. Como A braão deve ter
agradado ao Senhor, quando acei­
tou, sem perguntas ou vacilação, a
ordem de sacrificar seu único filho,
Isaque. As escrituras dizem que
Deus falou a A braão:
“Tom a agora o teu filho, o teu
único filho, Isaque, a quem amas,
e vai-te à terra de M oriá, e ofere­
ce-o ali em holocausto sobre uma
das montanhas que eu te direi.”
(Gênesis 2 2 :2 .)
O versículo seguinte declara
simplesmente:
“Então se levantou Abraão pela
manhã de m adrugada. . . e tomou
consigo. . . Isaque, seu filh o . . . e
foi ao lugar que Deus lhe dissera.” considerar e avaliar os mandam en­
(Gênesis 2 2 :3 .) tos do Senhor. Se decidirmos rea­
Anos mais tarde, quando Rebe- gir como Josué, A braão, Rebeca e
ca foi solicitada a acom panhar o Raquel, nossa resposta será sim­
servo de A braão para tornar-se es­ plesmente fazer o que o Senhor
posa de Isaque, ela simplesmente ordenou.
respondeu: “Irei”, sabendo certa­ Há um a boa razão para decidir­
mente que era da vontade do Se­ mos agora servir ao Senhor. Nesta
nhor. (Gênesis 2 4 :5 8.) m anhã de domingo, um pouco
afastados das complicações e ten­
Uma geração depois, quando
tações da vida, tendo tempo e mais
Jacó foi instruído a voltar para
disposição para encarar as coisas
Canaã, o que significava abando­
pela perspectiva eterna, podemos
nar tudo pelo que vinha trabalhan­ avaliar nitidamente o que nos pro­
do há tantos anos, ele chamou R a­ porcionará maior felicidade na vi­
quel e Léia ao campo onde estava da. Devemos decidir agora, nesta
seu rebanho e explicou-lhes a re­ m anhã luminosa, como reagiremos,
comendação do Senhor. A respos­ quando chegarem as trevas da noi­
ta de Raquel foi simples, direta e te e os vendavais da tentação.
indicativa de sua obediência: “F a­ Oro que tenhamos a força para
ze tudo o que Deus te tem dito.” decidir agora, fazer o que deve­
(Gênesis 3 1 :16.) mos fazer. Oro que decidamos ago­
Nas escrituras, encontramos, ra servir ao Senhor. Em nome de
pois, exemplos de como devemos Jesus Cristo. Amém.
Fundamentos do Relacionamento
Familiar Duradouro
do fortes pressões e traumas. M ui­
tos pais deixaram-se induzir a aban­
donar suas responsabilidades fami­
liares em troca de uma pretensa
“auto-realização” . Alguns abdica­
ram de seus deveres paternos para
buscar coisas materiais, não que­
rendo adiar a satisfação pessoal no
Presidente Ezra Taft Benson interesse do bem -estar dos filhos.
Presidente do Q uorum dos É tempo de atentar para o fato
Doze Apóstolos
de que estão sendo feitos esforços
deliberados para reestruturar a fa­
Três pontos fundamentais:
mília segundo valores humanísticos.
A lcançar uma união justa, criar
Nos filmes e televisão, a família e
o s filhos com am or e prepará-los
o am or são freqüentemente retra­
para as ordenanças do evangelho.
tados de acordo com uma filosofia
contrária aos mandamentos de
casamento é o alicerce se­ Deus.

O guro, a pedra fundamental


da civilização. Nenhuma
nação será melhor que seus lares.
Se alguém duvida de que a famí­
lia, como instituição, está sendo
reestruturada, considere estes fa­
Casamento e vida familiar fo­ tos reais dos Estados Unidos:
ram ordenados por Deus. No sen­ Praticamente um em cada três
tido eterno, a salvação é um as­ casamentos term ina em divórcio.
sunto familiar. Deus responsabili­ Somente quatorze por cento dos
za os pais pela criação da família. lares norte-americanos abriga uma
É um encargo sumamente sagrado. família tradicional — form ada por
Hoje estamos cientes dos gran­ marido, esposa que não trabalha
des problemas em nossa sociedade, fora e filhos. (Relatório Popula­
destacando-se a promiscuidade se­ cional, 1980.)
xual, homossexualismo, consumo Quase m etade da força de tra­
de drogas, alcoolismo, vandalismo, balho é atualmente feminina.
pornografia e violência. Aproximadamente cinqüenta e
Esses graves problemas são sin­ seis por cento da força de trabalho
tomas do insucesso no lar — do feminina são mães com filhos em
desrespeito aos princípios e costu­ idade pré-escolar, e quase sessenta
mes estabelecidos por Deus desde por cento têm filhos adolescentes
o princípio. em casa.
Como os pais se afastaram dos Estima-se que só nos Estados
princípios dados pelo Senhor para Unidos, de oito a dez milhões de
nossa felicidade e sucesso, as famí­ crianças de seis anos para baixo,
lias de todo o mundo estão sofren­ estão sendo cuidadas fora do lar.
Quase um quinto de todas as niais é absolutamente essencial pa­
crianças dos Estados Unidos vivem ra haver amor, confiança e paz. O
com apenas um dos pais. adultério é condenado inequivoca­
Nenhuma sociedade conseguirá mente pelo Senhor.
sobreviver por muito tempo sem M arido e mulher que se amam,
mães para cuidar de seus filhos e verão que o am or e lealdade são
proporcionar-lhes a atenção e ca­ recíprocos. E esse am or proverá o
rinho tão essenciais para seu de­ clima favorável ao desenvolvimen­
senvolvimento normal. to emocional dos filhos. A vida fa­
Frases aparentemente inocentes miliar deve legar aos filhos uma
são usadas hoje, para justificar prá­ lem brança de felicidade e alegria,
ticas pecaminosas. Assim, o ter­ que recordarão com prazer.
mo “modo de vida alternativo” pre­ Ouvi estas simples admoestações
tende justificar o adultério e homos- do Senhor aplicáveis ao convênio
sexualismo; “liberdade de opção” , do casamento:
o aborto, “auto-satisfação” e “rela­ Prim eira: “Vede que vos ameis
ção expressiva” , o relacionamento uns aos outros; cessai de ser cobi­
sexual fora do casamento. çosos; aprendei a repartir uns com
Persistindo a tendência atual, os outros como o evangelho re­
podemos esperar maior número de quer. . . cessai de ser impuros;
jovens emocionalmente instáveis, cessai de achar falta uns nos ou­
mais divórcios, mais depressão e tros.” (D&C 88:123,124.)
mais suicídios. Segunda: “Am arás a tua esposa
A família é o melhor lugar pa­ de todo o teu coração e a ela te
ra se instilar valores permanentes apegarás e a nenhuma o u tra . . .
em seus membros. Quando a vida Não cometerás adultério.” (D&C
familiar é estável e baseada em 42:22,24.)
princípios e costumes do Evange­
Terceira: “Aquele que tem o es­
lho de Jesus Cristo, esses proble­ pírito de discórdia não é meu, mas
mas são minimizados. é do demônio, que é o pai da dis­
M inha mensagem, nesta manhã, córdia.” (3 Néfi 11:29.)
é voltarmos aos fundamentos orde­
E existem muitas mais nas es­
nados por Deus que asseguram
crituras.
amor, estabilidade e felicidade em
nosso lar. Gostaria de citar três Controle e autodomínio devem
pontos fundamentais para uma re­ ser os princípios dominantes no re­
lação familiar feliz e duradoura. lacionamento conjugal. Os casais
Primeiro: M arido e mulher pre­ têm de aprender a dom inar a lín­
cisam alcançar uma união justa e gua, bem como as paixões.
unidade de metas, desejos e ações. A oração familiar e a dois forta­
O próprio casamento deve ser lecerá vossa união, fazendo com
considerado um convênio sagrado que gradualmente vossos pensa­
perante Deus. M arido e mulher mentos, aspirações e idéias se fun­
têm obrigações não só entre si mas dem, até que vos vereis buscando
para com Deus, o qual prometeu os mesmos objetivos e metas.
abençoar os que honram esse con­ Confiai no Senhor, nos ensina­
vênio. mentos dos profetas e nas escritu­
Fidelidade aos votos m atrim o­ ras como guia e ajuda, particular-
que cabe naturalm ente aos pais, e,
na maioria das vezes, a mãe con­
segue fazê-lo melhor.
As crianças necessitam de saber
quem são no plano eterno. Preci­
sam saber que têm um Pai Celeste
no qual podem confiar, ao qual po­
dem orar e do qual receberão orien­
tação. Precisam saber de onde vie­
ram, a fim de que sua vida tenha
sentido e propósito. Elas precisam
ser ensinadas a orar, a buscar a
orientação do Senhor e a expressar
mente quando surgirem desenten­ apreço pelas bênçãos recebidas.
dimentos e problemas. Lembro-me ainda de quando me
Procurar solucionar os proble­ ajoelhava junto à cama de meus fi­
mas juntos — não fugir deles — lhos ainda pequenos, ajudando-os
proporciona o crescimento espiri­ em suas orações.
tual. A atual ênfase desordenada As crianças precisam ser ensina­
no individualismo favorece o ego­ das a distinguir o certo do errado.
centrismo e a separação. Tornarem ­ Elas podem e devem aprender os
-se duas pessoas “ambos um a car­ m andamentos de Deus, que é er­
ne” continua sendo o padrão do rado roubar, mentir, enganar ou
Senhor. (Vide Gênesis 2:24.) cobiçar o que é de outros.
O segredo de um casamento fe­ As crianças precisam ser ensina­
liz reside em servir a Deus e um ao das a trabalhar começando em ca­
outro. O casamento tem por meta sa, aprendendo que todo trabalho
união e unidade, bem como o de­ honesto desenvolve dignidade e res­
senvolvimento pessoal. Paradoxal­ peito próprio. Devem aprender a
mente, quanto mais servirmos um satisfação de um trabalho bem
ao outro, m aior será nosso pro­ feito.
gresso espiritual e emocional. As horas de lazer dos filhos de­
Assim, o primeiro ponto funda­ vem ser dirigidas, de m aneira po­
mental é empenhar-se em form ar sitiva, para atividades saudáveis,
uma união justa. construtivas. Horas excessivas dian­
te da televisão podem tornar-se
Segundo: Criar os filhos com
destrutivas, não devendo ser tole­
am or e adm oestações do Senhor.
rada a pornografia nesse meio de
Criar filhos felizes e bem equili­ divulgação. Estima-se que, hoje, as
brados não é fácil no m undo de crianças ficam mais de vinte e cin­
hoje, mas é possível e está sendo co horas por semana diante da te­
conseguido. Paternidade responsá­ levisão.
vel — eis a chave. A comunidade tem o encargo
Os filhos precisam, acima de tu­ de auxiliar a família na promoção
do, saber e sentir que são amados, de entretenimentos salutares. O
queridos e apreciados. E necessi­ que a comunidade tolera agora,
tam de que isto lhes seja assegura­ tornar-se-á o padrão futuro para a
do freqüentemente. É uma tarefa juventude de hoje.
A família deve passar mais tem­ casa de ensino. . . uma casa de or­
po junta, trabalhando e divertindo­ dem, um a casa de Deus” . (D&C
-se. A noite familiar deve ser reali­ 88:119.) Por mais modesto e hu­
zada semanalmente, promovendo milde que seja, nesse lar haverá
recreação, projetos de trabalho, amor, felicidade, paz e alegria. Os
canto de hinos em família, brinca­ filhos crescerão em retidão e ver­
deiras, oração em família e ofere­ dade, desejando servir ao Senhor.
cendo alguma guloseima especial. Um dos presidentes da Igreja
Como os elos numa corrente, esse aconselhava aos pais:
costume unirá a família em amor, “O lar é que necessita ser refor­
orgulho, tradição, força e lealdade. mado. Procurem, começando hoje,
As escrituras devem ser estuda­ fazer um a m udança em seus lares,
das em família, em nosso lar aos orando duas vezes ao dia com a
domingos. Um a reunião devocional família. Peçam uma bênção sobre
diária é recomendável onde a lei­ cada refeição. Despendam dez mi­
tura de escrituras, canto de hinos nutos na leitura de um capítulo da
e a oração em família fazem parte palavra do Senhor (nas escritu­
da nossa rotina do dia-a-dia. r a s ) . . . Deixem que o amor, a paz
Terceiro: O s pais precisam pre­ e o Espírito Santo do Senhor, bon­
parar os filhos para as ordenanças dade, caridade, sacrifício pelos ou­
do evangelho. tros abundem em sua família. Evi­
tem as palavras ásperas. . . e dei­
O mais im portante ensino no lar
xem o Espírito de Deus tom ar pos­
é o espiritual. Aos pais é dado o
se de seus corações. Ensinem aos
m andamento de preparar seus fi­
filhos estas coisas, em espírito e
lhos e filhas para as ordenanças do
poder. . . Nem uma criança em
evangelho: batismo, confirmação,
cem seria desviada, se o ambien­
ordenação ao sacerdócio e casa­
te, o exemplo e o treinamento do
mento no templo. Devem ensiná­
lar estivessem em harm onia co m . . .
-los a respeitar e honrar o dia do
(o ) Evangelho de Cristo.” (Jo­
Senhor e a santificá-lo. E, sobretu­
seph F. Smith, Doutrina do Evan­
do, instilar nos filhos o desejo de
gelho, p. 274.)
vida eterna e a empenhar-se na
Testifico-vos que, seguindo esses
busca desta meta.
preceitos e costumes, podem ser
A vida eterna consegue-se uni­ e serão evitados sérios problemas
camente pela obediência às leis e familiares.
ordenanças do evangelho. Dou graças a Deus pelas ale­
Quando os próprios pais já grias da vida familiar. Tenho re­
cumpriram as ordenanças de salva­ petido muitas vezes que não pode
ção, quando deram o exemplo ca­ haver felicidade autêntica sem um
sando-se no templo, não só seu ca­ bom lar. É nele que existem as
samento tem maiores probabilida­ mais doces influências e associa­
des de êxito, como os filhos ten­ ções da vida.
dem mais a seguir seu exemplo. Deus nos abençoe para que for­
Os pais que provêm um lar as­ taleçamos nosso lar com amor,
sim, terão conforme afirma o Se­ união e obediência aos seus pre­
nhor, “uma casa de oração, uma ceitos, eu oro em nome de Jesus
casa de jejum, uma casa de fé, uma Cristo. Amém.
A pérola foi então colocada na
A Pérola de Grande vitrine do joalheiro, e depois de
pouco tempo passou por ela um
Valor homem rico, que, vendo-se atraído
pelo que viu, entrou na loja para
negociar com o joalheiro. O joa­
lheiro logo compreendeu que o que
o homem desejava com prar era a
caixa, ao invés da pérola. Como
podeis ver, o homem ficou tão ma­
ravilhado com a beleza do exterior,
que deixou de ver a pérola de gran­
de valor.
Élder J. Thomas Fyans Recentemente, tivemos em nossa
da Presidência do Prim eiro
Q uorum dos Setenta casa a visita de amigos não-mem­
bros, de outra parte do país, que
ficaram conosco uma semana. Um
N ossas escrituras “não estão
deles é um homem extremamente
isoladas umas das outras. Elas
educado. Preparou-se, inicialmen­
form am um todo e vieram todas de
te, para o ministério, mas depois
uma só fonte”.
resolveu desistir e tornar-se psicó­
logo, recebendo seu doutorado nes­
se campo.

Q
ueridos irmãos e irmãs,
quão grande é o privilégio Depois de graduado, abriu uma
de estar diante de vós e clínica, que atualmente possui di­
prestar meu testemunho de que versos psiquiatras e um bom núme­
Jesus é o Cristo! ro de psicólogos e assistentes so­
Existe uma antiga lenda oriental ciais. Este homem também é assis­
que nos conta a história de um joa­ tente de um a junta educacional e
lheiro que possuía uma pérola de uma universidade, ambas de
preciosa que desejava vender. Que­ âmbito estadual, e participa das
rendo colocá-la num lugar adequa­ bancas de exame para defesas de
do, concebeu a idéia de fazer uma tese em universidades.
caixa especial, com a madeira mais Quando soubemos que essa pes­
fina que pudesse encontrar. Pro­ soa tão culta ia ficar em nossa casa,
curou pela madeira certa, que lhe imaginamos o que poderíamos
foi trazida e polida até ficar extre­ m ostrar-lhe e como poderíamos fa­
mamente brilhante. Ele então re­ zer com que ficasse a par das coisas
forçou os cantos da caixa com do­ nas quais acreditamos.
bradiças de metal e adicionou um Primeiramente, fizemo-lo visitar
revestimento de veludo vermelho. este magnífico edifício. Foi num
Como passo final, aromatizou o ve­ domingo de manhã, e ele ficou im­
ludo com perfume, colocando, fi­ pressionado com a habilidade ar­
nalmente, dentro de tal moldura tística de nosso grande coro. Le­
sua preciosa pérola. vamo-lo ao centro de visitantes e
foi-lhe exposto tudo o que lá se Depois falamos sobre a possibi­
encontra. lidade de cruzar referências nessas
Arranjei uma entrevista para ele escrituras. Elas não estão isoladas
com o encarregado chefe de edu­ umas das outras. Form am um todo
cação. Eu desejava impressioná-lo e vieram todas de um a só fonte —
com o fato de que também temos o Senhor Deus e seu Filho, Jesus
Cristo, que, através dos profetas de
pessoas com algum conhecimento
todas as eras, inspiraram tais pen­
nesse campo. Levamo-lo à Univer­
samentos e os fizeram registrar, de
sidade de Brigham Young, e o
modo que possam levar-nos a um
apresentamos a pessoas pertencen­ entendimento da Pérola de Grande
tes ao seu campo de estudos, espe­ Valor.
rando que ficasse impressionado
Possuímos muitos ensinamentos
com aquela grande entidade — e
maravilhosos nesta Igreja, e todos
ele realmente ficou. contribuem para uma vida maravi­
E ntão levei-o a ver como nos­ lhosa e enaltecedora. No entanto,
sos materiais são preparados e ao olharmos através de todos esses
apresentei-o à sessão de planeja­ ornamentos e para dentro do pró­
mento de currículos da Igreja, co­ prio âmago da questão, descobri­
mo descrito pelo Élder Packer hoje. mos a seguinte mensagem: sim, o
Graças aos seus antecedentes no Senhor Jesus Cristo veio no meri­
campo da educação, ele estivera diano dos tempos. Chamou outros
envolvido no planejamento de di­ — Apóstolos, setentas etc. — para
ferentes currículos para todos os ajudá-lo na tarefa. Foi crucificado
níveis, mas, ao ver este plano, fi­ e depois colocado num a tumba, e
cou pasmado. Ele disse: “Nunca vi levantou-se no terceiro dia. Vive
nada igual. Vocês deviam ganhar o hoje, e é por ele viver hoje, que
Prêmio Nobel de planejamento de viveremos amanhã. É assim, eu
currículos.” disse a meu amigo, que consolamos
os aflitos.
Ele viu muitas coisas, e então,
na sua últim a noite em nossa casa, Presto meu testemunho, irmãos
perguntei: “O que mais o senhor e irmãs, de que sei que Jesus é o
gostaria de saber?” Cristo, que esta é a Igreja de Jesus
Cristo. Muitos são os testemunhos
Respondeu: “Como é que vocês dele — o Velho Testam ento, o
consolam os aflitos?”
Novo Testam ento, outro testamen­
Abrimos primeiro o Velho Tes­ to comumente conhecido como o
tamento, depois lemos também o Livro de Mórmon. Que todos nós
Novo. Em seguida, pesquisamos possamos nos aprofundar neles,
outro testamento, o Livro de M ór­ de modo que fiquem gravados em
mon. Estudam os em Alma, e outras nossos corações. E que possamos
partes deste livro, que Jesus é o também partilhá-los com os outros,
Cristo. Depois passamos para as para que o reino de Deus perma­
escrituras modernas e estudamos as neça sobre a terra, e o reino dos
seções 76 e 138 de Doutrina e Con­ céus venha, é o que eu oro no san­
vênios. Lemos também a Pérola de to nome do Senhor Jesus Cristo,
G rande Valor. amém.
Sessão vespertina de domingo divergem de suas opiniões religio­
3 de outubro de 1982 sas. Às vezes, isso consegue unir e
fortalecer os atacados. Entretanto,
em raros casos elas lançam semen­
tes de discórdia e chegam a magoar
Religião Pura pessoas justas com suas injúrias.
Duvido de que essas ações pos­
sam ser chamadas de cristãs. Jesus
Cristo jamais nos incentivou a gas­
tar tempo participando de críticas
funestas, destrutivas. Sua mensa­
gem nos incentiva a buscar, apren­
der e com partilhar tudo o que for
louvável e de valor na convivência
com nossos semelhantes. Somente
pessoas vingativas e malvadas
Élder Marvin J. Ashton põem às claras e apregoam o que
do Q uorum dos Doze Apóstolos
é negativo e ofensivo.
Serei eternamente grato pelo
“R eligião pura jam ais poderá ser sábio conselho do presidente de
ensinada ou vivida p or pessoas missão, quando cheguei na Ingla­
mesquinhas, preconceituosas, terra para servir como missionário:
insolentes. . . R eligião pura é “Élder Ashton, o povo desta terra
seguir os ensinamentos de vive aqui há muito tempo. Conser­
nosso Salvador.” vando seus olhos, ouvidos e mente
abertos, poderá aprender muita
oucas semanas atrás, ao coisa enquanto aqui estiver. Pro­

P aproximar-me da Praça do
Templo para encontrar-me
com um amigo, fui abordado por
cure ver o bom e esqueça o que é
diferente do que conhece.”
Quanto mais tempo passei na
um a moça estranha que me disse: Inglaterra, tanto mais apreciei seu
— Gostaria de saber que tipo de conselho. Dia a dia passei a amar
gente são realmente esses mór- e apreciar esse grande país e seu
mons? povo. Em lugar de ficar gelado no
— Acho que já sei um pouco como forte inverno, por exemplo, fiz o
realmente são, — ao que a moça que os ingleses faziam — enfiava
impertinente retrucou: mais um agasalho ao invés de per­
— Certamente não vivem, como der tempo reclamando.
deveriam, os ensinamentos de Je­ R obert West escreveu: “Não há
sus Cristo. nada mais fácil que criticar; não é
Meu comentário final foi: — E preciso talento, abnegação, nem in­
quem o faz? teligência. . . para se estabelecer
Continuando minha caminhada como rezingueiro.” ( R ichard, L.
para o centro de visitantes, pus-me Evans, Q uote B ook, p. 221.)
a ponderar as ações dessas pessoas Não im porta que acusações, in­
que dedicam tempo e dinheiro para sinuações ou falsidades sejam co­
desacreditar, embaraçar, ridiculari­ chichadas ou apregoadas aberta­
zar e envergonhar aqueles que mente; o evangelho de Jesus Cristo
nos ensina a não revidar nem mais im portante para nós praticar
competir. “Sabeis isto, meus ama­ a religião pura, conforme foi ensi­
dos irmãos; mas todo homem seja nada pelo Salvador. Esta religião
pronto para ouvir, tardio para não é retaliar ou devolver malda-
falar, tardio para se irar. des ou injúrias. Religião pura
“Porque a ira do homem não abrange a capacidade de acalentar,
opera a justiça de Deus.” (Tiago edificar e voltar a outra face, em
1:19-20). lugar de destruir e arrasar. Bendi­
Nenhuma religião, grupo ou in­ tos os que procuram servi-lo sem
divíduo pode prosperar durante perder tempo criticando-o ou àque­
muito tempo baseado em críticas. les que o servem.
Declaramos ao mundo e particular­ Os bons observadores sabem
mente aos membros de A Igreja de que não é realista esperar perfei­
Jesus Cristo dos Santos dos Últi­ ção nos outros, quando nenhum de
mos Dias que não há tempo para nós é perfeito.
contendas. “Se alguém entre vós “E por que reparas tu no arguei-
cuida ser religioso, e não refreia a ro que está no olho do teu irmão,
sua língua, antes engana o seu e não vês a trave que está no teu
coração, a religião desse é vã.” olho?
(Tiago 1:26.) “Ou como dirás a teu irmão:
O poeta R obert Frost definiu Deixa-me tirar o argueiro do teu
certa vez educação como a “capa­ olho, estando um a trave no teu?
cidade de ouvir quase tudo sem “Hipócrita, tira primeiro a trave
perder a calma ou auto-confiança” . do teu olho, e então cuidarás em
Provavelmente nunca estaremos li­ tirar o argueiro do olho do teu
vres dos antimórmons declarados. irm ão.” (M ateus 7:3-5.)
Por isso, incentivamos a todos os Haverá um progresso significa­
nossos membros a não se tornarem tivo somente quando todos nós
anti-antimórmon. Será que não conseguirmos arrancar a trave de
conseguimos, segundo o velho nossos próprios olhos, deixando o
adágio, “viver e deixar viver”? julgamento para nosso Pai nos
(Johann Schiller, The H om e B ook céus, e se levarmos uma vida justa.
of Q uotations, p. 1119.) Refletindo sobre atos que não
Um de nossos privilégios confe­ se enquadram na definição de reli­
ridos por Deus é, sem dúvida, o gião pura, talvez fosse conveniente
direito de escolher nossa atitude em examinar a natureza desse termo:
quaisquer circunstâncias. Podemos “A religião pura e imaculada para
permitir que o que acontece ao com Deus, o Pai, é esta: Visitar
nosso redor determine nossos atos, os órfãos e as viúvas nas suas tri-
ou podemos assumir e governar bulações, e guardar-se da corrup­
nossa vida, usando como diretrizes ção do m undo.” (Tiago 1:27.)
os princípios da religião pura. R e­ São palavras simples, mas que re­
ligião pura é aprender o evangelho velam uma fórmula fundamental —
de Jesus Cristo e praticá-lo. Nada isto é, ajudar os necessitados, edi­
nos beneficiará realmente, até ser ficar a vida em torno do evangelho
incorporado em nossa vida. de Jesus Cristo e evitar de ceder
Parece-me que jamais houve um às tentações mundanas.
período na história em que fosse Como acontece com a maioria
das fórmulas simples, todos nós tram críticas ou divulgam falsida­
temos de analisar nossa própria des. Inclui reconhecer que a obra
vida, usar de sabedoria e livre ar­ de Deus na terra é realizada por
bítrio na aplicação desses princí­ seres humanos, todos sujeitos a
pios fundamentais. Jesus disse: certas fraquezas. Encerra a capaci­
“Em verdade, em verdade vos digo dade de procurar o que foi feito
que este é o meu evangelho; e sa- de bom, não se deixando desiludir
beis o que deveis fazer em minha pelas falhas humanas. Inclui resis­
Igreja, pois as obras que me vis­ tir ao impulso de apregoar tais
tes fazer, essas mesmas fareis, fraquezas tão duramente, que o
porque fareis aquilo que me vistes bem fundamental é eclipsado e o
fazer.” (3 Néfi 2 7 :2 1 .) Fazer é testemunho vacila.
sempre mais difícil que o saber. Religião pura é conservar o
No verão passado visitamos uns equilíbrio entre conhecimento so­
amigos. O filho pequeno, com seu fisticado, intelectual e os princí­
novo triciclo, estava aborrecido pios fundamentais do evangelho.
porque seus pais nos davam aten­ Os santos dos últimos dias são
ção e ninguém atentava para ele. incentivados a buscar conhecimen­
Então se pôs a pedalar o triciclo to em todas as áreas. Todavia, co­
o mais depressa que permitiam nhecimento superior e realizações
suas perninhas, gritando: “Olhem acadêmicas necessitam de ser real­
para mim.” Olhando para nós em çados pela sabedoria, bom senso e
lugar de para onde ia, aconteceu orientação espiritual, a fim de que
o inevitável — deu uma trombada o aprendido seja usado em bene­
numa das cadeiras de jardim. Ten­ fício do indivíduo e seus seme­
tando fazê-lo parar de chorar e lhantes.
desviar sua atenção do m achuca­ Alguns acham que podem co­
do, a mãe disse: “Esta cadeira nhecer a Deus tão-somente apre­
m alvada machucou você. Vamos ciando suas obras. M ontanhas,
bater nela.” rios, flores, pássaros e animais de­
Suponho que suas palavras con­ vem ser desfrutados e admirados;
seguiram distrair momentaneamen­ mas não basta. No ambiente formal
te o garoto; contudo, fizeram o da Igreja, com partilhamos verda­
filho pôr a culpa do acidente em des do evangelho, interiorizamos
outra coisa e não em si próprio. novos conceitos e temos novas ex­
Quantas vezes procuramos algo periências — tudo isso resultando
externo para pôr a culpa de nos­ em sentimentos enriquecidos quan­
sos atos? É dolorido olhar para to a si próprio e aprendizagem de
dentro de si e assumir a responsa­ melhores métodos de ajuda ao
bilidade por suas ações. próximo.
Conservar-nos limpos das man­ Quem pratica a religião pura
chas do mundo exige assumir e logo descobre que é mais gratifi-
governar nossa vida a partir do cante elevar alguém do que arra­
eu interior, aceitando a responsa­ sá-lo. Felicidade está ligada à
bilidade por nossos próprios atos prestimosidade. Os que deixam de
e escolher o papel de pacificador proteger o bom nome alheio apro­
em lugar de retaliador, quando veitam-se do inocente ou desinfor-
pessoas que nos cercam se mos­ mado, fazem fortuna manipulando
res dos mestres visitantes. “Elas são
a alegria de nossa vida” , repetiu.
E bem poderia ter dito: “Não acha
que é mais do que nos cabe?”
Outro costume louvável na reli­
gião pura é telefonar diariamente a
toda pessoa impossibilitada de sair
de casa. Conta uma encantadora
senhora idosa e viúva: “Telefonan­
do-lhes todos os dias, eu as animo
e, se não atendem a chamada, sei
que provavelmente precisam de
outros fingindo-se de bons, estão uma visita m inha” . Uma dessas
perdendo a alegria de praticar a amigas não tinha condições de ter
religião pura. um telefone, então essa mesma ir­
Muitos encontraram satisfação m ã m andou instalá-lo por sua con­
oferecendo misericórdia e bondade ta, além de encarregar-se das con­
aos que os cercam. Como fortalece tas mensais.
ver amigos visitando casas de re­
Religião pura inclui paciência e
pouso para confortar pacientes
longanimidade. Costuma repetir um
que não têm forças nem mesmo
pai que se recupera dos danos do
para expressar reconhecimento.
alcoolismo: “Estou conseguindo
Sempre existe quem pretenda ques­
recuperar-me, porque minha famí­
tionar os motivos de Deus, permi­
tindo que muitos continuem viven­ lia não desistiu de mim. Todos me
haviam dado como perdido, menos
do em sofrimento e irrecuperável
deterioração física e mental. E n­ minha mulher e filhos.” Que pala­
quanto isso, outros nos ensinam vras tão doces: “Estou conseguin­
do recuperar-me, porque minha fa­
com seu serviço de solidariedade e
paciência. Alguém que ocupou as mília não desistiu de mim.”
mais diversas posições de lideran­ Religião pura é edificar crianças
ça na Igreja, mesmo em missões infelizes e fora do comum. Alguns
e templos e atualmente não tem dos melhores espíritos terrenos de
encargo específico, reúne-se men­ Deus são aqueles carentes de cui­
salmente com os internados numa dados paternos. Muitos recebem
casa de repouso e costuma dizer: atenção familiar de pais adotivos
“Q uanta satisfação me dá conver­ de tempo integral ou parcial.
sar com essas almas preciosas.” Religião pura é ter coragem de
Religião pura é dem onstrar cui­ fazer o certo, assumindo as conse­
dado e afeto pelas pessoas que vi­ qüências. É fazer o certo pelos mo­
vem sós e negligenciadas, por terem tivos certos. Ser justo ou prestativo
perdido seu companheiro. Recente­ ou amoroso ou obediente às leis de
mente conversei com um bispo que Deus unicamente para merecer lou­
tem na sua ala mais de sessenta viú­ vor e reconhecimento não é reli­
vas e declarou radiante: “Eu as gião pura. É conseguir resistir ao
amo todas!” Pelo menos uma vez ridículo e até mesmo à impopulari­
por semana, ele e seu conselheiro dade tem porária dentro do grupo
as visitam, além das visitas regula- etário, sabendo quem sois e quais
vossos objetivos. Assim, muitos de de um a jovem valorosa em missão
nossos jovens, e mais velhos igual­ em país distante que, após muita
mente, adquiriram essa força inte­ oração e lágrimas, escreveu à mãe
rior. Exercem forte influência posi­ desenganada pouco antes de seu
tiva sobre as pessoas com quem desenlace, dizendo que apesar de
convivem. desejar estar a seu lado, obedeceria
Amar nossos semelhantes inclui aos seus ensinamentos e ficaria no
ser sensível aos seus sentimentos. campo missionário para term inar
Como acontece freqüentemente, o sua obrigação de buscar os que
irmão que dirigia a reunião reco­ quisessem ouvir o evangelho.
mendou aos diáconos que, depois A simples escritura que define
da distribuição do sacramento, eles religião pura encerra grandes dire­
fossem sentar-se junto aos pais. Um trizes. A fim de conservar-se limpo
irmão percebeu um menino sair da das manchas do mundo, é preciso
capela e sentar-se no saguão. Na evitar todos os planos malignos de
semana seguinte, ele convidou esse Satanás para os habitantes da ter­
diácono a sentar-se com sua famí­ ra. Revide, críticas, fraude, intole­
lia, a fim de não passar pelo em­ rância, hipocrisia, fazer mau juízo
baraço de não ter com quem sen­ e destruir um ao. outro não se en­
tar-se. Esse irmão respondeu à ne­ quadram na definição da religião
cessidade do garoto em lugar de pura.
criticar os líderes pela recomenda­ Em patia é afeto sincero ao pró­
ção. A atitude desse pai pode ser prio eu e a nossos semelhantes.
ampliada e posta em prática por Dizia Henry David Thoreau: “Se­
qualquer membro. ria possível um milagre maior do
que a possibilidade de, por um
A segurança e proteção de toda
instante, enxergar com os olhos
pessoa, particularm ente de crian­
alheios?” Se fosse possível, estou
ças, deve preocupar a todos nós.
certo de que poderíamos visitar e
Podemos ajudar-nos na proteção
ajudar as viúvas e os órfãos e to­
mútua, ficando atentos a perigos
dos os que necessitam de nossa
em potencial e mostrando disposi­
ajuda com o puro amor de Cristo,
ção de fazer nossa parte para impe­
correspondendo assim às necessida­
dir os que pretendem ferir, roubar
des de nossos semelhantes.
ou m altratar qualquer pessoa, jo­
Que Deus nos ajude a aprender
vem ou idosa.
e viver os princípios da religião
Outro exemplo de religião pura pura. O trabalho de nos edificar-
pode aplicar-se no atual processo mos mutuamente é um emprego de
de eleição política, pelos que ex­ tempo integral. Religião pura ja­
põem e debatem sobre correntes mais poderá ser ensinada ou vivida
políticas, evitando mesquinhez e por pessoas mesquinhas, preconcei­
difamações. Os verdadeiros vence­ tuosas, insolentes ou insensíveis às
dores políticos são os que prefe­ necessidades de seus semelhantes.
rem ser derrotados a participar da Religião pura é seguir os ensina­
destruição verbal do caráter alheio. mentos de nosso Salvador. Jesus
Por toda parte encontramos Cristo vive. Esta é a sua Igreja.
exemplos da religião pura. Um Disto presto testemunho em nome
mês atrás, num funeral, eu soube de Jesus Cristo. Amém.
ar o estridente brado da multidão
“Tende Bom para soltarem Barrabás em lugar
de Jesus, seguido pelos terríveis
Ânimo” momentos finais no Calvário!
Portanto, como podia Jesus es­
perar que os Doze tivessem bom
ânimo? Porque, dizia o Salvador:
“N o mundo tereis aflições, mas ten­
de bom ânimo, eu venci o m undo”.
(João 16:33; grifo nosso.)
A expiação estava prestes a
H acontecer por Cristo ter vencido o
mundo. Assim, a morte seria irre­
Élder Neal A . Maxwell mediavelmente derrotada! Satanás
do Q uorum dos Doze Apóstolos não mais poderia frustrar o plano
de salvação! Toda a humanidade
“A quele que conhece o caminho teria — pela graça de Deus —
perfeito, prom eteu: ‘Tende imortalidade! Além disso, para to­
bom ânimo, pois eu vos guiarei. dos os que o merecessem, haveria
Vosso é o reino. . . e vossas as as riquezas da vida eterna! Eis as
riquezas da eternidade.’” (D& C esplêndidas realidades e fatos fun­
78:18.) damentais que justificavam o bom
ânimo dos Doze — e não suas di­
eus irmãos e irmãs, esta­ fíceis condições temporais! As pers­

M mos vivendo uma época


em que veremos tanto coi­
sas maravilhosas como terríveis.
pectivas preciosas do evangelho
nos facultam essa divina alegria!
Aconteceu o mesmo noutra
Não existe outra m aneira de ser­ ocasião, quando, certa noite, Jesus
mos parte dos últimos dias. se mostrou a Paulo na prisão, ins­
Ainda assim, somos instruídos truindo-o a ter bom ânimo. (Atos
pelo nosso Senhor e Exemplo, Je­ 2 3 :1 1 .) Mais uma vez, as condi­
sus Cristo, a ter bom ânimo. (D&C ções do momento incluíam o espan­
61:36; 7 8 :18.) camento público de Paulo por or­
Jesus deu a mesma instrução a dem de Ananias. Quarenta pessoas
outros no passado, quando se en­ estavam planejando sua morte, e
contravam em condições que nada ele enfrentava um julgamento por
tinham de animadoras. Mandou, sedição. Por que, pois, deveria ter
por exemplo, os primitivos Doze bom ânimo? Porque, dizia Jesus,
terem bom ânimo, quando não ha­ apesar de sua má situação, logo
via nada que o justificasse. (João estaria levando as boas-novas do
16:33.) A indescritível agonia do evangelho a Roma!
Getsêmani estava às portas. Era Noutra época, membros da Igre­
iminente a traição de Judas, assim ja estavam detidos como reféns,
como a detenção e denúncia de Je­ até que se cumprissem determina­
sus. Os Doze seriam dispersos co­ das profecias, devendo perder a vi­
mo ovelhas. Dentro de horas, ape­ da, caso não se cumprissem na da­
nas, aconteceria o injusto julga­ ta exata. Eles, igualmente, foram
mento de Jesus. Logo ecoaria pelo instruídos pelo Senhor a terem
bom ânimo. Por que? Porque, di­ nhor fará alguma coisa por nós.”
zia ele: “Am anhã eu virei ao mun­ (Sermão de Heber C. Kimball,
do.” (3 Néfi 1:13.) E com seu anotado em atas, 8 de janeiro de
nascimento, dar-se-ia finalmente 1845, Brigham Young Papers, His-
início ao ministério mortal do torical Departm ent, The Church of
Messias! Jesus Christ of Latter-day Saints.)
A alegria do evangelho fazia O que aconteceu a seguir é uma
parte da atitude do Profeta Joseph história semelhante a de Moisés!
Smith. No outono de 1842, inten­ Assim, pois, vemos, irmãos e ir­
sificavam-se os rumores de um ata­ mãs, quão justificados somos em
que do populacho a Nauvoo. Sua ter bom ânimo por razões defini­
querida Emma adoecia freqüente­ tivas — entretanto, razões distin­
mente e temia-se que não se re­ tas das condições próximas. Se, por
cuperaria. Joseph era caçado na exemplo, nossa atitude para com a
Cidade de José. Nessa mesma épo­ vida depender do louvor de ho­
ca, sabemos por ele mesmo que, mens, do montante dos juros, do
voltando para casa, certa ocasião, resultado de determ inada eleição
encontrou “Em m a doente. . . ten­ ou competição esportiva — fica­
do dado à luz um filho que não so­ mos completamente à mercê dos
breviveu” . ( H istory of the Church, homens e circunstâncias. Tam pou­
5:209.) co nossa gratidão pelo dom da vi­
Em bora passando por um perío­ da mortal deve depender de como
do de tanta angústia e aflição, o morremos, pois, certamente, ne­
Profeta perseguido escreveu a res­ nhum de nós se apressará em con­
peito da obra do templo: “Agora, tar a Jesus como morreu!
que ouvimos nós no evangelho que Em lugar disso, Jesus nos acon­
recebemos? Uma voz de ale­ selha a confiar deliberadamente
gria!. . . uma voz de alegria para nos propósitos que se desvendam,
os vivos e mortos; novas alegres não só para toda a humanidade
de grande g o zo . . . R egozijem -se mas para nós, individualmente. E
vossos corações e sede muito ale­ devemos ter bom ânimo nesse pro­
gres. . . Que as montanhas gritem cesso em andamento.
com alegria, e todos vós, vales, cla­ Todavia, não devemos subesti­
mai em alta voz.” (D&C 128:19, m ar as dificuldades dos últimos
22,23; grifo nosso.) dias. Joel e Sofonias descrevem
Que preciosa perspectiva nos dá ambos os últimos dias como “dia
o evangelho de Jesus Cristo das de. . . tristeza” . (Joel 2 :2 ; Sofonias
coisas que realmente importam, 1:15.) As décadas vindouras tra­
pela qual podemos medir os desa­ rão tempos de desespero. Por quê?
pontamentos de cada dia! Porque, conforme diz Moroni, a
Pelos fins de 1820, Brigham iniqüidade produz desespero. (V i­
Young era um moço bastante de­ de Moroni 10:22.) Quanto maior
sanimado. Sentia-se desapontado a iniqüidade, maior o desespero.
com muita coisa que via no mun­ E, a menos que haja um arrepen­
do e imaginava se ainda restaria o dimento generalizado, o desespero
que fazer. Seu amoroso irmão, Phi- há de se aprofundar e espalhar —
neas, deu-lhe um sábio conselho: exceto entre os que possuem a ale­
“Agüenta firme, pois sei que o Se­ gria do evangelho.
Ai de nós, pois, embora instem de M osiah 2 3 :2 1 .) Nós, mortais,
conosco a sermos pacificadores, vi­ somos tão inclinados a esquecer o
vemos numa época em que a paz Senhor: “E assim vemos que, se o
foi tirada da terra. (Vide D&C Senhor não castiga seu povo com
1:35.) A guerra tem sido a expe­ numerosas aflições. . . este dele
riência quase contínua do homem não se lem bra.” (H elam ã 12:3.)
moderno. Desde o término da II Todavia, o Senhor conhece nos­
Guerra Mundial em 1945, tivemos sa capacidade de suportar e não
já cento e quarenta e um conflitos, nos dará um fardo maior do que
grandes e pequenos. Quando esta­ conseguimos carregar no momen­
va para irrom per a Guerra Civil to, em bora nos possa parecer o
Americana, o Senhor declarou que contrário. (Vide D&C 50:40; 78:
os povos sofreriam uma sucessão 18.) Assim como não sofreremos
de guerras, resultando na “morte nenhuma tentação superior à nos­
e sofrimento de muitas alm as” . sa resistência, não nos serão dadas
(D&C 87:1.) mais provações do que podemos su­
Além disso, essa seqüência de portar. (Vide I Coríntios 10:13.)
conflitos culminará no “fim com­ Portanto, de acordo com a men­
pleto de todas as nações” . (Vide cionada garantia e supremas razões
D&C 8 7 :6 .) Enquanto isso, que de alegria, não podemos ter “bom
os mortais, se quiserem, confiem ânimo” a despeito das pressões e
em demasia nas armas terrenas. circunstâncias?
Quanto a nós, revestir-nos-emos O Presidente Brigham Young,
“de toda a arm adura de Deus” ! referindo-se a um destino geográ­
(Efésios 6 :1 1 .) E se morrermos fico, declarou: “Este é o lugar.”
em meio a tanta aflição, sendo re­ Da mesma forma, pode-se dizer do
tos, morreremos no Senhor; e se plano de Salvação de Deus com
vivermos, viveremos nele. (Vide seu previsto destino: “Este é o
D&C 4 2 :4 4 .) processo!”
Ai de nós, irmãos e irmãs, vive­ O Presidente Young, que conhe­
mos igualmente numa época em cia seu quinhão de provações e
que o amor de muitos esfriará. (V i­ amarguras, mas também o sublime
de D&C 45:27; Mateus 24:12.) E destino do homem, diz que o Se­
o medo aumentará. Por que? Por­ nhor nos faz passar por essas ex­
que, quando tememos os homens, periências, para que nos tornemos
é que não somos perfeitos no amor. verdadeiros amigos de Deus. De­
(Vide I João 4:18; Moroni 8:16.) senvolvendo nossa capacidade in­
Quanto menos amor, maior o me­ dividual, exercendo sabiamente
do — e mais guerras, também! nosso arbítrio e confiando em Deus
Entretanto, embora possamos — inclusive quando nos sentimos
estar perplexos como Paulo, não desamparados e sós — então po­
estamos desesperados. (Vide II Co- demos, diz o Presidente Young,
ríntios 4:8.) Pois, estando prepara­ aprender a ser “justos nas trevas” .
dos espiritualmente, não precisa­ (Secretary’s Journal, 28 de janei­
mos temer. (Vide D&C 38:30.) ro de 1857.) A luz do evangelho
Ainda assim, o Senhor não faz que algumas pessoas irradiam —
segredo de que tenciona provar a mesmo vivendo em sombrias difi­
fé e a paciência de seus santos. (Vi­ culdades — provém de indivíduos
iluminados, que possuem bom âni­ le, seria de esperar que previsse
mo! que anos e anos mais tarde, eles
Ter ânimo quando outros estão chegariam a verter sangue? (Vide
desesperados, ser fiel mesmo quan­ Mosiah 3 :7 .)
do nos sentimos abandonados — Existe uma como que alegre e
são conseqüências absolutamente confiante participação — mesmo
desejáveis durante a tutelagem de­ sem um entendimento pleno —
liberada e divina de Deus — por­ quando vós e eu guardamos certas
que ele nos ama. (Vide M osiah 3: coisas no coração e, ponderando-
19.) Tais experiências instrutivas as, somos por elas fortalecidos!
não devem ser interpretadas como (Vide Lucas 2:19.)
indiferença divina. Pelo contrário, Em meio a nossas aflições, sere­
são parte do desenvolvimento di­ mos confortados pelo Senhor e
vino. seus profetas — como aconteceu
Entretanto, quando somos parte ao povo do Senhor em outras épo­
de acontecimentos que nos envol­ cas, em que, temendo a chegada do
vem, mesmo como crentes, dificil­ inimigo, foram tranqüilizados pelo
mente podemos saborear tudo o profeta e assim “reprimiram os
que tumultua em torno de nós. É seus temores” . (M osiah 23:28.)
improvável, por exemplo, que na­ Assim como a jovem Eliza Snow,
quela longínqua noite em Belém, viajando atribulada num carro de
José e M aria tenham olhado os pe- boi, podemos m anter a perspecti­
zinhos do recém-nascido, dando-se va das “coisas como realmente
conta de que algum dia eles palmi­ são” e, conforme dizia ela, sermos
lhariam toda a Terra Santa. E “gratos por estarmos tão bem ” .
mais, que posteriormente seriam (Jacó 4:13; Kenneth W. Godfrey,
transpassados por cravos. W om erís Voices, p. 147.) Tal
Quando M aria carinhosamente perspectiva e renovada confiança
segurou as minúsculas mãos, e nos serão certamente necessárias, ir­
meses seguintes essas mãozinhas se mãos e irmãs, pois o Senhor deixou
agarravam a ela, será que perce­ claro que seu julgamento purifica­
beu que aquelas mesmas mãos or­ dor e peneirador começará prim ei­
denariam os primeiros Doze ou, ro na casa de Deus, para depois
mais tarde, carregariam a pesada prosseguir com o mundo. (Vide I
cruz? Pedro 4:17; D&C 112:25.) Em
Ouvindo seu bebê chorar, vis­ que consiste exatamente esse pe-
lumbrou, no íntimo, Jesus choran­ neiramento ainda não sabemos,
do mais tarde pela morte de Láza­ como desconhecemos as pressões
ro ou depois de abençoar as crian­ especiais, aliadas ao rigor constan­
ças nefitas? (Vide João 11:35; 3 te e exigente do tom ar “cada dia a
Néfi 17:21-22.) Teria previsto que sua cruz” . (Vide Lucas 9 :2 3 .)
aqueles pequenos joelhos macios, Mas sabemos que será usada con­
um dia ficariam calejados por lon­ tra nós, implacavelmente, a tríade
gas horas de prece, inclusive as de armas do tentador, identificada
gloriosas e terríveis no Getsêma- por Jesus como tentação, persegui­
ni? (Vide Mateus 26:36-56.) ção e tribulação. (Vide Mateus
Durante os numerosos banhos 13:21; Lucas 8:13.)
do bebê limpando os poros da pe­ E se o calor do sol nessas con­
dições é capaz de queimar até mes­ pos melhores, embora um lamento
mo o madeiro verde, tal calor será anelante como este seja compreen­
bastante real. (Vide Lucas 23:31; sível: “Oh! Se eu pudesse ter vivi­
D&C 135:6; Alma 32:38.) do nos dias em que meu pai Néfi
Grande parte do peneiramento saiu da terra de Jerusalém . . . E n­
será conseqüência de lapsos de tão seu povo era de fácil persua­
conduta dos quais não houve arre­ são, firme em conservar os man­
pendimento. Alguns desistirão, em damentos de Deus, tardio em se
lugar de perseverar até o fim. Uns deixar levar à prática de iniqüida-
poucos se deixarão enganar pelos d es. . .
dissidentes. Igualmente, outros se­ “Mas eis que me toca viver nes­
rão ofendidos, pois a cada dispen- tes dias.” (H elam ã 7:7,9.)
sação bastam suas pedras de trope­ Irmãos e irmãs, estes são os nos­
ço! Alguns tropeçarão, porque, sos dias, o nosso tem po na terra!
preocupados com as coisas do Estas são as nossas tarefas!
mundo, não têm óleo para suas E ter bom ânimo nestes dias, é
lâmpadas. E, como sempre, aque­ parte do ser valente no testemunho
les que se recusam a comer seu es­ de Jesus. (Vide D&C 76:79; D&C
pinafre espiritual, acabam perden­ 121:29.)
do nos embates com o mundo. Ou­ Finalmente, nos momentos de
tros sentir-se-ão envergonhados e dor que são uma parte necessária
largarão a barra de ferro por causa do plano de felicidade, podemos
do desprezo do mundo. (Vide 1 lembrar-nos de que houve um tem­
Néfi 8 :2 8 .) Uns poucos que não po em que esse plano foi primeira­
foram realmente santos, mas ape­ mente revelado. Então os cons­
nas turistas de passagem, abando­ cientes entre nós votaram não em
narão o caminho. E outros, não
segredo, mas audivelmente a seu
tendo bom ânimo, chegarão a cul­
favor — rejubilando-se de alegria!
par totalmente a Deus. (Vide Jó (Vide Jó 38:7.) Não nos voltemos
1 : 22 .) contra eles agora — pois, naquele
Indubitavelmente, irmãos e ir­ tempo, vimos mais claramente o
mãs, já temos um número excessi­ que estamos passando agora!
vo de membros da Igreja com co­
ração partido e lar desfeito por cau­ Deus nos ajude a ter bom âni­
sa de convênios e promessas não mo, pois ele é o sentimento pre­
cumpridos. A crescente tendência cursor que precede a gloriosa con­
à busca do prazer da sociedade, le­ dição em que teremos alegria ple­
va nossa pretensa civilização para, na! (Vide D&C 93:34.)
comparativamente, mais perto de Até lá, aquele que conhece o ca­
Sodoma que do Éden. minho perfeitamente prometeu:
Em nosso empenho de estarmos “Tende bom ânimo, pois eu vos
preparados, portanto, cuidemos de guiarei. Vosso é o reino. . . e vos­
nos apoiar nos pais, no sacerdócio, sas as riquezas da eternidade.”
nos princípios — e nas escrituras, (D&C 78:18.)
templos e líderes autênticos — pa­ Em nome dele que espera de
ra vencer. Não confundamos. “braços abertos para (nos) rece­
Se tivermos bom ânimo, deixa­ ber” — Jesus Cristo. Amém.
remos de lado a nostalgia de tem­ (M órmon 6:17.)
Sede Amigos, Servos
e Filhos do Salvador
cristãs. Não depreciamos nem
combatemos a fé alheia em Cris­
to, mas procuramos apenas par­
tilhar com o próximo nosso co­
nhecimento adicional do Cordei­
ro, do Pastor, do Santo de Israel
(ver Salmos 71:22) para seu be­
nefício e salvação.
Élder Robert E. Wells Como Néfi, antigamente, “acre­
do Primeiro Quorum dos Setenta ditamos em Cristo. . . e esperamos
firmemente em C risto. . . Somos
Vivam os de m odo que, “se houver vivificados em Cristo por causa de
alguém que nos acuse falsam ente nossa fé . . .
de não serm os cristãos, suas “E falamos de Cristo, nos rego­
palavras não recebam o crédito zijamos em Cristo, pregamos a
daqueles que nos conhecem ”. Cristo,. . . ” (O lham os) adiante,
para aquela vida que está em
sta é A Igreja de Jesus Cris­ Cristo.” (2 Néfi 25:24-27.) Pode

E to dos Santos dos Ültimos


Dias. Somos cristãos. Temos
conhecimento de pormenores adi­
alguém duvidar de que somos cris­
tãos no sentido literal da palavra?
Há algum tempo, quando num
cionais sobre o desempenho do avião que sobrevoava a selva da
Salvador na existência pré-mortal Colômbia, na América do Sul, co­
anterior a esta; possuímos novas mecei a dissertar sobre a Igreja à
informações a respeito do seu papel pessoa que estava sentada ao meu
na criação do mundo, sob a dire­ lado. Num certo ponto de rninha
ção do Pai; podemos identificá-lo animada conversa sobre o evange­
como Jeová do Velho Testamento, lho, meu amigo comentou: “Vo­
aquele que se comunicou com os cês, mórmons, sem dúvida cons­
profetas de Israel. Temos o Livro truíram um santuário magnífico no
de Mórmon, que é outro testa­ lugar onde Joseph Smith foi en­
mento de Jesus Cristo, possuindo terrado!”
grandes e iluminadoras doutrinas, Surpreso, exclamei: — Santuá­
bem como informações sobre o rio?. . . Que santuário?
Salvador. Nossos profetas moder­
nos têm-nos revelado explicações, Ele replicou: — Ora, aquele
doutrinas, luz e conhecimento so­ edifício enorme em Lago Salgado,
bre o Cristo, o Redentor a quem com o anio dourado em cima.
procuramos para a remissão de Aquilo não é um mausoléu ou al­
nossos pecados. Possuímos uma guma espécie de santuário onde
fonte de informação de tremen­ vocês adoram seu profeta?
do valor para todas as igrejas Referia-se ao Templo do Lago
A LIAHONA
Salgado. Desalentado, compreendi errôneo. Esta reviravolta levou-nos
seu erro. Em que se baseava, não a uma conversação na qual as ver­
sei. Tratei de corrigir o engano da dades concernentes ao modo como
melhor forma possível. adoramos o Salvador poderiam ser
Disse-lhe: — Permita-me, por fácil e abertamente debatidas. O
favor, que lhe explique que nós fato positivo de que somos cristãos
som os, definitivamente, cristãos; praticantes ficou estabelecido.
adoramos a Deus, o Pai, e seu Acredito que todo membro da
Filho Jesus Cristo, e não a profe­ Igreja tem a responsabilidade de
tas ou santos, modernos ou antigos. viver, ensinar e pregar de modo tal,
Nós não adoramos o Profeta Jo­ que nunca haja uma só dúvida por
seph Smith, embora o amemos e parte de nossos amigos, associados
honremos. Nunca lhe dirigimos nos­ e conhecidos casuais, quanto ao
sas preces. Em nossa doutrina, filo­ fato de sermos cristãos, desejosos
sofia e prática, ele não é interme­ de receber a redenção através de
diário de espécie alguma, da mesma Cristo; de sermos pessoas que se
forma que não o é nenhum profeta mostram amigas, servas, filhos e
ou santo. Cristo é o único advo­ filhas do Salvador. Permitam-me
gado diante do Pai. E salientei: debater cada uma dessas três ca­
nem Maria, nem José, nem Pedro, racterísticas:
Tiago ou João, e nenhum dos pro­ Primeiro, Ser Amigo do Sal­
fetas antigos, como Adão, Moisés vador.
ou A braão o são. Não adoramos
O Presidente Kimball se quali­
nem oramos para nenhum profeta
fica como amigo do Salvador.
moderno, como Joseph Smith ou Quando estava no hospital, pronto
Brigham Young.
para sofrer uma intervenção cirúr­
Prossegui, explicando que o gica há alguns anos, ele estava
Templo de Lago Salgado não foi sendo conduzido pelo corredor até
erigido em honra ao Profeta Jo­ a sala de operação, por um jovem
seph, e que ele nem mesmo foi assistente hospitalar. O rapaz, aci­
enterrado lá. Para estabelecer o dentalmente, prendeu o dedo entre
fato de que não adoramos nossos o caixilho de metal da porta e a
profetas, declarei: — Acredite em cama onde jazia o profeta, a quem
mim, por favor, quando digo que haviam dado um sedativo. Quando
não fazemos peregrinações ao lugar isto aconteceu, o jovem, sentindo
onde o Profeta Joseph foi enterra­ muita dor, usou uma expressão in­
do; aliás, eu nem mesmo sei onde feliz, na qual tomou em vão o
ele foi enterrado! nome do Salvador. O profeta agi­
Quando confessei ignorar o lu­ tou-se, abriu os olhos e gentilmente
gar onde Joseph Smith fora enter­ repreendeu-o, dizendo: “Moço, não
rado, minha declaração pareceu diga isso; ele é o meu melhor
atingir dramaticamente meu amigo. amigo!”
Nenhum outro esclarecimento po­ Será que também possuímos um
deria ter sido mais convincente. relacionamento tal com o Salva­
Ele se mostrou atônito, e pude ver dor, que defenderíamos o uso de
claramente que seu conhecimento seu nome? Será que Jesus sabe que
de nossa Igreja era completamente nos sentimos a seu respeito da
mesma forma que o Presidente Salvador e foi seu servo durante
Kimball? um período de tempo tão longo,
Outro exemplo da fidelidade do que sabia instintivamente o que o
Presidente Kimball ocorreu há vá­ Salvador haveria de dizer ou fazer
rios anos, em vésperas de Natal. em qualquer situação.
Ele telefonou e perguntou-me se Por exemplo, logo depois de
eu estava ocupado. Respondi rapi­ tornar-se Presidente da Igreja, pas­
damente: “— De forma alguma. O sou por sua primeira conferência
que posso fazer pelo senhor, Presi­ de imprensa como novo profeta da
dente Kimball?” Disse-me que pre­ Igreja. Os jornalistas lhe apresen­
cisava de alguém para acom panhá­ taram uma pergunta, cuja resposta
-lo ao Prim ary C h ildren s Hospital, poderia ter sido bastante difícil:
para dar algumas bênçãos. Ele fi­ “Qual é sua posição com respeito
cara sabendo que várias crianças à guerra no Vietnam?” Como vo­
da América do Sul, bem como cês devem estar lembrados, naque­
alguns indígenas norte-americanos, la época a guerra estava no auge,
haviam sido hospitalizados. Fomos e havia os que a apoiavam e os
de andar em andar, dando bênçãos
que eram contra o envolvimento
a todas as crianças latinas e lama- dos Estados Unidos.
nitas, e a muitas outras também.
O amor e a terna amizade demons­ Se o Presidente dissesse: “Sou
trada pelo Presidente Kimball para a favor da posição tom ada por
com cada criança tocou-me pro­ nosso governo”, os jornalistas po­
fundamente. Ele mostrou-se amigo deriam ter retrucado: “Não é es­
dos enfermos — um amigo daque­ tranho que um líder espiritual
les que estavam longe de casa. favoreça a guerra?” Se respondes­
Exemplificou a amizade terna e se: “Sou contra o envolvimento de
amorosa que o Salvador haveria de nosso governo”, os jornalistas
demonstrar. E ra fácil compreen­ também poderiam ter levantado
dê-lo, dizendo: “O Salvador é o dúvidas, dizendo: “Não é estranho
meu melhor amigo.” que um líder religioso que preten­
Segundo, Ser um Servo do Sal­ de apoiar seu governo, não o
vador. faça?”
O Rei Benjamim esclareceu este Quando os jornalistas apresen­
ponto: taram a questão, o Presidente Lee
“Pois como pode um homem respondeu da maneira que um
conhecer o mestre a quem não ser­ servo do Salvador o faria, sabendo
viu, que lhe é estranho e que está como usar as próprias palavras do
longe dos pensamentos e intenções Senhor de maneira inspirada. Sua
de seu coração?” (M osiah 5:13.) resposta desarmou-os, causando­
Como podemos ser servos do -lhes viva impressão. Lembro que
Salvador, se não o servimos, se lhe ele disse: “Nós, juntamente com
somos estranhos, e o conservamos todo o mundo cristão, temos aver­
afastado dos pensamentos e inten­ são à guerra.” E continuou: “O
ções diárias de nosso coração? Salvador disse: ‘No mundo tereis
O Presidente Harold B. Lee foi aflições.’ Mas ele também disse:
o tipo de pessoa que conheceu o ‘Em mim tereis paz.’ (V er João
16:33.) Continuando, citou João
14: ‘Deixo-vos a paz, a minha paz
vos dou: não vo-la dou como o
mundo a dá.’ (Vers. 27.)
E o Presidente ensinou um gran­
de princípio, quando lhes disse:
“O Salvador não estava falando
daquele tipo de paz que se obtém
com exércitos, navios ou força;
tampouco estava ele se referindo
ao tipo de paz que pode ser nego­
ciada nos corredores dos congres­
sos. Referia-se ao tipo de paz que
todos nós podemos ter em nosso
coração somente quando vivemos
seus mandamentos de tal forma,
que sabemos que ele está contente
conosco.” O Presidente Lee, falan­
do como um verdadeiro servo do
Príncipe da Paz, respondeu à per­
gunta de maneira inspirada.
Terceiro, Ser Filho ou Filha do
Salvador.
Que não haja confusão, nosso
nascestes dele e vos tornastes seus
Pai Celestial é o Pai de nosso
espírito. É também o Pai do espí­ filhos e suas filhas.” (Mosiah 5 :7 .)
rito de Jesus. A Santíssima Trin­ Oro que todos os membros desta
dade não é uma coisa obscura e igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos
indistinta; ela é constituída de três Santos dos Últimos Dias, vivam de
personagens separados e distintos. tal forma que, se houver alguém
O Pai Celestial deu a seu Filho que nos acuse falsamente de não
todos os filhos seus que estão dis­ sermos cristãos, suas palavras não
postos a tom ar sobre si mesmos o recebam crédito daqueles que nos
nome de seu Filho, demonstrando conhecem. Vivamos de modo tal,
nele fé, através do arrependimento que toda pessoa que jamais conhe­
de seus pecados, entrando nas san­ ceu um membro desta Igreja, ve­
tas águas do batismo, e finalmente nha a saber que todos nós nos
permanecendo firmes em seu reino esforçamos diariamente para ser­
para sempre. mos melhores amigos do Salvador,
O Rei Benjamim nos diz: servos mais abnegados do Mestre,
“E agora, por causa do convênio filhos e filhas dados pelo Pai ao
que fizestes, sereis chamados pro- R edentor em virtude de tomarmos
gênie de Cristo, filhas e filhos dele, seu nome sobre nós nas santas
pois eis que, neste dia, ele vos gerou águas do batismo.
espiritualmente; pois dizeis que E isto eu testifico humildemente
vossos corações se transformaram e com amor, em nome de Jesus
pela fé em seu nome; portanto, Cristo, amém.
que um dia receberiam uma heran­
“Ainda que a Luz ça. Provavelmente nenhum dos fi­
lhos ganhava muito além de cama
só Bruxuleie” e comida. Não obstante, o pai
“repartiu por eles a fazenda” .
(Lucas 15:12.) Isto implicou apro­
vação para o filho tentar a vida por
conta própria. O pai o amava e
possivelmente fazia idéia do que
aconteceria ao filho. Este, “ajun-
tando tudo, partiu para uma terra
longínqua” . (Lucas 15:13.)
Élder Y'aughn J. Featherstone Talvez tivesse intenção de viver
do Primeiro Quorum dos Setenta honradam ente. Entretanto, chegan­
“O Salvador espera d e braços do a uma cidade daquele país dis­
abertos para receber e perdoar tante, não foi recebido de braços
todos os que vierem a ele.” abertos pelo povo; não tinha in­
fluência nem amigos. Os verdadei­
eus amados irmãos e ir­ ros amigos precisam ser conquista­

M mãs, gostaria de com par­


tilhar convosco o que sinto
a respeito de uma parábola de mui­
dos, os outros deixam-se comprar.
O rapaz descobriu que o mel atrai
moscas, e se pôs a esbanjar dinhei­
ta esperança e compaixão. Diz o ro. E as moscas apareceram. Além
Salvador: “Um certo homem tinha de não investir ou usar seu dinheiro
com sabedoria, passou a gastá-lo
dois filhos.” (Lucas 15:11.) O
numa vida dissoluta. (Vide Lucas
mais moço parecia viver à sombra
do irmão mais velho e mais madu­ 15:13.) Quando o dinheiro aca­
ro. Os elogios eram sempre para bou, perdeu igualmente a “amiza­
ele. E ra favorecido pela idade e ta­ de” dos homens e mulheres vis e
manho avantajado; conseguia tra­ adúlteros.
balhar mais. O filho mais moço, “E, havendo ele gasto tudo, hou­
constantemente com parado ao mais ve naquela terra uma grande fome.”
velho, ficava em desvantagem. C an­ (Lucas 15:14.) As condições de
sava-se mais depressa, nem sempre vida ficaram péssimas não só para
conseguia term inar todas as tarefas ele, que estava sem recursos, mas
e provavelmente não se tinha em também para o cidadão comum.
grande conta. Talvez chegasse mes­ Tendo aprendido a trabalhar em
mo à conclusão de que o “sistema” casa, aparentemente tentou encon­
era contra ele, por não ser julgado trar emprego. Talvez haja procura­
segundo seus próprios méritos. Por do os amigos dos tempos em que
isso decidiu sair de casa e começar tinha bastante dinheiro.
vida nova em outro lugar. O filho pródigo começou a pas­
A parábola continua: “E o mais sar necessidades e foi procurar “um
moço deles disse ao pai: Pai, dá­ dos cidadãos daquela terra, o qual
-me a parte da fazenda que me per­ o mandou para os seus campos a
tence.” (Lucas 15:12.) Aparente­ apascentar porcos” . (Lucas 15:15.)
mente, o pai já dissera aos filhos Agora, além de pobre, via-se for­
çado a aceitar o trabalho mais rapaz mais velho não só tinha que
humilde possível e, “desejava en­ fazer a tarefa do irmão ausente
cher seu estômago com as bolotas além da sua, mas também suprir
que os porcos comiam, e ninguém a inércia do pai. Além disso, o
lhe dava nada” . (Lucas 15:16.) pai já não lhe dava a mesma aten­
O Salvador, sem dúvida, quer mos­ ção. Antes, sempre tinha uma pa­
trar-nos aqui o contraste e profun­ lavra de elogio para ele e sua ma­
da miséria e necessidade a que neira de trabalhar. Agora, já não
chegara. Fora pródigo com todos havia mais alegria nem conversas,
os que o procuraram quando tinha muito menos canto e danças. À
dinheiro. Agora, nenhum dos su­ noite, pai e mãe ficavam calados
postos amigos lhe dava sequer um com os olhos fixos no fogo. Assim
naco de pão para m atar a fome. se passaram dias, semanas, meses.
Os assomos de desespero nos Diz o Mestre: “ ...q u a n d o (o
lavam e purificam, e livram-nos do filho mais moço) ainda estava lon­
falso orgulho. A luz da casa pater­ ge, viu-o seu pai, e se moveu de
na passa a tremeluzir na distância íntima compaixão e, correndo, lan-
das trevas. No desespero de sua çou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
experiência profundamente humi­ “E o filho lhe disse: Pai, pequei
lhante, o moço caiu em si e disse: contra o céu e perante ti, e já não
“Quantos jornaleiros de meu pai sou digno de ser chamado teu filho.
têm abundância de pão, e eu aqui “M as o pai disse aos seus servos:
pereço de fome! Trazei depressa o melhor vestido,
“Levantar-me-ei e irei ter com e vesti-lho, e ponde-lhe um anel
meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei na mão, e alparcas nos pés.”
contra o céu e perante ti. (Lucas 15:20-22.) Ao fim da lon­
“Já não sou digno de ser cha­ ga jornada, provavelmente suas
mado teu filho; faze-me como um roupas e sandálias estavam rotas e
dos teus jornaleiros. precisavam ser substituídas. O anel,
“E, levantando-se, foi para seu porém, era um presente inesperado
pai.” (Lucas 15:17-20.) expressando gratidão pelo retorno
É possível que haja ensaiado do filho.
suas palavras vezes sem conta. O “E trazei o bezerro cevado, e
pai, homem m oderado e de caráter matai-o; e comamos e alegremo-
íntegro, trabalhara arduamente a -nos.
vida inteira. Será que rejeitaria o “Porque este meu filho estava
filho? O rapaz levantou-se e foi morto, e reviveu; tinha-se perdido,
para junto do pai — certamente e foi achado. E começaram a ale­
uma longa jornada. grar-se.
O filho mais velho, por sua vez, “E o seu filho mais velho estava
deve ter percebido que, depois da no campo; e quando veio, e chegou
partida do irmão, o pai andava perto de casa, ouviu a música e as
sempre preocupado. Já não tinha o danças.
mesmo interesse pelo trabalho. La- “E, chamando um dos servos,
butava um pouco e logo ia esqua­ perguntou-lhe o que era aquilo.
drinhar a estrada, retornando sem­ “E ele lhe disse: Veio teu
pre com olhos desconsolados. O irmão; e teu pai matou o bezerro
cevado, porque o recebeu são e era a primeira vez que o mencio­
salvo. nava. E acrescentou:
“Mas ele (o irmão mais velho) “E ra justo alegrar-nos e folgar­
se indignou, e não queria entrar.” mos, porque este teu irmão estava
(Lucas 15:23-28.) morto, e reviveu; e tinha-se perdi­
As semanas e meses de trabalho do, e achou-se.” (Lucas 15:32.)
dobrado, de desatenção e falta de Recentemente ouvi um clérigo
elogios do pai cobraram seu pre­ ler esta parábola pelo rádio, con­
ço. Possivelmente chegou a pensar cluindo-a assim: “O irmão mais
em pedir a sua parte também, não moço justificou-se perante o Se­
para esbanjá-la, mas para fazer nhor com seu arrependimento, e a
bom uso dela. Não obstante, ficara condenação maior caiu sobre o
em casa e fora um filho fiel e obe­ mais velho.” Ouvindo isto, chorei
diente. Não houvera música, nem e pensei: “Oh, homem tolo. Não
danças para recompensá-lo. Mas entendes os ensinamentos do Se­
agora, a volta do irmão mais moço nhor.” O filho mais velho foi ma­
era celebrada com tudo isso. goado e negligenciado e, sem dú­
O pai soube que o filho chegara, vida, não exerceu o devido am or e
mas não queria entrar. Então, compaixão para com seu irmão in­
“saindo o pai, instava com ele” . sensato; mas ninguém, no uso de
(Lucas 15:28.) Certamente, com­ sua razão, poderia pensar que a
preendeu sua omissão e quem sabe transgressão dele se compara à
chegou mesmo a desculpar-se. Li­ vida extravagante e dissoluta, com
vre da preocupação pelo filho mais meretrizes, do irmão mais moço.
moço, deve ter-se lembrado da in­ Penso ter compreendido o que o
diferença com que tratara o filho Senhor procurou ensinar nesta bela
mais velho. Lembrou-se de quanto parábola. O Salvador espera de
trabalhara, sem merecer música, braços abertos para receber e per­
danças ou festas. Mas os corações doar a todos os que vierem a ele.
estavam pesados demais para tais Seu sofrimento expiatório e reden­
coisas. tor no Getsêmani e Gólgota são os
maiores atos de amor já realizados.
“Mas, respondendo ele, disse ao
Diz Ella Wheeler Wilcox em seu
pai: Eis que te sirvo há tantos
anos, sem nunca transgredir teu poema “Getsêmani” :
m andamento, e nunca me deste um Toda senda trilhada ou por trilhar,
cabrito para alegrar-me com meus Passa tialgum canto do Getsêmani.
amigos; T odo andante, cedo ou tarde,
“Vindo, porém, este teu filho, Por seus portões tem de entrar,
que desperdiçou a tua fazenda com A joelhar-se só nas densas trevas
meretrizes, mataste-lhe o bezerro Lutando contra o fero desespero.
cevado.” (Lucas 15:29-30.) Deus se condói dos que só pedem :
O pai respondeu, compreensivo: “Passa de mim este cálice”,
“Filho, tu sempre estás comigo, e [sem dizer:
todas as minhas coisas são tuas.” “N ão a minha vontade, m as a tua”,
(Lucas 15:31.) Há muito que vi­ E não enxergam o propósito do
nha planejando dar tudo ao filho [Getsêmani.
mais velho como recompensa, mas (James Dalton Morrison, ed., Mas-
A LIAHONA
terpieces of Religious Verse, New davia, é minha esperança e con­
York and London: H arper and fiança que o Senhor não permita
Brothers, 1948, p. 184.) jamais que a luz da fé se extinga
(N. do T.: Tradução livre totalmente em nenhum coração
e aproxim ada.) humano, ainda que só bruxuleie. O
Morte, divórcio, transgressão, Senhor providenciou que permane­
solidão e desespero nos levam ao ça minúscula centelha que, median­
Getsêmani. O M estre espera a to­ te ensino, o espírito de retidão,
dos de braços estendidos. A pará­ amor, carinho, exemplo e vivência
bola do filho pródigo é bela e de­ do evangelho, voltará a incendiar­
monstra caridade. Seu am or e com­ -se e brilhar, por mais imersa em
paixão envolvem eternamente toda trevas que a mente tenha estado.
alma que vive na terra. Todo ho­ E se falharmos em alcançar assim
mem, mulher ou jovem que volta os nossos cuja fé fraquejou, tere­
para casa depois de uma jornada mos falhado numa das principais
pródiga ou tem porada inativa, en­ coisas que o Senhor espera de nós.”
contrará o Senhor esperando-o de ( Conference R eport, outubro de
braços abertos. Sua expiação satis­ 1936, p. 114.)
fará a justiça e proporcionará mi­ Nós somos os guardiães da luz.
sericórdia a todos os que vierem Convidamos todos os presentes a
a ele. (Vide D&C 18:11.) estenderem a mão e abençoarem os
Todos os ativos têm alguma que não estão aqui. Escutai a voz
pessoa chegada que se acha inativa, do profeta. Disse o Presidente
indiferente ou envolta nas vestes Spencer W. Kimball: “Fazemos a
imundas da transgressão. Ela ne­ todo ouvinte o cordial convite de
cessita do amor carinhoso e sincero vir para o jardim luxuriante, à
de um pai ou irmão afetuoso. Jesus sombra de árvores frondosas, à
abençoará todo membro da Igreja verdade imutável.
que estender a mão para trazer al­ “Vinde conosco para a certeza,
guém de volta ao rebanho. segurança, consistência. Aqui corre
Dizia o Presidente J. Reuben a água refrescante, a fonte que
Clark Jr.: nunca seca.
“Todo ser humano nasce com a “Vinde ouvir a voz do profeta e
luz da fé acesa em seu coração escutar a palavra de Deus.” ( Con­
como num altar, e essa luz brilha e ference R eport, abril de 1971, p.
o Senhor vê seu brilho durante o 11.)
tempo em que ainda não somos Convidamos todos os ausentes a
responsáveis. Chegando à (idade virem para casa. Ficamos esqua­
da) responsabilidade, cada um de­ drinhando a estrada, ansiosos por
termina como vai alim entar e cui­ vossa volta. Correremos ao vosso
dar dessa luz. Se vivermos em re­ encontro de braços abertos e co­
tidão, a luz brilhará até permear o ração repleto de compaixão. Te­
corpo inteiro, dando-lhe saúde e mos com que calçar vossos pés,
força e entendimento espiritual, vestir vosso corpo e temos um anel
bem como saúde física. Se viver­ para vos enfeitar. Voltai para casa,
mos iniquamente, a luz minguará, a fim de, juntos, nos regozijarmos,
chegando quase a apagar-se. T o­ em nome de Jesus Cristo. Amém.
“Eis Meu Filho Amado, em Quem
Me Comprazo”
to não principiou em Belém; tam ­
pouco terminou no Calvário. Disse
o Senhor Jesus sobre si mesmo:
“Eu glorifiquei-te na terra, tendo
consumado a obra que me deste a
fazer.
“E agora glorifica-me tu, ó Pai,
junto de ti mesmo, com aquela gló­
Élder George P. Lee ria que tinha contigo antes que o
Do Prim eiro Quorum dos Setenta
mundo existisse.” (João 17:4-5.)
Jesus Cristo é ‘‘o M estre do mar, da Presto testemunho de que Jesus
terra e dos céus. Ele é o Cristo foi o Filho primogênito de
M essias prom etido, que venceu Deus no Espírito. Como o próprio
a m orte e a tumba. Ê o Príncipe Pai, foi um personagem de grande
da P az.’’ poder e inteligência no universo.
Muito antes de este mundo ter sido
este mundo de ceticismo, criado, viveu e governou com seu

N confusão e iniqüidade, saber


a verdade, ter uma convic­
ção profunda, humilde e solene de
Pai Celeste, na existência pré-mor-
tal, num plano espiritual. Ele teve
muito a ver com o nosso cresci­
que Jesus é o Cristo, o Filho do mento e instrução antes de nascer­
Deus vivo, é algo muito precioso. mos na terra. Sob a direção do Pai,
Recebi o testemunho da divindade criou esta terra e aceitou a designa­
de meu Salvador através da doce ção de nela vir e ser seu redentor.
influência e poder do Espírito San­ Foi ele quem se apresentou no
to. Recebi em meu próprio coração Grande Conselho realizado nos
este testemunho, que excede a to­ céus e disse: “Eis-me aqui, envia­
das as outras evidências. Ele evi­ -me.” (A braão 3:27.)
dencia, no mais profundo de minha “Pai, faça-se a tua vontade e seja
alma, a existência de meu Reden­ tua a glória para sempre.” (Moisés
tor, Jesus Cristo. 4 :2 .)
Ganhei esta doce e silente con­ De seu amado Filho, nosso Pai
vicção quando jovem ainda, ajoe­ Celestial declarou: “E criei mundos
lhado em profunda súplica em nos­ sem número, e também os criei pa­
sa humilde cabana; e outras vezes, ra o meu próprio intento; e por
depois de ler o Livro de Mórmon, meio do Filho, que é o meu Uni-
enquanto cuidava das ovelhas no gênito, eu os criei.” (Moisés 1:33.)
deserto abrasador do território re­ Não havia mais ninguém sufi­
servado para os índios. Assim como cientemente bom para pagar o pre­
sei que minha vida não principiou ço do pecado. Ele foi o único que
quando nasci, e que não terminará tinha condições para destrancar o
quando eu m orrer; assim também portão dos céus e deixar-nos entrar,
sei, sem dúvida, que a vida de Cris­ porque foi e é o único elegível, dig­
no, capaz, desejoso, perfeito e qua­ deveriam sofrer assim como eu so­
lificado para este grande e supremo fri;
sacrifício. “Sofrimento que me fez, mesmo
Presto testemunho de que o nas­ sendo Deus, o mais grandioso de
cimento de nosso R edentor em Be­ todos, trem er de dor e sangrar
lém foi anunciado por uma grande por todos os poros, sofrer, tanto
hoste de anjos e por um em parti­ corporal como espiritualmente.”
cular, de grande autoridade e po­ (D&C 19:16-18.)
der, que, vindo da presença de Em seu infinito amor e miseri­
Deus, disse: “Eu sou Gabriel, que córdia, orou pelas próprias pessoas
assisto diante de Deus, e fui enviado que o crucificaram. Orou e pediu
a falar-te e dar-te estas alegres no­ ao Pai Celeste que abençoasse e
vas.” (Lucas 1:19.) perdoasse aqueles que o ridiculari­
Os profetas antigos, desde Adão, zavam, que zombavam dele e o in­
tinham conhecimento de sua vinda. sultavam. Em meio à dor e angús­
Ele era conhecido pelo nome, cará­ tia, suplicou: “Pai, perdoa-lhes,
ter e boas obras muito antes de nas­ pois não sabem o que fazem .” (L u­
cer. Antes do nascimento, era um cas 23:34.)
personagem de espírito. Depois, foi­ Presto testemunho de que este
-lhe adicionado um corpo de carne mesmo Cristo crucificado se levan­
e ossos. Tendo conquistado a mor­ tou da tumba no terceiro dia; de­
te e ressuscitado, tornou-se uma pois de haver-se reunido a outros
pessoa com um corpo glorificado no mundo espiritual, seu espírito
indestrutível, inseparavelmente reu­ foi unido ao corpo. Depois ascen­
nido ao seu espírito imortal. Toda deu ao Pai Eterno, como ser res-
sua vida mortal foi devotada a le­ surreto e glorificado. Um anjo, fa­
var a paz e bênçãos aos outros. Ele lando de Jesus, disse:
viveu uma vida perfeita, em meio “Ele não está aqui, porque já
ao pecado e à iniqüidade. ressuscitou, como havia dito. Vin­
Sua torturante agonia no Jardim de, vede o lugar onde o Senhor
do Getsêmani foi não só física e jazia.
mental, mas também espiritual; “ Ide pois, imediatamente, e dizei
uma agonia tal que só um deus foi aos seus discípulos que já ressusci­
capaz de experimentar. Naquela tou dos mortos. E eis que ele vai
hora de tremenda angústia, o Sal­ adiante de vós para a Galiléia; ali
vador tomou sobre si mesmo o far­ o vereis.” (M ateus 28:6-7.)
do dos pecados do mundo, desde Durante milhares de anos, desde
Adão até o fim do mundo. E foi Adão até a crucificação de Cris­
dependurado na cruz e crucificado to, milhões de pessoas foram colo­
do modo mais inumano e cruel. cadas no túmulo escuro, sofrendo
Cravos foram pregados em suas a morte e o fim da vida. Nesses mi­
mãos e pés, como era costume. So­ lhares de anos, nem uma só delas
bre seu sofrimento, declarou: retornou. Quando nosso Redentor
“Pois eis que eu, Deus, sofri es­ levantou da tum ba com seu corpo
tas coisas por todos, para que, ar­ imortal e ressurreto, roubou da
rependendo-se, não precisassem so­ morte o seu aguilhão e da tumba
frer; a sua vitória. (Ver I Corintios
“Mas, se não se arrependessem, 15:55; Mosiah 16:7-8; Mórmon
7 :8 .) O homem foi libertado da Eles viram o Senhor Jesus Cris­
escura prisão do pecado. A morte to, vestido com uma túnica branca,
foi conquistada; Cristo foi vitorio­ que desceu e se colocou no meio
so. (V er M asiah 15:8; Mórmon deles, dizendo-lhes:
7:5; Alma 2 7 :28.) Ele abriu os “Eis que sou Jesus Cristo, cuja
portões do céu. vinda ao mundo foi anunciada pe­
Em seguida a sua ressurreição, los profetas.
muitos outros ressuscitaram. Lemos “E eis que sou a luz e a vida do
em M ateus: mundo; bebi da taça amarga que
“E abriram-se os sepulcros, e o Pai me deu e o glorifiquei, to­
muitos corpos de santos que dor­ mando sobre mim os pecados do
miam foram ressuscitados; mundo.” (3 Néfi 11:10-11.)
“E, saindo dos sepulcros, depois A multidão caiu a seus pés e o
da ressurreição dele, entraram na adorou. Depois, levantaram-se e, a
cidade santa, e apareceram a mui­ seu convite, aproximaram-se dele,
tos.” (M ateus 27:52-53.) para ver e sentir as marcas dos pre­
Conseqüentemente, nosso Senhor gos em suas mãos e pés. Viram e
ressuscitado removeu a última bar­ sentiram, também, a ferida feita
reira em nossa marcha rumo à per­ pela espada no seu lado e caíram
feição e vida eterna. Assim como a seus pés, maravilhados e cheios
foi dito dele “Não está aqui. . . de júbilo. Tudo testemunharam
já ressuscitou” (M ateus 2 8 :6 ), com seus próprios olhos e mãos.
também será dito de cada um de Não existem palavras que possam
nós, pois a tumba vazia do Senhor descrever sua imensa alegria e gra­
Jesus não é apenas um símbolo, tidão. Foi uma manifestação glorio­
mas uma garantia de nossa própria sa e uma festa espiritual para todos.
ressurreição e imortalidade. Seria Presto testemunho de que esta, a
um erro sério e uma tragédia para última grande dispensação da ple­
quem quer que fosse, concluir que nitude dos tempos, teve início com
Jesus foi apenas um grande mestre a voz de Deus, nosso Pai Eterno,
ou um grande humanitário. Graças dizendo: “Este é o meu Filho Ama­
a ele, a vida continua por toda a do. Ouve-o!” (JS 1:17.)
eternidade. Não existe outro nome Na primavera de 1820, Deus, o
debaixo dos céus pelo qual o ho­ Pai Eterno, e seu Filho, Jesus Cris­
mem possa ser salvo e exaltado. to, revelaram-se ao menino profeta,
(V er Atos 4 :12; 2 Néfi 25:20.) Joseph Smith. Term inara a longa
Presto testemunho de que nosso e escura noite da apostasia. Esta
Senhor ressuscitado, revestido de gloriosa manifestação iluminou o
glória, se manifestou pessoalmente mundo. O Profeta Joseph Smith
aos nefitas e lamanitas na América recebeu outras visitas divinas, de
antiga, quando estavam reunidos mensageiros e personagens celes­
em volta do templo, na terra de tiais. Muitas revelações lhe foram
Abundância. Deus, o Pai Eterno, dadas. O doador de tais revelações
lhes disse: era nosso Senhor ressuscitado, Je­
“Eis aqui meu filho bem-amado, sus Cristo. O evangelho foi restau­
no qual me alegro e no qual glori- rado com todas as antigas bênçãos,
fiquei meu nome; a ele deveis ou­ chaves, direitos, privilégios, e o
vir.” (3 Néfi 11:7.) santo sacerdócio com a autoridade
para adm inistrar em nome de Deus. condenado, ridicularizado, um ho­
A Igreja, levando o seu nome e ali­ mem familiarizado com o pesar.
cerçada sobre a pedra da revela­ (V er Isaías 5 3 :3 .) Quando veio à
ção, foi restaurada. terra pela primeira vez, expiou os
Os princípios e leis do evangelho, pecados do mundo. Quando vier
restaurados pelo Senhor, não são pela segunda, será como triunfante
muito diferentes daqueles revelados Rei de reis e glorioso Senhor de
nos tempos antigos. Dos santos dos senhores. (V er Apocalipse 17:14.)
últimos dias se espera, como se es­ Ele julgará os pecadores que não se
perava dos santos no passado, que arrependerem. Virá como Deus Al­
procurem primeiramente o reino de tíssimo, para purificar a terra e
Deus e sua justiça. A fórmula di­ inaugurar seu glorioso reinado mi­
vina do Salvador para o sucesso e lenar. O Senhor Jesus e os santos
a perfeição é a mesma: “Buscai pri­ ressuscitados reinarão sobre a terra
meiro o reino de Deus, e a sua jus­ durante o milênio. (V er D&C
tiça, e todas estas coisas vos serão 29:11.) Satanás será am arrado e
acrescentadas.” (M ateus 6:33.) não terá poder para tentar os ho­
O Senhor Jesus deseja que pri­ mens (ver D&C 43:31). Depois
meiramente edifiquemos em nós dos mil anos, Satanás será solto por
mesmos, o caráter, retidão, indus- pouco tempo, e então virá o fim da
triosidade e divindade necessários, terra. Satanás e suas forças serão
para em seguida fazermos o mesmo banidos para sempre. Todas as pes­
em benefício dos outros. Ou seja, soas ressuscitarão e permanecerão
que o ajudemos a ensinar, batizar diante de Deus, para serem julga­
e aperfeiçoar os indivíduos e as das. Nosso Senhor, Jesus Cristo,
famílias de todo o mundo. receberá a coroa de sua glória,
Mesmo agora, em nossos dias, po­ para reinar para sempre. (Ver
demos aperfeiçoar-nos em muitas D&C 7 6:108.) Aqueles que perse-
áreas. Na abstenção do uso de café, veraram até o fim e alcançaram a
chá, tabaco e bebidas alcoólicas; no vida eterna habitarão com ele e o
pagamento de dízimos, na assistên­ Pai Eterno para sempre no reino
cia à reunião sacramental. Podemos celestial.
aperfeiçoar-nos na honestidade, mo­ Testifico que ele é o criador de
ralidade, caridade, pontualidade e “todas as coisas radiantes e belas,
em outras virtudes. Se pudermos vi­ de todas as criaturas, grandes e pe­
ver totalmente um princípio do quenas” . (Cecil Francês Alexander,
evangelho hoje, poderemos perfeita­ em M asterpieces of Religious Ver­
mente viver dois amanhã. A perfei­ se, ed. James Dalton Morrison,
ção em uma determinada coisa pode New York. H arper and Brothers
funcionar como ponto de partida Publishers, 1948, p. 17.) Ele é o
para o aperfeiçoamento de outra. Mestre do mar, da terra e dos céus.
Presto testemunho de que nosso É o Messias que obteve a vitória
Senhor e R edentor ressuscitado vol­ sobre a morte e a tumba. É o Prín­
tará à terra uma segunda vez em cipe da Paz. Ele é o mesmo ontem,
seu corpo de carne e ossos, ressus­ hoje e para sempre. Perpétuo é o
citado e imortal, em poder e glória seu nome. Eterno é o seu nome.
celeste. Quando ele veio à terra pela Ele é Jesus, o Cristo, e isto testi­
primeira vez, foi incompreendido, fico em seu santo nome, amém.
Estender a Mão com
Amor e Bondade
Passamos momentos m aravilho­
sos desde as primeiras horas de
ontem, quando o Presidente Rom ­
ney nos falou sobre auto-suficiência
na reunião de bem-estar. Foi uma
mensagem muito apropriada, e nas
condições em que vivemos hoje,
todos nós deveríamos buscar maior
Presidente Gordon B. Hinckley auto-suficiência, mais autoconfian­
Conselheiro na Prim eira Presidência ça, maior desejo de cuidar de nós
e dos nossos. Seu discurso, assim
“Prossigam os com nossa missão como os outros nesta sessão, de­
designada. Sentim os a com pulsão vem ser lidos e relidos para bênção
d e pregar o evangelho a toda e benefício próprio.
nação. . . e de fortalecer nosso
Depois, na abertura da confe­
p ovo, esteja ele onde estiver.’’
rência ontem pela manhã, tivemos
a maravilhosa experiência de ouvir
everíamos, neste momento,

D ouvir a palavra do Élder


LeGrand Richards. Ele não
leve condições de vir. Conversamos
o Irm ão Haycock ler a emocio­
nante mensagem do Presidente
Spencer W. Kimball. Ela tocou
nossos corações. Foi uma bênção
com ele, pelo telefone, pouco antes para nós. E gostaria de sugerir
do início desta reunião. Contou-nos que, na primeira oportunidade,
que esperava estar aqui para pres­ — assim que A Liahona chegasse
tar seu testemunho de despedida em nossas mãos — lêssemos essa
desta grande e sagrada obra, que mensagem. Hoje à tarde cantamos
foi parte tão integrante de sua vida o belo hino peculiar a nossa Igreja:
durante noventa e seis anos. Como “Damos Graças a Ti” {H inos, n.°
deveis saber, ele submeteu-se re­ 147).
centemente a uma grave cirurgia Estamos sendo sinceros ao can­
que teve um efeito traum ático sobre tá-lo? Então devemos ler e atentar
sua saúde. Estou certo de que to­ para suas palavras. Deus nos ajude
dos os presentes estão desaponta­ a sermos obedientes aos conselhos
dos e sentirão falta de sua voz recebidos através do profeta.
eloqüente, em defesa do evangelho Nas sessões subseqüentes, fomos
restaurado e em testemunho daque­ ensinados, incentivados, revigora­
le que foi seu Restaurador. dos na fé e fortalecidos em nõssas
Foi-me sugerido que eu vos diri­ convicções. Obtivemos maior apre­
gisse algumas poucas palavras de ço por esta obra e um conheci­
resumo antes de o Presidente T an­ mento mais seguro daquele que a
ner nos falar. encabeça.
Penso que, entre as muitas coi­ basicamente benéfico, certamente
sas maravilhosas e significativas obra de um depravado. É uma in­
ditas pelo Profeta Joseph Smith, dicação da baixeza a que o homem
poucas são mais importantes que pode chegar e da grande necessi­
suas palavras ao visitante que lhe dade de se vencer o mal pelo bem
pergunta como conseguia governar neste mundo. Nós precisamos ser
um povo tão heterogêneo. “Ensi­ melhores; precisamos ser como o
no-lhes princípios corretos”, res­ fermento; precisamos, tornar-nos
pondeu, “e eles se governam sozi­ como uma luz que irradia bonda­
nhos.” (Vide George Q. Cannon, de, verdade, beleza e virtude por
Life of Joseph Smith the Prophet, todo o mundo.
Salt Lake City: Deseret Book Co., H á entre nós os que tendem a
1958, p. 529.) Meus irmãos e sucumbir diante das coisas más e
irmãs, tendo aprendido princípios artimanhas do adversário. Gostaria
corretos, saiamos desta conferência de dizer uma palavra a respeito de
decididos a nos governar de acor­ pornografia, uma coisa vil, má e
do com eles. florescente. Ela está presente nas
Existe tanto mal no mundo e telas cinematográficas, invade o lar
uma necessidade muito grande do de nosso povo pelos receptores de
bem para vencê-lo. Toda pessoa televisão, abunda nas bancas de
que leu os jornais ou ouviu os no­ jornal e procura, de todas as ma­
ticiários nestes últimos dias, não neiras, atrair, enganar e destruir os
pode ter ficado indiferente diante que se deixam seduzir por c ei,
do caso de introdução de um ve­ meus irmãos e irmãs, que nenhum
neno mortal num medicamento santo dos últimos dias pode pre­
senciar ler ou participar impune­ nuo surpreendendo-me com o sen­
mente desse crescente mal. Que tido profundo das palavras do
Deus nos ajude e abençoe com a Presidente McKay freqüentemente
necessária autodisciplina para re­ citadas: “A coisa mais importante
sistir, abster-nos e fugir, se neces­ que um pai pode fazer pelos filhos
sário, dessa coisa perniciosa e cres­ é am ar sua m ãe.” (Citado em Ri-
cente que procura destruir-nos. chard E van’s Q uote Book, p. 11.)
Temos sido incentivados a for­ Agora, uma palavrinha acerca
talecer o lar, a revigorar o Espírito de política. Estamos num ano de
do Senhor dentro dele, a cultivar eleições e ouvimos muitas vozes
apreço, respeito e afeição mútuos. fortes e estridentes fazendo campa­
É terrível o que ouvimos ocasio­ nha política. É um sistema salutar
nalmente a respeito de maus tratos e benéfico, sob o qual o povo tem
de crianças, uma m aldade crescen­ liberdade de expressar-se e eleger
te no mundo. Pensando no assunto, quem irá representá-lo nos conse­
abri outro dia Doutrina e Convê­ lhos governamentais. Espero que
nios e li estas palavras do Senhor, as pessoas envolvidas se atenham
dadas através do Profeta Joseph a assuntos e questões, e não a pes­
Smith enquanto sofria na Prisão de soas. Os assuntos devem ser discu­
Liberty. Em bora se referisse aos tidos livre, aberta, franca e vigoro­
que levantam a mão contra a Igre­ samente. Mas, repito, gostaria de
ja, num sentido mais amplo refe­ que se evitassem quaisquer ata­
ria-se igualmente aos que m altra­ ques pessoais. Diz Shakespeare em
tam crianças. Dizia ele: “Ai dos O te lo :
tais; porque ofenderam os Meus
pequeninos, serão cortados das Quem rouba minha bolsa
ordenanças da Minha casa. Leva coisa a toa. . .
“Suas cestas não se encherão, M as quem rouba meu
suas casas e celeiros perecerão, e bom nom e
eles mesmos serão odiados por Tira-me tudo, sem com isso
aqueles que antes os lisonjeavam.” enriquecer-se
(D&C 121:19-20.) Que grave de­
claração contra os que ofendem as Estendamos a mão com bondade
criancinhas! e amor àqueles que procuram ultra­
Acho igualmente que fica mal jar-nos e eles existem, conforme
qualquer portador do sacerdócio nos mostrou o Élder Ashton. Pen­
de Deus, m altratar a esposa, dimi­ so freqüentemente num verso pe­
nuí-la, ofendê-la ou aproveitar-se queno do poeta Edwin Markham:
indevidamente da mulher que é a
mãe de seus filhos, sua companhei­ Ele traçou um círculo
ra terrena e sua companheira deixando-m e fora
eterna, se tiver recebido a bênção H erético, rebelde, objeto
maior. Tratemos com bondade e de escárnio.
carinho aqueles por quem o Senhor O amor e eu, porém ,
nos terá por responsáveis. Conti­ conseguimos vencê-lo:
Traçamos um círculo
incluindo-o também!

(Hazel Fellman, ed., The Best


L oved Poem s of the Am erican
People Garden City, N. Y.: Gar-
den City Publishing Co. 1936,
p. 67.)
No espírito de Cristo que nos
mandou oferecer a outra face,
tentemos vencer o mal com o bem.
Vivemos uma época extraordi­
nária e desafiante. Ao General
Omar Bradley * atribuem-se estas
palavras: “Desvendamos o misté­
rio do átomo e rejeitamos o Ser­
mão da M ontanha. . . Nosso é um
mundo de gigantes nucleares e
anões éticos. Sabemos mais de
guerra que de paz, mais de ma­
tar que de viver.” (Citado em
Louis Fischer, The Life of Maha-
tm a Gandhi, Nova York: Harper
and Brothers, Publishers, 1950, sas de oração pelo m undo afora,
p. 349.) onde nosso povo possa reunir-se,
Resta tanto a fazer neste mundo fortalecendo-se uns aos outros,
para difundir a influência deste enquanto juntos adoram o Senhor.
evangelho. Prossigamos com nossa Prosseguiremos com a grande
missão designada. Sentimos a obri­ obra realizada em nossos templos,
gação de pregar o evangelho a um a inigualável obra de amor em
toda nação, tribo, língua e povo. prol dos que passaram pelo véu
(Vide D&C 133:37.) Esperamos da morte. Haverá maior amor que
fazê-lo sem causar ofensa, mas este? É a obra que mais se apro­
com amabilidade e no espírito de xima da participação do espírito
amor que é a própria essência da­ do próprio Senhor, o qual deu a
quele de quem testificamos. vida em sacrifício vicário por to­
Continuaremos a grande obra dos nós, do que qualquer outra
de fortalecer nosso povo, esteja ele que conheço. É feito em nome da­
onde estiver, entre as nações da quele cuja salvação é universal.
terra. Daremos incentivos aos que Que Deus nos abençoe a todos
são fracos na fé. Procuraremos en­ com olhos abertos e ouvidos de­
siná-los pelo exemplo e por pre­ sobstruídos, para podermos ver,
ceito. Trabalharem os juntos no ouvir, aprender e chegar ao en­
espírito de caridade e afeto mú­ tendimento e apreciação das gran­
tuos. Continuaremos edificando ca- des verdades eternas das quais
testificamos, eu oro humildemente
(* 1 8 9 3 ... general norte-am ericano) em nome de Jesus Cristo. Amém.
Façamos como
Fomos Aconselhados

o
M.
si só nos dá bastante para pensar ao
procurarmos seguir os ensinamentos
do Senhor e Salvador enquanto per­
manecemos na terra. Tem sido uma
grande alegria poder conviver tanto
tempo com o Presidente Kimball,
aprendendo com ele e sentindo a in­
fluência de seu espírito.
Presidente N . Eldon Tanner Ouvindo este lindo coro, ficamos
Prim eiro Conselheiro n a Prim eira felizes por termos um coro conhecido
Presidência. e admirado no mundo inteiro, que vem
cantando para tantas congregações.
"O ro que tod o s nós nos É muito bom poder estar entre vós,
lem brem os do que ouvim os e irmãos e irmãs, e participar convosco
com preendam os que estas coisas do Espírito reinante aqui, hoje. Ao
podem ajudar-nos a m elhorar.” sairmos desta sessão, espero e oro que
todos nos lembremos do que ouvimos
eus irmãos e irmãs, estar e compreendamos que estas coisas po­
M aqui, ouvindo a conferência
de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Ültimos Dias em nosso
dem ajudar-nos a melhorar. Termi­
nando esta conferência, sigamos avan­
te e façamos como fomos aconselha­
famoso Tabernáculo, faz de hoje um dos nos sermões ouvidos neste grande
grande dia para mim. Estou certo de Tabernáculo.
que a oração proferida pelo Irmão Quero dar pessoalmente graças ao
Russel Ballard tem sido respondida Senhor por todas as bênçãos que tem
nesta conferência. derramado sobre mim e minha famí­
Falando de oração, é de extrema lia, e sobre nós como Igreja. Não exis­
importância que saibamos a quem es­ te no mundo nenhuma outra organi­
tamos orando e que nossas preces se­ zação capaz de oferecer os sermões
rão atendidas de acordo com o que é que ouvimos aqui, hoje. São os me­
melhor para nós. Quando oramos ao lhores e tão bons quanto se possa
Senhor, lembremo-nos de que foi a imaginar.
oração que trouxe esta Igreja para a
terra, quando Joseph Smith, ainda me­ Desejo agradecer ao Senhor a opor­
nino, leu: tunidade de participar desse serviço e
“E, se algum de vós tem falta de sa­ sairmos daqui decididos a melhorar
bedoria, peça-a a Deus, que a todos nossa vida e ser uma influência bené­
dá liberalmente, e o não lança em ros­ fica no mundo. Presto testemunho de
to, e ser-lhe-á dada.” (Tiago 1:5.) que esta é a obra do Senhor. Sei que
Fico imaginando se reconhecemos é verdadeira e que, vivendo segundo
a grande bênção que é o atendimento seus ensinamentos, teremos uma ale­
de nossas orações e poder pedir o de gria muito maior do que encontrare­
que necessitamos. mos de qualquer outra forma.
O maravilhoso discurso do Presi­ Que o Senhor nos abençoe nesse
dente Kimball, que Arthur (Haycock) sentido, eu oro em nome de Jesus
leu para nós no início da sessão, por Cristo. Amém.
Sessão de bem-estar “E, tardando o esposo, tosque-
2 de outubro de 1982 nejaram todas, e adormeceram,
“Mas à meia-noite ouviu-se um
Preparação para o clamor; aí vem o esposo, saí-lhe ao
encontro.
Amanhã “Então todas aquelas virgens se
levantaram, e prepararam as suas
lâmpadas.
“E as loucas disseram às pru­
dentes: Dai-nos do vosso azeite,
porque as nossas lâmpadas se apa­
gam.
“Mas as prudentes responderam,
dizendo: Não seja caso que nos fal­
te a nós e a vós; ide antes aos que
Bispo Victor L. Brown
o vendem, e comprai-o para vós.
Bispo Presidente
“E, tendo elas ido comprá-lo,
“Se fizerm os exatam ente o que as chegou o esposo, e as que estavam
autoridades nos aconselham . . . preparadas, entraram com ele pa­
não haverá necessidade de ra as bodas, e fechou-se a porta.
ajustam entos drásticos em “E depois chegaram também as
preparação para problem as outras virgens, dizendo: Senhor,
futuros.” Senhor, abre-nos.
“E ele, respondendo, disse: Em
oi-me sugerido como tema

F “Enfrentar os Problemas
de Hoje — A M elhor Pre­
paração para o F uturo” . Ponderan­
verdade vos digo que vos não co­
nheço.
“Vigiai pois, porque não sabeis
o dia nem a hora em que o Filho
do o assunto, concluí que, se en­ do homem há de vir.” (M ateus 25:
frentarmos os problemas atuais de­ 1-13.)
vidamente, não haverá necessidade
de preparação em pânico amanhã. Ponderando as lições desta pa­
Este ponto é ressaltado na parábo­ rábola, vemos que todas as virgens
la das dez virgens, registrada em tinham azeite nas lâmpadas. As cin­
Mateus: co prudentes, porém, possuíam uma
“Então o reino dos céus será se­ reserva para reabastecer suas lâm­
melhante a dez virgens que, to­ padas. As outras cinco m ostraram ­
mando as suas lâmpadas, saíram -se tolas e imprudentes. Assim,
ao encontro do esposo. quando chegou o esposo, encon­
“E cinco delas eram prudentes, trou-as despreparadas.
e cinco loucas. A parábola nos ensina ainda
“As loucas, tom ando as suas que a preparação que resolveria
lâmpadas, não levaram azeite con­ seu problema era uma coisa sim­
sigo. ples, cotidiana. A chegada do es­
“Mas as prudentes levaram azei­ poso não exigiu preparativos inco-
te em suas vasilhas, com as suas muns, complicados. A nossa pre­
lâmpadas. paração, igualmente, deve ser de­
liberada e capaz de resolver os
problemas de hoje. Devemo-nos
preparar passo a passo, conforme
inspiração do Senhor.
O Presidente David O. McKay
costumava contar a história de um
maquinista de trem. Vou comparti­
lhá-la convosco, conforme foi ano­
tada pelo Presidente Harold B.
Lee:
“Chegando à estação com seu
trem numa noite muito escura, um
passageiro perguntou timidamente
ao maquinista se não tinha medo
de conduzir a composição levando
quatrocentos ou quinhentos pas­
sageiros em meio às densas tre­
vas. Apontando para o poderoso
farol da locomotiva, o maquinista
respondeu: ‘Vou dizer-lhe uma
coisa: Quando eu sair desta esta­
ção, não rodarei um só metro no senta, com prudência e justiça, não
escuro. Vê aquela luz lá adiante? haverá necessidade de ajustamen­
Eu levo a locomotiva até onde ela tos drásticos em preparação para
alcança, e quando chegar lá, ela problemas futuros.
terá avançado outro tanto.’ Ao
Temo que muitos achem que o
que o Presidente McKay acres­
program a de serviços de bem-es­
centou: ‘Quero dizer-vos uma coi­
tar se destina principalmente para
sa: Durante toda essa escura noi­
os dias de calamidade. Não é ver­
te de incerteza, o Programa de
dade. Os princípios do programa
Bem-estar não seguirá nas trevas
de serviços de bem-estar destinam­
um só metro. Lembrai-vos disso.
-se a ajudar-nos a viver com pru­
Podemos ver apenas o próximo
dência todos os dias e a enfrentar
outubro como primeiro círculo de
luz. Dissemo-vos o que fazer nes­ com sucesso problemas sérios
tes próximos seis meses. Chegan­ quando surgem.
do ao fim deles, teremos nova luz Assim como as virgens não sa­
a nossa frente; e essa luz não nos biam que o esposo viria à noite,
faltará num único passo. Ensinai quando precisariam das lâmpadas,
vosso povo a seguir a luz, e eles nós também não sabemos a hora
estarão seguros em Sião, quando em que somos atingidos por pro­
surgirem forças destrutivas no blemas sérios, como doença ou de­
mundo.’ ” (W elfare agricultural semprego.
meeting, 5 de abril de 1969.) Tudo o que lemos e ouvimos
Se fizermos exatamente o que as nos noticiários de hoje sugere que
autoridades nos aconselham e vi­ chegaram os dias de calamidade.
vermos cada dia como se nos apre­ Em certo jornal, por exemplo, mais
de dois terços das manchetes e ar­ ference R eport, abril de 1937, p.
tigos referiam-se a problemas mun­ 26.)
diais como assassinatos, guerras, Em 1970, dizia o Presidente
falências, desemprego etc., deixan­ Harold B. Lee: “Há trinta anos,
do pouco lugar para notícias posi­ os líderes desta Igreja vêm-nos re­
tivas. Chega-se a pensar que tais comendando arm azenar mantimen­
condições são impossíveis. tos e preparar-nos para dias difí­
É certo que vivemos num mun­ ceis. Ouvimo-los, muitos não pres­
do conturbado. Há muitos desem­ taram atenção e agora, de repen­
pregados. O número de casos de te, começa o desastre, e alguns
insolvência pessoal, de empresas e dos imprevidentes estão correndo
nações é alarmante. Por todo la­ ao banco e retirando suas econo­
do, há guerras e rumores de guer­ mias para com prar. . . alimentos.”
ra. (Vide D&C 4 5 :2 6 .) A cruel­ (W elfare agricultural meeting, 4
dade do homem para com o ho­ de abril de 1970.)
mem é chocante. Os valores mo­ E finalmente, em 1974, o Presi­
rais degeneraram ao nível de So- dente Spencer W. Kimball: “A ter­
doma e Gomorra. A lista é imensa. ra não pode justificar nem conti­
Muitos desses problemas exis­ nuar sua vida sem o casamento e
tem hoje, porque não nos prepara­ a família. Relações sexuais fora do
mos ontem. Eles não são insupe­ matrimônio, para todas as pessoas,
ráveis para os que estão prepara­ jovens ou mais velhas, é uma abo-
dos. Tampouco causam surpresa minação diante do Senhor, e é um
aos que estavam atentos. Eis ape­ grande infortúnio que muitos te­
nas alguns pontos sobre os quais nham cegado seus olhos a essas
temos sido aconselhados: grandes verdades. . .
“M arido e esposa devem am ar e
Em 1935, dizia o Presidente ter carinho por seu cônjuge. Não
George Albert Smith: “Este pró­ devem destruir seu lar pelo divór­
prio dia no qual nos reunimos cio, e especialmente pela infideli­
aqui para adorar (o dia do Se­
dade e im oralidade.” (A Liahona,
nh o r), tornou-se um feriado para fevereiro de 1975, p. 38.)
este grande povo — um dia em Quantos problemas atuais pode­
que milhares desobedecem ao man­ riam ter sido evitados ou minimi­
damento dado por Deus há muito, zados, se tivéssemos seguido os
muito tempo, e estou convicto de poucos conselhos citados?
que grande parte dos problemas e Voltemos agora a um exemplo
sofrimentos que afligem e conti­ do que poderíamos fazer a fim de
nuarão afligindo a humanidade nos prepararm os para os proble­
tem origem no fato de ignorarem o mas de hoje e amanhã. Gostaria
m andamento de santificar o dia do de destacar especificamente a res­
Senhor.” ( Conference R eport, ou­ ponsabilidade dos pais com respei­
tubro de 1935, p. 120.) to à educação dos filhos.
Em 1937, afirmou o Presidente O Senhor é muito claro em suas
J. Reuben Clark J r .: “Evitemos as instruções:
dívidas como evitaríamos uma pra­ “E novamente, se em Sião ou
ga; se estivermos endividados, fa­ em qualquer de suas estacas orga­
çamos por nos livrar delas.” ( C on­ nizadas, houver pais que, tendo fi­
lhos, não os ensinarem a compre­ vez, durante uma entrevista, que
ender a doutrina do arrependim en­ sua educação começara vinte e
to, da fé em Cristo, o Filho do cinco anos antes. O entrevistador
Deus vivo, e do batismo, e do dom comentou um tanto surpreso: “Mas
do Espírito Santo pela imposição o senhor é famoso por seus mui­
das mãos, ao alcançarem oito anos tos anos na Universidade de Chi­
de idade, sobre a cabeça dos pais cago.”
seja o pecado. A resposta foi: “Naqueles anos,
“E eles também ensinarão suas fiz meus estudos escolares. Só de­
crianças a orar e a andar em reti­ pois que os terminei, começou mi­
dão perante o Senhor.” (D&C 68: nha educação.”
25,28.) Na seção oitenta e oito de Dou­
A ndar em retidão perante o Se­ trina & Convênios, o Senhor nos
nhor inclui tornar-se uma pessoa instrui:
responsável sob todos os aspectos “E vos dou o mandam ento de que
da vida. Os filhos devem ser in­ ensineis a doutrina do reino uns
centivados durante a vida escolar, aos outros.
particularm ente no segundo grau, “Ensinais diligentemente e a mi­
a fazer cursos básicos, mesmo que nha graça vos atenderá, para que
sejam mais difíceis, mas que os sejais instruídos mais perfeitamen­
preparem melhor para trabalhar te em teoria, em princípio, em dou­
ou seguir estudos superiores. trina, na lei do evangelho, e em to­
Independente do grau de estudo das as coisas que pertencem ao rei­
formal de nossos filhos, eles devem no de Deus, e que vos é conveniente
ter aprendido a importância da ex­ compreender;
celência em tudo o que fazem. “Tanto nas coisas dos céus como
Qualquer empreendimento tem va­ da terra, e de debaixo da terra; coi­
gas nos escalões superiores, en­ sas que existiram, que existem, e
quanto os inferiores estão sempre coisas que logo acontecerão; coi­
apinhados. Não im porta o campo sas daqui, e de além-mar; quanto
— bombeiro, médico, professor, às guerras e perplexidades das na­
fazendeiro, carpinteiro ou o que ções, e quanto aos julgamentos que
for — se nossos filhos aprenderem estão sobre a terra; e um conheci­
desde cedo a dar o melhor de si, mento também de nações e reinos —
estarão eminentemente mais bem “Para que, quando eu vos en­
preparados para as responsabilida­ viar outra vez, estejais preparados
des da vida. em todas as coisas, para magnifi-
Devemos ensinar aos filhos a car o chamado com o qual vos
importância dos estudos como ins­ chamei, e a missão com a qual
trumento para saber pensar e vos comissionei.
aprender. Eles precisam saber, e “E como nem todos têm fé, bus­
nós também, que o estudo escolar cai diligentemente e ensinai-vos
é apenas a parte formal da educa­ uns aos outros palavras de sabe­
ção. Esta não deve cessar nunca, doria; sim, nos melhores livros
sendo uma atividade contínua na procurai palavras de sabedoria;
vida. procurai conhecimento, mesmo pe­
O mundialmente renomado edu­ lo estudo e também pela fé.”
cando M ortimer Adler disse certa (D&C 88:77-80, 118.)
Se nós e nossos filhos quiser­ “E arrazoava ele entre si, dizen­
mos ser pessoas responsáveis e do: Que farei? Não tenho onde re­
capazes de cuidar devidamente de colher os meus frutos.
nossa família e outros parentes, “E disse: Farei isto: derribarei
precisamos preparar-nos para isso. os meus celeiros, e edificarei ou­
E a educação é um dos instrum en­ tros maiores, e ali recolherei todas
tos elementares e fundamentais as minhas novidades e os meus
dessa preparação. bens;
Notai que a educação segue o “E direi a minha alma: Alma,
mesmo curso sistemático dos ou­ tens em depósito muitos bens pa­
tros tipos de preparação. A segun­ ra muitos anos; descansa, come,
da série segue a primeira, a tercei­ bebe e folga.
ra segue a segunda, e assim por
“Mas Deus lhe disse: Louco,
diante, até o término do segundo
esta noite te pedirão a tua alma; e
grau, seguido então de curso pro­
o que tens preparado, para quem
fissionalizante ou superior. Isto
será?
nos leva de volta à premissa bási­
ca de que a preparação adequada “Assim é aquele que para si
para os problemas de hoje é a me­ ajunta tesouros, e não é rico para
lhor preparação para o futuro. com Deus.” (Lucas 12:16-21.)
Os pais devem também ensinar Quatorze anos atrás, na confe­
os filhos a adm inistrar seus recur­ rência de abril, disse o Presidente
sos financeiros, evitar dívidas, cui­ David O. McKay: “De todo o co­
dar da própria aparência e da boa ração, rogo aos membros da Igre­
aparência do meio em que vivem, ja e aos povos de todas as partes
ser confiáveis, trabalhar honesta­ que pensem mais no evangelho;
mente pelo que ganham e muitos no desenvolvimento do espírito;
outros princípios dos serviços de que devotem mais tempo às coisas
bem-estar. Em nenhum desses prin­ reais da vida, e menos às coisas
cípios encontramos um indício se­ transitórias.” (A Liahona, outubro
quer da filosofia da “calam idade” . de 1968, p. 3.)
Por mais importantes que sejam A preparação espiritual segue o
as necessidades físicas do homem, mesmo curso progressivo a que já
as necessidades espirituais as supe­ aludimos. Só se pode edificar o
ram em muito. É incontestável que am anhã sobre o que conseguimos
precisamos de alimento, abrigo, hoje. Todavia, não precisamos es­
roupas e outras coisas para viver. perar até am anhã para usufruir os
Todavia, podemos ter tudo isso resultados de nosso atual desenvol­
em abundância e nos faltarem as vimento espiritual. Seguindo con-
coisas que sustentarão a vida eter­ sistentemente os ensinos do Salva­
na. O Salvador ensinou-o de di­ dor, não precisamos andar em tre­
versas maneiras, como na parábo­ vas; pelo contrário, gozaremos a
la do homem rico. luz da vida. (Vide João 8:12.)
“E propôs-lhes uma parábola, Como pais, temos de ensinar e
dizendo: A herdade de um homem praticar tanto a preparação física
rico tinha produzido com abundân­ como a espiritual. Empenhemo-nos
cia; ao máximo a fim de evitar o re­
morso causado pela desobediência guardará a minha palavra, e meu
aos conselhos do Senhor e de seus Pai o amará, e viremos para ele,
ungidos. Sigamos a admoestação e e faremos nele morada.
o exemplo do Presidente Kimball “Tenho-vos dito isto, estando
quando diz: “Faça-o!” convosco.
Conforme disse o Senhor: “Nem “Mas aquele Consolador, o Es­
todo o que me diz: Senhor, Senhor!
pírito Santo, que o Pai enviará em
entrará no reino dos céus; mas
meu nome, esse vos ensinará todas
aquele que faz a vontade de meu
as coisas, e vos fará lem brar de tu­
Pai, que está nos céus!” (M ateus
7 :2 1 .) do quanto vos tenho dito.
Não queiramos voltar os olhos “Deixo-vos a paz, a minha paz
para daqui a vinte ou trinta vos dou: não vo-la dou como o
anos, dizendo: “Quantos problemas mundo a dá. Não se turbe o vosso
atuais poderíamos ter evitado, obe­ coração, nem se atemorize.” (João
decendo aos conselhos dados nos 14:23,25-27.)
anos 80?” Em vez disso, atentemos É essa paz que nos dá tranqüi­
para as recomendações das autori­ lidade interior em meio à confu­
dades e apliquemos os princípios são. É uma paz que transcende to­
dos serviços de bem-estar aos pro­ das as coisas materiais. Que pos­
blemas de hoje, preparando-nos samos enfrentar os problemas de
para o amanhã. Assim fazendo, po­ hoje, seguindo avante confiando
demos seguir avante com alegria, no amanhã, é minha humilde pre­
bom ânimo e confiança. ce em nome do Senhor Jesus Cris­
Diz Jesus: “Se alguém me ama, to. Amém.
Aplicação dos Princípios de
Bem-Estar no Lar:
Resposta para Muitos Problemas
Familiares
lho. Seu marido viajava a serviço
três dias por semana, deixando-a
sozinha com as responsabilidades
da casa e de duas crianças peque­
nas. Ao se casarem ela contava
apenas dezenove anos. Quase sem
experiência em educação infantil,
achava-se incapaz de criar seus
Irmã Barbara B. Smith filhos. Com freqüência, achava que
Presidente-geral da Sociedade de Socorro as crianças exigiam dela mais do
que seria justo e que as tarefas
A unidade e a espiritualidade domésticas eram esmagadoras. Em
familiar existem quando sua frustração, tornava-se cada vez
praticam os princípios com o amor, mais dura com as crianças até que
trabalho, serviço, autoconfiança e seu com portamento abusivo a as­
consagração. sustou. Sentindo-se só, envergonha­
da e incapaz, vivia em profundo
desespero. Que luz o evangelho lhe
eus queridos irmãos e oferecia?

M irmãs: “No princípio era


o Verbo” (João 1 :1 ) ou,
Ela e o marido se consideravam
bons membros da Igreja. Mas, que
de acordo com a tradução de Jo­ diferença isto fazia quando seus
seph Smith: “No princípio o evan­ filhos choravam, a pilha de roupas
gelho era pregado através do Filho. para lavar e passar era cada vez
E o evangelho era o verbo” (VJS mais alta, a carta de sua mãe con­
João 1 :1 ). E ainda, “Nele (no tinuava sem resposta e o vestido
Filho) estava o evangelho, e o que ela precisava fazer ainda nesta
evangelho era a vida, e a vida era semana para a festa da companhia
a luz dos homens.” (VJS João de seu marido, ainda estava por
1:4.) terminar?
Infelizmente, nem todos os ho­ Estas frustrações aumentavam
mens e mulheres apreciam a luz seu desânimo com sua atual situa­
que lhes foi reservada. Nem todos ção. Todas essas coisas faziam com
os que conhecem o evangelho sa­ que as bênçãos do evangelho pare­
bem como fazê-lo brilhar dentro cessem muito distantes.
de si. Felizmente, algumas pessoas aju-
Certa mulher achou que sua daram -na a aplicar os princípios
vida tinha pouco ou nenhum bri­ do evangelho na solução de muitos
problemas. Diante de sua apreen­ Mas, a tradução pela qual somos
são com a educação das crianças, responsáveis é a de converter as pa­
as professoras visitantes trouxeram lavras do evangelho em ações, ati­
um brinquedo especial para cada tudes e hábitos.
um dos filhos. Tinham selecionado O princípio do am or sugere ação
cuidadosamente brinquedos que quando diz “que vos ameis uns aos
poderiam ser utilizados por um outros”. (João 13:34.) Quando
adulto e uma criança ao mesmo estas palavras são traduzidas em
tempo, de m aneira a proporcionar determinado esforço visando mo­
momentos divertidos e educativos. dificar uma atitude que magoa,
Ensinaram a mãe a ter um me­ constrange ou entristece alguém
lhor relacionamento com os filhos que vos ama, passam a ser a res­
através de atividades. Essa senhora posta para a solução de um pro­
ficou surpresa ao perceber quão blema familiar. Estas poucas li­
felizes e receptivas as crianças pas­ nhas, escritas por uma esposa ao
saram a ser. Esperavam, ansiosas marido, demonstram a necessidade
a hora de brincar com a mãe. de fazer com que um princípio seja
Percebeu que suprindo suas neces­ mais que mera palavra:
sidades com as brincadeiras, eles
tornavam-se cada vez mais dóceis. Dia dos N am orados 1951
Estabelecido esse relacionamen­
to entre eles através das atividades Querido Bill,
em conjunto, seus filhos tornavam ­ Sinto que o amo mais hoje do
-se mais obedientes, no pegar suas que jamais o am ei nesses vinte e
roupas, recolher os brinquedos, e três anos de vida em comum. A p e ­
descansar. Com isso, ela teve mais sar de você sem pre m e falar do
tempo para organizar melhor suas seu afeto, nada m e convenceu mais
outras responsabilidades. Apren­ de que vòcê realmente se im porta
deu a ter mais consideração pelos comigo, do que sua recente pre­
filhos e a ser mais sensível aos paração para levar nossa família
seus interesses. Continua a lhes ao tem plo.
dispensar essa atenção especial. O A pesar das coisas maravilhosas
amor passou a ser, nesse lar, mais que fizem os juntos, sem pre houve,
que um conceito; passou a ser uma de minha parte certa tristeza, uma
maneira de atender suas necessi­ espécie de infelicidade oculta por
dades mútuas. não serm os realmente um. A gora
A palavra do evangelho, confor­ meu coração enche-se de grande
me é ensinada e aprendida é, para expectativa e alegria quando pen­
cada um de nós, o início. “Saber” so na união que podem os ter estu­
só, nem sempre é suficiente para dando as escritura juntos, com par­
trazer a luz prometida. Temos que tilhando os m esm os amigos, e,
viver cada palavra. Freqüentem en­ acima de tudo, as eternidades ago­
te, em nossa Igreja mundial, fala­ ra ao nosso alcance junto com
mos de tradução. Computadores nossos filhos, os filhos de nossos
estão sendo utilizados para ajudar, filhos e os filhos destes.
e centenas de lingüistas estão em­ M inha admiração por você vem
penhados nessa importante obra. crescendo à m edida que o vejo ter
sucesso no difícil com bate aos há­ culdades, deparavam-se agora com
bitos escravizadores que se haviam seus próprios problemas. Preocupa­
tornado parte de você. dos em servir seus filhos, haviam-se
Seus filhos, suas filhas e eu, não esquecido de servir um ao outro.
só estam os extrem am ente orgulho­ Sempre generosos com aqueles que
sos de você m as tam bém profun­ os cercavam, negligenciaram as
dam ente agradecidos. simples expressões de amor e preo­
C om amor, cupação de um para com o outro.
Ellen Agora que chegara a hora de des­
frutar toda a riqueza de suas expe­
Nem toda infelicidade conjugal riências vividas em conjunto, de­
é proveniente de maus hábitos pararam-se com um relacionamen­
óbvios. Alguns problemas desenvol­ to tenso. Estavam em débito e isto
vem-se silenciosamente, de manei­ os levava a críticas e reclamações.
ra quase imperceptível, devido a Seus anos de atividade na Igreja,
horários sobrecarregados e tarefas entretanto, haviam lhes ensinado
múltiplas. Vejam o exemplo do uma saída para a situação. Tinham
casal que vivera muitos anos em experimentado a luz do evangelho
função da Igreja e dos filhos. Os e agora ansiavam por ela.
filhos estavam agora crescidos e Descobriram que com uma nova
tinham saído de casa; os chamados visão dos princípios do evangelho,
da Igreja já lhes não exigiam tanto poderiam reaprender um a maneira
tempo; e, inesperadamente, eles de se ajudarem mutuamente. Perce­
que haviam dedicado tanto tempo beram que suas expressões de afeto
a outros, ajudando-os em suas difi­ durante os anos alegres que vive­
ram juntos lhes proporcionaram pouco dinheiro mas queria dar um
tal doçura e satisfação que eram presentinho de Natal a suas vizi­
especialmente reconfortantes. Sele­ nhas. Achava que nem recipientes
cionaram, então, alguns projetos baratos poderia comprar, mas esta­
que realizariam juntos no lar, en­ va confiante. Confeccionou lem-
contraram atividades significativas brancinhas encantadoras. Num dos
na Igreja, prepararam registros e lados de alguns saquinhos de papel
histórias familiares e aprenderam a pardo, ela aplicou um telhadinho
preservar outros documentos valio­ de papel branco, uma porta e ja­
sos. No próprio evangelho encon­ nelas e ainda as palavras “Feliz
traram os princípios de que preci­ Natal, Vizinha!” Essas casinhas de
savam, achando-os mais do que sacos de papel, recheadas com
adequados para a solução de seus fatias desidratadas de maçã, feitas
próprios problemas. em casa, foram presentes muito
G. K. Chesterton, num ensaio bem recebidos.
intitulado “Um Pedaço de Giz” , Esse mesmo tipo de engenhosi-
escreve sobre sua ida ao campo, dade para resolver problemas com
no sul da Inglaterra, para desenhar coisas que já se têm, pode ser
com giz colorido quando percebeu, apreciado ao vermos as encantado­
pesaroso, que tinha esquecido a ras jaquetas que uma mãe confec­
cor branca. Como estava muito cionou para seus filhos usando
longe de uma loja onde pudesse calças velhas dos garotos. Em cada
remediar a situação, achava que caso analisado, o trabalho, o ser­
sua expedição tinha sido inútil, até viço, o amor e a autoconfiança
que, descobriu estar sentado justa­ foram as chaves que abriram cami­
mente sobre uma rocha de giz nho para a solução dos problemas
branco. (R obert K. Thomas, ed., e satisfação das necessidades.
The Joy of Reading, Bookcraft, Muitos problemas são sérios e
1978, 35-40.) debilitantes, causando medo, senti­
Ali, numa campina de Sussex, mento de culpa e pesar no coração.
ele estava “sentado num imenso Freqüentemente, a maneira gentil
depósito de giz branco” . Pensar e compreensiva como nos relacio­
que não tinha giz, era como se um namos com as pessoas nas reu­
químico, em pleno oceano procu­ niões do sacerdócio, Sociedade de
rasse água salgada para realizar Socorro e atividades da Igreja, faz
experiências ou se alguém que esti­ com que elas encontrem seu cami­
vesse no deserto do Saara pro­ nho ou descubram a solução dos
curasse areia para encher uma am­ problemas. Muitas vezes é o braço
pulheta. Muitas vezes, a solução de solidário em seus ombros, e o sor­
nossos problemas está somente à riso encorajador que dão esperan­
espera de descobrirmos que já te­ ça ao sofredor e coragem para
mos a chave para a resposta. Pre­ tentar novamente ao deprimido.
cisamos é aprender a usá-la com Podemos ajudá-los a compreender
eficácia. que outros também lutam com pro­
Vemo-lo acontecer continuamen­ blemas; mas que a força da família
te na vida das pessoas. Um bom e do caráter, desenvolvidos pela
exemplo é o da mulher que tinha vivência dos princípios do evange­
lho, capacitam-nos a superar as pagas e nenhum a renda. Eles po­
dificuldades da vida. deriam recorrer a outros para ob­
Certa família foi abandonada ter ajuda; mas se estivessem dis­
pelo pai quando o filho mais novo postos a trabalhar juntos como fa­
estava com apenas quatro meses de mília, ela achava que consegui­
idade. Foi um acontecimento trau­ riam m anter a casa e transform á­
mático seguido por um divórcio -la novamente num lar feliz. Como
difícil; mas a mãe, corajosa, estava estavam dispostos a isso, cada
cheia de fé e determinada a fazer criança em idade de trabalhar en­
o possível para compensar a ausên­ controu um a m aneira de ganhar
cia do pai. algum dinheiro. Cortavam grama­
Descobriu, como muitos outros, dos, faziam entregas, cuidavam de
que o evangelho, traduzido em crianças, juntavam latas, e traba­
ação não só fornece a chave para lhavam em casa. Um dos filhos
a solução de muitos problemas de mais velhos ficou responsável pe­
bem-estar, mas também pode evi­ la conta do gás, outro pela conta
tá-los. Dificuldades que poderiam da luz; a mãe se incumbiu dos pa­
levar à dependência podem ser re­ gamentos da casa, limitando ao
solvidas trazendo força e felicida­ máximo os gastos gerais. Logo as
de. mensalidades ficaram em dia. Sal­
Essa mãe reuniu os filhos e ex­ daram as outras obrigações e ain­
plicou-lhes a situação. Havia con­ da investiram em algumas coisas
tas atrasadas e correntes a serem pequenas e baratas que poderiam
ajudá-los a ganhar mais dinheiro. provações por ela experimentadas;
Isto fez com que a mãe pudesse mas, a experiência de andar a pé,
ficar em casa. Alcançados esses viver em tendas e cozinhar em fo­
objetivos, os filhos já não preci­ go aberto poderia ter sido devas­
savam dar tudo o que ganhavam tadora para alguém acostumado ao
para as necessidades básicas da conforto em Jerusalém. Nós lemos
família. Livres da ameaça finan­ sim, sobre sua angustiante espera
ceira, a mãe sugeriu aos filhos que, quando temia que seus amados fi­
se quisessem continuar trabalhan­ lhos tivessem perecido, por oca­
do, poderiam cursar a faculdade, sião de seu retorno a fim de obter
sair em missão, e até viajar e ver as placas. (V er 1 Ne. 5 :2 .) Mas,
o mundo juntos. Os filhos conti­ apesar das dificuldades, ela amava
nuaram a ganhar e guardar dinhei­ e servia sua família. Com o retor­
ro. Aprenderam o valor do traba­ no dos filhos, ela soube com cer­
lho e da família, e têm acompanha­ teza que o Senhor havia ordenado
do a mãe a lugares que outros ape­ ao marido fugir para o deserto, e,
nas sonham conhecer. diante de seu retorno em seguran­
Tudo isso foi feito ao mesmo ça, ela sabia que o Senhor estava
tempo que cumpriam suas obriga­ com eles. (V er 1 Ne. 5 :8 .) As cir­
ções na Igreja. Estão sempre pron­ cunstâncias em que se encontra­
tos a testificar que a maior recom­ vam não mudaram; eles ainda dor­
pensa recebida das experiências do miam em tendas, mas ela estava
passado tem sido o crescimento alegre e confortada por saber que
espiritual. Pondo em prática prin­ o Senhor os estava guiando. Com
cípios tais como am or, trabalho, esta luz ela podia prosseguir e en­
serviço, autoconfiança e consagra­ frentar as dificuldades.
ção, receberam em troca a digni­
Qualquer que seja o grau de
dade da realização, unidade de
conhecimento do evangelho, pode­
propósito e uma intimidade entre
mos continuar a aprender sempre.
si e com o Senhor que transparece
Mas, aprender, é só o início. A ple­
imediatamente quando se está com
nitude das bênçãos vêm quando
eles.
A vida nos apresenta problemas adotamos os princípios e pautamos
a vida por eles. Quando vivemos
com certeza, e apesar de o evan­
gelho fornecer meios para encon­ esses princípios, é-nos prometido
trarmos as respostas, nem sempre que eles serão uma luz para nós.
as soluções aparecem rapidamente. Conhecendo essa luz, ela nos guia­
No entanto, lutando contra difi­ rá pela escuridão; e ao começar­
culdades, somos fortalecidos com mos a trazer essa luz ao nosso lar,
freqüência, só quando lutamos até ela servirá de guia para nossos
o máximo de nosso poder é que filhos, e para os filhos de nossos
percebemos que nosso Pai Celes­ filhos.
tial está perto. Que possamos perseverar, com
Sariah, esposa de Léhi, teve a um brilho perfeito de esperança,
angustiante experiência de abando­ sobrepujar os problemas e apreciar
nar o lar e os bens para viajar pa­ o amor de Deus e de todos os ho­
ra uma região desconhecida e de­ mens, eu oro humildemente, em
serta. Não temos um relato das nome de Jesus Cristo, amém.
Bênçãos Provenientes dos Projetos
Familiares de Trabalho
os sapatos de meus pais estavam
sempre brilhando, mas nossas
maiores oportunidades surgiam
quando recebíamos visitas. Costu­
mava misturar-me às visitas, per­
guntando se alguém queria que eu
engraxasse seus sapatos. Era co­
mum ver pessoas só de meias em
Dean Jarman nossa casa.
Presidente da Segunda Estaca da Anos mais tarde, papai chegou
Universidade de Salt Lake
em casa à noite, com outra idéia.
“O trabalho que nossa família “Por que vocês dois não vendem
realiza em conjunto tem enfeites de N atal?” Logo em se­
proporcionado um nível mais guida, lá estávamos nós em outra
elevado de amor, paz e união aventura. Íamos de porta em porta
no lar.” oferecendo nossos serviços e acei­
tando encomendas. Depois com­
s bênçãos advindas dos pro­ právamos os enfeites de um ata­

A jetos familiares de trabalho


são temporais e espirituais.
Os mandamentos dados a Adão
cadista e os entregávamos aos fre­
gueses. Durante vários anos papai
e mamãe passavam horas ajudan­
eram espirituais pois o próprio Se­ do-nos nesse projeto.
nhor disse que jamais deu a Adão Em meus anos de faculdade co­
um mandamento temporal. (V er mecei a perceber que havia mais
D&C 2 9 :3 5 .) O trabalho, como foi valores inerentes ao trabalho que
instituído no início desta terra, era o simples fato de ganhar dinheiro.
um princípio espiritual. Três pessoas deixaram impressões
No decorrer de minha vida, mui­ indeléveis em minha mente com
tas coisas têm-me influenciado a suas declarações. A primeira en­
querer ensinar nossos filhos a tra­ quanto eu estudava na Universi­
balhar. Em primeiro lugar, estão dade de Utah. O diretor do Insti­
as experiências vividas por mim tuto de Religião, Lowell L. Ben-
enquanto ainda morava no lar de nion, com partilhou comigo sua fi­
pais sábios e maravilhosos. Nosso losofia de como criar os filhos. Ele
primeiro projeto familiar de tra­ tinha uma grande horta e quando
balho começou quando eu tinha lhe perguntavam o que estava cul­
nove anos de idade. Certa noite, tivando, sua resposta não era a que
papai chegou em casa com uma se costumava ouvir, como tomates,
caixa de engraxate e encorajou­ milho ou cenouras. Dizia estar
-nos, meu irmão e eu, a ser indus- cultivando “garotos”.
triosos e ganhar algum dinheiro, A segunda declaração veio de
cobrando quinze centavos por par um estudante da BYU quando ex­
de sapato engraxado. É claro que plicava por que só ele entre todos
seus colegas de escola permanecera Como minha esposa e eu não
ativo na Igreja. Disse que fora por acreditávamos num sistema de do­
causa de uma vaca. nativos, passamos a estudar uma
Explicou que enquanto seus maneira de tornar nossa jovem fa­
amigos nada tinham a fazer depois mília auto-suficiente. Logo recebe­
das aulas, e começaram a se meter mos uma oferta de trabalho — ar­
em encrencas, ele tinha que ir pa­ rum ar e distribuir materiais de
ra casa todos os dias para orde­ propaganda a 5.000 casas. T raba­
nhar a vaca. Apesar de ressentir­ lhamos nesse projeto depois da es­
-se com isso na época, era desde cola, à noite e aos sábados. Todos
então muito grato a seus pais por foram envolvidos na organização
sua sabedoria, e à vaca. de vários materiais de propaganda.
A terceira declaração é de um Pai ou mãe ajudavam levando os
ex-presidente de missão ao comen­ filhos aos diferentes locais e tam ­
tar que muitos missionários não bém davam seu incentivo. O pro­
sabem trabalhar, quando chegam jeto foi repetido várias vezes. Nos­
ao campo missionário. Eles têm sos filhos estavam começando a
falta de experiência em como or­ ganhar dinheiro, e nós aprendemos
ganizar o tempo e também não que podíamos divertir-nos juntos
têm iniciativa. enquanto trabalhávamos.
Então elaborei, gradualmente, Depois de dois anos, em vez de
uma filosofia de trabalho. Quando maços de propaganda, passamos a
me casasse, queria atingir três me­ distribuir listas de telefone. Du­
tas: usar o trabalho como uma ma­ rante vários anos, carregamos nos­
neira de “criar filhos” ; cuidar que sa camioneta com livros e crian­
não tivessem muito tempo livre; e ças. Os dias eram quentes, as ho­
prepará-los para servirem verda­ ras longas, algumas ruas muito di­
deiramente ao Senhor. fíceis de se achar, alguns endereços
Após meu casamento com uma estavam incorretos, os livros eram
companheira maravilhosa, nosso muito pesados, algumas casas ti­
lar foi abençoado com a chegada nham entradas longas e íngremes,
de filhos. Em poucos anos encon­ outras, cachorros muito bravos;
tram o-nos com dez crianças — oi­ mas, nos divertimos. Algumas ve­
to meninos e duas meninas. Sabía­ zes, duas crianças iam para uma
mos que à medida que nossos fi­ mesma casa. Uma distraía o ca­
lhos fossem crescendo, teriam de chorro enquanto a outra entregava
ajudar a m anter nosso lar. Isto se os livros.
tornou evidente quando nossos Num verão, um dos garotos que­
quatro filhos mais velhos demons­ brou o pé enquanto trabalhava.
traram desejo de aprender a es­ Dentro de poucos dias, percebeu
quiar. Certo Natal compramos que não queria ficar de fora do
quatro pares de esquis usados de trabalho. Além do mais, ele ado­
madeira, alguns bastões e algumas rava esquiar. Logo passou a tra­
botas usadas. Na m anhã do Natal, balhar na parte traseira da camio­
nossos filhos, encantados com seus neta abrindo os pacotes de li­
esquis, aceitaram a responsabilida­ vros e dando instruções às crian­
de pela maior parte das despesas ças sobre quantos livros deveriam
futuras. ser entregues em cada casa.
Ao final de cada dia de traba­ outro lado da cidade para receber
lho, tínhamos histórias para con­ novas instruções. Após várias ho­
tar, episódios engraçados para rir ras de trabalho, meu segundo filho
e feitos heróicos para se vanglo­ olhou para mim e perguntou: “É
riar; e ninguém tinha problemas isto que vamos fazer durante todo
para dormir. Era divertido e ao o verão?”
mesmo tempo experimentávamos o Apesar das dificuldades, perse-
senso de realização, do dever cum­ veramos e agora estamos indo para
prido. o nosso quarto ano de atividades.
O projeto seguinte teve início Aprendemos a m anter o senso de
quando nosso filho mais velho co­ humor, mesmo com irrigadores
meçou a aparar gramados, um ano quebrados, porão inundado, chuva
antes da missão. Compramos um inesperada, um m otor de caminhão
caminhão 1962 que funcionava a fundido, equipamento enguiçado,
maior parte do tempo, um corta­ destruição acidental de uma árvo­
dor de grama, mais algum equipa­ re em miniatura premiada e ainda
mento de jardinagem. No primeiro quando uma das rodas da frente
ano, ele trabalhou praticamente do caminhão se soltou em meio a
sozinho, utilizando ocasionalmente tráfego intenso. Flá dias, porém,
ajuda de um irmão mais jovem. em que todas as peças do equipa­
No ano seguinte, decidi participar mento funcionam, o caminhão está
porque nenhum dos irmãos mais andando, o sol brilha, estamos no
jovens tinham carteira de motoris­ horário e alguém se esquece de fe­
ta. Fizemos propaganda, apresen­ char a carroceria do caminhão.
tamos orçamentos, recebemos re­ Um por um, todo o nosso equipa­
ferências e aumentamos o número mento vai caindo enquanto vamos
de nossos fregueses. Chegou o dia para a casa de nosso próximo fre­
de eu cortar meu primeiro grama­ guês.
do. Primeiro, o aparador de beira­ Alguém poderia perguntar por
das não quis funcionar, cruzei a que fazemos tudo isto. A resposta
cidade para receber instruções óbvia é: (1 ) todos os nossos filhos
sobre o que fazer. Quando voltei, adolescentes têm um fundo missio­
o cortador de grama tinha pifado. nário razoável; (2 ) todos os nos­
Tive que voltar mais uma vez ao sos filhos acima de onze anos sa­
bem que terão um emprego; (3 ) confiança. Ensinou-nos a fazer
não fazemos nenhum trabalho no muitos sacrifícios a fim de manter
domingo; (4 ) as crianças apren­ nossa reputação.”
dem habilidades valiosas; (5) E para encerrar, nosso garoto de
aprendem a controlar melhor seu quinze anos escreveu: “Os proje­
dinheiro e a distinguir entre neces­ tos familiares de trabalho têm-me
sidade e desejo; (6 ) e como pai, ajudado a controlar melhor meu
tenho tido oportunidades maravi­ dinheiro. Quando compro roupas
lhosas de ensiná-los enquanto tra­ e outras coisas, eu cuido delas por­
balhamos lado a lado. que sei quanto custaram e quanto
Isto não é tudo. H á certos valo­ trabalho foi necessário para poder
res difíceis de descrever mas que adquiri-las. Quando meus pais fa­
são reais. Domingo retrasado, ziam as compras, eu pensava ho­
atendendo ao pedido de sua mãe, nestamente que eles tinham uma
os meninos escreveram suas im­ fonte inesgotável de dinheiro. Por
pressões a respeito do trabalho isso não cuidava das minhas coi-
que faziam em conjunto, como fa­ "sas. O trabalho também me dá sa­
mília. tisfação e um bronzeado maravi­
Nosso filho de dezoito anos es­ lhoso.”
creveu: “Desde que me lembro, A mãe deles escreveu: “Quando
venho aprendendo o valor do tra­ vejo outras crianças com muito
balho duro e a necessidade de hon­ tempo livre, sou grata por nossos
rar os compromissos e o nome da filhos saberem que existem pessoas
família. Recordando minha expe­ que confiam neles. Às vezes eles
riência em projetos familiares, vejo têm que sacrificar desejos pessoais
como eles moldaram meu caráter em benefício de seu trabalho.”
e minha personalidade, ajudando- Quero acrescentar meus próprios
me a tom ar muitas decisões impor­ sentimentos. Nosso trabalho fami­
tantes. Convivendo com pessoas liar tem sido o grande causador de
diferentes, adquiri autoconfiança e mais amor, paz e união no lar.
maior facilidade de me expressar. Muitos vizinhos já comentaram co­
O mais importante sobre os proje­ mo nossos filhos realmente gostam
tos familiares de trabalho é que uns dos outros. Fico impressionado
proporcionam mais amor e respei­ ao testemunhar como nossos filhos,
to entre os membros da família.” desde pequenos, procuram aprimo­
O de treze anos, que corta gra­ rar a autoconfiança. O trabalho é,
ma há quatro anos, disse: “Os pro­ sem dúvida, um princípio espiri­
jetos familiares têm-me ajudado a tual e essencial. Nosso profeta nos
entender realmente como traba­ tem ensinado que “a vida não exis­
lhar. Quanto mais duro se traba­ te somente para diversão e brinca­
lha, melhor a gente se sente. Sou deira” .
grato por ter um relacionamento Presto testemunho de que o tra­
mais íntimo com meus irmãos e balho familiar, combinado à ora­
meus pais.” ção em família e ao estudo das
Nosso filho de dezesseis anos escrituras, contribuiu para assegu­
disse: “O trabalho dos projetos fa­ rar as bênçãos do céu às famílias
miliares nos ensinou a importância na terra. Em nome de Jesus Cristo,
da honestidade e de ser dignos de amém.
tos e roupas. No decorrer da vida,
Bênçãos da Pressão quase todas as pessoas já passaram
ou passarão por dificuldades eco­
Econômica nômicas. Em Eclesiastes, lemos
que “não é dos ligeiros a carreira,
nem dos valentes a peleja, nem
tampouco dos sábios o pão, nem
ainda dos prudentes a riqueza, nem
dos entendidos o favor, mas que
o tempo e a sorte pertencem a
todos” . (Eclesiastes, 9 :1 1 .)
O Salvador o confirmou, quan­
do disse, referindo-se ao Pai:
“ . . . porque faz que o seu sol se
Élder James £ . Faust levante sobre maus e bons e a chu­
do Q uorum dos Doze Apóstolos
va desça sobre justos e injustos” .
(M ateus 5:45.)
"As dispensações do evangelho As dispensações do evangelho
contêm lições que nos ajudam a contêm lições que nos ajudam a
com preender que certas com preender que certas calam ida­
calam idades são, na verdade, des são, na verdade, bênçãos. Em ­
bênçãos.” bora os exemplos a seguir tenham
significado bem maior para a hu­
nos atrás, o bispo James T. manidade em geral, também se

A Erekson, um sábio e bem


sucedido membro do sumo
conselho, fez uma declaração que
aplicam a nós individualmente,
quando enfrentamos provações.
O imenso sofrimento do Salva­
me impressionou profundamente: dor no Getsêmani e sua crucifica­
“Muitos da nossa geração desco­ ção foram calamidades; entretanto,
nhecem as bênçãos da adversidade o homem foi redimido da morte e
econômica!” Nesta manhã, vou inferno por seu sacrifício expiató­
falar sobre as bênçãos de se en­ rio. A dispersão de Israel pelo
frentar os desafios da pressão eco­ mundo espalhou seu sangue, de
nômica. maneira que agora muitos povos
Aparentemente, os economistas participam do plano do evangelho.
acham difícil decidir quando esta­ A história dos nefitas está repleta
mos em recessão ou depressão de provações, calamidades e sofri­
econômica. Alguém colocou a coi­ mento; mas tudo isso lhes trouxe
sa assim: “Recessão, período em força e progresso.
que é preciso apertar o cinto; de- O Senhor conhece os valores que
o ju p uiaj as ogu opuenb ‘ogssaid aprendemos das provações e adver-
para apertar.” ( Brande Speker sidades.
Encyclopedia, p. 46.) Todo ano é tempo para novas
Muitos países do mundo estão oportunidades. Charles Dickens
enfrentando dificuldades econômi­ inicia sua obra A Tale of Two
cas. Alguns perdem o emprego e Cities desta maneira:
bens adquiridos com trabalho duro. ‘Era o melhor dos tempos e o
Outros enfrentam falta de alimen­ pior dos tempos, era a idade da
sabedoria e a idade da loucura, para outros. Shakespeare, falando
era a época da fé e a época da pela boca de Duke, diz:
incredulidade, era a estação da Doces são os benefícios da
Luz e a estação das Trevas, era a adversidade,
primavera da esperança e o inver­ Que, à semelhança do sapo,
no do desespero, tínhamos tudo a feio e venenoso,
nossa espera e não tínhamos nada.” Usa preciosa jóia na sua cabeça.
(A Tale of Two Cities, p. 9.) (A s Y ou L ike It, ato II, cena 1
Em Leicester, na Inglaterra, linhas 12-14.)
uma velha igreja ostenta esta m ar­
cante inscrição: Os efeitos permanentes dos de­
safios econômicos são determ ina­
“No ano de 1654, quando todas
dos muitas vezes por nossa própria
as coisas nesta nação estavam sen­
atitude frente à vida. Diz certo
do demolidas ou profanadas, Sir
escritor: “De substâncias idênticas,
R obert Shirley, baronete, fundou e
um estômago extrai elementos nu­
construiu esta igreja. Louvado seja
tritivos, e outro, veneno; e assim
ele que fez as melhores coisas no
também os mesmos desapontam en­
pior dos tempos, e que nelas teve
tos na vida temperam e refinam o
esperança na maior calamidade.”
espírito de um homem e amargu­
Além das marés econômicas que ram o de outro.” (William Mat-
regem os negócios das nações, thews, W eb stefs Encyclopedia of
qualquer de nós pode ser atingido Dictionaries, New American Edi-
por dificuldades financeiras a qual­ tion, p. 864.)
quer tempo. Não existe garantia O Élder LeG rand Richards con­
contra dificuldades financeiras pes­ tou esta história a um jovem que,
soais. Estas podem ser causadas num momento de desespero, inda­
por toda espécie de infortúnios, in­ gou o que vale a vida:
cluindo todo tipo de desastres “Lembrai-vos da história dos
naturais como enchentes, incêndio dois baldes descidos num poço; um
e terremotos. Acidentes e enfermi­ deles voltou, dizendo: ‘Que mundo
dades podem resultar em inespera­ frio e triste! Não im porta quantas
das e desconcertantes contas médi­ vezes eu suba cheio, sou obrigado a
cas e hospitalares. Infortúnios de descer vazio.’ Ao que o outro balde
familiares podem requerer nossa riu e disse: ‘Comigo é diferente.
ajuda. Desemprego e inflação con­ Não im porta quantas vezes desça
seguem consumir rapidamente re­ vazio, sempre volto a subir cheio.’ ”
servas duramente economizadas. ( Conference R eport, abril de 1951,
A pressão econômica pode pro­ p. 40.)
duzir desafios pessoais. Desânimo O irm ão Joseph Stucki, membro
e frustração são companheiros co­ fiel da Igreja, faleceu após breve
muns do infortúnio. Ocasionalmen­ enfermidade na véspera do Natal
te, os problemas econômicos pre­ de 1927, deixando esposa e sete
judicam o relacionamento familiar. filhos, dos quais o mais velho se
Muitas vezes nos obrigam a passar encontrava em missão. Dois dos
sem as coisas que queremos ou filhos e uma sobrinha que a irmã
precisamos. O que é calamidade Stucki criava, foram arrebatados
para uns pode ser oportunidade pela morte. Outro filho partiu para
a missão, o que exigiu muito es­ Aprendemos o que é mais impor­
forço. Ela costurava para fora e tante para nós. Está aberto o ca­
vivia com uns poucos dólares minho para fortalecermos nossa fé
mensais provenientes de uma apó­ e testemunho.
lice de seguro. Segundo, aprendemos a necessi­
Nessa época difícil, a ala estava dade de humildade. Nossa depen­
distribuindo farinha de trigo entre dência do Senhor torna-se um
seus membros necessitados, tarefa meio de aprendermos a ser doutri-
designada a alguns rapazes, que le­ náveis, aspecto im portante da hu­
varam um saco de farinha à casa mildade.
da irmã Stucki. Achando que havia Terceiro, os familiares aprendem
na ala famílias mais necessitadas a cooperar e a se amarem pela
do que ela, recusou-se a recebê-lo necessidade de união para sobre­
com a justificativa de que estava viverem.
procurando ensinar independência Quarto, adquire-se dignidade
e auto-suficiência à família. E n­ pessoal e respeito próprio. Dizia
quanto membros dignos da Igreja alguém: “Alegrai-vos com os gran­
devem aceitar de bom grado auxí­ des obstáculos na vida e regozijai-
lio da Igreja oferecido pelo bispo, vos, também, por serem mais altos
a irmã Stucki procurou dar uma do que muitos se importam em
lição ao jovem que batera à sua vencer. Sede felizes por serdes nu­
porta. Esse jovem era seu próprio merosos.” (A nônim o.)
filho! Todos os filhos sobreviven­ Quinto, ela nos torna mais fortes
tes cursaram uma faculdade e tive­ e resistentes. Dizia Edm und Burke:
ram sucesso na vida. Eles viviam “A dificuldade é um instrutor se­
segundo o lema: “Arranje-se, com vero, colocado sobre nós pela or­
ou sem.” denança suprema de um Guardião
Disse um homem sábio: “O e Legislador paterno, que nos co­
Senhor consegue seus melhores nhece melhor que nós próprios e
soldados nos planaltos da aflição.” nos am a mais tam bém . . . Aquele
(C. H. Spurgeon, Sorrouw’s Disci­ que luta conosco fortalece nossos
pline, 9.) Algumas bênçãos da nervos e aguça nossa capacidade.
adversidade econômica: Nosso antagonista é nosso ajudan­
Primeiro, e talvez a mais impor­ te.” ( “Reflections on the Revolu-
tante, nossa fé e testemunho são tion in France”, E dm und Burke,
fortalecidos. O membro fiel da Harvard Classics, 24:299-300.)
Igreja aprende que em épocas de Sexto, aprendemos a ser pacien­
dificuldades econômicas, o Senhor tes. Às vezes, a adversidade econô­
ajuda aqueles que o procuraram mica dura mais tempo do que
cedo. (V er D&C 5 4 :10.) Os mem­ prevíamos. Aquele que aprender a
bros, porém, que não iniciaram suportar a adversidade enquanto
cedo a sua vida religiosa, podem se esforça por superá-la cresce em
resolver buscar o Senhor com maior paciência e assim não se deixa der­
diligência. Aprendemos a reconhe­ rotar pelas circunstâncias. Em
cer a mão do Senhor na ajuda re­ época de aflição econômica e so­
cebida. Em tempos difíceis, temos cial, certo povo do Livro de M ór­
oportunidade de reavaliar e reorde- mon foi exortado a suportá-la com
nar nossas prioridades na vida. paciência, a fim de não se deixarem
levar pela "tentação do diabo” : tizou-se em 1861, e nunca mais
(Alma 34:39.) pôde voltar para casa, devido à
Sétimo, alcançamos alturas antes oposição do pai. Emigrou para
inatingíveis, utilizando talentos e Utah em 1862, com um grupo de
habilidades que em outra situação santos escandinavos. Viveu uns
ficariam relegados ao abandono. poucos anos no Condado de Utah,
A necessidade econômica abre ca­ onde se casou com Benjamin Fran-
minho para experiências provei­ klin Barney, sendo logo convoca­
tosas. dos para colonizar o Vale Sevier.
Oitavo, aprendemos a confiar no Karen teve dez filhos; ficou viú­
Senhor, vencendo, assim o medo. va quando alguns deles ainda esta­
“Se estiverdes preparados não te- vam em casa. Como não tinha
mereis.” (D&C 38:30.) parentes a quem apelar, recorreu
Existem muitas maneiras de se aos conhecimentos adquiridos na
enfrentar dificuldades econômicas. fazenda paterna. Melhorou o gado
Às vezes somos obrigados a aceitar leiteiro usando os segredos de cria­
menos do que esperávamos rece­ ção aprendidos do pai. Em pouco
ber. Disse alguém, certa vez: “Pas­ tempo, seu gado era considerado o
sei por uma igrejinha que ostentava melhor da região, e ela pôde sus­
um grande cartaz, dizendo: ‘Festi­ tentar sua família. Até bem além
val Anual de M orango.’, e abaixo, dos oitenta anos, Karen ordenava
em letras miúdas: ‘Devido à de­ as vacas à noite e pela manhã, e
pressão, serão servidas ameixas.” cuidava da fazenda com auxílio
(Braude Speakers Encyclopedia, dos filhos e netos. Deixou um le­
p. 51.) gado de trabalho árduo e de co­
Karen Nielson nasceu em Aal- nhecimento de que nossa vida é o
borg, Dinamarca, em 1844. Era que dela fazemos. Nunca se esqui­
filha de fazendeiros. Ainda menina, vou das privações — elas pareciam
aprendeu do pai os segredos do apenas fortalecê-la.
bom manejo de gado leiteiro. Ba­ Sugeri oito bênçãos resultantes
de nosso empenho em vencer a recursos da família, destacam-se
adversidade econômica. Agora gos­ seu vigor espiritual, o qual pode
taria de sugerir seis maneiras de ser fortalecido pela oração em con­
não sermos vencidos pela pressão junto. Orçam entar o dinheiro em
econômica: conjunto produz uma união toda
! . Buscai prim eiro o reino de especial, exatamente como os con­
Deus. (V er Mateus 6 :3 3 .) Esta selhos de família. Devemos procu­
busca inclui o pagamento do dízi­ rar armazenar uma reserva de víve­
mo e uma generosa oferta de res, roupas e outras utilidades su­
jejum, sendo assim abençoados ficientes para um ano. Em tempos
espiritual e temporalmente por difíceis, atos de bondade são parti­
nossa obediência. Buscar primeiro cularmente necessários e aprecia­
o reino de Deus implica procurar dos. Dispondo de recursos limita­
guardar a lei do Apóstolo Tiago, dos, fica mais fácil ensinar os
chamada a “lei real” : “Amarás a filhos a gastar o dinheiro com
teu próximo como a ti mesmo.” sabedoria, inclusive poupar para
(Tiago 2 :8 .) Buscar primeiro o necessidades futuras. A família
reino de Deus implica guardar os pode ser lembrada a adotar uma
m andamentos divinos. A força es­ perspectiva eterna, em lugar de se
piritual provém de muitas fontes, concentrar nas coisas mundanas.
incluindo oração pessoal, estudo As organizações familiares são
das escrituras e disposição de úteis para ajudar parentes que ne­
“submeter-se a tudo quanto o Se­ cessitem de ajuda. É igualmente
nhor achar que lhe deve infligir” . importante aprender a aceitar de
(M osiah 3:1 9 .) Estas medidas bom grado auxílio da família.
dão-nos certa estabilidade tran­ 3. Exercer fé. O Salvador nos
qüila. lembra: “Tudo é possível ao que
2. Solidificar os recursos e pon­ crê.” (M arcos 9 :2 3 ). E novamen­
tos positivos da família. Entre os te: “Todas as coisas reverterão
para o vosso bem.” (D&C 90:24.)
A atitude com que nos submete­
mos a “tudo” é importante. Ajuda
muito manter sempre uma atitude
positiva e ter bom ânimo. A crença
de que “todas estas coisas te servi­
rão de experiência e serão para o
(nosso) bem ” é como que um es­
tabilizador espiritual. (D&C 122:7.)
4. Ser flexível no trabalho. Di­
zia Theodore Roosevelt: “Nenhum
homem precisa de simpatia por ter
de trabalhar. . . O melhor prêmio
que a vida oferece é a oportuni­
dade de trabalhar duro num tra­
balho que merece ser feito.” ( The
R eader’s D igest Treasury of M o­
d em Q uotations, p. 169.) Em
épocas de dificuldade econômica,
pode vir a ser necessário trabalhar observou: “Gerações de grandes
por menos dinheiro. Devemos estar pensadores vêm sonhando com
dispostos a aprender trabalhos no­ uma futura sociedade sem dinhei­
vos que tenham bom mercado. ro. No que se refere a alguns de
Muitos homens encontraram nova nós, já estamos à frente do nosso
alegria e satisfação empreendendo tempo.” (Levenson, “Y ou Don't
nova carreira totalmente alheia ao H ave to be in W ho’s Who to K now
antigo trabalho. Os membros da What’s W hat”, p. 184.) Opulência
família devem procurar meios de econômica não garante bênçãos
suplementar a renda familiar tra­ eternas, e dificuldades financeiras
balhando. Ser flexível em nossa não revogam convênios eternos.
atitude para com oportunidades de Diz o Élder Neal A. Maxwell:
trabalho pode ser a solução para “Uma depressão econômica seria
nos mantermos à tona, financeira­ horrível, mas não mudaria a rea­
mente falando. Trabalhar honesta­ lidade da imortalidade. A inevita­
mente pelo que ganhamos tem bilidade da segunda vinda não é
salvo muitos empregos. Também é afetada pela imprevisibilidade do
conveniente evitar auxílio governa­ mercado de valores. . . um caso de
mental, que nos rouba nossa digni­ câncer não cancela as promessas
dade e respeito próprio. do endowment do tem plo. . .
Disse David Grayson: “Descobri
“Tudo o que importa está glo­
que a felicidade é, quase sempre, riosamente intacto. As promessas
um ricochete do trabalho árduo.” estão em seu lugar. Cabe a nós
( The R eader’s Digest Treasury oi
fazer com que se cum pram .”
M odem Q uotations, p. 171.)
( Nothwithstanding M v Weakness,
5. E vitar dívidas. O Presidente p. 57.)
Reuben Clark Jr. nos ensinou a
Antes de apresentar a parábola
“evitar dívidas como uma praga"
do rico, cujos campos produziam
( Conference R eport, abril de 1937.
com abundância, Jesus disse:
p. 26.) É um conselho particular­
“Acautelai-vos e guardai-vos da
mente sensato nesta época de juros
avareza; porque a vida de qualquer
exorbitantes. A dívida e seu inevi­
não consiste na abundância do que
tável produto, os juros, são feito­
possui.” (Lucas 12:15.)
res impiedosos. Um ano e meio
atrás, neste Tabernáculo, ouvimos Diz o Senhor: “Não me inco­
a voz gravada do Presidente Clark modeis mais com este assunto.
dizendo: “Todo o que empresta “Mas aprendei que aquele que
deve saber o que são os juros; estes pratica as obras de justiça receberá
o acompanham a cada minuto do sua recompensa, sim, paz neste
dia e da noite.” ( Conference R e­ mundo e vida eterna no mundo
port, abril de 1938, p. 103.) vindouro.” (D&C 59:22-23.)
6. R eduzir despesas. Indagado Do fogo refinador da dificuldade
como certas pessoas de uma pe­ econômica podem surgir bênçãos
quena comunidade rural no sul de eternas capazes de ajudar a salvar
Utah se mantinham com seus m a­ famílias e exaltar seus membros,
gros ganhos, George Lyman res­ unindo e fortalecendo-os, o que
pondeu que eles “viviam sem testifico em nome de Jesus Cristo.
gastar” . Noutra ocasião, alguém Amém.
Sessão de Bem-estar os santos profetas desde o princí­
pio do mundo, e nunca me canso
O Caráter Celestial da de falar a respeito delas. Hoje vou
falar-vos a respeito do princípio da
A uto-suficiência auto-suficiência e de seu impacto
sobre nosso desenvolvimento espi­
ritual.
Desde o princípio dos tempos, o
homem vem sendo aconselhado a
ganhar seu sustento, tornando-se
assim auto-suficiente, independen­
te. É fácil de entender a razão de o
Senhor dar tam anha ênfase a esse
princípio, quando percebemos sua
Presidente Marion G. Romney íntima ligação com a liberdade.
Segundo conselheiro na Primeira Dizia a respeito o Élder Albert
Presidência E. Bowen: “O Senhor quer e ten-
ciona que seu povo viva livre de
"A chave para tornar a coação, seja ela imposta ou ape­
auto-suficiência espiritual é usar a nas decorrente de constrições da
liberdade para guardar os consciência. . . É por isso que a
m andam entos de Deus." Igreja não se satisfaz com nenhum
sistema que deixe pessoas capazes
rmãos e irmãs, tenho sido permanentemente dependentes, in­

I convidado tantas vezes a


falar nestas reuniões de
bem-estar, que começo a sentir
sistindo, pelo contrário, em que a
verdadeira função e finalidade da
assistência é ajudar as pessoas a
que deveria responder como cer­ ajudarem-se a si próprias e assim
to avô que conheci e que, co­ serem livres.” ( The Church Welfa-
mo já era bem avançado em re Plan, Gospel Doctrine M anual,
idade, certas pessoas achavam que 1946, p. 77.)
falava demais. Numa reunião de Pessoas bem -intencionadas cria­
ala, não quiseram chamá-lo, com ram muitos programas destinados
medo de que ultrapassasse seu tem ­ à assistência aos necessitados. E n­
po, mas chegaram à conclusão de tretanto, muitos deles visam mera­
que não era possível deixá-lo de mente “ajudar as pessoas”, em lu­
lado. Então o convidaram, mas gar de “ajudar as pessoas a ajuda­
com a ressalva de que deveria di­ rem-se a si próprias” . Nosso empe­
zer, em uma palavra apenas, como nho precisa ser sempre no sentido
conseguiu chegar a sua idade com de tornar auto-suficientes e inde­
tanta disposição para servir. Ele pendentes, as pessoas fisicamente
se levantou e falou: “Respirando. capazes.
Não vou ser tão conciso como ele, Tempos atrás, recortei um artigo
mas procurarei não me alongar. da revista R eader’s D igest ao qual
Amo as verdades simples conti­ já fiz menção mas ele merece ser
das nos princípios de bem-estar, lembrado. Diz assim:
como foram ensinadas por todos “Em nossa vizinha cidade de St.
Augustine, milhares de gaivotas es­ que os candidatos prometem fa­
tão morrendo de fome em meio zer pelos votantes com fundos do
à fartura. A pesca continua boa, governo. Tal prática, se universal­
mas as gaivotas não sabem mais mente aceita e im plantada em qual­
pescar. H á gerações elas depende­ quer sociedade, fará de seus cida­
ram dos barcos de pesca de cama­ dãos escravos.
rão, que lhes lançavam os refugos Não podemos dar-nos ao luxo
das redes. Agora os barcos se fo­ de nos tornarmos tutelados do go­
ram . . . verno, mesmo se tivéssemos direi­
“Os pescadores de cam arão cria­ to legal a isso. R equer um sacrifí­
ram um órgão assistencial para as cio demasiado em termos de res­
gaivotas. E estas deixaram de preo­ peito próprio e independência po­
cupar-se em aprender a pescar e lítica, tem poral e espiritual.
tampouco o ensinaram aos filho­ Em certos países, torna-se mui­
tes. Em vez disso, indicavam-lhes to difícil separar os benefícios me­
o caminho das redes de pesca. recidos dos imerecidos. Todavia, o
“Agora as gaivotas, os belos princípio é o mesmo em toda par­
pássaros livres quase que símbolos te: Procurar ser auto-suficiente e
da própria liberdade, estão mor­ não depender dos outros para nos­
rendo de fome, porque se deixa­ so sustento.
ram iludir pelo engodo do ‘algo Os governos não são os únicos
por nada!’ Sacrificaram sua inde­ culpados. Tememos que muitos
pendência em troca de esmolas. pais, na Igreja, estão transform an­
“Uma porção de gente é igual a do os filhos em “gaivotas simpló­
elas. Não vêem nada de mal em rias”, com sua permissividade e li­
abocanhar deleitáveis migalhas das beralidade com os recursos familia­
redes de impostos do governo. Mas, res. Pais que acostumam mal os fi­
o que acontecerá, quando os re­ lhos com respeito a dinheiro, são
cursos do governo se exaurirem? E tão culpados quanto o governo que
aos filhos das gerações futuras? dá propinas a seus cidadãos. Na
“Não sejamos como gaivotas verdade, a atuação dos pais nesse
simplórias. . . Temos de preservar aspecto, pode ser bem mais preju-
nossos talentos de auto-suficiência,
nossa capacidade de criar coisas,
nosso senso de economia e o ge­
nuíno amor à independência.”
( “Fable of the Gullible Gull” ,
R eaders’s Digest outubro de 1950,
p. 32.)
O costume de cobiçar e receber
benefícios graciosos arraigou-se de
tal form a em nossa sociedade, que
até mesmo homens abastados, do­
nos de meios de produzir mais ri­
quezas, esperam que o governo lhes
garanta seus lucros. As eleições fre­
qüentemente giram em torno do
dicial que qualquer program a do ma da independência acesa no co­
governo. ração e orgulho em seus feitos, não
Bispos e outros líderes do sacer­ consigam vencer os obstáculos que
dócio podem tornar-se culpados de encontram pelo caminho.
transform ar membros da ala em “Sabemos que, por meio de uma
“gaivotas simplórias” . Certos mem­ vida humilde, piedosa, laboriosa e
bros tornam-se financeira ou emo­ temente a Deus, podemos desen­
cionalmente dependentes do bispo. volver em nós uma fé capaz de
Propina é propina, venha de onde atrair as bênçãos do Pai Celeste,
vier. Toda ação da Igreja e da fa­ bom e misericordioso, e ver, lite­
mília deve visar a auto-suficiência ralmente, sumirem nossas dificul­
e independência de nossos filhos e dades e ter asseguradas nossa li­
membros. Nem sempre podemos berdade e independência.” ( Con­
controlar os programas governa­ ference R eport, abril de 1948, p.
mentais, mas temos controle sobre 5.)
nossos lares e congregações. Ensi­ A auto-suficiência não é um fim
nando e vivenciando esses princí­ em si, mas um meio para um fim.
pios, podemos minimizar em gran­ É perfeitamente possível uma pes­
de parte os efeitos negativos de soa ser plenamente independente,
eventuais programas governamen­ embora carente de qualquer outro
tais. atributo desejável. A pessoa pode
Sabemos perfeitamente que algu­ am ealhar riquezas e nunca ser obri­
mas pessoas não têm condições de gada a pedir qualquer auxílio;
se tornarem auto-suficientes. É a mas, a menos que essa independên-
elas que se referia o Presidente
Henry D. Moyle, quando disse:
“Esse grande princípio não ne­
ga ao necessitado e ao pobre a ne­
cessária assistência. Os totalmente
incapacitados, os idosos e enfermos
são assistidos com todo carinho; de
toda pessoa fisicamente apta, con­
tudo, espera-se que se empenhe ao
máximo para evitar dependência,
se tiver condições; encarar a ad­
versidade como tem porária; combi­
nar sua fé com a capacidade de
trabalhar honestamente; reabilitar­
-se bem com sua família, conquis­
tando uma posição de independên­
cia; sempre minimizar a necessida­
de de ajuda e suplementar qual­
quer auxílio recebido com seu pró­
prio empenho.
“Cremos ser raro que homens
de profunda fé, autêntica coragem
e firme determinação, tendo a cha­
cia esteja ligada a alguma meta es­ se o seu próprio árbitro; e lhe dei
piritual, isto é capaz de corroer sua mandamentos, mas nenhum m anda­
alma. mento temporal lhe dei eu, pois os
O programa de bem-estar tem meus m andamentos são espiri­
cunho espiritual. Ao ser iniciado tuais.” (D&C 29:34-35.)
em 1936, o Presidente McKay fez A escritura nos diz que não exis­
esta astuta observação: te mandam ento temporal. Diz tam ­
“O desenvolvimento de nosso bém que o homem deve ser “seu
caráter espiritual deveria ser nos­ próprio árbitro” . E o homem não
so principal cuidado. A espiritua­ o pode ser sem ser independente.
lidade é o supremo atributo da al­ Isto mostra que independência e
ma, o lado divino do homem; ‘o auto-suficiência são chaves essen­
dom supremo, régio, que o torna ciais para o progresso espiritual.
rei de todas as coisas criadas’. É a Sempre que chegamos a uma situa­
consciência da vitória sobre o ego ção que ameaça nossa independên­
e a comunhão com o infinito. So­ cia, veremos que nossa liberdade é
mente a espiritualidade nos dá o igualmente ameaçada. Sempre que
melhor na vida. aumenta nossa dependência, vere­
“É louvável fornecer roupas ao mos que imediatamente decresce
escassamente vestido, suplementar nossa liberdade de agir.
a mesa mal suprida, dar trabalho Assim, pois, devemos ter apren­
aos que lutam desesperadamente dido que a auto-suficiência é um
com o desespero provocado pela requisito prévio para a total liber­
indolência forçada; contudo, depois dade de ação. Todavia, aprende­
de tudo dito e feito, as maiores mos igualmente que auto-suficiên­
bênçãos decorrentes do programa cia não tem nada de espiritual, a
de bem-estar da Igreja são espiri­ menos que saibamos usar correta­
tuais. Aparentem ente, todas as pro­ mente essa liberdade. O que, então,
vidências são dirigidas ao físico: re­ devemos fazer, a fim de crescer es­
cuperação de roupas, enlatamento piritualmente depois de alcançada
de frutas e hortaliças, armazena­ a independência?
mento de mantimentos, escolha de A chave está em usar a liberda­
terras férteis — tudo parece estri­ de para guardar os mandamentos
tamente tem poral; porém, todos de Deus. As escrituras são bem cla­
esses atos são permeados, inspira­ ras, quando dizem que é dever dos
dos e santificados pelo elemento da que têm, dar aos necessitados.
espiritualidade.” ( Conference R e­
Dizia Jacó, falando ao povo de
port, outubro de 1936, p. 103.)
Néfi:
Em Doutrina e Convênios, le­
mos: “Portanto, na verdade vos “Prezai vossos irmãos como a
digo que todas as coisas me são es­ vós mesmos; sede amáveis para
pirituais, e em tempo nenhum vos com todos e liberais com vossos
dei uma lei que fosse temporal; bens, para que eles possam ser ri­
nem a homem algum, nem aos fi­ cos como vós.
lhos dos homens; nem a Adão, vos­ “Mas, antes de buscardes as ri­
so pai, a quem criei. quezas, buscai o reino de Deus.
“Eis que eu concedi que ele fos­ “E, depois de haverdes obtido
uma esperança em Cristo, conse- guardarás todos os meus manda­
guireis riquezas, se as procurardes; mentos.
e procurá-las-eis com o fito de pra­ “E eis que tu te lembrarás dos
ticar o bem; para vestir os nus, ali­ pobres, e para o seu sustento con-
m entar os famintos, libertar os pre­ sagrarás das tuas propriedades.”
sos e dar conforto aos doentes e (D&C 42:29-30.)
aflitos.” (Jacó 2:17-19.) No mesmo mês, o Senhor voltou
Em nossa dispensação, quando ao assunto. Evidentemente os ir­
a Igreja contava apenas nove me­ mãos estavam sendo um pouco
ses de existência, disse o Senhor: omissos, não se empenhando co­
mo deveriam.
“E para vossa salvação vos dou
um mandamento, pois ouvi as vos­ “Eis que vos digo que deveis vi­
sas orações, e os pobres se queixa­ sitar os pobres e necessitados e ad­
ministrar-lhes alívio.” (D&C 44:
ram perante mim, e aos ricos fiz
6 .)
eu, e toda carne é minha, e não fa­
ço acepção de pessoas.” (D&C As escrituras estão repletas de
38:16.) mandamentos referentes à obriga­
ção de cuidar dos pobres; por isso,
Esta revelação foi dada no dia
não insistirei no assunto. Sempre
2 de janeiro de 1831. No mês se­ me pareceu paradoxal que o Senhor
guinte, outra revelação do Senhor tenha de mandar fazer as coisas
dizia: que são para o nosso próprio bem.
“Se tu me amas, me servirás e Diz ele:
“ Q u e m achar a sua vida, perdê­ o espiritualmente fraco não pode
-la-á; e quem perder a sua vida por dar orientação espiritual.
amor de mim, achá-la-á.” (Mateus Existe uma interdependência en­
10:39.) tre os que têm e os que não têm.
Perdemos nossa vida servindo e Dar exalta o pobre e humilha o ri­
edificando o próximo, e assim sen­ co. Nesse processo, ambos são san­
timos a única verdadeira e eterna tificados. O pobre, liberto da ser­
felicidade. Servir não é algo que vidão e limitações da pobreza, co­
temos de suportar na terra, a fim mo homem livre está em condições
de adquirir o direito de viver no de atingir seu pleno potencial, tan­
reino celestial. Servir é a própria to temporal como espiritualmente.
fibra de que é feita a vida exalta­ O rico, repartindo o que lhe sobra,
da no reino celestial. participa do eterno princípio do
Sabendo que servir é o que pro­ dar. Depois que a pessoa se torna
porciona satisfação ao nosso Pai auto-suficiente, ela passa a ajudar
nos céus, e sabendo que nós que­ os outros, e assim o ciclo se per­
remos estar onde ele está e ser co­ petua.
mo ele é, por que precisamos ser
Todos somos auto-suficientes
mandados servir-nos mutuamente?
sob certos aspectos, e dependentes
Glorioso será o dia em que essas
em outros. Por isso, cada um de
coisas acontecerão naturalmente,
nós deve empenhar-se em ajudar os
devido à pureza de nosso coração.
outros nos aspectos em que somos
Nesse dia, não mais haverá neces­
mais fortes. Paralelamente, nosso
sidade de mandamento, porque te­
orgulho não deve impedir-nos de
remos experimentado pessoalmente
aceitar a mão prestativa, quando te­
que somos realmente felizes só
mos uma real necessidade. Recusá­
quando engajados em serviço ab­
-la seria negar à outra pessoa a
negado. Usemos a liberdade pro­
oportunidade de uma experiência
veniente da auto-suficiência, dan­
edificante.
do e servindo.
Será que percebemos a impor­ Novamente repito que o princí­
pio da auto-suficiência e indepen­
tância crítica da auto-suficiência,
dência é espiritual, assim como to­
quando olhada como requisito pré­
vio para servir, sabendo ainda que dos os demais princípios do pro­
servir é a essência da divindade? grama de bem-estar. Não se trata
Sem auto-suficiência, não se pode de um programa para dias de cala­
exercer o inato desejo de servir. midade, mas um programa para ho­
Como é possível dar, quando não je. Uma das três áreas ressaltadas
há nada para dar? Alimento para o num recente pronunciamento acer­
faminto não se tira de prateleiras ca da missão da Igreja é aperfei­
vazias. Dinheiro para ajudar ao ne­ çoar os santos, justamente o objeti­
cessitado não pode sair de bolso vo do programa do bem-estar. H o­
vazio. Apoio e compreensão não je é o tempo para aperfeiçoarmos
podem vir do emocionalmente ca­ nossa vida. Que continuemos fiéis
rente. O ignorante não pode ensi­ a estas verdades, eu oro em nome
nar. E mais importante que tudo. de Jesus Cristo. Amém.
Reorganizada a
Primeira Presidência
Foi anunciada no dia 2 de de­
zembro de 1982, pelo Presidente
Spencer W. Kimball, a reorganiza­
ção da Primeira Presidência, em
virtude do falecimento do Primeiro
Conselheiro Presidente N. Eldon
Tanner no dia 27 de novembro.
O Presidente M arion G. Romney
foi chamado como Primeiro Conse­
lheiro e o Presidente Gordon B.
Hinckley assume agora as respon­
sabilidades de Segundo Conselheiro.
Falecimento do Presidente
N. Eldon Tanner

“Esta é a obra do Senhor e sei


que é verdadeira”, são suas palavras
do testemunho prestado na confe­
rência geral de outubro de 1982.
Destacando-se por seu grande
zelo e dedicação, foi chamado co­
mo autoridade geral em 1960. Dois
anos após foi apoiado como mem­
bro do Quorum dos Doze Apósto­
los e foi conselheiro de quatro pre­
sidentes: David O. McKay, Joseph
Fielding Smith, Harold B. Lee e
Spencer W. Kimball.
O profeta disse que a morte do
Milhares de pessoas consterna­ Presidente Tanner foi uma grande
das compareceram dia 30 de no­ perda para sua família, para a Igre­
vembro de 1982 ao funeral do ja e para o m undo. . . “Nossa ami­
Presidente N. Eldon Tanner. Aos zade foi afetuosa e mui bela. Oh,
oitenta e quatro anos, o primeiro como teremos saudades!”
conselheiro na Primeira Presidência
O Presidente Tanner nasceu na
faleceu em sua casa, na Cidade do
Cidade do Lago Salgado em 1898
Lago Salgado, sábado, dia 27 de
novembro de 1982, vítima de um mas viveu a maior parte desses anos
ataque cardíaco. em Alberta, Canadá, onde se de­
Presidente Tanner dedicava-se senvolveu em muitos campos e me­
em tempo integral às suas respon­ receu lugar de destaque na edu­
sabilidades, embora durante muitos cação, governo e negócios, além dos
anos e até a sua morte tenha so­ inúmeros chamados na Igreja.
frido de mal crônico do sistema Deixa sua esposa, Sarah, cinco
nervoso que enfraquecia e dificulta­ filhas casadas, vinte e quatro netos
va sua fala. e cinqüenta bisnetos.
Precisamos
Ir ao Templo?
Quantas vezes você já formulou es­ Que valor dou a convênios?
ta pergunta? Qual a relação entre convênios eter­
Aqui estão mais algumas perguntas. nos e as provações de cada dia?
Medite nelas e ache a resposta: O profeta é assíduo freqüentador
Quem mais se beneficia quando vai dos Templos. Você sabe por quê?
ao Templo? Fazer gastos específicos para a
Estou aplicando em minha vida e viagem ao Templo constitui uma
da minha família os ensinamentos opção de investimento recomendá­
obtidos no Templo? vel? Por quê?
Sacrifício e
Testemunho
E ntre tantas histórias de real sa­ dinheiro das passagens e alim enta­
crifício que m uitos irm ãos fazem ção p a ra toda a fam ília.
p ara cum prir os m andam entos, e Irm ão V ictor ficou m uito feliz
virem ao T em plo do Senhor, reali­ com esta oportunidade de en trar
zar seus convênios sagrados, no iní­ num T em plo, e especialm ente de
cio de dezem bro passado pudem os efetuar seu casam ento eterno, e
conhecer um a bem com ovente. assim se expressou, tran sb o rd an d o
de alegria: “V aleu todo o sacrifí­
Irm ão V ictor E d u a rd o Bedon cio, faria de novo, se fosse neces­
Gom es, com sua esposa, Celinda sário. M eu espírito está fortalecido,
F ernandes de Bedon, e três filhas sinto mais forte o am or por meus
M aria Del Pilar, C laudia C aterine e fam iliares e por nosso C riador. Sou
Cyrielle, depois de fazerem m uitas agradecido tam bém por poder estar
contas e planejarem tudo, viajaram neste alojam ento, com todo o con­
oito dias de ônibus desde Lim a, forto, junto ao T em plo e com um
Peru até São Paulo. custo acessível, que me perm ite
Além do desgaste físico, foi p re­ concretizar este grande sonho de
ciso m uito sacrifício p ara ju n ta r o nossa fam ília.”

Novo Preço da Assinatura

Conforme já divulgamos na edição de novembro passado, o preço


da assinatura anual será alterado.
A partir de F E V E R E IR O /83 o preço estabelecido será d e ............
Cr$ 800,00 anuais.
Renove, AG O RA, sua assinatura pelo preço antigo, utilizando o
comprovante bancário que foi incluído nesta edição.
COMPROVE:
12 números da melhor revista da Família Mórmon custam menos
do que 2 semanas de jornais diários!

JANEIRO DE 1983 V
Notícias do
Alojamento
do Templo
Dos Preços:
Pelo preço de um almoço, você tem
no alojamento (na Praça do Tem ­
plo)
a diária completa Cr$ 1.800,00
1/2 diária (5 a 12
anos) Cr$ 900,00
Crianças até 5 anos não pagam.
(A diária inclui alojamento e as 3
refeições do dia.)
Das Reservas
Podem ser feitas por telefone (011)
815-7916 com irm ão Campanela e — Estacionamento, telefone pú­
esposa, missionários responsáveis blico,
pelo alojamento e bom atendimen­ — Segurança completa contra in­
to, no horário de 7 às 22 horas. cêndio em todas as dependên­
Escreva para o seguinte endereço: cias,
Alojamento do Templo
Av. Prof. Francisco M orato, 2430
05512 - São Paulo - SP
Sugerimos 15 dias de antecedência
para as reservas de estadia.

Do Uso

— Instalado num dos prédios da


Praça do Templo, elimina qual­
quer despesa de locomoção pa­
ra o Templo. Dispõe de
— Um playground para as crian­ — Restaurante à disposição em
ças, horários convenientes, equipado
— Uma quadra de esportes, com máquinas modernas garan­
— Apartam ento com banheiros de tindo-lhe completa higiene e es­
água quente, terilização.
— Higiene a toda prova, — Bebedouros com água gelada e
— Roupas de cama mudadas dia­ filtrada nos cinco andares.
riamente, — Elevadores.
Saúde dos SUD
Citada como
Exemplo
A Sociedade Australiana de C ân­ os excessos com álcool, aumento
cer e a Universidade Nacional de peso, café, picles e alimentos
Australiana publicaram, em seu defumados, alimentos tostados, ci-
país, o baixo índice de câncer en­ clamatos, sacarina e carboidratos
tre os mórmons, conforme dados contam inados por fungos.”
fornecidos pelos Estados Unidos. O professor Williams acrescenta
O professor John Williams, che­ que uma dieta apropriada é rica
fe do departam ento de bioquímica em fibras e vegetais como bróco-
e presidente da Sociedade Austra­ los, couve de Bruxelas, repolho e
liana de Câncer acrescenta no couve-flor, com as vitaminas C
“ANU R epórter” (periódico uni­ e A.
versitário): “A porcentagem de
Em sua opinião, oitenta por
morte causada por câncer entre os
cento dos casos poderiam ser evi­
santos dos últimos dias é 25 por
tados se o conhecimento atual da
cento menor do que entre toda a
prevenção do câncer fosse posto
população.”
em prática.
Ele faz uma com paração entre
a pequena porcentagem de câncer Um estudo realizado pelo Ins­
entre os santos e membros de ou­ tituto Nacional do Câncer, em no­
tras igrejas e a abstinência de fu­ vembro de 1981, mostrou que,
mo, bebidas, temperos fortes e sexo enquanto entre os habitantes de
fora do casamento. U tah a proporção para o câncer
Defende ainda a educação como está de quatro para um, entre os
medida preventiva a fim de que as americanos em geral é de três para
pessoas estejam “preparadas para um.
modificar seus hábitos alimentares Recentes pesquisas revelaram
e estilo de vida. Está absolutam en­ que os poucos moradores do esta­
te correta a afirmação de que o do com câncer têm-no em sua for­
fumo provoca o câncer no pulmão, ma mais implacável — o câncer
assim como são desaconselháveis no pulmão.
JANEIRO FEVEREIRO
04 ■São Bernardo 01 -
05 - São Paulo/SP Leste 02 - São Pauio/SP Leste
06 - SP Ipiranga 03 - SP Ipiranga
07 - Santo Am aro/Santo André 04 - Santo Am aro/Santo André
08 - São Vicente/R J-Niterói 05 - São Vicente
11 - 08 - São Bernardo
12 - SP Perdizes 09 - SP Perdizes
13 - SP Norte 10 - SP Norte
14 - SP Oeste 11 - SP Oeste
15 - Santos/Campinas 12 - Curitiba-Bacacheri
18 - São Bernardo 15 - Novo Hamburgo
19 - São Paulo/SP Leste 16 - São Paulo/SP Leste
20 - SP Ipiranga 17 - SP Ipiranga
21 - Santo Am aro/Santo André 18 - Santo Am aro/Santo André
22 - Londrina/RJ-Andaraí 19 - RJ-M adureira/Santos/
26 - SP Perdizes Cam pinas/Rio Claro
2 7 -SP Norte 22 - São Bernardo
28 - SP Oeste 23 - SP Perdizes
29 - C uritiba-Leste/R io de Janeiro 24 - SP Norte
25 - SP Oeste
26 - RJ-Petrópolis/RJ-Andaraí

MARÇO ABRIL
01 - 01 - Santo Am aro/Santo André
02 ■São Paulo/SP Leste 02 - São Vicente
03 - SP Ipiranga 05 - São Bernardo
04 - Santo Am aro/Santo André 06 - SP Perdizes
05 - São Vicente/R J-Niterói 07 - SP Norte
08 - São Bernardo 08 - SP Oeste
09 - SP Perdizes 09 - RJ-Madureira
10 - SP Norte 12­
11 - SP Oeste 13 - São Paulo/SP Leste
12 - Rio de Janeiro/Santos 14 - SP Ipiranga
15­ 15 - Santo Am aro/Santo André
16 - São Paulo/SP Leste 16 - RJ-Andaraí/Santos/Campinas
17 - SP Ipiranga 19 - São Bernardo
18 - Santo Am aro/Santo André 20 - SP Perdizes
19 - RJ-Andaraí/Campinas 22 - SP Oeste
22 - São Bernardo 23 - RJ-Petrópolis
23 - SP Perdizes 26­
24 - SP Norte 27 - São Paulo/SP Leste
25 - SP Oeste 28 - SP Ipiranga
26 - C uritiba 29 - Santo Am aro/Santo André
29­ 30 - Ponta Grossa
30 - São Paulo/SP Leste
31 - SP Ipiranga
MAIO JUNHO
03 - São Bernardo 01 - São Paulo/SP Leste
04 - SP Perdizes 02 - SP Norte
05 - SP Norte 03 - SP Oeste
06 - SP Oeste 04 - São Vicente/Curitiba-Sul/
07 - São Vicente Curitiba-Norte/RJ-Petrópolis
10­ 21 - São Bernardo
11 - São Paulo/SP Leste 22 - SP Perdizes
12 - SP Ipiranga 23 - SP Ipiranga
13 - Santo Am aro/Santo André 24 - Santo Am aro/Santo André
14 - Jo in ville /R io de Janeiro/Santos 25 - Londrina/RJ-Andaraí/Santos
17 - São Bernardo 28­
18 - SP Perdizes/SP Leste 29 - São Paulo/SP Leste
19 - SP Norte 30 - SP Norte
20 - SP Oeste
21 - RJ-Niterói/Campinas
24­
25 - SP Perdizes
26 - SP Ipiranga
27 - Santo Am aro/Santo André
28 - RJ-Andaraí
31 -

JULHO AG O STO
01 - SP Oeste 02­
02 - São Vicente 03 - SP Perdizes
05 - São Bernardo 04 - SP Ipiranga
06 - SP Perdizes 05 - Santo Am aro/Santo André
07 - SP Ipiranga 06 - São Vicente
08 - Santo Am aro/Santo André 09 - São Bernardo
09 - RJ-Madureira 10 - São Paulo/SP Leste
12­ 11 - SP Norte
13 - São Paulo/SP Leste 12 - SP Oeste
14 - SP Norte 13 - Rio de Janeiro/Santos
15 - SP Oeste 16­
16 - Santos/Campinas 17 - SP Perdizes
19 - São Bernardo 18 - SP Ipiranga
20 - SP Perdizes 19 - Santo Am aro/Santo André
21 - SP Ipiranga 20 - RJ-Petrópolis/Campinas
22 - Santo Am aro/Santo André 23 - São Bernardo
23 - C uritiba Leste/RJ-Niterói 24 - São Paulo/SP Leste
26­ 25 - SP Norte
27 - São Paulo/SP Leste 26 - SP Oeste
28 - SP Norte 27 - RJ-Andaraí/Rio Claro
29 - SP Oeste 30­
30- 31 - SP Perdizes
SETEMBRO OUTUBRO
01 - SP Ipiranga 01 - São Vicente
02 - Santo Am aro/Santo André 04 - São Bernardo
03 - São Vicente 05 - SP Perdizes
06 - São Bernardo 06 - SP Norte
08 - SP Norte 07 - SP Oeste
09 - SP Oeste 08­
10 - RJ-Madureira 11 -
13­ 13 - SP Ipiranga
14 - São Paulo/SP Leste 14 - Santo Am aro/Santo André
15 - SP Ipiranga 15 - C uritiba/R J-P etrópolis/
16 - Santo Am aro/Santo André Campinas/RJ-Andaraí
17 - RJ-Andaraí/Santos/Campinas 18 - São Bernardo
20 - São Bernardo 19 - São Paulo/SP Leste
21 - SP Perdizes 20 - SP Norte
22 - SP Norte 21 - SP Oeste
23 - SP Oeste 22 - Santos/Ponta Grossa
24 - RJ-Niterói 25­
27­ 26 - SP Perdizes
28 - São Paulo/SP Leste 27 - SP Ipiranga
29 - SP Ipiranga 28 - Santo Am aro/Santo André
30 - Santo Am aro/Santo André 29-

NOVEMBRO DEZEMBRO
01 - São Bernardo 01 - SP Norte
02 - São Paulo/SP Leste 02 - SP Oeste
03 - SP Norte 03 - São Vicente/RJ-M adureira
04 - SP Oeste 06 - São Bernardo
05 - Londrina/São Vicente 07 - SP Perdizes
08­ 08 - SP Ipiranga
09 - SP Perdizes 09 - Santo Am aro/Santo André
10 - SP Ipiranga 10 - Curitiba-Norte/RJ-Petrópolis
11 - Santo Am aro/Santo André 13­
12 - Joinville/C uritiba-B acacheri/ 14 - São Paulo/SP Leste
Rio de Janeiro 15 - SP Norte
16 - São Paulo/SP Leste 16 - SP Oeste
17 - SP Norte 17 - RJ-Andaraí/Santos/Campinas
18 - SP Oeste
19 - C uritiba-Sul/RJ-Andaraí/
Campinas
22 - São Bernardo
23 - SP Perdizes
24 - SP Ipiranga
25 - Santo Am aro/Santo André
26- RJ-NIterói/Santos
29­
30 - São Paulo/SP Leste
Vicários

JANEIRO FEVEREIRO
Semana de: 04 a 08 - SP Perdizes Semana de: 01a 05 - Santo Amaro
11 a 1 5 -SP Oeste 08a 12 - São Paulo
18 a 23 - Santo André 15a 19 - SP Ipiranga
26 a 29 - São Bernardo 22a 26 - SP Norte

MARÇO ABRIL
Semana de: 01 a 05 - SP Leste Semana de: 01a 02 - SP Perdizes
08 a 12 - SP Oeste 05a 09 - São Paulo
15 a 19 - São Bernardo 12a 16 - Santo Amaro
22 a 26 - Santo André 19a 23 - SP Norte
29 a 31 - SP Perdizes 26a 30 - SP Ipiranga

M AIO JUNHO
Semana de: 03 a 07 - SP Leste Semana de: 01a 04 - SP Perdizes
10 a 14 - SP Oeste 21a 25 - São Paulo
17 a 21 - São Bernardo 28a 30 - Santo Amaro
24 a 28 - Santo André
31 — SP Perdizes

JULHO AG O STO
Semana de: 01 a 02 - Santo Amaro Semana de: 02 a 06 - SP Perdizes
05 a 09 - SP Norte 09a 13 - São Bernardo
12 a 16-SP Leste 16a 20 - Santo André
19 a 23 - SP Ipiranga 23a 27 - São Paulo
26 a 30 - SP Oeste 30 a 31 - SP Ipiranga

SETEMBRO OUTUBRO
Semana de: 01 a 03 - SP Ipiranga Semana de: 01 — SP Oeste
06 a 10 - SP Norte 04 a 08 - São Bernardo
13 a 1 7 -SP Leste 11a 15 - SP Perdizes
20 a 24 - Santo Amaro 18 a 22 - Santo André
27 a 30 - SP Oeste 25 a 29 - São Paulo

NOVEMBRO DEZEMBRO
Semana de: 01 a 05 - Santo Amaro Semana de: 01 a 03 - SP Oeste
08a 12-SP Norte 06 a 10 - SP Perdizes
16 a 19 - SP Ipiranga 13a 17 - São Bernardo
22 a 26 - SP Leste
29 a 30 - SP Oeste
Vicárias

JANEIRO FEVEREIRO
Semana de: 04 a 08 - SP Leste Semana de: 01 a 05 - Santo André
11 a 15-SP Norte 08 a 12 - São Bernardo
18 a 22 - SP Ipiranga 15 a 19 - SP Oeste
26 a 29 - São Paulo 22 a 26 - Santo Amaro

MARÇO ABRIL
Semana de: 01 a 05 - SP Perdizes Semana de: 01 a 02 - SP Leste
08 a 1 2 -SP Norte 05 a 09 - São Bernardo
15 a 19 - São Paulo 12 a 16 - Santo André
22 a 26 - SP Ipiranga 19 a 23 - SP Oeste
29 a 3 1 -SP Leste 26 a 30 - Santo Amaro

MAIO JUNHO
Semana de: 03 a 07 - SP Perdizes Semana de: 01 a 04 - SP Leste
10 a 14-SP Norte 21a 25 - São Bernardo
17 a 21 - São Paulo 28 a 30 - Santo André
24 a 28 - SP Ipiranga
31 — SP Leste

JULHO AGOSTO
Semana de: 01 a 02 - Santo André Semana de: 02 a 06 - SP Leste
05 a 09 - SP Oeste 09 a 13 - São Paulo
12 a 16 - SP Perdizes 16a 20 - SP Ipiranga
19 a 23 - Santo Amaro 23 a 27 - São Bernardo
26 a 30 - SP Norte 30 a 31 - Santo Amaro

SETEMBRO OUTUBRO
Semana de: 01 a 03 - Santo Amaro Semana de: 01 — SP Norte
06 a 10 -SP Oeste 04a 08 - São Paulo
13 a 17 - SP Perdizes 11a 15 - SP Leste
20 a 24 - Santo André 18a 22 - SP Ipiranga
27 a 30 - SP Norte 25a 29 - São Bernardo

NOVEMBRO DEZEMBRO
Semana de: 01 a 05 - Santo André Semana de: 01a 03 - SP Norte
08 a 12-SP Oeste 06a 10 - SP Leste
16 a 19 - Santo Amaro 13a 17 - São Paulo
22 a 26 - SP Perdizes
29 a 30 - SP Norte

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