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SÃO PAULO
2019
FACULDADE PAULISTA DE SÃO CAETANO DO SUL
SÃO PAULO
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4
3. CONCLUSÃO ........................................................................................ 8
Neste breve resumo sobre o crack e o que ele pode causar socialmente e
individualmente, nos abre os parâmetros para discussão sobre o que nos
mostra Carl Hart, nascido em 1966, em Miami, nos Estado Unidos, é professor
de psicologia e de psiquiatria da Universidade de Columbia. Hart é conhecido
por sua pesquisa sobre abusos e vícios em drogas. Ele foi o primeiro professor
titular afro-americano de ciências na Universidade de Columbia. (2014)
CRACK?
(...)
Dr. Carl Hart: Bom, uma das coisas que me chocaram quando eu
comecei a entender o que estava acontecendo foi o fato de ter descoberto
que de 80% a 90% das pessoas que usam drogas como o crack, a
heroína, metanfetaminas, maconha, não são viciadas. Eu pensei, “espera
aí. Eu pensava que uma vez que se usava estas drogas, todos se
tornavam viciados, e essa era a causa dos problemas sociais.” Outra coisa
que eu descobri foi que se dermos alternativas às pessoas - como
empregos - elas não abusarão das drogas como fazem. Descobri isso no
laboratório com humanos assim como com animais.
Amy Goodman: o que você quer dizer? Você está dizendo que o
crack não é tão viciante quanto todos dizem?
Amy Goodman: Então, você está dizendo que alguém que toma
vinho todas as noites no jantar não seria considerado viciado da mesma
forma que a pessoa que usa crack é?
Dr. Carl Hart: Exatamente. Então, o crítério, para mim, para julgar se
alguém é ou não viciado é o de se esta pessoa tem problemas nas suas
funções psicossociais. Ela vai ao trabalho? Ela lida com suas
responsabilidades? O ela deixa de lado suas atividades? E quando
pensamos em drogas como o álcool, as pessoas podem beber todos os
dias e ainda assim lidar com todas suas responsabilidades. O mesmo se
dá com usuários de crack. O mesmo se dá com usuários de cocaína. O
mesmo com maconha. Pense da seguinte forma: os três últimos
presidentes recentes usaram drogas ilícitas, e todos eles cumpriram com
suas responsabilidades. Eles alcançaram os níveis mais altos de poder. E
teríamos orgulho deles se fossem nossos filhos, apesar do fato de terem
usado drogas ilegais.
(...)
Neste pequeno trecho da entrevista podemos ver que tudo faz parte da
visão que se tem da droga e como podemos tratá-la. Observemos que para
Hart (2014) em um vídeo postado no youtube fala sobre duas lógicas de
tratamento dos adictos em crack, que acreditamos ser passível para qualquer
outra droga (lícita ou ilícita). Primeiramente ele fala da oportunidade
econômica, diz que se as pessoas tiverem oportunidades econômicas básicas
não terão motivos para cair na tentação das drogas que, muitas vezes, é um
mecanismo de fuga para os problemas da vida. Em seguida fala do tratamento
mais importante o desenvolvimento do pensamento crítico que acontece por
meio da educação. Para ele a solução é a educação, ensinar o mal que a
droga pode fazer, quando usada em excesso ou quando inicia-se seu uso é o
que pode servir de tratamento de maneira eficaz.
Ao olharmos para a história de vida de Hart vemos que a educação o
salvou de um final dentro da estatística e, talvez, o investimento em educação
pode ser a melhor forma de repensar os dependentes químicos.
3. CONCLUSÃO
Nosso país tem como característica proibir tudo aquilo que não é
socialmente aceito. O aborto é proibido, o uso de drogas é proibido, atravessar
fora da faixa de pedestres é proibido, claro que algumas proibições são para
garantir a segurança dos brasileiros, mas, algumas são apenas por falta de
empatia, conhecimento e manutenção do status quo da população, é uma
forma de separar quem é o famoso “cidadão de bem” de quem não é.
Hart nos faz refletir sobre as duas formas de tratar o adicto em crack:
Melhorar as condições monetárias e educar, a grande questão aqui é: Será que
nosso governo quer que essas coisas caminham juntas em prol da população
marginalizada?