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COPYRIGHT © Martha Abreu, Rachel Soihet e Rebeca Gontijo (orgs.) CAPA Evelyn Grumach PROJETO GRAFICO Evelyn Grumach e Joao de Souza Leite CIP-BRASIL. CATALOGAGAO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ. C974 Cultura politica e leituras do passado: historiografia e ensino de histéria / Martha Abreu, Rachel Soihet e Rebeca Gontijo (orgs.). - Rio de Janeiro: Civilizagio Brasileira, 2007. Inclui bibliografia ISBN 978-85-200-0695-5 1, Historia ~ Estudo e ensino, 2 Ciéncia politica - Estudo e ensino. 3. Politica e cultura. 4. Cultura politica. 5. Pesquisa hist6rica, I. Abreu, Martha. Il. Soihet, Rachel, 1938- . Ill. Gontijo, Rebeca. CDD - 907 06-4642 CDU ~ 930(072) Todos os direitos reservados. Proibida a reprodugio, armazenamento ou transmiss2o de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorizagao por escrito. Direitos desta edigéo adquiridos pela EDITORA CIVILIZACAO BRASILEIRA Um selo da EDITORA RECORD LTDA. Rua Argentina 171 - 20921-380 ~ Rio de Janeiro, RJ ~ Tel: 2585-2000 PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052 - Rio de Janeiro, RJ - 20922-970 Impresso no Brasil 2007 Colénia de povoamento e colénia de exploracio. Reflexdes e questionamentos sobre um mito Mary Anne Junqueira* “Professora de Hist6ria da América Independente nos cursos de Histéria e Relacées Interna- sionais da Universidade de S4o Paulo (USP), historiadores concordam que muitas vezes navegamos entre algumas ssSes consolidadas e mitos da nossa histéria, dentro e fora da academia. constatag4o nos leva a considerar a necessidade de o conhecimento Permanentemente se refazendo, a fim de reavaliarmos 0 conheci- ‘ento sobre o nosso passado. Escolhi aqui refletir sobre a explicagao ainda presente e sempre repetida ‘setre nds, de que o Brasil e os demais pafses da América Latina foram colénias 'é& exploragio — o que explicaria o nosso “atraso e subdesenvolvimento” no ‘Becsente; enquanto os Estados Unidos surgiram como poténcia econémica e =presentam solidez nas suas instituigdes politicas devido a sua origem como splénia de povoamento. Tal formulagio nao estava — e nao est — relacio- sada ao entendimento do passado, 0 perfodo colonial, ou sua vinculagao com ‘= presente; mas procurava constituir um diagndstico para as mazelas do pats. A partir da verificagao da nossa condig&o — “economia estagnada, politica- mente atrasados, subdesenvolvidos, dependentes” —, procurou-se 0 “mal” =as nossas origens, mais precisamente no perfodo colonial. Nés, latino-ame- scanos, ndo terfamos alcangado 0 “nivel de exceléncia” dos pafses “desen- vidos ou centrais”, fosse em termos econdmicos, politicos, institucionais, nas dimens6es prdprias da cidadania. Nao € preciso lembrar que 0s re- -==dios propostos foram muitos e variados: revolugao burguesa, revolugio proletéria, industrializagao, substituigao de importagées, localizacao diferen- = do Brasil na divisio internacional do trabalho. Note-se que apenas a circunstancia de colonizados nao se mostrava suficiente para determinar 0 nosso “atraso, subdesenvolvimento e depen-

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