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Discente։
Cândida
Sarafina Monteiro
Suraia Jorge
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Índice
Introdução......................................................................................................................................1
Comunicação...................................................................................................................................1
Visão Literária.................................................................................................................................2
Modelos de Comunicação................................................................................................................4
Organização ou Administração........................................................................................................8
Objectivos Geral............................................................................................................................12
Objectivos Específicos...................................................................................................................12
Conclusão......................................................................................................................................21
Referência bibliográfica.................................................................................................................22
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Introdução
Nesse presente trabalho abordarão do um tema muito importante para gestão escolar isto é a
comunicação em administração.
Este trabalho é um estudo sobre as diversas ramificações que envolvem o conceito de
comunicação desde seu surgimento, perpassando por modelos e processos comunicacionais,
chegando aos conceitos de comunicação em admiração e cultura, como forma de apresentar um
panorama do atual cenário nas organizações em relação às necessidades, demonstrando a
importância deste segmento.
O comportamento organizacional apresenta-se como uma colcha de retalhos, mas esse campo
aberto parece ter se desenvolvido isoladamente. A obsessão pela eficácia, pelo desempenho, pela
produtividade e pelo rendimento a curto prazo leva as empresas a concentrar seus interesses
nessas questões, esquecendo-se da preocupação e importância do ser humano. Por outro lado, as
empresas têm que reformular o processo comunicacional.
A abordagem sistêmica enfatiza a comunicação organizacional bem como suas “raízes”,
envolvendo, cultura, administração, processos de comunicação, e as ferramentas citadas acima
que são necessárias, entre elas o feedback.
O processo da comunicação torna-se indispensável em todos os setores dentro das organizações.
Competência comunicativa é a capacidade de produzir e entender mensagens que o colocam em
interação comunicativa com outros interlocutores, essa capacidade compreende as habilidades
comunicacionais.
A comunicação em administração era fragmentada e isolada, houve uma evolução desta,
que ganha novo perfil demandando planejamento.
Comunicação
Foi a partir dessa possibilidade de se relacionar com outros que o Homem construiu o sentido de
sua vida em grupo, sendo que a comunicação no grupo pode ser conceptualizada como um dos
muitos tipos de processos de interacção que constituem o aspecto dinâmico do funcionamento
dos mesmos (Ferreira, C. Caetano, A. Neves, J. 2011, p. 414). Porém, quando esses grupos se
organizam em prol de um objectivo comum e se estendem demasiado, podem se transformar em
organizações.
Visão Literária
Segundo Redding e Tempkins (1988) citados por Ruão (2004) os primeiros estudos
desenvolvidos na área da comunicação organizacional concentraram-se na análise de questões
ligadas a eficiência comunicativa com objectivos de prescrição para as empresas, assumindo
assim um sentido normativo. Isso se deve, ao facto acima mencionado de pretensão de levar as
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organizações a bom porto, conforme era o objectivo de todo pensamento positivamente
estruturado.
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Neste contexto, nota-se que ao que se refere a comunicação, urge a necessidade de diferenciá-la
da informação, conforme tem sido feito de forma errada. Melo (s/d) num artigo que dedicou seu
esforço na tentativa de descrever a importância da comunicação interna em organizações, mostra
que a comunicação pode ser definida como sendo o processo de troca de informações entre duas
ou mais pessoas (Melo, s/d; p, 01). Desta forma mais claro se torna que a informação encontra-se
dentro do processo de comunicação e não necessariamente que estes aspectos queiram significar
a mesma coisa. A comunicação segundo a mesma autora, pode ser externa assim como externa,
dependendo dos intervenientes do mesmo acto comunicativo.
Para que haja um acto comunicativo, é necessário que haja certos elementos que os modelos de
comunicação abaixo apresentados listam.
Modelos de Comunicação
Este modelo mostra o quanto a comunicação se apresenta como um fenómeno milenar. Segundo
Sousa, (2006, p. 78) este foi desenvolvido pelo filósofo Aristóteles, no século IV a.C., na sua
obra Arte Retórica. Para este filósofo, para se estudar, compreender e cultivar a retórica deve-se
socorrer ao acto comunicativo, porém prestando atenção a três critérios que a constituem:
emissor, e mensagem, e receptor, isto é a pessoa que fala, o discurso que faz e por fim a pessoa
que ouve. Iniciava-se assim, a ideia de modelos de comunicação que vieram a ser desenvolvidos
posteriormente por teóricos da comunicação, conforme veremos alguns a seguir.
Este modelo é datado de 1948, e é da autoria de Harold Lassweell. Este modelo é considerado o
segundo modelo do processo de comunicação que pode ser encontrado na história
(provavelmente depois do de Aristóteles). A sua aparição situa-se na fase de transição entre as
primeiras teorias sobre a comunicação social. Ele superou o modelo de Aristóteles ao introduzir
mais dois aspectos no processo de comunicação: o canal e os efeitos. Assim, o modelo de
Lassweell (1948) é composto por emissor, mensagem, canal, emissor, e os efeitos. Este modelo,
foi pensado para a descrição da comunicação mediada através dos meios de comunicação de
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massas e ele sugeria que os efeitos da comunicação ocorriam somente do lado do receptor da
mensagem e a iniciativa de comunicar era sempre do emissor, porém essa visão seja contestada,
pois que um acto comunicativo não tem inicio bem definido e emissores e receptores se
influenciam mutuamente. Sousa, (2006, p. 78-79).
Este surge um ano mais tarde em relação ao modelo de Lassweell, e foi criado pelo matemático
Claude Shanon e pelo engenheiro Warren Weaver. O modelo de Shanon e Weaver (comummente
chamado) tinha como função o estudo da comunicação electrónica, porém ele pode ser aplicado
no estudo de outras formas de comunicação. Segundo este modelo, a comunicação compreende o
seguinte processo: a fonte de informação elabora e envia uma mensagem; a mensagem chega a
um transmissor, que transforma a mensagem num sinal. O sinal pode estar sujeito a ruído
(interferências). Por esta razão, o sinal emitido pode ser diferente do sinal captado pelo receptor.
O receptor capta o sinal e fá-lo retornar à forma inicial da mensagem, de maneira a que esta
possa ser percepcionada e compreendida pelo receptor (Sousa, 2006).
Se prestarmos a atenção, observamos que este modelo acrescenta três novos elementos no
processo de comunicação a saber: o sinal, ruído, e o sinal captado. É importante deixar claro que
este modelo, apesar de acrescentar novos elementos no processo de comunicação, ele apresenta
algumas lacunas que não serão discutidas aqui, pois isso não interfere na consecução dos
objectivos deste capítulo.
Para este modelo, para que haja comunicação é necessário três elementos apenas: dois
interlocutores e um terceiro não bem especificado, o que torna difícil saber quais são os
elementos comunicativos que este modelo traz de novo.
Este autor apresentou dois modelos de comunicação, onde no primeiro, derivado do modelo de
Shanon e Weaver, apresentou uma relação linear entre a fonte e o destino, porém Schramm
(1954) entra em consideração com a noção de codificador e de descodificador e com a ideia de
que o processo de codificação/descodificação depende das experiencias do codificador e
descodificador. Assim, Shramm associou ao emissor a função de codificador, isto é, aquele que
transmite códigos por meio da mensagem e a função de descodificador, aquele que recebe a
mensagem codificada. A comunicação, assim, torna-se possível graças ao conhecimento de
ambas partes do campo de experiência. Sendo que quanto maior for a superfície comum dos dois
campos de experiência, fácil será a comunicação, sendo válido também no sentido contrário
(Sousa, 2006, p. 86).
Depois deste modelo, Schram elaborou um outro em 1954, que introduz pela primeira vez a
noção de feedback no processo de comunicação. Com a noção de feedback, este autor dá uma
nova forma ao processo de comunicação, que é circular, o que significa que para que haja
comunicação ela deve partir do emissor e terminar no emissor, isto é, para que haja comunicação
é necessário que o emissor ou codificador mande uma mensagem e o receptor ou descodificador
retorne por meio do o feedback, só assim se completa o acto comunicativo. Assim, para
Schramm (1954) cada emissor pode funcionar como receptor também durante o acto
comunicativo (Sousa, 2006, p.87)
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O modelo de Gerbner (1956) apresenta-se como puramente interpretativo, pois relaciona a
mensagem com a realidade, o que permite abordar simultaneamente as questões da percepção e
da significação. Nesse sentido, Gerbner (1956) introduz no processo de comunicação uma
dimensão valorativa dos intervenientes, no caso de serem humanos. Gerbner (1956) queria dizer
com isso que uma mensagem, ao ser enviada para o receptor ou emissor, a sua compreensão pode
ser influenciada por questões de ordem valorativa, assim como todo processo comunicativo pode
estar circunscrito neste plano (Sousa, 2006, p. 88).
Depois de consultar o conceito de comunicação em Sousa (2006) que o define como o acto de
relacionar seres conscientes, e tornar algo em comum entre eles, seja ela uma experiência, uma
informação, uma sensação, uma emoção, experiência e mais; e Alves (2009) que é a síntese entre
a informação e a mensagem definimos nosso conceito de comunicação como sendo:
Processo de troca de informação, por meio de uma mensagem, que é codificada e veiculada
através de um meio comunicacional, ocorrendo em um contexto físico específico e que
influencia o processo criando alguns efeitos nos seus intervenientes e que se torna possível pelo
facto destes intervenientes compartilharem de experiências comuns sobre o fenómeno em
questão nesse processo comunicativo.
Organização ou Administração
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O conceito de Organização foi construído com base em Turner (1999) e em Ferreira (2004)
citado por Kollross (s/d, p. 02). Segundo esses dois autores que apresentamos aqui, e devido aos
objectivos da pesquisa, construímos nosso conceito de organização como sendo um conjunto de
indivíduos ou grupos, que se unem em nome de um objectivo, e que essa união seja contínua,
isto é, seja temporariamente contínua e que os diferentes intervenientes que nela se encontram
ocupem papéis diferenciados.
O conceito de Comunicação Organizacional foi construído com base vem Colnagoc (2006).
Assim, nesta pesquisa ele deve ser entendido como o processo de troca de informações, por meio
de mensagens, envolvendo grupos relativamente extensos, organizados em prol de um objectivo,
com diferentes intervenientes sejam eles internos assim como externos à organização.
Para Oliveira, (2004, p.05.), “gestão é administração, tomada de decisão, organização e direção.
Ela está relacionada à atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir
sua função e desempenhar seu papel”.
Além do cumprimento das atribuições dentro de uma instituição as mudanças geradas pelas
exigências do mercado e pelo crescente nível de conscientização dos funcionários, temos a
realidade sócio-política que também influencia as relações entre as organizações escolares e seu
público.
A comunicação reduz a probabilidade de insucesso precoce das escolas, uma vez que parte dos
riscos e situações operacionais adversas são previstas no seu processo de elaboração, podendo
ser flexível.
O objetivo principal aqui é o de viabilizar a eficiência e eficácia da comunicação, cultura
organizacional, diálogo da escola focando o gestor. Referindo-se a comunicação, estamos
falando de pessoas nos mais variados ramos de atenção e de toda a diversidade cultural
encontrada em qualquer organização e principalmente nas instituições escolares. A comunicação
na gestão já foi e ainda tem sido preocupação fundamental para que as instituições escolares
atinjam seus objetivos e proporcione satisfação a todos que fazem parte desse contexto.
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Comunicar significa tornar algo comum. Esse algo pode ser uma mensagem, uma notícia, uma
informação, um significado qualquer. Assim, a Comunicação é uma ponte que transporta esse
algo de uma pessoa para outra ou de uma organização para outra. (CHIAVENATO, 2004, p.417).
O processo de comunicação deve gerar interação ao expressar de forma inconfundível a
compreensão do que se pretende transmitir e colocar “em comum” idéias, imagens e experiências
permitindo a possibilidade de serem enviadas de uma pessoa à outra, por meio de mensagens
escritas, orais, visuais e táteis. Embora predomine a idéia da comunicação verbal, falada ou
escrita, o mundo da comunicação é amplo e há muitos meios de expressão que constituem
formas de comunicação não-verbal, como a arte, representada através de peças teatrais, cinema,
música, expressões faciais, imagens, movimentos corporais, silêncio, sinal do computador, entre
outros modelos.
A comunicação não-verbal como o código, pode ser estabelecida principalmente por meio dos
sons como o Código Morse ou o “tambor falante” das tribos do Congo onde esses sons formam a
fala; por meio das imagens dos cartazes, da televisão ou do cinema; por meio dos gestos,
convencionais ou codificados como o alfabeto dos surdos-mudos. Os sinais de trânsito também
transmitem sua mensagem através das placas indicativas, ícones, apitos e semáforos.
Comunicação Interna
Segundo Melo (s/d), o conceito de comunicação interna é construído tendo como indicador, acto
de troca de mensagens entre actores internos ou externos à organização. Assim, a comunicação
interna, no contexto organizacional, é concebida como sendo aquela que envolve troca de
mensagens entre intervenientes duma mesma organização. Desta forma, por achar que o conceito
que a autora nos apresenta identifica-se com os objectivos e com o uso que dele fazemos durante
o percurso da investigação, adoptámo-lo como válido também em nosso estudo.
A escola, através de sua cultura pode ser uma fonte de motivação para a realização profissional
através do trabalho envolvente produzido pela comunicação na gestão eficaz. Percebe-se
diariamente como ponto característico do próprio indivíduo buscar informações e nas instituições
escolares as pessoas estão à procura da sua satisfação através da comunicação de qualidade que
estimule a execução cada vez melhor sua função e papel dentro da escola ocorrendo assim à
consonância.
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O aperfeiçoamento da Comunicação na Gestão é possível a partir do momento em que o
administrador consulta o corpo de funcionários, isto é, aquele que produz o conhecimento dentro
da organização escolar, dados que sirvam de orientação para a tomada de decisão sobre o que é
possível e exeqüível realizar.
A comunicação não pode ser vista como função e sim como processo direto do relacionamento
interpessoal dentro da organização escolar, pois é a partir desse relacionamento que são
descobertos e criados vários valores que são fundamentais para o indivíduo no seu contexto
social.
A comunicação interna está influenciando nas ações comportamentais de cada ser humano a todo
o tempo em que ele se encontra dentro do seu ambiente de trabalho, a partir do momento que a
administração escolar usa a qualidade da comunicação adequadamente, busca construir uma
sintonia com todos dentro do ambiente escolar, o indivíduo se sente satisfeito por perceber que
todos estão felizes. Porém Eltz (1994, p.70) diz que, “para haver um eficaz processo de
comunicação interna é preciso neutralizar as disputas negativas de prestígio e poder”. A força
humana participativa contribui muito mais, à medida que a organização escolar proporciona esta
oportunidade de desenvolver seus valores, aprendizados e ponto de vista às vezes distantes da
administração da própria escola. O indivíduo que faz parte de uma instituição escolar deseja
contribuir dando o que tem de melhor.
O esforço desenvolvido pela equipe de trabalho mais direto que é o docente, voltado para a
comunicação interna, possibilita o relacionamento ágil e transparente entre todos que fazem parte
desse contexto, gerando assim bons resultados obtidos pela compreensão do indivíduo no seu
ambiente organizacional escolar. O aperfeiçoamento da comunicação interna na gestão somente
acontecerá de forma eficaz
dentro de uma organização escolar quando todos que fazem parte dela predispor ao investimento.
A escola que investe na comunicação possui maior possibilidade de obter um bom desempenho e
Considera-se que cada organização escolar possui suas próprias leis e princípios que rege o todo
dentro de uma organização e que o todo sem a soma das partes não gera resultados, dificultando
desta forma a certeza da eficácia deste processo comunicacional. Grandes partes dos problemas
que existem nas organizações escolares surgem pela falta de comunicação e/ou pela inexistência
da própria comunicação.
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Um dos grandes desafios que qualquer escola enfrenta diariamente é o fato de promover e
manter uma boa comunicação que sacie as necessidades de todos que fazem parte dela,
principalmente dos funcionários. Somente através da ação participativa a escola continuará sendo
a grande porta para um futuro mais igualitário. A comunicação, portanto, exige credibilidade e
comprometimento, tendo o poder de criar valores, impulsionando a organização para frente.
Comunicação na Gestão Escolar: o caso da Escola Secundária Noroeste-1” que tinha como
objectivo, analisar como é que a direcção da Escola fazia para se comunicar e garantir que todo o
resto dos integrantes da escola tivesse acesso a informação por eles disponibilizada. Desta forma,
este objectivo mostrou-se limitado na medida em que apenas se cingia na comunicação
descendente, perdendo de vista todo fluxo de informação que pode ocorrer noutros sentidos.
Desta forma, decidimos trabalhar no estudo sob o seguinte tema: “Comunicação Organizacional:
o caso da Escola Secundária Noroeste-1”, por compreender que este pode nos oferecer um
panorama amplo do processo comunicativo na Escola.
De forma resumida, este estudo justifica-se pelo facto de serem raros os estudos produzidos na
literatura portuguesa sobre Comunicação nas escolas, o que se faz sentir também no contexto
local, quando esta (comunicação) é um processo que interfere directamente no andamento das
actividades rotineiras da organização e é também a responsável pelo claro entendimento dos
objectivos em todos os níveis hierárquicos, pelo controle e pela disseminação das relações de
poder (Araújo, Júnior, Silva, s/d).
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Objectivos Geral
Objectivos Específicos
Sobre a realidade local (moçambicana), uma vez que o mesmo fenómeno pode se manifestar de
maneiras diferentes em contextos específicos. Assim, é importante estudar a Comunicação
Organizacional na ESN-1 pois o conhecimento que iremos produzir poderá ajudar na
compreensão do processo comunicativo em escolas, melhorando assim o arcabouço teórico dos
estudos da Educação em Moçambique, uma vez que são raros os estudos que abordam o
processo comunicativo nas escolas, sendo que na sua maioria discutem a comunicação em
âmbitos empresariais. Por outro lado, a justificativa social centra-se no facto de acreditar que os
resultados desta pesquisa podem ajudar a perceber como ocorre a comunicação na Escola
Secundária Noroeste-1, permitindo assim que a escola esteja a par das suas potencialidades e
fraquezas no que concerne à comunicação.
A tabela 6 abaixo, evidencia que no que diz respeito a iniciativa de comunicar a maioria dos
alunos (189 alunos, 97.9%) afirma ter tomado a iniciativa de comunicar um professor enquanto
que com a direcção os números mostram que a maioria não toma a iniciativa de se comunicar
com esta (120 alunos, 62%).
INICIATIVA DE COMUNICAR
Assim, podemos concluir que, todos intervenientes da ESN-1 em algum momento desempenham
o papel de emissor, dado que afirmam tomar a iniciativa de comunicar com os demais visto que,
conforme os modelos de comunicação de Jakobson (1960), Shannon e Weaver (1949) e Shramm
(1954), citados em Sousa (2006) o emissor é quem toma a iniciativa de comunicar, isto é, a fonte
da informação. Porém, podemos concluir também, que ao mesmo tempo em que estes
desempenham o papel de emissores também podem desempenhar o de receptores, tal como
evidencia o modelo de Shramm (1954) quando refuta a ideia de unilateralidade do processo
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comunicativo e afirma que este é circular, o que significa que dentro do mesmo acto
comunicativo os interlocutores podem trocar de papéis (emissor vs receptor e vice-versa) devido
ao mecanismo de feedback.
Há um aspecto importante por realçar. Ao questionar o representante da direcção sobre se os
alunos tomavam a iniciativa de comunicar este órgão, este afirmou que estes tomavam a
iniciativa, porém esta comunicação muitas das vezes tem sido mediatizada, isto é, existem
intermediários no processo comunicativo que envolve a direcção e os alunos conforme nos
mostra o discurso abaixo: 18
Para a direcção, a comunicação entre ela e os alunos geralmente ocorre no pátio da escola,
durante a formatura para o Hino Nacional. Quando a comunicação é no sentido contrário (alunos
para a direcção), esta costuma ser no gabinete da direcção. O discurso que se segue mostra este
aspecto com mais detalhes:
“Nas concentrações normalmente dá-se muita informação ao aluno oralmente antes do início
das aulas…há casos em que um aluno simplesmente desmaia na sala, descem e comunicam a
direcção e (…) Em qualquer situação pontual que acontece na turma eles descem se não
encontram o director de turma, não encontram o director de classe, eles vêem até a direcção e
apresentam e pontualmente nós resolvemos (Entrevista, Julho de 2015, Comunicação Direcção
vs Alunos).
Quanto à comunicação direcção vs professores, geralmente tem ocorrido na sala dos professores.
No sentido inverso da comunicação, geralmente tem sido no gabinete do director ou na sala dos
professores, conforme demonstra o discurso que se segue:
“Bom, nós geralmente quando decidimos comunicar com os professores, convocamos reuniões
na sala dos professores se for um assunto geral ou no gabinete em casos em que o assunto é com
um professor em particular (Entrevista, Julho de 2015, Comunicação Direcção vs Professores).
Quando a comunicação envolve a direcção e os professores, esta tem sido para dar orientações,
acompanhar a consecução dos objectivos da escola e tomar conhecimento sobre o pulsar do
decurso das aulas, conforme demonstra o seguinte discurso:
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“Geralmente nos comunicamos aos professores quando há intenção da nossa parte de avaliar o
andamento das aulas (…) também quando queremos atribuir algumas tarefas a alguns
professores e precisamos dar as orientações de como devem ser feitas.
Sobre as circunstâncias nas quais a direcção é comunicada pelos alunos, esta afirma que tem sido
quando estes pretendem meter uma queixa, denunciar algum problema ou reclamação, informar
sobre problemas de indisciplina desordens distúrbios ou doenças, enquanto que os professores
comunicam problemas de falecimentos, pedidos de dispensas, requisição de material didáctico, e
outros conforme os discursos seguintes:
“…uhm, geralmente do aluno para a escola a comunicação, normalmente são informações ou
denuncias ou uma queixa, uma reclamação (…) comunicam problemas de indisciplina,
desordem, distúrbios ou doenças, (Comunicação Aluno & Direcção; Entrevista, Julho de 2015).
”
“…já para (…) os professores também podem comunicar-nos sobre tudo sobre as dispensas,
informações de falecimento, pedido de material didáctico, etc. (Comunicação Professor &
Direcção; Entrevista, Julho 2015).”
Esta prática ganha sentido com a ideia de Ferreira et al (2011, p. 408), quando afirma que a
comunicação descendente é mais para repreender uma acção, resolver conflitos, comunicar uma
informação que requer uma acção imediata, e geralmente tem sido por meio de uma
comunicação oral.
Desta forma, podemos concluir que quando a comunicação envolve alunos e professores, sendo
estes primeiros os emissores, acontece quando pretendem tirar alguma dúvida e isto pode
encontrar explicação no facto da sala de aulas aparecer como o contexto privilegiado para a
comunicação destes com seus professores.
Também se pode notar que, tanto os alunos assim como os professores comunicam a direcção
quando têm problemas ou inquietações, o que coincide com a ideia de Durbin (2003, p. 205),
segundo a qual a comunicação de um nível inferior para superior nas organizações, isto é,
comunicação ascendente, serve como o canal mais importante para que os dirigentes das
organizações se mantenham informados a respeito dos problemas dentro das organizações, o que
observa-se no caso da ESN-1. 23
17
Porém, esta constatação encontra seus problemas com a ideia de uma comunicação ascendente
mediatizada conforme constatamos na iniciativa de comunicar, pois se a comunicação é
mediatizada significa que ao sair dos alunos ou dos professores ela passa por diversos
intermediários para chegar à direcção o que pode fazer com que a informação chegue no
destinatário com seu conteúdo deturpado uma vez que, quanto mais achatada a organização
menos provável será a deformação da comunicação, pois há menor número de pontos pelos quais
passa antes de atingir a unidade que deve atingir, em palavras mais quotidianas quanto maior o
número de pessoas pelas quais a comunicação passa, maior a probabilidade de que a
comunicação se transforme Weick (1973, p. 6.
Formas de expressao
Fr Per Fr Per Fr Pr
Imagens 0 00 0 00 0 00
Gestos 5 2.6 0 00 o 00
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Do discurso do representante da direcção, nota-se que a forma de exposição mais recorrente por
parte da direcção para os alunos e professores, é a escrita seguida pela comunicação verbal 24
19
(oral). E no sentido inverso, isto é, comunicação ascende (aluno-direcção) usam a forma de
exposição verbal, enquanto que os professores expressam-se verbalmente bem como através da
escrita.
“Normalmente usa-se a comunicação oral quando há uma informação pontual mas o mais usual
são as circulares que são a comunicação (…) que é a comunicação escrita que são os
comunicados, avisos, anúncios…”
Assim, concluímos que a forma de expressão a ser usada na comunicação, depende do tipo de
assunto a ser comunicado, sendo que em caso de emergência (doenças, desmaios, conflitos,
pedido ou falta de material didáctico etc.) geralmente tem-se usado a comunicação verbal
enquanto que para casos que não sejam de urgência (pedido de dispensa, pedidos de
transferência, mudança de turno) esses tem sido por escrito, devido a sua formalidade.
21
Convoca-se um encontro, uma reunião, éééhh, discutimos, mas com a direcção os professores
têm os seus representantes, que nós chamamos de conselho pedagógico então, cada grupo de
disciplina tem lá o seu representante, de 15 em 15 dias, nós sentamos e discutimos todos
assuntos. Eles discutem ao nível do grupo e o delegado é porta-voz para nos fornecer essa
informação no conselho pedagógico, então, eles planificam de 15 em 15 dias e o conselho
pedagógico também reúne-se de 15 em 15 dias (Comunicação Direcção Professores, Entrevista
Julho de 2015).
Se, de acordo com Ferreira et al, (2011, p. 409), o feedback depende da capacidade de
compreensão e de conhecimento um do outro (entre o emissor e o receptor) e da sensibilidade
aos signos (códigos) verbais e não verbais que o outro lhe transmite, o que reduz o tempo de
resposta, podemos concluir que o feedback na ESN-1 é eficaz, dado que a maioria dos alunos
afirma ter tido resposta na hora, tanto da vez que tomou a iniciativa de se comunicar com um
professor assim como para com a direcção (141 alunos, 73.1% e 26 alunos o correspondente a
13.5% respectivamente), assim como a maioria dos professores também afirmou ter tido resposta
na hora, das vezes que tomou a iniciativa de se comunicar com a direcção da escola (16 o que
corresponde a 48.5%).
22
Conclusão
23
Referência bibliográfica
Coreia, Marques e Vieira. (2013). Comunicação Interna Numa Empresa de Serviços. Disponível
em http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbpg/article/view/21372/20127
24
Durbin, A. (2003). Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning..
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