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D. Pedro I foi o 8º rei de Portugal. Uns chamaram-no de Justiceiro, outros de Cruel. Estas
"alcunhas" têm a ver com uma triste história de amor que viveu quando ainda era príncipe.
Esta é a história de D. Pedro e D. Inês de Castro, uma das mais famosas histórias de amor do
mundo!
Esta ligação amorosa não foi nada bem-vinda. Todos tinham medo que D. Inês, filha de um
poderoso nobre espanhol, pudesse ter muita influência sobre o príncipe.
A questão dos amores entre D. Pedro e D. Inês preocupava o velho rei, mais que tudo. Resolveu
encontrar uma solução para o caso e obrigou a amante do filho a exilar-se para a terra de Albuquerque,
entre Castela e Portugal. Frustraram-se, no entanto, as intenções do rei. De facto, não separou os
apaixonados que comunicavam entre si por cartas levadas e trazidas secretamente.
A falta de saúde de D. Constança e os desgostos de uma vida amargurada não iriam permitir-lhe
durar muito. Morreu de parto, logo a seguir ao nascimento da filha Maria, em 1345. Nem o físico nem o
astrólogo da Corte haviam conseguido salvar a vida da princesa. A tragédia consternou a todos. Mas D.
Pedro ficava livre para cair nos braços da Inês.
Um amor louco
Ninguém podia suster a força do amor que unia, de modo irresistível, o Príncipe à mulher de sua
paixão. Era, de facto, tão ardente e tão profundo o sentimento do casal enamorado que D. Pedro, contra
ordem de seu pai, mandou vir D. Inês para Coimbra. Acabava, assim, o desterro em Albuquerque e
começava uma nova fase da vida para os dois, finalmente juntos.
A existência de D. Pedro e da linda Inês era imensamente feliz. Habitavam em Santa Clara, na
margem esquerda do rio Mondego. Ali nasceram quatro filhos: o primeiro chamou-se Afonso, o nome do
avô, mas morreu criança de tenra idade; os outros, dois meninos (João e Dinis) e uma menina (Beatriz),
cresceram com saudável robustez física, rodeados de carinho e ternura dos pais.
Passaram-se dez anos, desde a morte de D.Constança. Os conselheiros da Corte diziam e repetiam
a D. Afonso IV que havia um grande perigo para a Coroa e para o futuro próximo do País se D. Inês
viesse a ser rainha. Poderia muito bem dar-se o caso de um filho de D. Inês vir a ser rei, tirando o trono ao
herdeiro D. Fernando. D. Afonso IV ouvia e ficava inquieto, sem saber o que havia de decidir.
O triste luar de Janeiro
Os primeiros tempos do ano de 1355 iam testemunhar uma tragédia de sangue. O príncipe D.
Pedro nem presumia o que estava para acontecer quando se despediu da sua querida Inês e dos seus filhos
para iniciar a caça a cavalo, com nobres amigos e escudeiros.
Por aqueles dias, D. Afonso IV subiu a Montemor-o-Velho com o seu séquito e ali reuniu os seus
conselheiros de Estado, Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pero Coelho, para tomar uma decisão
sobre o destino da vida de Inês de Castro. Os argumentos que ouviu não o convenceram mas conseguiram
que entregasse a sorte da amante de D. Pedro nas mãos dos que a queriam ver morta.
A terrível vingança
Depois da execução de D. Inês de Castro, D. Pedro revoltou-se contra o pai e declarou-lhe guerra.
Felizmente, a paz voltou graças à sua mãe, a rainha D. Beatriz, que evitou o encontro militar entre pai e
filho.
Quando D. Pedro subiu ao trono, era muito cuidadoso com o povo, que gostava bastante dele. Mas
uma das primeiras coisas que fez foi vingar a morte de D. Inês de Castro executando de modo cruel os ex-
conselheiros do pai: mandou arrancar-lhes o coração! Dizia que era assim que se sentia desde que D. Inês
tinha morrido.
O mais sinistro de toda a história é que D. Pedro elevou D. Inês a rainha já depois de morta e
obrigou toda a corte a beijar-lhe a mão, ou o que restava dela (porque D. Inês já tinha morrido há dois
anos).
Apesar de ter perdido o seu grande amor, D. Pedro voltou a casar-se e teve vários filhos, legítimos
e ilegítimos. Dois deles chegaram a reis: D. Fernando e D. João I, Mestre de Avis.
Mandou depois construir o mosteiro de Alcobaça onde fez um belo túmulo para D.
Inês. Mesmo em frente mandou construir o seu, onde foi enterrado em 1367. Diz-se que está
nesta posição para que, quando acordarem no dia do Juízo Final, olhem imediatamente um
para o outro.
Mosteiro de Alcobaça