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QUESTÕES – LEIS PENAIS ESPECIAIS V

1- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Não se deve reconhecer a consunção entre corrupção passiva e lavagem quando a propina é
recebida no exterior por meio de transação envolvendo offshore na qual resta evidente a
intenção de ocultar os valores
II – A simulação de consórcio por meio de venda premiada, operada sem autorização do Banco
Central do Brasil, configura crime contra o sistema financeiro, tipificado pelo art. 16 da Lei nº
7.492/86, o que atrai a competência da Justiça Federal.
III – Pratica lavagem de dinheiro o sujeito que recebe propina por meio de depósitos bancários
fracionados, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias
à comunicação compulsória dessas operações.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: A
I – CORRETA - Eduardo Cunha foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de
dinheiro e evasão de divisas, por ter solicitado e recebido dinheiro de uma empresa privada para
interferir em um contrato com a Petrobrás. A propina teria sido acertada entre o indivíduo
chamado “IC”, proprietário da empresa beneficiada, e “JL”, ex-Diretor Internacional da Petrobrás.
O pagamento foi realizado mediante transferências para contas secretas no exterior. O STF
entendeu que não se podia reconhecer a consunção entre a corrupção passiva e a lavagem,
considerando que não houve simples pagamento da propina para interposta pessoa, mas sim
pagamento mediante utilização de contas secretas no exterior em nome de uma offshore, de um
lado, e de um trust, de outro, e da realização de transação por meio da qual a propina foi
depositada e ocultada em local seguro. Logo, ficou demonstrada da autonomia entre os delitos.
STF. 2ª Turma. HC 165036/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/4/2019 (Info 937).
II – CORRETA - A simulação de consórcio por meio de venda premiada, operada sem autorização
do Banco Central do Brasil, configura crime contra o sistema financeiro, tipificado pelo art. 16 da

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Lei nº 7.492/86, o que atrai a competência da Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 160077-PA, Rel.
Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018 (Info 637).
III – CORRETA - Pratica lavagem de dinheiro o sujeito que recebe propina por meio de depósitos
bancários fracionados, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades
monetárias à comunicação compulsória dessas operações. Ex: suponhamos que, na época, a
autoridade bancária dizia que todo depósito acima de R$ 20 mil deveria ser comunicado ao COAF;
diante disso, um Deputado recebia depósitos periódicos de R$ 19 mil para burlar essa regra. Para
o STF, isso configura o crime de lavagem. Trata-se de uma forma de ocultação da origem e da
localização da vantagem pecuniária recebida pela prática do crime antecedente. STF. 2ª Turma. AP
996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>.

2- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja quando
recebido pelo próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa.
II – Na primeira fase da dosimetria em caso de condenação por lavagem de dinheiro, o órgão
julgador não poderá aumentar a pena-base do Deputado Federal que exerce mandato há muitos
anos, sob o argumento de que sua culpabilidade é mais intensa.
III – Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser aumentada
tendo em vista que, neste caso, considera-se que o delito violou o bem jurídico tutelado de
forma muito mais intensa do que o usual.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: C
I – CORRETA - O mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja
quando recebido pelo próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa. STF. 2ª
Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904).
II – INCORRETA - Na primeira fase da dosimetria em caso de condenação por lavagem de dinheiro,
o órgão julgador poderá aumentar a pena-base do Deputado Federal que exerce mandato há
muitos anos, sob o argumento de que sua culpabilidade é mais intensa. A transgressão da lei por
parte de quem usualmente é depositário da confiança popular para o exercício do poder enseja
juízo de reprovação muito mais intenso do que seria cabível em se tratando de um cidadão
comum. STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
III – CORRETA - Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser
aumentada (“consequências do crime”) tendo em vista que, neste caso, considera-se que o delito
violou o bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa do que o usual. STF. 1ª Turma. AP
863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
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3- Assinale a alternativa INCORRETA com relação ao crime de lavagem de dinheiro.


a) A pena-base pode ser aumentada, no que tange às “circunstâncias do crime”, se a lavagem de
dinheiro ocorreu num contexto de múltiplas transações financeiras e de múltipla
transnacionalidade, o que interfere na ordem jurídica de mais de um Estado soberano.
b) O delito de lavagem de bens, direitos ou valores, previsto no art. 1º da Lei nº 9.613/98, quando
praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime continuado.
c) É possível a interposição de apelação contra decisão que tenha determinado medida
assecuratória prevista no art. 4º, caput, da Lei nº 9.613/98,
d) Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei nº 7.492/86 (Lei dos Crimes
contra o Sistema Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei nº 9.613/98 (Lei dos Crimes de
"Lavagem" de Dinheiro).

Gabarito: B
a) A pena-base pode ser aumentada, no que tange às “circunstâncias do crime”, se a lavagem de
dinheiro ocorreu num contexto de múltiplas transações financeiras e de múltipla
transnacionalidade, o que interfere na ordem jurídica de mais de um Estado soberano. STF. 1ª
Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
b) O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da
Lei nº 9.613/98, quando praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime
permanente. A característica básica dos delitos permanentes está na circunstância de que a
execução desses crimes não se dá em um momento definido e específico, mas em um alongar
temporal. Quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne
conhecido. Assim, o prazo prescricional somente tem início quando as autoridades tomam
conhecimento da conduta do agente. STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado
em 23/5/2017 (Info 866).
c) É possível a interposição de apelação, com fundamento no art. 593, II, do CPP, contra decisão
que tenha determinado medida assecuratória prevista no art. 4º, caput, da Lei nº 9.613/98 (Lei de
lavagem de Dinheiro), a despeito da possibilidade de postulação direta ao juiz constritor
objetivando a liberação total ou parcial dos bens, direitos ou valores constritos (art. 4º, §§ 2º e 3º,
da mesma Lei). O indivíduo que sofreu os efeitos da medida assecuratória prevista no art. 4º da Lei
nº 9.613/98 tem a possibilidade de postular diretamente ao juiz a liberação total ou parcial dos
bens, direitos ou valores constritos. No entanto, isso não proíbe que ele decida não ingressar com
esse pedido perante o juízo de 1º instância e queira, desde logo, interpor apelação contra a
decisão proferida, na forma do art. 593, II, do CPP. STJ. 5ª Turma. REsp 1585781-RS, Rel. Min. Felix
Fischer, julgado em 28/6/2016 (Info 587).
d) Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei nº 7.492/86 (Lei dos Crimes
contra o Sistema Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei nº 9.613/98 (Lei dos Crimes de
"Lavagem" de Dinheiro). Não incide a regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes
descritos nos arts. 6º da Lei 7.492/86 e 1º da Lei 9.613/98 não são da mesma espécie. STJ. 6ª
Turma. REsp 1405989/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 18/08/2015 (Info 569).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>.

4 - Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A incriminação da lavagem de dinheiro, veiculada pela Lei n. 9.613/98, é resultado de
compromisso assumido pelo Brasil no plano internacional, ao firmar a Convenção de Viena, a
Convenção de Palermo e a Convenção de Mérida.
II – A Lavagem de Dinheiro pode ser conceituada como atividade de desvinculação ou
afastamento do dinheiro da sua origem ilícita para que possa ser aproveitado.
III – O processo da lavagem ocorre em três fases, de acordo com o modelo do GAFI, quais sejam,
colocação (placement), dissimulação (layering) e integração (integration ou recycling), sendo
que para a consumação do delito, se exige a ocorrência dessas três fases.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: B
I – CORRETA
II – CORRETA
III – INCORRETA
A incriminação da lavagem de dinheiro, veiculada pela Lei n. 9.613/98, é resultado de
compromisso assumido pelo Brasil no plano internacional, ao firmar a Convenção de Viena, a
Convenção de Palermo (art. 6º) e a Convenção de Mérida (art. 14).
A Lavagem de Dinheiro (LD) pode ser conceituada como atividade de desvinculação ou
afastamento do dinheiro da sua origem ilícita para que possa ser aproveitado.
A criação desse tipo penal parte da ideia de que o agente que busca proveito econômico na prática
criminosa precisa disfarçar a origem dos valores, ou seja, desvincular o dinheiro da sua
procedência delituosa e conferir-lhe uma aparência lícita a fim de poder aproveitar os ganhos
ilícitos, considerado que o móvel de tais crimes é justamente a acumulação material.
Para fins didáticos, apenas, é costume demonstrar o processo da lavagem em três fases, de acordo
com o modelo do GAFI, a saber:
Colocação (placement) - Separação física do dinheiro dos autores do crime. É antecedida pela
captação e concentração do dinheiro.(...)
Dissimulação (layering) - Nessa fase, multiplicam-se as transações anteriores, por meio de muitas
empresas e contas, de modo que se perca a trilha do dinheiro (paper trail), constituindo-se na
lavagem propriamente dita, que tem por objetivo fazer com que não se possa identificar a origem
ilícita dos valores ou bens. (...)
Integração (integration ou recycling) - O dinheiro é empregado em negócios lícitos ou na compra
de bens, dificultando ainda mais a investigação, já que o criminoso assume ares de respeitável
investidor, atuando conforme as regras do sistema. (...)
De ver que, para a consumação do delito, não se exige a ocorrência dessas três fases.
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José
Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016, p. 801/802.
Destacamos.

5- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Trata-se de questão unânime que o bem jurídico tutelado pelo crime de Lavagem de Dinheiro
é a ordem econômica ou socioeconômica afetada, porque, as mais das vezes, a lavagem se dá
mediante utilização do sistema financeiro, bem como porque a lavagem constitui um obstáculo
para a atração de capital estrangeiro lícito, além de comprometer a confiança, que é essencial
ao funcionamento do sistema financeiro.
II– No crime de lavagem de dinheiro, não impedimento à aplicação da lei brasileira o fato de que
a infração penal antecedente tenha sido praticada no exterior, como no caso do ingresso não
declarado de valores que haviam sido objeto de evasão de divisas no país de origem.
III – A lavagem de dinheiro é crime comum, que, no Brasil, pode ser cometido até mesmo pelo
sujeito ativo da infração penal antecedente), ao contrário do que se dá com a receptação (CP,
art. 180) e com o favorecimento real (CP, art. 349), que não podem ter como autor a mesma
pessoa que praticou a infração penal antecedente.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: D
I – INCORRETA - A determinação do bem jurídico ofendido não é tranquila na doutrina, sendo três
as principais correntes:
a) o mesmo bem jurídico da infração penal antecedente, que é novamente ou mais intensamente
lesado com a prática da lavagem;
b) a administração da justiça, na ideia de que o cometimento desses crimes torna difícil a
recuperação do produto do crime e que isso dificultaria a ação da Justiça, sendo este o bem
jurídico principal, ao lado da ordem econômica e do sistema financeiro;
c) a ordem econômica ou socioeconômica afetada, porque, as mais das vezes, a lavagem se dá
mediante utilização do sistema financeiro, bem como porque a lavagem constitui um obstáculo
para a atração de capital estrangeiro lícito, além de comprometer a confiança2, que é essencial ao
funcionamento do sistema financeiro.
Mais acertado, em nosso modo de ver, é considerar o crime como pluriofensivo (TRF4, AC
19997103001155-3, Germano, 1ª T., u., 18/12/2000), atingindo a ordem econômica, a
administração da justiça e o bem jurídico protegido pela infração penal antecedente.
II - CORRETA - Não impede a aplicação da lei brasileira o fato de que a infração penal antecedente
tenha sido praticada no exterior (LLD, art. 2º, II), como no caso do ingresso não declarado de
valores que haviam sido objeto de evasão de divisas no país de origem (TRF3, CJ 201003000356740,
1ª S., m., 05/05/2011).
Aplica-se ao crime em comento o art. 7º, I, “b” e II, “a”, do CP, de modo que, atendidas as
condições do § 2º, o delito é punível ainda que praticado no exterior, por conta do princípio da
justiça universal ou cosmopolita (TRF3, HC 20060300111807-9, Johonsom, 1ª T., u., 04/09/2007).
III – CORRETA - É crime comum, que, no Brasil, pode ser cometido até mesmo pelo sujeito ativo da
infração penal antecedente (STJ, AP 458, Dipp, CE, m., 16/09/2009), ao contrário do que se dá com
a receptação (CP, art. 180) e com o favorecimento real (CP, art. 349), que não podem ter como
autor a mesma pessoa que praticou a infração penal antecedente.
A participação no delito antecedente não é condição para que possa o agente ser sujeito ativo da
LD (STF, HC 84.869-9, Pertence, 1ª T., u., 21/06/2005; STJ, ROMS 16.813, Dipp, 5ª T., u.,
23/06/2004; STJ, AP 458, Dipp, CE, m., 16/09/2009; TRF1, HC 20030100042543-8, Carlos Olavo, 4ª
T., u., 18/02/2004; TRF2, HC 200802010179611, Abel Gomes, 1ª TE, u., 10/06/2009).
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José
Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016, p. 802/803.

6- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Assim como a receptação (CP, art. 180) e o favorecimento real (CP, art. 345), a lavagem de
dinheiro, considerada um crime derivado, acessório ou parasitário, pressupõe a ocorrência de
um delito anterior.
II – Na atual redação da lei brasileira, não há rol de crimes antecedentes, pois bens, direitos ou
valores provenientes de qualquer infração penal poderão ser objeto de lavagem de dinheiro, de
modo a abranger até mesmo as contravenções penais, nomeadamente o jogo do bicho e o jogo
de azar (LCP, arts. 58 e 50).
III – Admite-se que a própria lavagem de dinheiro seja considerada o crime antecedente, na
chamada lavagem de lavagem ou lavagem em cadeia, desde que comprovado o crime
antecedente da primeira.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: A
Assim como a receptação (CP, art. 180) e o favorecimento real (CP, art. 345), a LD, considerada um
crime derivado, acessório (TRF1, HC 200301000425438, Carlos Olavo, 4ª T., u., 18/02/2004) ou
parasitário, pressupõe a ocorrência de um delito anterior. Não se admite a LD de infração penal
cometida posteriormente aos atos de lavagem imputados (TRF4, AC 2005.72.00.000260-8, Élcio
Pinheiro de Castro, 8ª T., m., 30/07/2008). Para receber a denúncia pelo crime de LD, deve o juiz
verificar a existência de indícios da infração penal antecedente, o que não significa que deva haver
condenação prévia.
Na atual redação da lei brasileira, não há rol de crimes antecedentes, pois bens, direitos ou valores
provenientes de qualquer infração penal poderão ser objeto de lavagem de dinheiro, de modo a
abranger até mesmo as contravenções penais, nomeadamente o jogo do bicho e o jogo de azar
(LCP, arts. 58 e 50).
Admite-se, ainda, que a própria lavagem de dinheiro seja considerada o crime antecedente, na
chamada lavagem de lavagem ou lavagem em cadeia, desde que comprovado o crime
antecedente da primeira.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José
Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016, p. 804.

7- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente
independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.
II – Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente
sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas, e
incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do art. 240 e
241-B do ECA.
III – A prática, por um maior, de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à
condenação por dois crimes de corrupção de menores.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: A
I – CORRETA - Súmula 500-STJ: A configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da
Criança e do Adolescente independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de
delito formal.
II – CORRETA - Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses
nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de
roupas, e incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do art.
240 e 241-B do ECA. Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando fica
clara a finalidade sexual e libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente, com
enfoque nos órgãos genitais de adolescente — ainda que cobertos por peças de roupas —, e de
poses nitidamente sensuais, em que explorada sua sexualidade com conotação obscena e
pornográfica. STJ. 6ª Turma. REsp 1543267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 3/12/2015 (Info 577).
III – CORRETA - A prática de crimes em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação
por dois crimes de corrupção de menores. Ex: João (20 anos de idade), em conjunto com Maikon
(16 anos) e Dheyversson (15 anos), praticaram um roubo.João deverá ser condenado por um
crime de roubo qualificado e por dois crimes de corrupção de menores, em concurso formal (art.
70, 1ª parte, do CP). STJ. 6ª Turma.REsp 1680114-GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
10/10/2017 (Info 613).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
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8- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Os crimes previstos no ECA são de ação penal pública, prevendo-se, para alguns deles,
entretanto, a necessidade de representação do ofendido ou de seu representante legal.
II – O artigo 225 do ECA positiva expressamente o princípio da especialidade ao dispor que os
delitos previstos no ECA estarão configurados quando forem praticados contra criança ou
adolescente.
III – As medidas socioeducativas aplicadas aos adolescentes em razão da prática de fatos
análogos às infrações penais se submetem aos prazos prescricionais estabelecidos no Código
Penal.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: D
I - INCORRETA - Art. 227, ECA. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
II – CORRETA - O artigo 225 do ECA positiva expressamente o princípio da especialidade ao dispor
que os delitos previstos no ECA estarão configurados quando forem praticados contra criança ou
adolescente. O elemento especializante nesse caso é a vítima do delito. Assim, diante de um
conflito aparente de normas, os tipos do ECA deverão prevalecer sobre outros tipos penais (...)
III – CORRETA - Súmula 338 do STJ. Prescrição. O Estatuto da Criança e do Adolescente não tratou
da prescrição das medidas socioeducativas nele previstas. Contudo, não se pode dizer que são
imprescritíveis porque somente a Constituição da República pode prever infrações imprescritíveis e
ela não fez menção às medidas socioeducativas contidas nesse Estatuto. Depois de muita
discussão jurisprudencial, o tema foi pacificado e sumulado pelo STJ. Esse é o teor da súmula 338
do STJ: "A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas".
Habib, Gabriel. Leis Penais Especiais volume único. Coordenador Leonardo de Medeiros Garcia - 8.
ed. rev., atual. e ampl. - Salvador: Juspodivm, 2016, p. 143/144.

9- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – De acordo com ECA, praticará conduta típica o médico que, de forma culposa, deixar de
identificar corretamente o neonato e sua mãe, por ocasião do parto.
II – Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
competente é infração de menor potencial ofensivo.
III – Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou
adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (ECA, artigos 241, 241-A e
241-B), quando praticados por meio da rede mundial de computadores.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: A
I – CORRETA – Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção
à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto,
bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena- detenção de seis meses a dois anos,
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena- detenção de dois a seis meses, ou multa.
II – CORRETA - Art. 230. ECA. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua
apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade
judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.
III - CORRETA - STF. Informativo no 805. Plenário. Repercussão Geral. Pedofilia e competência.
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir
material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (ECA, artigos 241, 241-A e 241-B),
quando praticados por meio da rede mundial de computadores.( ... ) O Tribunal entendeu que a
competência da Justiça Federal decorreria da incidência do art. 109, V, da CF ( ... ). Ressaltou que,
no tocante à matéria objeto do recurso extraordinário, o ECA seria produto de convenção
internacional, subscrita pelo Brasil, para proteger as crianças da prática nefasta e abominável de
exploração de imagem na internet.( ... ). Assim, ao considerar a amplitude do acesso ao sítio
virtual, no qual as imagens ilícitas teriam sido divulgadas, estaria caracterizada a internacional
idade do dano produzido ou potencial. Vencidos os Ministros Marco Aurélio (relator) e Dias Toffoli,
que davam provimento ao recurso e fixavam a competência áa Justiça Estadual.( ... ). RE
628624/MG, rei. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, 28 e 29.10.2015.
Habib, Gabriel. Leis Penais Especiais volume único. Coordenador Leonardo de Medeiros Garcia - 8.
ed. rev., atual. e ampl. - Salvador: Juspodivm, 2016, p. 167.
10- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
I – O ato de simular a participação de adolescente em cena de sexo explícito por meio da
montagem de vídeo constitui crime definido na Lei n° 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), em que só se procede mediante representação.
II – Todos os crimes contra a criança e o adolescente definidos no ECA prescindem, para a
propositura da ação penal correspondente, de representação do ofendido ou de seu
representante legal.
III - O crime de submissão de criança ou adolescente que esteja sob a guarda, autoridade ou
vigilância a vexame ou a constrangimento pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha a
autoridade, a guarda ou a vigilância sobre a criança ou o adolescente.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas

Gabarito: D
I – INCORRETA – Não é necessária representação, uma vez que de acordo com o artigo 227, ECA
todos os crimes da referida lei são de ação penal pública incondicionada.
II - CORRETA - Art. 227, ECA . Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
III – CORRETA - Art. 232, ECA. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Sujeito ativo. A pessoa que tenha a autoridade, a guarda ou a vigilância sobre a criança ou o
adolescente.
Habib, Gabriel. Leis Penais Especiais volume único. Coordenador Leonardo de Medeiros Garcia - 8.
ed. rev., atual. e ampl. - Salvador: Juspodivm, 2016, p. 153.

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