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de 2015 com consequências socioambientais que perduram até os dias de hoje. O desastre
foram prejudicadas e a região afetada pela má qualidade hídrica. Com isso, o artigo a seguir
tem enfoque em uma análise ambiental sobre os impactos gerados pelo alastramento de
longo do fluxo hídrico, atingindo à jusante, o principal rio da região, Rio Doce. Foram aplicadas
e sua dinâmica ao longo de séries temporais. O uso de máscaras e índices de emissão como o
Normalized Difference Vegetation Index (NDVI), e Razão de 3 bandas para qualidade da água,
foram necessários para a representação imagética e gráfica de toda a variação de curso e pureza
Relatório Introdutório
Mariana é um município brasileiro localizado no estado de Minas Gerais, com latitudes -20º
21’ 49’’ e longitude -43º 24’ 35’’. O município faz divisa com os municípios de Ouro Preto,
Barra Longa, Diogo Vasconcelos, Acaiaca, Piranga, Catas Atlas e Alvinópolis. Sua localização
situa-se na vertente sul da Serra do Espinhaço, na Zona Metalúrgica de Minas Gerais, fazendo
O clima de Cataguases é tropical com inverno seco. Analises feita do Climograma da cidade de
setembro e um verão chuvoso, que vai de outubro até abril, onde chove bastante
Durante o verão é onde ocorrem as chuvas, a massa de ar atlântica se choca com os grandes
morros. Com esse choque o ar úmido e quente sobe e resfria-se adiabaticamente e faz com que
a umidade dor ar que acaba saturando e formando nuvens (STEINKE 2008). Esse choque acaba
Mariana tem os domínios de mares e morros predominantes em seu território. Esse domínio
morfoclimáticos se estende do Sul do Brasil até o Nordeste, obtendo uma área total de
aproximadamente 1.000.000 km. Para Jurandy Ross (2015), “o primeiro nome dado pelos
portugueses à extensa muralha verde que separava o mar das terras interiores foi Mata
Atlântica”. (ROSS, 2015). É uma região formada por muitos morros e as rochas que se
Com isso, Mariana localiza-se em uma estrutura geológica formada de dobramentos cristalinos
da Era Pré-Cambriana e ao longo dos anos veio sofrendo intensos processos erosivos ao longo
dos anos.
Nesses domínios morfoclimáticos, encontramos o que restou da mata atlântica (figura 1.9). As
florestas ocupavam orginalmente cerca de 1,16 milhão de km², hoje as estatísticas apontam que
sua área não chega a 8% desse total’’ (ROOS, 2005). Mesmo tendo boa parte de sua área
destruída, as florestas atlânticas têm a maior biodiversidade entre as florestas tropicais, o solo
Segundo Ab’Sáber (2003) o domínio dos mares de morros, são o meio físico mais complexos
e difícil do país em relação às construções e ações humanas, porém, é a região mais sujeita aos
planalto, similares àquelas existentes no Brasil. O geógrafo ainda salienta que o volume de
Com isso, Mariana localiza-se em uma estrutura geológica formada de dobramentos cristalinos
da Era Pré-Cambriana e ao longo dos anos veio sofrendo intensos processos erosivos ao longo
dos anos.
Metodologia
A partir da utilização de uma série de imagens retiradas do satélite Landsat 08 OLI entre
os anos de 2015 e 2018, realizou-se uma análise temporal da região em que se originou a
tragédia, nas áreas das barragens do Fundão e Santarém. O procedimento buscou a análise da
distintas, captando um breve período antes do desastre e períodos após o ocorrido, afim de
(figura 1).
Figura 1. Imagens originais utilizadas para a criação da máscara.
Após a escolha das imagens, que foram selecionadas visando períodos de menor
seus respectivos tempos para a devida análise temporal e, em seguida, o índice de razão de
bandas: Normalized Difference Vegetation Index (NDVI) para destacar a as superfícies hídricas
existentes. Posteriormente, foi feita uma máscara com o intuito de destacar a lâmina da água na
imagem, aplicou-se valores negativos até zero e todos os elementos nessa faixa foram
identificados como água (cor branca), enquanto o restante dos elementos ficou em preto (figura
2).
Figura 2. Sequência de todas as imagens no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2017. Em destaque está o alvo
no canto inferior esquerdo de cada imagem.
da análise temporal é uma das vantagens que o sensoriamento remoto oferece, porém com um
tratamento inadequado, pode-se obter resultados errôneos, inadequados para a análise espacial,
Carvalho (2010) cita a capacidade de estimativas históricas da qualidade da água pelo vasto
acervo temporal das imagens de satélite. Todavia, sem o tratamento adequado como a escolha
das melhores imagens, datas, recorte espacial preciso e eliminação de nuvens e sombras, o dado
que varia entre valores negativos a 0, é feito isso para ser possível um recorte da máscara de
água na pilha temporal das imagens de Bento Rodrigues e a foz do Rio Doce.
Com o recorte feito, tornou-se factível a aplicação de outro índice, que corretamente
indica os fluxos de água e sedimento na calha do rio. Os resultados obtidos e discutidos foram
por índice hídrico, razão de três bandas espectrais em cada imagem temporal utilizada. A
𝐵𝑧 2𝐵𝑧
=
𝐵𝑥 + 𝐵𝑦⁄ 𝐵𝑥 + 𝐵𝑦
2
Equação de 3 bandas
Onde:
azul nesta ordem, satélite e sensor Landsat 08 OLI com reflectância de superfície pré-
utilizada a banda verde (B3) como taxa de emissão do alvo água. Onde, se sabe que, a água
possui alta reflectância na banda verde e menor reflexão na vermelha (B4) e azul (B2). O
espectro pode ser ilustrado da seguinte forma em alvos hídricos (gráfico 2):
900
800
700
600
Valor (pixel)
500
AZUL
400
VERDE
300
VERMELHO
200
100
0
AZUL VERDE VERMELHO
Bandas
verde, indica a pureza de água em proporção a absorção das bandas vermelha e azul. A taxa da
banda verde (B3) é calculada em proporção às bandas vermelha (B4) e azul (B2), estas duas
bandas somadas, B4 e B2, são divididas por 2 para obter um valor médio entre estas. Por fim,
se tem o valor em índice de emissão da banda verde em relação a absorção das outras duas
bandas.
Como a imagem apresenta algumas nuvens e sombras, outro cubo temporal foi
elaborado para ser possível a aplicação da máscara sobre cada tempo na imagem normalizada
de 3 bandas. O empilhamento foi feito apenas com imagens referentes a banda 1, pixel de
dados relacionados ao comportamento hídrico. Torna-se viável uma análise exclusiva aos
inorgânicos em uma só imagem, grande parte dos valores no data são eliminados, sendo
facilmente visualizados os níveis do fluxo hídrico em toda a extensão da foz do rio Doce (figura
Figura 3. Proporção classificada na imagem do nível de pureza na água. Onde os fluxos mais alaranjados
representam maior taxa de turbidez e, inversamente, com níveis mais próximos do azul escuro indica maior pureza
na água.
Resultados e Discussões
As duas sequências de imagens apresentadas se localizam na bacia hidrográfica do Rio
Doce, em intervalos de tempo semelhantes. Na primeira área, apenas com máscaras de recorte
do período escolhido, janeiro de 2015 a janeiro de 2018, abordando um breve tempo anterior
em estado normal, antes do acidente e sem grandes diferenças entre elas. Com o rompimento
da barragem no dia 5 de novembro do mesmo ano, surgiu uma nova lâmina d’água composta
inferior direito. Desde então, houveram poucas variações nos primeiros meses seguintes,
agosto de 2017, quase dois anos depois, que o curso d’água apresentou redução significativa.
seguida, constata-se que houve um decréscimo forte da emissão de água pura. A ocorrência da
anormalidade se deve pelo transporte de sedimentos atingir a foz aproximadamente nesta data,
Interessante salientar que, até junho de 2017, cerca de 20% da pureza da água não foi
recuperada, onde se sabe que, taxas fluviométricas são semelhantes pela mesma época. Dados
de meses de junho no intervalo de dois anos comprovam tal afirmação. Nos anos de 2006, 2008
1
UFMG; UFJF. Relatório da Expedição ao Rio Doce. Juiz de Fora, 2016. p. 4-5. Disponível em:
https://www.ufjf.br/noticias/files/2016/02/ufmg_ufjf_relatorioexpedicaoriodoce_v2.pdf. Acessado em: junho de
2018.
e 2010 o nível de turbidez foi 8, 11 e 7 NPU respectivamente, apresentando pouca variação. O
novembro de 2015 a junho de 2017, entre 0,68 a 0,97, houve um aumento na taxa de emissão
de 0,29. Isso quer dizer que, se o aumento perdurou durante estes vintes meses até 80% da taxa
de emissão relativa ao primeiro mês sem a ocorrência do evento, seriam necessários mais 17
meses para atingir os 1,21 que seria a taxa ideal pela não ocorrência do evento. No entanto, é
incidência solar, determinada reflectância relativa a fonte de luz pode ser alterada quando o
2
HIDROWEB. Sistema de Informações Hidrológicas. Disponível em:
http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/apresentacao.jsf. Acessado em: junho de 2018.
ÍNDICE DE EMISSÃO
(PUREZA DA ÁGUA)
1.4
1.2
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
Referências