De tempos em tempos surgem termos na área de administração que todos
acreditam entender e usam sem maiores preocupações, entretanto a base para o bom processo decisório –e atuação como um todo – do administrador, está na qualidade da informação e especialmente em sua compreensão.
Compliance é um destes termos; extremamente importante e bastante
utilizado nos dias de hoje, mas debater seu significado e repercussões em nossa vida, é essencial.
O conceito mais simples declara que Compliance abrange a vontade e ações
efetivas para cumprir as normas legais, regulamentos, políticas e diretrizes estabelecidas. Mais do que listar todas as manchetes dos dois últimos anos além das mais recentes, devemos conversar sobre o nosso dia-a-dia.
✓ Seguimos os nossos códigos de conduta interno nas empresas?
✓ Atentamos para o juramento que fizemos ao colar grau? ✓ Achamos “esperto” aquela pessoa que tira vantage dos outros em uma negociação? ✓ Acreditamos ser normal ignorar uma placa de limite de velocidade ou faixa de pedestress? ✓ Ou até mesmo seguimos as regras de nosso condomínio?
Esses pequenos “deslizes” acabam estabelecendo uma cultura altamente
danosa para a sociedade, empresas e país. Cumprir com o compinado é a primeira regra para a vida em sociedade. Está essencialmente ligada à criação das sociedades primitivas onde todos dependem de todos para sobrevivências e crescimento. As 8 tendências em Compliance
1. Empresas que nunca pensaram em governança passarão a buscar
soluções na área – em especial grupos familiares, pequenas e medias empresas – que precisarão de compliance para disputar contratos públicos e privados disponíveis com a retração de grandes fornecedores enfraquecidos por escândalos.
2. Distribuidores de produtos importados tendem a conformar sua
atuação pelas leis anticorrupção não só do Brasil como de outros países. Eles o farão por perceber que os negócios podem ser gravemente afetados por desvios éticos nas cadeias de produção e fornecimento em qualquer parte do mundo.
3. A privacidade no meio corporativo diminuirá, tanto para empresas
quanto para executivos: por temor de desvios, as empresas passam a contratar serviços de due diligence contínuo e mais detalhista que os atuais, incluindo clientes, fornecedores, parceiros e até funcionários próprios e de terceiros.
4. A transparência aumentará atingindo processos hoje inauditos, a
exemplo de formação de preços. A meta das empresas será evitar que preços diferentes de um produto, para diferentes clientes, sejam considerados pratica de suborno.
5. Códigos de conduta corporativos ganham novos status e a ser mais
inflexíveis, em relação a ilícitos e, no entanto, mais flexíveis quanto a adaptações a características de cada local onde a empresa atua.
6. As áreas comerciais serão afetadas: companhias que não querem ser
flagradas em condutas impróprias passam a diminuir a pressão sobre “vendas a qualquer custo” e a incluir a ética na estrutura de recompensas aos funcionários.
7. Os limites do “compliance humano” focado na atenção a situações de
trabalho desumano ou escravo, ou “compliance verde” de cuidados ambientais. 8. Governança corporativa se consolida como diferencial de marketing e passa a ser componente frequente em campanhas publicitárias e de comunicação.
Muitas vezes deixados em segundo plano nas organizações, os programas de
Compliance, de poucos anos para cá ganham destaque e têm sido difundidos até mesmo em pequenos negócios, como forma de eliminação de riscos. No entanto, o termo, que de maneira geral significa agir em sintonia com as regras, precisa de um melhor entendimento na prática. Essa prática significa cumprir o que foi combinado, garantir que aquilo que foi decidido está sendo feito.
Apesar das inúmeras consequências negativas, pela falta dessa prática, é
possível ver um novo olhar para o Compliance, principalmente nas organizações onde as 8 tendências foram analisadas e aplicadas de forma organizacional, sejam nas pequenas ou médias empresas.