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304 a 388), PARTE ESPECIAL LIVRO I D…
ARTIGO 304
TÍTULO III
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
CAPÍTULO I
Do Pagamento
Seção I
De Quem Deve Pagar
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.(1) (2) (3)
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o ២�zer em nome e à conta
do devedor, salvo oposição deste.(4)
1. Em se tratando de obrigação intuito personae debitoris, somente ao devedor cumpre
efetuar o adimplemento do débito (obrigações infungíveis). Excetuado esse caso, qualquer
outro interessado na extinção da dívida poderá quitála. São considerados terceiros
interessados, na dicção da norma, todo aquele que esteja vinculado à obrigação ou em
quem esta venha a repercutir. Não há ao credor, nesses casos, o direito de rejeitar o
pagamento, havendo, em realidade, até o mesmo o dever de recebêlo. Assim, na recusa
do credor no recebimento da prestação, terá o terceiro interessado as prerrogativas de se
valer da consignação em pagamento, na colocação da coisa à disposição do credor ou até
mesmo na simples abstenção. Na hipótese de pagamento por terceiro a ordem do
devedor, ou por terceiro interessado, há a subrogação daquele que efetuou o pagamento
na posição do credor, com todas as suas qualidades, privilégios e vantagens.
2. No pagamento efetuado por terceiro interessado, não haverá espaço para a recusa do
devedor.
3. “CIVIL. MÚTUO HIPOTECÁRIO. PAGAMENTO POR TERCEIRO. Aquele que adquire o imóvel
hipotecado é interessado, para os efeitos do artigo 930, caput, do Código Civil, no
pagamento das prestações de resgate do mútuo, porque a respectiva falta implica a
execução do gravame. Ao credor é defeso recusar o recebimento, porque o pagamento
não tem o efeito de integrar o comprador do imóvel na relação de financiamento. Recurso
especial não conhecido” (STJ, 3ª T., REsp 154.457, Rel. Min. Ari Pargendler, j. 6.12.2003).
4. O terceiro não interessado (aquele que não está vinculado à obrigação, nem sofre os seus
efeitos, mas que tem interesse de ordem moral no seu cumprimento –
exemplificativamente, o amigo ou parente do devedor) poderá pagar em nome e por
conta do devedor, caso este não se oponha ao ato. Nesse caso, o credor também não
poderá recusar a prestação. Havendo oposição do credor, o terceiro não interessado
disporá dos mecanismos para compelilo a receber.
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2017626 Artigo 304 Código Civil Comentado, TÍTULO III Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL LIVRO I D…
Coautores:
Hugo Tubone Yamashita
Salomão Cateb
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2017626 Artigo 305 Código Civil Comentado, TÍTULO III Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL LIVRO I D…
ARTIGO 305
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a
reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.(1)
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no
vencimento.(2)
1. Diversamente do que se dá na hipótese do artigo 304, o terceiro não interessado que
pagou a obrigação devida pelo devedor não se subroga na posição do credor original.
Nesse caso, haverá apenas e tão somente ao terceiro o direito de pleitear o reembolso do
que despendeu em favor do devedor. Afinal, do contrário, haveria o enriquecimento sem
causa do devedor.
2. Caso o terceiro não interessado pague a dívida antes do seu vencimento, ele deverá
aguardar o seu termo para cobrar o reembolso do devedor.
Coautores:
Hugo Tubone Yamashita
Salomão Cateb
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2017626 Artigo 306 Código Civil Comentado, TÍTULO III Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL LIVRO I D…
ARTIGO 306
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.(1)
1. Nos casos em que o devedor desconhecer ou se opor a que o pagamento seja efetuado
por terceiro, a este será dado ser reembolsado apenas da porção que, efetivamente,
beneficiarlhe. Afinal, pode haver casos em que o devedor, por meio de exceções pessoais
ou extintivas da obrigação, poderia se elidir da cobrança do credor (ex.: prescrição da
dívida) e, logo, não terá auferido vantagens reais com o pagamento efetuado pelo
terceiro.
Coautores:
Hugo Tubone Yamashita
Salomão Cateb
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2017626 Artigo 307 Código Civil Comentado, TÍTULO III Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL LIVRO I D…
ARTIGO 307
Art. 307. Só terá e힣�cácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando
feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.(1)
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do
credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de
aliená-la.(2)
1. As prestações que visarem à transferência de propriedade somente poderão ser realizadas
por terceiros que tenham a capacidade para alienar determinado bem. Desse modo, se o
pagamento, por exemplo, derse por terceiro que não era dono do bem, o ato será
ineficaz.
2. No entanto, se for dada coisa fungível e o credor já lhe houver consumido, não poderá ser
lhe requerida a restituição do produto, exceto nas hipóteses em que estiver de máfé. Em
casos tais, o prejudicado terá a prerrogativa de cobrar do terceiro solvente as perdas e
danos sofridas com a disposição de bem que lhe pertencia. Todavia, caso o bem ainda não
tenha sido consumido, seu real proprietário poderá reivindicar sua posse, ainda que o
credor tenha o recebido de boafé. De acordo com Pereira, a diferença de tratamento
entre a hipótese de já ter havido ou não o consumo do bem não decorre exatamente do
direito do dono, mas sim da apuração de sua existência e, logo, da impossibilidade ou
possibilidade de ser reavido.[1]
[1]– Pereira, Caio Mário da Silva. Teoria Geral das Obrigações, Rio de Janeiro: Forense., p. 176.
Coautores:
Hugo Tubone Yamashita
Salomão Cateb
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