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2017­6­26 Artigo 304 ­ Código Civil Comentado, TÍTULO III ­ Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art.

 304 a 388), PARTE ESPECIAL ­ LIVRO I ­ D…

ARTIGO 304

TÍTULO III
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
CAPÍTULO I
Do Pagamento
Seção I
De Quem Deve Pagar
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.(1) (2) (3)
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o ២�zer em nome e à conta
do devedor, salvo oposição deste.(4)

1. Em se tratando de obrigação intuito personae debitoris, somente ao devedor cumpre
efetuar o adimplemento do débito (obrigações infungíveis). Excetuado esse caso, qualquer
outro interessado na extinção da dívida poderá quitá­la. São considerados terceiros
interessados, na dicção da norma, todo aquele que esteja vinculado à obrigação ou em
quem esta venha a repercutir. Não há ao credor, nesses casos, o direito de rejeitar o
pagamento, havendo, em realidade, até o mesmo o dever de recebê­lo. Assim, na recusa
do credor no recebimento da prestação, terá o terceiro interessado as prerrogativas de se
valer da consignação em pagamento, na colocação da coisa à disposição do credor ou até
mesmo na simples abstenção. Na hipótese de pagamento por terceiro a ordem do
devedor, ou por terceiro interessado, há a subrogação daquele que efetuou o pagamento
na posição do credor, com todas as suas qualidades, privilégios e vantagens.
2. No pagamento efetuado por terceiro interessado, não haverá espaço para a recusa do
devedor.
3. “CIVIL. MÚTUO HIPOTECÁRIO. PAGAMENTO POR TERCEIRO. Aquele que adquire o imóvel
hipotecado é interessado, para os efeitos do artigo 930, caput, do Código Civil, no
pagamento das prestações de resgate do mútuo, porque a respectiva falta implica a
execução do gravame. Ao credor é defeso recusar o recebimento, porque o pagamento
não tem o efeito de integrar o comprador do imóvel na relação de financiamento. Recurso
especial não conhecido” (STJ, 3ª T., REsp 154.457, Rel. Min. Ari Pargendler, j. 6.12.2003).
4. O terceiro não interessado (aquele que não está vinculado à obrigação, nem sofre os seus
efeitos, mas que tem interesse de ordem moral no seu cumprimento –
exemplificativamente, o amigo ou parente do devedor) poderá pagar em nome e por
conta do devedor, caso este não se oponha ao ato. Nesse caso, o credor também não
poderá recusar a prestação. Havendo oposição do credor, o terceiro não interessado
disporá dos mecanismos para compeli­lo a receber.

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2017­6­26 Artigo 304 ­ Código Civil Comentado, TÍTULO III ­ Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL ­ LIVRO I ­ D…

Luis Paulo Cotrim Guimarães / Samuel Mezzalira


Luis Paulo Cotrim Guimarães:  “Possui doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (2002). Atualmente é Desembargador Federal pelo Tribunal Regional
Federal da 3ª Região (SP e MS) e professor titular de Direito Civil da Graduação, Mestrado e
Doutorado da Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (Fadisp). É autor de livros e
publicações na área de Direito Civil.” Samuel Mezzalira:   "Formado pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2006. Especialista em Direito e Agronegócio pela Fundação
Getúlio Vargas – GVLaw, em 2008. Mestre em Direito Civil pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2011. Advogado em São Paulo".

Coautores:
Hugo Tubone Yamashita

Marco Túlio de Carvalho Rocha

Maurício Rodrigues de Albuquerque Chavenco

Salomão Cateb

http://www.direitocom.com/sem­categoria/artigo­304­6 2/2
2017­6­26 Artigo 305 ­ Código Civil Comentado, TÍTULO III ­ Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL ­ LIVRO I ­ D…

ARTIGO 305

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a
reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.(1)
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no
vencimento.(2)

1. Diversamente do que se dá na hipótese do artigo 304, o terceiro não interessado que
pagou a obrigação devida pelo devedor não se sub­roga na posição do credor original.
Nesse caso, haverá apenas e tão somente ao terceiro o direito de pleitear o reembolso do
que despendeu em favor do devedor. Afinal, do contrário, haveria o enriquecimento sem
causa do devedor.
2. Caso o terceiro não interessado pague a dívida antes do seu vencimento, ele deverá
aguardar o seu termo para cobrar o reembolso do devedor.

Luis Paulo Cotrim Guimarães / Samuel Mezzalira


Luis Paulo Cotrim Guimarães:  “Possui doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (2002). Atualmente é Desembargador Federal pelo Tribunal Regional
Federal da 3ª Região (SP e MS) e professor titular de Direito Civil da Graduação, Mestrado e
Doutorado da Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (Fadisp). É autor de livros e
publicações na área de Direito Civil.” Samuel Mezzalira:   "Formado pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2006. Especialista em Direito e Agronegócio pela Fundação
Getúlio Vargas – GVLaw, em 2008. Mestre em Direito Civil pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2011. Advogado em São Paulo".

Coautores:
Hugo Tubone Yamashita

Marco Túlio de Carvalho Rocha

Maurício Rodrigues de Albuquerque Chavenco

Salomão Cateb

http://www.direitocom.com/sem­categoria/artigo­305­5 1/1
2017­6­26 Artigo 306 ­ Código Civil Comentado, TÍTULO III ­ Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL ­ LIVRO I ­ D…

ARTIGO 306

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.(1)

1. Nos casos em que o devedor desconhecer ou se opor a que o pagamento seja efetuado
por terceiro, a este será dado ser reembolsado apenas da porção que, efetivamente,
beneficiar­lhe. Afinal, pode haver casos em que o devedor, por meio de exceções pessoais
ou extintivas da obrigação, poderia se elidir da cobrança do credor (ex.: prescrição da
dívida) e, logo, não terá auferido vantagens reais com o pagamento efetuado pelo
terceiro.

Luis Paulo Cotrim Guimarães / Samuel Mezzalira


Luis Paulo Cotrim Guimarães:  “Possui doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (2002). Atualmente é Desembargador Federal pelo Tribunal Regional
Federal da 3ª Região (SP e MS) e professor titular de Direito Civil da Graduação, Mestrado e
Doutorado da Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (Fadisp). É autor de livros e
publicações na área de Direito Civil.” Samuel Mezzalira:   "Formado pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2006. Especialista em Direito e Agronegócio pela Fundação
Getúlio Vargas – GVLaw, em 2008. Mestre em Direito Civil pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2011. Advogado em São Paulo".

Coautores:
Hugo Tubone Yamashita

Marco Túlio de Carvalho Rocha

Maurício Rodrigues de Albuquerque Chavenco

Salomão Cateb

http://www.direitocom.com/sem­categoria/artigo­306­5 1/1
2017­6­26 Artigo 307 ­ Código Civil Comentado, TÍTULO III ­ Do Adimplemento e Extinção das Obrigações (art. 304 a 388), PARTE ESPECIAL ­ LIVRO I ­ D…

ARTIGO 307

Art. 307. Só terá e힣�cácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando
feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.(1)
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do
credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de
aliená-la.(2)

1. As prestações que visarem à transferência de propriedade somente poderão ser realizadas
por terceiros que tenham a capacidade para alienar determinado bem. Desse modo, se o
pagamento, por exemplo, der­se por terceiro que não era dono do bem, o ato será
ineficaz.
2. No entanto, se for dada coisa fungível e o credor já lhe houver consumido, não poderá ser­
lhe requerida a restituição do produto, exceto nas hipóteses em que estiver de má­fé. Em
casos tais, o prejudicado terá a prerrogativa de cobrar do terceiro solvente as perdas e
danos sofridas com a disposição de bem que lhe pertencia. Todavia, caso o bem ainda não
tenha sido consumido, seu real proprietário poderá reivindicar sua posse, ainda que o
credor tenha o recebido de boa­fé. De acordo com Pereira, a diferença de tratamento
entre a hipótese de já ter havido ou não o consumo do bem não decorre exatamente do
direito do dono, mas sim da apuração de sua existência e, logo, da impossibilidade ou
possibilidade de ser reavido.[1]

[1]– Pereira, Caio Mário da Silva. Teoria Geral das Obrigações, Rio de Janeiro: Forense., p. 176.

Luis Paulo Cotrim Guimarães / Samuel Mezzalira


Luis Paulo Cotrim Guimarães:  “Possui doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (2002). Atualmente é Desembargador Federal pelo Tribunal Regional
Federal da 3ª Região (SP e MS) e professor titular de Direito Civil da Graduação, Mestrado e
Doutorado da Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (Fadisp). É autor de livros e
publicações na área de Direito Civil.” Samuel Mezzalira:   "Formado pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2006. Especialista em Direito e Agronegócio pela Fundação
Getúlio Vargas – GVLaw, em 2008. Mestre em Direito Civil pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo, em 2011. Advogado em São Paulo".

Coautores:
Hugo Tubone Yamashita

Marco Túlio de Carvalho Rocha

Maurício Rodrigues de Albuquerque Chavenco

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