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FIRMITAS

Uma abordagem arquitetônica da estabilidade das construções.


Rogério Carvalho de Mello Franco
Uberlândia – MG, terça-feira, 16 de novembro de 2010.

Fui o que fiz / Sou o que faço / Do verbo, do traço / Não sou um juiz / Mas
cumpro com giz / Com o corpo e a mente / A sina docente / De ser mais feliz.

Arranjo as dúvidas na bagagem e parto rumo às respostas. Nem sempre os


caminhos trazem os porquês. Em contrapartida sempre oferecem novas
dúvidas para outras aventuras.

Dedicatória
Dedico este livro à memória do engenheiro e arquiteto José Antonio Cardoso,
de cujo trabalho e obra eu pude constituir, ainda na mais tenra idade, a
inspiração de minha carreira de arquiteto e professor; e ao meu mestre,
arquiteto Erico Paulo Siegmar Weidle, que em sua sabedoria e generosidade
ensinou-me e incentivou-me no estudo das estruturas arquitetônicas ao mesmo
tempo em que me encorajou a levar a outros o que tenho aprendido.

Agradecimento.
Agradeço a Consuelo, Carolina, Henrique e Humberto e a meus pais, Maria
Eloy e Waltencyr, pela coragem que me emprestaram para que eu pudesse, já
passando de maduro, ter a paciência necessária para ver concluído este
trabalho.
Aos amigos Maria Alice e Salviano, que acertadamente me aconselharam a
escrever este livro em tomos, publicando-o por etapas.

Índice

Introdução
“Firmitas”. Este foi o termo escolhido por Marcus Vitruvius Pollio, arquiteto e
engenheiro romano do Século I a.C. para qualificar o trato da estabilidade das
construções como um dos três estabelecimentos necessários para a existência
de um ente arquitetônico, ao lado de “Venustas”, traduzível como beleza ou
estética e “Utilitas”, definível como a própria funcionalidade.
Conforme preconizaram os mestres em suas criações ou comentários sobre a
Arquitetura, desde a antiguidade clássica, esta deve ser composta de modo a
que se perceba a harmonia proporcional dos espaços vazios e dos que são
preenchidos pelas massas, as formas, as luzes e sombras, as cores e matizes,
as texturas visuais e tácteis realçadas pelo ar em movimento, pelo calor e pelo
frescor do ambiente e pelos perfumes mais agradáveis que incitam ou excitam.
Os sons, o silêncio ou seus contrastes devem fazer parte da composição
arquitetônica. Estas coisas devem trazer à mente do Homem as relembranças
instintivas das sensações, as percepções estéticas impressas nos genes ou
gravadas na Cultura. Com a mesma intensidade, os espaços arquiteturais
devem atender às funções para as quais foram designados, na medida
econômica e ecológica, ensejando a produção pelo trabalho e o ócio justos.
Isto se completa com a estabilidade construtiva, o que dá aos espaços a
perenidade necessária a sua observação e uso. Esta terceira parcela,
permanente em toda representação do produto arquitetônico, por motivos que
merecem estudo acurado por parte de especialistas sociais, parece hoje
depreciada por grande parte dos estudantes e profissionais que vão saindo das
escolas numa série inacabada. Isto contradiz tanto a necessidade humana
quanto o esplendor daqueles que, minoritários, ainda atendem à disciplina e ao
estudo dos fenômenos que envolvem e comprometem o tema das estruturas
no contexto da Arquitetura.
Seja qualquer a hipótese para a existência desse defeito na formação dos
arquitetos e engenheiros, pelo menos uma questão pode ser recorrente: a de
que os cursos de formação não têm sido atrativos ao ponto de despertar o
prazer de se estudar as estruturas no contexto geral da Arquitetura. Em sendo
assim, quem sabe se possa insistir em reformular a abordagem desse tema,
enfatizando ou complementando algumas tentativas.

Tomo I – Resistência dos Materiais

Capítulo I – Forças

Pelo que nos ensina a teoria dominante da cosmologia do universo em


expansão, tudo que há está em movimento desde o “Big Bang”. Aliás, Albert
Einstein sintetizou com a teoria da relatividade que a quantidade de matéria e
energia são constantes: Ε = mc 2 . Apesar da grande novidade trazida pelo
cientista em 1905 a operação que satisfaz a estabilidade das construções
arquitetônicas ainda se basta na mecânica clássica. A presunção de que os
elementos que compõem as estruturas dos edifícios está satisfatoriamente
contida na Estática, mais especificamente na inércia, para a qual um corpo não
submetido à ação de um conjunto de forças cuja resultante seja nula não
sofrerá variação de velocidade. Isto significa que, se em movimento, sua
velocidade se manterá constante e, se parado, assim também permanecerá.
A formulação de Isaac Newton em 1687 de que matéria atrai matéria na razão
direta de suas massas e na razão inversa (do quadrado) da distância que as
separa nos revela que a interação dessa atração se dá por meio de um ente
denominado força, algo do qual se tem, na prática, o conhecimento da
existência mais evidente por seus reais efeitos, e potenciais: uma bandeira
desfraldada pela força do vento, uma corda rompida ou um estivador
extenuado por excesso de carga, um travessão arqueado pela conjugação de
seu peso próprio e seu vão livre, etc.
Forças internas
As forças internas aos materiais têm origem na estrutura molecular e, antes na
estrutura atômica dos elementos que constituem sua essência formadora. Na
medida em que haja ou que se empreste energia a esses elementos, a
tendência dos elétrons, de carga negativa e praticamente desprovidos de
massa, será a de se afastar do núcleo munido de massa e carregado
positivamente. Isto promoverá expansão em cadeia na estrutura atômica,
molecular e na dimensão do material o qual se esteja apreciando. Se houver
decréscimo de energia, ocorrerá o contrário: elétrons tenderão a reduzir
velocidade e a se aproximarem dos seus respectivos núcleos, fazendo com
que todo o sistema material se contraia, o que também virá a alterar as
dimensões do objeto em observação. Essa variação geométrica potencial das
dimensões será mais facilmente observada numa peça quanto mais se observe
a maior de suas três dimensões. A esse fenômeno, no estudo dos materiais, se
denomina “contração” ou “dilatação” dos corpos, segundo a natureza da
variação das dimensões será, pois negativa ou positiva.
Um corpo sólido, como é o caso objetivo dos sistemas estruturais da
Arquitetura, modifica suas dimensões ao ter variada sua energia interna, sua
temperatura. Para cada material existirá um coeficiente α de dilatação (ou de
constrição) linear específico, dependente da quantidade de energia emprestada
ou retirada. O produto deste coeficiente e da variação da temperatura será
proporcional à dimensão linear original l 2 = l1[1 + α (t 2 − t1) ] . A variação quanto ao
alongamento ou à retração linear, isto é, a diferença ∆l = l 2 − l1 será idêntica ao
produto da dimensão linear original l1 com a variação térmica incrementada ao
coeficiente α , isto é: ∆l = α (t 2 − t1 ) . A área de uma seção ou o volume de um
corpo submetido à variação de energia (temperatura) interna também variarão
proporcionalmente: ∆A ≅ A1 2α (t 2 − t1 ) , ∆V ≅ V1 3α (t 2 − t1 ) .
Forças externas
O aumento dimensional nos corpos que compõem as estruturas arquitetônicas
causado pelo fator energético (temperatura), quando há conjugação destes
corpos materiais formando um sistema, pode impingir esforços de uns sobre
outros. Neste caso, passando a haver ação e efeito de uma força externa de
uma peça sobre a outra, ou sobre uma seqüência de outras, até a absorção
final do conjunto de forças pelo substrato ao qual o aparelho estrutural esteja
ancorado. Porém, a que se considerar, maiormente forças de natureza
totalmente externa ao sistema. Estas são as mais ocorrentes e significativas na
questão arquitetônica. Essas forças são geralmente denominadas cargas ou
carregamentos e provém das massas das próprias peças que constituem o
sistema estrutural, tornadas pesos pela ação da gravidade, denominadas
“pesos próprios”; do conjunto de pesos de outros elementos animados e
inanimados que fazem parte do conteúdo dos entes arquiteturais como
equipamentos fixos ou móveis, mobília, pessoas, veículos e seus movimentos
sobre as edificações; forças advindas de fenômenos meteorológicos tais como
ventos, precipitações atmosféricas de água, neve ou gelo; e ainda dos
movimentos telúricos como os terremotos aos quais se poderia considerar
também, ainda que raros e praticamente imprevisíveis, alguns efeitos de
precipitações siderais.
As forças externas que interessam à Arquitetura são as que vêm a imprimir
deformações aos seus sistemas estruturais, os quais devem garantir reação de
modo a que nunca se alterarem quanto à estabilidade formal, absoluta ou
relativa, em relação ao meio imediato. Essas forças se apresentam, eventual
ou permanentemente, no sentido de tentar distender, comprimir, torcer, cortar e
flexionar, de maneira isolada, combinada ou conjuntamente os sistemas
estruturais, cabendo a estes resistir-lhes as ações.

Capítulo II – Vetores

Vetores, representação da força física.


Forças podem ser percebidas, mas não podem ser vistas diretamente.
Somente seus efeitos são sentidos. Porém, faz parte da natureza humana
poder representar entidades significativas a fim de poder manipulá-las. Assim
como as palavras (sons) e os números (quantidades) passaram a ser
representados por símbolos escritos, a força e seus entes derivados (pesos)
também ganharam representação gráfica: o vetor.
O vetor é uma representação geométrica, um segmento de reta que demonstra
visualmente as três propriedades essenciais de uma força (ou de um peso): a
direção ou a orientação, o sentido e a grandeza. A primeira propriedade diz da
linha reta sobre a qual uma força atua de um ponto A a um ponto B ,
segmento de reta AB ou BA , se uma linha norte-sul, mesmo que sul-norte, ou
leste-oeste que significa a mesma idéia de uma linha oeste-leste, etc. A
segunda propriedade é representada por uma ponta de seta que associada à
segmento de reta representativa da orientação, indica o sentido da força: se
sobre o segmento de reta AB ou BA , segue de A para B ou de B para A ; se
na linha norte-sul, vai de norte para sul ↓ ou de sul para norte ↑ , e assim por
diante. Finalmente, a terceira propriedade indicada num vetor é a da
quantidade de força que ele representa. Para informação é expressa em escala
para cada distância entre pontos intermediários do segmento de reta: 1,2,3,..., n ,
a grandeza, seguida da unidade de força representada. Esta unidade
dependerá da cultura ou do sistema empregado por cada comunidade, como
se verá um pouco mais adiante.
Um vetor é, portanto, uma entidade gráfica representativa de orientação,
sentido e grandeza desenhada em escala, o módulo. Sua aparência é de uma
seta com cabeça representante do sentido da ação e a cauda representativa de
sua origem. As coordenadas cartesianas fornecem uma maneira sistemática de
descrever e operar vetores, podem ser compostos ou decompostos segundo
suas projeções nos eixos cartesianos . Isto facilitará operações nos
semiplanos .
Adição de vetores: uma resultante
Muitas operações algébricas têm formas análogas às realizadas por meio
gráfico. Vetores, por serem segmento de retas desenhadas em escala e com
indicação do sentido da ação, podem ser somados, subtraídos e multiplicados
pelas leis da comutatividade, associatividade e distributividade. Para cada
operação de adição, subtração ou multiplicação de vetores haverá uma única
resultante.
A soma de vetores que atuam numa mesma linha de força pode ser realizada
mediante sua superposição seqüencial, um seguido do outro. Quando as setas
indicativas dos sentidos são coincidentes, apontando para a direita →, por
exemplo, o vetor resultante dessa adição será um novo, de magnitude igual à
soma das magnitudes dos vetores membros da seqüência, desenhada na
mesma escala destas, cujo sentido será representado por sua seta que
apontará igualmente a direita →, como em seus membros. Se a soma vetorial
fosse de elementos atuantes na mesma linha e em sentido à esquerda ←, o
mesmo raciocínio será empregado, apenas atendendo outra indicação da seta
que, neste caso, apontará a esquerda ←. Para encontrar o vetor resultante de
um conjunto que atue em qualquer direção e sentido, a soma vetorial de
elementos que atuam na mesma linha de força é semelhante.
Quando se trata da subtração de elementos vetoriais que agem sobre uma
mesma linha de força, mas que têm sentidos opostos, representadas em
mesma escala, o resultado será obtido pela sobreposição das resultantes de
um e outro sentido, cuja solução será nula se ambas resultantes forem de igual
grandeza, ou a representada pelo resto de uma e outra das duas resultantes,
aplicando o sentido da maior delas.
Dois vetores coplanares não colineares nem paralelos terão suas linhas de
força coincidindo num ponto comum, portanto, num mesmo ponto inicial. Sua
resultante pode ser encontrada geometricamente usando a regra do
paralelogramo, procedimento da Geometria Analítica em conexão com a
Álgebra Linear para se obter a soma de dois vetores. Consiste em desenhar os
dois vetores com a mesma origem e considerar a soma como a diagonal do
paralelogramo formado.
Um conjunto qualquer de vetores coplanares, não colineares nem paralelos
apresentará um único ponto para todas suas linhas de força. O desenho
seqüencial e em escala dos elementos do conjunto vetorial ordenando a
coincidência da cauda do primeiro elemento (que pode ser escolhido
aleatoriamente) com o ponto de convergência das linhas e, em seguida, a
superposição seqüencial e sistemática de cada cauda de vetor assentado com
a cabeça do subseqüente, sempre que seja mantida a inclinação de cada
elemento, a resultante desse sistema será um vetor que liga a origem do
conjunto de membros ao fim do conjunto, cauda com seta.
Soma de vetores paralelos se dá pela superposição seqüencial de todos os
vetores a serem somados, desenhados na mesma escala e com igual
inclinação, tendo a cauda do primeiro (escolhido aleatoriamente) instalada num
ponto qualquer e dos seguintes instaladas nas setas dos seus antecessores.
Primeiro se organizará a seqüência de um sentido e depois do sentido contrário
ao primeiro escolhido, se houver. O segmento de reta que ligar a cauda do
primeiro elemento à seta do ultimo perfilados terá a grandeza igual à soma
destes.
No caso da soma de vetores paralelos a posição geométrica da resultante não
estará automaticamente determinada pela operação anterior. Haverá que se
estabelecer esse lugar por meio de um segundo procedimento: se considera o
desenho das forças paralelas originais, com suas dimensões devidamente
representadas em mesma escala; se toma a sequência que proporcionou a
resultante, conservando também, além da escala gráfica, sua inclinação
angular; em seguida se determina um pólo aleatório exterior ao eixo do
conjunto das forças representadas ligando cada extremidade, cauda e cabeça,
de cada um dos elementos vetoriais originais ao pólo. Isto ensejará a
constituição de um número de raios polares, isto é, se houver três forças
originais, se terá quatro raios polares, se forem oito vetores iniciais somados,
haverá nove raios polares, e assim por diante. Ato contínuo se desenhará um
polígono a partir das linhas de força primitivas, onde atuam as forças que
originaram a resultante, transferindo por meio de paralelas os raios polares
obtidos a partir das ligações dos extremos dos vetores componentes ao pólo. O
segundo raio polar será comum para o primeiro e o segundo vetores da
sequência; o terceiro raio para o segundo e o terceiro vetores e assim será em
toda a consecução. Assim, se ligará a partir da linha de força do vetor inicial
esta à do segundo vetor por meio do raio polar correspondente, repetindo-se
operações semelhantes para cada vetor e seu respectivo raio polar, até o final .
A intercessão dos raios polares extremos, , determinará o ponto por
onde a resultante passará.
Neste contexto, a multiplicação de vetores por um número escalar se resume a
alterar a magnitude do vetor alongando-o ou encurtando-o sempre que
mantidos a orientação e o sentido originais. Se a multiplicação for pó número
negativo, se preservará a magnitude, mas se inverterá o sentido.

Capítulo III – Massa e peso

A terceira lei de Newton preconiza que matéria atrai matéria na razão direta de
suas massas e na razão inversa (do quadrado) da distância que as separa,
. Distância é um conceito mais simples, que se tem com mais
facilidade. O conceito de massa, porém, requer um momento de reflexão a fim
de que facilite o estudo da resistência dos materiais dentro do contexto da
estruturas arquitetônicas.
Massa é uma grandeza escalar. É algo intrínseco à existência material porque
matéria tem massa. Já que das principais partículas atômicas, elétrons, prótons
e nêutrons, as duas últimas têm massa considerável, a massa de cada
elemento atômico é dada pela soma de seus prótons e neutros. Na tabela
periódica dos elementos se pode observar que os elementos estão dispostos
de maneira que quanto mais à direita e embaixo, maiores suas massas
atômicas; se diz que são assim mais “pesados”. O conceito de peso neste caso
se trata de uma expressão idiomática na língua portuguesa, a coincidência do
significado da palavra “peso” com a consideração de massa. Talvez fosse mais
bem empregada a expressão “mais massudos” para se descrever elementos
materiais presentes mais à direita e abaixo da tabela periódica dos elementos
ao compararmos estes com seus vizinhos anteriores.
Peso tem um conceito mais amplo quando se trata de uma carga. Trata-se de
grandeza vetorial, produto da massa pela força gravitacional . A massa
constante de um átomo ou molécula, neste caso composta pela soma de todas
as massas atômicas de todos os elementos que venha a constituí-la enquanto
matéria será constante em qualquer recanto do Universo. O peso, por sua vez,
será a medida da interação dessa massa com a força gravitacional de
referência que se tome. No planeta Terra a força de interação gravitacional
enseja uma aceleração aproximada . O peso será o produto da
massa pela força de aceleração . Desse modo, uma mulher que
entre numa farmácia em Brasília, suba à balança e verifique que o mostrados
da máquina mostra o numero 60, sob o ponto de vista físico sua massa
corporal, de fato, corresponderá aproximadamente a 54,48 Kg. 60 será a força
que sua massa exerce sobre a plataforma da balança que, por sua vez, resiste
à força gravitacional que atrai o corpo da mulher para o centro do Planeta. A
grandeza da carga e a unidade que o artefato da farmácia deveria expressar
seria 60 Kgf (kilograma força) ou, noutra notação, 601 N (newtons:
). Por ser produto de uma grandeza vetorial (força) e
outra escalar (massa) peso pode ser descrito graficamente com expressão de
orientação, sentido e grandeza.
Unidades
Unidades são produtos de convenções que estabelecem padrões de medidas
de grandezas, quantidades. Geralmente se quantificam distâncias, massas,
tempo e seus compostos. No Sistema Internacional – SI, aceito em todo
mundo, distâncias, as lineares, planares e volumétricas são expressas em
metro, metro quadrado, metro cúbico , seus múltiplos e submúltiplos;
massas têm o grama como referência unitária, com seus múltiplos e
submúltiplos. Para o tempo, a unidade básica é o segundo . Unidades
híbridas são compostas a partir dessas convenções de unidades:

. Encontrar-se-á outras unidades empregadas fora do SI, geralmente populares


nos Estados Unidos da América ou no Reino Unido. Como outros exemplos,
anteriores à consagração do SI, ainda seguem sendo empregadas e difundidas
devido a força industrial desses paises. Isto é causa direta de geopolítica e
também da complexidade para substituir essas antigas unidades em suas
origens.
Grandezas
Grandezas ou magnitudes são basicamente as quantidades das coisas,
medidas segundo um determinado padrão convencional e representadas por
módulos, expressão gráfica desenhada em escala. Sua precisão estará
intrinsecamente relacionada com a escala: quanto mais ampliada, mais precisa
será a expressão da grandeza. Portanto, a escolha da escala adequada para a
representação da magnitude de um vetor, por exemplo, desempenhará função
fundamental para o resultado de operações.
Caso a expressão das grandezas sejam feitas por meio de números
representados por algarismos e símbolos de racionalização, seja decimal,
fracionária, binária, octagegimal, hexagesimal, etc., importa sobremaneira a
consideração dos algarismos que sejam significativos para a operação e sua
notação. Neste caso, as mais comuns para o trato dos sistemas estruturais em
Arquitetura são as notações: científica e de engenharia.
Notação científica é denominada também “notação padrão” ou “notação
exponencial”. Esta forma acomoda expressão de números muito grandes ou
expressivamente pequenos (100000000000 ou 0,00000000001) que passam à
condição visual compactada mediante a representação de mesmas
quantidades ou magnitudes em potências de dez m × 10 n onde m é
denominada “mantissa” e n é a chamada “ordem de grandeza”
( 100000000000 = 1 × 1011 ou 0,00000000001 = 1 × 10 −11 ). Na representação do
módulo, este deve ser maior ou igual a 1 e menor que 10, e a ordem de
grandeza, dada sob a forma de expoente, é o número que mais varia conforme
o valor absoluto. A notação de engenharia contém seus limites de
representação na mantissa entre 1 e 999 e a ordem de grandeza varia de três
em três ( 985,33 × 10 3 , 2,10 × 10 −6 ).
Em termos de aplicação, os algarismos significativos são úteis para minorar
erros e padronizar ajustes em operações matemáticas. Ao se representar 2 ,
um número irracional, aquele que sendo real não pode ser obtido pela divisão
de dois números inteiros. Daí, em termos corriqueiros, ter-se-ia uma seqüência
interminável de algarismos fracionários 1,4142135... . A partir da determinação
de qual a aproximação prática necessária, pode-se limitar esse ajuste a, por
exemplo, duas casas fracionárias: 2 ≅ 1,41 . Desse modo haveria um número
com dois algarismos significativos: o 1 inteiro e o 4 decimal. O algarismo 1
centesimal não seria, pois, significativo porque se trata de uma aproximação.
Por convenção, quando o algarismo não-significativo é igual ou maior que
cinco, se faz ajuste para cima; quando menor que cinco, para baixo. Por isto se
indica 10 6 = 1,6666666... ≅ 1,67 e 10 6 = 3,3333333... ≅ 3,33 . Para valores muito
grandes ou pequenos, a notação científica é mais adequada, pois tem a
vantagem de poder representar adequadamente a quantidade de algarismos
significativos.

Capítulo IV – Geometria dos materiais


Propriedades geométricas dos materiais e suas seções planas
Área
Centros de gravidade, onde as forças atuam
Momento geométrico
Momento de inércia

Capítulo V – Resistência
Pela Terceira Lei de Newton, a toda ação corresponde uma reação de igual
intensidade, com mesma orientação, mas em sentido contrário. Isto explica e
disto depende o equilíbrio dos corpos. Consequentemente, é a essência da
estabilidade dos sistemas estruturais na Arquitetura. A resistência exata às
ações externas e internas de força que estabiliza as construções provém da
natureza dos materiais e também da forma geométrica dos elementos que as
compõem. No primeiro caso, se observa que elementos estruturais formados
por materiais cujas moléculas sejam mais estáveis, como vários metais sólidos
(nas condições normais de temperatura e pressão – CNTP), por exemplo. No
segundo, peças cujo formato garanta maior distância entre.
Materiais constituem a existência física dos edifícios, principais representantes
do que conhecemos como Arquitetura. Esses materiais, formados que são de
elementos e compostos atômicos, têm massa (e energia). Portanto, segundo
os princípios newtonianos, estão sujeitos à Lei da Gravitação Universal. Ocorre
que a estrutura atômica dos elementos e das moléculas trazem em si a
estrutura que lhes empresta mais ou menos estabilidade diante das forças que
venham a fazer com que tendam a se deslocar ou a se deformar ou, até
mesmo, a alterar seu estado (sólido, líquido ou gasoso), desta feita com adição
de mais ou menos energia ao conjunto molecular. Observamos o fato de que o
carbono seja tão propalado por sua resistência. Este fato se torna mais
evidente quando se compreende a natureza molecular deste elemento, cuja
aparência, segundo os modelos consagrados, se assemelha a do tetraedro,
geometricamente o mais estável e resistente dos sólidos, constituído de tão-
somente quatro nós, quatro ligações e quatro planos triangulares. Triângulos,
por seu turno, são as figuras mais estáveis que há. O triângulo é a própria
definição do plano geométrico.
Os elementos estruturais prismáticos, os mais comuns na Arquitetura, são
formados por uma face superior e uma inferior, paralelas e congruentes,
ligadas por arestas. Blocos e barras têm três dimensões, base, altura e
comprimento geometricamente significativos, com o mesmo status de
consideração. Nas placas ou chapas duas das três dimensões, altura e
comprimento, são mais significativas do que a terceira, espessura, e os cabos
têm uma de suas dimensões, comprimento, muito mais significativa do que as
outras duas, espessura – ou bitola – e altura. Desse modo, as considerações
quanto à resistência às forças externas aplicadas a blocos ou a barras levará
em consideração prática as aplicações tanto na base, quanto na altura ou no
comprimento, inclusive quanto à natureza geométrica de qualquer de suas
seções; as placas ou chapas serão consideradas pela resistência que
oferecerem em face de sua altura e comprimento. Os cabos, por ter um
elemento dimensional mais importante em relação aos demais, devem
considerar a resistência molecular dos elementos que o compuserem como um
fator mais polarizado na consideração de sua resistência às forças
eventualmente atuantes nos sistemas estruturais onde comparecem.
Sistemas estruturais caracterizados pelo uso de blocos são geralmente
submetidos a forças que tendem a comprimir, mais do que tracionar ou a
flexionar. Barras submetidas especialmente à compressão são representadas
pelos denominados pilares; as que são submetidas indistintamente à
compressão ou à tração num mesmo sistema costumam ser chamadas hastes;
as que são tipicamente tracionadas têm o nome genérico de tirantes. As barras
que são predominantemente submetidas à flexão são denominadas vigas.
Cabos não oferecem resistência prática à compressão ou à flexão. Seu papel
na estabilidade das construções arquitetônicas é de resistência à tração, tanto
é em muitos aspectos a palavra cabo chega a ser confundida com o vocábulo
“tirante” embora, como se viu, esta função possa ser empreendida por uma
haste como os “cambões” empregados nos caminhões.
Alguns conjuntos estruturais recebem nomenclatura própria e remontam às
características próprias de seus elementos: colunas, paredes cujas espessuras
têm significado importante são constituídas basicamente de blocos interligados
e correlacionados; grelhas tratam geralmente da associação de barras; telas ou
teias definem o conjunto de cabos. A densidade maior de cabos ou fios (cabos
muito finos) pode definir um sistema com sendo uma membrana, por ser esta
uma lâmina delgada cuja espessura passa a ser praticamente insignificante
perante suas duas outras dimensões.
Relação de forças com os materiais
O fenômeno da tensão
Compressão, distensão, corte, flexão, torção e choque.

Capítulo VI – Deformação

A relação da tensão com a deformação dos corpos (John Hooke)


Resistência dos materiais e o colapso
Fragilidade e dutibilidade dos materiais

Capítulo VII – Vínculos

Em cada plano cartesiano, um sistema arquitetônico deverá permanecer em


estado de repouso. Para tanto, o somatório de todas as forças atuantes,
internas e externas, deverá ser nulo; as cuja resultante tendam a fazer com que
o sistema traslade nas direções horizontal ou vertical, ou a girar por causa de
geração de momento (produto de uma força atuante à distância de um ponto
de apoio Μ = f × d ).
Graus de liberdade e restrições de movimento
Rótulas
Pinos
Engastes
Estática: Hipostática (estudo dos mecanismos), isostática (estudo das
estruturas estaticamente determinadas) e hiperestáticas (estudo das estruturas
estaticamente indeterminadas).

Capítulo VIII – Tração

Capítulo IX – Compressão

Flambagem
Raio de giração
Domínio de Euler
Domínio de Tetmeyer
Capítulo X – Flexão

Momento
Binário
Reações de apoio
Cisalhamento
Momento flexor
Momento Resistente

Capítulo XI – Vigas contínuas

Capítulo XII – Torção

Capítulo XIII – Impacto

Tomo II – Estruturas arquitetônicas

Capítulo XIV – Estruturas naturais e estruturas arquitetônicas


Construções e desconstruções
Estruturas elaboradas por elementos climáticos
Estruturas compostas por memória genética
Estruturas artificiais
Estruturas arquiteturais

Capítulo XV – Elementos estruturais

Prismas
Blocos
Placas
Barras e hastes
Tirantes e cabos
Diafragmas

Capítulo XVI – Sistemas estruturais arqueados


Arcos
Cúpulas
Abóbadas
Selas

Capítulo XVII – Sistemas estruturais de cascas

Ondulações
Dobraduras

Capítulo XVIII – Sistemas estruturais funiculares

Cabos
Diafragmas
Pneumáticas

Capítulo XIX – Sistemas estruturais treliçados


Treliças planas
Treliças espaciais

Capítulo XIX – Pórticos e aporticados


Seções estruturalmente ativas
Quadros
Pórticos
Marcos
Lajes
Vigas
Pilares, pilastras e pilotis

Capítulo XX – Sistemas estruturais de andares múltiplos


Torres e arranha-céus
Fundações
Elevadores
Materiais
Refrigeração
Velocidade
Ventos
Sísmicos
Evacuação

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