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A ideia da dualidade teve origem em um debate sobre a natureza da luz e da matéria, que remonta

ao século XVII, quando Christiaan Huygens e Isaac Newton propuseram teorias concorrentes para
descrever a luz: a luz foi pensada tanto para consistir de ondas (Huygens) ou
de partículas (Newton). A partir do trabalho de Max Planck, Albert Einstein, Louis de
Broglie, Arthur Compton, Niels Bohr e muitos outros, a teoria científica atual sustenta que todas
as partículas também têm uma natureza de onda (e vice-versa). Este fenômeno foi verificado não
somente para partículas elementares, mas também para as partículas compostas, como átomos e até
mesmo moléculas.
Huygens e Newton:
No século XVII, havia uma grande controvérsia sobre a natureza da luz visível. Duas teorias tentavam
estabelecer respostas para esta questão: a teoria corpuscular de Isaac Newton e a teoria ondulatória
do físico holandês Christiaan Huygens. Ambas as teorias satisfaziam os fenômenos de reflexão e
refração. A mais antiga teoria abrangente da luz foi avançada por Christiaan Huygens, demonstrou
como as ondas podem interferir para formar uma frente de onda, propagando em uma linha reta. No
entanto, a teoria teve dificuldades em outros assuntos, e logo foi ofuscada pela teoria de Newton. Ele
propôs que a luz consistia em pequenas partículas, com o qual ele poderia facilmente explicar o
fenômeno da reflexão. Com muito mais dificuldade, ele também poderia explicar a refração através de
uma lente, e a divisão da luz do sol em um arco-íris por um prisma. Porém, por volta da metade do
século XVII, as descobertas da difração e da interferência em 1665 e da polarização em 1678,
puseram em xeque a teoria de Newton, já que essas descobertas não possuíam explicações caso a
luz fosse considerada um feixe de partículas.
Fresnel, Maxwell e Young:
No início do século XIX, os experimentos da fenda dupla, realizada por Young, forneceu argumentos
para a teoria ondulatória de Huygens. A experiência da fenda dupla, mostrou que, quando a luz é
enviada através de uma rede, uma característica padrão de interferência é observado, muito
semelhante ao padrão resultante da interferência de ondas de água; o comprimento de onda da luz
pode ser calculado a partir desses padrões. O ponto de vista de onda não substituiu imediatamente a
visão corpuscular de Newton, mas foi se estabelecendo gradualmente à comunidade científica durante
o século XIX, especialmente através da explicação do fenômeno da polarização da luz, em 1821,
por Augustin Fresnel. No final do século XIX, James Clerk Maxwell explicou a luz como a propagação
de ondas eletromagnéticas de acordo com as equações de Maxwell. Essas equações foram
verificados experimentalmente por Heinrich Hertz em 1887, e tornou-se a teoria da onda amplamente
aceita.
Planck, Einstein e os fótons:
Em 1905, Albert Einstein propôs que a radiação eletromagnética era quantizada, conhecida
como fóton. Ele trouxe a ideia de que se a luz é absorvida ou emitida por um corpo, isso irá ocorrer
nos átomos do corpo. Quando um fóton de frequência f é absorvido por um átomo, a energia h.f do
fóton é transferida da luz para o átomo. No efeito fotoelétrico, quando iluminamos uma superfície de
um metal com comprimentos de onda suficientemente pequeno, a luz prova a emissão de elétrons do
metal. Através de alguns experimentos, provou-se que o efeito fotoelétrico não depende da
intensidade da luz incidente, mas sim de um certo comprimento de onda, chamado de comprimento
de onda de corte. Esse resultado não é explicado pela física clássica. A física clássica dizia que a luz,
comportando-se como onda eletromagnética teria energia para ejetar elétrons, independente da
frequência emitida, porém, isso não é verídico. Esse fenômeno é facilmente compreendido quando
interpretamos a luz em termos de fótons. Os elétrons são mantidos na superfície de um certo material
e, para escapar dele, o elétron necessita de uma energia mínima, que depende do que o material é
constituído, e recebe o nome de função trabalho. Quando a energia h.f cedida por um fóton a um
elétron é maior que a função trabalho do material, este elétron poderá escapar do alvo. Einstein
explicou o efeito fotoelétrico e comprovou a teoria corpuscular da luz.
Louis de Broglie e as ondas de matéria:
A dualidade partícula-onda foi enunciada pela primeira vez em 1924, pelo físico francês Louis-Victor
de Broglie, que anunciou que os elétrons apresentavam características tanto ondulatórias como
corpusculares, comportando-se de um ou outro modo dependendo do experimento específico. A
experiência de Young (experiência da dupla fenda) exemplifica de maneira sensível o comportamento
ondulatório do elétron; e pelo que já se conhecia do mesmo como partícula - a citarem-se os
experimentos realizados com o tubo de Crookes, e outros - concluiu-se a dualidade onda-partícula
deste ente, visto que a difração em fenda dupla é uma propriedade notoriamente ondulatória.
De Broglie fundou seu raciocínio inicialmente na intuição e nos conhecimentos acerca do efeito
fotoelétrico. Durante os estudos de Einstein acerca do efeito fotoelétrico - estudos que lhe renderam
o prêmio Nobel - ele havia concluído que os fótons que atuavam no efeito fotoelétrico exibiam todas
as propriedades esperadas de um feixe de partículas, comportando-se cada qual como uma partícula
com energia E=h•f, onde f representa a frequência da onda eletromagnética associada aos fótons em
consideração. Einstein concluiu desta forma que, em determinados processos, as ondas se
comportam como se fossem corpúsculos. De Broglie imaginou então o inverso, ou seja, se ondas se
comportam como partículas, porque não esperar que partículas se comportem como ondas? Levando
sua ideia a cabo e confrontando-a com dados empíricos, De Broglie foi capaz de relacionar com
sucesso o comprimento de onda associado ao comportamento ondulatório da "partícula" com sua
massa mediante a fórmula λ=h/p, onde p representa o módulo do vetor quantidade de movimento, ou
seja, o produto da massa pelo módulo da velocidade (m•v) do ente; h representa a Constante de
Planck, e λ é o comprimento de onda associado. Observando-se a fórmula verifica-se facilmente que,
à medida que a massa ou sua velocidade aumenta, diminui-se consideravelmente o comprimento de
onda. Os corpos macroscópicos têm associada uma onda, porém sua massa é tão grande que pode-
se afirmar que apresentam um comprimento de onda desprezível, porém não nulo. Embora no mundo
macroscópico tais efeitos ondulatórios sejam por tal imperceptíveis, no mundo subatômico estes
certamente não o são, e por tal, na hora de se falar sobre "partículas" atômicas é muito importante se
considerar a dualidade - já que o comportamento ondulatório determinado pelo comprimento de onda
que possuem é a única forma de se explicar muitos de seus fenômenos.
Explicação da dualidade onda-partícula:
A mecânica quântica fornece uma descrição dos diferentes materiais corpúsculos da mecânica
clássica. Na mecânica clássica, corpúsculos considerados partículas de massa seguem um caminho
contínuo no espaço. Elas ainda estão relacionadas com interações físicas e as forças a que a partícula
é sujeita. Mas a mecânica quântica abandona a ideia de que uma partícula é pontual e que pode ser
observada em uma pequena região arbitrária do espaço ao ter uma velocidade definida ao mesmo
tempo (isso é uma consequência matemática do princípio da incerteza de Heisenberg).

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