Você está na página 1de 32

Universidade Federal do Pará

Campus Universitário de Tucuruí


Curso de Engenharia Mecânica

Disciplina: Elementos de Máquinas I

Prof. Walter dos Santos Sousa


Aula 4: Eixos, Chavetas e Acoplamentos

 Objetivo: Analisar os principais mecanismos causadores


de falhas por fadiga, especificando o limites de tensão e o
número de ciclos para evitar esse tipo de problema

2 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Introdução
 O termo eixo geralmente se refere a um elemento
relativamente longo de seção transversal circular que gira
e transmite potência. Um ou mais componentes como
engrenagens, polias e cames são fixados ao eixo por meio
de chavetas, pinos, anéis de pressão, etc.
 Um eixo pode ter a seção não-circular e não precisa
necessariamente girar, podendo ser estacionário.
 Além de se projetar o eixo com a resistência necessária,
deve-se ficar atento a velocidades críticas inerentes da
relação massa-rigidez de qualquer sistema dinâmico.

3 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Aplicações

4 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Considerações de Projeto de Eixos
 Para minimizar as tensões e deflexões, o comprimento do eixo
deve ser mantido o menor possível, evitando-se trechos em
balanço.
 Evitar as concentrações de tensões em regiões onde o
momento fletor é alto. Nos entalhe, minimize o efeito de
concentração de tensão com raios de adoçamento.
 As deflexões nos locais de engrenagens suportadas pelo eixo
não devem exceder cerca de 0,005 in e a inclinação relativa
entre os eixos das engrenagens deve ser menor que cerca de
0,03º.
 Na utilização de mancais planos (luvas), a deflexão do eixo ao
longo do comprimento do mancal deve ser menor do que a
espessura da película de óleo usada no mancal.

5 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Considerações de Projeto de Eixos
 No uso de mancais de rolamento que não sejam
autocompensadores, a inclinação do eixo nos mancais deve ser
minimizada.
 Quando existir cargas axiais de compressão elas deverão ser
descarregadas em um único mancal. Não divida as cargas axiais
entre mancais axiais, uma vez que a expansão térmica do eixo
pode sobrecarregar os mancais.
 A primeira freqüência natural do eixo deve ser pelo menos
três vezes a freqüência máxima da carga esperada em serviço.

6 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Restrições Geométricas
 Analisemos o caso a seguir onde é mostrado um eixo
simplesmente apoiado é carregado com uma força
transversal e um momento.

 A seguir, devemos desenvolver as equações para a


inclinação dos mancais. Nesse caso, utiliza-se o método
da sobreposição dos efeitos:
7 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí
Restrições Geométricas

Equações do deslocamento
vertical (Flexa), de uma viga
com apoios simples, devido
aplicação de força transversal.

8 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Restrições Geométricas

Equações do deslocamento
vertical (Flexa), de uma viga
com apoios simples, devido
aplicação de momento.

9 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Restrições Geométricas
 Para o exemplo em questão, somando as deflexões:

y AB 
Fb
i ix

6 EIl
 x  bi  l  
2 2 2 Mix 2
6 EIl
 x  3ai2  6ai l  2l 2 

 Diferenciar a equação acima para obter a inclinação e


estabelecer x = 0 para o mancal esquerdo:
A 
1
6 EIl
 Fb
 i i  bi
2
 l 2
  M i  3ai
2
 6 ai l  2l 2
 

 Para várias forças concentradas e momentos:

A 
1

6 EIl 
 Fb
i i  bi
2
 l 2
  M i  3ai
2
 6 ai l  2l 2
 

10 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Restrições Geométricas
 Além disso, se considerarmos o plano vertical (XY) como
V e o plano horizontal (XZ) como H, para carregamentos
de ambos os planos, os resultados podem ser
adicionados como vetores, de modo a prover:
1

  Fb     
2
A  b 2
 l 2
 M 3a 2
 6 a l  2l 2

6 EIl  H
i i i i i i

i i i
   Fb b 2
 l 2
  i i i
 M 3a 2
 6 a l  2l 2
 V 
2 1/2

 Para um eixo sólido circular de diâmetro d, I=πd4/64.


Estabelecendo θA = θall como valor absoluto da inclinação
admissível no mancal e nd como fator de projeto temos:

11 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Restrições Geométricas
 Para o mancal esquerdo:
32nd

i i  bi  l    M i  3ai  6ai l  2l  
  Fb
2
d 2 2 2 2

3 El all  H


1/4
2 1/2
i i i
   Fb    i i i
   
2 2 2 2
b l M 3a 6 a l 2l
V

 Para o mancal direito:


32nd

  Fi ai  l  ai    M i  3ai  l  
2
d 2 2 2 2

3 El all  H


1/2 1/4

   Fi ai  l 2  ai2    M i  3ai2  l 2  
2

12 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Restrições Geométricas
 Se, ao examinar as deflexões, qualquer valor encontrado
for maior que a deflexão admissível yall, um novo
diâmetro poderá ser determinado a partir de:
1/4
nd yold
d new  d old
yall
 Similarmente, se qualquer inclinação for maior que a
inclinação admissível θall, um novo diâmetro poderá ser
determinado a partir de:
nd  dy / dx old
1/4

d new  d old
 inclinação all
13 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí
Restrições de Resistência
 Agora, apresentaremos equações para o
dimensionamento de eixos baseados nos princípios de
fadiga dos materiais abordados anteriormente.

 Basicamente serão apresentados dois métodos


considerados os que se ajustam melhor aos dados: o de
Gerber e o de energia de distorção co curva elíptica. Mas,
também serão mostrados demais métodos que ainda são
empregados na prática.

14 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Equação de Diâmetro de Eixo para o
Critério DE-Gerber
1/3
   2 1/2
 
 8nA   2 BSe  
d 1  1     
S
 e    ASut    
  
  2 1/2 
1 8A   2 BSe   
 1  1     
n  d Se    ASut   
3

   
 Em que:

A  4  K f M a   3  K fsTa  ; B  4  K f M m   3  K fsTm   a' A


2 2 2 2

r ' 
m B
15 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí
Equação de Diâmetro de Eixo para o
Critério DE-Elíptico
1/3
 16n A2 B 2 
d   2 
  Se S y 
2

1 16 A2 B 2
  2
n d3 2
Se S y
 Em que:

A  4  K f M a   3  K fsTa  B  4  K f M m   3  K fsTm 
2 2 2 2

 a' A
r ' 
m B
16 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí
Flexão Variável Combinada e Torção
Variável
1/3
 16n  
4  K f M a   3  K fsTa 
2 1/2
d 
2

  
  Se    1  16 4  K M   3  K T  
2 2 1/2

n  d 3 Se  f a fs a 

Diagramas de falha
por fadiga – (a)
flexão inversa,
oposta e com
torção fixa (modelo
De-elíptico); (b)
Flexão inversa,
oposta e com
torção inversa,
oposta em fase.

17 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Dinâmica dos Eixos Girantes

18 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Montagem de Componentes nos Eixos
Girantes – Chavetas

Chaveta Quadrada Chaveta Plana Chaveta de seção circular

Chavetas Kennedy Chaveta Woodruff

19 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Montagem de Componentes nos Eixos
Girantes – Chavetas

Chaveta de cabeça Chaveta Feather

20 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Montagem de Componentes nos Eixos
Girantes – Chavetas

21 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Montagem de Componentes nos Eixos
Girantes – Normas para chavetas

Chaveta Plana – DIN 6885


Chaveta Inclinada – DIN 6886
Chaveta Meia Lua – DIN 6888
Chaveta Tangencial – DIN 271
Chaveta Inclinada c/ cabeça – DIN 6887

22 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Falha por cisalhamento da chaveta

23 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Tipos de rasgos de chaveta e fatores de
concentração de tensão Kf
Rasgo de Chaveta Rasgo de Chaveta perfilado

Recozido
(< 200 Bh)

Resfriado rapidamente e
estirado (> 200 Bh)

24 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Montagem de Componentes nos Eixos
Girantes - Pinos

Pino reto de seção circular Pino reto de seção cônica

Pino mola tubular com Pino ranhurado


abertura

25 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Montagem de Componentes nos Eixos
Girantes – Anéis de retenção (ou pressão)

Tipo convencional, se ajusta em ranhuras

26 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Montagem de Componentes nos Eixos
Girantes – Anéis de retenção (ou pressão)

Tipo fixação forçada, não requer ranhuras

Os dentes se defletem quando instalados sob


forçamento e resistem à remoção

27 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Acoplamentos Rígidos
 Travam os dois eixos conjuntamente, não permitindo
movimento relativo entre eles, embora algum ajuste axial seja
possível na montagem. São usados quando há uma necessidade
absoluta de fidelidade na transmissão do torque, ou seja,
quando a relação de fase entre o eixo motor e o eixo movido
deve ser mantida com precisão.

28 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Acoplamentos Flexíveis ou Complacentes:
 Usados quando se deseja minimizar os efeitos de cargas
de impacto ou vibrações transmitidos de um eixo para o
outro.
Tipos de Desalinhamento:

29 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Acoplamentos Flexíveis

30 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Característica de vários tipos de
acoplamentos flexíveis

31 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí


Exercícios
 18-18 – A secção do eixo mostrado na figura a seguir deve ser
projetada em tamanhos relativos aproximados de d = 0,75D e
r = D/20. O eixo deve ser de aço com Sut = 1226 Mpa e Sy =
1130, com dureza não menor que 368 Brinell. No ressalto, o
eixo está sujeito a um momento fletor completamente inverso
de 70 N.m, acompanhado por uma torção permanente de 45
N.m. Utilize um fator de projeto de 2,5 e dimensione o eixo
para uma vida infinita. Utilize o critério de falha de fadiga DE-
elíptico. O eixo deve ser tratado termicamente.

32 Elementos de Máquinas I - UFPA - FEM - Tucuruí

Você também pode gostar