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De fato, os HCFCs ainda não foram eliminados por causa de pressão dos EUA e de
países em desenvolvimento, os quais ainda não estão preparados para uma alteração
mais radical. Nos países europeus, no entanto, independente do protocolo de Montreal,
os HCFCs também já foram eliminados.
Surgiram então os HFCs (ex. R-134a, e os “blends” R-404A, R-407C, R-410A, etc.), os
quais não destroem a camada de ozônio. Porém já enfrentam uma outra grande
polêmica que é o Efeito Estufa (“Greenhouse Effect”) e ainda sofrem pressão das
correntes ecológicas “Verdes”, uma vez que são produtos químicos com efeitos não
totalmente conhecidos para a natureza.
Diante deste quadro, a amônia, juntamente com os hidrocarbonetos, o dióxido de
carbono e até mesmo a água ganham força e passam a ser chamados de refrigerantes
naturais (porque existem naturalmente no planeta), sendo os países europeus os seus
maiores defensores. De fato, muita pesquisa e desenvolvimento tem acontecido e até
projetos reais, os quais além de utilizarem refrigerantes naturais, se propõe a reduzir o
consumo de energia, fator importante no problema do Efeito Estufa, uma vez que na
maioria dos países do hemisfério norte, a energia elétrica é obtida principalmente das
usinas de carvão, o qual é o principal agente contribuinte (em termos de quantidade
liberada) para o aquecimento do globo.
Considerando ainda que durante todo este século a amônia nunca deixou de ser
utilizada, ela apresenta uma grande vantagem, uma vez que houve um alto
desenvolvimento tecnológico no sentido de diminuir a sua carga em instalações e
garantir operações eficientes e seguras. Ao longo desse tempo houve também uma
ênfase em estabelecer cuidados com a operação de uma instalação de amônia e o seu
manuseio.
O crescimento da utilização da amônia como refrigerante desde então pode ser
verificado nos quadros abaixo :
100%
HCs / Outros
90%
HFCs
CFCs / HCFCs
80%
70%
60%
40%
30%
20%
0%
1992 1996 2000 2004 2010 2020
2. Características da Amônia :
Amônia (NH3, ou R-717), na CNTP se apresenta como um gás incolor, mais leve que o
ar (apenas 9 gases na atmosfera são mais leves que o ar, sendo a Amônia o 5º) e possui
um odor muito forte, o qual serve de advertência indicando a sua presença mesmo em
concentrações muito pequenas (desde 5 ppm). Amônia é um gás produzido
naturalmente no processo biológico e é parte importante do ciclo do nitrogênio na terra.
O volume de amônia produzido pelo homem é equivalente a apenas 3% da quantidade
total presente na natureza (4). Além disso, amônia é altamente solúvel em água
formando uma solução conhecida como hidróxido de amônia, ou no Brasil , amoníaco,
(NH4OH), normalmente utilizado em limpeza doméstica.
Amônia não destrói a camada de ozônio e, por ter um tempo de vida curto na atmosfera
(máximo 15 dias), também não contribui para o efeito estufa. Ainda, devido às suas
excelentes propriedades termodinâmicas, a amônia requer menos energia primária
para produzir uma certa capacidade de refrigeração do que quase todos os outros
refrigerantes, de forma que o efeito indireto do aquecimento global (expresso na
equação do TEWI – Total Equivalent Warming Impact) devido à utilização da energia a
partir das usinas de carvão (principalmente nos países do hemisfério norte) também é
um dos mais baixos disponíveis.
Comercialmente a amônia é produzida a partir da combinação de nitrogênio livre com
hidrogênio a alta pressão e alta temperatura, na presença de um catalisador. O processo
mais utilizado é o que utiliza o método Haber-Bosch, desenvolvido em 1913. A amônia
anidra é o líquido obtido do gás amônia puro (99.95%), tecnicamente sem umidade, e é
esse o fluido utilizado nos ciclos de refrigeração.
Transporte :
Para fins de transporte, amônia anidra é classificada pelo Departamento de Transporte
nos E.U.A como um fluido não inflamável.; e para amônia anidra em cilindros com
menos de 75 kg não é requerido nenhum dispositivo de segurança para alta pressão (5).
No Brasil, qualquer vaso em que o produto P.V > 8 (sendo “P” a máxima pressão de
trabalho admissível em kPa e “V” o volume interno do vaso em m3), se enquadra na
NR-13 (18).
Flamabilidade :
Os limites de flamabilidade da amônia na pressão atmosférica são 15-16% (LFL) e 25-
28%(UFL) em volume no ar. Esses limites associados ao baixo calor de combustão
reduzem em muito o potencial de flamabilidade da amônia, sendo a mesma classificada
pela ASHRAE como fluido pouco flamável (6). Várias investigações realizadas pelo
IIAR (5), ASHRAE (8) e AIChE (9) mostraram que :
A. Em ambientes abertos só é possível manter amônia em chama quando a mesma
evapora muito rápido e o fogo é mantido. Quando a amônia se encontra no estado
líquido na pressão atmosférica e a mesma está em equilíbrio com o ambiente (ex.
dentro de um vaso aberto após um vazamento e já em equilíbrio com a atmosfera,
ou em forma de poça), é impossível obter a ignição da mistura amônia gás com o ar
uma vez que a sua concentração está abaixo do limite inferior de flamabilidade (15-
16%).
B. Em ambientes fechados sem ventilação adequada é possível obter a ignição de uma
mistura amônia-ar dentro dos limites de flamabilidade através de uma faísca
elétrica, ou de uma chama constante. Portanto, um ambiente fechado representa um
perigo de incêndio, e neste caso, a sala deve ser projetada para uma ventilação que
atenda requisitos mínimos de dispersão. O IIAR preparou um boletim técnico (7),
com as recomendações necessárias para um projeto de ventilação de salas de
máquinas em ambientes fechados.
C. A razão de combustão é 50 vezes mais lenta que um gás combustível (GLP). O poder
de explosividade é 1/7 comparado com a explosão do GLP.
D. A influência do óleo lubrificante nos limites de flamabilidade irá depender do tipo
de óleo e da concentração do óleo na amônia. Para óleos minerais ocorre uma
mínima redução no limite superior porém, reduz sensivelmente o limite inferior
(LFL ~12%) até uma concentração de 10% em peso de óleo na amônia, o qual volta a
subir pouca coisa para concentrações maiores. Considerando um óleo sintético com
base poliol-éster a redução é significante para os dois limites, mesmo em altas
concentrações de óleo (30%), porém a faixa entre os limites praticamente se mantém,
como mostra a tabela abaixo :
14.0
T = 25ºC
T = 65.5ºC
12.0 T = 79.5ºC
Concentração de Vapor D'Água (% v/v)
NÃO FLAMÁVEL
10.0
8.0
6.0
FLAMÁVEL
4.0
2.0
0.0
15.0 17.0 19.0 21.0 23.0 25.0 27.0 29.0 31.0
Concentração de Amônia (% v/v)
Toxicidade :
O odor agressivo provocado pela amônia é uma característica significativa. Devido à
grande facilidade em se dissolver na água, a amônia acaba se impregnando na pele, na
mucosa das narinas, na garganta e nos olhos. Isto provoca uma irritação muito forte e
por reflexo condicionado os olhos se fecham e fica difícil a respiração. Em concentrações
mais altas ocorre um efeito corrosivo na mucosa das narinas provocando além da
dificuldade da respiração, dor no peito, tosse e dispnéia.
Em concentrações muito altas, pode provocar parada respiratória e mesmo depois de
horas da exposição pode ocorrer endema pulmonar. Mas se logo após os sintomas
desaparecem (tosse, dor no peito) isto indica que não há maiores riscos.
Amônia líquida ou o gás a baixa temperatura podem causar fortes queimaduras na pele
caso não haja nenhuma proteção.
35 (OSHA) TLV – Threshold Limit Value* 8 horas por dia por uma
20 (NR-15) semana. Para NR-15, 48
horas semanais
* TLV / STEL – Valores máximos estabelecidos de tempo para trabalho normal e tempo
máximo de 5 minutos em ambiente contaminado, respectivamente. Valores
estabelecidos pela OSHA nos EUA. No Brasil estes valores são estabelecidos pela NR-15
do Ministério do Trabalho (17).
Compatibilidade :
Amônia reage com uma grande quantidade de substâncias, sendo incompatível com
cobre, zinco e ligas de cobre uma vez que ocorre corrosão. Amônia é compatível com
alumínio, aço carbono, aço inox, ferro-fundido. Em algumas ligas de aço pode haver
trincas de corrosão por stress caso a amônia seja totalmente anidra. A presença de 0.2%
de água pode evitar esta corrosão.
Amônia é solúvel em água, álcool, éter e vários outros solventes orgânicos. É
praticamente não miscível com quase todos os óleos lubrificantes, apesar de arrastar o
óleo (por velocidade) na tubulação do circuito frigorífico (Óleos PAG – com base
Poliglicol – são miscíveis com amônia).
Amônia possui vários graus de compatibilidade com elastômeros que são utilizados
como juntas de vedação e assentos de válvulas. A seguir uma tabela que apresenta a
compatibilidade e limitações da amônia com alguns elastômeros.
Material Compatibilidade
Borracha Natural Não recomendável.
Neoprene Aceitável. Faixa de temperaturas de operação : -40ºC a 80ºC.
Borracha Nitrílica Não recomendável.
Etileno-Propileno Aceitável. Faixa de temperaturas de operação : -40ºC a 150ºC.
Poliuretano Não recomendável.
Borracha Butílica Aceitável. Faixa de temperaturas de operação : -30ºC a 150ºC.
Silicone Não recomendável a baixas temperaturas.
Teflon Altamente compatível e recomendável para o assento das
válvulas em toda faixa de operação do teflon.
Viton Não recomendável.
3. Amônia x Halogenados :
Como já mencionado, devido ao problema da destruição da camada de ozônio e do
efeito estufa, a amônia volta a ser considerada uma alternativa vantajosa em muitas
aplicações onde antes só eram utilizados refrigerantes halogenados (CFCs e HCFCs). Os
novos HFCs ainda não atendem todas as aplicações cobertas principalmente pelo R-22 e
pelo R-502, sem contar que possuem valores de GWP muito altos (Global Warming
Potential – Potencial de Aquecimento Global) e sua utilização ainda é questionada por
não serem totalmente conhecidos. Alguns acreditam que serão uma alternativa
intermediária (para os próximos 50 anos no máximo) e que portanto devem ser evitados
sempre quando possíveis.
Aspectos Ambientais :
A teoria da destruição da camada de ozônio, que gerou toda essa alteração de
refrigerantes no mercado, pode ser resumida através das equações básicas das reações
químicas como descritas abaixo (equação do R-11) :
C–F–(Cl)3 C-F-Cl2 + Cl
Radiação UV +IV
Cada molécula de cloro livre da reação inicial pode reagir milhares de vezes com o
ozônio antes de se tornar menos reativo e esse ciclo poder durar centenas de anos.
Cl + O3 ClO + O2
ClO + O Cl + O2
A radiação solar atinge a atmosfera através de radiação ultravioleta entre outras.
Considerando que as formas de energia são basicamente transformadas em calor, a
radiação será refletida da superfície da terra como radiação infravermelho juntamente
com o calor gerado pela atividade humana. No entanto, o CO2, o Metano (CH4), os
CFCs, HCFCs, e também HFCs liberados para a atmosfera formam um escudo que
bloqueia a emissão da radiação para o universo provocando o aquecimento do globo, o
chamado efeito estufa.
Pode-se observar claramente que a amônia, além de ser um refrigerante natural, tem
uma grande vantagem sobre os halogenados, por ser um dos poucos refrigerantes que
possuem GWP=0 e como já mencionado, possui um dos menores TEWI. Portanto,
considerando aspectos ambientais globais, amônia é um dos melhores refrigerantes.
Vale ainda observar que até agora não existe uma legislação sobre a utilização, operação
e requisitos de segurança de um sistema de refrigeração (existe uma resistência até por
parte de órgãos fiscalizadores quanto a sistemas com amônia). Porém, lembrando-se
que os halogenados são mais pesados que o ar, e que existem várias instalações
espalhadas no Brasil em edifícios comerciais e shopping centers que se localizam em
áreas fechadas e operadas por pessoas que desconhecem os efeitos da toxicidade dos
halogenados, tais instalações muitas vezes possuem um potencial de risco maior do que
instalações de amônia localizadas em locais abertos e com vários sistemas de segurança.
Características de Operação :
Várias são as diferenças entre um sistema com amônia e um sistema operando com
halogenados. Seja comparando instalações, ou equipamentos compactos pode-se
salientar vários aspectos :
Como já referido, a amônia não é miscível com o óleo (exceto PAG). Normalmente
isto é uma vantagem para a amônia, uma vez que com os halogenados, os óleos têm
comportamentos que ora são miscíveis, ora não, ou ainda parcialmente miscíveis.
Por isso, o tratamento do problema é diferente. Além do aspecto do retorno do óleo,
o separador de óleo (principalmente em sistemas com compressores parafusos) é
bem mais eficiente (sendo normalmente de menor tamanho) e quanto mais baixa for
a temperatura de descarga, menor é o arraste do óleo para o sistema, enquanto que
na maioria dos HFCs é necessário se utilizar um óleo mais viscoso e provocar uma
temperatura de descarga mais alta para diminuir a solubilidade do óleo no
refrigerante para se obter uma melhor separação. Com isso verifica-se que o
resfriador de óleo em sistemas com HFCs é menor do que em sistemas com amônia.
Os separadores de líquido são cerca de 30% a 40% menores em sistemas com amônia
quando comparados com os halogenados.
As rotações máximas para compressores recíprocos são mais altas com amônia,
normalmente 1500 rpm, contra 1200 rpm para os halogenados.
Desempenho :
Coeficientes de Transferência (10,11):
1.050
R-717
1.000
0.950
R-22
0.900
COP (%)
0.850
R-134a
0.800
R-404A
0.750
0.700
-35.0 -30.0 -25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0
Temperatura de Evaporação (ºC)
Gráfico 03 – COP relativo à amônia (%) em compressores parafusos com Tcd = 35ºC
Abaixo de –20ºC foi utilizado sistema com economiser (11)
60
50
40
DESVIO RELAC. R-22 (%)
30
20
R-717
10
R-404a
0
R-410a
-10
R-134a
-20
-30
-40
-50
1 2 3 4
4.1.3. Ciclo de Duplo Estágio com Sistema de Circulação por Bomba nos
Evaporadores de Baixa Pressão :
4.2. Compressores :
4.2.1. Introdução :
Deverá ser verificada a configuração que melhor atenda aos requisitos da instalação e
que apresente o melhor COP (Coeficiente de Performance). Em todos os casos, é
importante uma análise comparativa de performance entre as possíveis soluções.
Onde:
Qev = Capacidade Frigorífica do Sistema (em kW)
Wcp = Consumo de Potência do Compressor (em kW)
Comp. 1 Comp. 2
% Capac. Q (kW) W (kW) %W COP Q (kW) W (kW) %W COP
100 721.0 101.8 100 7.08 734.3 116.9 100 6.28
90 649.6 90.4 89 7.19 660.9 108.2 93 6.11
80 578.0 81.7 80 7.07 587.5 98.1 84 5.99
70 506.1 75.0 74 6.75 514.0 87.8 75 5.85
60 434.1 70.0 69 6.20 440.6 77.6 66 5.68
50 362.0 62.9 62 5.76 367.2 68.2 58 5.38
40 289.7 57.2 56 5.06 293.7 59.8 51 4.91
30 217.4 53.6 53 4.06 220.3 52.7 45 4.18
20 166.7 52.4 51 3.18 146.9 47.1 40 3.12
Condições de cálculo:
Refrigerante: R-717
Perda sucção : 0.5 K
Perda descarga : 0.2 K
Superaquecimento: 2.0 K
Capacidade (kW)
800
700
600
500
kW
Comp. 1
400
Comp. 2
300
200
100
0
100 90 80 70 60 50 40 30 20
60 Comp. 2
40
20
0
100 90 80 70 60 50 40 30 20
Verifica-se que o Comp. 1 é mais eficiente entre 100 e 40% de capacidade, tendo um
valor de COP melhor do que o Comp. 2.
COP (kW/kW)
8,00 7,08 7,19 7,07
6,75
7,00 6,20
5,76
6,00 5,06
6,28 6,11
5,00 5,99 5,85
COP
5,68 4,06
5,38 Comp. 1
4,00 4,91 3,18
4,18 Comp. 2
3,00
2,00 3,12
1,00
0,00
100 90 80 70 60 50 40 30 20
sucção;
compressão;
descarga.
Sucção
Quando os rotores giram, os espaços entre os lóbulos se abrem e aumentam de volume.
O gás então é puxado através da entrada e preenche o espaço entre os lóbulos, como na
Figura 02. Quando os espaços entre os lóbulos alcançam o volume máximo, a entrada é
fechada (Figura 02 d).
Figura 02 : Sucção.
Compressão
Como os rotores continuam a girar, o volume dos espaços entre os lóbulos diminui,
como na Figura 03. O gás permanece confinado nesses espaços e a pressão aumenta.
Descarga
Quando os rotores estão na posição g da Figura 03, o gás armazenado entre os lóbulos
alcança a região de descarga e esta é iniciada.
Vedação
A vedação entre os diferentes níveis de pressão compreende uma estreita faixa entre o
engrenamento dos rotores e a periferia dos mesmos na câmara de compressão. Para
reduzir o vazamento de óleo no engrenamento, e em certos casos refrigerar o gás, o óleo
é injetado na câmara de compressão diretamente. Mais tarde, este óleo é separado do
gás no separador de óleo.
Controle de Capacidade
A capacidade dos compressores parafuso pode ser ajustada de maneira contínua e
pontual desde a capacidade máxima (100%) até um mínimo (em torno de 10-15%),
dependendo das condições de operação. Essa regulagem pode ser feita de várias
maneiras. O princípio básico é colocar uma válvula que regula a passagem de gás para
o interior da câmara de compressão.
Isto significa que a pressão nos espaços entre os lóbulos PK, no instante em que a
descarga é aberta, deve ser a mesma que a pressão na câmara de descarga.
Qualquer desvio desta relação causa perdas no compressor, seja na forma de sobre-
compressão (Figura 06) ou fluxo reverso (Figura 07).
Por um longo tempo, os projetistas buscaram uma forma de aumentar o valor de Vi,
mas foram incapazes de resolver os problemas relacionados à regulagem e controle de
capacidade do compressor.
Um outro fator importante que pesava contra os controles eletrônicos era o seu alto
índice de sofisticação, o que vinculava manutenção dispendiosa. Isto também limitou o
mercado desses sistemas.
A regulagem intermitente reduz pouco a eficiência, comparada com àquela feita usando
controle contínuo. Observe a Figura 08. Na prática, entretanto, esta diferença é
praticamente desprezível.
4.2.3. Selecionamentos :
Perdas do Sistema:
Para o selecionamento correto dos compressores de um sistema de refrigeração deve-se
considerar sempre as perdas de carga nas linhas de sução e descarga, o
superaquecimento na sucção (normalmente não útil) e o sub-resfriamento na linha de
líquido, que normalmente é mínimo. O ideal é que estes valores sejam calculados, mas
para uma consideração inicial - que nunca deve ser tomada como “receita de bolo” –
os seguintes valores são de boa aproximação :
Item Valor
Obs.:
Estes valores são válidos para Tev>-15ºC e Tcd~+35ºC. Para Tev<-15ºC a perda na
sucção deve aumentar sensivelmente e sua influência passa a ser cada vez maior.
Não estão inclusas aqui perdas em válvulas reguladoras de pressão, as quais geram
uma perda extra considerável, mesmo quando totalmente abertas.
No caso do programa da Mycom não é possível obter este valor (o qual não mostra o
calor rejeitado). No programa só é mostrada a carga de resfriamento do óleo, a qual é
bem menor. Portanto, deve-se ter cuidado para não confundir.
Obs.: Os resultados das somatórias no cálculo de Qint. e Qcd são diferentes (por isso
foi utilizado o sinal “~”) e essa diferença é devida ao fato de que o programa da
Sabroe considera o efeito do superaquecimento não-útil, que não poder ser
considerado no cálculo da capacidade de resfriamento, mas deve ser considerado
no cálculo do consumo e do calor rejeitado.
Figura 09 - Esquema de Compressor Parafuso com Sistema de Resfriamento de Óleo por Termo-sifão
Figura 10 - Esquema de Compressor Parafuso com Sistema de Resfriamento de Óleo por Água.
Figura 11 - Esquema de Compressor Parafuso com Sistema de Resfriamento de Óleo por Injeção de
Refrigerante Líquido.
Compressores Recíprocos
1200
SMC 116 L
1000
12 WB
Deslocamento volumétrico na máx. rotação (m3/h)
SMC 116 S
800
8 WB
SMC 112 S
SMC 108 E
6C 16x11
600
6 WB SMC 108 L HC 8100
SMC 106 E
SMC 108 S
Compressors Parafusos
Faixa de Pequenas/Médias Capacidades
2100
RWB 177
1700
204/1.93
Deslocamento Volumétrico a 3570 rpm (m3/h)
SV 83
1500
200 VL 202 SM
204/1.650
RWB 134
1300 204/1.45
200 VM
163 HF SV 81
1100
RWB 100
200 VS 204/1.10
900
FV 26
163/1.80
160VL 163 HM RWB 76
700
163/1.45
160VM FV 24 RWB 60
128 HF
500 160VS RXF 50
SV 19
SV 17
125 VL 128 HM RXF 39
RXF 30
300
RXF 24
125 VS
RXF 19
RXF 15
100 RXF 12
MYCOM SABROE STAL-SABROE HOWDEN FRICK-YORK
Compressors Parafusos
Faixa de Grandes Capacidades
13000
510/1.93
510/1.65
11000
Deslocamento Volumétrico a 3570 rpm (m3/h)
400 M
510/1.32
9000
RWB 856
321/2.20
330 EL SV 93
7000
320 LL RWB 676
321/1.93
1000
MYCOM SABROE STAL-SABROE HOWDEN FRICK-YORK
Condensadores Evaporativos
Pequenas/Médias Capacidades
Temp. de Condensação : 35.0ºC
Temp. Bulbo Úmido : 24.0ºC
450.0
VXC 110
350.0
CE 200 F CE 300
VXC 97 ECE 300 F
300.0 CE 180 F
VXC 86
Capacidade (kW)
CE 150 F
250.0 VXC 72
CE 200
VXC 65 ECE 200 F
200.0 CE 120 F
VXC 59
VXC 45 CE 140
150.0
VXC 36 CE 75 F
CE 110
100.0 ECE 100 F
VXC 28
VXC 25 CE 50 F ECE 82 F
CE 70
VXC 18
CE 30 F CE 55 ECE 50 F
50.0 VXC 14
CE 35
0.0
SEMCO-BAC SEIKAN MADEF ENGEFRIL
Condensadores Evaporativos
Grandes Capacidades Temp. de Condensação : 35.0ºC
Temp. Bulbo Úmido : 24.0ºC
2000.0
VXC 562
1800.0
ECE 1345 F
1400.0
CE 800 F CE 1200
Capacidade (kW)
VXC 399
CE 720 F
1200.0
VXC 357 ECE 1076 F
CE 1000
CE 600 F
1000.0
VXC S300
CE 800
VXC 265 CE 500 F ECE 800 F
VXC 221
VXC 205 CE 400 F CE 600
VXC 185 CE 360 F ECE 572 F
600.0 CE 500
VXC 166 ECE 538 F
VXC 150 CE 300 F
VXC 135 CE 400
VXC 125 CE 250 F ECE 400 F
400.0
SEMCO-BAC SEIKAN MADEF ENGEFRIL
4.3. Condensadores :
Película de
Água do Spray
Parede
do Tubo
Rejeição
Fluxo de AR de Calor
Fluído de
Processo
Com relação ao condensador a água, as vantagens são a vazão de água de reposição que
é cerca de 15% menor que a torre de resfriamento associada ao condensador a água,
além de uma pequena redução da temperatura de condensação do refrigerante no ciclo
frigorífico. Isto proporciona uma redução de cerca de 7% no consumo de potência total
(compressor+bomba+ventilador da torre, para o condensador a água versus
compressor+ ventilador+bomba no evaporativo) e cerca de 3% no deslocamento
volumétrico do compressor, para uma mesma capacidade de resfriamento. Isto se deve
ao fato de que no caso do condensador a água, entre o refrigerante (elemento a ser
condensado) e o ar úmido (fonte de resfriamento), existe como fluido intermediário a
água que circula entre o condensador e a torre de resfriamento, provocando um
pequeno aumento no gradiente total de temperatura do processo.
Temp.
Água de resfriamento
Temp.
Água de resfriamento
(B)
Um outro aspecto que deve ser citado, diz respeito ao fator de incrustação.
Experimentalmente, verifica-se que as incrustações reduzem a capacidade de
condensação em, aproximadamente, 25%. Ao selecionar um trocador, um determinado
fator de incrustação já é levado em consideração no cálculo do mesmo, no entanto, é
importante lembrar que a limpeza periódica dos tubos pode amenizar a redução no
desempenho do trocador.
Como o objetivo deste curso é tratar das instalações industriais com amônia, vamos nos
ater ao trocador de calor semi-soldado, que é o mais utilizado neste tipo de instalação,
mas convém lembrar que o trocador de calor a placas pode ser utilizado em quase todos
os tipos de instalações, sejam elas com amônia, com HCFC, HFC, hidrocarbonetos ou
dióxido de carbono.
Barramento Superior
Coluna de
Suporte
Placa
De
Estrutura
Barramento
Inferior
Placa de
Pressão
Parafusos
Placas de
De
troca
aperto
térmica
A água de condensação escoa pelos canais gaxetados – canal é o espaço formado entre
as placas. Quando o fluido entra em contato com a junta de borracha, o canal é chamado
de gaxetado. Quando o fluido entra em contato com a solda, o canal é chamado de
soldado - enquanto que a amônia escoa pelos canais soldados em contracorrente
garantindo o máximo de eficiência na transferência de calor. A mistura de ambos os
fluidos é impedida pela existência de duas vedações, sejam elas soldas ou juntas de
borracha.
Canal
Soldado
Canal Gaxetado
O material utilizado nas placas normalmente é o aço inoxidável AISI 316, mas
dependendo do fluido de resfriamento que estiver sendo utilizado pode ser necessário
utilizar um material ainda mais nobre, como por exemplo o titânio (Ex. Água do mar).
Assim sendo não existe nenhuma aplicação em refrigeração com amônia que não possa
utilizar um condensador a placas.
Para Tcd= 35.0ºC e TBU ar = 24.0ºC -> F = 0.92 -> Qcd.nom. = 4283.9 kW
Conclusões :
Neste caso se o “set-point” fosse mantido em 12.5 bar g (13.5 abs equivalente a
Tcd=+35ºC), um dos condensadores ficaria desligado, diminuindo-se assim o consumo
dos ventiladores que é de 13.5 kW. Porém mantendo os 3 condensadores em operação a
diminuição de consumo nos compressores é de 150.6 kW.
Ocorre portanto uma diminuição de cerca de 15% no consumo de energia da instalação
sem nenhuma alteração nas condições de operação do sistema.
4.4. Evaporadores :
4.4.1. Forçadores de Ar :
Ainda assim, as linhas devem possuir drenos em todos os pontos baixos, pois
mesmo isolada pode haver condensação na linha dependendo do intervalo de
tempo entre um degelo e outro. Os drenos podem ser direcionados, por exemplo,
para um acumulador de sucção.
O coletor principal nunca deve ser superdimensionado. Os degelos nunca
acontecem simultaneamente. Caso o sistema seja dimensionado para uma
expansão futura, é preferível substituir o coletor quando da expansão ou fazer
outro em paralelo.
As válvulas solenóides selecionadas devem ser aquelas que só abrem quando há
fluxo de gás quente sobre ela. Preferencialmente deveria ser uma válvula com
abertura lenta (que demore 3 a 5 minutos para estar totalmente aberta). Com o
aumento gradual da pressão no coletor principal do gás quente, o arraste de
líquido e o golpe de líquido pode ser evitado. Além disso quando a válvula
fechar, apenas o gás quente que sobrou irá condensar-se, o que representa um
volume pequeno de líquido (~5% do volume do coletor).
Evite alimentar o gás quente pela linha de sucção que possa conter líquido (por
exemplo, em sistemas de recirculação). Quando o gás quente for introduzido
pela linha sucção, a entrada deve estar localizada o mais próximo possível do
evaporador.
São utilizados para resfriar qualquer tipo de líquido utilizado em refrigeração, seja ele
água, etileno glicol, solução de cloreto de cálcio, até os novos fluidos secundários
Tyfoxit (Formato de Acetato), Frizium e HyCool (ambos Formato de Potássio).
Pode operar com temperaturas tão baixas como –40°C (abaixo de -50°C é necessário que
seja totalmente soldado), com qualquer tipo de fluido refrigerante.
CIRCULAÇÂO NATURAL :
O refrigerante passa pela válvula de expansão e entra no separador de líquido, onde se
separam as fases líquida e vapor. O vapor é aspirado para o compressor, enquanto que
o líquido desce ao evaporador pela ação da força da gravidade.
Ao trocar calor no evaporador, resfriando o líquido quente, uma parte do refrigerante
se evapora. A mistura resultante volta ao separador de líquido onde novamente se
separam as fases líquida e vapor.
PL = gL * h,
onde gL é o peso específico do refrigerante e h é a altura da coluna de líquido.
De modo análogo temos que a pressão devida à coluna de refrigerante dentro do
evaporador seria:
Pe = gm * h
onde gm é o peso específico do refrigerante no evaporador e h é a altura da coluna da
mistura de líquido + vapor;
É fácil notar que dentro do evaporador temos uma mistura das fases líquida e vapor do
refrigerante, cuja densidade, e por conseguinte o peso específico, é menor que a do
líquido saturado, logo temos que:
Na maioria dos casos, o trocador de calor a placas operando como evaporador trabalha
em fluxo concorrente, ou seja os fluidos escoam no mesmo sentido, de baixo para cima.
A razão para tal é que o refrigerante ao entrar no trocador de calor apresenta um ligeiro
sub-resfriamento. Ao fazer-se com o fluido quente escoe paralelamente ao refrigerante
temos que o maior diferencial de temperatura entre os fluidos encontra-se na entrada
do trocador de calor, facilitando dessa forma o pré-aquecimento do refrigerante até a
temperatura de saturação e então a formação das primeiras bolhas de vapor, dando
início ao processo de evaporação.
• A altura da coluna de líquido refrigerante tem que ser suficiente para vencer as
perdas de carga do refrigerante na sua passagem pelo evaporador;
• Verificar se haverá válvulas entre o evaporador e o separador de líquido. Em caso
positivo as perdas de carga dessas válvulas deverão ser consideradas;
• Um fator de incrustação adequado devido à presença de óleo no refrigerante;
• Problemas de distribuição do refrigerante no evaporador;
CIRCULAÇÃO FORÇADA :
Com a recirculação forçada, quem promove a recirculação do fluido refrigerante é uma
bomba. É ela que terá que prover pressão suficiente para vencer as perdas de carga do
refrigerante na tubulação, válvulas e no evaporador.
A aplicação é bastante semelhante à circulação natural, porém é mais utilizada quando
temos um separador de liquido central a partir do qual se distribui o refrigerante para
todos os evaporadores, que normalmente estão a distâncias consideráveis. No sistema
com circulação natural cada evaporador normalmente tem o seu separador de líquido.
A vazão da bomba é de 4 a 5 vezes a massa de refrigerante evaporado, a fim de garantir
que toda a superfície de troca do evaporador esteja em contato com o refrigerante
líquido.
EXPANSÃO SÊCA :
Normalmente não é muito utilizada em instalações de amônia, embora se saiba da
existência de algumas delas que operam relativamente bem, e de outras que não
funcionam de acordo com o projetado.
A grande diferença deste sistema em relação à recirculação natural ou forçada é a
ausência do separador de líquido. Ou seja da válvula de expansão, o refrigerante vai
diretamente para o evaporador, onde todo o refrigerante tem que ser evaporado a fim
de evitar a entrada de líquido no compressor o que poderia ser desastroso, dependendo
do tipo do compressor.
Neste tipo de evaporador, a amônia circula no lado externo dos tubos, de modo que
todo o feixe fique coberto pelo refrigerante - sistema inundado. O fluido secundário
circula por dentro dos tubos. Alguns trocadores podem ter o separador de líquido
incorporado ao casco do evaporador, ou então, montado sobre o trocador, em um outro
vaso. A seguir algumas recomendações de projeto e operação :
Os separadores de líquido são vasos de pressão com função de garantir apenas o fluxo
de vapor em uma determinada linha, normalmente após evaporadores inundados. O
tipo de separação pode ser por gravidade (que leva em conta uma altura de separação
suficiente para impedir o arraste de gotículas de líquido) ou por demister (onde o
elemento demister retém as gotículas de líquido impedindo o seu arraste). Os
separadores com separação por demister possuem um volume menor por causa da
altura de separação reduzida, porém, normalmente são de maior custo devido ao
elemento demister e geram uma pequena perda de carga no fluxo de vapor. Os
separadores de líquido podem ainda ser classificados em separadores por circulação
natural onde a circulação do refrigerante líquido entre o separador e o evaporador
acontece por gravidade apenas, ou por circulação forçada, utilizando uma bomba para
circular o refrigerante líquido entre o separador e o evaporador (estes são os chamados
separadores por bomba). Este últimos, apesar de possuírem um elemento a mais (a
bomba) e que consome energia elétrica, aumentam em muito a eficácia da transferência
de calor no evaporador, sendo muito utilizados em sistemas com temperaturas de
evaporação menores que –10ºC e sempre necessários quando a distância entre o
separador e o evaporador produz uma perda de carga maior que a coluna de líquido
disponível entre os dois componentes.
2) Cálculos :
3) Referências :
2) Cálculos :
3) Referências :
A injeção de líquido pode ser ainda controlada por uma válvula comandada por um
sensor de temperatura situado na linha de sucção dos compressores de alta (saída do
separador).
saída de vapor
descarga do
estágio de baixa
coluna de líquido
entrada de líquido
placa perfurada
h
saída de líquido
saída de vapor
entrada de líquido
injeção de
líquido
descarga do
estágio de baixa
baixa
velocidade
saída de líquido
Figura 24 - Indicador de Nível com Vidros Reflexivos de Acordo com DIN 7081.
Quando se utiliza gás quente retirado a partir do topo do recipiente (vapor saturado
à temperatura de condensação), a conexão de saída para a linha de gás quente deve
ser instalada no meio do recipiente ou na extremidade oposta à entrada da linha de
líquido, de preferência perto da linha de equalização de vapor da descarga. Além
disso é importante lembrar que neste caso, o recipiente possui a função de separador
de líquido e é necessário verificar a distância de separação e a velocidade do vapor
para evitar arraste de líquido através da linha de gás quente. Portanto, o recipiente
deve ser dimensionado também considerando este outro aspecto. Recomenda-se
ainda a instalação de uma válvula de controle de nível alto de segurança para
bloqueio da solenóide da injeção de gás quente.
Quando houver mais de um recipiente de líquido na instalação, os mesmos devem
ser do mesmo diâmetro e devem estar no mesmo nível. Devem estar interligados
tanto no lado do líquido (por baixo) quanto no lado do vapor (por cima) a fim de
evitar desnível. O ideal é que a alimentação da linha de líquido seja feita na
extremidade do primeiro recipiente e a saída de líquido para a instalação esteja na
outra extremidade do último recipiente.
4.7. Tubulações :
Figura 28 - Esquema Correto de Interligação para Sistemas com Bomba de Refrigerante Líquido.
e
pl
am
ex
n
atio
p lic
Ap
Gas Quente
Injetado no
Líquido
Collapsing vapour
Hot gas
Liquid
Coil Suction
Impact
Liquid
Impact
p le
am
ex
n
tio
ic a
p pl
A No solenoid
valve
ple
am
n ex
a tio
p lic ”Wet” suction
Ap
Liquid supply
Hot gas
A haste de uma válvula de serviço deve sempre estar direcionada para cima ou
para a horizontal, nunca para baixo.
Vasos de pressão devem possuir válvulas de segurança dupla com válvula de 3 vias
para serviço de uma delas e devem estar projetadas para abertura a uma pressão
nunca maior à pressão máxima de trabalho admissível (normalmente, a pressão de
projeto). As válvulas devem ser dimensionadas em função do diâmetro e
comprimento do vaso, da pressão de abertura.
Figura 37 - Válvula de Segurança Dupla com Válvula de 3 Vias para serviço. (18).