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Cultura, Língua e Comunicação

RVCC-Secundário

1. Leia atentamente o seguinte artigo de opinião:

Bob Nobel, nem menos

Dylan inventou um mundo cheio de


personagens, histórias e encantamentos,
denúncias, crenças e fantasmas.

Bob Dylan merece o prémio Nobel da


literatura. Bob Dylan escreve ensaios, ficção e
poesia há mais de meio século. Inventou um
mundo cheio de personagens, histórias e
encantamentos, denúncias, crenças e
fantasmas.
Desde que Christopher Ricks defendeu Dylan como um grande autor da literatura
mundial que há outros críticos académicos que se divertem a fazer pouco de Ricks.
Mas a verdade é que Ricks foi o primeiro a ter a coragem de reconhecer o génio de
Bob Dylan.
Dantes toda a literatura se dividia em categoriazinhas de merda – canções, contos,
ensaios, reportagens, ficções, peças teatrais, poesia. O júri do Nobel tem feito o
enorme favor de voltar a confundir tudo. No ano passado deu o prémio à jornalista
Svetlana Alexievich, uma grande escritora que utiliza as entrevistas como matéria-
prima para construir textos empolgantes sobre a condição humana.
Está fora de moda falar na eternidade mas tanto Alexievich como Dylan serão
imortais. Escrever é escrever. Um mau poeta será sempre pior do que um bom
jornalista. Dylan é inegavelmente um grande escritor. A Academia sueca está a
usar o Prémio Nobel para restaurar a literatura. Tomara que regresse à literatura
oral. As histórias que não são escritas também podem ser grandes e imortais.
A obra de Dylan – que é caoticamente desigual, havendo coisas terríveis ao lado de
obras-primas – é uma gloriosa colecção de todas as tradições literárias da
humanidade, desde os trovadores aos cantores de blues, desde os contos de fada
às orações.
Finalmente temos um Nobel à altura de Dylan.
Miguel Esteves Cardoso no Público

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