Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Composite
32340_Bienal - Livro Zona Franca 01.pmd 1 18/8/2007, 22:14
Patrocinadores Master
Zona
Franca
Patrocinador da Mostra
Z87 Zona franca / Moacir dos Anjos ... [et al.] ; tradução de Gabriela Petit ...
[et al.]. – Porto Alegre : Fundação Bienal do Mercosul, 2007.
372 p. : il. ; 21 cm. – (6a. Bienal do Mercosul)
Textos paralelos em português, espanhol e inglês.
ISBN 978-85-99501-16-0
CDU 73
CDD 709
Zona
Franca
Autores
Moacir dos Anjos
Inés Katzenstein
Gabriel Pérez-Barreiro
Luis Pérez-Oramas
1ª edição
Porto Alegre, 2007
11 Textos Institucionais
19 6ª Bienal do Mercosul
A Terceira Margem do Rio
Gabriel Pérez-Barreiro
200 Biografias
11
13
15
17
Gabriel Pérez-Barreiro
19
20
21
22
23
24
Artistas Convidados
Francis Alÿs (em colaboração com
Cuauhtémoc Medina e Rafael Ortega)
João Maria Gusmão e Pedro Paiva
Nelson Leirner
Steve McQueen
Cildo Meireles
29
30
31
Quando a fé move montanhas (Versão documental) / Cuando la fe mueve montañas (Versión documental) /
When Faith Moves Mountains (Documentary Version), 2000–2002
Mini DV copiado para DVD / Mini DV transfered to DVD
32
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
A Lot(e)
47
48
49
A Lot(e), 2006
Papel, madeira, borracha, tecido, plástico, metal, gesso e lã sobre bases de fórmica /
Papel, madera, caucho, tela, plástico, metal, yeso y lana sobre bases de formica /
Paper, wood, rubber, fabric, plastic, metal, plaster and wool on formica bases
235 x 400 x 900 cm
Cortesia Galeria Brito Cimino, São Paulo, Brasil
Foto / Photo Galeria Brito Cimino
50
53
54
55
56
Marulho
59
60
61
Marulho, 1991–2001
Madeira, livros e áudio / Madera, libros y audio /
Wood, books and audio
347 x 1350 x 2300 cm
Coleção MAM RJ Patrocínio Petrobras, RJ, Brasil
Foto / Photo Fábio Ghivelder
62
Continente-Nuvem/Carta d’água
65
66
Os trabalhos que compõem a série Carta d’água são feitos, por sua
vez, de pequenos mapas de papel que, deixados sob a ação prolongada
da chuva, são parcialmente dissolvidos pela água. Tudo o que resta
dessa exposição severa à passagem do tempo – fragmentos do que
antes eram descrições precisas de um dado espaço – é, após seco,
cuidadosamente coberto com tinta nas cores com as quais foram ori-
ginalmente impressos. Tal procedimento concede duração às sobras
incertas dessas cartas e apaga, simultaneamente, referências ainda res-
tantes a territórios anteriormente bem demarcados, sejam nomes de
rios, estradas, cidades ou anotações topográficas diversas. Esses ma-
pas são, por fim, postos sob estruturas reticuladas, contrastando eixos
de identificação espacial precisa e representações cartográficas que
podem se referir a qualquer parte. Por meio dessas operações sucessi-
vas, Rivane Neuenschwander então elabora descrições pintadas de
espaços que são, potencialmente, muitos lugares; espaços cujas bor-
das são informes a ponto de não ficar claro se são linhas que apartam
situações de vida distintas ou são apenas divisões arbitrárias. Abdi-
cando o controle pleno sobre a formalização dos trabalhos, a artista
cria, de fato, eloqüente metáfora sobre a não-permanência das fron-
teiras simbólicas e físicas de territórios. Sugere, ademais, a represen-
tação de uma geografia que é não somente dinâmica, mas que, por
vezes, parece também ruína e lugar vago.
67
68
69
Artistas Convidados
Leopoldo Estol
m7red
Inés Katzenstein
Nos últimos três anos, Leopoldo Estol (Buenos Aires, 1981) emergiu
no meio artístico argentino como uma figura inusitadamente
promissora e prolífica: promissora por sua idade e pelo desembaraço
e a lucidez com que encarnou um modelo de artista atual, dedicado à
sua obra, mas diversificado em uma série de práticas como a crítica
e a curadoria. Prolífica porque irrompeu produzindo obras,
colaborações, textos, fotologs e exposições em um ritmo rápido e
furioso, com um alto grau de repercussão no meio.
Das obras que realizou até agora, talvez Poxi-pics: imágenes de principios
de siglo seja aquela que opera de modo mais complexo e esquizofrênico.
Entre fotos, textos, recortes de jornais, proclamas, vídeos e objetos,
Estol brinca, simultaneamente, de ingenuidade e de megalomania;
detecta com precisão certas lógicas do mundo do consumo e, ao
mesmo tempo, se identifica com o emocional e até o confessional do
discurso adolescente.
73
74
Em Porto Alegre, essa série de fotos está permeada por outras imagens
que vale a pena analisar. Trata-se de uma coleção de notícias do jornal
argentino Clarín a respeito dos ardis que os traficantes de cocaína
inventam para transportá-la dentro dos mais variados objetos, e uma
seleção de fotografias que mostram um conjunto disparatado de
objetos cortados em duas ou mais partes, exibindo seu interior:
dissecações de frutas, chocolates, cigarros, chinelos ou garrafas de
líquidos, entre outros.
75
Poxi-pics, imagens do início do século XXI / Poxi-pics, imagenes de principios de siglo XXI /
Poxi-pics, Images From the Beginning of the 21st Century, 2007
Fotografia em cores, recortes de jornal, cartazes, desenhos, textos sobre parede e instalações /
Fotografía color, recortes de periodico, posters, dibujos, textos sobre pared e instalaciones /
Color photographs, clippings, posters, sketches, wall texts and installation
Dimensões variáveis / Dimensiones variables / Variable dimensions
Coleção do artista
Foto / Photo Leopoldo Estol & Marino Balbuena
76
Inés Katzenstein
81
82
83
m7red
84
Artistas Convidados
Chiho Aoshima
Beth Campbell
Harrell Fletcher
William Kentridge
Yoshua Okon
Dario Robleto
Steve Roden
City Glow
Chiho Aoshima
Eu cresci numa área com muitas árvores. Você poderia dizer que
fui cercada pelo verde até os seis anos de idade. Mas quando nos
mudamos para uma parte mais comercial da cidade quando eu
tinha sete anos, fiquei deprimida com a falta de natureza. Por que
as pessoas devoram tão insensatamente a natureza à sua volta?
Quando amadureci e mudei sozinha para uma área central de
Tóquio, tive mais oportunidades de visitar várias cidades no Japão
e fora dele. Aprendi que a vida do homem tem uma ordem similar
a da natureza, e ele é na realidade um belo ser. Tudo começou a
parecer como um grande formigueiro e fui lembrada de que o
homem faz parte da natureza.
89
90
92
Gabriel Pérez-Barreiro
95
96
97
98
Gabriel Pérez-Barreiro
101
102
103
104
Gabriel Pérez-Barreiro
107
108
109
Vídeo + transferência para DVD, edição 1/8 / Video + transferencia de DVD, edición 1/8 /
Video + DVD transfer, edition 1/8
Dimensões variáveis / Dimensiones variables / Variable dimensions
The Museum of Contemporary Art, Los Angeles, USA, Purchased with funds provided
by Brenda R. Potter and Michael C. Sandler
Foto / Photo Brian Forrest
110
Oríllese a la orilla
Gabriel Pérez-Barreiro
(página oposta)
Poli IV, 1999–2000
Cada vídeo na série mostra uma situação diferente na qual o poder
Da série Orillese a la orilla do policial é de alguma forma questionado. Em Poli I nós vemos
113
114
115
116
Poli I, 1999–2000
Da série “Encoste no acostamento” /
De la serie “Oríllese a la orilla” /
From the series “Pull over”
Vídeo / Video, 5' looped
Courtesy of The Project, New York, USA
117
118
Poli V, 1999–2000
Da série “Encoste no acostamento” / De la serie “Oríllese a la orilla” /
From the series “Pull over”
Vídeo / Video, 3' looped
Courtesy of The Project, New York, USA
119
Gabriel Pérez-Barreiro
121
122
123
124
125
126
127
In an effort to buy us all a little more time, on January 26th research was begun in the
University library searching for all references to the end of the world. The dates were
then whited out and Armageddon was delayed by writing in an additional 100 years
to these predictions. For example 1999 became 2099. The piece will continue
indefinitely or until I am satisfied all references have been changed.
dimensions variable
1996
Num esforço para nos dar um pouco mais de tempo, em 26 de janeiro, na biblioteca da
Universidade, teve início uma pesquisa buscando todas as referências ao fim do mundo.
As datas encontradas foram, então, apagadas e 100 anos foram adicionados às
previsões de Armagedom. 1999, por exemplo, tornou-se 2099. A composição irá
prosseguir indefinidamente ou até que eu esteja satisfeito e todas as referências
tenham sido modificadas.
dimensões variáveis
1996
128
The thread from my first baby blanket was completely unraveled. Various lengths of
this extracted thread were then seamlessly spliced into thread purchased from
various fabric stores, thrift stores, etc. The united threads were then re-spooled and
returned to the shelves from which they were purchased.
dimensions variable
1997
129
Às vezes, eu não consigo falar com ninguém ou sair à rua por semanas.
dimensões variáveis
1982, 1986-1991, 1993-1994, 1997
130
For the past two years I have been secretly collecting lint, thread, etc., from other
people. (For example a piece of lint on someone’s shoulder, a hair hanging on a
forearm.) I have connected all this debris into one long thread which I then spooled.
From this spool of debris I have repaired a blanket, a tiny pair of mittens, sewn
buttons back on, repaired tares in clothes and various other things.
dimensions variable
1996-1998
Durante los últimos dos años he coleccionado en secreto pelusa, hilo y demás desechos de
otras personas. (Por ejemplo, una pelusa de hombro, un cabello colgando de una frente).
He conectado todos estos desechos en un largo hilo que después me encargué de bobinar.
Con este carrete de desechos enmendé una frazada, un diminuto par de mitones, pegué
botones, zurcí agujeros de ropa y varias otras cosas.
dimensiones variables
1996-1998
Nos últimos dois anos, venho coletando em segredo retalhos, linhas, e etc. de outras
pessoas. (Por exemplo, uma linha no ombro de alguém ou um fio de cabelo preso num
braço.) Todo esse entulho, eu reuni em uma longa linha e enrolei em um carretel. Desse
carretel de entulhos, fiz reparos num cobertor e num pequeno par de luvas, costurei
botões, consertei roupas rasgadas e fiz várias outras coisas.
dimensões variáveis
1996-1998
131
Gabriel Pérez-Barreiro
Quando olhamos para trás, para o século XX, a partir do século XXI,
quais desejos e projetos não realizados encontram-se em meio às ruínas
dos grandes projetos transformadores da Utopia modernista? Essa
pergunta está no cerne do processo investigativo de Steve Roden. Assim
como muitos artistas da geração pós-moderna, a relação de Roden com
o modernismo é ambígua, uma batalha interna entre a atração pela
crença moderna inicial – de que a arte poderia mudar o mundo – e o
reconhecimento de que essa linguagem tornou-se fria, codificada e
acadêmica na história da arte. Quando o termo “pós-moderno” começou
a circular na década de 90, seu primeiro sentido foi de recuperação do
kitsch, da citação irônica e da liberdade de separar símbolos e estilos
dos significados originais. Uma vez que o projeto moderno estava morto
e enterrado, e o vento abandonara os velames dos Grandes Projetos
Ideológicos, deu-se a largada para uma corrida de apropriação, uma
espécie de caçada por souvenires, em que um emblema de Lênin e uma
garrafa velha de Coca-Cola representariam um passado em que os termos
da batalha eram tranqüilizadoramente claros e sabíamos quem eram os
nossos amigos e inimigos.
133
134
135
136
Artistas Convidados
Alejandro Otero
José Gabriel Fernández
Juan Araujo
Bárbaro Rivas
Muu Blanco
Miguel Amat
Luis Pérez-Oramas
142
143
144
Alejandro Otero
A epifania moderna
145
146
147
Alejandro Otero,
Coloritmo 12, 1956
(ver página 171)
148
149
150
151
152
Juan Araujo
A pintura como natureza morta
5
José Bergamín:
La música callada del Juan Araujo retornou, no seu trabalho, também, à memória dessa série
toreo, Turner, Madrid,
1989, p.40. emblemática de obras modernas de Alejandro Otero. A diferença de
153
Juan Araujo,
RC MV, 2005
(ver página 183 )
154
155
156
Bárbaro Rivas
Pintura retórica e analfabeta
157
158
159
160
Interessa-me perguntar hoje o que há, o que resta –– se é que algo resta
–– desse diálogo na cena da arte contemporânea, que padece, em
aparência, de um retorno às cartografias acadêmicas e às hierarquias
disciplinarias. Certo, trabalha-se hoje com uma imensa e inédita
liberdade de meios, e já não se é mais pintor ou cineasta, mas
simplesmente artista. No entanto, esse artista total, comodamente
8
Cf. Georges Didi- assentado sobre os privilégios de classe que subsistem ao
Huberman: L’histoire de desmantelamento do humanismo, é hoje, mais do que nunca, um
l’art à rebrousse-poil.
Temps de l’image et “especialista”, um “perito” da arte, um “experto” em tudo e em nada.
travail au sein des choses Desde a interioridade de sua disciplina, portanto; como dialoga o artista
selon Walter Benjamin,
Cahiers du CNAM, 72, com as artes da voz e do povo? Como reconhece –– se é que reconhece
2000, p.110. –– no mundo, aquilo que ainda não pertence à arte?
161
162
163
164
Miguel Amat
O silêncio das batalhas
165
Miguel Amat,
Há, também, nas paisagens heróicas de Amat, um Combate de Eneas y Mucuritas (?–1817), 2005
retorno à matéria anacrônica, acaso pré-moderna, da (ver página 197)
166
167
168
169
170
Coloritmo 4, 1956
Duco sobre madeira / Duco sobre madera /
Duco on wood
186,1 x 46 x 3,2 cm
Colección Mercantil, Caracas, Venezuela
Foto / Photo Reinaldo Armas e Charlie Riera
171
172
174
RC 3, 2006
Óleo sobre madeira / Óleo sobre madera / Oil on wood
119 x 25 cm
Colección Maria Cristina y Pablo Henning, Houston, EE. UU.
178
179
180
RC – GAN3, 2005
Óleo sobre madeira / Óleo sobre madera / Oil on wood
21 x 25 cm
Coleção Sr. e Sra. A. Hertzog da Silva, São Paulo, Brasil
Foto / Photo Reinaldo Armas
181
RC MV, 2005
Óleo e acrílico sobre madera / Óleo y acrilico sobre madera / Oil and acrilic on wood
119 x 25 cm
Coleção Solita Mishaan, Miami, EUA
Foto / Photo Reinaldo Armas
182
A fuga de Escalona /
La fuga de Escalona /
Escalona’s Escape, 1962
Duco e platina sobre papel maché /
Duco y platina sobre cartón piedra /
Duco and sheet metal on papier mâché
72,7 x 32,4 cm
Coleção particular, Caracas, Venezuela
Foto / Photo Renato Donzelli
184
185
186
187
188
189
Chuao, 2005
Fotografia / Fotografía / Photograph
140 x 120 cm
Coleção do artista
190
191
192
194
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
Mayor empresa brasileña y mayor patrocinadora de arte y cultura en nuestro país, Petrobras
presta especial atención a una serie de acciones en el campo de las artes visuales. Es funda-
mental, en nuestra política de patrocinio, el estímulo a la difusión y acceso a la cultura.
Petrobras tiene como compromiso contribuir con el desarrollo de Brasil. Y un país que no
conoce su arte jamás será un país desarrollado.
Petrobras
Gerdau
Santander Cultural y la Fundação Bienal vienen caminando lado a lado con la percepción
de que promover cultura es, necesariamente, un esfuerzo colectivo y un proceso continuo
y creador de gran potencial para la evolución socioeconómica. La Bienal que realizamos en
Porto Alegre tiene fuerza propia, está incluida en el circuito mundial de las artes, genera
conocimiento y promueve una importante interlocución de tendencias a partir de las artes
visuales. Al participar en esta nueva edición, nos enorgullece que nuestros esfuerzos tengan
un papel efectivo en la educación por el arte y en la democratización del acceso a los bienes
culturales por parte de toda la población. Por medio del arte, nos encaminamos hacia la
sociedad del conocimiento a la que todos aspiramos.
Santander Cultural
212
La selección de La Tercera Orilla del Río como metáfora central remite a la posibilidad de crear un
tercer lugar. Refleja, también, un enorme conjunto de cuidados curatoriales y gerenciales tomados
para favorecer la relación entre el visitante y cada uno de los trabajos expuestos. La obra de arte
y el pensamiento del artista son, de este modo, exaltados con el mínimo de intermediación.
213
Agradeciendo a todos los que contribuyeron, directa o indirectamente, para esta realización,
anhelo pueda el público fruir todos sus significados.
Justo Werlang
Presidente de la 6ª Bienal del Mercosur
214
En esta 6ª edición, la Bienal consolida sus acciones en tres direcciones principales. Primero,
se internacionaliza, asumiendo un concepto de mayor diálogo entre los países del Mercosur
y el resto del mundo, concepto de una bienal desde el Mercosur. Dada la globalización, las
personas se nutren, tanto de informaciones locales como internacionales, y los artistas
pueden auxiliar en el cuestionamiento de cómo estas constantes negociaciones entre cultu-
ras son enriquecedoras, y no necesariamente conflictivas.
Consolida también el énfasis que, desde su primera edición, la Bienal del Mercosur le da a
la educación. Al incorporar plenamente el proyecto pedagógico al proyecto curatorial, el
arte pasa a ser entendido a través de su potencial de educación y desarrollo personal,
constituyéndose en una contribución real para la construcción de una sociedad mejor y
más amplia. Las acciones pedagógicas de la 6ª Bienal del Mercosur se destacan por la
calidad de sus propuestas, por su diversidad y por el número de personas que alcanzan.
215
Valoro esta tradicional muestra de elevado nivel artístico, por ir al encuentro, de un modo
tan elocuente y concreto, de nuestras acciones en beneficio de la consolidación del Mercosur,
al cual considero mucho más que un bloque comercial e incluso más que un bloque
político. Lo considero una institución capaz de unir a los pueblos sudamericanos, cultural
y espiritualmente, de forma fraterna y solidaria y así rescatar el sueño de Simón Bolívar y
José de San Martín.
Nuestro gobierno aplaude ese esfuerzo conjunto y lo considera en armonía con las iniciati-
vas que venimos emprendiendo en el Ministerio de Cultura. Me gustaría, incluso, recordar
que durante nuestra administración, este ministerio ha adoptado una nueva directriz para
orientar sus acciones, que se ha basado en una concepción más amplia de lo que es “Cultu-
ra”, considerándola en tres dimensiones: como producción simbólica, con foco en la
valorización de la diversidad de las expresiones y de los valores culturales; como ejercicio del
derecho y la ciudadanía, con iniciativas que tienen en vista la inclusión social por medio de
actividades culturales; y como hecho económico en la medida en que genera empleos, renta
y fortalece cadenas productivas. Estas dimensiones pasaron a ser objetivo de las acciones del
Ministerio de Cultura como los tres pilares fundamentales para el desarrollo de las nuevas
políticas culturales bajo responsabilidad de este Órgano.
Con la certeza del absoluto éxito que tendrá la Bienal del Mercosur, les envío efusivos
saludos a los miles de visitantes que seguramente la visitarán y a todos los que vienen
trabajando para hacer posible la realización de sus sucesivas ediciones.
216
Me honra gobernar el Estado de Rio Grande do Sul en el momento en que la 6ª Bienal del
Mercosur da un importante paso más en dirección a la ruptura de los propios límites. Al
adoptar, para sí, la metáfora motivadora “Tercera Orilla del Río”, la Bienal imita el arte y se
vuelve, ella misma, creadora de nuevos paradigmas.
Crea nuevos paradigmas cuando invita como curador general al consagrado Gabriel Pérez-
Barreiro, cuando establece sus Itinerâncias, cuando genera un proyecto pedagógico, cuando se
distribuye en varios espacios de la ciudad y principalmente, cuando hace todo esto con vistas a
ampliar la dialéctica silenciosa con el otro.
La Bienal del Mercosur nació así, internacional, y se internacionaliza cada vez más,
resistiéndose a las propias márgenes y a los propios marcos. Quiere encontrarse con el
mundo en la perspectiva del Mercosur y quiere ser vista por el mundo como Mercosur,
promoviendo nuevos contornos y nuevos diálogos que involucrarán artistas de dos decenas
de países y prometiendo superar el número de un millón de visitantes.
La generosidad del acto creador nos enriquecerá a todos. ¡ Todos, por lo tanto a la 6ª Bienal
del Mercosur!
Yeda Crusius
Gobernadora de Rio Grande do Sul
217
218
219
220
221
222
223
224
225
226
Esta aproximación, sin embargo, indica, más Una de las principales marcas de la trayectoria de
una insatisfacción comulgada con el cine Nelson Leirner es el progresivo desmonte de
mudo con relación a modelos de aprensión categorías de catalogación, ya sea en el ámbito
imagética de hechos mundanos que la estético, económico o social. No por acaso, el
reproducción anacrónica de un estilo que ya trabajo que tal vez resuma mejor esta característica
no puede existir. Al contrario, de la intención no tiene tamaño, nombre, ni sentido permanentes
patente de los primeros cineastas de absorber y ha sido presentado, desde 1984, en lugares y
el mundo a través de la lente de la cámara, las contextos diferentes. Montado en 1984 en el
películas de João Maria Gusmão y Pedro Paiva Museo de Arte Moderno de Rio de Janeiro bajo el
casi buscan la abstracción del mundo que título, en ese momento, O Grande Desfile, este
habitan. No en vano sus películas (y también trabajo consistía en una fila portentosa de algunas
sus fotografías) son todas hechas en interiores o centenas de objetos – hechos originalmente para
en indistintos ambientes abiertos, donde no se la veneración o el entretenimiento – retirados del
ve ninguna marca o rastro que indique el lugar extenso repertorio simbólico que habita el
o incluso el momento en que transcurre lo que imaginario popular de Brasil. Bajando del segundo
presentan. El espacio narrado no posee marcos, al primer piso del Museo por medio de la escalera
a no ser los establecidos por la propia cámara; y larga que los une, la procesión de pequeñas y
el tiempo en que se desarrolla la acción (efectivo grandes imágenes impregnaba de referencias
o potencial, en el caso de las fotografías) es cotidianas diversas la institución que, por un
solamente un intervalo limitado por un antes y acuerdo social, tiene el poder de separar lo que es
un después imprecisos. Y, tal vez, ningún arte de lo que sea otra cosa cualquiera. Desde ese
trabajo resuma mejor esa apertura a lo que no se momento y cada vez que se monta este trabajo, se
identifica o no remite a ningún conocimiento realiza un arreglo diferente de piezas, se le da un
previo que la película que exhibe, en su minuto nombre distinto y objetos nuevos se incorporan
y medio de duración, el caminar de un hombre, al grupo original. En 1985, como parte de la
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
Muchas de las obras de Roden usan el sonido como El proceso de Roden supone la búsqueda de bre-
elemento fundamental. En una entrevista, Roden chas entre uno y otro sistema de conocimiento y la
describió su concepto de “escucha activa” como una ocupación de estas brechas por medio de la
más elevada forma de conciencia sobre los sonidos intuición y la exploración. Allí donde el proyecto
que nos rodean: “A diferencia de las cualidades de modernista buscaba una equivalencia directa y ra-
objeto que tienen una pintura o una escultura, el cional entre forma, color, sonido, etcétera, Roden
sonido activa el espacio que habita. Llama la explora libremente campos tan diversos como la
atención sobre el espacio y el ambiente que allí astronomía, la geología o la lingüística, vagando a
existe y tiende a crear una suerte de intimidad con través de ellos con la inocencia y la fascinación de
el espacio (por cuanto comparte su presencia con el un amateur. Esta aproximación no tecnocrática a la
espacio de un espacio) […] Puede estimular al información le permite encontrar conexiones insó-
oyente/espectador a entablar una relación con el litas. En su nueva obra para la Bienal del Mercosur,
espacio de una manera distinta a la que entablaría comenzó a trabajar sobre un gráfico británico de
en una situación en la que no hubiera sonido”. La constelaciones astronómicas y una lista con la
obra de Roden difiere de las muchas instalaciones pronunciación fonética de los nombres de esas
sonoras de la escena del arte contemporáneo por su constelaciones. La combinación de estos elementos
parejo interés por la estructura física y la composición lo llevó a diseñar módulos de escucha, así como
sonora. Más que generar un espacio neutro donde una estructura desde la que se generan
crear una situación aurática “ideal”, crea estructuras composiciones sonoras por medio de una serie de
físicas que están explícitamente ligadas a la rígidas reglas que luego producen un viaje más in-
composición sonora que hay en su interior. Al tuitivo a través de la obra. Nada en este proceso es
hacerlo, le saca provecho a una de las ideas centrales estrictamente lógico, pero nada está enteramente
del modernismo: la de la equivalencia entre las artes desprovisto de forma. Entonces, tenemos un siste-
o sinestesia. Desde fines del siglo XIX, artistas, mú- ma que conecta diversos hechos y eventos, pero
sicos y filósofos han buscado una conexión entre que lo hace sin un programa absoluto. Cuando
los diferentes lenguajes artísticos. La idea de que Roden obtiene un conjunto determinado de datos,
existe un campo unificado donde todas las artes se ocupa de traducirlos a otro lenguaje
252
253
254
255
256
Los Coloritmos fueron, pues, una forma caracterís- La vinculación de los Coloritmos con el proyecto
tica de lo moderno en su linearidad promisoria e de la Ciudad Universitaria de Caracas amerita
impactante y ellos, si debemos seguir lo que Otero un comentario. En 1948, cuando el arquitecto
nos sugiere, estuvieron concebidos como lugares venezolano Carlos Raúl Villanueva concluye el
257
258
259
260
261
En este sentido se inscriben estas obras a Se hacen eco, pues, los cuadros de Araujo de la
contrapelo de la intransitividad moderna que pintura como espejo, no como ventana, del mun-
encarnaban los Coloritmos. Allí donde estos do. Reducen los Coloritmos, emblema –si hay
funcionaban como fragmentos autocontenidos, alguno– de autonomía y autodeterminación for-
indiferentes al mundo exterior, ajenos al lugar, al mal en el repertorio venezolano de las artes mo-
modo, a la circunstancia –y particularmente a la dernas, a no ser más que superficies en las que se
circunstancia ocupada por el espectador – las refleja, accidentalmente, una circunstancia local.
obras de Araujo les restituyen, en el enfoque Y en el proceso de citarlos, de convertirlos en
forzado que hacen sobre lo que en la superficie imágenes encastradas dentro de su propia imagen,
prístina del Coloritmo se refleja, el rastro del lu- estos cuadros les aportan el rastro de artefactura
gar, el rastro del sitio donde se encuentran, el manual que la superficie prístina de los Coloritmos,
indicio de situación, el estar situados en una co- con su impecable acabado industrial, había
ordenada específica de espacio y luz, el rastro, en excluido a fin de erigirse, programáticamente,
suma, de mundo, que aquellos, en su autárquica como objetos modernos.
enteridad moderna, habían denegado.
Son, pues, estas obras de Araujo, sin dejar de ser En algunas de las obras de Araujo lo que se refleja
metapictóricas, pequeñas ventanas transitivas que es la figura misma del artista que, con su cámara,
miran a través de una superficie opaca, registra algún Coloritmo para luego convertirlo
impenetrable, en la que se refleja el mundo en la materia de sus cuadros. Es este, quizás, el
circundante a las obras de Otero. Como pinturas gesto más radical que acomete Araujo ante las
son visiones transparentes elaboradas en la obras de Otero: convertirlas en el espejo del sujeto
opacidad del soporte pictórico, “superficie nega- mismo, del yo de quien mira o de quien pinta,
da en su materialidad –diría Panofsky– y reducida suplente nuestro frente al cuadro, ocupando la
a no ser más que un simple “plano del cuadro” coordenada desde la cual la visión –nuestra y otra–
sobre el cual se proyecta un conjunto espacial se produce. Porque no solamente excluían los
percibido a través de ese plano e integrando todos Coloritmos, en su programa moderno, la presen-
los objetos singulares”7 ; pero como metapinturas cia de figuras miméticas, la idea de figuración y
son imágenes de otras imágenes, imágenes en la en su estricta cualidad no-objetiva se presentaban
imagen y, ultimadamente, imágenes de una como magníficas maquinarias visuales de ritmos,
262
263
264
Nunca se habrá producido en el arte venezolano Pero la “pintura retórica” retorna en Rivas, además,
un repertorio tan consistente de pintura legendaria bajo la forma intuitiva de una pintura “moderna”,
como en la obra de este pintor analfabeto, como precisamente aquella en la que, para serlo, para
en la obra de este pintor sin alfabeto, en quien llegar a ser moderna, hubo de sacrificarse toda
vieron, sin embargo, los “mentores” de la forma de elocuencia pictórica, es decir,
modernidad artística en Venezuela (y entre ellos, precisamente, lo “retórico” de la pintura, lo
especialmente, Alfredo Boulton) a la figura más “retórico” dentro de la pintura. Uno de los grandes
conspicua de una “modernidad salvaje”: “hombre legados de la modernidad, fruto acaso de su
al estado puro” –escribía Boulton, como si entrar impulsión antiacadémica, fue la libertad con la
en el comercio con las letras significara perder la cual se vinculó a las artes y a los artistas que no se
improbable “pureza” de lo humano. La “pintura inscribían en los espacios disciplinarios del arte.
retórica” vuelve –sobrevive– pues, de la mano del Es Gropius acercándose a la casa primitiva de los
pintor sin alfabeto. Y cuando digo que “sobrevive” moradores del norte de Europa. Son Picasso o
es porque en los primeros pintores académicos de Braque en su aproximación al arte ibérico o
nuestra historia artística –que fueron, por ejemplo, africano. Este acercamiento implicó un diálogo
Cristóbal Rojas, Martín Tovar y Tovar o Arturo que sobrepasa la esquemática descripción entre lo
Michelena, quienes bebieron directamente de las “alto” y lo “bajo”; entre el “adentro” y el “afuera”
fuentes del academicismo francés– la “pintura re- del arte. Un legado político se filtra en esta
tórica” apenas subsiste camuflada en las formas aproximación antiescolar a las artes de la libertad
alambicadas de su desvanecimiento histórico. Pero absoluta o primigenia y a la cultura de la viva voz
el repertorio retórico de la pintura de Rivas no pa- sin letras: más allá de todas sus limitaciones y más
rece haber padecido el desfallecimiento de las edades: acá de todas sus utopías, al menos en este aspecto,
surge, en la imagen, con esa “potencia de colisión” la modernidad supo suturar la herida que el
de la que hablaba Walter Benjamin en algún escri- humanismo letrado había recibido de una
to de 1940: “Potencia de colisión, en donde las concepción aristocrática del mundo antiguo, en
cosas, los tiempos, entran en contacto, donde se oponían ciudadanos y bárbaros a am-
“telescópicamente”, y se desagregan en ese mismo bos lados de la ficticia frontera de la ilustración.
contacto. Potencia de relámpago, como si la
fulguración producida por el choc fuese la única luz Me interesa preguntar hoy qué hay, qué queda –
posible para hacer visible la auténtica historicidad si algo queda– de ese diálogo en la escena del arte
de las cosas. Fragilidad de todo ello, porque, una contemporáneo –la cual padece, en apariencia,
vez hechas visibles, las cosas estan condenadas a de un retorno a las cartografías académicas y a las
sumergirse de nuevo y casi inmediatamente en la jerarquías disciplinarias. Cierto, se trabaja hoy con
265
266
267
268
269
270
271
272
273
274
275
276
277
278
279
280
281
Petrobras is the biggest Brazilian company sponsoring the country’s arts and culture and
has been giving special attention to a series of actions in the visual arts field. A pillar of our
sponsorship policy is to stimulate diffusion and access to culture.
Petrobras
Gerdau
Santander Cultural and Fundação Bienal share the realisation that promotion of culture
requires collective effort, a continuous process and creates great potential for socioeconomic
growth. The Biennial we are organising in Porto Alegre has its own energy, being included on
the global art circuit and stimulating important debate about trends from the basis of the
visual arts. In participating once again in this edition, we are proud to see our efforts playing
an important role in education through art and democratising access to cultural assets for the
whole population. Art will lead us to the society of knowledge towards which we all aspire.
Santander Cultural
284
We believe that contemporary artistic ideas have the potential for transformation. The
paradox of this world is that we have so much to say to each other and, on the other hand,
what is most clear is the lack of dialogue and understanding, which is probably due to our
being unaccustomed to silence. The arts, and particularly the visual arts, have the power of
generating silence, enabling one to put oneself in the place of the other, through the eye of
the other, in an exercise of tolerance and broadening perspectives. Societies progress according
to their allowance for questioning, imagination and dreams.
The choice of the Third Bank of the River as a central metaphor refers to the possibility
of creating a third place. It also reflects the huge range of curatorial and administrative
care that has been taken to favour the relationship between the visitor and each of the
works on show, bringing the work of art and the artist’s thinking to the fore with the
minimum of intervention.
The education programme, focusing on the development of the creative ability of our
citizens, has been conceived as an integral part of the curatorial project. It is not only present
in the exhibition spaces, where several mechanisms have been created for public interaction,
but it has also taken the Biennial into school libraries and classrooms through the hands of
the thousands of teachers who have taken part in the symposiums and workshops, organised
within a 500-km radius of Porto Alegre. It has been implemented with the support of a
productive network of partnerships with public bodies and third-sector organizations.
The dedication of our directors and advisors who have voluntarily heeded the call to
prepare such a complex event is a sure indicator of society’s ability to organise itself into
285
The passion and performance of the teams, both permanent and temporary, which have
thrown themselves into the materialisation of what at one time was dreams and uncertainty,
teaches us how strongly we can fight when the cause is good.
The 6th Mercosur Biennial is the result of the real efforts of innumerable people,
organisations, businesses and the governments of Brazil, the state of Rio Grande do Sul,
and the city of Porto Alegre, enabling the ideas of contemporary art to increasingly and
better approach our everyday lives, today and in the future.
With thanks to all those who have directly or indirectly contributed to this project, I hope
the public will be able to benefit from all its meanings.
Justo Werlang
President of the 6th Mercosur Biennial
286
In this 6th edition, the Biennial is consolidating its actions in three main directions. Firstly,
it is becoming more international as it takes on greater dialogue between the Mercosur
countries and the rest of the world with the idea of a biennial from Mercosur. Globalisation
is leading to people being fed by both local and international information, and artists can
help by showing how the constant negotiations between cultures bring enrichment, and
not necessarily conflict.
This edition also consolidates the emphasis it has placed on education since its first edition.
By fully incorporating the education programme into the curatorial project, art becomes
understood through its potential for education and personal development, making a real
contribution to constructing a better and broader society. The 6th Mercosur Biennial’s
educational actions stand out for the quality of their proposals and for the wide range and
number of people they affect.
This group of initiatives has formed a new paradigm, pointing to ways in which the
Fundação Bienal do Mercosul can continue to improve its actions in the future, building
a better society together with its partners.
287
I value this now-traditional exhibition, which reaches a high artistic standard, for so
eloquently and concretely meeting our actions in pursuit of the consolidation of Mercosur,
which I view as more than an economic, and even political, bloc. I believe the institution
can unite the peoples of South America culturally and spiritually, in fraternity and solidarity,
and thus recover the dream of Simón Bolívar and José de San Martin.
Our government applauds this joint effort and considers it to be attuned to the initiatives
we have been employing at the Ministry of Culture. I should furthermore like to recall that
during our administration this ministry has adopted new directives to guide its actions,
which are based on a broader concept of “Culture”, considering it in three dimensions: as
symbolic production, focused on valuing diversity of cultural values and expression; as an
exercise of citizens’ rights, with initiatives towards social inclusion through cultural activities;
and as an economic factor, in terms of its generation of employment and income and
strengthening the chains of production. These dimensions now guide the actions of the
Ministry of Culture as the cornerstones for the development of its new cultural policies.
Certain of the absolute success of the 6th Mercosur Biennial, I send my warm greetings to
the thousands of visitors who will certainly attend and to all those who have worked to
make its successive editions possible.
288
It is an honour to be governor of the State of Rio Grande do Sul at a time when the 6th Mercosur
Biennial is taking one more important step towards breaking its own boundaries. In taking up
the driving metaphor of the “Third Bank of the River”, the Biennial is imitating art and is itself
becoming a creator of new paradigms.
The Mercosur Biennial was born international, and becomes increasingly more international,
rejecting its own boundaries and frameworks. It wishes to encounter the world from the
perspective of Mercosur and be seen from the world as Mercosur, setting up new outlines
and new dialogues involving artists from some twenty countries, and promises to exceed the
figure of one million visitors.
In the name of Rio Grande do Sul, I should like to acknowledge the work of the Fundação
Bienal do Mercosul, the support of the sponsors, the Rio Grande do Sul community, the
international institutions involved and extend a warm welcome to our exhibiting artists.
The generosity of the creative act will enrich us all. Let us all therefore visit the 6th
Mercosur Biennial!
Yeda Crusius
Governor of Rio Grande do Sul
289
290
291
292
293
294
295
296
297
298
299
300
301
302
303
304
305
His choices are playful, consumerist; they are a bit Let’s take a closer look at the series of photographs
light-hearted because they are so bound to what that make up the core of this work. First, in these
is seen at home, on the street or on Google. But as photos, Estol presents his operations by means of
a proposal for contemporary art, these images have a generic and disaffected design taken directly
far-flung ambition: to find allegories for the from the Internet, advertising and image banks.
306
307
308
309
310
311
312
313
314
315
316
317
318
Another central aspect in Okon’s work is the role Dario Robleto’s textual propositions, collectively
of the spectacle in contemporary society. Okon’s titled Oh, those mirrors with memory represent a
camcorder seems to open the door to the most turning point in the artist’s ongoing exploration
bizarre behavior on the part of the cops. In all of of sculpture, while also asking a larger question
the videos in the series, the camcorder becomes about what form art can take, and where it can
the channel through which the transactions take exist. Although the works can be confused with
place, a particular form of permission that rather short poems in their presentation and format, it
than intimidating the cops who might think that would be more accurate to see them as object
they will get into trouble if their actions are labels for a non-existent (or maybe-existent)
recorded, actually seems to encourage their most object or action.
candid behavior. The glamorous promise of reality
TV shows seems to have changed the status of The actions described in these texts represent
the camera from a documentary tool to a fantasy small disruptions in the normal order of things.
generator. In this light, Okon’s Oríllese a la orilla These are actions that are unlikely to be perceived
series can be seen as one of the great social realist by anyone, and if they are, they will probably
works of the last decade. The use of simple handheld provoke questions rather than answers. Herein
technology to record the moral and ethical lies the radicality of Robleto’s proposal: the idea
complexities of street life in Mexico City give us a that small bumps in perception, a tiny gap
glimpse into a world of fact that is certainly more between the expected and the actual, can create
uncertain, complex, and ethically challenging than spaces for art and for critical thinking. In this
any fictional work could ever be. sense, Robleto’s microaesthetics embody a
remarkable economy of means. In just a few
words they create the material for a sculpture
that embeds the personal within the social.
319
Robleto’s choice of materials often uses the musi- For his presentation at the Mercosur Biennial,
cal references that are central to his work: a the artist chose to include one sculptural object
personal repertoire of songs and performers that in the exhibition. This object makes explicit the
become tangible materials in his work. The idea transitional role of the text pieces as precursors to
of music is as important as its content, materials, finding a three-dimensional object to concentrate
or evocations. The fact that music has no physical and condense the materials and intentions of the
form yet can modify perception seems to be lying work. Once an object is introduced, the role of
under the surface of these text/propositions. the text changes substantially; from being a
Robleto’s work often seems to incorporate projection into the imagination, it now focuses
something like an envy of music, or at least a desire on a specific thing in space. The text becomes the
to find a sculptural form that could work in simi- means through which the object gains a foothold
lar ways. In several of his works, vinyl records are in the imagination, providing information about
melted down and used as sculptural materials, as its genesis and constitution that charges it with
if in an attempt to physically grasp the meaning meaning. In discussing the need of contemporary
and content of the musical piece. The issue here art to establish a foothold ‘outside’ its own
is if music can ever be a form of sculpture, or if language, Ticio Escobar describes “the distance
sculpture can ever take the form of music. [between sign and object that] constitutes the
320
321
322
323
324
The presence of a group of Venezuelan artists at Merleau-Ponty said, “Time is not a line, but a
the Mercosur Biennial reflects, first of all, the need network of intentionalities…” And, though we
for a reaction against the formalization of the wait and wait to see something else appear before
national as if it was “foreign” to the art world. This we die, what we find is a continuity of our world
325
326
327
328
José Gabriel Fernández Fernández’s Tablones take the idea implicit in the
Tablones in the Key of Dance Coloritmos to their logical consequence; the idea
of an intransitive, self-contained work without
Half a century after the Coloritmos were conceived, any reference whatsoever to the outside world,
in a recent series the artist José Gabriel Fernández like the “hedgehog” from the celebrated fragment
has taken up the format used by Alejandro Otero of Schlegel: “Like a small work of art, a fragment
in those works. With a measure of complicity with must be wholly disconnected from the world,
Otero’s work, Fernández calls them Tablones. closed in on itself like a hedgehog.”4 This explains
Thus, the artist clearly indicates his work’s the formally opaque quality of these works, the
inclusion in the masrepertoire of the critical fact that the total lack of color in the velvety
reception of the work of his modern precursor rupture in the plaster of Fernández’s Tablones shut
and, consequently, in the context of a debate on off once and for all what, accidentally, remained
the breadth and limits of modernity in Venezuela. of reflexive and specular material in Otero’s works.
It is important to point out that, in calling his But, in their structural complexity as composed
works Tablones, Fernández not only acknowledges works, Fernández’s Tablones also restore, through
the matrix of Otero’s work but also the title that the juxtaposition of bars and the cuts that these
identified the second generation of works derived bars display, the experience of thickness that the
from the Coloritmo model, made by Alejandro Coloritmos had foreclosed. In terms of the reference
Otero himself during the seventies. Indeed, to Otero, this is one of the most distinctive and
starting in around 1974 and until well into the significant contributions: in them, everything
eighties, Alejandro Otero returned to the original occurs as if in the cut, in the digging, in the
format and technique used in the Coloritmos to outline, in the aperture, in the layering of different
329
330
331
332
333
334
335
336
337
338
339
1
Maurice Merleau-Ponty. Phénomenologie de la Perception.
Gallimard, 1945. p 476-77.
2
Correspondencia Alejandro Otero Alfredo Boulton 1946-
1974 [English title: Alejandro Otero-Alfredo Boulton
Correspondence 1946-1974]. Edit. Ariel Jimenez.
Caracas: Museo Alejandro Otero, 2001. p 69-71.
3
Alejandro Otero. Caracas: Museo de Arte
Contemporáneo, 1985. p 105.
4
Cf. Jean Luc Nancy y Philippe Lacoue-Labarthe. L’Absolu
Littéraire. Théorie de la littérature du romantisme allemand.
Paris: Seuil, 1978. p. 126.
5
José Bergamín. La música callada del toreo [The Silenced
Music of Bullfighting]. Madrid: Turner,1989. p.40.
6
Stoichita: La instauration du tableau. Métapeinture à
l’aube des temps modernes. Paris: Klincksieck, 1993.
7
Panofsky. La Perspective comme forme symbolique [English
Title : Perspective as Symbolic Form], Paris: Minuit,
1975. p 38.
8
Cf. In: Georges Didi-Huberman: L’histoire de l’art à
rebrousse-poil. Temps de l’image et travail au sein des choses
selon Walter Benjamin. Cahiers du CNAM, 72, 2000.
p.110.
9
Sandra Pinardi. El anhelo de emancipación: orígen y
destino. [English Title: The Longing for Emancipation:
Origin and Destiny] Unpublished text for a volume on
the work of Alfredo Boulton, edited by Ariel Jimenez
and Jessica Hankey, to be published by The Museum of
Modern Art, New York, 2008.
340
341
342
343
344
345
346
347
348
349
350
Curadoria Moacir dos Anjos João Maria Gusmão, Portugal, 1979 &
Pedro Paiva, Portugal, 1977
Cildo Meireles, Brasil, 1948 Macrocefalia / Macrocefalia / Macrocephaly,
Marulho, 1991–2001 2006
Madeira, livros e áudio / Madera, libros y audio / Filme 16mm, cor, sem som / Película 16mm, color,
Wood, books and audio sin sonido / 16mm film, color, no sound, 3'
347 x 1350 x 2300 cm
Coleção MAM RJ Patrocínio Petrobras, RJ, Brasil João Maria Gusmão, Portugal, 1979 &
Pedro Paiva, Portugal, 1977
Francis Alÿs, Bélgica, 1959, em colaboração Eclipse ocular / Eclipse ocular / Eye Eclipse,
com Cuauhtémoc Medina, México, 1965 e 2007
Rafael Ortega, México,1965 Filme 16mm, cor, sem som / Película 16mm, color,
Quando a fé move montanhas (Versão sin sonido / 16mm film, color, no sound, 3'
documental) / Cuando la fe mueve montañas Produção MUSAC, Leon, Espanha
(Versión documental) / When Faith Moves
Mountains (Documentary Version), 2000– João Maria Gusmão, Portugal, 1979 &
2002 Pedro Paiva, Portugal, 1977
Mini DV copiado para DVD / Mini DV transferred
O glaciologista / El glaciologista / The
to DVD
Glaciologist, 2007
João Maria Gusmão, Portugal, 1979 & Filme 16mm, cor, sem som / Película 16mm, color,
sin sonido / 16mm film, color, no sound, 2’30’’
Pedro Paiva, Portugal, 1977
Produção MUSAC, Leon, Espanha
Cinemática (ou o hipnotizador de troncos) /
Cinemática (o el hipnotizador de troncos) / João Maria Gusmão, Portugal, 1979 &
Cinematics (or the Log Enchanter), 2006 Pedro Paiva, Portugal, 1977
Filme 16mm, cor, sem som / Película 16mm, color, O homem sombra / El hombre sombra / The
sin sonido / 16mm film, color, no sound, 1’50”
Shadow Man, 2006–2007
Coleção Ellipse Foundation, Lisboa, Portugal
Filme 16mm, cor, sem som / Película 16mm, color,
Cortesia Zdb, Lisboa, Portugal e Galeria Graça
sin sonido / 16mm film, color, no sound, 1’45’’
Brandão, Lisboa, Portugal
Filme produzido em residência artística na Trienal de
Agradecimento Instituto das Artes, Ministério da
Luanda, em Agosto de 2006. Co-produzido MUSAC,
Cultura, ZdB, Lisboa, Portugal
León, España
João Maria Gusmão, Portugal, 1979 &
Nelson Leirner, Brasil, 1932
Pedro Paiva, Portugal, 1977
A Lot(e), 2006
Lançamento 2 / Lanzamiento 2 / The Throw
Papel, madeira, borracha, tecido, plástico, metal, gesso
2, 2006 e lã sobre bases de fórmica / Papel, madera, caucho,
Filme 16mm, cor, sem som / Película 16mm, color, tela, plástico, metal, yeso y lana sobre bases de formica
sin sonido / 16mm film, color, no sound, 30” / Paper, wood, rubber, fabric, plastic, metal, plaster
Agradecimento Instituto das Artes, Ministério da and wool on formica bases
Cultura, ZdB, Lisboa, Portugal 235 x 400 x 900 cm
Cortesia Galeria Brito Cimino, São Paulo, Brasil
352
353
m7red: Mauricio Corbalan y Pio Torroja – Conceito e Dario Robleto, EUA, 1972
implementação / Concepto e implementación / Oh, aqueles espelhos com memória / Oh, esos
Concept and execution espejos con memoria / Oh, those Mirrors with
Florencia Alvarez – Edição / Edición / Editor
Memory, 1997
Marina Zuccón – Asesora teatral / Asesora teatral /
Teatrical Advisor Texto / Text
Promovido por / Promovido por / Promoted by Dimensões variáveis / Dimensiones variables /
Fundação Bienal do Mercosul Variable dimensions
354
355
356
357
358
359
360
361
362
363
365
366
367
368
Galerias
BLUM & POE, Los Angeles, USA
Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, Brasil
Galeria Brito Cimino, São Paulo, Brasil
Galeria Luisa Strina, São Paulo, Brasil
Galería Elba Benítez, Madri, Espanha
Galeria Graça Brandão, Lisboa
KaiKai Kiki Co., Ltd
Henrique Faría Fine Art, New York, USA
Marian Goodman Gallery, New York, USA
Nicole Klagsbrun Gallery, New York, USA
Susanne Vielmetter LA projects, Los Angeles, USA
The Project, New York, USA
White Columns, New York, USA
ZdB, Lisboa, Portugal
Colecionadores particulares
Adriana Cisneros de Griffen, Nova York, EUA
Amy Jebrine, Stanford, EUA
Antón Apostolatos, Caracas, Venezuela
Daniel Portmann, Madri, Espanha
Estrellita y Daniel Brodsky, Nova York, EUA
Fernando e Carolina Eseverri, Caracas, Venezuela
Fundación Anala y Armando Planchart, Caracas,
Venezuela
Fundación Mercantil, Caracas, Venezuela
Gonzalo Parodi, Miami, EUA
Faría Fabregas Galería Caracas, Venezuela
Henrique Faria, Nova York, EUA
Isabel Azcarate, Madri, Espanha
Juan Iribarren, Nova York, EUA
Luis Benshimol, Madri, Espanha
Maria Cristina y Pablo Henning, Houston, EUA
Patricia Phelps de Cisneros, Caracas – Nova York
369
Composite
Composite
Composite
Composite