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na energia renovável
Fonte: Valor Econômico
Erik Solheim: Esta não é a hora para nenhum país mudar de rota
diante das ameaças muito sérias e muito reais da mudança do
clima. A ciência nos diz que precisamos de ações mais ambiciosas
e fortes. Se o que queremos são energias limpas e confiáveis,
crescimento econômico e mais e melhores empregos, então a
resposta está em um futuro de baixo carbono energizado com
renováveis. Quando se discute carvão temos que olhar para os
números. As oportunidades de emprego no setor de energia solar
crescem 12 vezes mais rápido que o resto da economia dos EUA.
Eram 300 mil empregos em 2015 e chegaram a 374 mil em 2016,
ultrapassando os da extração de petróleo e gás [187 mil] ou carvão
[68 mil]. Solar também gera mais empregos por dólar investido –
mais que o dobro do que os empregos criados pelos investimentos
em fósseis. Então, se criar empregos é prioridade, energias
renováveis fazem todo sentido. E também tem que se considerar o
setor privado e dos Estados. Mais de 24 Estados nos EUA estão
fazendo esforços para reduzir as emissões.
Solheim: A mudança pode ficar mais vagarosa, mas não pode ser
detida porque as forças são fortes, inclusive nos EUA. A China tem
trazido tecnologias a preços bem mais baixos, o que ajuda muito.
Entre 30% e 50% do mercado de energia eólica mundial está na
China, o mesmo para solar. Estão acontecendo movimentos
enormes na China, que as pessoas de fora ainda não conseguem
perceber.
Valor: Quais?
Solheim: Entendemos que o governo dos EUA irá fazer uma revisão
completa para garantir o melhor negócio aos consumidores e ao
ambiente. Fixar objetivos rigorosos de emissões -não apenas para
veículos, mas também para a indústria- irá beneficiar ambos.
Poluição é tema de preocupação de saúde pública, causa milhões
de mortes prematuras todos os anos no mundo. São pelo menos
200 mil mortes prematuras por ano nos EUA, mais que o dobro do
total de pessoas que morrem de Alzheimer. Transporte é a maior
causa da poluição do ar, e é vital que os cidadãos estejam
protegidos.
Solheim: Por duas razões. Primeiro porque é o vetor que mais mata
no mundo. Fomos bem sucedidos com o que mais matava no
passado, como malária e varíola, e agora é a poluição que encurta
a vida. Em segundo lugar, porque é uma boa maneira de enfrentar
a mudança do clima. Poluição é algo mais próximo às pessoas.
Quando há muita poluição as pessoas logo sentem impactos na
saúde. Então também é um jeito de fazermos o que tem que ser
feito para o planeta. Queremos tornar isso um movimento de
cidadãos, ajudar governos a fazer políticas para reduzir a poluição e
auxiliar o setor privado a ter novas tecnologias para que isso
aconteça rápido. Não só na poluição do ar, também da água, os
plásticos, todo tipo.