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ESCOLA BÁSICA DO 2º E 3º CICLOS MARQUÊS DE POMBAL

EDUCAÇÃO FÍSICA

UNIDADE DIDÁCTICA DE ATLETISMO

DOCUMENTO DE APOIO

7º ANO
Apresentação Histórica da Modalidade

A origem do atletismo remonta à própria origem do ser humano, que por necessidade, defesa
ou até prazer, corria, saltava, lançava.
Antes de existir como modalidade, já o homem corria atrás dos animais, saltava para
ultrapassar os obstáculos e lançava pedras para matar os animais com o objectivo de sobreviver.
Depois, cada povo inventou e criou forma variada e competitiva de corrida, de saltos e de
lançamentos, quer como preparação para a guerra, quer para agradecimento aos deuses, e mesmo
para homenagearem heróis desaparecidos.
O atletismo é o mais antigo de todos os desportos. Está directamente ligado aos jogos que
os Gregos organizavam há mais de 2700 anos, na cidade de Olímpia.
A palavra “Atletismo” provém da palavra Grega Athlos, que significava combate e a palavra
“Atleta” tem origem na palavra grega "Athletis" que significava lutador. A primeira corrida terá
sido organizada, na Grécia, no ano 776 ac. , data dos primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade, na
qual Corobeu de Êlida saiu vencedor da corrida do "Stade", palavra que daria origem a estádio. O
comprimento desta prova terá sido fixado por "Hércules", ao percorrer a distância de 600 pés
olímpicos, equivalente a 192,27metros.
Outras provas foram sendo acrescentadas, tais como:
 A corrida dupla ou dois estádios, "diaulo", no ano 724aC.;
 A corrida de 12 comprimentos ou de 12 estádios, "diólico", no ano 720aC. Chegou a
haver em Olímpia vinte e quatro estádios, ou seja, 4614,72metros;
 O pentatlo, constituído por cinco provas: corrida do estádio, salto em extensão, o
lançamento do disco, o lançamento do dardo e a luta.
As falsas partidas, na Grécia antiga, eram punidas por juízes de partida, chegando mesmo ao
castigo corporal. Mais tarde seria colocado à frente um cabo estendido que era elevado ou baixado
de forma a permitir a partida dos concorrentes.
Os estádios gregos eram em forma "U" de estreito, os degraus eram talhados na própria
montanha, em três lados. Uma linha separava os concorrentes do público. A pista dos estádios de
Olímpia era delimitada pela "achesis", linha de partida, e pela "terna", linha de chegada. Na linha de
partida havia ranhuras feitas com pedaços de mármore, fixados ao solo, para os atletas colocarem os
pés. A saída com quatro concorrentes em linha, de pé, era sorteada e havia o sistema de eliminatória
e final. Em 1870, começou a utilizar-se uma linha suspensa entre duas estacas, da partida à meta
(prova dos 100m), para demarcar o espaço dos concorrentes. Esta seria substituída pela actual linha
branca no solo ainda antes da 1ª Guerra Mundial.
Na Real Academia Militar de Saudhurst, em 1810, realizaram-se as primeiras competições
modernas de Atletismo. No entanto só em 1913, a federação Internacional de Atletismo Amador
(FIAA) foi aceite pelo congresso realizado em Berlim.
A origem do cronómetro remonta ao ano de 1862, com tempos até ao quarto de segundo,
no ano de 1895, ao quinto de segundo.
Os Jogos Olímpicos, que duraram cerca de 1000 anos, desapareceram no ano 394 d.C.
Reapareceram então há cerca de 100 anos, em 1896, graças a um senhor francês, o Barão Pierre de
Coubertin.
No reaparecimento dos Jogos Olímpicos as regras eram muito simples, mas têm vindo a ser
apuradas.
Em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, é usada uma câmara ligada a um
cronómetro. Mais tarde, em 1928, nos Jogos olímpicos de Amesterdão, é utilizada a máquina de
filmar.
Até 1960, nos Jogos Olímpicos de Roma, em todas as corridas, na linha de chegada era
colocado um fio de lã, a 1,22 metros do solo e no mesmo plano da meta para facilitar aos juizes nas
chegadas mais confusas, o apuramento do primeiro classificado.
Os japoneses deram um grande impulso nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, com o
uso de computadores, com o objectivo de tornarem tudo mais rigoroso. Contudo, seriam os Jogos
Olímpicos do México, em 1968, a proporcionar a cronometragem electrónica aos centésimos de
segundo.
Entretanto, passaram a ser utilizadas outras técnicas, tais como laboratórios para controlo
anti-doping e determinação do sexo, células fotoeléctricas, mostradores automáticos, colchões de
queda para os saltos em altura e com vara.
A pista, no formato de hoje, um circuito de 400m, surgiu pela primeira vez nos Jogos
olímpicos de Amesterdão, em 1928. O seu desenvolvimento acompanhou as transformações
tecnológicas, desde o tempo em que era de terra batida de cinza até às pistas actuais de fibra
sintética, denominadas "tartan", usadas pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964.
Após o ano de 1912, assistiu-se à introdução de novas provas, com destaque para o sector
feminino. Nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928, fizeram parte do calendário Olímpico os
100m, os 800m, estafetas 4X100m, o lançamento do disco e o salto em altura.
O Atletismo de hoje é uma mescla de diferentes actividades. Durante o século XIX foram
modificadas as regras, primeiro, pela Universidade onde se organizavam as competições de
Atletismo e, mais tarde, pelos organismos internacionais e olímpicos, para, em 1926, assumirem a
sua forma actual.
Em todos os Jogos Olímpicos é sempre no atletismo que se atingem os momentos "mais
altos" e de maior impacto mediático. É talvez a modalidade desportiva onde o ideal olímpico
corresponde perfeitamente aos objectivos da própria modalidade - "CITIUS, ALTIUS, FORTIUS" -
mais rápido, mais alto, mais forte. De facto o que se procura é ser mais veloz, é chegar em primeiro,
chegar mais alto e mais longe, e ainda aguentar melhor as dificuldades da prova, ser mais forte.
Em Portugal, a Federação Portuguesa de Atletismo foi criada em 1921, com o nome de
Federação Portuguesa de Sports Atléticos (FPSA) contando apenas com a inscrição de seis clubes.
Foi em 12 de Março de 1922 que houve em Portugal, o primeiro Campeonato de Lisboa de
Cross (corta-mato), e, poucas semanas, depois foi organizado o primeiro Campeonato de Portugal.

Caracterização da Modalidade

O atletismo pode ser dividido em cinco sectores:


 Marcha
 Corridas
 Saltos
 Lançamentos
 Provas combinadas (heptatlo, prova feminina e decatlo, prova masculina)

O calendário oficial é constituído por provas dentro do estádio e fora dele. Dentro do estádio
têm lugar provas variadas, tais como:
Corridas – velocidade (100 e 200 metros); meio-fundo (800 e 1500 metros); fundo (5000 e
10000 metros); corridas de obstáculos (3000 metros); corridas de estafetas (4x100 e 4x400 metros).
Saltos – comprimento, triplo-salto, altura e vara.
Lançamentos – peso, disco, dardo e martelo.
Fora do estádio as provas mais conhecidas são as provas de maratona (maratona com 42195
metro e meia-maratona).
Existem igualmente competições em pista coberta, onde têm lugar adaptações, relativamente
às provas realizadas nos estádios, entre as quais mencionam-se as seguintes:
 A pista tem um perímetro de 200 metros
 Nas provas de velocidade a distância é de 60 metros
 Nos lançamentos realiza-se apenas o lançamento do peso
Pista de Atletismo

Retirado de: Barata J.e Olímpio C. – Hoje há Educação Física-5º e 6º anos. Texto Editora, Lisboa, 2004-1ª edição
Barreiras

Definição: corrida de velocidade em que o corredor tem de ultrapassar um conjunto de 10


obstáculos – barreiras – em sucessão para se atingir a meta.

Retirado de: Batista P. e outros – Em Movimento-3ºCEB. Asa Editores Porto, 2002-1ª edição

Quando iniciamos a aprendizagem da corrida de barreiras, devemos:

DEFINIR QUAL A PERNA DE IMPULSÃO E, CONSEQUENTEMENTE, QUAL A DE ATAQUE

Saber que:

NA CORRIDA DE BARREIRAS A BARREIRA NÃO SE SALTA, TRANSPÕE-SE

A corrida de barreiras tem de ser desenvolvida segundo duas técnicas:


 A técnica de transposição das barreiras
 A técnica de corrida entre barreiras
Componentes Críticas

DA PARTIDA À PRIMEIRA BARREIRA


 Após a partida, o atleta deverá adquirir uma postura vertical de modo a que chegue à
primeira barreira com a maior velocidade possível.
 O ritmo de 8 apoios (4 passadas) permite entrar facilmente no ritmo entre barreiras;
TRANSPOSIÇÃO DAS BARREIRAS
a) ATAQUE
 Perna de ataque em extensão
 Inclinar o tronco em frente
 Avanço da mão contrária à perna de ataque

b) TRANSPOSIÇÃO DA BARREIRA
 Após a passagem da perna de ataque, a coxa da perna de impulsão passa rasante e
paralelamente à barreira, mantendo a inclinação do tronco à frente.

c) RECEPÇÃO
 Contactar o solo com a parte anterior do pé;
O apoio deve ser activo e breve.

a) b) c)

CORRIDA ENTRE BARREIRAS


 Corrida contínua sem quebra acentuada da velocidade;
 Deve usar-se sempre o mesmo número de passadas para transpor as barreiras com a
mesma perna de ataque;
 Ritmo de passada mais utilizado é o de 4 apoios (3 passadas).
APÓS PASSAGEM DA ÚLTIMA BARREIRA
 Corrida terminal até à meta

REGULAMENTO

1. Nas provas oficiais é obrigatório a partida agachada com blocos.


2. As corridas de barreiras disputam-se em corredores individuais, delimitados por linhas.
3. O atleta que fizer duas falsas partidas é eliminado. Considera-se falsa partida sempre que um
concorrente sair do seu lugar antes de ter sido dado o sinal de partida.
4. O atleta que sair do seu corredor e deste facto tirar vantagem ou prejudicar outro atleta é
desclassificado.
5. Um atleta é desclassificado quando derruba intencionalmente uma barreira.
6. Não se pode passar nem a perna nem o pé pelo exterior da barreira.
Salto em Altura

O Salto em Altura divide-se em quatro fases, sendo estas iguais para qualquer técnica utilizada.
São elas:

 Corrida de balanço
 Impulsão ou Chamada
 Fase Aérea
 Recepção
Nas aulas de Educação Física, vamos utilizar a técnica “tesoura”

Componentes Críticas

Corrida  Em linha curva, na oblíqua em relação à fasquia (elástico);


 Tronco direito e cabeça levantada;
de Balanço  Olhar dirigido para a frente;
 Passadas amplas, não saltitantes e com ritmo crescente
 Colocação do pé mais afastado do colchão junto ao 1º poste;
 Chamada realizada com a perna mais afastada da fasquia
Impulsão
(elástico);
ou  Perna de impulsão estende completamente;
 Tronco direito e cabeça no prolongamento do tronco (olhar
Chamada dirigido para a frente);
 Pena livre sobe em extensão (impulsão vertical);
 Membros superiores elevam-se simultaneamente;
 Membros inferiores dissociados;
 Movimentos amplos de ambos os membros inferiores;
Fase Aérea  Membros inferiores passam alternadamente sobre a fasquia
(elástico) ambos em extensão;
 Tronco ligeiramente flectido à frente;
 Apoios alternados (primeiro a perna livre e depois a perna de
Recepção impulsão);
 Recepção feita de pé e em equilíbrio;
Erros mais comuns da Técnica de Tesoura

 Passadas curtas em vez de amplas, tendo por vezes como


consequência uma impulsão fraca e queda em cima do elástico.
 Corrida demasiado rápida, traduzindo-se assim num salto longo e
Corrida baixo.
 Afastamento do eixo de balanço, isto é, apoios deslocados para um
de Balanço lado e outro, ou seja, uma direcção da corrida a fugir desse eixo.
 Alteração brusca da amplitude e inclinação do tronco à frente nas
últimas passadas, que preparam a chamada

 Inclinação incorrecta do tronco que é feita para a frente, para trás


Impulsão ou até mesmo para os lados.
 Extensão incompleta da perna de impulsão que é normalmente
ou acompanhada de uma flexão simultânea do tronco transmitindo
uma sensação de salto "sentado e engrupado".
Chamada  Trabalho incorrecto e descoordenado da perna livre e dos braços.

 Subida quase em simultâneo das pernas mantendo-se estas


Fase Aérea flectidas durante esta fase, principalmente em relação à perna livre
 Inclinação do tronco para trás, causando uma queda em
desequilíbrio.
 Queda com os pés praticamente em simultâneo
Recepção  Queda em desequilíbrio

A REGRA É SIMPLES: SALTAR O MAIS ALTO POSSÍVEL APENAS COM A FORÇA DO CORPO.

Regulamento da prova

 Os concorrentes deverão fazer a chamada com um só pé;


 Se um concorrente fizer cair a fasquia ou tocar o solo para lá do plano dos postes, sem
passar por cima da fasquia, o salto será nulo;

 A fasquia deverá estar horizontalmente e a altura será medida perpendicularmente a partir


do solo até à parte do bordo superior da fasquia que fique mais próximo do solo;

 Cada atleta terá direito a três tentativas. Depois de três falhas consecutivas será eliminado
(termina a sua prova).
Material
Caixa de Recepção – Rectangular de 4 x 5m, no mínimo;

Zona de Balanço – Não delimitada. No mínimo 15m de balanço;

Os postes – Rígidos, espaçados de 4m no mínimo e 4,04m no máximo.


 Os postes deverão ultrapassar, pelo menos, em 10 cm a altura máxima que a fasquia pode
ser colocada.
 Os suportes para a fasquia são planos e rectangulares.
 Entre os postes e a fasquia, que ficarão no mesmo plano, deve haver um espaço de 1cm
no mínimo.
A Fasquia – Deverá ter um comprimento entre 3,98m a 4,02m, com um peso máximo de 2kg e
deverá ser de madeira, metal ou fibra.
A fasquia de secção circular deverá ter de diâmetro entre 2,5cm a 3cm, as extremidades
deverão ser uma superfície plana de 3cm de largura e 15cm de comprimento.
LANÇAMENTO DO PESO

Definição: Consiste na projecção à maior distância possível de um engenho, para o interior de uma
zona de queda, com as marcações próprias, tendo os lançadores que respeitar as regras específicas,
bem como utilizar os gestos técnicos adequados.

Objectivo: Lançar o engenho à maior distância possível.

Fases do Lançamento do Peso: preparação, deslizamento, arremesso e recuperação.

PREPARAÇÃO
 Apoiar o peso na base dos dedos.
 Colocar o peso junto à mandíbula, por
baixo do queixo, pressionando contra este,
estando o braço flectido pelo cotovelo, em
tensão.
 Colocar-se na parte posterior do circulo, de
costas para o local de queda.
 Colocar os pés em linha, um atrás do outro,
concentrando o peso do corpo sobre a
perna (do braço que lança), que se encontra
flectida pelo joelho.
 Colocar o cotovelo (do braço que lança)
alto e o outro estendido à frente, em
descontracção.
DESLIZAMENTO

 Elevar a perna de balanço, flectindo a de


impulsão.
 Efectuar um movimento rápido de
extensão à retaguarda da perna apoiada.
 Procurar um deslocamento rápido e
rasante.
 Manter os olhos virados para o ponto de
partida.
 Efectuar o deslizamento pelo calcanhar.
 Rodar os pés na direcção do arremesso.

ARREMESSO

 O peso do corpo é suportado pela perna de


impulsão.
 Passa pela posição de força.
 A bacia roda para a frente, através da
extensão da perna de extensão.
 Arremessar o peso com o cotovelo
levantado.
 Efectuar a extensão das articulações do
braço, de forma explosiva.

A RECUPERAÇÃO após o arremesso, deve ser realizada através da troca rápida e saltada dos
apoios, serve para recuperar o equilíbrio, e o lançamento não ser nulo.
REGULAMENTO

1 – O peso deve lançar-se desde um círculo com diâmetro inferior de 2,135m, para um sector de
queda.

2 – Na zona anterior do círculo existe uma antepara, que pode ser tocada no seu bordo interno
durante a execução do lançamento.

3 – Cada concorrente tem direito a um máximo de 3 ensaios, mais 3 se for finalista (8 primeiros).

4 – No final do concurso os lançadores são classificados de acordo com o seu melhor lançamento.

5 – O lançador deverá iniciar o seu lançamento a partir de uma posição estacionária dentro do
círculo.

6 – O peso deverá ser lançado desde o pescoço e apenas com uma mão, não podendo nunca ser
colocado atrás da linha dos ombros.

7 – Para que o ensaio seja considerado válido, o peso deverá cair completamente na zona de
recepção.

8 – A medição de cada lançamento será efectuada imediatamente à conclusão do mesmo,


determinando-se a distância que vai do primeiro ponto de contacto deixado pelo peso, até ao interior
da circunferência do círculo.

9 – O lançador só pode sair do círculo após o engenho ter contactado o solo, e pela parte posterior
do círculo.

10 – O lançamento será considerado nulo:

 Sempre que não sejam respeitadas as regras precedentes;


 Se o lançador, depois de ter entrado no circulo e iniciado o seu lançamento, tocar com
qualquer parte do corpo no exterior do circulo;
 Largar incorrectamente o peso no decurso do lançamento;
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA ESCOLA

Na Escola, na fase inicial do processo ensino-aprendizagem, lança-se de frente, aplicando-se as


componentes críticas da fase de arremesso

 O peso do corpo é suportado pela perna de impulsão (fig. 1)


 Passa pela posição de força (fig. 2)
 A bacia roda para a frente, através da extensão da perna de extensão (fig. 3)
 Arremessar o peso com o cotovelo levantado. (fig. 4)
 Efectuar a extensão das articulações do braço, de forma explosiva. (fig. 5)

Documento elaborado a partir de excertos de dois documentos:


- Documento de apoio de Atletismo da Escola Secundária João de Deus
- Publicação da FPA “Viva o Atletismo” – livro 12

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