Você está na página 1de 20

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
FORMAÇÃO DE PREGOEIROS

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

42
CURSO DE
FORMAÇÃO DE PREGOEIROS

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

43
INTRODUÇÃO AO MÓDULO II

INTRODUÇÃO

Olá. Seja bem-vindo novamente. Sentimo-nos orgulhosos em tê-lo


novamente conosco neste segundo módulo do Curso de Formação de Pregoeiro.

No primeiro módulo do curso aprendemos de forma ampla o que é uma


licitação, quando ocorre, como deve ocorrer, tipos e modalidades, entre outros
conceitos.

Neste segundo módulo trabalharemos diretamente com as informações que


compõem o Pregão Eletrônico. Para desempenhar com excelência suas futuras
responsabilidades, é muito importante que tenha contato, compreenda e domine os
conhecimentos que dizem respeito ao Pregão. Por exemplo, o conceito de Pregão,
como ele foi sendo construído no tempo, quais as principais diferenças entre o
Pregão Eletrônico e o Pregão Presencial, os objetivos do Pregão, os casos de
vedação, as características do Pregão e as principais atribuições do pregoeiro e da
sua equipe de apoio.

E é essa a proposta deste módulo. Em outras palavras, caro aluno, ao final


deste módulo, você será capaz de compreender e discutir todos os conceitos e
normas que estão aqui disponíveis.

Aproveite. Construa suas competências e faça a diferença no mercado.

Bons Estudos!

AN02FREV001/REV 4.0

44
MÓDULO II

2 PREGÃO I

2.1 CONCEITO

O Pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços


comuns em que a disputa entre os licitantes pelo fornecimento é feita em sessão
pública, por meio de propostas e lances, para classificação e habilitação com a
proposta de menor preço. É modalidade licitatória inovadora. Sua grande inovação
se dá pela inversão das fases de habilitação e análise das propostas, onde se
verifica apenas a documentação do participante que tenha apresentado a melhor
proposta (BRANDÃO, 2014).

Dito de outra forma, primeiro a Administração escolhe a melhor proposta.


Depois é que ela adota as medidas administrativas para coletar, analisar e aprovar
os documentos apresentados pelo licitante vencedor. O processo é invertido, em
razão de que, em outras modalidades, o licitante precisa, primeiro, apresentar os
documentos exigidos para participar do certame e, somente depois de analisada tal
documentação pela Administração, a sua participação no processo licitatório é
autorizada, sendo considerada legal e legítima.

No Pregão, a proposta mais vantajosa para a Administração é feita por meio


de oferta escrita de preço, depois da disputa ocorrida com lances verbais. Após os

AN02FREV001/REV 4.0

45
lances, pode ainda haver negociação direta entre o pregoeiro e o licitante vencedor,
no intuito da diminuição ou ajuste do valor ofertado.

Diferente das outras modalidades de licitação, o pregão pode ser aplicado a


qualquer valor estimado de contratação, sendo modalidade licitatória alternativa
ampla para contratação de qualquer objeto. O pregão admite também como critério
único, o menor preço.

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

O Pregão tem sua origem na Idade Média, como nos diz Meirelles:

[...] nos Estados medievais da Europa usou-se o sistema denominado ´vela


e pregão´, que consistia em apregoar-se a obra desejada e, enquanto ardia
uma vela os construtores interessados faziam suas ofertas. Quando
extinguia a chama adjudicava-se a obra a quem houvesse oferecido o
melhor preço. (MEIRELLES, 2002, p. 27, grifo nosso)

No Brasil, o pregão surgiu a partir da Lei nº 9.472/97 (Lei Geral de


Telecomunicações), que organizou os serviços de telecomunicações, criação e
funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos. Nos Artigos 54 e 56
implantou o Pregão como mais uma modalidade licitatória.

A partir daí, a Lei Federal nº 9.986/00, no seu Artigo 37, ampliou o âmbito de
utilização do Pregão para as demais agências reguladoras no País.

Depois, a Medida Provisória nº 2.026/00 instituiu, no âmbito da União,


atendendo o que dizia o Inciso XXI do Artigo 37 da Constituição Federal, o Pregão

AN02FREV001/REV 4.0

46
como modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns. Essa
Medida Provisória, no ano seguinte, foi reestruturada em outra. Especificamente na
Medida Provisória nº 2.182/01, a qual foi reeditada por diversas vezes.

As Medidas Provisórias foram, depois, convertidas na Lei nº 10.520/02, a


qual não revogou a Lei no 8.666/93. Há, ainda, o Decreto nº 3.555/00, que se aplica
em relação ao Pregão Presencial, e o Decreto nº 5.450/05, de natureza
regulamentar, que se aplica em relação ao Pregão Eletrônico, fixando-se, assim,
juntamente com a Jurisprudência e a doutrina, o quadro jurídico atual da modalidade
de licitação denominada Pregão.

É muito importante saber:

“Doutrina pode ser compreendida como sendo o


trabalho dos juristas que elaboram ideias, teses e
teorias, ao analisar, explicar, demonstrar falhas e
apontar efeitos na aplicação da lei, que não foram
contemplados quando a lei foi formulada. Pode-se dizer
que seja a opinião dos estudiosos do Direito.”

E Jurisprudência, o que é mesmo?

“Jurisprudência é o conjunto formado pelas decisões dos


Juízes e dos Tribunais, em processos onde os magistrados
emitem opiniões próprias para decidirem sobre matérias as
quais a lei não atinge plenamente. Então, se houver, sobre
um assunto que a lei não contempla, decisões judiciais
reiteradas num sentido específico, tem-se Jurisprudência
estabelecida.”

AN02FREV001/REV 4.0

47
Então, para que se possa compreender e operar com Pregão, é necessário
ter contato com todas essas normas constantes nos textos em destaque, assim
como com a doutrina (encontrada em livros, artigos, resenhas, teses e dissertações)
e com a Jurisprudência Circundante (estabelecida nos julgados dos tribunais e dos
juízes singulares).
Além disso, também é imprescindível que se conheça um pouco da história
da evolução do sistema de licitações para que se possa entender com ampla clareza
em que momento histórico e social se está e como é utilizada essa modalidade
licitatória inovadora, criada e aperfeiçoada para melhorar os processos de aquisição,
utilização, tomada e compra de bens e serviços comuns por parte da Administração
Pública.

2.3 SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE PREGÃO ELETRÔNICO E PREGÃO


PRESENCIAL

Basicamente, o Pregão Eletrônico se dá com o uso de tecnologia de


comunicação, a distância, onde os licitantes não precisam estar reunidos
conjuntamente, diante do pregoeiro ou da autoridade pública para disputar as
propostas, enquanto que o Pregão Presencial exige que os licitantes estejam juntos,
em local, data e hora marcados pelo ato convocatório, fisicamente presentes, a fim
de disputarem os lances.

Os licitantes podem ofertar seus lances verbalmente ou por escrito, ou,


ainda, por meio do sistema eletrônico de comunicação, no caso do Pregão
Eletrônico.

Há diferenças e semelhanças importantes durante a etapa de lances, entre o


Pregão Eletrônico e o Pregão Presencial, como se pode observar a seguir.

AN02FREV001/REV 4.0

48
2.3.1 Semelhanças entre Pregão Eletrônico e Pregão Presencial

Possuem as seguintes semelhanças:

 os lances podem ser feitos em qualquer valor e quantas vezes o licitante


quiser;

 os valores dos lances devem ser sempre diferentes e decrescentes, ou


seja, cada vez menores, até que o Pregão seja fechado com o melhor lance;

 o valor mínimo admitido para os lances e o tempo entre eles deve ser
definido antes da fase dos lances, quando o caso exigir.

2.3.2 Diferenças entre Pregão Eletrônico e Pregão Presencial

Possuem as seguintes diferenças:

 no Presencial, o licitante só pode oferecer lance menor do que o do


concorrente. No Eletrônico, o licitante pode oferecer lance menor do que o
seu próprio que ofereceu antes;

 no Presencial, prevalece o último lance recebido. No Eletrônico,


prevalece o primeiro lance registrado no sistema;

AN02FREV001/REV 4.0

49
 no Presencial, a etapa de lances é encerrada quando não houver mais
licitantes interessados em dar novos lances. No Eletrônico, o sistema
encerra aleatoriamente os lances, pela decisão do pregoeiro;

 no Pregão Eletrônico, o licitante receberá aviso de fechamento dos


lances, do que, o sistema fechará aleatoriamente no prazo máximo de 30
minutos;

 no Presencial, há a necessidade da presença do representante legal da


empresa licitante, credenciado, para oferecer lances verbais;

 no Eletrônico, o representante credenciado da empresa licitante, de


posse da chave e da senha de acesso ao sistema, via internet, poderá
ofertar lances de qualquer lugar que esteja naquele momento, operando um
computador;

 o lance pode ser verbal no Pregão Presencial, e via internet no Pregão


Eletrônico.

2.4 OBJETIVOS

Quando o legislador cria uma norma, ele tem objetivos definidos que têm a
ver com os efeitos que a lei irá produzir. Há muitos objetivos que proporcionaram a
criação e a instituição do Pregão. Entre eles, destacam-se:

 a necessidade de agregar valor às atividades de compras feitas pela


Administração Pública;

AN02FREV001/REV 4.0

50
 o interesse em proporcionar ganhos de escala por parte do governo e
dos próprios licitantes, em razão da rapidez e objetividade do processo de
aquisição e compra de bens e serviços;

 a busca pelo aumento dos níveis de controle por parte do Estado sobre
os bens e serviços adquiridos, assim como sobre os prestadores de serviços
e fornecedores;

 a exigência de maior controle nos preços praticados ao diminuir a


diferença entre os preços pagos pelos órgãos por produtos semelhantes;

 a necessidade de melhoria da imagem do país diante da comunidade


internacional, pela rapidez, eficiência e transparência dos processos
licitatórios;

 a retomada do foco estratégico por parte dos servidores públicos que se


desvencilham da burocracia existente e necessária nas e em outras
modalidades licitatórias.

Esses objetivos promoveram a alteração da legislação, a qual materializou a


figura do Pregão que, com e como efeito, é executado para atingi-los.

2.5 VEDAÇÃO

Há uma discussão jurídica sobre a vedação de uso do pregão para serviços


de engenharia. O pregão se presta para aquisição de serviços e bens comuns. O
que são serviços ou bens comuns? Para entender, basta saber que serviços e bens
comuns possuem três características básicas: disponibilidade no mercado próprio;
padronização; e desnecessidade de peculiaridades para satisfazer a Administração.

AN02FREV001/REV 4.0

51
Vamos exemplificar para ficar mais clara a ideia: determinado órgão público
resolve contratar um palestrante para ministrar uma palestra aos funcionários
daquele órgão sobre um assunto técnico qualquer. A autoridade competente pode
utilizar o Pregão para a contratação? A resposta é não. Pelo fato de que não se trata
de atividade que possa ser padronizada. Além disso, tem muitas peculiaridades,
como o nível de conhecimento do palestrante, por exemplo. Assim, não pode ser
considerado serviço comum. Então, nesse caso, a Administração não pode contratar
por meio de Pregão, nem Presencial, nem Eletrônico.

Pois bem, voltando ao serviço de engenharia. Quando ele pode ser


considerado um serviço comum? Pode-se dizer que seria quando: as quantidades,
características e qualidades do serviço sejam usuais no mercado e possíveis de
serem medidas e compreendidas; o serviço seja de fácil realização; e quando a
grande parte do trabalho não exija a intervenção ou orientação de um profissional
registrado no CREA. Ou seja, quando essa intervenção técnica não venha a afetar o
custo do serviço.

Os tribunais e os eminentes juristas do País discutem essa questão


atualmente, em razão de que a lei não é totalmente clara. Lembrando da Doutrina e
da Jurisprudência, vale lembrar que, nessas discussões, os julgados dos
magistrados formam a Jurisprudência, enquanto que as ideias, compreensões, teses
e teorias dos juristas formam a Doutrina. Pois bem, os administradores públicos
também, não raras vezes, parecem estar confusos, com as incertezas dessa
questão. Porém, há entendimento geral de que serviços de engenharia podem ser
contratados por Pregão, desde que se caracterizem como serviço comum.

Rodolfo André P. de Moura, consultor jurídico da ConLicitação, publicou


artigo com parecer sobre o tema, em 11 de janeiro de 2013, o qual está disponível
no endereço eletrônico <http://portal.conlicitacao.com.br/licitacao
/artigos/contratacao-servicos-de-engen haria-pregao/> para consulta pública.

Além dessa discussão, o Artigo 5º do Decreto 3555/00 também veda as


locações imobiliárias e as alienações em geral.

AN02FREV001/REV 4.0

52
2.6 CARACTERÍSTICAS

O Pregão é obrigatório para contratação de aquisição de serviços e bens


comuns, por parte da Administração Pública, incluindo-se autarquias, fundações
públicas e empresas de economia mista, além dos órgãos de governo.

O Pregão deve ser feito sempre em sessão pública, mesmo que seja virtual,
no caso do Pregão Eletrônico.

A principal característica do Pregão é a fase invertida, que significa que a


escolha da proposta mais vantajosa para a Administração ocorre antes da análise de
documentos dos licitantes, o que acelera o procedimento de contratação.

Nas demais modalidades licitatórias, os licitantes, em geral, precisam


habilitar-se para participarem dos processos. Isso implica em apresentarem todos os
documentos que os habilitem ao processo. A Administração confere a
documentação e confere aos candidatos o direito à participação da licitação. No
Pregão, primeiro ocorre a disputa entre os licitantes. Somente depois de conhecido o
melhor lance ou o vencedor, este deverá apresentar a documentação que o habilita
atender ou fornecer objeto constante no ato convocatório.

AN02FREV001/REV 4.0

53
2.7 ATRIBUIÇÕES DA AUTORIDADE COMPETENTE

A autoridade competente, via de regra, pode ser o gestor ou autoridade


administrativa legal do órgão público que está necessitando adquirir ou usufruir do
serviço ou bem a ser licitado.

Basicamente, as atribuições da autoridade competente abrangem todos os


atos que precedem a execução e divulgação do Pregão, e alguns atos, após o
encerramento do Pregão, que são:

 autorizar a abertura da licitação, justificando a necessidade da


contratação;

 definir o objeto do certame, de forma clara, precisa e concisa;

 estabelecer:

 as exigências da habilitação;

 os critérios de aceitabilidade dos preços;

 as sanções por inadimplemento (Art. 7º da Lei 10.520/2002);

 os prazos e as condições da contratação;

 o prazo de validade das propostas (Art. 6º da Lei 10.520/2002).

 definir a redução mínima admissível entre os lances sucessivos;

 definir o critério de encerramento da etapa de lances;

AN02FREV001/REV 4.0

54
 fixar as condições de prestação de garantia de execução do contrato ou
dispensá-la, se for o caso;

 designar o pregoeiro e os membros de sua equipe de apoio;

 decidir os recursos interpostos contra ato do pregoeiro, se esse não tiver


reconsiderado;

 adjudicar o objeto da licitação quando houver recurso;

 homologar, anular ou revogar o procedimento licitatório.

Dentro dessa questão de “atribuições”, é importante saber que os Estados


da Federação e as Prefeituras Municipais têm relativa autonomia para regular e ou
regulamentar suas ações e rotinas administrativas, à luz da legislação vigente. Por
exemplo, o governador do Estado de São Paulo, por meio do Decreto nº 47.297, de
17 de julho de 2002, tomando por base a Lei Federal 10.520 de 17 de julho de 2002,
dispõe sobre a execução de licitações na modalidade de Pregão, pela Administração
Pública e seus respectivos órgãos, em âmbito estadual.

Em outras palavras, o Decreto 47.297/02, no seu Artigo 3º, inclusos incisos e


letras, define competências, ou seja, quais são as autoridades estaduais
competentes para planejar, organizar, executar, avaliar, controlar e decidir as ações
da Administração em Pregões, e especifica quais as atribuições pertinentes a essas
mesmas autoridades, como se lê:

Artigo 3º - Compete ao Secretário de Estado, ao Procurador Geral do


Estado, ao Superintendente de Autarquia, ao Chefe de Gabinete e aos
dirigentes de unidades orçamentárias, nas licitações realizadas na
modalidade de pregão cujo valor estimado da contratação seja igual ou
superior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais):
I - autorizar a abertura da licitação, justificando a necessidade da
contratação;
II - definir o objeto do certame, estabelecendo:
a) as exigências da habilitação;
b) as sanções por inadimplemento;
c) os prazos e condições da contratação;
d) o prazo de validade das propostas;
e) os critérios de aceitabilidade dos preços;
f) o critério para encerramento dos lances.

AN02FREV001/REV 4.0

55
III- justificar as condições de prestação de garantia de execução do
contrato;
IV - designar o pregoeiro e os membros de sua equipe de apoio;
V- decidir os recursos interpostos contra ato do pregoeiro;
VI - adjudicar o objeto da licitação, após a decisão dos recursos;
VII - revogar, anular ou homologar o procedimento licitatório.
Parágrafo único - Nos pregões cujos valores estimados sejam inferiores ao
limite fixado no caput deste artigo, a competência é dos dirigentes das
unidades de despesa. (SÃO PAULO, 2002)

Convém lembrar que esse mesmo Decreto (47.297/02) ainda especifica


quais servidores poderão participar das equipes de apoio, dispõe sobre as
atribuições do pregoeiro, em seu Artigo 6º, entre outras determinações.

Então, repetindo, tem-se a Lei Federal 10.520, de 17 de julho de 2002, que


dispõe sobre o tema e, ainda, mediante decreto, os Estados e as Prefeituras podem
disciplinar sobre competências e atribuições, de acordo com suas peculiaridades
regionais, operacionais e ou administrativas.

Como já foi dito, vale para todos os Estados da Federação. E, para


exemplificar a realidade prática da questão, é possível mencionar idêntica ordem
legal visualizada no Estado do Tocantins, que elaborou o Decreto nº 2.434, de 6 de
junho de 2005.

Já, em nível municipal, para exemplificar, traz-se, aqui, o Decreto Municipal


da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, sob nº 30.538, de 17 de março de 2009,
que regulamenta normas e procedimentos para aquisição de bens e serviços
comuns, em Pregão. Observe atentamente para o fato de que tal decreto foi editado
e promulgado baseado também nos dispositivos constantes na Lei Federal
10.520/02, e, entre outros, subsidiariamente.

Além disso, tanto em nível estadual, como municipal, com base nas normas
vigentes, as autoridades administrativas podem, de acordo com as competências e
prerrogativas dos cargos e funções, exararem resoluções, portarias ou instrumentos
regulatórios, de regulamentação e/ou disciplinadores, na esfera administrativa, a fim
de balizar e padronizar os procedimentos sobre demandas que necessitem atender,
em seus respectivos setores, departamentos e/ou secretarias. Para dar mais clareza
à questão, utiliza-se, aqui, novamente o Estado de São Paulo como exemplo.

AN02FREV001/REV 4.0

56
Como foi proposto no paragrafo anterior, o Governo Paulista elaborou e
promulgou o Decreto 47.297/02, que disciplina competências e atribuições de seus
servidores em licitações na modalidade de Pregão. Isso, tendo por base a Lei
Federal 10.520/02, como também já foi dito. Ocorre que o decreto em questão
necessitava de regulamentação. Então, o senhor secretário de Governo e Gestão
Estratégica do Estado de São Paulo à época publicou a Resolução CEGP-10, de 19
de novembro de 2002, a qual aprovou o regulamento para licitação na modalidade
Pregão, regulamento esse que é exposto em forma de anexo, na própria resolução.
E tal regulamento, em forma de anexo da resolução mencionada, objetivou
exatamente regulamentar a execução de licitações na modalidade Pregão no Estado
de São Paulo.

Então, resumindo, no caso de licitação na modalidade Pregão – o que não é


diferente para outras entidades jurídicas – têm-se normas escalonadas
hierarquicamente, que se complementam, sem, no entanto, colidirem-se, do que,
juntas, formam o “corpo” jurídico do instituto da licitação na modalidade Pregão.

É muito importante saber...

“Todo Dispositivo legal ou normativo deriva de outra norma,


da qual está diretamente subordinado. A Constituição
Federal, por exemplo, é nossa Lei Maior, da qual as demais
emanam, sem com ela ou com seus dispositivos conflitar.”
Isso se chama “Ordenamento Jurídico”, que nada mais é
do que a disposição hierárquica das Leis.

AN02FREV001/REV 4.0

57
2.8 ATRIBUIÇÕES DO PREGOEIRO

São:

 coordenação e condução do processo licitatório;

 coordenação e direção dos trabalhos da equipe de apoio;

 credenciamento dos interessados;

 recebimento da declaração dos licitantes do atendimento aos requisitos


de habilitação;

 recebimento dos envelopes contendo as propostas e os documentos de


habilitação;

 abertura dos envelopes;

 análise das propostas;

 desclassificação das propostas que não atenderem às especificações do


objeto ou as condições e prazos de execução ou fornecimento descritos no
ato convocatório;

 ordenação das propostas não desclassificadas;

 disponibilização das propostas de preços e documentos de habilitação


aos demais licitantes para análise;

 seleção dos licitantes que participarão da fase de lances;

 condução dos procedimentos relativos aos lances verbais;

 classificação das ofertas, conjugadas as propostas e os lances;

 negociação do preço, buscando a sua redução;

 verificação e decisão motivada sobre da aceitabilidade do menor preço;

AN02FREV001/REV 4.0

58
 análise dos documentos de habilitação do licitante de menor preço;

 adjudicação do objeto ao licitante vencedor, se não tiver havido


manifestação de recorrer por parte de nenhum outro licitante;

 elaboração da ata da sessão pública;

 análise dos recursos eventualmente apresentados;

 reconsideração do ato impugnado ou encaminhamento do processo


instruído com a sua manifestação à decisão da autoridade competente;

 proposição à autoridade competente para homologação, anulação ou


revogação do pregão.

É muito importante que o pregoeiro tenha capacitação suficiente para


conduzir o processo licitatório para o qual foi designado. Essa capacitação exige,
inclusive, conhecimentos sobre legislação.

Caso o pregoeiro deixe de cumprir as regras determinadas em lei ou normas


administrativas, ou caso desatenda obrigações que lhe são impostas pela função,
assume responsabilidades nas esferas cível, criminal e administrativa,
simultaneamente. Isso leva à conclusão de que a função de pregoeiro é muito
importante e exige, dentre outras coisas, preparo técnico adequado e muito
comprometimento profissional na condução dos processos licitatórios sob sua
responsabilidade.

2.9 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE APOIO

A equipe de apoio, integrada em sua maioria por servidores de cargos ou


empregos efetivos da Administração, pertencentes ao quadro permanente do órgão
ou da entidade promotora do Pregão, tem como atribuições:

AN02FREV001/REV 4.0

59
 prestação de assistência ao pregoeiro;

 suporte às atividades que são de responsabilidade do pregoeiro;

 formalização dos atos processuais;

 realização de diligências diversas;

 assessoramento ao pregoeiro nas sessões do processo licitatório;

 redação de atas, relatórios, pareceres e outros documentos necessários


de emissão e publicação, determinados e confeccionados pelo pregoeiro.

A equipe de apoio não tem competência para julgar ou deliberar. Isso cabe
exclusivamente ao pregoeiro.

É possível que membros da equipe de apoio possam fazer exames de


propostas com relação a aspectos formais do objeto, sugerindo, inclusive
classificação ou desclassificação. Cabe ao pregoeiro examinar a proposição e
decidir com exclusividade pela classificação ou desclassificação do objeto analisado.

É possível também que a equipe de apoio analise os documentos dos


licitantes, com base no que esteja descrito como exigência no ato convocatório,
podendo emitir parecer ao pregoeiro, para que ele tome as decisões sobre a
regularidade documental dos licitantes.

O sucesso do processo licitatório depende muito do trabalho da equipe de


apoio, que precisa estar preparada tecnicamente para dar a assistência adequada
ao pregoeiro. A correta análise e redação de documentos, a análise técnica do
objeto a ser licitado, assim como a emissão de pareceres técnicos de avaliação,
quando existentes, são fundamentais para que a Administração consiga chegar à
proposta mais vantajosa.

AN02FREV001/REV 4.0

60
CONCLUSÃO DO MÓDULO II

Chegamos ao final deste segundo módulo do curso de Formação de


Pregoeiro. Sugerimos que retorne ao texto e releia os pontos grifados e aqueles em
que você permaneceu com dúvidas.

Acesse os links indicados, para enriquecer seu aprendizado e não deixe de


responder as questões das atividades. Ao concluir este módulo, você já conhece o
que é licitação já se aprofundou no conhecimento sobre a modalidade de Pregão.
Falta conhecer o funcionamento prático, com suas respectivas fases e ações, do
Pregão, o que será trabalhado no terceiro módulo, juntamente com noções gerais de
Contrato.

Aguardamos você no terceiro e último módulo deste curso. Até mais.

FIM DO MÓDULO II!

AN02FREV001/REV 4.0

61

Você também pode gostar