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Moçambique na 1º Guerra Mundial -

do Rovuma ao Nhamacurra
Francisco Proença Garcia
Professor da Academia Militar

Um possível enquadramento

O império africano alemão, constituído pela actual Namíbia, Togo, Camarões


e Tanganica, teve sempre intenções sobre o território de Moçambique. Os
alemães, à semelhança do projecto da Mitteleuropa, sonhavam no final da 1ª
Grande Guerra com uma redistribuição das possessões coloniais portuguesas,
belgas e francesas bem como com o estabelecimento de uma Mittelafrika
alemã. A Inglaterra e a Alemanha quer em 1898 quer em 1913 chegaram a
formalizar convenções secretas onde era definida a partilha das possessões
portuguesasi.
Os diferendos para delimitação da fronteira Norte em Moçambique entre
Portugal e Alemanha remontam à perda por parte do poder português do
“triângulo de Quionga”, oficialmente reconhecida a 10 de Setembro de 1894 ii.
Apesar do ataque ao posto de Maziúa, em Agosto de 1914 e de o Governo
Inglês solicitar desde 10 de Outubro desse ano, ao Governo Português o
abandono da sua atitude de neutralidade e assumir a sua posição activamente
ao lado da Inglaterra, Portugal só entra no conflito após a declaração de guerra
feita pela Alemanha a 9 de Março de 1916. O período intermédio é de uma
longa indefinição diplomática entre a neutralidade e a beligerância iii. Isto na
Europa, onde os destinos da guerra eram jogados, pois, mesmo antes da
declaração de guerra e da entrada em Teatro europeu, as operações militares
tinham já sido iniciadas e continuadas em solo africano, onde a estratégia
alemã passara da diplomacia tradicional, para uma diplomacia coerciva e
acabara numa guerra aberta.
Em Portugal, a opinião pública estava dividida quanto à intervenção
portuguesa na guerraiv, mas havia consenso nacional para a defesa e
manutenção da soberania portuguesa no Império Colonial, o que permitiu a
entrada na guerra em Teatro africanov, correspondendo esse sentimento ao
forte imaginário colonial.

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A intervenção em África não era decisiva quer do ponto de vista diplomático
quer militar. Aquele era um Teatro secundário e periférico, que não obrigava a
uma declaração de guerra nem sequer à beligerância vi. Visavam-se objectivos
mais latos, pelo que o fundamental era marcar presença no Teatro europeu;
este sim, poderia trazer frutos ao nível internacional e interno. Apesar de tudo,
não era despropositado que em Lisboa se encarasse a possibilidade de, no
rescaldo da guerra, Ingleses e Alemães voltarem a negociar a partilha das
colónias portuguesas. Em Moçambique, o objectivo era duplo: recuperar
Quionga e conseguir a passagem para a margem Norte do Rovuma.
Com a intervenção europeia, Portugal, além de cumprir os seus deveres de
aliado da Inglaterra, libertava-se dos propósitos tutelares daquela por meio de
uma decisão que o creditaria perante todo o mundo e assegurava ainda a
presença na conferência de paz, onde poderia fazer-se ouvir em defesa da
inviolabilidade dos seus domínios ultramarinos.
A situação política interna era instável: transitava-se de Regime e a luta pelo
Poder entre os diversos partidos era uma constante, os governos sucediam-se,
formando-se e caindo a um ritmo vertiginoso.
Ao nível internacional, Portugal sofria ainda do constrangimento do
reconhecimento oficial da nova República, um processo moroso e complexo
que decorreu ao longo de onze meses, em três fases distintas vii. Assim, foi
também a necessidade de legitimidade e de consolidar politicamente o Regime
que acabaram por levar a República para a guerra na frente ocidental europeia,
na Flandres.

As forças em confronto

As campanhas de 1914-1918 travadas em África diferem em muito da


campanha que se desenrolava ao mesmo tempo na Europa. A guerra em solo
africano era de movimento, pertencendo a vantagem a quem tomasse a
iniciativa.
As forças em confronto eram substancialmente diferentes quer quantitativa
quer qualitativamente. As tropas da Schutztruppe eram comandadas por Paul
Emil Von Lettow Worbeck, estavam organizadas em companhias e contavam
com cerca d 12000 Askaris e 3000 europeus.

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Apesar de serem numericamente inferiores às forças aliadas, os alemães
partiam em vantagem pois conheciam o terreno e tinham efectuado os seus
treinos em ambiente africanoviii. A sua actuação para atacar as forças aliadas
exaustas e mal treinadas assentava numa superior mobilidade e
independência. Utilizavam uma táctica de guerrilha, um emprego massivo das
metralhadoras e de acções de reconhecimento, aliado a uma estratégia
desprendida da posse do terreno, visando, numa manobra de acção indirecta,
atrair o Inimigo, desgastá-lo e ocupar ao máximo o seu tempo. Procuravam
sempre obter a superioridade local nos pontos que lhe eram mais favoráveis,
evitavam o combate decisivo, retiravam sempre que em desvantagem,
concentrando para combater de forma implacável.
Com esta forma de actuação, os alemães além de forçarem os aliados a um
“(...) esforço relativamente grande para alcançarem objectivos limitados (...)” ix,
contribuíam para fixar e mesmo mobilizar recursos que já não seriam
empregues em Teatro europeu onde a luta se decidia.
Lettow Worbeck, desde o bloqueio de 1915 não conseguia comunicar com a
metrópole, não recebendo nem abastecimentos nem reforços, pelo que passou
a viver e a combater à custa do Inimigo. Tecnologicamente, os alemães
estavam em desvantagem pois a sua arma individual era a Mauser de 1877 de
pólvora de fumo.
Os aliados estavam tecnologicamente mais avançados, possuindo, por
exemplo, a arma Mauser de 1904 x, a primeira esquadrilha expedicionária
portuguesa e camiões FIAT.
As forças aliadas que conseguiram sempre manter a ligação com as
respectivas metrópoles, acumularam no período do confronto um efectivo entre
os 210000 e os 250000 xi. Os ingleses e sul-africanos, constituíam o grosso da
força aliada, bem comandados por oficiais experientes no Teatro de
Operações, principalmente os Boers, sendo o Comandante Supremo Aliado, o
General Smuts, também ele um Boer.
O contingente português atingiu números próximos dos 20000 homens,
entre as forças desembarcadas e o recrutamento local, com um efectivo,
grosso modo, de 12000 africanosxii sem contabilizar os aproximadamente
90000 carregadoresxiii.

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Porém, em todas as fases em que o conflito se desenvolveu Portugal
apresentou as suas forças com falta de preparação, muito desorganizadas e
desmoralizadasxiv, com um comando incompetente, dividido e que foi
substituído inúmeras vezes.
O General Gomes da Costa sintetiza a falta de preparação e de
organização ao referir: “(...) Preparação é coisa que não existe em Portugal:
tudo se faz por impulsos, bruscamente, segundo as necessidades do momento,
e por isso tudo nos sai torto e desafinado; será o que Deus quiser! O fatalismo
muçulmano! A experiência, o saber, a inteligência para nada servem.
Resultado: Desastre (...)”xv.
As companhias indígenas tinham pouca instrução e o seu armamento era
constituído pelas velhas Snider de cartuchame com invólucros de cartão o
papel e o equipamento desconjuntava-sexvi.
Nestas campanhas Portugal iria enfrentar outros três inimigos de peso além
das forças alemãs comandadas por Lettow Worbeck, xvii:
 o clima e as condições sanitárias inacreditáveis causadores de mais
baixas do que o combate com os alemãesxviii;
 e a desorganização e ineficácia do Estado que se reflectiriam na
preparação dos contingentes;
 Os King´s African Rifles Britânicos que se comportavam como um
verdadeiro exército de ocupação e inclusivamente sublevavam as
populações contra os portugueses.

1º Expedição

Seguindo um rumo diferente dos seus aliados europeus, Portugal envia


forças expedicionárias para o território. O decreto que mandou organizar as
primeiras expedições militares para Moçambique e Angola data de 18 de
Agosto de 1914. A primeira expedição para Moçambique, constituída com base
no Batalhão de Infantaria 15 num total de 1527 homens sob o comando do
Tenente-Coronel Pedro Massano de Amorim, desembarcou em Porto Amélia a
1 de Novembro de 1914 e guarneceu a linha de fronteira com postos militares
ao longo do Rovuma. Contudo o ataque ao posto de Maziúa, na fronteira
daquele rio, verificara-se já na noite de 24 para 25 de Agosto. Este incidente de

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fronteira provocou a morte dos soldados da guarnição da Companhia do
Niassa, tendo as autoridades diplomáticas alemãs apresentado desculpas ao
Governo Português pelo ataque a um posto de fronteira de um país neutral. Em
Outubro do mesmo ano, surgem os primeiros confrontos no Sul de Angola.
Abriam-se assim duas frentes de guerra em território africano.
Esta primeira expedição chegou a Porto Amélia a 1 de Novembro. Parecia
não ser esperada. Numa altura em que se iniciava a estação das chuvas, as
tropas ficaram em palhotas sem sequer terem cobertura em zinco. Na Baia de
Pemba os navios não podiam atracar, pois o cais só permitia a atracagem de
lanchas e botes, e mesmo assim só com a maré cheia. O serviço de saúde era
muito deficiente, a alimentação, constituída por enlatados de sardinha,
bacalhau e de “rancho confeccionado”, não era adequada. Os soldados
dormiam em quinandas. Porém, a protecção de mosquiteiros era descurada
pelos próprios denotando a falta de preparação para actuar em África xix.
Com a época das chuvas o estado sanitário era mau, pois todos os dias
baixavam um grande número de homensxx. Ao fim de meio ano de expedição o
resultado deste acumular de erros foi de 21% de baixas por doença, e isto sem
combaterem ou mesmo saírem de Porto Amélia.
Numa altura em que Portugal ainda permanecia neutral, a expedição recebe
ordens para ocupar Quionga. Devido ao desgaste provocado pelas precárias
condições sanitárias uma acção ofensiva seria inviável, além do mais a missão
inicial era de defesa do Rovuma, sendo necessário preparar o ataque. O saldo
da actividade deste primeiro Contingente, a nível operacional, traduz-se
praticamente na abertura de algumas estradas xxi, que viriam a ser muito úteis
para as operações posteriores.
Pedro Massano de Amorim, devia entre outras missões conter os africanos
com comportamentos de sublevados “por sua própria iniciativa ou por
instigação do estrangeiro”xxii
A intromissão política nos assuntos militares é já notória nesta altura.
Pimenta de Castro chegou a dar ordens para o regresso do 1º contingente,
pelo que com a sua demissão veio a contra-ordem xxiii.

2ª Expedição

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Em Outubro de 1915, parte para Moçambique uma 2ª expedição organizada
à volta do Batalhão de Infantaria 21, com um total de 1543 homens. No
desembarque em Porto Amélia a 7 de Novembro esta expedição encontra as
mesmas condições precárias da 1ª. De acordo com o relatado da Monografia
do 3º Batalhão expedicionário do RI n.º 21 à Província de Moçambique em
1915, nada estava preparado para a receber. As tropas continuavam em
palhotas sem cobertura de zinco. O cais continuava a não permitir a atracagem
de navios, e com a maré vazia “(...) passava-se das pequenas embarcações
para os ombros de um pretalhão, e «à cochita», como as crianças, agarrado à
sua cabeça rapada e luzidia (...)” xxiv. O serviço de saúde e a alimentação
permaneciam deficientes.
O resultado foi ainda mais desastroso, cerca de 75% de baixas,
principalmente pelo efeito desgastante do clima xxv. O descontrolo e a falta de
acção de comando eram evidentes, desconhecendo o próprio comandante da
expedição, Major de Artilharia Moura Mendes, ao fim de 5 meses de missão, a
real situação militar na fronteiraxxvi.
Com esta nova expedição seguiu também o novo Governador-Geral, Álvaro
de Castro, capitão na situação de licença ilimitada e licenciado em Direito.
Apesar de desconhecerem a real situação militar na fronteira Norte de
Moçambique, Álvaro de Castro e o Governo de Lisboa, procurando obter
dividendo políticos, cedem às pressões do Poder de Londres, e por sua vez
pressionavam o comando militar da expedição para ocupar Quionga. A
expedição estava quase em ruptura e solicitava reforços. E a 30 de Março o
governo acaba por decidir enviar nova expedição, sob o comando do coronel
Ferreira Gil, mas é ainda Moura Mendes que a 10 de Abril de 1916, sem
encontrar resistência, irá ocupar Quionga.
Por norma a historiografia actual, refere o desconhecimento português sobre
a ocupação ou não de Quionga por forças alemãs. Porém, na Monografia do 3º
Batalhão expedicionário do RI n.º 21 é referido que o Major Portugal da Silveira
recebera instruções para ocupar Quionga, efectuando reconhecimentos
preparatórios para poder determinar a linha de infiltração; além do mais, pela
espionagem, cujo chefe era um monhé de nome Simba Ibraímo que tinha um
soldo de 60$00, sabia-se que Quionga estava desguarnecida e que o residente

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alemão andava a Norte do Rovuma a tentar arranjar forças para a defender,
sugerindo ainda uma actuação rápida e de surpresa para evitar reforços xxvii.
O plano do Poder português visava ainda transpor o Rovuma e atacar o
núcleo principal dos alemães em Tábora xxviii, pelo que em Maio, o Governador-
Geral, com reforços trazidos do Sul, tenta atravessar o Rovuma, recebendo
para tal o apoio naval sobretudo do cruzador Adamastor e da canhoneira
Chaimite.
Esta operação que foi forçada pelo poder político (o Governador não
prescindia de dirigir a guerra a partir de Lourenço Marques), realizou-se com
inúmeros erros, destacando-se a falta de meios militares e a sua coordenação,
pautando-se toda a operação por uma desorganização geral.
Do cruzador esperava-se capacidade de fogo para apoiar a travessia do Rio,
porém não tinha munições convenientes para bater posições terrestres, e
quando foi necessário abrir fogo, os observadores avançados não tinham forma
de comunicar, não sendo assim o tiro regulado, com as consequências daí
advindas. Assim, a tentativa efectuada para atravessar aquele rio fronteira a 26
e 27 de Maio de 1916, falhou.
Após a ocupação de Quionga e até à travessia do Rovuma, os ataques
alemães aos postos fronteiriços foram uma constante, mantendo os
portugueses numa instabilidade constante.

3ª Expedição

A terceira expedição para Moçambique, a maior de todas (128 oficiais e


4356 praças), partiu de Lisboa em sucessivos navios, nos meses de Maio a
Julho de 1916, sob o comando do então Coronel Ferreira Gil. Esta expedição
contava com 3 Batalhões de Infantaria, 2 batarias de artilharia, 3 de
metralhadoras 2 de engenharia e um hospital provisório xxix. A estas forças
juntaram-se as tropas da segunda expedição e ainda 10 companhias de
recrutamento local, e operaram em território da África Oriental Alemã até
Dezembro desse ano. O Major Moura Mendes passou a comandar a Artilharia.
O comando militar português não tendo em atenção as lições que deveriam
ter sido aprendidas nas anteriores expedições, não corrigiu os erros cometidos
até então, pelo que o primeiro navio da terceira expedição quando chega a

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Tungué, encontra um cenário do desembarque e do acantonamento das tropas
semelhante ao das expedições anteriores e uma situação sanitária catastrófica.
Depois do desembarque era ainda necessário completar a instrução de
combate.
O General Smuts, sabendo da chegada da nova expedição portuguesa,
pede, em telegrama datado de 8 de Julho de 1916, uma ofensiva a norte do
Rovuma. Ferreira Gil que tinha instruções para invadir a Őstafrika alemã e para
ocupar os diversos portos até à proximidade do rio Rufigi, responde com a
necessidade de concentrar forças antes de efectuar qualquer operação, mas
acabará por ceder ás insistências do General Smuts a que se acresciam as
fortes pressões governamentais. Lisboa estava mal informada, para ela Lettow
Worbeck estaria a retirar, porém a realidade era bem diferente.
A terceira expedição tinha uma missão tão ambiciosa como grandiosa xxx. O
General Smuts pretendia mesmo que os portugueses avançassem sobre
Liwale, o que significava uma penetração em território inimigo de cerca de 400
Km, mas Ferreira Gil aceita apenas ir até Lukeledi através de Nevala e
Massassixxxi.
Com 3 colunas e cerca de 4000 Homens, com o apoio de 10 metralhadoras
e 14 peças, as forças de Ferreira Gil atravessam a fronteira fluvial a 19 de
Setembroxxxii. Do outro lado a força alemã havia retirado. Pensamos que por
novamente se efectuar uma incorrecta avaliação da situação, as forças
portuguesas enviam uma das colunas no encalce dos alemães até Nevala (200
Km a Norte), que Ferreira Gil manda conquistar. Este posto será ocupado sem
combate a 26 de Outubro.
De Nevala, a 8 de Novembro, sai uma coluna (aproximadamente 1000
homens) em direcção a Lilundi. Esta força comandada pelo Major Leopoldo da
Silva, acaba por ser emboscada no Kiwambo. Nevala fica isolada e será
atacada a 22, acabando por ceder a 28 desse mês, pondo-se os sobreviventes
em fuga para o Sul do Rovuma. A operação ofensiva portuguesa saldara-se
assim num fiasco e numa derrotaxxxiii.
Em Nevala um espólio de toneladas de mantimentos, armamento (4 canhões
de 75, 7 metralhadoras Maxim) equipamento (dois camiões FIAT) e munições
fica para os alemães.

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Os alemães após Nevala iniciam um contra-ataque para Sul expulsando as
forças de Ferreira Gil, que regressou a Portugal a “(...) pretexto de uma
oportuna doença (...)”xxxiv e o Governador-Geral, Álvaro Xavier de Castro
assume o comando directo das forças e transfere a Base de Palma para
Mocímboa da Praia, o que implicou a construção de novas instalações. Esta
área pantanosa trouxe consequências graves para o estado sanitário e para a
vidas das tropas, pelo que, o mesmo Governador ainda tentou transferir os
contingentes para Chomba, a 141 Km para o interior e a 800 m de altitude, em
pleno planalto maconde, que na altura estavam sublevados.
As Forças portuguesas combateram em solo alemão aproximadamente 3
meses, mas não enfrentaram directamente Lettow Worbeck, este encontrava-
se a Norte a conter as ofensivas do General Smuts.
Apesar da pausa nos combates provocada pela estação das chuvas, os
Aliados continuavam a avançar para o Rovuma, empurrando os alemães cujas
forças estavam quase intactas.
Em Agosto de 1917, as forças portuguesas são reforçadas com unidades da
metrópole e mudam de postura, passam à defensiva ao longo do Rovuma,
através de uma linha de postos, cometendo novamente o erro de dispersar as
forças ao longo de centenas de quilómetros. Nesta altura, o reforço contava
com 3 aviões monomotores Farman, porém, o facto de o aparelho do tenente
Sousa Gorgulho sofrer um acidente e na mesma altura adoecer um dos
principais mecânicos levam à paralisia operacional da esquadrilha.
Mário Costa no seu livro É o inimigo que fala – subsídios inéditos para o
estudo da Campanha da África Oriental 1914 – 1918, xxxv apresenta um diário de
campanha atribuído ao comando alemão, onde se descreve que o General
Wahle, que actuava independente do Lettow Worbeck (o seu chefe), enviou em
Abril de 1917 uma força sob o comando do capitão Von Stuemer, para leste do
lago Niassa em busca de mantimentos e equipamentos e com instruções para
viver tanto quanto possível exclusivamente do inimigo xxxvi.
Atravessado o Rovuma, Von Stuemer apodera-se do posto de Mitomoni, e
em poucas semanas ocupou toda a região dos ajauas e respectiva periferia:
Mataca, Metarica, Serra Mecula, Mwembe, Mluluca, Maúa, Metarica e
Mandimba - Neste período, os portugueses enfrentavam a revolta do Barué, na
Zambézia, situação que para sua, não foi aproveitada pelos alemães.

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Portugueses e ingleses reorganizam-se e lançam-se no encalço dos
alemães, reocupando os postos perdidos, acabando o destacamento alemão
por retirar para o Rovuma, abandonando por completo a Serra Mecula em
princípios de Setembro. Esta primeira invasão de Abril a Setembro, além de ter
servido para recolher meios de subsistência de diversa ordem, terá sido um
reconhecimento em força preparatório de uma grande invasão a partir de
Novembro.

4ª Expedição

A quarta expedição, sob o comando Coronel de Cavalaria Tomás de Sousa


Rosa (este era já o quinto comandante desde Agosto de 1914), chega a
Mocímboa da Praia a 12 de Setembro de 1917. Nesta altura o comando aliado
informa Sousa Rosa das suas intenções de continuar a empurrar o inimigo para
o Rovuma, e dá indicações através de Von der Venter (na altura Comandante-
Chefe das forças aliadas na África Oriental), para que os portugueses reforcem
a defesa daquele rio, oferecendo inclusivamente forças para o efeito. Portugal
acedeu ao pedido e Sousa Rosa escrevia no seu relatório de Operações que
assim os ingleses mostravam “(...) vontade não valorizar nosso esforço para
bom resultado final (...)”, concluindo que “(...) estávamos sendo iludidos
(...)”xxxvii.
Sousa Rosa considerando não necessitar desse apoio, efectua apenas um
reforço do dispositivo anterior. O novo dispositivo assentava em 5 postos
principais e uma dúzia de postos secundários; estes postos secundários tinham
indicações para estabelecerem postos de observação separados não mais de
25 quilómetros, possibilitando um reforço rápido de qualquer posto atacado.
Apesar da postura defensiva adoptada, Sousa Rosa mantinha intenções de
passar à ofensiva mal estivessem criadas as condiçõesxxxviii.
Os Britânicos que tinham na sua posse os maiores portos alemães e
ocupavam a maior parte da Őstafrika, enfrentam de 15 a 17 de Outubro em
Nyango, Lettow Worbeck que sofre pesadas baixas. Este, procurando
conservar a sua liberdade de acção, opta por ir combater para dentro das
fronteiras do próprio inimigo indo em busca de víveres e munições xxxix. Com
esta atitude forçava as forças aliadas a concentrar recursos que poderiam ser

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mais úteis noutras paragens, assistindo os portugueses a uma guerra entre
ingleses e alemães no seu próprio território.
A 2 de Novembro, uma força alemã, aquilo que podemos considerar de
guarda avançada, toma o posto de Nangar. A 25 do mesmo mês, Lettow
Worbeck ao comando de 300 europeus e 1700 Askaris e 3000 carregadores
com as respectivas famíliasxl, atravessa o Rovuma a vau perto do posto de
Negomano e entra no território de Moçambique.
A partir, de 1917 todo o Norte de Moçambique foi atingido por um conflito
internacional estando a margem direita do Rovuma a ser sustentada por uma
espécie de fantasmas de militaresxli, para quem sobreviver era a palavra de
ordem.
Os alemães eram perseguidos pelas forças inglesas, que para Sousa Rosa,
“(...) perderam o contacto e nós agora que nos aguentemos em força, sem
qualquer auxílio imediato (...)”xlii.
Negomano é conquistado sem grande dificuldade, sucumbindo o seu
comandante, Major Teixeira Pinto, nos primeiros minutos de combate. Com
grande parte da guarnição em fuga, os alemães apoderam-se mais uma vez
dos preciosos víveres, munições e das valiosas Mauser de 1907.
Depois de conquistar Negomano, Lettow Worbeck subdivide a sua coluna
em diversos destacamentos, constituindo aquilo a que René Pélissier designou
por “(...) uma longa serpente central muito móvel, cujas contorções foram o
pesadelo do Exército inglês e acessoriamente, do português (...)” xliii
As forças alemãs continuaram depois ao longo do Lugenda e chegam a
Nanguar a 2 de Dezembro, a Chirumba a 11 e Muembe a 19 e, a 21,
transpunham o rio Lúrio, forçando as guarnição de Muíte a retirar. O
destacamento que seguia ao longo da margem esquerda do Lúrio, em direcção
à foz, chega a Mecúfi a 2 de Janeiro de 1918 e a 7 deste mês, numa tentativa
portuguesa de travar a progressão alemã, veio a dar-se um segundo combate
em Muíte.
Os alemães continuaram sempre para Sul pilhando tudo e recolhendo o que
podiam de víveres, armamento e munições. Ao Sul do Lúrio, Lettow Worbeck,
muda de táctica, concentrando forças e constituindo uma guarda avançada, a
poucos dias de marcha do grosso da Schutztruppe, seguida de uma guarda de
retaguarda.

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Em Dezembro de 1917, Sousa Rosa recebe instruções para abandonar
Porto Amélia, que viria a ser ocupado pelos ingleses. Porém, os alemães já
tinham abandonado a região em direcção a Sul, atravessando zonas até então
consideradas intransitáveis no período das chuvas. A oposição ao seu avanço
é praticamente insignificante, e os Aliados só dão conta da sua localização
através das notícias da queda sucessiva dos diferentes postos. Lettow
Worbeck é, no entanto, perseguido por forças Aliadas comandadas por Von der
Venter, que tinha sob seu comando as forças portuguesas xliv. Estas limitavam-
se apenas a efectuar tarefas de guarnição, pois Von der Venter assim o
impunha.
Malena, perto de Nampula e situada a uma latitude idêntica à da Ilha de
Moçambique, conta com a presença alemã em Fevereiro de 1918. A
proximidade da Nampula leva a uma concentração de forças Aliadas para a
defenderem. Este será mais um erro de avaliação Aliada. A estratégia alemã
era a de contornar os centros urbanos.
No final deste mês (Fevereiro), os aliados tentam efectuar um cerco com a
progressão de várias colunas: do Norte vinham forças quenianas e nigerianas,
da costa vinham ingleses, indianos e sul-africanos, aguardando os portugueses
com apoio inglês mais a Sul.
Grande parte dos reforços portugueses que chegavam da metrópole
estavam a ser empregues em operações de afirmação da soberania nas zonas
atravessadas e sublevadas pelos alemães. Se a primeira invasão alemã não
pode ser relacionada com a submissão dos macondes xlv, a segunda invasão
viria reacender a dissidência dos portugueses com os Ajauas e inflamar a
resistência macua-lomué e, perifericamente, teria efeitos no sector suaíli xlvi.
Lettow Worbeck esboça intenções de se dirigir para Norte. Para acautelar
essa eventualidade, em Março os ingleses desembarcam na Ilha um milhar de
homens com destino a Nampula. Contudo, o General alemão continua para Sul
em direcção a Quelimane, conseguindo fugir ao cerco aliado. Com esta
inflecção, os Aliados, cometendo novamente erros nas avaliações do
comandante alemão, temem um ataque ao importante porto de Quelimane,
concentrando aí forças e encetando uma marcha forçada de Norte, procurando
encurralar novamente os alemães. Estes aproveitam para ocupar uma série de
pequenos postos, incluindo Nhamacurra (ou Kokossani), local muito próximo de

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Quelimane e onde estava sediada a Companhia do Boror. Nahmacurra, um
eldorado de mantimentos e munições, fora indicada aos alemães pelas
populações.
Entre 1 e 3 de Julho a Schutztruppe vence a mais forte posição aliada em
Moçambique, Nhamacurra, onde infligem pesadas baixas à força anglo-
portuguesa. No comando desta posição estava o tenente coronel Gore Brown
dos King´s African Rifles. No final do combate, o precioso espolio de
armamento, equipamento, mantimentos e medicamentos foi aproveitado para
suprir as faltas logísticas alemãs e o que não foi possível aproveitar foi
simplesmente queimado.
Nhamacurra foi praticamente o fim das operações dos Portugueses contra
os Alemães. Von der Venter procurava manter as tropas portuguesas e inglesas
afastadas, evitando possíveis “contaminações”, e o Governador-Geral, Pedro
Massano de Amorim, numa verdadeira economia de forças, aproveita a
oportunidade para as deixar na costa para depois as poder utilizar na
reocupação do território e submissão das revoltas xlvii.
Depois de Nhamacurra, como já tinha feito em Nampula, Lettow Worbeck
evita a cidade de Quelimane e inflecte para nordeste, seguindo paralelamente
à costa e, evitando, sempre o contacto com as forças que os perseguiam,
dirige-se para Angoche, de onde parte em direcção a Oeste. A 24 está a
atravessar o rio Licungo, a 4 de Setembro o rio Lúrio, em Mtetere. O Lugenda
foi passado próximo de Luambala e a 28 do mesmo mês o Rovuma, 30 km a
Leste de Mitomoni, de volta à Őstafrikaxlviii.
O Coronel Sousa Rosa que assumira a defesa de Quelimane é exonerado e
substituído em Julho pelo tenente-coronel Alberto Salgado, sendo o sexto
comandante desde o começo da guerra.
Lettow Worbeck actuava sobre os prisioneiros e sobre as populações de
uma forma pouco usual. Quer por insuficiência de meios quer por intenção
deliberada, aos prisioneiros, centenas, libertava-os de imediato com a
promessa de não mais voltarem a pegar em armas contra os alemães. Depois
procurava conquistar a adesão das populações e instigar à sua revolta contra
os Aliados, chegando a armá-la. As populações além de cederem alimentos,
mulheres e guias, serviam ainda de órgão de informação sobre o dispositivo
Aliadoxlix.

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Balanço Possível

Apesar de em 1919, através de deliberação do Tratado de Versalhes,


Portugal ter obtido o reconhecimento, pelos aliados, da incorporação de um
território de que se considerava o proprietário legítimo (o Triângulo de
Quionga), a Guerra em Moçambique foi do ponto de vista militar foi um
desastre. Nenhum objectivo militar foi alcançado, o inimigo efectuou duas
invasões, uma de seis meses e outra de 10, as baixas foram consideráveis –
2007 portugueses (9,8% das forças mobilizadas) e 2804 indígenas l, e as
populações locais sublevavam-se e apoiavam o inimigo logisticamente e ao
nível de intelligence.
As justificações para este desastre são inúmeras mas destacamos as
seguintes:
- Em Portugal a sociedade estava dividida quanto à beligerância ou não,
incluindo o próprio corpo de oficiais, os governos eram também
sucessivos, e algumas das forças expedicionárias foram
propositadamente enviadas por forma a mante-las afastadas da
metrópole;
- Não houve uma concentração de poderes entre o Governador e o
Comandante Chefe, interferindo o Governo com frequência na esfera
militar com o inconveniente de nem sempre estar devidamente
informado sobre a real situação no terreno;
- As tropas não estavam mal apetrechadas, faltava-lhes sim preparação,
coordenação, organização e um bom apoio sanitário;
- Entre os portugueses a valsa do comando foi significativa;
- Deu-se uma resposta convencional a um inimigo que actuava
subversivamente com uma táctica de guerrilha, sem objectivos fixos, e
sem alvos territoriais.

Por outro lado, os alemães enfrentavam os Aliados com um efectivo muito


superior, e Lettow Worbeck acabou por ser expulso da África Oriental Alemã,
que passara para mãos britânicas. Contudo, a campanha não acabara. Os
King´s African Rifles Britânicos, em número muito superior, enfrentaram a

14
Schutztruppe na Őstafrika alemã e, no seu encalce, introduziram-se em
Moçambique, onde, apoiadas por algumas tropas portuguesas, os perseguiram
e combateram até à sua retirada, a 28 de Setembro de 1918.
Lettow Worbbek, adoptando uma táctica de guerrilha, um emprego massivo
das metralhadoras, de acções de reconhecimento e com grande qualidade de
comando, foi derrotando sistematicamente todas as forças que enfrentava,
evitando sempre o combate quando em situação desvantajosa sendo que após
um percurso de milhares de quilómetros, conseguiu assegurar o seu objectivo
ao longo de toda a Guerra: o de não ser capturado li.
Os alemães sofreram inúmeras baixas em combate mas a maioria foi
afectada pelas doenças como a varíola e a pneumónica; no total perderam
45% do efectivo europeu e 90% de Askarislii
Lettow Worbeck viria a render-se voluntariamente a 25 de Novembro de
1918 na Rodésia do Norte, duas semanas após o armistício.

15
i
ALMADA, José de, Convenções Anglo-Alemãs relativas às colónias portuguesas. Lisboa: Estado Maior
do Exército, 1936.
ii
Ficando a fronteira demarcada pelo paralelo de Cabo Delgado, 10º 40´ Sul, formando pelo seu traçado
geográfico a figura geométrica triangular com 450 Km2.
iii
TEIXEIRA, Nuno Severiano, Colónias e colonização portuguesa na cena internacional (1885-1930). In
Bethencourt, Francisco, e Chaudhuri, Kirti, “História da expansão portuguesa”. Navarra: Círculo de
Leitores, 1998. Vol. IV, p. 514.
iv
BESSA, Gomes, O Combate de Muíte: aspectos relacionados com a participação portuguesa na guerra
de 1914-18 em Moçambique, Lisboa, in Separata doa “«Anais» da Academia Portuguesa de História”,
1986, p. 145.
v
TEIXEIRA, Nuno Severiano, O Poder e a Guerra 1914-1918. Objectivos nacionais e estratégias políticas
na entrada de Portugal na Grande Guerra. Lisboa: Ed. Estampa, 1992, p. 112.
vi
Idem, Colónias e colonização portuguesa na cena internacional (1885-1930). In Bethencourt, Francisco, e
Chaudhuri, Kirti, “História da expansão portuguesa”. Navarra: Círculo de Leitores, 1998. Vol. IV, p. 515.
vii
Numa primeira fase, as Repúblicas sul-americanas, numa segunda fase, os EUA e a França e por último,
a 11 de Setembro de 1911, o reconhecimento oficial e conjunto das monarquias europeias. Estas fases
encontram-se detalhadamente descritas in TEIXEIRA, Nuno Severiano, O Poder e a Guerra 1914-1918.
Objectivos Nacionais e Estratégias Políticas na Entrada de Portugal na Grande Guerra, p. 88-99.
viii
CANN, John, Moçambique, África Oriental Alemã e a Grande Guerra, in, “Revista Militar” n.º 5, Maio de
2002. p. 372.
ix
Idem, p. 367
x
Espingarda de repetição e que utilizava pólvora sem fumo, com as vantagens daí advindas.
xi
Lettow Worbeck diz 300000.
xii
OLIVEIRA, General Ramires de, História do Exército Português (1910-1945). Lisboa: Estado-Maior do
Exército, 1993. Vol. II, p. 171.
xiii
Portugal mobilizou para aquele território, ao longo dos vários anos 19.438 militares da metrópole, 985
portugueses recrutados localmente e 10.278 africanos, e recrutou 90000 carregadores, 60000 fornecidos
ao Exército português e 30000 às forças britânicas. MARTINS, Azambuja, A campanha de Moçambique,
in MARTINS, Ferreira, “Portugal na Grande Guerra”, Vol. II, Lisboa, 1938, p. 186.
xiv
O tenente Mário Costa no seu livro É o inimigo quem fala, descreve as condições caracterizadoras desta
falta de preparação, do treino, ao fardamento e equipamento, passando pela alimentação, pela baixa
moral e pela assistência sanitária, In COSTA, Mário, É o inimigo que fala – subsídios inéditos para o
estudo da Campanha da África Oriental 1914 – 1918, Lourenço Marques, Imprensa Nacional, 1932, p. 33.
Para Gomes da Costa, as expedições marchavam para os TO com uma organização atabalhoada, “(...)
sem ciência nem consciência, à pressa sem cuidado algum como quem embarca rezes para o matadouro
(...)”, in Portugal na Guerra: A Guerra nas Colónias, Lisboa, 1925, p. 253-254.
xv
COSTA, Gomes da, ob. cit., p. 68.
xvi
SILVA, Capitão Rodrigues da, Monografia do 3º Batalhão expedicionário do RI n.º 21 à Província de
Moçambique em 1915, Lisboa, Imprensa Beleza, s.d., p. 47.
xvii
BESSA, Gomes, ob. cit., p. 181.
xviii
Sobre as condições sanitárias podemos complementar no livro do médico LIMA, Américo Pires de, Na
Costa d´África - memórias de um médico expedicionário a Moçambique, Gaia 1933.
xix
“(...) mosquiteiros não lhes foram dados, e como eles, na sua triste ignorância não acreditavam na
transmissão das febres pela picada do mosquito e sorriam estupidamente incrédulos quando lho diziam,
em geral não os adquiriam (...)”, in, SILVA, Capitão Rodrigues da, ob. cit. p. 31.
xx
Idem, p. 36.
xxi
BESSA; Gomes, ob. cit., p. 148.
xxii
AHU, Ano de 1914 a 1916. Pasta ª Moçambique. N.º 1593, n.º 1 ª 1914. Expedição de Moçambique e
instruções dadas ao seu comandante, Sr. Amorim.
xxiii
BESSA; Gomes, ob. cit., p. 148.
xxiv
SILVA, Capitão Rodrigues da, ob. cit., p. 29.
xxv
MARTINS, Azambuja, Nevala, Expedição a Moçambique, Famalicão, 1935. p. 75.
xxvi
TELO, António, Campanha de Moçambique 1916-1918, in AAVV, “Portugal na Grande Guerra 1914-
1918”, Diário de Notícias, Lisboa, 2003, p. 157.
xxvii
SILVA, Capitão Rodrigues da, p. 48.
xxviii
OLIVEIRA, General Ramires de , ob. cit., p. 205.
xxix
Idem, p. 210.
xxx
CANN, John, ob. cit., p. 381.
xxxi
COSTA, Gomes da, A guerra nas colónias 1914-1918, Lisboa 1925., pp. 165-169.
xxxii
MARTINS, Ferreira, ob. cit., p. 159
xxxiii
DUARTE, António, Esboço para uma leitura estratégica sobre a campanha de Moçambique (1914-1918).
In “Revista Militar” n.º 8/9, Agosto/Setembro de 1998. p. 694.
xxxiv
TELO, António, ob. cit., p. 455.
xxxv
Costa, Mário, ob. cit., p. 151.
xxxvi
Idem, pp. 148-153.
xxxvii
ROSA, Souza, Relatório das operações contra os alemães no Leste Africano, 1ª parte, Arquivo Histórico
Militar, 2ª Div., 7ª Sec., n.º 271, caixa 12.
xxxviii
Idem, p. 17-19.
xxxix
WORBECK, Lettow, As minhas memórias da África Oriental, Lisboa, s.d., p. 261-263.
xl
Idem, p. 263.
xli
PÉLISSIER, René, História de Moçambique - Formação e oposição 1854-1918. Lisboa: Ed. Estampa,
1994, Vol. I, p 399.
xlii
ROSA, Souza, relatório citado, p. 17-19.
xliii
PÉLISSIER, René, ob. cit., p. 420.
xliv
Em telegrama de 6 de Janeiro de 1918, Inglaterra solicita a disponibilização de as forças portuguesas
serem colocadas sobre o Comando de Von der Venter, aquilo a que hoje se designa de Comando
Operacional, o que é aceite por Portugal, in Ministério dos Negócios Estrangeiros, Portugal na Primeira
Guerra Mundial (1914 – 1918), Tomo II, As negociações diplomáticas e a acção militar na Europa e em
África, Lisboa, 1997. Os ingleses que perseguiam a Schutztruppe não aceitaram combater sob as ordens
dos portugueses, constituindo um verdadeiro segundo exército de ocupação, in PÉLISSIER, René, ob.
cit., p. 432.
xlv
A campanha de pacificação contra os macondes foi comandada por Neutel de Abreu, à frente de cerca de
2000 auxiliares macuas.
xlvi
PÉLISSIER, René, ob. cit., p. 417.
xlvii
Idem, p. 428.
xlviii
BOTELHO, José Justino Teixeira, História militar e política dos Portugueses em Moçambique – de 1833
aos nossos dias. Coimbra: Imprensa da Universidade, Coimbra, 1921. Vol. II. pp. 717 – 722.
xlix
WORBECK, Lettow, ob. cit., p. 272.
l
Morreram mais tropas no Teatro de Operações de Moçambique do que na Flandres, porém, aqui a causa
principal foi a doença e não o combate.
li
Sibley, Major R. Tanganyikan guerrilla: East Asfrican Campaign 1914-18. New York: Ballantine Books,
1971, pp. 28-29 e 44
lii
Chegou a ter 3007 alemães e 12100 Askaris, no armistício contava com 155 alemães e 1156 Askris.

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