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Políticas Educacionais com Base em

Evidências

Armando A. Simões
EPPGG (Pesquisador/Dired/Inep)

Brasília | DF | !! Mês !! de 2018


SUMÁRIO
• A desigualdade nas trajetórias
educacionais

• Políticas para a equidade no acesso


à educação.
A desigualdade nas
trajetórias educacionais
Até onde chega o jovem de
baixa renda no ciclo escolar?
Revendo o conceito de acesso
 Para Lewin (2007) acesso à escola tem pouco significado senão resultar em:
a) Matrícula e frequência regular
b) Progressão nos anos escolares nas idades apropriadas
c) Aprendizagem significativa e que tenha relevância
d) Chances reais de transição para o nível médio
e) Mais, ao invés de menos, oportunidades educacionais para as crianças e jovens de baixa
renda, com menos variação de qualidade entre as escolas.

 Acesso, portanto, implica em que todas as crianças e jovens tenham não só o


direito assegurado à matrícula na idade própria, mas também o direito de
concluírem a escola básica na idade própria, com níveis de aprendizagem
adequados.
63%

73% 80%
CA19: Percentual da população de 19 anos
que alcançou os anos escolares da educação básica
Brasil - 2017
99.8 99.6 99.4 99.0 98.2
100 96.1
93.8
90.5 88.6
90
82.5
80 75.3

70 67.5

60
50
40
30
20
10
0
EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3

CA19 I.C.95%

Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017)


CA19: Percentual da população de 19 anos
que alcançou os anos escolares da educação básica - 1o e 5o quintis
Brasil - 2017
100.0 99.6 99.6 99.5 99.4 99.2 98.7 98.2 98.0
100 96.1 94.8
91.8
99.8 99.4 99.0 98.4
90 96.7
91.9
87.6
80 82.1
78.8
70
69.8
60
60.1
50
49.8
40
30
20
10
0
EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3

1oQuintil 5oQuintil

I.C.95%

Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017)


CA19: Percentual da população de 19 anos CA19: Percentual da população de 19 anos
que alcançou os anos escolares da educação básica - por sexo que alcançou os anos escolares da educação básica - por cor/raça
Brasil - 2017 Brasil - 2017
99.8 99.7 99.5 99.3 98.7 99.9 99.8 99.7 99.5 98.9 97.7
100 97.0 95.4 100 96.3
92.5 94.2 92.6
99.8 99.5 99.2 98.8 97.7 90.7 99.8 99.4 99.2 98.8 97.7 87.9
90 95.2
92.2
85.7 90 95.0
92.1 82.2
88.6 79.9 88.2
80 86.5 80 86.0 76.0
73.2
79.4 79.1
70 70
70.7 70.8
60 61.9
60 61.9
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3 EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3

Mas Fem Brancos Negros

I.C.95% I.C.95%

Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017) Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017)

CA19: Percentual da população de 19 anos


que alcançou os anos escolares da educação básica - por localização
Brasil - 2017
99.9 99.7 99.5 99.2 98.5
100 96.8 94.8
99.4 98.9 91.9 90.4
98.6 98.1
90 96.0
91.9 84.7
87.7 77.8
80 82.6
78.2 70.3
70
69.4
60
60.2
50
50.8
40
30
20
10
0
EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3

Urbana Rural

I.C.95%

Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017)


CA19: Percentual da população de 19 anos QUE NÃO ESTUDA
mas alcançou (com aprovação) os anos escolares da educação básica
Brasil - 2017
99.9 99.6 99.3 98.8
100 97.5
94.4
91.1
90 86.5
84.1
80 76.6
70.4
70 64.2
60
50
40
30
20
10
0
EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3

CA19 I.C.95%

Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017)


CA19: Percentual da população de 19 anos QUE NÃO ESTUDA
mas alcançou (com aprovação) os anos escolares da educação básica - 1o e 5o quintis
Brasil - 2017
100.0 99.6 99.6 99.6 99.6 99.0 97.8
100 96.9 96.5
99.9 99.4 92.2 90.0
98.9 98.0
90 95.8 85.8
89.6
80 84.1
77.6
70 25,4% dos jovens de 19 21,3% dos jovens de 19 74.5
anos pobres que evadiram anos pobres que evadiram
60 da escola o fizeram antes da escola o fizeram na 65.4
de concluir o EF transição para ou durante 9,1% dos 58.2
50 o 2º ciclo do EF (ou seja, jovens de 19
48,9% dos jovens de 19 anos pobres 51.0
83,9% da evasão no EF
40 anos pobres evadiram da ocorreu no 2º ciclo). evadiram na
14,4% dos jovens
escola sem concluir a transição para
30 educação básica. o EM.
de 19 anos
pobres evadiram
20 Distribuição dos evadidos no ciclo escolar: durante o EM
• 8,4% no 1º ciclo do EF
10 • 43,6% na transição para ou durante o 2º ciclo do EF
• 48,0% na transição para ou durante o EM
0 100%

EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3

1oQuintil 5oQuintil

I.C.95%

Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017)


CA19: Percentual da população de 19 anos QUE NÃO ESTUDA
mas alcançou (com aprovação) os anos escolares da educação básica - 1o e 5o quintis
Brasil - 2017
100.0 99.6 99.6 99.6 99.6 99.0 97.8
100 96.9 96.5
99.9 99.4 92.2 90.0
98.9 98.0
90 95.8 85.8
89.6
80 84.1
77.6
70 74.5
3,8 p.p.
60 65.4
58.2
50 22 p.p. 51.0
40 Distribuição da brecha de acesso entre os 20% mais pobres e os 20%
26,8 p.p.
mais ricos:
30 • 10,9% da brecha surge no 1º ciclo do EF 34,8 p.p.
• 52,3% da brecha surge na transição para ou durante o 2º ciclo do EF
20 • 36,8% da brecha surge na transição para ou durante o EM
10 100%

0
EF1 EF2 EF3 EF4 EF5 EF6 EF7 EF8 EF9 EM1 EM2 EM3

1oQuintil 5oQuintil

I.C.95%

Fonte:Elaborado pela Dired/Inep com base em dados da Pnad contínua/IBGE(2017)


Síntese da Parte I
 A frequência escolar cai de forma acentuada entre os jovens de 17-18 anos de
idade.
 Há forte desigualdade na frequência escolar entre os 20% mais ricos e os 20%
mais pobres a partir dos 16 anos de idade.
 Segundo a PNAD 2017 há cerca de 2 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos
fora da escola no Brasil.
 67,5% das crianças e jovens em idade escolar obrigatória que estão fora da escola
tem entre 15 e 17 anos, totalizando cerca de 1,3 milhões.
 Os 40% mais pobres respondem por grande parte das crianças e jovens fora da
escola (73% de 4 a 5 anos; 80% de 6 a 14 anos e 63% de 15 a 17 anos)
 As curvas de acesso para os jovens de 19 anos mostram forte desigualdade de
renda no acesso escolar até 2017: 92% dos 20% mais ricos alcançou o 3º ano do
EM e apenas 50% dos jovens dos 20% mais pobres o fizeram.
 Há desigualdade no acesso também entre homens e mulheres, brancos e negros
e entre residentes das áreas urbana e rural.
 Entre os jovens de 19 anos dos 20% mais pobres que não estudam, 49% evadiu
antes de concluir a educação básica. Desses, cerca de metade evadiu durante o
ensino fundamental e a outra metade na transição para ou durante o EM.
 63% da desigualdade de acesso na educação básica entre os 20% mais pobres e
os 20% mais ricos é gerada durante o ensino fundamental (52% dela no 2º ciclo).
Políticas para a equidade no acesso à
educação.
Preditores e estratégias de combate à evasão
Definição: Evadir é deixar a escola sem obter a
escolarização mínima obrigatória
(Rumberger,2004).

A evasão escolar é meramente a última fase de


um processo dinâmico, cumulativo e
multidimensional de desengajamento (In K. de
Witte et al 2013).
Possíveis consequências sociais da evasão escolar:

• Desemprego de longo prazo


• Pobreza (baixa remuneração)
• Pior condição de saúde
• Dependência de longo prazo de assistência do Estado
• Incidência de famílias monoparentais (mulheres)
• Apatia política e social
• Delinquência juvenil
• Redução da produtividade da economia
Visões sobre a evasão escolar:

• Evasão como um “processo natural”, resultado de características imutáveis dos


alunos e de suas famílias (sexo, raça, educação dos pais, renda familiar de longo
prazo, lugar de residência etc.)

• Evasão como problema resultante de falhas dos alunos e escolas, ou dos custos
(diretos e indiretos) envolvidos na frequência à escola.

• Evasão como indicação de desigualdades fundamentais que violam o direito


básico à educação dos cidadãos.

Estereótipos sobre os alunos evadidos:

• Déficit cultural
• Déficit cognitivo
• Déficit de aptidão
• “Desajustado”
• “Menino, pobre e negro”
Preditores da evasão escolar reportados na literatura
Efeito sobre a
Preditor evasão Interação
(+) aumenta (-)
Fatores relacionados aos ALUNOS diminui
Psicológicos e comportamentais
• Desempenho acadêmico (se bom) - > Idade → (+)
• Reprovação / repetência +
• Distorção série-idade +
• Aspirações educacionais e ocupacionais -
• Desengajamento (absenteísmo, “matar- Gênero, raça/etnia, oportunidades
+
aula”, indisciplina) de emprego
• Sentimentos e atitudes negativos +
• (Ab)uso de drogas +
• Emprego durante a adolescência (intenso, Nível socioeconômico da família /
+
inadequado, estressante) > Idade → (+)
• Gravidez e/ou casamento na adolescência + > Idade → (+)

Demográficos
• Gênero Meninos +
• Raça/etnia Minorias +
• Imigrantes + ≠ Gerações
• Língua de ensino ≠ Língua materna + Raça/etnia
Background familiar, expectativas
• Necessidades especiais +
dos professores
Fonte: K. De Witte et al./Educational Research Review 10 (2013) 13-28.
Fatores relacionados à FAMÍLIA

Características estruturais

• Status socioeconômico (renda, nível


Se baixo + Relação pais-filhos
educacional e ocupacional dos pais)

• Estrutura familiar (famílias


+
monoparentais, famílias grandes)

Processos subjacentes
• Capital social (relação entre os pais e
desses com outras famílias, escola, -
comunidade etc.)
• Capital humano e cultural (acesso a
-
bens simbólicos: cultura, educação etc.)
• Capital econômico (renda e patrimônio) -
• Apoio, suporte e envolvimento dos pais
- Renda, Capital Cultural
com a vida escolar
• Clima emocional e afetivo entre pais e
-
filhos
Fonte: K. De Witte et al./Educational Research Review 10 (2013) 13-28.
Fatores relacionados à ESCOLA
Tipo de escola
• Composição (majoritariamente formada
+
por minorias, alunos pobres)
• Pública e não seletiva +
• “Poder de promoção” da escola -
Não tem efeito
• Infraestrutura da escola (e.g. tamanho) Clima social da escola
independente
• Recursos escolares (tamanho de classe e razão Qualidade dos professores e suas
-
professor/aluno equilibrados) práticas e a idade dos alunos

Políticas e práticas pedagógicas


• Clima acadêmico e social da escola
estimulante (coesão, participação,
cooperação, diversidade curricular, -
currículo desafiador, programas
complementares)
• Qualidade dos professores e de suas
práticas (experiência, expectativas, apoio, -
qualidade da aula, percepção dos alunos)
• Relação professor-aluno (capital social,
-
empatia, respeito pela diversidade)
Fonte: K. De Witte et al./Educational Research Review 10 (2013) 13-28.
Fatores relacionados à COMUNIDADE
• Características da vizinhança (deterioração,
ausência de espaços educativos e culturais, +
violência etc.)
• Influência dos pares (evadidos ou bons
+ ou -
alunos com altas aspirações)

Oportunidades de emprego
• Escassez de trabalho ou baixos
-
salários disponível para os jovens
• Longas jornadas (> 20 h), trabalho
+
extenuante, arrimo de família,

• Preconceito e discriminação social +

Fonte: K. De Witte et al./Educational Research Review 10 (2013) 13-28.


Como combater a evasão escolar no contexto local?

• Não há uma solução única e simples para enfrentar o problema


(multidimensional).
• Políticas efetivas devem buscar atuar em várias dimensões do problema
(aluno, família, escolar comunidade).
• A revisão da literatura sobre avaliação de políticas de combate à evasão
escolar pode sugerir algumas alternativas mais promissoras.
• Avaliar alternativas à luz do contexto e das condições locais e fazer as
melhores escolhas em termos de potencial de efetividade e custos
associados.
Oficina 3
Objetivo: Desenvolver capacidades analíticas para o desenho de intervenções com base em
evidências. Em particular para responder a perguntas do tipo:
 Como o diagnóstico de um problema permite identificar suas causas?
 Como utilizar a pesquisa como fonte de evidências em políticas públicas?
 Como fatores causais podem interagir na produção e/ou agravamento do problema
diagnosticado?
 Como desenhar intervenções capazes de gerar mudanças sobre o problema identificado e
avaliar o seu sucesso?

QUADRO 1: ATIVIDADES E TEMPOS


Ordem Atividade Tempo
1 • Apresentação dos objetivos da Oficina 3 e do produto a ser preparado pelos 10 minutos
grupos
• Organizar os grupos de 6 participantes.
• Apresentação do Marco de Evidências sobre as Causas da Evasão Escolar
(QUADRO 2).
2 • Discussão e análise, em grupos, do Marco de Evidências sobre as Causas da 30 minutos
Evasão Escolar a partir da percepção e experiência dos dirigentes municipais
de educação.
o Que fatores reconhecem em seu contexto local?
o Existiriam outras hipóteses causais para o fenômeno da evasão escolar
que poderiam explicá-la? Quais? (QUADRO 3)
3 • Formulação em grupo do desenho de uma intervenção capaz de gerar 30 minutos
mudanças sobre o problema da evasão a partir dos fatores identificados como
relevantes na atividade 2 (QUADRO 4)
4 • Apresentação em 6 minutos das principais conclusões do grupo. 36 minutos
5 • Comentários finais do facilitador, destacando os principais pontos discutidos. 14 minutos
QUADRO 3: IDENTIFICAÇÃO DE FATORES RELEVANTES NO CONTEXTO DO MUNICÍPIO
Preditores da evasão escolar reportados na literatura
Reconheço este fator
Preditor Que outros fatores identifico?
no meu contexto?

Fatores relacionados aos ALUNOS SIM NÃO


Psicológicos e comportamentais
Desempenho acadêmico (se bom)
Reprovação / repetência
Distorção série-idade
Aspirações educacionais e ocupacionais
Engajamento (baixo absenteísmo e disciplina)
(Ab)uso de drogas
Emprego durante a adolescência (intenso, inadequado, estressante)
Gravidez e/ou casamento na adolescência

Demográficos
Gênero
Raça/etnia
Imigrantes
Língua de ensino ≠ Língua materna
Necessidades especiais

Fatores relacionados à FAMÍLIA


Características estruturais
Status socioeconômico (renda, nível educacional e ocupacional dos pais)
Estrutura familiar (famílias monoparentais, famílias grandes)

Processos subjacentes
Capital social
Capital humano e cultural
Capital econômico (renda e patrimônio)
Apoio, suporte e envolvimento dos pais com a vida escolar
Clima emocional e afetivo entre pais e filhos
Fatores relacionados à ESCOLA
Tipo de escola
Composição (majoritariamente formada por minorias)
Pública e não seletiva
Infraestrutura da escola (e.g. tamanho)
Recursos escolares (tamanho de classe e razão professor/aluno equilibrados)

Políticas e práticas pedagógicas


Clima acadêmico e social da escola estimulante (coesão, participação,
cooperação, diversidade curricular, curriculo desafiador, programas
complementares)
Qualidade dos professores e de suas práticas (experiência, expectativas,
apoio, qualidade da aula, percepção dos alunos)
Relação professor-aluno (capital social, empatia, respeito pela diversidade)

Fatores relacionados à COMUNIDADE


Características da vizinhança (precarização)
Influência dos pares (evadidos ou bons alunos com altas aspirações)
Oportunidades de emprego
Escassez de trabalho ou baixos salários disponível para os jovens
Longas jornadas (> 20 h)
Preconceito e discriminação social

Fonte: K. De Witte et al./Educational Research Review 10 (2013) 13-28.


QUADRO 4: DESENHO DA INTERVENÇÃO
Questões Perguntas orientadoras para o desenho da intervenção
1. Diagnóstico do problema 1. O problema da evasão escolar existe em seu município? Como você enunciar
o Reconhecimento e Formulação do para o Prefeito?
problema 2. Que evidências existem desse problema? Como ele se manifesta na realidade
o Descrição
3. Há causas identificadas para a evasão escolar em seu município?
o Explicação

1. Sobre quais causas do problema da evasão identificadas na etapa anteri


e possível intervir?
QUADRO 1: DESENHO DA INTERVENÇÃO 2. Com quais instrumentos de política? (Como intervir?)
2. Formulação / Desenho da 3. Para alcançar qual objetivo?
intervenção 4. Há interfaces relevantes e necessárias entre diferentes políticas para enf
problema? Quais? (intersetorialidade)
5. A intervenção proposta tem base em evidências? (efetividade potencia
1. Quais indicadores de processo (implementação) podem ser usados pa
intervenção?
3. Avaliação e Monitoramento 2. Quais indicadores de resultado podem se usados para avaliar a efetivi
da intervenção intervenção?
3. Quais critérios serão usados para definir o sucesso da intervenção prop
combater a evasão escolar?
Políticas (K. De Witte et al., 2013)
Medidas focadas nos alunos

 Dada a forte determinação da reprovação/repetência sobre a evasão escolar, é


fundamental que se restrinja o seu uso (Dorn, 1996; Entwisle et al.,2005; Vizcain, 2005).
 Identificar o quanto antes possível os alunos em alto risco de reprovação para prover-lhes
apoio na escola e fora da escola (Orthner and Cook, 2002).
 Programas de jornada escolar estendida que compreenda atividades complementares e
crie oportunidades para superação das dificuldades de aprendizagem (Orthner and Cook,
2002).
 Estratégias de suporte à aprendizagem dos alunos em sua própria comunidade, em
especial para alunos em desvantagem social, com apoio de professores, tutores,
familiares, e membros da comunidade (Herbert & Reis, 1999).
 Programas dirigidos à percepção e atitude dos estudantes sobre a importância da
educação (Ekstrom et al., 1986; Vizcain, 2005)
 Dissuadir os jovens a buscarem trabalho antes dos 16 anos (Entwisle et al.,2005).
Medidas focadas nas famílias

 Estratégias de engajamento dos pais na vida escolar dos filhos (Reich & Young, 1975).
 Fomentar expectativas positivas de pais, professores, diretores em relação ao
potencial acadêmico dos alunos (Cooper et al., 2005).
 Criação de grupos de pais pelos conselhos escolares para fomentar a relevância do
apoio às atividades escolares e autoestima acadêmica dos filhos (Herbert & Reis,
1999).
 Suporte às condições de vida das famílias para que se crie um ambiente familiar com
condições emocionais e relação pais-filhos propícias à educação dos filhos (Duchesne
et al.,2005) e
 Suporte de renda por programas de assistência social nos casos de pobreza extrema
(Suet-Ling, 2000).
Medidas focadas nas escolas

 Organização escolar: ambiente escolar, relação escola-comunidade,


estratégias de ensino.
 O ambiente escolar:
 Deve ser adaptado às necessidades e diversidade dos alunos e não o contrário (ex. horário de uso da
biblioteca e demais instalações e recursos da escola, transporte escolar, alimentação escolar etc.)
(Swadener, 1995; Riele, 2006).
 Deve propiciar a percepção do valor do desempenho acadêmico e do progresso na vida escolar
(Balfanz e Legters, 2005; Bridgland et al.,2006).
 Deve valorizar o universo cultural e a identidade do aluno, sendo um ambiente acolhedor (Blue e
Cook, 2004).
 Estimular um clima social positivo por meio da participação dos alunos nos projetos da escola
(Pittman e Haughwout, 1987).

 Abordagens de ensino:
 Relacionar a escola e os conteúdos escolares com a vida dos alunos e de suas famílias
(Bridgland et al.,2006; Cooper et al.,2005);
 Uso de novas tecnologias no ensino (Pittman, 1993);
 Desenvolvimento da alfabetização e da linguagem nas diversas áreas do conhecimento, e da
criatividade, pensamento crítico e lógico (Cooper et al.,2005);
 Oferecer programas escolares intensivos e desafiadores aos alunos e professores (Lee &
Burkam, 2003).
 Desenvolvimento docente para a melhoria da qualidade do ensino no contexto da diversidade
do universo de alunos (Balfanz e Legters, 2005)
Síntese da Parte II
 A pobreza aumenta as chances de evasão mas pode
não ter um efeito independente.
 É preciso enfrentar o problema da evasão também
nas suas causas intraescolares e sua interação com
as condições sociais dos alunos.
 É preciso conhecer os principais determinantes da
evasão na sua escola/município para poder atuar.
 Há um leque de políticas que podem ser
consideradas para combater a evasão uma vez
conhecidas suas causas localmente.
Centros que reúnem evidências sobre políticas educacionais.
• Evidence for Policy and Practice Information and Co-ordinating Centre (EPPI-Centre) http://eppi.ioe.ac.uk/cms/Default.aspx?tabid=56
• Centre for Evaluation & Monitoring (Durham University) https://www.cem.org/evidence-based-education
• The Campbell Collaboration https://www.campbellcollaboration.org/library.html
• International Initiative for Impact Evaluation http://www.3ieimpact.org/en/evidence/systematic-reviews/
• The Clear Initiative https://www.theclearinitiative.org/resources
• Abdul Latiff Jameel Poverty Action Lab https://www.povertyactionlab.org/evaluations
• Social Research and Demonstration Corporation (SRDC) http://www.srdc.org/publications-search.aspx
• Us What Works Clearing House https://ies.ed.gov/ncee/wwc/
• National Center for Educational Statistics https://nces.ed.gov/programs/statereform/
• Centre for the Use of Research and Evidence in Education (CUREE) http://www.curee.co.uk/resources/recent_publications
• Rede Nacional de Ciência para Educação http://cienciaparaeducacao.org/plataforma-cpe/
• Caminhos para Melhorar a Aprendizagem http://educacaosec21.org.br/iniciativas/caminhos-para-melhorar-o-aprendizado/
MUITO OBRIGADO(A)!

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