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Índice

1. Introdução
2. Periocidade e evolução dos festivais escolar
3. Premiação desportiva nos festivais escolares
4. Desporto Escolar
5. Jogos desportivos escolares
6. Sistema Desportivo Nacional
7. Conclusão
8. Bibliografia

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1. Introdução

Este trabalho pretende fazer uma reflexão acerca do direito constitucional que o cidadão
moçambicano tem de praticar o desporto, sendo fomentado pelo Estado, segundo rege o
artigo 93 da Constituição da República de Moçambique. Além de procurar explanar
sobre a constituição do Sistema Desportivo em suas várias instâncias.

O presente trabalho, cujo tema é Sistema Desportivo Moçambicano, Desporto Escolar,


Jogos Desportivos Escolares, surge no âmbito da avaliação da cadeira de Organização e
Gestão Escolar.

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2. Periocidade e evolução dos festivais escolar

 O Regulamento do desporto Escolar estabelece a seguinte periocidade de realização


dos Festivais Escolares:

a. Anual, para os festivais autárquicos e distritais; e

b. Trienal, para os festivais províncias e nacionais;

Entretanto, quer antes, quer depois da aprovação deste instrumento normativo, os


festivais provinciais e nacionais tem vindo a observar , na pratica, uma periocidade
bienal, a excepção do período que vai de 1982 a 1998, em que estes foram
interrompidos, divido a Guerra Cível, entre a FRELIMO e a RENAMO que assolou o
País, e do período entre 1998 e 2001, onde observaram afectivamente um intervalo de 3
anos.

A primeira edição do Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares ( FNJE ) foi
realizada em 1978, na cidade de Maputo, tendo contado com uma participação de cerca
de 700 estudante, que competiram nas modalidades de Andebol, Atletismo e
Basquetebol, em ambos sexos. A Cerimónia de Abertura, desta edição inaugural do
Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares, foi presidida pelo falecido Primeiro
Presidente da República Popular de Moçambique, Samora Moseis Machel, tendo estes
decorrido sob o lema: “Façamos do Desporto um Instrumento da Unidade Nacional “.

Na sequência, a cidade de Maputo voltou sediou a segunda e a terceira edição do FNJE,


respectivamente em 1980 e 1982, antes da sua interrupção devido a guerra civil. No
reatamento dos Jogos, depois da guerra, a cidades de Maputo voltou a acolher o FNJE
na sua quarta edição, em 1998. A realização das fases nacionais do Jogos até então
somente na cidade de Maputo, capital de Moçambique, foi na altura justificada pela
falta ou escassez das condições logísticas e técnicas necessárias para a realização de um
evento de tamanha magnitude em qual outra província de Moçambique. Em 2001, a
cidade da Beira, capital da Província de Sofala, acolheu a quinta edição do Festival
Nacional Jogos Desportivos Escolares, marcando a sua realização pela primeira vez fora
da Capital do País. Por outro lado, os Jogos da Beira, iniciaram uns novos ciclo deste
evento, marcado pela rotatividade da sua organização pelas diferentes capitais
Províncias do Pais, até a sua décima terceira edição e última, realizada na cidade de Xai
– Xai, capital provincial de Gaza, em 2017.
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Antes da cidade de Xai – Xai, os Jogos passaram, sequencialmente, pela cidade
Nampula, em 2003; cidade de Inhambane, em 2005; cidade de Quelimane, em
2007;cidade de Lichinga, em 2009; cidade da Matola, em 2011; cidade de Tete, em
2013; e cidade de Pemba, em 2015. Com esta rotação, todas as províncias de
Moçambique, à excepção da Província de Manica que nunca foi hospedeiro deste
evento, já acolheram, pelo menos uma vez, um Festival Nacional dos Jogos
Desportivos Escolares.

A Cerimónia de Abertura FNJE de Xai – Xai foi uma vez mais presidida por Sua
Excelência Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nhusi, tendo estes
decorridos sob o lema: “Desporto Escolar Preservando a Natureza”. Neste contexto,
pode - se afirmar que a presença do Presidente Nhusi nesta cerimónia confirma a
tradição de sempre, caracterizada pela presença do mais alto dignitário da Nação
Moçambicana nestes Jogos, tendo em conta a grande importância e o significado dos
mesmos. Todas as edições dos Festivais escolares decorreram sob um lema respectivo.
Nos Jogos de Xai – Xai, participaram 1386 estudantes, que competiram em 8
modalidades desportivas (Andebol, Atletismo, Basquetebol, Futebol, Ginástica,
Voleibol, Jogos Tradicionais e Xadrez), em ambos sexos, contra respectivamente cerca
700 estudantes participantes em 3 modalidades desportivas (Andebol, Atletismo e
Basquetebol), em ambos sexos, presentes na sua primeira edição, em 1978, na cidade de
Maputo, factos que demostram a evolução crescente deste evento ao longo do tempo da
sua existência. Segundo Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, entidade
máxima responsável pela realização dos Jogos, o XIV Festival Nacional dos Jogos
Desportivos escolares, projectada para o ano 2019 e será acolhido pela Província de
Manica.

3. Premiação desportiva nos festivais escolares

A premiação desportiva nos festivais escolares comporta normalmente dois dos níveis, a
saber:

Prémios Colectivos:

(i) Taça disciplina, para a delegação considerada mais disciplinada, segundo itens
definidos pela organização do evento.

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(ii) Troféu para Vencedor Absoluto dos Jogos, apurada pelo número das medalhas
arrecadas em todas as modalidades; e,
(iii) Troféus para as equipas classificadas em primeiro, segundo e terceiro lugares,
por modalidade.

Prémios individuais:

Todos atletas que alcançam, individualmente ou colectivamente, lugares de pódio,


nomeadamente primeiro, segundo e terceiro lugares, são respectivamente premiados
medalhas de ouro, prata e bronze

Adaptando os padrões internacionais, usados pelas respectivas Federações


Internacionais em distintas modalidades no desporto federado, a organização dos
festivais escolares, entre outros, premeia ou procede a distinções de seguintes figuras:

a. Melhor jogador;
b. Melhor marcador;
c. Guardares menos batido;
d. Recordistas;
e. Melhor arbitro ou juiz; e
f. Outras figuras desportivas.

O prémio desportivo colectivo tido como o mais valioso dos Jogos é o de Vencedor
Absoluto dos Jogos e o mesmo foi instituído partir do Festival Escolar de Sofala, no ano
2001.

Desde então até a actualidade, as províncias que já conquistaram este prémio são:

a. Cidade de Maputo - 3 vezes (em 2007,2011 e 2013);

b. Manica - 3 vezes ( em 2009, 2015 e 2017) ;

c. Gaza - 2 vezes ( em 2003 e 2005);

d. Sofala - 1 vez ( em 2001).

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4. Desporto Escolar

Entende – se por desporto escolar, o conjunto das praticas lúdicos – desportivas de


formação, desenvolvidas como complemento curricular e de ocupação dos tempos
livres, em regime de liberdade de participação e de escolha, integrados planos das
actividades dos estabelecimentos de ensino e de formação, no quadro do sistema
educativo nacional, que se pretendem sistemáticas e cada vez mais permanentes,
sobretudo ao nível das instituições escolares.

O desporto escolar, desenvolve – se nas escolas Primarias, Secundarias, Técnico –


Profissionais e de Formação de Professores.

5. Jogos desportivos escolares

Os Jogos Desportivos Escolares, podem ser definidos como sendo o conjunto das
competições desportivas (provas ou jogos) que envolvem alunos, como actores
principais, os professores e os funcionários.

6. Sistema Desportivo Nacional

Em Moçambique o Sistema Desportivo foi alvo de uma evolução lenta, destacando-se


nesse percurso um momento fundamental: datado de 12 de Março com a criação da Lei
do Desporto, e que marcou, na altura, uma clara mudança no desenvolvimento
desportivo. A importância da educação física e do desporto no desenvolvimento
completo e harmonioso do ser humano, tem vindo a ser reconhecida pelas mais diversas
entidades, tendo a “Carta Internacional da Educação Física e do Desporto da UNESCO”
(adoptada em 1978 pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas),
reforçado essa importância. Esta refere mesmo, no artigo 1º na alínea 1.1 que “todas as
pessoas humanas têm o direito à educação física e ao desporto, indispensáveis ao
desenvolvimento da sua personalidade. O direito ao desenvolvimento das aptidões
físicas, intelectuais e morais, através da educação física e do desporto, deve ser
garantido, tanto no quadro do sistema educativo, como nos outros aspectos da vida
social” (UNESCO, 1978).

No caso Moçambicano, a Lei do desporto, através dos seus artigos 15 e 16, refere-se
também ao direito, à importância da prática desportiva e ao papel do Estado na
promoção do desporto. Não obstante deve ser referido que o sistema desportivo

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Moçambicano antes de 1975, se caracterizou, por um historial de resistência à tentativa
de instrumentalização das instituições desportivas dos seus representantes. É com a
aprovação da Lei do desporto, a 12 de Março de 2002, que esta situação se altera,
abrindo-se uma nova etapa na evolução e no desenvolvimento do Sistema desportivo
Moçambicano. Assim, colocou-se um ponto final oficial na antiga situação do
corporativismo e demonstrou-se que o Estado tinha capacidade para propor um novo
modelo de relacionamento com o Movimento Desportivo, modelo que colocasse
Moçambique a um nível semelhante ao dos outros países do Mundo, dando-se assim, o
implementar da autonomia do Movimento Desportivo.

O desporto ao ser considerado fenómeno social por excelência deste século,


representado à escala planetária, tem levado o estado a sucessivas intervenções. A
propósito, e como reconhecimento disso mesmo, na sequência do novo quadro político,
cultural e económico conquistado pela independência de 25 de Junho de 1975, o direito
à cultura física e ao desporto passou a ser de todos, e constitucional.
Neste contexto, e a par com outros sectores desportivos, o sector federado é
manifestamente um elemento essencial na estrutura do sistema, contribuindo
determinantemente para o processo de desenvolvimento desportivo nacional, com
especial relevo no particular da alta competição.

De entre as diversas organizações, as federações desportivas destacam-se pelo número


de praticantes filiados, pela implantação geográfica, pela importância nacional e
internacional do desporto de alta competição e pelos recursos que recebem do Estado,
indispensáveis à consecução dos seus fins enquanto entidades com utilidade pública
desportiva. O sector federado tem sido o motor do desenvolvimento do desporto em
Moçambique.
No cerne da estrutura associativa constatamos a existência de uma área de intervenção
resultante do dirigismo desportivo. Sendo esta responsável por dirigir a dinamização da
actividade desportiva, propriamente dita, poder-se-á dizer que garante e assegura a
sustentação do funcionamento do sistema. Considerando a génese do movimento
associativo, é sabido que o mesmo nasceu à margem do Estado, e que por via disso
reivindica um estatuto de autonomia e independência. Porém, a realidade dita-nos que o
Estado, no passado e no presente, tem pautado pela efectivação de sucessivas
intervenções. Um dos parâmetros fundamentais que define as federações desportivas
são as suas relações com o Estado. Como refere Morreira (1999), ao desejo de manter a
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autonomia associam-se as posições que reclamam a ajuda do Estado, que as tornam
dependente e legitimam o domínio social.

Todavia, o Estado não é indiferente ao surgimento de estruturas privadas às quais


compete um papel central no respeitante ao fomento e à promoção das diversas práticas
desportivas, sobre as quais simultaneamente faz recair responsabilidades de
representatividade nacional e internacional das diversas modalidades desportivas.
A matriz da organizaçãopolítica do Estado permite a livre constituição de organismos
desportivos, em concordância com a liberdade de associação, salvaguardada como
princípio constitucional (Morreira, 1999).

Contudo, as relações do Estado com as estruturas associativas de cúpula, como são o


caso das federações desportivas nacionais, encontram-se assente numa base de
relacionamento adstrito a um verdadeiro poder de tutela, constituíndo de alguma forma
a contrapartida dos privilégios económicos e jurídicos que lhes concede.
O primeiro dos privilégios, a contrapartida económica, é porventura esclarecedora e
eloquente quanto ao tipo de relação existente. A dependência financeira directa
caracteriza esse relacionamento.
A dotação e a canalização de verbas significativas, por parte da administração pública
desportiva para as federações desportivas, estimula uma relação associada à comunhão
de interesses entre o primordial fornecedor de recursos e as federações desportivas
(Morreira, 1999).

No cumprimento do segundo privilégio, a contrapartida jurídica, é consubstanciado na


concessão, a algumas federações desportivas, de um título designado por estatuto de
utilidade pública desportiva e estabelecido através do texto legal do regime jurídico das
federações desportivas (Decreto no 3/2004 de 29 de Março).

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7. Conclusão

Diante do aqui exposto, conclui que este trabalho pretendeu-se fazer uma reflexão
acerca do direito constitucional que o cidadão moçambicano tem de praticar o desporto,
sendo fomentado pelo Estado, segundo rege o artigo 93 da Constituição da República de
Moçambique. Além de procurar explanar sobre a constituição do Sistema Desportivo
em suas várias instâncias. Associando construções doutrinárias com a legislação do
desporto vigente actualmente no país, a Lei 11/2002 de 12 de Março, aborda sobre o
Sistema Desportivo Nacional, o dever do Estado em fomentar a prática desportiva, além
de explicar que a Constituição valorizou demais o desporto, sem, no entanto,
jurisdicionalizá - la, ou seja, transformá-la em um ramo do Poder judiciário.

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8. Bibliografia
 CARVALHO, L. Comentários sobre o sistema desportivo Português.Disponível
em: http://www.dgidc.min-
edu.pt/programs/prog_hom/org_desenvol_desport_10_11_12_homol_nversao.pdf.
Acesso em 20 de Setembro de 2008.
 MOÇAMBIQUE. Lei De Desportos, Lei 11/2002 de 12 de Março.
 MOÇAMBIQUE. Decreto 3/2004 de 29 de Março.
 Boletim da Republica, no seu diploma ministerial nº24-99, de 24 de Março, Artigo
1,2.

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