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Ação direta de inconstitucionalidade de lei municipal em face de Constituição Estadual, promovida junto ao Tribunal de Justiça.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


DO ESTADO DO .....

O ............... - SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO ..............., entidade de classe de


âmbito estadual, reconhecida pelo Ministério do Trabalho através da Carta datada de 06 de junho de 1944 e inscrito no CNPJ sob
nº. ................, com endereço na Rua .........., n. 175, Centro Cívico, ............... - ..............., CEP - ..........., devidamente autorizada
por assembléia realizada, conforme documentos anexos, neste ato, por seu advogado, com escritório na Rua ..............., ......,
Centro, ..............., vem, respeitosamente, com fulcro nos artigos 125, § 2º da Constituição Federal e inciso VI, do artigo 111, da
Constituição do Estado do ..............., promover

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, COM PEDIDO LIMINAR

em face de

MUNICÍPIO DE ............... e A CÂMARA MUNICIPAL DE ..............., na pessoa de seus representantes legais, em face dos
artigos 30 a 34 da Lei Municipal nº 9.000 de 27.12.1996, publicada no D.O.M. em 31.12.1996, que "INSTITUI O CÓDIGO DE
SAÚDE DE ..............., DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO À SAÚDE NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS" CÓDIGO SANITÁRIO MUNICIPAL - documento anexo - art. 337/CPC .

PRELIMINARMENTE

DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

O hodierno entendimento jurisprudencial esposado pela SUPREMA CORTE DO PAÍS é de RECONHECER A


COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA ESTADUAIS para conhecer e julgar AÇÕES DIRETAS DE
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS MUNICIPAIS em face das Constituições Estaduais, por textos, normas e princípios
repetitivos da Constituição Federal, sem prejuízo de eventual RECURSO EXTRAORDINÁRIO para o SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL.

Colhe-se a preleção do ilustre professor ZENO VELOSO, em sua obra "CONTROLE JURISDICIONAL DE
CONSTITUCIONALIDADE" a propósito do tema.

"Entendia-se, no caso, que o conflito hierárquico entre a lei municipal e a norma da Constituição do Estado, que é mera cópia de
regra da Constituição Federal, na verdade, representa desarmonia entre a lei municipal e a Carta Magna, e nem o STF está
autorizado a julgar a inconstitucionalidade, em tese, da lei municipal em face da Constituição Federal (art. 102,I,a), não se
podendo admitir que, de forma a indireta ou reflexa, o Tribunal de Justiça exerça tal competência. Estaria tomando o lugar do
Supremo Tribunal Federal, de guardião principal da Lei Fundamental.
Argumentava-se que, se o Tribunal de Justiça julgar inconstitucional lei municipal, por confronto com preceito da Constituição
do Estado, que representa mera norma de reprodução da Constituição Federal, não havendo recurso da decisão, fica afastada a
participação do STF, e a dita lei municipal é expulsa, definitivamente, do mundo jurídico, no final das contas, por
incompatibilidade com a Carta Magna.
O Tribunal de Justiça terá exercido __ dizia-se __ o controle concentrado da lei municipal em face da Constituição Federal - por
via de colisão com uma norma de reprodução contida na Carta Estadual.
Ocorre que o STF modificou, radicalmente, seu antigo entendimento. No acórdão da Reclamação n. 383-SP, Relator Ministro
Moreira Alves, o Excelso Pretório decidiu que é possível a ação direta de inconstitucionalidade de lei municipal violadora de
dispositivos da Constituição Estadual, repetitivos de normas constitucionais federais, sem prejuízo de eventual recurso
extraordinária para o Supremo Tribunal ( cf. RDA. 199/201; 204/249).
Com o Ministro Relator, formando a maioria, votaram os Ministros Marco Aurélio, Ilmar Galvão, Paulo Brossard, Otávio
Galotti, Neri da Silveira e Sydney Sanches. Não obstante, ficaram vencidos, mantendo-se na antiga posição, os Ministros Carlos
Velloso, Sepúlveda Pertence, Celso de Mello e Francisco Rezek.......(omissis)
Caberá, todavia, recurso para o Pretório Excelso, e, para garantir e resguardar a competência deste, deveria ser instituído o
recurso necessário, para o Supremo Tribunal Federal, das decisões que tomassem os Tribunais de Justiça, quando analisassem o
confronto duplo da lei municipal - com a Constituição Estadual e com a Carta Magna - e esta sugestão foi feita pelo eminente
Ministro Carlos Vello. (CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE - ZENO VELOSO - EDITORA -
CEJUP - PAGS.389/390). Sublinhou-se .

É, portanto, inequívoca a competência deste Tribunal para apreciar e julgar esta AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE de ato normativo municipal, conforme o disposto no inciso VI, do artigo 111, da Constituição
do Estado do ............... e, bem assim, pelo entendimento hodierno adotado pela SUPREMA CORTE.

Observe-se, inda, na esteira da exposição doutrinária acima, dando conta do atual entender do STF, que a lei municipal
inquinada, invoca como supedâneo os artigos 167 a 172 da Constituição Estadual (SAÚDE E SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE -
SUS - âmbito Estadual e Municipal), nada mais sendo que o texto repetitivo dos incisos do 196 a 200 da Carta da República, que
tratam do mesmo assunto (SAÚDE E SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - âmbito Estadual e Municipal).
Logo, por premissas idênticas a lei municipal não guarda conformidade com a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA e com a
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ................

DO MÉRITO

1. DA LEI MUNICIPAL N. 9000/1996: DO TEXTO COM A EIVA DA INCONSTITUCIONALIDADE

Ao devido e acurado exame, segue transcrito o quanto se inquina de espúria em face das competências privativas invadidas.

"......omissis....

"Art. 30 - A Segurança no trabalho e a Saúde Ocupacional do trabalhador deverá ser resguardada nas relações sociais que se
estabelecem no processo de produção, pressuposta a garantia da integridade do trabalho e da sua higidez física e mental, cabendo
ao gestor do Sistema Municipal de Saúde, em conformidade com a legislação vigente, a normatização, a fiscalização e controle
das condições de:

a) produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição, comercialização e destinação final de resíduos;

b) manuseio de substâncias e produtos, de máquinas e equipamentos no processo do trabalho.

art. 31 - A atenção à Segurança do Trabalho e à saúde Ocupacional do trabalhador compreende as ações individuais e coletivas
desenvolvidas no âmbito do Sistema ùnico de Saúde, abrangendo:

I - atendimento à população trabalhadora com utilização de toda tecnologia disponível;

II - instituição de instância de referência hierarquizada e especializada na atenção à segurança no trabalho e saúde ocupacional,
visando estabelecer as causas dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, com o objetivo de realizar-se uma prevenção
efetiva no ambiente laboral e também para chegar-se a diagnósticos e tratamentos adequados se as circunstâncias exigirem;

III - ações educativas visando à prevenção das doenças ocupacionais e dos acidente do trabalho.

Art. 32 - A organização do trabalho exige do empregador adequação às condições psico-fisiológicas dos trabalhadores, com
fundamento na legislação pertinente, tendo em vista as possíveis repercussões negativas sobre a saúde, pela potencialização dos
riscos presente no processo de produção.

Parágrafo único - Caberá a adoção de medidas de correção de riscos nos ambientes de trabalho conforme a seguinte ordem:
eliminação da fonte de risco, controle do risco na fonte, controle do risco no ambiente de trabalho e adoção de medidas de
proteção individual, incluindo diminuição do tempo de exposição, utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e
outras.

Art. 33 - O Órgão Municipal competente manterá fiscalização e controle de atividades desenvolvidas nos ambientes de trabalho,
as quais, direta ou indiretamente, ocasionem ou possam vir a ocasionar risco à saúde, vida ou à qualidade de vida.

Art. 34 - O Órgão Municipal competente poderá suplementar, no que couber, a legislação Federal que trata dos aspectos que
causem riscos à segurança no trabalho ou saúde ocupacional do trabalhador."

2. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PRIVATIVA DA UNIÃO

É de competência privativa da União legislar sobre direito do trabalho, conforme a expressão taxativa do inciso I, do art. 22, da
Carta da Magna.

não é menos certo que os incisos dos artigos 23 e 24 da Carta Mãe, ao tratarem de competência comum ou concorrente, não
contemplam aos Estados e Municípios a possibilidade, mesmo que remota, de legislar sobre direito do trabalho, notadamente
Medicina e Segurança do Trabalho.

A edição dos artigos 30 a 34 da indigitada Lei Municipal colide, vilipendiando, os artigos 22, inciso I; 196 a 200, da
Constituição Federal, bem como os artigos 167 a 172 da Constituição do Estado do ................

Depara-se, sim, com inequívoca e hedionda invasão de competência privativa e indelegável da União, quando o Município de
............... está a legislar sobre direito do trabalho, de organizar, manter e de executar, inspeção e fiscalização do trabalho.

Tanto mais quanto a matéria sobre Medicina e Segurança do Trabalho, inserida no inciso I,art. 22 da CF, já é regida pelos artigo
154 a 201 da Consolidação das Leis do Trabalho, bem como pela Portaria n. 3214/78 do Ministério do Trabalho, por suas
Normas Regulamentares.

Tem-se que não se pode ter a matéria compreendida na esfera competência comum ou concorrente do artigo 24 e incisos da
Carta da República.

Nem se venha invocar o que previsto no artigo 200, inciso VIII do Diploma Maior, conquanto este somente encerra encerra mera
colaboração que deve estar presente no tocante a proteção e, mesmo assim, do meio ambiente, compreendido o do trabalho tal
compreendido no Sistema Único de Saúde.

O preceito não contempla, em si, a competência legislativa, concorrente ou comum, seja aos Estados Federados e menos ainda
aos Municípios, integrantes do Sistema Único de Saúde para legislar sobre padrões de qualidade alusivos ao desenvolvimento
funcional, ao recinto no qual ocorra, muito menos com a previsão relativa a multas ante o descumprimento do que estabelecido.

A Lei Municipal nº.9.000/96 impõe às empresas certas providências e as submetem à fiscalização da autoridade administrativa
Municipal.

Portanto, em face da Constituição Federal de 1988 e da Constituição do Estado do ..............., a Lei referida deve ser declarada
inconstitucional por invadir a competência privativa da União em matéria de segurança e medicina do trabalho,
NOTADAMENTE os malfelizes artigos 30 a 34 já transcritos.

Ao melhor exame dos artigos 196 a 200 da Carta da República, vê-se que os dispositivos estão a tratar do SUS - SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE e da SAÚDE PUBLICA, sem contemplar MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO.

Cabe bem aclarar que não se há que confundir a possibilidade municipal de COLABORAR NA PROTEÇÃO DO MEIO
AMBIENTE, INCLUÍDO O DO TRABALHO, com POSSIBILIDADE DE LEGISLAR E PRETENDER EXERCER
ATIVIDADES DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, matéria de competência exclusiva da UNIÃO, conforme
inciso I, do art. 22, da Constituição Federal de 1988, artigos 154 a 201 da CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO e
PORTARIA 3214/78 do MINISTÉRIO DO TRABALHO.

Por seu turno, a Constituição do Estado do ..............., invocada como supedâneo da inquinada LEI, em seus artigos 167 a 172
trata da Saúde e do SISTEMA ÚNICO DA SAÚDE, com remissão ao artigo 200 da CF/88, sem contemplar, e nem poderia,
competência aos MUNICÍPIOS PARANAENSES para legislar sobre SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO.

Conclusivamente, a Lei nº. 9.000/96, seja em face dos preceitos da Carta Constitucional/1988, seja frente às disposições da
Constituição do Estado do ..............., é flagrantemente INCONSTITUCIONAL, devendo assim ser declarada por esse Egrégio
Tribunal.

Transcreve-se, como fundamento, por identidade absoluta de matéria, o voto do ILUSTRE MINISTRO MARCO AURÉLIO, do
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, na ADI 1.893.9 - RJ, a saber:

"A Lei nº 2.702, de 25 de março de 1997, do Estado do Rio do Janeiro, acabou por introduzir, de forma localizada, política
estadual de qualidade ambiental ocupacional e de proteção da saúde do trabalhador. A valia do objeto da lei, do bem protegido,
salta aos olhos. Está o diploma voltado à higidez, em si, do trabalhador. Ocorre que não se pode ter a matéria, ao menos neste
primeiro exame, compreendida na competência concorrente do artigo 24, inciso VI, da Carta da República, e que diz respeito a
"florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recurso naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição". Ao contrário surge a presunção de ter-se a matéria compreendida na competência legislativa da União,
considerado o Direito do Trabalho e as normas relativas à inspeção do trabalho - artigo 22, inciso I, e 21, inciso XXIV, da Carta
de 1988. O que previsto no artigo 200, inciso VIII, do Diploma Maior, encerra a colaboração que deve estar presente, no tocante
à proteção do meio ambiente, compreendido o do trabalho do Sistema Único de Saúde. O preceito encerra, em si, a competência
legislativa dos Estados Federados integrantes do Sistema Único de Saúde para legislar sobre padrões de qualidade alusivos ao
desenvolvimento funcional, ao recinto no qual ocorra, muito menos a previsão relativa a multas ante o descumprimento do que
estabelecido. A lei atacada impõe às empresas certas providências e as submete à fiscalização da autoridade administrativa local.
Defiro a liminar, suspendendo, até a decisão final desta ação, a eficácia da Lei 2.702, de 1998 do Estado do Rio de Janeiro.".
(Decisão anexa).

3. DA SUSPENSÃO LIMINAR DOS ARTIGOS 30 A 34 DA LEI MUNICIPAL 9000/96

Como se infere do AUTO/TERMO ANEXO, o MUNICÍPIO DE ..............., com base na malfadada lei, vem se imiscuindo nas
empresas, pretendendo fiscalizar MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO, e o que é mais grave, através de MÉDICO
VETERINÁRIO, que, sem demérito ou preconceito com esta classe profissional, tem-se que estes não têm aptidão para a
inspeção da saúde humana.

Presente, pois, o "fumus boni iuris" (conforme precedente citado do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em matéria idêntica) e
o constrangimento por assédios e danos irreparáveis pela paralisação das obras, "periculum in mora", impera-se a concessão da
liminar "inaudita altera pars" até o julgamento final desta ADIN, especificamente dos artigos 30 a 34 da Lei Municipal nº.
9.000/96.

DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer:


1.- A concessão da MEDIDA LIMINAR, com efeito ex-tunc, para suspender a vigência dos artigo 30 a 34 da Lei Municipal nº.
9.000/1996 (CÓDIGO SANITÁRIO), no que concerne a invasão da competência legislativa da União Federal para legislar sobre
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, até final julgamento do mérito, considerada a irreversível lesão de direitos das
EMPRESAS e a afronta aos Princípios Constitucionais.

2.- O conhecimento da presente e a procedência do pedido, declarando a final a inconstitucionalidade dos preceitos legais
indicados.

3.- A citação dos Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal e Presidente da Câmara Municipal de ................

4.- Intimação do Senhor Procurador Geral do Estado e Procurador Geral do Município de ..............., bem como do Procurador
Geral de Justiça do Estado do ..............., para que, na forma da lei, intervenham no feito, como lhes convier.

Dá-se à causa o valor de R$. ....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
Ação direta de inconstitucionalidade de lei municipal sobre medicina e segurança do trabalho, em face de Constituição Estadual.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO .........

O ......... - SINDICATO .......... NO ESTADO DO ............., entidade de classe de âmbito estadual, reconhecida pelo Ministério do
Trabalho através da Carta datada de .......... de ........... de ........... e inscrito no CNPJ sob nº. ........................, com endereço na Rua
.............., n. ..........., ............., ........., CEP - ......, devidamente autorizada por assembléia realizada, conforme documentos anexos,
neste ato, por seu advogado, com escritório na Rua ............., salas ..........., ..............., vem, respeitosamente, com fulcro nos
artigos 125, § 2º da Constituição Federal e inciso VI, do artigo 111, da Constituição do Estado do .........., promover

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO LIMINAR

em face de

MUNICÍPIO DE .............. e CÂMARA MUNICIPAL DE ..............., na pessoa de seus representantes legais, em face dos artigos
30 a 34 da Lei Municipal nº 9.000 de 27.12.1996, publicada no D.O.M. em 31.12.1996, que "INSTITUI O CÓDIGO DE
SAÚDE DE ................., DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO À SAÚDE NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS" - CÓDIGO SANITÁRIO MUNICIPAL - documento anexo - art. 337/CPC.

PRELIMINARMENTE

DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO .....

O hodierno entendimento jurisprudencial esposado pela SUPREMA CORTE DO PAÍS é de RECONHECER A


COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA ESTADUAIS para conhecer e julgar AÇÕES DIRETAS DE
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS MUNICIPAIS em face das Constituições Estaduais, por textos, normas e princípios
repetitivos da Constituição Federal, sem prejuízo de eventual RECURSO EXTRAORDINÁRIO para o SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL.

Colhe-se a preleção do ilustre professor ZENO VELOSO, em sua obra "CONTROLE JURISDICIONAL DE
CONSTITUCIONALIDADE" a propósito do tema.

"Entendia-se, no caso, que o conflito hierárquico entre a lei municipal e a norma da Constituição do Estado, que é mera cópia de
regra da Constituição Federal, na verdade, representa desarmonia entre a lei municipal e a Carta Magna, e nem o STF está
autorizado a julgar a inconstitucionalidade, em tese, da lei municipal em face da Constituição Federal (art. 102,I,a), não se
podendo admitir que, de forma a indireta ou reflexa, o Tribunal de Justiça exerça tal competência. Estaria tomando o lugar do
Supremo Tribunal Federal, de guardião principal da Lei Fundamental.
Argumentava-se que, se o Tribunal de Justiça julgar inconstitucional lei municipal, por confronto com preceito da Constituição
do Estado, que representa mera norma de reprodução da Constituição Federal, não havendo recurso da decisão, fica afastada a
participação do STF, e a dita lei municipal é expulsa, definitivamente, do mundo jurídico, no final das contas, por
incompatibilidade com a Carta Magna.
O Tribunal de Justiça terá exercido __ dizia-se __ o controle concentrado da lei municipal em face da Constituição Federal - por
via de colisão com uma norma de reprodução contida na Carta Estadual.
Ocorre que o STF modificou, radicalmente, seu antigo entendimento. No acórdão da Reclamação n. 383-SP, Relator Ministro
Moreira Alves, o Excelso Pretório decidiu que é possível a ação direta de inconstitucionalidade de lei municipal violadora de
dispositivos da Constituição Estadual, repetitivos de normas constitucionais federais, sem prejuízo de eventual recurso
extraordinária para o Supremo Tribunal ( cf. RDA. 199/201; 204/249).

Com o Ministro Relator, formando a maioria, votaram os Ministros Marco Aurélio, Ilmar Galvão, Paulo Brossard, Otávio
Galotti, Neri da Silveira e Sydney Sanches. Não obstante, ficaram vencidos, mantendo-se na antiga posição, os Ministros Carlos
Velloso, Sepúlveda Pertence, Celso de Mello e Francisco Rezek.......(omissis)

Caberá, todavia, recurso para o Pretório Excelso, e, para garantir e resguardar a competência deste, deveria ser instituído o
recurso necessário, para o Supremo Tribunal Federal, das decisões que tomassem os Tribunais de Justiça, quando analisassem o
confronto duplo da lei municipal - com a Constituição Estadual e com a Carta Magna - e esta sugestão foi feita pelo eminente
Ministro Carlos Velloso. (CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE - ZENO VELOSO - EDITORA -
CEJUP - PAGS.389/390) .
Sublinhou-se.

É, portanto, inequívoca a competência deste Tribunal para apreciar e julgar esta AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE de ato normativo municipal, conforme o disposto no inciso VI, do artigo 111, da Constituição
do Estado do ................. e, bem assim, pelo entendimento hodierno adotado pela SUPREMA CORTE.

Observe-se, inda, na esteira da exposição doutrinária acima, dando conta do atual entender do STF, que a lei municipal
inquinada, invoca como supedâneo os artigos 167 a 172 da Constituição Estadual (SAÚDE E SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE -
SUS - âmbito Estadual e Municipal), nada mais sendo que o texto repetitivo dos incisos do 196 a 200 da Carta da República, que
tratam do mesmo assunto (SAÚDE E SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - âmbito Estadual e Municipal).

Logo, por premissas idênticas a lei municipal não guarda conformidade com a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA e com a
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO .........

DO MÉRITO

1. DA LEI MUNICIPAL N. 9000/1996: DO TEXTO COM A EIVA DA INCONSTITUCIONALIDADE

Ao devido e acurado exame, segue transcrito o quanto se inquina de espúria em face das competências privativas invadidas.

"......omissis....
"Art. 30 - A Segurança no trabalho e a Saúde Ocupacional do trabalhador deverá ser resguardada nas relações sociais que se
estabelecem no processo de produção, pressuposta a garantia da integridade do trabalho e da sua higidez física e mental, cabendo
ao gestor do Sistema Municipal de Saúde, em conformidade com a legislação vigente, a normatização, a fiscalização e controle
das condições de:

a) produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição, comercialização e destinação final de resíduos;


b) manuseio de substâncias e produtos, de máquinas e equipamentos no processo do trabalho.

Art. 31 - A atenção à Segurança do Trabalho e à saúde Ocupacional do trabalhador compreende as ações individuais e coletivas
desenvolvidas no âmbito do Sistema único de Saúde, abrangendo:

I - atendimento à população trabalhadora com utilização de toda tecnologia disponível;


II - instituição de instância de referência hierarquizada e especializada na atenção à segurança no trabalho e saúde ocupacional,
visando estabelecer as causas dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, com o objetivo de realizar-se uma prevenção
efetiva no ambiente laboral e também para chegar-se a diagnósticos e tratamentos adequados se as circunstâncias exigirem;
III - ações educativas visando à prevenção das doenças ocupacionais e dos acidente do trabalho.

Art. 32 - A organização do trabalho exige do empregador adequação às condições psico-fisiológicas dos trabalhadores, com
fundamento na legislação pertinente, tendo em vista as possíveis repercussões negativas sobre a saúde, pela potencialização dos
riscos presente no processo de produção.

Parágrafo único - Caberá a adoção de medidas de correção de riscos nos ambientes de trabalho conforme a seguinte ordem:
eliminação da fonte de risco, controle do risco na fonte, controle do risco no ambiente de trabalho e adoção de medidas de
proteção individual, incluindo diminuição do tempo de exposição, utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e
outras.

Art. 33 - O Órgão Municipal competente manterá fiscalização e controle de atividades desenvolvidas nos ambientes de trabalho,
as quais, direta ou indiretamente, ocasionem ou possam vir a ocasionar risco à saúde, vida ou à qualidade de vida.

Art. 34 - O Órgão Municipal competente poderá suplementar, no que couber, a legislação Federal que trata dos aspectos que
causem riscos à segurança no trabalho ou saúde ocupacional do trabalhador."
2. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO - COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PRIVATIVA DA UNIÃO

É de competência privativa da União legislar sobre direito do trabalho, conforme a expressão taxativa do inciso I, do art. 22, da
Carta da Magna.

Não é menos certo que os incisos dos artigos 23 e 24 da Carta Mãe, ao tratarem de competência comum ou concorrente, não
contemplam aos Estados e Municípios a possibilidade, mesmo que remota, de legislar sobre direito do trabalho, notadamente
Medicina e Segurança do Trabalho.

A edição dos artigos 30 a 34 da indigitada Lei Municipal colide, vilipendiando, os artigos 22, inciso I; 196 a 200, da
Constituição Federal, bem como os artigos 167 a 172 da Constituição do Estado do ..................

Depara-se, sim, com inequívoca e hedionda invasão de competência privativa e indelegável da União, quando o Município de
.............. está a legislar sobre direito do trabalho, de organizar, manter e de executar, inspeção e fiscalização do trabalho.

Tanto mais quanto a matéria sobre Medicina e Segurança do Trabalho, inserida no inciso I,art. 22 da CF, já é regida pelos artigo
154 a 201 da Consolidação das Leis do Trabalho, bem como pela Portaria n. 3214/78 do Ministério do Trabalho, por suas
Normas Regulamentares.

Tem-se que não se pode ter a matéria compreendida na esfera competência comum ou concorrente do artigo 24 e incisos da
Carta da República.

Nem se venha invocar o que previsto no artigo 200, inciso VIII do Diploma Maior, conquanto este somente encerra encerra mera
colaboração que deve estar presente no tocante a proteção e, mesmo assim, do meio ambiente, compreendido o do trabalho tal
compreendido no Sistema Único de Saúde.

O preceito não contempla, em si, a competência legislativa, concorrente ou comum, seja aos Estados Federados e menos ainda
aos Municípios, integrantes do Sistema Único de Saúde para legislar sobre padrões de qualidade alusivos ao desenvolvimento
funcional, ao recinto no qual ocorra, muito menos com a previsão relativa a multas ante o descumprimento do que estabelecido.

A Lei Municipal nº.9.000/96 impõe às empresas certas providências e as submetem à fiscalização da autoridade administrativa
Municipal.

Portanto, em face da Constituição Federal de 1988 e da Constituição do Estado do ................., a Lei referida deve ser declarada
inconstitucional por invadir a competência privativa da União em matéria de segurança e medicina do trabalho,
NOTADAMENTE os malfelizes artigos 30 a 34 já transcritos.

Ao melhor exame dos artigos 196 a 200 da Carta da República, vê-se que os dispositivos estão a tratar do SUS - SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE e da SAÚDE PUBLICA, sem contemplar MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO.

Cabe bem aclarar que não se há que confundir a possibilidade municipal de COLABORAR NA PROTEÇÃO DO MEIO
AMBIENTE, INCLUÍDO O DO TRABALHO, com POSSIBILIDADE DE LEGISLAR E PRETENDER EXERCER
ATIVIDADES DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, matéria de competência exclusiva da UNIÃO, conforme
inciso I, do art. 22, da Constituição Federal de 1988, artigos 154 a 201 da CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO e
PORTARIA 3214/78 do MINISTÉRIO DO TRABALHO.

Por seu turno, a Constituição do Estado do ................., invocada como supedâneo da inquinada LEI, em seus artigos 167 a 172
trata da Saúde e do SISTEMA ÚNICO DA SAÚDE, com remissão ao artigo 200 da CF/88, sem contemplar, e nem poderia,
competência aos MUNICÍPIOS PARANAENSES para legislar sobre SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO.

Conclusivamente, a Lei nº. 9.000/96, seja em face dos preceitos da Carta Constitucional/1988, seja frente às disposições da
Constituição do Estado do ................., é flagrantemente INCONSTITUCIONAL, devendo assim ser declarada por esse Egrégio
Tribunal.

Transcreve-se, como fundamento, por identidade absoluta de matéria, o voto do ILUSTRE MINISTRO MARCO AURÉLIO, do
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, na ADI 1.893.9 - RJ, a saber:

"A Lei nº 2.702, de 25 de março de 1997, do Estado do Rio do Janeiro, acabou por introduzir, de forma localizada, política
estadual de qualidade ambiental ocupacional e de proteção da saúde do trabalhador. A valia do objeto da lei, do bem protegido,
salta aos olhos. Está o diploma voltado à higidez, em si, do trabalhador. Ocorre que não se pode ter a matéria, ao menos neste
primeiro exame, compreendida na competência concorrente do artigo 24, inciso VI, da Carta da República, e que diz respeito a
"florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recurso naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição". Ao contrário surge a presunção de ter-se a matéria compreendida na competência legislativa da União,
considerado o Direito do Trabalho e as normas relativas à inspeção do trabalho - artigo 22, inciso I, e 21, inciso XXIV, da Carta
de 1988. O que previsto no artigo 200, inciso VIII, do Diploma Maior, encerra a colaboração que deve estar presente, no tocante
à proteção do meio ambiente, compreendido o do trabalho do Sistema Único de Saúde. O preceito encerra, em si, a competência
legislativa dos Estados Federados integrantes do Sistema Único de Saúde para legislar sobre padrões de qualidade alusivos ao
desenvolvimento funcional, ao recinto no qual ocorra, muito menos a previsão relativa a multas ante o descumprimento do que
estabelecido. A lei atacada impõe às empresas certas providências e as submete à fiscalização da autoridade administrativa local.
Defiro a liminar, suspendendo, até a decisão final desta ação, a eficácia da Lei 2.702, de 1998 do Estado do Rio de Janeiro".
(Decisão anexa).

3. DA SUSPENSÃO LIMINAR DOS ARTIGOS 30 A 34 DA LEI MUNICIPAL 9000/96

Como se infere do AUTO/TERMO ANEXO, o MUNICÍPIO DE .........., com base na malfadada lei, vem se imiscuindo nas
empresas, pretendendo fiscalizar MEDICINA E SEGURANÇA DO TRABALHO, e o que é mais grave, através de MÉDICO
VETERINÁRIO, que, sem demérito ou preconceito com esta classe profissional, tem-se que estes não têm aptidão para a
inspeção da saúde humana.

Presente, pois, o "fumus boni iuris" (conforme precedente citado do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em matéria idêntica) e
o constrangimento por assédios e danos irreparáveis pela paralisação das obras, "periculum in mora", impera-se a concessão da
liminar "inaudita altera pars" até o julgamento final desta ADIN, especificamente dos artigos 30 a 34 da Lei Municipal nº.
9.000/96.

DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer o SINDUSCON -.........

- A concessão da MEDIDA LIMINAR, com efeito ex-tunc, para suspender a vigência dos artigo 30 a 34 da Lei Municipal nº.
9.000/1996 (CÓDIGO SANITÁRIO), no que concerne a invasão da competência legislativa da União Federal para legislar sobre
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, até final julgamento do mérito, considerada a irreversível lesão de direitos das
EMPRESAS e a afronta aos Princípios Constitucionais.

- O conhecimento da presente e a procedência do pedido, declarando a final a inconstitucionalidade dos preceitos legais
indicados.

- A citação dos Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal e Presidente da Câmara Municipal de ..........

- Intimação do Senhor Procurador Geral do Estado e Procurador Geral do Município de ................., bem como do Procurador
Geral de Justiça do Estado do ................., para que, na forma da lei, intervenham no feito, como lhes convier.

Dá-se à causa o valor de R$. .........

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

Ação direta de inconstitucionalidade de lei estadual em face da Constituição Federal.

EXCELENTÍSSIMO SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA vem, perante a Egrégia Corte, com fundamento no art.102, I,
"a" da Constituição Federal e na Lei n°4337, de 01.06.1964, propor

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

em face de

art. ..... da Lei n° ...., de ....., sancionada pelo Sr. Governador do Estado de ...., pelos motivos de
fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

A citada Lei estadual, ao regular a instalação de usinas de ....., viola, no art. ....., dispositivo
constitucional, o art. 225, §1°, inciso IV, que, exige estudo prévio de impacto ambiental para
instalação de obra ou atividade "potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente".

Com efeito, o artigo impugnado se restringe a exigir simples parecer de um funcionário da Secretaria
de Agricultura.

DO DIREITO

O legislador estadual parece alheio aos problemas do meio ambiente, no momento em que o Brasil,
através da Conferência da ONU, assenta normas e planos de defesa da vida no planeta terrestre. A
redação do art. ..... não deixa dúvida sobre a grave omissão da lei e a inconstitucionalidade do
apontado dispositivo, verbis

"Art. ..... A construção de usinas ..." (transcrever)

DOS PEDIDOS

Diante o exposto, REQUER:

A notificação das autoridades responsáveis para prestarem informações no prazo de vinte dias;

A suspensão do ato impugnado, a fim de evitar problemas administrativos com as benesses da


malfadada lei;

Procedido na forma dos arts. 107 a 110 do Regimento Interno, seja declarada a inconstitucionalidade
e comunicada a decisão aos órgãos interessados, para os fins de direito.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura]

Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei estadual.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO - PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

....., por intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01),
com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe
notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

do inteiro teor da Lei n.º ....., que deu nova redação ao ..... artigo da Lei do Estado nº ....., pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Eis o teor da lei objeto desta Ação Direta de Inconstitucionalidade:

.....

O cotejo das duas redações deixa claro que a lei antiga somente permitia que .....

Já a norma modificadora, objeto desta Ação, ......

Não obstante sancionada pelo Governador do Estado ........, a Lei n.º ......, ora impugnada, contém
insanável vício de iniciativa.
Com efeito, trata-se de lei, cujo projeto é de iniciativa parlamentar, conquanto devesse ser de
iniciativa do Governador do Estado, já que versa sobre ........, atinente à esfera do Poder Executivo,
pelo que foi violado o disposto no artigo 61, § ....º, ..., .... e ..., violando-se, também, por
conseqüência, o artigo 2º, ambos da Constituição da República Federativa do Brasil.

Para efeito de comprovação da iniciativa parlamentar, o autor junta à presente cópia do Projeto de Lei
n.º ........., de autoria do Deputado ......., da Assembléia Legislativa do Estado ......., que resultou na
Lei n.º .........., de .... de ......... de ..........., objeto desta Ação.

A par da inconstitucionalidade formal, a tornar imprestável toda a Lei n.º ........., do Estado .............,
seu artigo 1º é, também, materialmente inconstitucional.

É inquestionável que ..........

No caso em foco, repita-se, a lei estadual ......, ora impugnada, ao inovar a redação do §...º do artigo
..... da Lei n.º ......., que dispõe sobre ......, dispôs que ........

Ainda como mero exemplo, a Lei n.º ........., do Estado ........, que versa sobre ........, em seu artigo
....., inciso....., atribui ....... (doc. ...).

Impõe-se, por conseguinte, o reconhecimento da inconstitucionalidade formal de toda a Lei


questionada e da inconstitucionalidade material de seu artigo ...., a ser judicialmente declarada.

DO DIREITO

Merece destaque, por aproveitar ao caso em exame, trecho do voto do eminente Ministro Celso de
Mello, quando do deferimento da medida cautelar acima aludida:

"O desrespeito à prerrogativa de iniciar o processo de positivação do Direito, mediante usurpação do


poder sujeito à cláusula de reserva, traduz vício jurídico de gravidade inquestionável, cuja ocorrência
reflete típica hipótese de inconstitucionalidade formal, apta a infirmar, de modo irremissível, a própria
integridade do ato legislativo eventualmente editado".

"Nesse contexto - que faz ressaltar a imperatividade da vontade subordinante do poder constituinte -,
nem mesmo a aquiescência do Chefe do Executivo, mediante sanção do projeto de lei, quando dele é
a prerrogativa usurpada, tem o condão de sanar esse defeito jurídico radical".

"Por isso mesmo, a tese da convalidação das leis resultantes do procedimento inconstitucional da
usurpação - ainda que admitida por esta Corte sob a égide da Constituição de 1946 (Súmula n.º 5) -,
não mais prevalece, repudiada que foi, quer pelo magistério da doutrina (Manuel Gonçalves Ferreira
Filho, ´Comentários à Constituição Brasileira de 1988`, vol. 2/111, 1992, Saraiva; Pinto Ferreira,
Comentários à Constituição Brasileira, vol. 3/262-263, 1992, Saraiva; Francisco Campos, Parecer, in
RDA 73/380; Caio Tácito, Parecer, in RDA 68/341), quer pela jurisprudência dos Tribunais, inclusive
desta Corte" (RTJ 69/625 - RTJ 103/36 - RDA 72/226). (RTJ 157/462).

Essa orientação foi reiterada quando do julgamento da Medida Cautelar alusiva à ADIN 1070, do Mato
Grosso do Sul, em 23.11.1994, também relatada pelo eminente Ministro Celso de Mello, constando da
ementa do v. acórdão o seguinte trecho:

"USURPAÇÃO DE INICIATIVA E SANÇÃO EXECUTIVA: A sanção a projeto de lei que veicule norma
resultante de emenda parlamentar aprovada com transgressão à cláusula inscrita no art. 63, I, da
Carta Federal não tem o condão de sanar o vício de inconstitucionalidade formal, eis que a só vontade
do Chefe do Executivo - ainda que deste seja a prerrogativa institucional usurpada - revela-se
juridicamente insuficiente para convalidar o defeito radical oriundo do descumprimento da
Constituição da República." (DJU de 15.09.95,p.29.507).

De fato, não se pode conceber que o princípio constitucional da separação dos poderes, consagrado
no artigo 2º da Carta da República, de 1988, e refletido em outras normas constitucionais, como as
concretizadas nos artigos 61, §...º, e ...., ..., possa ficar ao líbito de qualquer um dos Poderes, uma
vez que se trata de princípio basilar do regime democrático. Por isso, desrespeitado, no caso em foco,
o disposto no artigo 61, § ....º, da Constituição Federal, a mera sanção do projeto de lei, que não foi
de sua iniciativa, como deveria ser, não pode sanar o vício de inconstitucionalidade.
Mais não é preciso dizer para demonstrar que o diploma legal ora impugnado afronta os artigos 2º e
61, § ....º, .... e ...., ambos da Constituição Federal.

Evoque-se, por fim, o magistério de Celso Ribeiro Bastos:

"Há que se recriminar de forma veemente aquelas hipóteses em que ........ Esses abusos, ainda que
praticados pela legislador, em nosso entender, são controláveis pelo Poder Judiciário. Se a
Constituição ......... extrai-se um conteúdo mínimo que não pode deixar de ser exigido. O Legislador
que o faça estará agredindo a Lei Maior costeando seus limites, agindo, enfim, sem competência. É
matéria, portanto, do controle de constitucionalidade das leis e, conseqüentemente, da alçada do
Poder Judiciário" (Comentários à Constituição do Brasil, Saraiva, São Paulo, 1992, 3º vol., Tomo III,
p. 73)

DOS PEDIDOS

Demonstrada, acima, a relevância da questão constitucional e a contrariedade da Lei n.º ......., de ...
de ......... de ........., do Estado ........, em face dos artigos 2º, 61, §.....º, ...., .... e ....,
(inconstitucionalidade formal), .... e .... (inconstitucionalidade material), todos da Constituição
Federal, urge a suspensão liminar de sua eficácia, para que ..........

Por todo o exposto, requer o autor que, após o deferimento do pedido cautelar, sejam colhidas as
informações de praxe e as manifestações do Advogado Geral da União e do Procurador-Geral da
República, para, ao final, o Plenário desse Colendo Supremo Tribunal Federal declarar a
inconstitucionalidade da Lei n.º ..........., de ... de ............ de ......., do Estado ............

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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