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PSICOLOGIA

AS TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO PROFISSIONAL I


Prof. Marcelo Campos

Acadêmica:
SILVANA MAURA MARIA ALVES

CUIABÁ
2019
PSICOLOGIA

TÉCNICAS DE EXPOSIÇÃO

Exposição

No contexto da terapia comportamental o termo “Exposição” refere-se ao


enfrentamento repetido e sistemático das situaões e objetos fóbicos. (Antony 2011).
No contexto da terapia de EPR para o TOC, exposição refere-se ao contato
direto ou imaginário com obletos, lugares, pessoas, situações ou ainda com
pensamentos, cenas ou palavras indesejaveis, que são sistematicamente evitados em
razão do medo, desconforto, nojo ou repugnância que provocam.
A Exposição é a técnica mais efetiva para o tratamento de pacientes que
têm obsessões e compulsões relacionados com sujeira, germes ou contaminação,
seguidas de lavagens excessivas (das mãos, do corpo, das roupas) e para dúvidas
obsessivas seguidas de verificações. Também é uma tecnica útil para o tratamento de
obsessões de conteúdo sexual, violento ou blasfemo repugnantes. A exposição suprime o
reforço representado pelo relativo sucesso dos comportamentos evitativos em reduzir a
ansiedade ou desconforto.

Exposição ao vivo

No TOC a exposição pode ser feita in vivo, quando há o contato direto com
objetos, locais ou situações externas da vida real, ou internas (com pensamentos,
imagens indesejáveis), etc.. Exemplos de exposição in vivo em casos de obsessão por
sujeira ou contaminação: tocar em objetos manipulados por outras pessoas como
maçanetas, corrimãos, interruptores de luz, dinheiro; usar banheiros públicos; tocar em
bolsas, chaves, carteiras, celulares de outras pessoas. Exposição a pensamentos
indesejáveis e a medos supersticiosos: cumprimentar certas pessoas, pronunciar
determinada palavra (demônio, câncer), usar roupas com cores que podem “dar azar”
como o preto, o vermelho, ou que tocaram em certa pessoa, ou fazer certas coisas um
número que seja considerado de azar.
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Exposição na imaginação

A exposição pode ainda ser na imaginação através da evocação


intencional de pensamentos, impulsos, palavras, números, lembranças, cenas ou
imagens, ou outros estímulos cognitivos, considerados estímulos aversivos por serem
provocadores de ansiedade e, por esse motivo, mantidos afastados da mente. Essa
alternativa é utilizada quando não é possível a exposição direta como por exemplo no
tratamento de obsessões de conteúdo repugnante (agressivo, sexual ou blasfemo).
Nessas situações solicita-se ao paciente que imagine da forma mais vívida possível e
com o máximo de detalhes, uma determinada cena que lhe é repugnante ou escreva uma
pequena história onde “comete” o pensamento impróprio (por exemplo: esfaquear o
namorado, abusar sexualmente da filhinha) e leia depois repetidamente, ou ainda faça
uma gravação e ouça repetidamente.

As histórias devem ser curtas – 3 a 5 minutos de leitura. O paciente é estimulado a criar


um cenário, como se estivessem escrevendo para um teatro, para um filme no qual ele é
o personagem principal de uma pequena tragédia. A leitura deverá provocar ansiedade ou
desconforto para ser efetiva. A exposição pode ser ainda a fotos, por exemplo de corpos
estraçalhados, animais atropelados, cães (medo de adquirir raiva), ratos (medo de
leptospirose), filmes contendo cenas violentas, cenas ou imagens homossexuais
(pacientes que tem obsessões de dúvida sobre orientação sexual), etc. O paciente pode
ser convidado a tocar nas fotos. Se forem palavras que não podem ser pronunciadas
(nome de certa pessoa, câncer, AIDS) o paciente poderá escrever tais palavras de forma
repetida numa folha de papel, várias vezes ao dia, até ocorrer a habituação. Embora não
seja essencial, a exposição normalmente é gradual facilitando a adesão e a correção de
crenças relacionadas a auto-eficácia. Inicia-se pelos exercícios considerados mais fáceis
ou que provocam menos aflição, para depois enfrentar aqueles considerados mais
difíceis. Em algumas situações eventualmente é impossível fazer uma exposição gradual.
Nesses casos pode-se de início realizar a exposição ao estímulo mais ansiogênico e se
chama de inundação (flooding). Por exemplo: ”espalhar” a contaminação para toda a
casa, ir a um velório. Deve ser feita com a concordância do paciente.
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Foa e Kozak (1986) destacam 3 indicadores de mudança (processamento emocional)
durante a exposição:

1) o medo subjetivo deve ser ativado e deve ocorrer uma ativação fisiológica;
2) as respostas de medo devem diminuir gradualmente dentro da sessão (habituação
dentro da sessão);
3) e diminuir gradualmente ao longo das sessões (habituação entre as sessões)

TECNICAS PARADA DE PENSAMENTO

Para Guimarães (2001), o terapeuta e o paciente trabalham juntos para


identificar crenças que a pessoa tem de si e utilizam técnicas que incluem: identificar
pensamentos ou cognições disfuncionais, automonitoração de pensamentos negativos,
identificação da relação entre pensamentos e crenças e sentimentos subjacentes,
identificar e aprender padrões de pensamentos funcionais e adaptativos, teste de
realidade dos pressupostos básicos mantidos pela pessoa sobre si mesma, o mundo e o
futuro. Segue as principais técnicas utilizadas sob enfoque integrado comportamental
cognitivo.

Técnicas de Relaxamento

A ansiedade é uma resposta de proteção, que prepara o organismo para atacar ou fugir
de perigos reais ou não. Substâncias são liberadas pelo organismo nessa situação que
promovem alterações fisiológicas, que viabilizam respostas de luta ou fuga.

O relaxamento é um processo psicofisiológico, de aprendizagem das respostas biológicas


de relaxamento e inclui:

• Exercícios de respiração – treino em padrões de baixas taxas de respiração, inspiração-


expiração profundas e amplas e respirações diafragmáticas. Esse treino distrai o paciente,
dando-lhe sensação de controle sobre o organismo.

• Treino em relaxamento – tensionar e relaxar diferentes grupos musculares para


obtenção de um estado de conforto e bem-estar.
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• Relaxamento muscular progressivo - essa técnica deve ser feita num ambiente
adequado e o paciente posicionado confortavelmente.

Dessensibilização Sistemática

Consiste em remover ou enfraquecer a ansiedade por meio da inibição recíproca, que se


chama supressão condicionada (estabelecer uma resposta antagonista à ansiedade na
presença do estímulo provocador da ansiedade, que é o relaxamento). Utiliza-se o treino
em técnicas de relaxamento e o paciente deve ser capaz de visualizar as situações
temidas. Uma das principais técnicas utilizadas no tratamento da fobia social e específica
e síndrome do pânico.

TREINO DE ASSERTIVIDADE
É feito orientando-se o paciente a emitir respostas adequadas em situações específicas
ou pelo ensaio comportamental (procedimento para o treino da assertividade). Técnica
eficaz no tratamento da fobia e da ansiedade social.

Parada Do Pensamento
É uma técnica de autocontrole, que consiste em formular um pensamento indesejado e
com um comando de “pare” em voz alta, impedir a evolução do pensamento. Outras
palavras ou imagens também podem ser usadas, como visualizar uma placa, escrito
“Pare”. Essa técnica é muito útil porque a presença de pensamentos incômodos favorece
a ocorrência de comportamentos indesejáveis. Muito utilizada no tratamento do estresse
pós-traumático.

Auto instrução
Utilizada para modificar cognições com o objetivo de mudar comportamentos, ensinando
o paciente a desenvolver pensamentos adequados e realísticos à situação temida.
Aplicada principalmente no tratamento da ansiedade, impulsividade e hiperatividade
infantil.
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Inoculação Do Estresse
Consiste em treinar o paciente na vivência de uma situação estressante, para que ele
desenvolva recursos de enfrentamento a serem utilizados na situação temida real. Muito
utilizada no tratamento do pânico, fobias específicas, transtorno do estresse pós-
traumático, ansiedade generalizada, alcoolismo, entre outros.

Treino em Habilidades Sociais


O objetivo da técnica é capacitar o paciente a emitir respostas adequadas a situações
específicas. Pode ser usada no tratamento de grupos especiais como portadores de
transtornos de personalidade evitativa e esquizofrenia.

Solução de Problemas
A técnica consiste em ensinar o paciente, maneiras adequadas de enfrentar situações da
vida real. Deverá aprender a manejar e adaptar procedimentos e estratégias aprendidos
na terapia, por meio de modelagem de habilidades, em sua vida. Situações são simuladas
durante as sessões. A técnica pode ser aplicada no tratamento da depressão, terapia de
casal, transtorno de conduta, hiperatividade e déficit de atenção.

Exposição
Consiste em expor o paciente, repetidamente, ao vivo ou na imaginação, diretamente a
situação temida, que são evitadas por desencadearem ansiedade. Muito apropriada para
tratamento de fobias.

Exposição E Prevenção De Respostas


Inclui a exposição mais bloqueio da resposta compulsiva para tratamento do Transtorno
Obsessivo Compulsivo (TOC).

Exposição Interoceptiva
Técnica de exposição mais provocação de respostas fisiológicas, como tonteira,
taquicardia, tensão muscular, por meio de exercícios e técnicas específicas. Utilizada no
tratamento da síndrome do pânico, com o objetivo de diminuir ou romper a associação
entre indicadores fisiológicos e reações de pânico.
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Para Beck et al. (2005), no tratamento dos transtornos de personalidade algumas técnicas
cognitivas e comportamentais são úteis, como:
• “Sondagem Cognitiva” – utilizada para aliciar e avaliar pensamentos automáticos.

• Confrontando os Esquemas – deve-se tratar de todos os esquemas: cognitivos,


comportamentais e afetivos. As distorções cognitivas do paciente apontam para os
esquemas e o terapeuta o ajuda na identificação de regras disfuncionais que dominam
sua vida e trabalha com ele para realizar as alterações necessárias a um funcionamento
mais adaptativo.

• Tomando decisões – ajuda o paciente a aprender a tomar decisões importantes.

• Revivendo experiências da infância – situações da infância podem levar ao


entendimento das origens dos padrões desadaptativos. Recriando certas situações o
paciente tem a oportunidade de reestruturar atitudes formadas naquele período e suavizar
atitudes em relação a si mesmo.

• Uso da imaginação – permite que o paciente reviva eventos traumáticos passados,


possa reestruturar a experiência e suas atitudes decorrentes.

Sudak (2008) aponta a importância da colaboração no relacionamento entre terapeuta e


paciente. O paciente deve tornar-se coinvestigador e uma aliança terapêutica forte é
essencial para bons resultados.

1. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Descrever os resultados obtidos, as conclusões a que se chegou, e as recomendações


para o futuro acerca do projeto. De 2 a 3 páginas.

Minhas considerações sobre os conhecimentos e vivencias no estagio


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