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Índice
Introdução.................................................................................................................................... 2
1.Conceito de literatura.............................................................................................................. 4
5.Os autores e a sua produção literária - que géneros literários e que temáticas ......... 25
5.3.David Mourão-Ferreira................................................................................................... 32
Bibliografia ................................................................................................................................. 62
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VIVER EM PORTUGUÊS
Introdução
Os media divulgam, algumas vezes, o que de mais recente se publica, mas é importante
que paralelamente haja um acompanhamento mais especializado, no sentido de levar
cada formando ao melhor aproveitamento possível daquilo que a literatura lhe pode
oferecer.
O presente módulo deverá, pois, ser aplicado nesta perspetiva, de molde a que os
formandos se tornem cada vez mais atentos à escrita literária, desenvolvam
competências de autonomia de leitura, de apreço pela arte e capacidade de retenção de
informação, por esta via.
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Resultados da aprendizagem
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1.Conceito de literatura
A palavra literatura deriva do termo latim litterae, que faz referência ao conjunto de
conhecimentos e competências para escrever e ler bem. O conceito está relacionado
com a arte da gramática, da retórica e da poética.
Também é usado este termo para definir o conjunto das produções literárias de um país,
de uma época ou de um género/sector de conhecimento (como a literatura persa, por
exemplo) e o conjunto de obras que tratam sobre uma arte ou uma ciência (literatura
desportiva, literatura jurídica, etc.).
A literatura traduz, assim, um conjunto de textos escritos (muitas vezes também fixados
na tradição oral), esteticamente elaborados a partir da linguagem comum, que dão conta
da especificidade cultural de uma comunidade.
A definição de obra literária poderá variar, mas uma análise histórica salienta os
denominados clássicos da literatura, obras que, pela sua importância social e cultural,
marcaram determinadas épocas. A obra literária a reconstituição de um acontecimento
através da comunicação escrita, sendo que fundamentalmente atendendo a função
semiótica, representa a execução do ato primário, comunicar.
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Conceito
A literatura pode ser entendida como uma imitação pela palavra assente na
ficcionalidade, que apresenta dois valores nucleares: o valor de significado (semântico)
e o valor formal (de expressão linguística). Há manifestamente uma intenção estética,
artística, altamente polissémica.
Aquilo que define o texto literário é, “mais do que a vontade de comunicação, a sua
capacidade de significar”. Este texto vive “do que a mensagem contém e não do que ela
simplesmente diz”. O texto literário emprega as palavras da língua com liberdade,
recorrendo ao seu sentido conotativo ou metafórico.
Esta interpretação é subjetiva e motiva uma discussão produtiva e uma troca de ideias
que partem de uma base comum, o texto, mas cuja significação difere de indivíduo para
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indivíduo, já que cada um, de acordo com os seus esquemas conceptuais, constrói as
suas próprias representações.
Ao ler um texto, o leitor apropria-se da sua informação básica e elabora, sobre este,
uma representação individual que se distinguirá de qualquer outra porque é moldada
pelo seu conhecimento do mundo. Ao elaborar a sua própria representação individual
do texto, o leitor está a construir um modelo interpretativo, ou seja, um modelo
situacional.
Assim, espera-se de quem ensina que seja capaz de conduzir os alunos nesse processo
de descoberta, que vai da palavra à frase e da frase ao texto, abrindo trajetos,
navegando pelas linhas que desenham o texto escrito. E, da parte de quem quer
aprender a gostar de ler, que se interesse, que se deixe surpreender pelas escolhas
efetuadas.
Saber ler é, hoje e sempre, mais do que uma condição de sucesso pessoal, escolar,
profissional e social. É o fator de sucesso coletivo de uma nação. Por isso, o direito à
leitura tornou-se uma questão de justiça social, o que implica que uma das grandes
prioridades de qualquer sistema educativo seja o desenvolvimento da competência de
leitura para todos os alunos.
Saber ler e gostar de ler são os passos para o desenvolvimento. E quanto mais se gostar
de ler, mais se lê e se sabe fazê-lo. Porém, só quem sabe ler gosta de ler. Para isso a
literatura é mais do que a melhor opção. A literatura é a solução.
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Géneros literários
Género por natureza propenso à representação do real, o romance tem no espaço uma
categoria com funções particularmente relevantes: o espaço do romance, pela sua
amplidão e pormenor de caracterização, revela potencialidades consideráveis de
representação económico-social, em conexão estreita com as personagens que o
povoam e com o tempo histórico em que vivem.
O facto de essa representação ser direta implica não só a sua concretização perante um
público, mas também a ausência de narrador; por outro lado, o facto de o drama ser
sobretudo ação faz com que os acontecimentos sejam apresentados quase sempre de
forma muito viva, processando-se os avanços bruscos no tempo com o auxílio de
artifícios específicos (por exemplo a mudança de ato ou cenário).
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Assim, os recursos literários são constituídos, como se disse, pelo discurso das
personagens e, de um modo geral, pela articulação da ação e das figuras que lhe dão
vida enquanto componentes de um universo de ficção particular.
Por sua vez, os recursos humanos serão sobretudo os atores que dão vida e
interpretação à fala das personagens, sem os quais o texto dramático não pode ser
ativado.
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O texto lírico é alheio ao fluir do tempo - nos textos líricos, a temporalidade, quando é
representada, é como um elemento do mundo interior do Eu, concorrendo para a
representação do que é central no universo lírico: uma ideia, uma emoção, uma
sensação, etc.
O texto lírico é marcado pela concentração emotiva e expressiva – a grande maioria dos
textos líricos tem uma extensão relativamente reduzida.
O texto lírico realiza, de modo singular, a simbiose da língua falada e da língua escrita -
se as características do texto lírico referidas pressupõem a performance oral do poema
- mesmo que processada apenas interiormente através de uma leitura silenciosa - os
aspetos relativos à forma impressa do texto pressupõem a compreensão e a fruição do
poema como texto escrito, como objeto espacial de natureza visual.
1. Em primeiro lugar, deverá lembrar-se que uma primeira leitura pode ser insuficiente.
Um texto literário é um sistema complexo de relações entre palavras e ideias. O que, à
primeira vista, parece evidente pode não sê-lo. Compreender um texto envolve um
trabalho lento de aproximação e, por vezes, a primeira leitura revela-nos apenas uma
impressão geral nem sempre correspondente à essência do texto.
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É preciso, pois, ler o texto tantas vezes quantas as necessárias para que a mensagem
comece a tornar-se explícita. E se o texto é um tecido composto por malhas que se
entrelaçam (as palavras nas suas múltiplas relações) é necessário desfazer a teia
(analisar palavras, frases, conjuntos de frases) para compreender a lógica interna que
presidiu à sua construção.
No desfazer dessa teia têm cabimento todas as operações que possam contribuir para
uma melhor compreensão do texto:
Procurar saber o significado de todas as palavras, mesmo as mais incomuns;
Procurar interpretar as várias conotações de que as palavras e as expressões se
revestem;
Agrupar palavras e expressões em campos semânticos (sobretudo se verificar
que no texto se insiste neste ou naquele campo de significação);
Fazer o levantamento de classes de palavras que, por vezes, imprimem uma
determinada dimensão ao texto (reparar, por exemplo, no valor expressivo de
muitos adjetivos);
Reparar na pontuação utilizada (muitas vezes, um simples ponto de exclamação
ou umas reticências vêm dar a uma expressão um sentido novo);
Ter em conta (sobretudo no texto poético) o valor fónico de algumas palavras,
uma vez que a insistência em determinados sons e as combinações sonoras (a
rima, por exemplo) podem ter um papel importante;
Analisar a organização estrutural do texto.
Enfim, fazer o levantamento dos vários recursos estilísticos que foram usados no texto
a nível fónico, morfossintático e semântico.
2. Depois desse trabalho de análise será fácil tirar algumas conclusões. Terá, com
certeza, compreendido qual o tema do texto e poderá passar, então, a uma 2ª fase do
trabalho - a elaboração escrita da análise interpretativa. Trata-se, agora, de escrever um
texto pessoal sobre o texto.
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A Introdução
Geralmente breve, poderá apresentar informações sobre os seguintes aspetos:
Tipo de texto, género literário a que pertence;
Período literário em que está inserido;
Integração na obra (se for um excerto);
Tema.
O Desenvolvimento
A parte mais importante, não apenas pela sua extensão, mas porque deverá
corresponder a uma explicitação das várias etapas de análise e interpretação do texto.
Contemplará todos os aspetos referidos anteriormente e que serão ordenados agora
consoante o que parecer mais eficaz para a desmontagem do texto.
Deverá referir todos os elementos que pareçam pertinentes a nível estrutural e temático,
pois só assim será possível aproximar-se da mensagem expressa, descodificar as ideias,
as emoções, os sentimentos, tendo sempre presente que, em relação a um texto literário
«não basta perceber o que diz mas também como o diz».
Com todos estes elementos, poderá agora reconstituir o texto, confirmar o que disse
quando enunciou o tema. É como se tivesse andado à roda das palavras até concluir o
círculo.
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A Conclusão
Nunca muito longa, deverá ser uma espécie de balanço (resumido, claro) do
anteriormente exposto.
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A literatura portuguesa desenvolve, nas suas origens, um lirismo de intenso fulgor, com
a poesia trovadoresca, e muito particularmente com as cantigas de amigo, que se
prolonga na lírica camoniana e clássica de uma maneira geral, renovando-se a partir do
Romantismo, com personalidades destacadas:
Garrett e o nacionalismo romântico de expressão amorosa;
Cesário Verde e o quotidiano urbano simultaneamente idealizado e banal;
Antero de Quental e a dilaceração do pensamento implicado na existência
concreta;
Camilo Pessanha e o sonho da perfeição verbal na corrosão do tempo humano.
Luís de Camões (séc. XVI) e Fernando Pessoa (séc. XX) são, no entanto, considerados
os maiores escritores da literatura portuguesa; de facto, o Modernismo encontra em
Pessoa (fundador da revista Orpheu) uma expressão complexa e personalizada, já que
a galáxia dos seus heterónimos (nomes de personalidades diferenciadas com as quais
compôs a sua obra) constitui um fenómeno marcante na sua composição literária e na
experiência humana correspondente, com resultados literários surpreendentes, que
configuram uma autêntica ficção da arte de escrever.
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Escritores como Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Raul Brandão, Aquilino Ribeiro
e, mais recentemente, Vergílio Ferreira, Agustina Bessa-Luís, José Cardoso Pires, José
Saramago e António Lobo Antunes são algumas das figuras mais emergentes neste
capítulo, onde os contemporâneos se destacam pelo seu número e qualidade.
Estão neste caso escritores já desaparecidos, mas que até há pouco tempo marcaram a
cena intelectual portuguesa, com as suas personalidades multímodas e com a força
diversificada do seu talento, de uma maneira geral empenhado em praticar uma aliança,
porventura conflituosa, entre o trabalho poético e a existência concreta, e em afirmar a
capacidade lúcida (isto é: inteligente e radiosa) da literatura para entender o real.
Principais nomes: Miguel Torga, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Carlos de Oliveira e
David Mourão-Ferreira. Também nesse sentido se afirmam os corifeus da poesia
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A divulgação da literatura nas escolas tem sido alvo de amplo debate, sendo
praticamente impossível chegar-se a uma conclusão sobre que autores incluir nas
cadeiras ligadas à língua e cultura portuguesa.
Os hábitos de leitura nunca foram grandes (e, sobretudo, nunca foram devidamente
fomentados) entre os Portugueses, embora haja aumentado o número de bibliotecas, e
novas formas de ocupação dos tempos livres mostram-se, de certo modo, adversárias
da literatura, pelo menos na sua forma mais tradicional.
Alguns jovens autores, muito em especial na área da poesia, como, por exemplo, José
Luís Peixoto ou Jacinto Lucas Pires (também com incursões no teatro), têm sido bem-
sucedidos na aceitação dos seus trabalhos, não descurando uma linguagem mais
próxima da que é usada no dia-a-dia pelas camadas mais jovens e procurando formas
atuais (especialmente no primeiro caso) de divulgação das suas obras.
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com reticências por parte dos círculos mais literatos, trouxe, pelo menos, a vantagem
de ter conseguido atingir assinaláveis volumes de vendas.
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Modernismo
Ambiência estética cosmopolita que define as artes e a cultura europeia e internacional
na viragem do século, e, muito em especial, durante as suas primeiras duas ou três
décadas.
Na literatura portuguesa, a revista Presença (de José Régio e João Gaspar Simões) é por
uns entendida como «a contrarrevolução do modernismo» (Eduardo Lourenço) e, por
outros, como «um segundo modernismo».
A arte moderna surgiu em rutura com o séc. XIX: rompe-se com os códigos, com a
perspetiva, com o conceito de belo, etc.
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Neorrealismo
Corrente literária de influência italiana que anexa algumas componentes da literatura
brasileira, nomeadamente a da denúncia das injustiças sociais do romance nordestino.
Quer na poesia, quer na prosa, o neorrealismo assume uma dimensão de intervenção
social, agudizada pelo pós-guerra e pela sedução dos sistemas socialistas que o clima
português de ditadura mitifica.
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No romance, Soeiro Pereira Gomes, com “Esteiros”, e Alves Redol, com “Gaibéus”, de
1940, inauguraram, na ficção, uma obra extensa e representativa, que também muitos
dos outros poetas mencionados (sobretudo os quatro primeiros) contribuíram para
enriquecer.
Sobre a forte influência do Neorrealismo nas artes em Portugal ver o texto sobre o
Modernismo. Em Portugal o Neorrealismo surge no mesmo período que o Surrealismo e
o Abstracionismo, gerando-se entre estes movimentos acesa polémica sobre a natureza
e o papel das artes.
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Modernidade
Não é uma corrente estética, mas uma noção, muito frequente, com a qual se qualifica
muitas vezes, e em termos positivos, a qualidade de uma obra. Desligada
semanticamente do conceito de modernismo, evoca outros momentos históricos de
renovação estética e cultural.
Em nosso entender, Pessoa é um grande poeta porque, através da diversidade dos seus
heterónimos, está mais ligado a uma noção de modernidade do que ao conceito de
modernismo, assim como Almada Negreiros; António Boto e Irene Lisboa, presencistas
imperfeitos, são-no na medida em que elaboram também a sua quota-parte de
modernidade.
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Pós-modernismo
Etiqueta polémica que se apõe a vária da produção literária contemporânea, vulgarizada
pelas controvérsias filosóficas, mas do ponto de vista literário seriamente encarada por
grupos e autores americanos e canonizada por inúmeros trabalhos científicos e teses em
universidades dos EUA e da Europa do Norte.
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Surrealismo
Muito tardio, na literatura portuguesa, é representado por grandes poetas (António
Pedro, Manuel de Lima, Mário-Henrique Leiria, Mário Cesariny) e tem grande impacto na
configuração do discurso poético da modernidade, de Herberto Helder ao grupo de
escritores da publicação Poesia-61 (Gastão Cruz, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto
Jorge, Maria Teresa Horta), não esquecendo Ruy Belo, Casimiro de Brito e João Rui de
Sousa.
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Experimentalismo
Corresponde a um modo de intervenção estética, assumido como vanguarda, de poetas
aliás muitas vezes ligados a outros movimentos, nomeadamente ao neorrealismo e ao
surrealismo, e tem como expoentes principais, que se mantém fiéis a esse modo desde
há quatro décadas, E. M. de Melo e Castro e Ana Hatherly (esta também autora de uma
novela importante de tipo surrealista, “O Mestre”).
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Da sua obra de ficção narrativa para adultos, refiram-se apenas alguns títulos como “A
sibila” (1954), “As pessoas felizes” (1975), “Fanny Owen” (1979), “O mosteiro” (1980),
“Os meninos de ouro” (1983), “Vale Abraão” (1991), “Ordens menores” (1992), “Um cão
que sonha” (1997), entre muitos outros que poderiam ser mencionados.
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Estas, por sua vez, caracterizam-se por uma força vital assombrosa ou, pelo contrário,
por uma fragilidade, uma impotência perante a vida, que ainda vem reforçar as
características das personalidades dominadoras. É essa força telúrica que transforma as
suas personagens em personagens mágicas que reorganizam o mundo à volta delas.
Nos contos para crianças, o carácter sentencioso da sua escrita parece suavizar-se pela
diminuição dos argumentos utilizados, mas reaparece através das características de um
discurso formado por frases mais curtas e incisivas. As metáforas e imagens utilizadas
também ora estão próximas do mundo da infância e assumem o humor impiedoso das
crianças, ora denunciam a crítica mordaz que se esconde por detrás da experiência
adulta.
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Lisboa, 1942
António Lobo Antunes começou por utilizar o material psíquico que tinha marcado toda
uma geração: os enredos das crises conjugais, as contradições revolucionárias de uma
burguesia empolgada ou agredida pelo 25 de abril, os traumas profundos da guerra
colonial e o regresso dos colonizadores à pátria primitiva. Isto permitiu-lhe, de imediato,
obter um reconhecimento junto dos leitores, que, no entanto, não foi suficientemente
acompanhado pelo lado da crítica.
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Ultrapassado este jogo de equívocos, António Lobo Antunes tornou-se um dos escritores
portugueses mais lidos, vendidos e traduzidos em todo o mundo. Pouco a pouco, a sua
escrita concentrou-se, adensou-se, ganhou espessura e eficácia narrativa. De um modo
impiedoso e obstinado, esta obra traça um dos quadros mais exaustivos e
sociologicamente pertinentes do Portugal do século XX.
A sua obra prosseguiu numa contínua renovação linguística, tendo os seus romances
seguintes (“Exortação aos Crocodilos”, “Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura”,
“Que Farei Quando Tudo Arde?” ou “Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo”), bem recebidos
pela crítica, marcado definitivamente a ficção portuguesa dos últimos anos.
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«Nada a não ser de tempos a tempos um arrepio nas árvores e cada folha uma
boca numa linguagem sem relação com as outras, ao princípio faziam
cerimónia, hesitavam, pediam desculpa, e a seguir palavras que se
destinavam a ela e de que se negava a entender o sentido, há quantos anos
me atormentam vocês, não tenho satisfações a dar-vos, larguem-me, isto em
criança, em África, e depois em Lisboa, a mãe chegava-se ao armário da
cozinha onde guardava os remédios
– São as vozes Cristina?
aqui na Clínica silêncio, com as injeções as coisas desinteressam-se de mim,
uma frase, às vezes, mas sem ameaças nem zangas, o nome apenas
– Cristina
uma amabilidade pressurosa
– Como estás Cristina?
ou uma queixa
– Nunca mais nos ligaste
a cama, a mesa e as cadeiras quase objetos de novo, embora se perceba um
ressentimento à espera, não se atrevia a tocar-lhes, deitava-se pesando o
menos possível na esperança que a almofada ou os lençóis não a sentissem e
pode ser que se distraiam e não sintam, não devem sentir porque nenhum
– Como estás Cristina?
desde há semanas, tirando as folhas num capricho do vento e as bocas de
regresso um instante, o que me incomodam as bocas, o diretor da Clínica
– Ando a pensar dar-lhe uns dias de licença na condição de tomar os
comprimidos
não havia a sombra de uma sugestão, um conselho, a ordem
– Tens de matar o teu pai com a faca
graças a Deus ausente, quase paz se houvesse paz e não há, há pretos a
correrem em Luanda, camionetas de soldados, tiros, gritos numa ambulância
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5.3.David Mourão-Ferreira
Depois de frequentar o Colégio Moderno, onde foi aluno de Álvaro Salema e colega de
Mário Soares, licenciou-se em Filologia Românica, em 1951, com uma tese sobre Sá de
Miranda, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aí tendo tido como mestres
Hernâni Cidade, Vitorino Nemésio, Jacinto do Prado Coelho, Maria de Lourdes Belchior e
como colegas Sebastião da Gama e Lindley Cintra, entre outras personalidades da cultura
portuguesa contemporânea de quem foi amigo e que muito o marcaram na sua formação
pessoal e académica.
Entre 1957 e 1963 foi assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde
foi readmitido, como professor auxiliar, em 1970. Aí marcou várias gerações de
estudantes na regência das cadeiras de Teoria da Literatura e de Literatura Portuguesa
e numa prática da docência onde o tom às vezes retórico do discurso não inibia a
capacidade de diálogo e parecia corresponder antes, na abordagem teórica da literatura
e no gosto da sua partilha, à mesma exigência de rigor formal que punha na escrita, ao
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mesmo gosto de articular palavras e de as organizar em versos como quem nelas articula
os seus mais antigos arquétipos culturais.
E no entanto parece tão fácil reconhecer que, nessa escrita, ora lúdica, ora dramática,
Das sílabas a espátula/ começa pouco a pouco/ a modelar-te em alma/ o que era apenas
corpo/ [...] e O que era apenas alma/ volve-se agora corpo (“Corpoema”), tão
insignificante é do ponto de vista poético a diferença.
Poucas vezes um escritor terá visto a sua morte tão publicamente anunciada, tão
mediática, mas sinceramente, chorada.
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E POR VEZES
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5.4.Dinis Machado
Escritor. Iniciou a sua carreira como jornalista desportivo e crítico de cinema. Trabalhou
nos jornais Record, Norte Desportivo, Diário Ilustrado e Diário de Lisboa. Organizou nos
princípios dos anos sessenta os primeiros Ciclos de Cinema da Casa da Imprensa e fez
crítica cinematográfica na revista Filme.
Nos anos setenta foi diretor, com António Ramos, da edição portuguesa da revista de
banda desenhada, Spirou. Sob o pseudónimo de Dennis McShade deu a lume três
romances policiais. Traduziu, com Rita Alves Machado, Truman Capote (“Um Natal”,
1983).
Sobre o seu romance “O Que Diz Molero” – grande êxito editorial, traduzido em várias
línguas e objeto de uma versão teatral de Nuno Artur Silva – afirmou Eduardo Lourenço
tratar-se «de um livro-chave do nosso tempo».
António Mega Ferreira considerou-o o «mais importante texto de ficção que se publicou
em Portugal nos últimos anos [...] páginas miraculosamente repletas de sinais da mais
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E Luiz Pacheco fala de «uma cavalgada furiosa de episódios, uma feira, um tropel de
gente, uma festa popular de malucos e malucas, tudo chalado, uma alegria enorme
quase insensata, o sentimento nos momentos doloridos mas tudo tão próximo de nós e
tão naturalmente reproduzido na escrita.»
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Vem viver para Lisboa muito jovem. Após concluído o liceu, frequenta o curso de
Matemáticas Superiores da Faculdade de Ciências, que abandona para se alistar na
Marinha Mercante como praticante de piloto sem curso. Viaja então por toda a costa de
África, até ser forçado ao abandono dessa atividade.
Autor vário, do romance à sátira política, passando pelo teatro e pela crónica, José
Cardoso Pires é considerado um dos maiores e melhores prosadores e contadores de
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Resulta daqui um realismo crítico de estilo muito pessoal, caracterizado por grande
depuração, tanto ao nível narrativo como sintático e vocabular, uma prosa viva e objetiva
que foi tendo na atividade jornalística, desenvolvida ao longo dos anos, a sua oficina
permanente.
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5.6.José Saramago
Prémio Nobel de Literatura 1998. Nascido no Ribatejo, mas desde muito novo a residir
em Lisboa, José Saramago é um caso paradigmático de escritor autodidata: com um
curso em serralharia mecânica concluído em 1939, vai, ao longo dos anos, repartir a sua
atividade profissional pela tradução, a direção literária e de produção numa casa editora,
colaborações várias em jornais e revistas.
Tendo embora iniciado a sua carreira nas letras em 1947, com o livro “Terra do Pecado”,
é em 1980, com o romance “Levantado do Chão”, história da vida de uma família
camponesa do Alentejo desde o início do século até à revolução de abril e ao advento
da reforma agrária, que José Saramago produz aquilo a que já se convencionou chamar
o seu «primeiro grande romance».
Primeiro porque a partir daí eles se têm sucedido regularmente como outros tantos
«grandes romances», o maior dos quais, por ter constituído um autêntico «caso» de
celebridade tanto nacional como internacional, com tradução para uma vintena de
línguas e adaptação a libretto de ópera, foi sem dúvida “Memorial do Convento” (1982).
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Tudo isto é servido por um estilo que passará a constituir forte marca do autor e que se
define, basicamente, pela supressão de alguns sinais de pontuação, nomeadamente
pontos finais e travessões para introduzir o diálogo entre as personagens, o que vai
resultar num ritmo fluido, marcadamente oral e muito próprio, tanto da escrita como da
narrativa.
De facto, mesmo antes da consagração máxima trazida pelo Nobel, Saramago era já o
autor português contemporâneo mais traduzido, com livros editados em todo o mundo,
da América do Norte à China, e detinha já um capital de prestígio reconhecido pela
atribuição de vários prémios literários internacionais e nacionais.
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5.7.Lídia Jorge
Romancista, contista e autora de uma peça de teatro, Lídia Guerreiro Jorge nasceu em
Boliqueime em 1946.
Esta sua primeira obra publicada deve um impulso à revolução de abril de 1974: “O Dia
dos Prodígios” constrói-se como uma alegoria do país fechado e parado que Portugal era
sob a ditadura, permanentemente à espera de uma força que o transformasse. O
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romance teve grande impacto junto do público e da crítica e Lídia Jorge foi de imediato
saudada como uma das mais importantes revelações das letras portuguesas e uma
renovadora do nosso imaginário romanesco.
A par da atividade literária, Lídia Jorge foi professora convidada da Faculdade de Letras
de Lisboa, atividade que interrompeu para desempenhar funções na Alta Autoridade
para a Comunicação Social, entre 1990 e 1994.
Os seus livros têm-lhe merecido variadíssimos prémios e estão traduzidos para diversas
línguas.
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Por entre o barulho que fazia dentro e fora, perguntei-lhe - “Sabe o que
significa o seu nome?”
Helena de Tróia começou a rir - “Não, não sei.”
“Nunca lhe disseram Haec Helena?”
“Não, nunca”—disse ela com pestanas inocentes a baterem ao longo dos
olhos, afastada agora dos crustáceos e da turquês que lhes quebravam tão
bem as eriçadas patas. Quis que Helena soubesse.
“Dizer Haec Helena é o mesmo que dizer eis a causa do conflito - gosta?
Era uma bela mulher, despida lembrava um pombo, como outras lembram
uma rã e outras uma baleia. Não era só a voz que lembrava um pombo, a
chamar pelo barco, mas era também a perna, o seio, alguma coisa estava
espalhada por ela que pertencia à família das columbinas. Talvez o cabelo
vermelho, a pele leitosa.
Ela [Helena] pôs uma perna fora do lençol. Os músculos gémeos de Helena
não se veem, por mais que Helena comprima o peito do pé. Tenho a perna de
Helena na minha mão, peço-lhe que a curve para ver a atuação dos gémeos.
A perna apenas toma um pouco mais de volume e engrossa. Passa-se o mesmo
com a coxa. Helena abre e fecha a coxa. O seu slip é tão escasso que melhor
fora não o ter. Helena puxa os joelhos, senta-se, levanta o assento, retira o
slip, escorrega-o pelas pernas sempre unidas, estende-se.
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5.8.Manuel Alegre
Águeda, 1936
Poeta. Fez os estudos secundários no Porto, altura em que fundou, com José Augusto
Seabra, o jornal Prelúdio. Do Liceu Alexandre Herculano, do Porto, passou a Coimbra,
em cuja Universidade foi estudante de Direito, de par com uma grande atividade nas
áreas da política, da cultura e do desporto.
Em 1962 foi mobilizado para Angola, tendo aí participado numa tentativa de revolta
militar, pelo que esteve preso no forte de São Paulo de Luanda, cárcere onde conheceu
Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Libertado da cadeia angolana, foi
desmobilizado e enviado para Coimbra em regime de residência fixa.
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Começando por tomar por base temática a resistência ao regime, o exílio, a guerra de
África, logo a poesia de Manuel Alegre evoluiria num registo épico e lírico que bebe muito
em Camões e numa escrita rítmica e melódica que pede ser recitada ou musicada.
Para além das revistas e jornais já citados, Manuel Alegre tem colaboração dispersa por
muitos outros jornais e revistas culturais, de que destacamos: A Poesia Útil (Coimbra,
1962), Seara Nova, o suplemento do Diário Popular «Letras e Artes», Cadernos de
Literatura (Coimbra, 1978-), Jornal de Poetas e Trovadores (Lisboa, 1980-) e JL: Jornal
de Letras, Artes e Ideias.
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A sua infância feliz vivida no Porto propicia-lhe imagens e reminiscências que, de uma
forma ou de outra, se vão entalhar na sua obra lírica e narrativa, em especial nos contos
para crianças: a casa do Campo Alegre e o seu jardim (atual Jardim Botânico do Porto,
que inspirou “O Rapaz de Bronze”, “A noite de Natal”, “A floresta”), a praia da Granja
(na origem de “A menina do mar”), as festas de Natal de tradição nórdica (de cuja
memória estão imbuídos “O Cavaleiro da Dinamarca” e “A noite de Natal”).
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A poesia que publicou foi, por mais que uma vez, distinguida com prémios de prestígio,
nacionais e internacionais (Prémio Camões, Prémio Pessoa e outros), o mesmo
acontecendo com a sua obra destinada aos mais novos, a que foi atribuído o Grande
Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças.
Inúmeras vezes reeditados, tanto “O Rapaz de Bronze” (1956), “A fada Oriana” (1958),
“A menina do mar” (1958) e “A noite de Natal” (1960), como “O Cavaleiro da Dinamarca”
(1964), “A floresta” (1968), “O Anjo de Timor” (2004) e os recontos que é possível ler
em “A árvore” (1985), a par da breve peça teatral “O Bojador” (1.ª ed., [1961]; 2.ª ed.,
2000), representam, na sua maioria, momentos altos da história da literatura portuguesa
para crianças.
Sem se assumirem declaradamente como obras moralistas, não restam dúvidas de que
a sua inteligente urdidura aponta para um dever ser, em que surgem valorizados a
Natureza, a harmonia, o equilíbrio e a justiça.
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POEMA
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5.10.Vergílio Ferreira
Com uma obra que se inscreve no modo narrativo, e se situa entre, por um lado, o
Neorrealismo (constituindo “Manhã submersa”, de 1955, um exemplo modelar da
apropriação do romance presencista da adolescência pelos neorrealistas, segundo
alguma crítica) e, por outro lado, o Existencialismo (principalmente a partir de
“Aparição”, de 1959), cultivou intensamente o romance, o ensaio e o diário, mas também
o conto, ainda que de forma mais marginal.
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Claro que há ainda romance, e até na sua dimensão mais consensual e acidentalmente
romanesca, que é a da história de amor. Mas se, na sequência da tradição, também aqui
o amor é aquilo que só se sabe depois, diferentemente dela, este depois não é a origem
reencontrada mas um frágil presente que se sustenta apenas da escrita do nome amado,
como em Cartas a Sandra.
Neste presente, que é a perda serena de todas as estórias, desenha-se com nitidez a
dificuldade contemporânea do fazer sentido. É dessa crise (de cultura e de civilização),
das suas várias alíneas polemizantes (marxismo, estruturalismo, filosofia da linguagem),
mas também daquilo que cria a esperança de um depois dela (a arte, os autores que se
amam, a insistência do pensamento), que falam os inúmeros ensaios que V. F. também
escreveu, com muito particular acerto “Carta ao Futuro” (1958), “Invocação ao Meu
Corpo” (1969) e “Pensar” (1992).
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Pela última vez, durmo na casa do Alto. É uma noite sem lua mas com um céu
vivo de estrelas. Mas a minha atenção prende-se à cidade, à planície. Para os
lados da estrada de Viana descubro um espetáculo extraordinário que me
alvoroça, que me fascina: numa vasta extensão de terreno, um incêndio lavra
interminavelmente, iluminando a noite. É uma "queimada", suponho, o
incêndio do restolho para a renovação da terra. Alinhadas pelos sulcos, as
chamas avançam como um flagelo inexorável. E aos meus olhos saqueados é
como se uma cidade ardesse, uma cidade fantástica, aberta de quarteirões,
de praças, de sonhos. Cidade, minha cidade... Que a terra tenha razão sobre
ti, que essa força que mal sei te absorva, te revele em cinzas, tire delas outra
fecundação e outro ignorado recomeço - que me importa? A minha vida é "a"
vida, só existe o que sou: não se imagina quem se não é.
Acendo um cigarro, fico-me a olhar o incêndio.
Mas esta nudez que eu algum dia julguei possivelmente coberta pela
compreensão dos outros, esta redução extrema às minhas raízes, esta solidão
inicial de quem não pode esquecer a sua pobre condição é o sinal humilde e
amigo de que à vida que me deram a não repudiei, de que cuidei dela, a não
perdi, a levo comigo nesta viagem breve, a aceito ao meu olhar de
fraternidade e perdão... A noite avança, a minha cidade arde sempre. Vou
fundar outra noutro lado. Mas não sabia eu que ela devia arder? Acaso será
possível construir uma cidade como a imagino, a cidade do Homem? Acaso
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não dura ela em mim, no meu sonho, apenas porque a penso sem
consequências, a imagino, a não vivo, lhe não exijo responsabilidades? Não o
sei, não o sei...
Mas o que sei é que o homem deve construir o seu reino, achar o seu lugar na
verdade da vida, da terra, dos astros, o que sei é que a morte não deve ter
razão contra a vida nem os deuses voltar a tê-la contra os homens, o que sei
é que esta evidência inicial nos espera no fim de todas as conquistas para que
o ciclo se feche - o ciclo, a viagem mais perfeita.
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Propostas de atividade
A literatura deverá chegar aos formandos de uma forma menos académica e mais em
função de aspetos que possam despertar o seu interesse.
Assim, o formador poderá motivar os seus formandos para as diferentes obras e autores,
fazendo apresentações diversificadas:
Leitura de textos previamente selecionados e gravados por uma voz exterior à
sala de aula; (um ator de teatro local, um amigo, um familiar...);
Referência à obra através da temática que lhe é central, ou da biografia do autor;
Passagem de um programa televisivo onde se tenha falado de literatura;
Levar à aula alguém do exterior, que goste de ler e saiba captar a atenção dos
formandos;
Comentário a um artigo, de jornal ou revista, que se refira à problemática
literária, a uma qualquer obra ou autor
Sugestões de trabalho:
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Na impossibilidade de ver a peça, seria importante levar um dos seus atores à conversa
com os formandos.
6.O formador pedirá a cada formando que, durante 2/3 semanas, faça uma recolha de
todas as referências feitas a autores de literatura portuguesa contemporânea:
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Bibliografia
Cardoso, Ana, et al. Contextos: Português 12º ano, Manual do professor, Ed. Asa
Magalhães, Olga, et al., Português claro, Manuais de Português: Ensino Profissional, Ed.
Porto Editora
Sites Consultados
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