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Faculdade Ruy Barbosa

Antiga Mesopotâmia

Leonardo Marques
Wendy Santos
Lucas Marques
Fernanda Lima
Maurício Muniz

Salvador - BA
2018
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Resumo:

Ainda que seja difícil reunir as diversas características que marcaram a arte mesopotâmica, visto
a infinidade de povos e culturas que se desenvolveram na região, no geral, a arte mesopotâmica
reflete a história, a política, a religião, as forças da natureza e as diversas conquistas dos povos
que habitaram o local até o século VI a.C., ou seja, até a conquista dos persas.

Os principais materiais utilizados para a produção da arte mesopotâmica eram a argila, o adobe,
a terracota, a cerâmica, o cobre, o bronze, o basalto, o ouro, a prata, o estanho, o alabastro, o
junco, o marfim e ainda, diversas pedras preciosas.

A arquitetura mesopotâmica foi a mais desenvolvida das artes desse período, sendo marcada pela
grandiosidade das formas. A escultura e a pintura possuíam a mesma finalidade decorativa, ou
seja, elas foram produzidas para decorar os espaços arquitetônicos.

Palavras-chave: Arte mesopotâmica. Formas grandiosas. Infinidade de povos e culturas.


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Introdução:

A Mesopotâmia é derivada das palavras gregas, mesos que significa médio e portanto
refere-se a rio. Ela abrange a área localizada entre os rios Tigre e Eufrates no continente asiático,
onde atualmente encontra-se o Iraque. A Mesopotâmia fazia parte de uma região muito vantajosa
para os povos que ali viviam, com clima confortável, bastante terra fértil e água fresca. Por causa
dessas vantajosa situação geográfica, essa região sofreu uma dominação de vários povos, alguns
dos seus principais povos foram os Sumérios, Acádios, Amoritas, Assírios e Caldeus.

A região da Mesopotâmia era dividida em Alta Mesopotâmia ao norte e Baixa


Mesopotâmia ao Sul. A alta Mesopotâmia era uma região com poucos recursos, por isso, os
povos que habitavam esta região tinham como principal atividade o saque de mercadorias. A
região da Baixa Mesopotâmia ao Sul possuíam muitos recursos, o que facilitou o
desenvolvimento da agricultura, a principal atividade dessa região.
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Desenvolvimento:

A Mesopotâmia era governada através de várias aldeias, que à medida do seu crescimento
se tornaram cidades-estado. Sendo uma terra de solo produtivo, encontrava-se bastante
desenvolvida ao nível da agricultura e comércio, o que se traduzia em toda a sua actividade
financeira. Consequentemente, esta região produtiva foi alvo de cobiça ao longo dos milénios
por diversos povos.
Tal cobiça deu origem a numerosas conquistas, tendo sido ocupada por muitos povos ao
longo dos tempos. Ao contrário do que poderíamos esperar, à medida que as várias ocupações se
iam realizando, a cultura do povo, em vez de dizimada e oprimida, era salvaguardada e acolhida
como uma riqueza, pelos novos habitantes.
Uma das realidades que mais sustenta esta percepção é o facto de todos esses povos,
apesar de cada um ter o seu dialecto próprio, terem partilhado da mesma escrita. Esta escrita
denominou-se cuneiforme devido a ser realizada em placas de barro, sendo por isso necessária a
utilização de estiletes, que tinham o formato de cunha.
A conservação de uma única escrita ao longo de tantas conquistas evidencia a unidade
cultural que aí vigorava, o que nos permite hoje falar da civilização mesopotâmica ou, de forma
equivalente, da civilização babilônica. Desta forma não é necessário referir constantemente qual
dos povos ocupava a região num determinado momento.

Podemos contudo listar, por ordem cronológica para facilitar a compreensão do


desenvolvimento da história desta Civilização, alguns dos povos que a ocuparam. Assim sendo,
podemos destacar:

• Por volta de 4000 a.C. a Mesopotâmia era habitada pelos Sumérios;

• Em 2400 a.C. aproximadamente, foi conquistada pelos Acádios, sendo


posteriormente conquistada por uma série de povos, de entre os quais podemos enumerar
os Elamitas, Amorritas, Hititas, Cassitas, Assírios e Medos.

• Em 539 a.C. foi conquistada pelo rei da Pérsia, deixando de estar em seu poder a
partir de 330 a.C.
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• Em 330 a.C. foi conquistada por Alexandre o Grande, o qual naquele tempo
tentava expandir e unificar todos os países vizinhos, por forma a obter um só estado,
dividido e governado através de várias cidades-estado, que seguiriam todas um mesmo
esquema político de acordo com o que o rei proferisse.

• Ficou nesse momento a fazer parte do território Grego, integrando-se no que


hoje denominamos a Grécia Helenista.

• Contudo esta dependência perdeu-se sete anos mais tarde, aquando da morte do
seu conquistador. Alexandre, não conseguia deixar de tentar conquistar novos territórios,
o que ia contra o facto do seu exército estar exausto e saturado de se encontrar longe das
suas famílias e em digressão há já sete anos consecutivos. Alexandre faleceu após uma
batalha sangrenta travada na Índia, a seguir à qual tomara a resolução de voltar com os
seus homens às respectivas casas.

• Quando Alexandre faleceu, o seu império foi dividido em quatro grandes áreas e
entregues cada uma a um dos seus melhores generais. A área relativa à Mesopotâmia foi
entregue ao general Selêuco, daí o período de 300 a.C. até à era cristã ser denominado
por Período Selêucida.

De qualquer modo, e como veremos de seguida, esta “divisão” por povos, não é
significativa na avaliação das fontes históricas daqui provenientes, pelo que será posteriormente
introduzida uma separação por períodos cronológicos não interligados de forma intrínseca com
esta ordem.
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A divisão social do trabalho

A exploração do trabalho de uma parte da sociedade por outra cria, pela

primeira vez na humanidade, antagonismos determinados pelo papel econômico

exercido pelo indivíduo no grupo.

É importante notar que não se está falando de divergências pessoais,

questões subjetivas, mas de oposição socialmente determinada, impessoal

portanto. O sacerdote não explorava o artesão pelo fato de ser, pessoalmente, um

mau elemento, de possuir um mau-caráter. Ele na verdade desempenhava o

papel de organizador do processo de trabalho, em nome de cuja racionalidade

Agia.

Havia, contudo, uma contradição aqui: os sacerdotes representavam um

deus determinado, um templo determinado; não uma região, uma cidade. Os

trabalhos públicos, os grandes empreendimentos não religiosos – como,

principalmente, a construção de canais – eram atividades que afetavam regiões

ligadas a vários templos. Por isso surgiram os dirigentes não vinculados aos

templos, aqueles que mais tarde tornar-se-iam os reis.

Com os reis, os sumérios tinham também um chefe para as guerras, que

eram atividades muito úteis tanto para a iniciativa comercial quanto para a

obtenção de novas terras.

Não é de acreditar que o rei tenha rompido com a religião. Pelo contrário,

ele passa a atuar junto dela. Dá dinheiro para construir ou decorar templos,

fornece matéria-prima e às vezes até mão de obra. Em troca, busca a


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legitimação de seu poder, que, surgido dos homens, vai adquirindo caráter divino,

fórmula que se tornou frequente na humanidade (lembra-nos as moedas

espanholas cunhadas em pleno século xx, em que junto à efígie do ditador vinha

gravada a frase “Francisco Franco, caudillo de España por la gracia de Diós”).

Por se apresentar e ser reconhecido como representante dos deuses, o rei

recebia a maior parte das terras das tribos sobre as quais tinha influência, além

de impostos que eram a forma alternativa dos presentes tradicionalmente

oferecidos aos chefes tribais. Em casos de guerra, cabia-lhe a parte do leão dos

saques efetuados, o que provocava uma concentração de riqueza maior ainda.

Nesse período não há ainda algo que se pareça com unificação política: as

cidades têm organizações de poder independentes, embora sejam

interdependentes na esfera econômica e extremamente homogêneas do ponto de

vista cultural.

Ao contrário do Egito, em que a uma cultura unificada corresponde uma

chefia única, na Mesopotâmia isso não ocorrerá tão cedo: pelo contrário,

assistimos a um desfilar de reinos e reis que lutam entre si, não pela hegemonia,

mas por um espaço político-econômico próprio.

A cultura, entretanto, estava em plena ebulição. Administrar uma cidade

exigia mais que disposição e procuração divina: exigia instrumentos adequados,

que se desenvolveram de forma notável na Mesopotâmia.


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Arte Mesopotâmica

Durante os últimos quatro milênios, numerosas civilizações ascenderam e caíram nas


terras férteis da Mesopotâmia e nas terras vizinhas da Ásia Ocidental. Mesmo assim, as suas
formas artísticas mantiveram-se surpreendentemente constantes. Artistas e arquitetos foram
contratados para expressar a autoridade de deuses e governantes: ao fazê-lo, também
desempenharam um papel vital na manutenção dessa mesma autoridade. Produziram uma grande
variedade de monumentos, de templo e palácios a relevos e esculturas, muitas vezes em escala
colossal, bem como selos cilíndricos, pequenos mas intricadamente esculpidos, e trabalhos em
metais preciosos, marfim e pedra. Também exploraram estratégias sofisticadas para narrar
histórias e para orientar os visitantes através do espaço. A arte Mesopotâmica foi profundamente
informada pelo movimento constante de povos, objectos e ideias, que caracterizaram esse tempo.
Mesmo hoje, esvaziada do contexto político e cultural, permanece ua arte tremendamente
poderosa.

Arte suméria

A arte e a cultura sumérias forneceram um modelo de comunicação visual que, mais


tarde, os grupos que entraram na Mesopotâmia adaptaram às suas próprias necessidades. Os
Zigurates Sumérios ofereciam plataformas imponentes e de alta visibilidade a estruturas e rituais
religiosos. Os exemplos sobreviventes de escultura figurativa suméria demonstram uma
abordagem sofisticada, mas esquemática, da representação da figura, quer seja executada em
materiais duros, e por tanto esculpida, quer em materiais mais maleáveis, que foram modelados
ou fundidos. Os materiais preciosos utilizados nos objetos fúnebres das elites sumérias
expressam o nível de recurso que eles controlavam, bem como o seu pode. Os objetos sumérios
também revelam o interesse dessa cultura por narrativas visualmente legíveis. Juntamente com a
escrita, os Sumérios registravam aspectos da sua cultura em selos esculpidos.

Arte da Acádia

No seu auge, o império Acádico abarcava as terras da Suméria à Síria e a Ninive. Os


governantes acádicos absorveram características da arte suméria mas expressaram a natureza
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autoritária da realeza acádia. Uma das obras mais impressionantes a chegar até nós é o magnífico
retrato em cobre de uma cabeça, encontrado em Nínive.

Revivalismo Neo-Sumério

À medida que o terceiro milénio chegava ao seu fim, as cidades da Suméria regressaram
à língua suméria e misturaram as suas velhas tradições artísticas com as das tradições acádicas. A
construção de grandes zigurates aos deuses locais era um acto de piedade e poder. Seguindo o
exemplo dos acádios, os novos governantes sumérios esforçaram-se por se fazer representar em
materiais duráveis e de escala monumental.

Arte da Babilônia

Após um período de guerra e turbulência, a região foi unificada sob o governo da dinastia
babilônica. O mais famoso governante deste período foi Hamurábi, que combinou prestígio
militar com o respeito pela tradição suméria. Tornou-se conhecido principalmente pelo seu
código de leis, que é um dos mais antigos corpos de leis conhecidos. Durante este período, a
cidade de Babilônia tornou-se o centro cultural da Suméria.

Arte Assíria

A assíria conquistou o Sul da Mesopotâmia pelos finais do primeiro milénio, e ao longo


do tempo expandiu as suas fronteiras da península do Sinai à Arménia. O tema de arte assíria é o
poder do seu soberano, e tanto as muralhas das cidades como os seus palácios refletem a sua
cultura militar. Grandes figuras guardiãs protegiam os palácios, enquanto numerosos relevos
sobre as paredes relatam, em profusão de detalhes, as vitórias e as virtudes do rei.

Arte da Babilônia Tardia

Antes de ser conquistada pelos Persas, a antiga cidade da Babilônia viveu um breve
período de florescimento. O mais conhecido de entre os governantes da Babilônia Tardia é
Nabucodonosor II, que ficou conhecido por ter mandado construir os famosos Jardins Suspensos.
O palácio real construído por esta altura era decorada com tijolos vidrados de cores variegadas e
ornamentado com uma procissão de centenas de animais sagrados.
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Outras Artes do próximo oriente

Várias outras culturas, que se haviam desenvolvido em áreas além do Tigre e do eufrates,
coexistiam com a variedade de culturas autóctones que floresciam no interior da Mesopotâmia.
Alguns daqueles grupos eram invasores ou conquistadores e outros foram comerciantes. Duas
civilizações distintas de entre as floresceram lado a lado e interagiram com as civilizações
mesopotâmicas foram os Hititas e os Fenícios.

Arte Persa

Situado a leste da Mesopotâmia, o Irão antigo tornou-se porta de entrada para tribos
migrantes e a suas arte reflecte essas mesmas intersecções. Sob o governo de Ciro, O Grande, os
Persas alcançaram o domínio dos seus vizinhos e, gradualmente nos reinados de Darios e do seu
filho, Xerxes, o da totalidade do próximo Oriente. Uma notável proeza artística dos antigos
persas foi o grande palácio de Persépolis, que foi incendiado por um conquistados posterior,
Alexandre, O Grande.

Arquitetura Mesopotâmica

Os Sumérios das épocas mais distantes utilizavam materiais como junco e argila para suas
construções, que não resistiram ao tempo. Por volta do ano 5000 a.C. passa-se a utilizar tijolos e
com isso desaparecem as estruturas de madeira, mas permaneceram a influência do junco, como
nas aberturas das fachadas, algumas casas têm base de pedra, como em Hassuna. Escavações
revelaram, na primitiva Eridu, um templo de planta retangular dividido por paredes, onde haviam
um nicho para uma imagem e um altar para oferendas.

Esse templo é o precursor das construções religiosas de planta retangular, construídas nos anos
seguintes. Por volta de 3000 a.C. os templos passam a ser implantados em altas plataformas,
utiliza-se então o tijolo cozido em forno para se fazer uma construção em degraus. Surge, assim,
o Zigurate, forma típica da arquitetura templária mesopotâmica, algumas vezes com plantas
circulares, como o zigurate de Nimrud, a famosa Torre de Babel citada na Bíblia, em Babilônia.
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Outros exemplos são os zigurates de ‘Aqarquf, e o do deus da lua Nanna em Ur. A


intenção do projeto era servir como base para que os padres e reis pudessem estar mais perto de
seu deus ou para que os deuses pudessem descer para terra. Quase sempre o zigurate era
implantado dentro de um espaço murado, juntamente com outros templos também de tijolos.
Possuíam planta simples, um santuário rodeado de câmaras, raramente continha pátio interno,
como no templo de Ishtar Kititum, em Ischali. Sua ornamentação era feita nas paredes e nos
muros com frisos e baixo-relevo, cujos temas eram religiosos ou de animais.
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Considerações Finais:

A heterogeneidade étnica e cultural deu origem a manifestações artisticas peculiares, sujeitas a


múltiplas inter-influências e a uma evolução descontínua, pois acompanhou as constantes
oscilações político-militares dos seus principais centros.
Nestas circunstâncias, fazer a síntese da arte mesopotâmica só se torna possível devido a terem
existido elementos unificadores que, para além de todas as diversidades regionais, permitiram a
existência de uma certa unidade cultural abrangente.

A Mesopotâmia é uma região de interesse histórico e geográfico mundial, considerada o berço da


civilização já que foi uma das pioneiras, surgindo por volta do VI milênio a.C. As primeiras
cidades foram resultado do sedentarismo da população onde o homem deixou de ser nômade e
passou a modificar o seu meio para habitar e poder praticar e se desenvolver na agricultura, a
economia na mesopotâmia se desenvolveu com base mesma. Para registrar as colheitas, as
pessoas e os impostos os sumérios criaram a escrita cuneiforme que foi sendo aprimorada ao
longo do tempo. Não havia uma unidade politica na mesopotâmia, predominavam pequenos
estados e seus centros políticos formados pelas chamadas cidades-estados sendo todos
independentes, cada uma era governada por um rei que tinha poder político, econômico, religioso
e militar. A mesma era habitada por diversos povos como os assírios, babilônicos, sumérios
dentre outros.
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Referências:

AMIET, Pierre. ​As Civilizações Antigas do Médio Oriente​. Tradução de Alcides de Campos.
Lisboa: Publicações Europa-América, 1971

PINSKY, Jaime. ​As primeiras civilizações. ​Nacional: Contexto, 2001, p. 74.

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