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Planejamento, Didática
e Avaliação no Ensino
Fundamental e Ensino Médio
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro
meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de infor-
mação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Vice-Presidente de Pós-Graduação
Paulo de Tarso Pires de Moraes
e Educação Continuada
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Conselho Acadêmico Danielle Leite de Lemos Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Ricken Barbosa
Priscila Pereira Silva
ISBN 978-85-522-0605-7
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
SUMÁRIO
suas especificidades.
Introdução
Podemos olhar o planejamento na educação através de diferentes prismas: como um instru-
sem vínculo com a prática docente diária; ou ainda como ferramenta para estabelecer os melhores
objetivos, organizar o percurso, sistematizar, incrementar, avaliar e assim garantir as práticas mais
eficientes para conquistar a aprendizagem dos alunos. Libâneo (2012) aponta que o mesmo instru-
mento pode assumir funções muito distintas, e, por isso, se reveste de enfoques diferentes: ou se
engendra manobras para controle e opressão, bem longe da grande finalidade da escola que é a
ampliação das conquistas dos alunos em todas as esferas; ou se trabalha rumo à educação demo-
crática, libertadora, participativa e, portanto, emancipatória, assegurando que a escola cumpra seu
ponde a uma ação complexa. Note que complexa não é sinônimo de complicada, mas aponta para a
existência de uma trama intrincada para compor o todo, pressupõe um conjunto formado por vários
7
elementos que estabelecem entre si rela-
múltiplas facetas que pode assumir. Mesmo com tal diversidade, vale destacar como o conceito pode
Observe que, para inaugurar um planejamento, o passo inicial é responder a uma questão de raiz,
primordial: o que se deseja? É revelar as condições objetivas e subjetivas pelas quais o grupo poderá
lutar junto. Responder a essa questão é enveredar pelo caminho dos objetivos. Não se vai de um
ponto A em direção a um ponto B sem razão, sem uma grande motivação, sem um desejo autêntico,
legítimo. Em educação podemos traduzir essa necessidade em: é preciso transformar. Transformar o
não saber em saber, o não conhecer em conhecer, o não fazer em fazer, o não participar em participar.
8
Veja como definir objetivos é o elemento
juntos pelo mesmo ideal do que seja ensinar e aprender com todas as necessidades e possibilidades
9
Chegamos assim à instância do planeja-
todos da escola e, inclusive, da comunidade educativa nas ações de elaboração, implantação, acom-
10
1.1.2.2 Plano curricular
ou plano de ensino
Para saber mais
Carrega os fundamentos e referenciais
Uma importante característica do planejamento é a
flexibilidade. Ser flexível significa aceitar a possib-
pertinentes a cada disciplina concretizando
ilidade de ajustes de percurso, de promover alter-
interlocução entre conhecimento escolar ações significativas para otimizar o processo ensi-
no-aprendizagem. Mas é preciso atenção para não
e realidade histórica. Um plano curricular cair no casuísmo e, em nome dessa flexibilidade,
enveredar pelo caminho da frouxidão ignorando o
deve ter como alicerce a experiência de que foi planejado.
vida dos alunos superando a simples lista
não se curvar à pobre transmissão de conteúdos estanques permitindo assim a produção de novos
conhecimentos. No plano curricular, além dos conteúdos, são reveladas as expectativas de apren-
Plano de aula
Precisa ter coerência, sintonia com o planejamento da escola e com o plano curricular, uma vez
que compõe, com esses, um todo integrado e articulado. Para Vasconcellos (2009), o plano de aula
cesso de ensino com foco na turma específica. Esse plano exige que se considere o contexto social e
cultural no qual a escola está inserida, cada aluno em particular, seus conhecimentos prévios, defa-
sagens, competências, para assegurar que todos os alunos atinjam aqueles objetivos de aprendiza-
gem privilegiados no plano de ensino. Aqui os objetivos são pontualmente detalhados para atender
a turma e cada aluno em especial. Deve revelar ações didáticas, as mais diversas formas de atuação
do professor, o uso de recursos, o tempo previsto, as rotinas de sala de aula, os recursos avaliativos,
11
Questão para reflexão
Como você viu, o planejamento na educação ocorre em várias esferas, todas em conexão, articu-
ladas e relacionadas. A partir desse contexto, reflita acerca das seguintes questões: Será que a ela-
boração de um plano de aula pode ser feita com propriedade sem que o professor conheça o Projeto
Político Pedagógico da sua escola? Um mesmo plano de aula pode ser aplicado em outra turma da
Você já construiu alguma vez um mapa conceitual? Trata-se de um interessante registro utili-
zando um esquema ligado por setas indicativas como forma de visualizar conceitos interligados.
Considerações Finais
Você viu que um planejamento requer a organização de ações complexas, compondo um todo
interligado e que faça sentido para organizar a prática pedagógica. Podemos concluir que:
• Um planejamento pode assumir funções distintas servindo como instrumento rígido de con-
trole e opressão, ou como ferramenta para consolidar uma educação democrática, libertadora,
é feito pelo Governo Federal por meio do Plano Nacional de Educação (PNE) considerando a
12
legislação em vigor. Como numa cadeia interligada, tal planejamento de maior abrangência,
dá suporte aos que nascem em decorrência deste com características e funções particulares,
Glossário
Organização: No espectro do planejamento escolar, a organização da escola assume signifi-
cado específico. Para Libâneo (2012, p.461), “[...] o conjunto das ações de organização do traba-
lho na escola está voltado para as ações pedagógico-didáticas, em razão dos objetivos básicos da
instituição”.
O termo designa os saberes que os alunos possuem e que são essenciais para o aprendizado. Na
década de 1920, Jean Piaget identificou as estruturas mentais como condições prévias para apren-
der. Nos anos 1960, David Ausubel chamou de conhecimento prévio os conteúdos fundamentais
jan. 2018.
13
Verificação de leitura
b) I, II e III.
c) II e III.
d) Apenas III.
e) I e II.
14
QUESTÃO 2-Aline está iniciando estágio numa nova escola. Ela pretende, no transcorrer
desse estágio, dar aulas para a classe. A professora da turma pediu a Aline que leia e dis-
cuta com ela o plano curricular das disciplinas antes de elaborar o plano de aula.
( ) O procedimento que a professora da classe indicou é desnecessário uma vez que Aline
vai assistir algumas aulas e assim conhecerá a turma. Esse é o pré-requisito essencial para
elaborar um plano de aula.
b) V — V — V — V.
c) V — V — F — V.
d) F — F — V — V.
e) F — V — V — V.
15
QUESTÃO 3-Leia as seguintes afirmativas
I. Carrega os fundamentos e referenciais pertinentes a cada disciplina concretizando inter-
locução entre conhecimento escolar e realidade histórica.
II. Deve ter como alicerce a experiência de vida dos alunos superando a simples lista ou
aplicação dos conteúdos no cotidiano seguindo em direção à apropriação revestida de
significado.
III. Trata da possibilidade do currículo não se curvar à pobre transmissão de conteúdos
estanques permitindo assim a produção de novos conhecimentos.
IV. Além dos conteúdos, são reveladas as expectativas de aprendizagem e como vão se
constituir as avaliações em cada ano/série específicos.
Essas afirmativas referem-se ao:
a) Projeto Político Pedagógico
b) Plano de aula
c) Plano curricular
d) Planejamento da escola
Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro
de 1996.
LIBÂNEO, José C.; OLIVEIRA, João F.; TOSCHI, Mirza S. Educação Escolar: políticas, estru-
tura e organização. 10ª. Ed., São Paulo: Cortez, 2012.
16
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa B
O texto está em consonância com as três afirmações:
II- Quando um planejamento se configura como mero registro, perde a função de guiar a prática
III- Os professores que não gostam de elaborar planejamentos fazem simples registros desconec-
QUESTÃO 2-Alternativa E
Apenas a primeira afirmação é falsa: O procedimento que a professora da classe indicou é des-
necessário uma vez que Aline vai assistir algumas aulas e assim conhecerá a turma. Esse é o pré-re-
QUESTÃO 3-Alternativa C
As afirmações referem-se ao plano curricular uma vez que esse plano carrega os fundamentos
lar e realidade histórica. O plano curricular considera a experiência de vida dos alunos, revestindo a
aprendizagem de significado. Outra marca desse tipo de plano é que assegura que o currículo não se
curve apenas à transmissão de conteúdos estanques, permitindo assim a produção de novos conhe-
cimentos. No plano curricular, além dos conteúdos, são reveladas as expectativas de aprendizagem
17
2
Projeto de
curso e plano
de aula
Objetivos Específicos
• Conhecer as características e finalidades de um Projeto de Curso e de um Plano de Aula.
• Reconhecer que a concepção de educação, homem e sociedade que a escola assume repercute
Introdução
Meirieu (2006) apresenta uma instigante reflexão:
Que compromisso o professor deve assumir com seus alunos para que o prazer esteja nas inves-
significado? Como essas conquistas os conduzirão a alcançarem patamares mais elevados de com-
preensão, inserção e intervenção na realidade? Temos valiosos instrumentos para nos guiar na prá-
da liberdade, tanto de nós próprios, professores, como inclusive, de cada aluno que nos foi confiado.
Esses instrumentos serão trabalhados aqui, compondo arsenais valiosos para a concepção e o pla-
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2.1 Projeto de
curso
Para saber mais
Ao escolher um livro didático, muitas vezes o pro-
fessor se apropria do sumário para elaborar seu
Vasconcellos (2009) apresenta uma defi- Projeto de Curso. Um livro didático bem escolhido
deve contribuir para o rol de ações didáticas do pro-
nição para Projeto de Curso. Acompanhe: fessor, é um valioso recurso, mas não pode se con-
stituir no curso. Não encontramos no livro didático,
O Projeto de Curso é a siste- por exemplo, a concepção que a escola tem sobre a
realidade em que está imersa e as múltiplas formas
matização da proposta geral de transformá-la, a filosofia da educação que sus-
de trabalho do professor tenta a trama escola-objetivo-realidade. Para saber
mais sobre escolha de livro didático, vale a pena ler:
naquela determinada disci- ROSA, Marcelo D’Aquino; MOHR, Adriana. Seleção e
plina ou área de estudo, numa uso do livro didático: um estudo com professores de
ciências na rede de ensino municipal de Florianópo-
dada realidade. Pode ser anual lis. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. (Belo Horizonte), Belo
ou semestral, dependendo da Horizonte, v. 18, n. 3, p. 97-115, Dez. 2016. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=s-
modalidade em que a disciplina ci_arttext&pid=S1983-21172016000300097&l-
é oferecida (VASCONCELLOS, ng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29. jan. 2018.
2009, p. 136).
Mesmo com uma definição aparentemente sintética, há uma demanda intensa de trabalho que
o professor vai realizar para produzir um Projeto de Curso em momentos marcantes do período
letivo, geralmente no final ou no início do ano. O empenho maior nessas épocas pontuais deverá,
posteriormente, ser compensado pela facilitação das ações, quando o projeto for efetivamente
utilizado como um grande organizador além de otimizar oportunidades para imprimir maior quali-
investigar conteúdos e situações de aprendizagem que possam se revestir de maior significado para
aquele grupo de alunos etc. Todo esse processo de produção, alerta Vasconcellos (2009, p. 136),
pode se originar “[...] num amplo e radical processo de reflexão sobre a ação ou pode ser simples-
20
Para Vasconcellos (2009), não é possível definir, a priori, o conjunto de detalhes que vão compor
um Projeto de Curso, mas vale traçar a composição de um todo, referências que, associadas, apre-
sentem sintonia. Assim, durante o ano ou semestre letivo, dependendo do período de duração da
disciplina, detalha-se, complementa-se ou altera-se aquilo que foi previamente projetado. Para que
essas ações não se percam no tempo ou não se avolumem de tal forma que os registros não repre-
sentem efetivamente o que foi pensado e repensado, é importante dispor de momentos pontuais,
preliminarmente estabelecidos para as revisões e reformulações. Tais períodos podem ser mensais
Curso, já que cada professor precisa encontrar sua maneira de produzir, registrar e reformular seu
de abrangência do projeto.
ponsável, disciplina/área de estudo, carga horária (semestral ou anual), serie, ciclo, ano, turma, turno.
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2. Caracterização da Realidade
Aponta para uma descrição que vai compor uma espécie de retrato dos vários aspectos:
a. Sujeitos envolvidos: professor e aluno. Mesmo com dificuldade para tal registro, é importante
que o professor dedique-se à tal reflexão crítica e possa, sistematicamente, ao conhecer mais
b. Objeto: quantidade de aulas previstas, distribuição das aulas nos períodos menores (bimes-
tre ou trimestre, por exemplo), como a disciplina se articula com o ano anterior e posterior
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4. Finalidades da Escola
No Projeto Político Pedagógico podem ser encontradas essas informações que apontam um
“para quê” amplo. A concepção de educação, homem e sociedade que a escola assume como um
todo, revelada em seu Projeto Político Pedagógico, repercute diretamente no Projeto de Curso com
5. Fundamentos da Disciplina
do ensino da disciplina que pode ser elaborado a partir de respostas à questionamentos pertinentes,
relevantes, tais como nos sugere Vasconcellos (2009), dentre outros: Qual o papel da disciplina no
desenvolvimento dos alunos, na formação da cidadania? Que relação a disciplina tem com a vivên-
cia do aluno, com outras disciplinas, com a sociedade? Quais as tendências atuais de ensino desta
disciplina? Vale aqui confrontar a disciplina com os grandes objetivos da escola. Consequentemente
encaminhará para a elaboração dos objetivos gerais da disciplina para aquela turma/serie/nível. O
professor precisa elaborar, contando também com seus pares, os fundamentos da disciplina e sua
Conteúdos oferecem os caminhos para concretizar aqueles objetivos que o professor definiu, são
os objetos do conhecimento, hábitos e atitudes dispostos de maneira didática. Podem ser organiza-
dos em unidades temáticas e relacionados a um cronograma, com divisões por bimestre ou trimes-
dológicos, os procedimentos e estratégias que o docente vai lançar mão para facilitar e otimizar o
processo ensino-aprendizagem. Aqui vale também ter uma gama de materiais, recursos, técnicas e
8. Proposta de Avaliação
Apresentação do processo de avaliação com clareza acerca dos instrumentos a serem utilizados,
das formas como serão utilizados, com qual frequência, e como a nota/conceito final será obtido.
23
Uma vez que os objetivos da disciplina
a avaliação crítica que o professor deve fazer do seu próprio trabalho), avaliação da dinâmica da sala
9. Fontes de Pesquisa
dos), textos, sites da internet, programas de televisão, vídeos, filmes, revistas, jornais, tudo que
10. Integração
Formas de integrar a disciplina com outras disciplinas do curso tanto apontados em simples motes que
favoreçam possíveis integrações, como em propostas de trabalho interdisciplinar que possam inclusive
Indicar como a disciplina vai se relacionar com as atividades extraclasse previstas pela escola, tais
como comemorações, mostras, feiras, olimpíadas, gincanas, etc., e também propondo atividades
extraclasse com foco nos aspectos pontuais dos objetivos traçados na disciplina.
24
12. Normas Estabelecidas
Dada sua complexidade e dinamicidade, recorrer a um documento com toda a trajetória é a forma
Vale destacar aqui a importante ação de detalhamento periódico do Projeto de Curso, como
reforça Vasconcellos (2009). O Projeto de Curso deve inicialmente ser elaborado em linhas gerais,
no conjunto, com todos os componentes que o professor puder dispor e organizar e, periodica-
mente (bimestral, trimestral ou semestralmente), a proposta de trabalho deve ser melhor definida.
Plano de aula
Esse plano carrega maior detalhamento, objetividade e caminhos para a concretização das ações
Veja que interessante a análise que Vasconcellos (2009) faz sobre o plano de aula:
Em princípio a aula pode ser encaminhada de inúmeras maneiras. Planejar significa antever
uma forma possível e desejável. Se não há planejamento, corre-se o risco de se desperdiça-
rem oportunidades muito interessantes (VASCONCELLOS, 2009, p. 148).
O Plano de Aula terá mais consistência e sentido se estiver estreitamente vinculado ao Projeto de Curso.
25
1. Assunto
Indicar o tema a ser trabalhado na aula. Observe que um conjunto de aulas pode tratar de um
mesmo tema e, portanto, terá um conjunto de elementos repetidos por várias vezes.
2. Necessidade
Precisar as necessidades que o professor reconhece no grupo que justifiquem tal proposta
de ensino.
3. Objetivo
Determinar quais são os objetivos específicos ao tratar aquele assunto com a turma. Responde a
uma questão essencial feita pelo docente: o que eu quero com este trabalho?
4. Conteúdo
5. Metodologia
Explicitar os procedimentos, estratégias, técnicas, atividades que serão exigidos tanto do profes-
6. Tempo
Estimativa, previsão do tempo para realizar o trabalho contido no Plano de Aula inclusive indi-
7. Recursos
8. Avaliação
26
o processo de desenvolvimento e de construção do conhecimento. Vasconcellos (2009) destaca que
9. Tarefa
São as atividades a serem executadas fora da sala de aula. Tanto pode estar relacionada aos obje-
tivos daquilo que foi trabalho em aula como também do que será trabalhado na sequência. É por
intermédio da tarefa que o aluno pode planejar sua atuação e participação na aula.
10. Observações
Assim como no Plano de Curso, essa área se destina ao registro do professor sobre o desenvolvi-
mento do trabalho: o que observou no transcorrer daquela aula, o que funcionou bem, o que precisa
de atenção e requer um replanejamento, enfim, tudo que possa contribuir para o acervo da memó-
“declarações de compromisso”, sobre como o professor deseja trilhar aquele determinado caminho.
Os dois instrumentos também preveem alterações de rota, ajustes, replanejamentos, sempre com
foco no processo ensino-aprendizagem. Reflita sobre essas questões: Que elementos você considera
essenciais conhecer a priori para elaborar um bom Projeto de Curso? Se você fosse chamado a orien-
tar um professor na construção de um Plano de Aula, que principais diretrizes daria a ele?
Considerações Finais
Como você viu, tanto o Projeto de Curso quanto o Plano de Aula são importantes instrumentos
para o planejamento de ações didáticas inseridas num processo reflexivo. Acompanhe as caracte-
• Projeto de Curso é uma sistematização geral e ampla do trabalho do professor numa disciplina
27
• As ações do professor para elaborar um Projeto de Curso envolvem um apurado diagnóstico da rea-
lidade, levantar informações, realizar pesquisas diversas, integrar objetos do conhecimento, investi-
gar conteúdos e situações de aprendizagem que possam se revestir de maior significado para aquele
grupo de alunos, por exemplo. Requer num amplo e radical processo de reflexão sobre a ação.
• Não é possível definir o conjunto de detalhes que vão compor um Projeto de Curso, mas pode-
mos traçar a composição de um todo. Durante o ano ou semestre letivo, detalha-se, comple-
• O Plano de Aula terá mais consistência e sentido se estiver estreitamente vinculado ao Projeto
de Curso.
• Há diversas partes constitutivas para se fazer o registro de um Plano de Aula, mas vale desta-
car que o professor precisa construir o seu plano indicando tópicos que sejam relevantes e que
façam sentido para ele. Sempre lembrando do maior e principal objetivo: otimizar e incremen-
Glossário
Modalidade de ensino: Classificação dada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), de 1996, a determinadas formas de educação que podem localizar-se nos diferentes níveis
da educação escolar (educação básica e educação superior). São modalidades de ensino, segundo
a LDB: Educação de Jovens e Adultos, a Educação Profissional e a Educação Especial. Dessa forma,
por exemplo, a educação de jovens e adultos pode ser ofertada como ensino fundamental ou médio.
A educação especial, por sua vez, tanto pode acontecer na educação infantil, como nos demais
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete modalidades de ensino.
Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível
28
Recursos metodológicos: São encaminhamentos que podem favorecer a construção de linhas de
ações e planejamento didático, oferecendo orientações, sem, entretanto, estabelecer regras fixas a
serem seguidas.
jan. 2018.
realiza com a cooperação de várias disciplinas). O termo foi assim apelidado pelo sociólogo Louis
Wirtz e foi publicado pela primeira vez em 1937. A interdisciplinaridade implica a existência de um
conjunto de disciplinas interligadas e com relações definidas, que evitam desenvolver as suas ati-
vidades de forma isolada, dispersa ou fraccionada. Trata-se de um processo dinâmico que procura
29
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-“Uma estratégia que tem se revelado bem fecunda é o confronto da discipli-
na/área com as grandes finalidades da escola. Digamos que assumimos que o papel fun-
damental da escola passa pelo trabalho com o conhecimento para compreender, usufruir
e transformar a realidade. Poderíamos, então, a fim de orientar a elaboração dos funda-
mentos, fazer perguntas do tipo: Como este ensino pode ajudar o aluno a:
1) Compreender o mundo que o cerca, atribuindo sentido às coisas e à própria existência?
2) Usufruir o patrimônio acumulado pela humanidade, inclusive em termos de inserção
social pelo trabalho?
3) E, sobretudo, transformar a si, o contexto que o cerca, e, no limite, a realidade mais
ampla?” (VASCONCELLOS, 2009, p. 139-140).
Com base nesse fragmento de texto e em seus estudos, podemos afirmar que:
I. Para orientar o trabalho com os fundamentos é necessária a explicitação dos objetivos,
do “para quê”.
II. A tarefa analisada no fragmento de texto é de suma importância uma vez que está em
questão a ressignificação do trabalho pedagógico para o próprio professor.
III. Um Projeto de Curso, já aponta para suficiente clareza e relevância sobre o ensino da
disciplina o que pode dispensar tal análise e reflexão.
IV. Usufruir, compreender e transformar são verbos, usados no infinitivo, que devem com-
por objetivos de um Projeto de Curso e de um Plano de Aula que busque ações concretas
do aluno como cidadão inserido e atuante na sociedade.
Fonte: VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto
político-pedagógico. 19. ed. São Paulo: Libertad, 2009.
Está correto que se afirma em:
a) I, II e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
e) I e II.
30
QUESTÃO 2-Leia as seguintes afirmações:
I. Compõem-se de um período de tempo variável, pode mudar de acordo com a escola e
também pode se compor pela associação de mais de um período.
II. Dificilmente abarca em apenas um período a totalidade do trabalho acerca de uma uni-
dade didática ou de um tópico de ensino, necessitando de outros novos períodos para o
prosseguimento.
III. Geralmente assume a forma de um diário, de um registro mais direto e pontual do que
vai ser desenvolvido em cada período com aquela turma específica.
Essas afirmativas apresentam características do:
b) Plano de Aula
c) Projeto de Curso
d) Planejamento da Escola
e) Plano Curricular
Fonte: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Aula: gênese, dimensões, princípios e práti-
cas. Campinas: Papirus, 2008.
Um plano de aula pode ser resultante de um processo integrador, ao considerar como re-
levante que:
I- O mesmo professor que elaborou o Projeto de Curso também monte seu Plano de Aula.
II- Cada professor elabore seu Plano de Aula levando em conta a especificidade da sua
turma o que inviabiliza a troca com demais professores.
31
IV- A dimensão da aula nos seus variados componentes (ensinar, aprender, pesquisar e
avaliar) deve ter envolvimento, preparo e organização do professor e dos alunos.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I e IV.
e) I, II e III.
Referências Bibliográficas
MEIRIEU, Philippe. Carta a um jovem professor. Porto Alegre: Artmed, 2006.
32
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa A
O texto está em consonância com três afirmações, a saber I, II e IV, e dissonante na afirmação
III- Um Projeto de Curso, já aponta para suficiente clareza e relevância sobre o ensino da disciplina,
QUESTÃO 2-Alternativa B
As características apresentadas estão relacionadas a um Plano de Aula:
I. Compõem-se de um período de tempo variável, pode mudar de acordo com a escola e também
II. Dificilmente abarca em apenas um período a totalidade do trabalho acerca de uma unidade
III. Geralmente assume a forma de um diário, de um registro mais direto e pontual do que vai ser
QUESTÃO 3-AlternativaC
Está correto o que se afirma em III e IV:
III- Se estabeleça a relação entre a escola, o contexto social e as ações colaborativas de profes-
IV- A dimensão da aula nos seus variados componentes (ensinar, aprender, pesquisar e avaliar)
As afirmações I e II estão incorretas. Um plano de aula pode ser resultante de um processo inte-
grador, mas, para tal, não será considerado como relevante que:
I- O mesmo professor que elaborou o Projeto de Curso também monte seu Plano de Aula.
II- Cada professor elabore seu Plano de Aula levando em conta a especificidade da sua turma o
33
3
Ensino e
qualidade do
ensino
Objetivos Específicos
• Analisar e refletir sobre a função da escola e como estabelece sua relação com o ensino.
ao contexto sociocultural.
Introdução
A forma de ensinar e a seleção do que se ensina são ações pensadas, planejadas com um fim claro a
ser atingido. Mas, como alerta Veiga (2008), o ‘como se ensina’ abarca uma reflexão provocativa:
[…] uma forma de ensinar, além da atividade planejada de um professor para transmitir
direta ou indiretamente um saber, utilizando-se de procedimentos e recursos específicos,
e além da atividade de um aluno para assimilar, memorizar, descobrir e produzir um novo
saber, expressa uma forma de educação específica do homem, seu desenvolvimento, e sua
adaptação para a vida em sociedade. Não possuindo um fim em si mesma, a forma de ensi-
nar possui determinada formação social como seu ponto de partida e de chegada (VEIGA,
2008, p. 10).
Uma vez que o professor consciente e crítico se debruça sobre o processo de análise da formação
de um sujeito, ele se defrontará com a urgência de incrementar mais e mais, a qualidade da educa-
ção. Essa qualidade está expressa em resultados parcos nos mais variados instrumentos avaliativos,
mas, como você verá, também há alternativas viáveis e factíveis para ser uma realidade na sua sala
35
tal conhecimento com suas marcas indi-
Compreender o ‘como ensinar’ com base nessa articulação supõe ampliar seu significado e
a extensão de sua organização, seu desenvolvimento e de sua avaliação. […] supõe com-
preender que a escola, para
cumprir sua função peda-
gógica explícita de transmi-
tir um saber científico sobre
o mundo, organiza, desen-
volve e avalia o ensino por
meio de relações implíci- Assimile
O professor tem autonomia para estruturar, espe-
tas que são estabelecidas cificar, organizar, desenvolver e avaliar o ensino.
entre os elementos envolvi- Mas tal autonomia, segundo Veiga (2008, p. 24),
“[...] é relativa às relações e ligações que são es-
dos. Tais elementos — o pro- tabelecidas entre o conhecimento transmitido e a
fessor, o aluno, o saber, os sociedade”. A forma de ensinar não é apenas inseri-
da na prática escolar como consequência de uma
recursos, etc. — ao mesmo escolha particular, individual do professor. Revela
tempo em que expressam e uma relação que articula o saber científico (aque-
la certa concepção de mundo que o saber escolar
sintetizam as condições e as transmite), através de associações e conexões in-
necessidades predominantes stituídas entre seus componentes (o professor, o
aluno, os recursos e o saber) e a sociedade.
na realidade, direcionam o
‘como ensinar’ para atender a
36
finalidades sociais determinadas. Pois o aluno, ao ser levado a estabelecer relações entre
um conhecimento específico e a realidade natural e social mais ampla, através do saber
científico transmitido, acaba adquirindo determinada compreensão de mundo, determina-
dos hábitos, habilidades e valores, adequados ao modelo de sociedade que fundamenta a
prática (VEIGA, 2008, p. 148).
Note como está reforçada com tal análise a impossibilidade da prática pedagógica ser neutra.
Tanto a teoria como a prática de uma certa forma de ensinar, impregnadas desta não neutralidade,
37
Libâneo (2012) afirma que a escola precisa formar sujeitos mais preparados e mais qualificados.
38
aprendizagem, não há conquistas efetivas, o sucesso do processo ensino-aprendizagem passa ao
referentes à cada etapa do ensino. Mesmo quando surgem nas avaliações escolas que pontualmente,
aqui ou ali, despontam como exceções, servem justamente para confirmar a regra.
Para citar apenas um exemplo: nenhum país do mundo investe tanto na distribuição de
livros didáticos para a educação básica quanto o Brasil. Pelo menos 60 milhões de livros
por ano desde 1993; mais de 120 milhões nos últimos anos. […] os resultados efetivos de tal
aporte de recursos não são facilmente perceptíveis. A centralização na distribuição faz que,
em alguns casos, os livros nem cheguem ao destinatário final, ou o façam em épocas ino-
portunas, tendo em vista o desenrolar do ano letivo. A voz do professor deveria ser muito
mais importante do que o é no momento da escolha. Seria um contra-senso afirmar-se que
os livros doados atrapalham, mas a situação serve de exemplo para ilustrar o fato de que
o modo como os investimentos são administrados e distribuídos é mais importante do que
seu montante (MACHADO, 2007, p. 278).
Machado (2007) apresenta cinco tópicos importantes dessa questão, ou como o autor destaca,
• ainda que os resultados gerais da Educação Básica sejam sofríveis, existe, no Brasil, edu-
cação de qualidade, não sendo aceitável a pressuposição subjacente às políticas públicas de
que as ações educacionais realizam-se sobre uma “terra arrasada”;
• os instrumentos de avaliação são necessários, mas eles devem ser meios para instrumen-
tar a ação e não apenas motes para a produção de manchetes espetaculares;
• nenhuma política educacional pode produzir resultados positivos sem uma integração
orgânica entre os diversos níveis de ensino, particularmente entre a Educação Básica e o
Ensino Superior;
39
• é imprescindível que as
condições de trabalho dos
professores da Educação
Básica melhorem substan- Para saber mais
cialmente, uma vez que eles O Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb,
instituído em 1990, é composto por um conjunto
são os elementos decisivos de avaliações externas em larga escala e tem como
para a fecundação de qual- principal objetivo realizar um diagnóstico da edu-
cação básica brasileira e de alguns fatores que pos-
quer política educacional sam interferir no desempenho do estudante, for-
(MACHADO, 2007, p. 279). necendo um indicativo sobre a qualidade do ensino
ofertado. O levantamento produz informações que
subsidiam a formulação, reformulação e o monito-
É preciso considerar que há um severo ramento das políticas públicas nas esferas munic-
ipal, estadual e federal, visando a contribuir para
complicador: diversos instrumentos de a melhoria da qualidade, equidade e eficiência do
ensino. Além disso, procura também oferecer dados
avaliação coexistem no Brasil sem entende- e indicadores sobre fatores de influência do desem-
penho dos alunos nas áreas e anos avaliados.
rem-se, operando nos diferentes sistemas Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/educa-
cao-basica/saeb>. Acesso em: 30 jan. 2018.
de ensino: Sistema Nacional de Avaliação
de São Paulo (Saresp), Enem, Prova Brasil etc. Todos esses exames, sem exceção, revelam tristes
resultados, mas, para Machado (2007), a falta de integração orgânica entre tais instrumentos faz
com que não exista parceria para elaborar uma interpretação consistente dos problemas e dificulda-
des indicando ações que possam verdadeiramente confluir para transformar tal realidade.
Machado (2007) ressalta a importância da luta de cada envolvido no espaço escolar, reavivando
os valores que mobilizam o grupo de forma coletiva, inserindo todos na batalha por uma educação
de qualidade. Essa é a forma de manter viva a esperança no futuro, considerando impossível dis-
sociar “[...] a educação da cultura, a razão prática dos sentimentos, nem a economia da poesia, ao
40
Questão para reflexão
Como você viu, há diversos instrumentos avaliativos para indicar a qualidade da educação no
Brasil. Reflita sobre essas questões: Quando uma escola alcança resultados excelentes, quais podem
ser os fatores decisivos para atingir tal qualidade? Como você pode recorrer aos resultados das ava-
Considerações Finais
Você acompanhou uma análise referente ao ensino e também quanto à qualidade na educação.
Veja esses tópicos que apresentam os aspectos centrais sobre os dois temas:
• A escola desempenha uma dupla função: transmite o saber elaborado e acumulado pela huma-
nidade (marcando esse conhecimento com suas visões de homem, mundo, natureza, socie-
dade etc.); e a escolha dessas concepções associadas à ação didática, desencadeia a formação
do sujeito nas suas mais variadas facetas. Dessa forma a escola se insere em outra função
lho do homem.
• A forma de ensinar não é simplesmente a organização dos múltiplos fatores implicados na rela-
ção pedagógica. Aponta para condições e necessidades reveladas na sociedade com potencial
para desenvolver em cada aluno uma visão crítica de mundo. A escola precisa formar sujeitos
• A educação brasileira é de má qualidade sendo que tal reconhecimento provém dos mais diver-
sos indicadores. Mesmo quando surgem nas avaliações escolas que pontualmente, aqui ou ali,
41
são necessários, mas devem ser meios para instrumentar a ação; c) nenhuma política educa-
cional pode produzir resultados positivos sem uma integração orgânica entre os diversos níveis
de ensino; d) a escola, como um todo, deve constituir a unidade fundamental na relação entre
• Vários instrumentos de avaliação coexistem no Brasil sem entenderem-se, operando nos diferentes
sistemas de ensino: Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), Sistema de Avaliação
de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), Enem, Prova Brasil etc. A falta de integra-
ção orgânica entre tais instrumentos faz com que não exista parceria para elaborar uma interpreta-
ção consistente dos problemas e dificultadas indicando ações para transformar tal realidade.
Glossário
Didática: “[…] o objeto da ‘didática’ (o ‘como ensinar’) será aqui analisado e compreendido não
apenas do ponto de vista técnico e operacional de um movimento que organiza o ensino para edu-
car e adaptar o homem a uma sociedade. Mas, como forma de organizar, desenvolver e avaliar uma
prática social específica, a escola é determinada por condições, necessidades e interesses predomi-
nantes na prática social mais ampla que a instituiu. Neste sentido, a forma de ensinar está articulada
VEIGA, Ilma P. A. (Org.). Didática: o ensino e suas relações. 13. ed. Campinas, SP: Papirus, 2008, p. 22.
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-“Nada impede que escolas públicas sejam eficazes – na verdade, muitas o
são – mas são exceções. Elas existem apesar de, e não como decorrência da ação das
secretarias. […] São três conjuntos de elementos, que estão ao alcance de qualquer rede
pública de ensino:
• Estabelecer objetivos claros – por meio de definições precisas e adequadas do que é uma
escola –, e programas de ensino enunciados de forma compreensível e adequada, asso-
ciados a instrumentos de avaliação externa.
42
• Assegurar efetiva autonomia às escolas, para que possam utilizar seus recursos com
eficiência e racionalidade, e implementar o programa de ensino da secretaria sem inter-
ferências e sobressaltos no dia-a-dia, com liberdade pedagógica e flexibilidade gerencial.
• Dar efetivo poder aos pais, através de instrumentos como informação adequada sobre
desempenho dos alunos e das escolas, controle sobre o andamento dos programas de en-
sino e avaliação dos resultados das escolas.” Oliveira (2002, p. 7)
Com base nesse fragmento de texto e em seus estudos, podemos afirmar que:
I. A conquista de maior qualidade no ensino no Brasil está diretamente relacionada às po-
líticas públicas. Dessa forma, muito pouco podem os atores envolvidos, tais como profes-
sores, alunos, pais, comunidade educativa.
II. Objetivos claros para pautar programas de ensino se configura como um dos elementos
para construir uma escola pública mais eficaz.
III. Participação e poder dos pais ameaça a autonomia da escola pública.
IV. A autonomia das escolas é um importante fator para a qualidade do ensino asseguran-
do que a escola decida como utilizar seus recursos e garantindo liberdade pedagógica e
flexibilidade gerencial.
Fonte: OLIVEIRA, João Batista Araujo; SCHWARTZMAN, Simon. A escola vista por dentro.
Belo Horizonte: Alfa Educativa Editora, 2002.
Está correto que se afirma em:
a) I, III e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.
QUESTÃO 2-Indique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as seguintes afirmações sobre os
materiais e recursos didáticos:
43
( ) Escolas bem avaliadas nos mais diversos instrumentos aplicados indicam que a quali-
dade da educação e do ensino no Brasil se encontra em patamares de excelência.
b) V — V — F — V.
c) F — V — V — V.
d) V — V — V — V.
e) V — F — F — F.
Fonte: LIBÂNEO, José C.; OLIVEIRA, João F.; TOSCHI, Mirza S. Educação Escolar: políticas,
estrutura e organização. 10ª. Ed., São Paulo: Cortez, 2012.
III. É aquela mediante a qual a escola promove: domínio dos conhecimentos, desenvol-
44
vimento de capacidades cognitivas e afetivas, a inserção no mundo e a constituição da
cidadania. Sem qualquer distinção, para todos os alunos.
b) I e II.
c) Apenas II.
d) II e III.
e) I, II e III.
Referências Bibliográficas
LIBÂNEO, José C.; OLIVEIRA, João F.; TOSCHI, Mirza S. Educação Escolar: políticas, estru-
tura e organização. 10ª. Ed., São Paulo: Cortez, 2012.
MACHADO, Nílson José. Qualidade da educação: cinco lembretes e uma lembrança. Estud.
av., São Paulo, v. 21, n. 61, p. 277-294, Dez. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142007000300018&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 30 jan. 2018.
VEIGA, Ilma P. A. (Org.). Didática: o ensino e suas relações. 13. ed. Campinas, SP: Papirus,
2008.
ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
45
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa B
O texto está em consonância com duas afirmações, a saber II e IV, e dissonante nas afirmações I
e III: I- A conquista de maior qualidade no ensino no Brasil está diretamente relacionada às políticas
públicas. Dessa forma, muito pouco podem os atores envolvidos, tais como professores, alunos, pais,
comunidade educativa. III- Participação e poder dos pais ameaça a autonomia da escola pública.
QUESTÃO 2-Alternativa E
Apenas a primeira afirmação é verdadeira: Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), Enem, Prova
QUESTÃO 3-Alternativa D
Apenas a afirmação I está incorreta: Educação de qualidade envolve essencialmente o domínio de
46
4
Perspectivas
didáticas
inovadoras
Objetivos Específicos
• Analisar e compreender a intrínseca relação entre cultura e educação.
cultura.
Introdução
O que um professor está buscando, pelo que luta, quando se defronta com o desafio cotidiano
para que seus alunos aprendam mais e melhor? Eficiência e eficácia se aplicam ao universo da
Aliás, no dia-a-dia, todos nós estamos sempre em busca da eficácia. E aquilo que chama-
mos de ‘didática’ não é outra coisa senão a investigação pela qual tentamos compreender
‘como as coisas funcionam’ na cabeça de um aluno para que ele faça o melhor aproveita-
mento dos conteúdos do programa (MEIRIEU, 2006, p. 41).
Curioso notar que justamente o título de um capítulo da obra de Meirieu (2006), é Queremos
ser eficazes, mas não em quaisquer condições. Você pode tomar esse título como uma provocação.
Aquela que remete à busca constante por organizar situações de aprendizagens significativas, ino-
vadoras, relevantes, que instiguem os alunos, que os lancem à aplicação de conhecimentos, valores
Essa reflexão que conduz às suas ações didáticas, pensada, confrontada com os resultados obti-
-aprendizagem cada vez mais eficazes. E, como afirma Meirieu (2006, p. 43), “[...] construir uma
48
4.1 Cultura e educação
Ainda é uma dura realidade em muitas escolas a vigência da pedagogia tradicional, que não
tudes e valores.
A escola, infelizmente, muitas vezes se reveste como detentora de um saber mais elaborado,
superior, linear e excludente. Considera que determinados saberes e conteúdos são distintamente
mais importantes, corretos e relevantes que outros. É assim que centra o trabalho na transmissão
de conteúdos estanques, acabados, fechados, apartados do universo do aluno e muitas vezes até
ouviu nos moldes exigidos por cada professor. Passa ao largo, aqui, a necessidade de conhecer, valo-
vivências na escola.
49
Para Sacristán (1998):
50
interesses, necessidades e exigências que
incorporando as tradições
culturais dos diferentes gru-
pos culturais e sociais. Pode ser visto como os resultados de uma reivindicação de grupo
a subordinados – como as mulheres, as pessoas negras e as homossexuais, por exemplo
– para que os conhecimentos integrantes de suas tradições culturais sejam incluídos nos
currículos escolares e universitários. Mais criticamente, entretanto, também pode ser visto
como uma estratégia dos grupos dominantes, em países metropolitanos da antiga ordem
colonial, para conter e controlar as demandas dos grupos de imigrantes das antigas colô-
nias (SILVA, 2000, p. 22).
A escola, segundo Moreira (2008, p 15), é o espaço propício para o cruzamento de culturas, já
que carrega uma responsabilidade própria, que a diferencia de outras esferas de socialização que “é
a mediação reflexiva daquelas influências plurais que as diferentes culturas exercem de forma per-
51
Resta ainda assegurar a igualdade de
possibilidades de atuação, se dá de forma integrada, como um todo articulado. Mas a escola, ao contrá-
rio, faz uma segmentação do conhecimento que pode ser observada desde a estruturação do ensino,
que se organiza em ciclos, anos, series, componentes curriculares, culminando na divisão e distancia-
mento das disciplinas da vida real. É quase uma regra que os objetos de conhecimento sejam tratados
pode ser observada de forma ainda mais severa, quando uma determinada disciplina é ainda subdividida
52
em tantos outros conteúdos quase sempre
apresentando raras exceções. A interdisciplinaridade é uma das alternativas concretas para alterar tal
Como você já viu, é possível elaborar um Plano curricular com os fundamentos e referenciais de
cada disciplina concretizando interlocução entre conhecimento escolar e realidade histórica. Nesse
sentido, alicerçar o Plano curricular sobre a experiência de vida dos alunos e integrando-o a outras
tantas e tantas disciplinas, pode contribuir para a produção de um Plano curricular que abarque a
interdisciplinaridade.
Sacristán (1998) alerta para medidas que, aliadas à ordenação e estruturação geral do currículo,
podem culminar para a integração dos saberes garantido um trabalho menos compartimentalizado.
a) A sugestão nas prescrições curriculares para o sentido da educação geral que insinuamos
e uma consequente avaliação do sistema para sensibilizar sobre seu cumprimento.
53
b) A formação de professo-
res/as em especializações de
acordo com as necessidades
de cada nível de ensino, que Assimile
sintetize um saber amplo em Sacristán (1998, p. 37) indica que “[...] a apren-
dizagem significativa, seja por recepção, seja por
áreas de conhecimento com descoberta, opõe-se à aprendizagem mecânica, re-
a possível especialização em petitiva, memorialística. Compreende a aquisição
de novos significados” O primeiro autor a trabalhar
parcelas concretas, assim com o conceito de aprendizagem significativa foi
como uma política coerente Ausubel (1976), citado por Sacristán (1998, p. 57):
“A essência da aprendizagem significativa reside
de seleção de docentes. em que as idéias expressadas simbolicamente são
relacionadas de modo não arbitrário, mas substan-
cial, com o que o aluno/a já sabe. O material que
c) A coordenação dos pro- aprende é potencialmente significativo para ele”.
AUSUBEL, David. Psicología educativa. Un punto de
fessores/as que ensinam
vista cognoscitivo. México. Trillas, 1976.
aos mesmos alunos/as nas
escolas, facilitando que
lecionem em mais de uma
parcela especializada.
d) Oferecer nas escolas atividades culturais que, coordenadas ou não com as matérias,
em forma de oficinas, seminários, etc., deem lugar a uma formação ampla e variada dos
alunos/as.
f) A elaboração de materiais pontuais, por parte dos professores/as e editores, sobre tópi-
cos concretos e sobre projetos curriculares mais gerais numa área ou matéria.
54
Como você pode perceber, trata-se de escolher um percurso que assegure uma aprendizagem
relevante na escola, motivadora, trazendo para dentro da sala de aula o desafio do processo ensino
configuram como possibilidades didáticas ricas e envolventes. Reflita sobre essas questões: Suponha
que você é professor/a de uma disciplina específica. Como pode trazer para dentro desta disciplina a
cultura prévia dos seus alunos? De que maneira pode trabalhar essa disciplina de forma interdisciplinar?
Considerações Finais
Você acompanhou uma análise referente à cultura, identidade cultural, multiculturalismo e inter-
disciplinaridade. Veja esses tópicos que apresentam os aspectos centrais sobre esses temas:
• A escola, em geral, considera que determinados saberes e conteúdos são distintamente mais
portamento, de representar a vida que está sempre em transformação, a pulsante e rica cria-
tividade que amplia, enriquece e altera a vida dos que estão sob sua influência.
missas que a aprendizagem num contexto de sala de aula não é apenas individual, restrita à
relação professor-aluno. Também abrange a cultura de cada um, compõe-se como uma apren-
55
• É quase uma regra que os objetos de conhecimento sejam tratados na escola de forma seg-
• A interdisciplinaridade não requer como premissa que mais de um professor, ou mesmo vários,
se organizem para construir um currículo integrado. Um professor, mesmo sozinho, pode rea-
motivadora e significativa.
Glossário
Identidade cultural: “No contexto das discussões sobre multiculturalismo e sobre a chamada ‘polí-
tica de identidade’, o conjunto de características que distinguem os diferentes grupos sociais e cultu-
rais entre si. De acordo com a teorização pós-estruturalista que fundamenta boa parte dos Estudos
Culturais contemporâneos, a identidade cultural só pode ser compreendida em sua conexão com a
produção da diferença, concebida como um processo social discursivo. Ser brasileiro’ não faz sentido
SILVA, Tomaz Tadeu da. Teoria Cultural e Educação - Um Vocabulário Crítico. Belo Horizonte:
Interdisciplinar: Interdisciplinar é um adjetivo que qualifica o que é comum a duas ou mais discipli-
nas ou outros ramos do conhecimento. É o processo de ligação entre as disciplinas. A palavra interdisci-
plinar é formada pela união do prefixo “inter”, que exprime a ideia de “dentro”, “entre”, “em meio”; com
a palavra “disciplinar”, que tem um sentido pedagógico de instruir nas regras e preceitos de alguma arte.
56
Verificação de leitura
Fonte: MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo: dife-
renças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis: Vozes, 2008.
57
QUESTÃO 2-Indique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as seguintes afirmações.
A interdisciplinaridade:
a) F — F — V — V
b) V — V — F — V
c) V — V — V — V
d) V — F — F — V
e) F — F — F — F
58
QUESTÃO 3-“Na América Latina e, particularmente, no Brasil a questão multicultural
apresenta uma configuração própria. Nosso continente é um continente construído com
uma base multicultural muito forte, onde as relações interétnicas tem sido uma constante
através de toda sua história, uma história dolorosa e trágica principalmente no que diz
respeito aos grupos indígenas e afrodescendentes. A nossa formação histórica está mar-
cada pela eliminação física do ‘outro’ ou por sua escravizacão, que também é uma forma
violenta de negação de sua alteridade. Os processos de negação do ‘outro’ também se dão
no plano das representações e no imaginário social. Neste sentido, o debate cultural na
América Latina nos coloca diante da nossa própria formação histórica, da pergunta sobre
como nos construímos socioculturalmente, o que negamos e silenciamos, o que afirma-
mos, valorizamos e integramos na cultura hegemônica.”
Fonte: MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo: dife-
renças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 17.
Analisando o fragmento de texto e seus estudos sobre o tema, é correto afirmar que:
II. Cabe à escola a transmissão de um saber organizado, sistematizado, com uma cultura
aceita como superior e melhor elaborada.
III. Ao analisar a nossa multiculturalidade, estamos nos defrontando também com o outro,
com relações interétnicas que precisam ser analisadas e trabalhadas.
IV. Nossa formação histórica carrega a marca da eliminação física do outro ou ainda con-
sidera sua escravizacão.
a) III e IV.
b) I e II.
c) Apenas IV.
e) I e III.
59
Referências Bibliográficas
AUSUBEL, David. Psicología educativa. Un punto de vista cognoscitivo. México. Trillas, 1976.
SACRISTÁN, José G.; GÓMEZ, Angel P. Compreender e Transformar o Ensino. 4. ed. Porto
Alegre: Artmed, 1998.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Teoria Cultural e Educação - Um Vocabulário Crítico. Belo Hori-
zonte: Autêntica, 2000.
60
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa D
“Multiculturalismo em educação envolve a natureza da resposta que se dá nos ambientes e arran-
jos educacionais, ou seja, nas teorias, nas práticas e nas políticas. Multiculturalismo em educação
envolve, ainda, um posicionamento claro a favor da luta contra a opressão e a discriminação a que
certos grupos minoritários têm, historicamente, sido submetidos por grupos mais poderosos e privi-
Fonte: MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo: diferenças cul-
QUESTÃO 2-Alternativa C
Todas as afirmações são verdadeiras quanto à interdisciplinaridade.
QUESTÃO 3-Alternativa A
As afirmações I e II estão incorretas:
II. Cabe à escola a transmissão de um saber organizado, sistematizado, com uma cultura aceita
61
5
Avaliação da
aprendizagem
Objetivos Específicos
• Compreender que a avaliação é intrínseca ao planejamento e ao processo de ensino-aprendizagem.
• Reconhecer que a avaliação tem, como maior finalidade, melhorar a qualidade da aprendiza-
gem e do ensino.
Introdução
Você avalia o tempo todo, muitas vezes de forma quase automática, sem se dar conta do pro-
cesso: avalia o clima para escolher o que vestir antes de sair de casa, o tempero durante o preparo
de um prato, o percurso que vai percorrer para decidir a que horas sair, a temperatura corporal para
resolver se precisa de medicamento quando se sente febril. Avalia inclusive a si mesmo, e avalia os
outros; como numa via de mão dupla, também é avaliado por eles. Como você pode perceber, a ava-
liação é intrínseca às pessoas, invade a vida diária e impacta em tantas e tantas outras ações. Ora,
• recorrer à avaliação obtida como orientação de rota, como ajuste e até mudança de percurso
Em educação, a avaliação também emerge como um processo que requer instrumentos cla-
ros e seu resultado precisa servir objetivamente para aprimorar o processo ensino-aprendizagem,
processo do qual a avaliação também faz parte. Mas avaliamos em nome de quê? O que elegemos
como importante, imprescindível a ser avaliado? O que fazemos então com os resultados que a
63
5.1 Enfoques sobre a avaliação
Alves (2013) apresenta o motivo pelo qual até a década de 1970 a avaliação não tinha a atenção
[…] a avaliação e as discussões que suscitavam eram feitas com base em pesos e medidas –
o “peso da responsabilidade”, que recaía unicamente sobre os alunos, e a “medida dos seus
conhecimentos”, representada pelos pontos conseguidos por eles em provas e trabalhos
escolares, que eram considerados representativos do quanto conheciam ou desconheciam
o conteúdo avaliado.
Note que tais consensos sobre o que e como avaliar não permitiam incômodo frente ao tema. A
avaliação estava desvinculada do processo ensino-aprendizagem, era algo estabelecido à parte com
a finalidade de verificar o resultado da dedicação e dos estudos dos alunos, que podia ser aferido ao
final de períodos determinados. A máxima aqui é, infelizmente, tão conhecida por tantos e tantos: ‘o
professor ensina e o aluno aprende’. Consequentemente, o professor avalia e o aluno apresenta o que
aprendeu. E ainda mais: poderia ser incluído no julgamento do aluno também seu comportamento.
O padrão de comportamento esperado curvava-se, segundo Alves (2013), aos princípios, valores e
atitudes dos professores, algo subjetivo, como você pode constatar. Por isso, a autora conclui que:
64
Observe que a própria concepção de
coloca um dilema: há muitas e muitas formas de precisar o conceito que estará essencialmente atre-
lado ao tipo de educação pela qual se luta, à assunção de um modelo de escola, de objetivos que
Para Perrenoud (1999, p. 10), uma “[...] visão pessimista da escola poderia enfatizar o imobi-
lismo”. Esse imobilismo, apesar de submetido a tantas e tantas discussões reformistas indicando
ção, ainda muito longe de adentrar no século XXI. Para o autor, as mudanças no universo escolar são
muito lentas. Ainda persistimos em práticas universais que avaliam de modo indistinto os alunos,
65
O autor ainda aponta para uma defini-
66
5.1.1 Tipos de avaliação
Segundo Bloom (1983), há três modalida- Exemplificando
Um único filme ou diversas fotografias?
des de avaliação, com características pró- Imagine que a avaliação como um filme no qual
fosse possível seguir a história do processo ensi-
prias: somativa, formativa e diagnóstica.
no-aprendizagem sem cortes. Mas, mesmo quando
• Avaliação somativa: apresenta a soma se investe na avaliação processual, o que se con-
segue obter é uma coletânea de várias fotografias,
dos conhecimentos que o aluno adqui- todas estáticas de momentos previamente escolhi-
dos. Quando são visualizadas já não representam
riu durante um certo período. Está mais aquele instante, já se configuram como mar-
cas do passado, mesmo que recente. Acompanhar
estreitamente relacionada à medição, um filme, um todo sem interrupções, é muito dif-
erente de acompanhar uma coleção de fotografias.
aferição. É por isso que os professo- Esteja sempre alerta ao fazer uma avaliação pro-
cessual sem ignorar que, mesmo aferindo aspectos
res utilizam a avaliação somativa ao pontuais da aprendizagem dos alunos e indicando
percursos e as melhores ações didáticas para asse-
final de ciclos específicos: final bimes- gurar novas aprendizagens, trata-se de um proces-
so pautado em marcas estanques.
tre, semestre ou ano. É na avaliação
• Avaliação formativa: modalidade que tem o objetivo informar para o professor e para o pró-
prio aluno o resultado de uma aprendizagem durante um período no qual as atividades foram
sobre essas alterações de rotas indicando como os alunos modificam suas aprendizagens
de avaliação permite que o aluno tenha consciência do que aprendeu e das formas como se
apropriou das aprendizagens. De forma integrada, professor e aluno, guiados pela avaliação
67
O foco principal da avaliação deve ser o de oferecer as melhores imagens do cenário para acom-
É preciso que o processo de avaliação seja contínuo, cumulativo e processual. Avaliação proces-
sual é aquela que se reveste do acompanhamento das várias etapas do processo ensino-aprendiza-
Enquanto o planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato
crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto.
A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar; por isso contribui em todo o percurso
da ação planificada. A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva
político-social, como também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto,
tendo em vista a sua construção. Ou seja, a avaliação, como crítica de percurso, é uma fer-
ramenta necessária ao ser humano no processo de construção dos resultados que planificou
produzir, assim como o é no redimensionamento da direção da ação. A avaliação é uma fer-
ramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir e, por isso, é
necessário que seja usada da melhor forma possível (LUCKESI, 1992, p. 125).
cias a serem conquistadas e utilizadas pelos alunos, de quem ou o que se avalia (inclusive conside-
rando que o professor, a escola, os recursos etc. também são objetos da avaliação), os aspectos da
avaliação são imprescindíveis e pertinentes para lançar luz e possibilitar ajustes em toda e qualquer
Se você quiser recorrer a uma máxima para resumir o motivo pelo qual avaliamos, guarde: “ava-
liar para aprimorar a qualidade da aprendizagem e do ensino”. Veja como essa máxima, envolve
68
um espectro muito maior do que apenas a
aprendizagem do aluno.
Nesse sentido, uma proposta pedagógica progressista pode assumir: a avaliação dos esta-
belecimentos escolares por meio dos resultados de aprendizagem dos alunos (embora essa
aferição não deva ser utilizada para classificar as escolas, determinando quais serão bene-
ficiadas por recursos públicos, algo totalmente inaceitável); a descentralização das escolas,
favorecendo a identificação de necessidades locais, o envolvimento de professores e pais
etc. (embora isso não deva ser usado para a redução do poder de mobilização dos sindi-
catos e da participação política de professores); a ênfase no desenvolvimento de capaci-
dades básicas de aprendizagem (embora não se aceite mero treinamento de habilidades)
(LIBÂNEO, 2012, p. 507-508).
Compreendida sob esse foco, a avaliação é uma ferramenta imprescindível e incide sobre os
69
a aplicação desses recursos, as condições materiais e até sobre os próprios instrumentos avaliati-
vos. É assim que você lançará mão desse precioso recurso, não meramente para identificar o que
os alunos aprenderam ou não, mas para, principalmente investigar as razões para a aprendizagem
ou não aprendizagem. E, a partir daí, traçar novas possibilidades didáticas que assegurem a nova
aprendizagem.
propor para uma turma? Por que é tão relevante planejar formas diversas de avaliar um mesmo
objeto de conhecimento?
Considerações Finais
Você acompanhou uma análise referente à avaliação na educação. Veja esses tópicos que apre-
• Até a década de 1970 a avaliação não tinha a atenção e o interesse que são atribuídos nos dias
atuais. Havia consensos sobre o que e como avaliar. A avaliação estava desvinculada do pro-
cesso ensino-aprendizagem, era algo estabelecido à parte para verificar o resultado da dedi-
está ligado ao tipo de educação pela qual se luta, à assunção de um modelo de escola, de obje-
70
• Para Perrenoud (1999), ainda persistimos em práticas universais que avaliam de modo
da individualização.
• Segundo Bloom (1983), há três modalidades de avaliação, com características próprias: soma-
petências a serem conquistadas e utilizadas pelos alunos, de quem ou o que se avalia (inclu-
sive considerando que o professor, a escola, os recursos etc. também são objetos da ava-
liação), os aspectos da avaliação são imprescindíveis e pertinentes para lançar luz e possi-
bilitar ajustes em toda e qualquer apropriação dos mais diversos processos que envolvem o
ensinar e o aprender.
Glossário
Antagonismos: 1. Estado de rivalidade entre coletividades, pessoas ou sistemas. 2. Oposição
mútua, incompatibilidade.
71
Verificação de leitura
Fonte: LUCKESI, Cipriano C. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Pátio. Porto
Alegre: Artmed. Ano 3, n. 12 fev./abr. 2000. Disponível em: <https://www.nescon.medi-
cina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf>. Acesso em 08. fev. 2018.
Com base nesse fragmento de texto e em seus estudos, podemos afirmar que:
II. A disposição em acolher, apontada como ação do avaliador, assegura que um objeto,
pessoa ou ação não serão recusados, excluídos ou mesmo julgados previamente.
III. Esse fragmento de texto está em sintonia com a visão de que a avaliação precisa ser
diferenciada, precisa reconhecer as desigualdades.
a) I e III.
b) Apenas II.
c) Apenas I.
d) II e III.
e) I, II e III.
72
QUESTÃO 2-Considerando seus estudos, indique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as
seguintes afirmações sobre avaliação:
( ) Pode ser interpretada como sinônimo de verificação, exame, uma vez que seu maior
objetivo é aferir o que os alunos aprenderam.
a) F — V — V.
b) V — V — F.
c) F — F — V.
d) V — V — V.
e) V — F — F.
73
QUESTÃO 3-Há três tipos, modalidades de avaliação:
74
Referências Bibliográficas
ALVES, Júlia F. Avaliação educacional - da teoria à prática. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
LIBÂNEO, José C.; OLIVEIRA, João F. e TOSCHI, Mirza S. Educação Escolar: políticas,
estrutura e organização. 10ª. Ed., São Paulo: Cortez, 2012.
75
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa E
O texto está em consonância com as três afirmações.
QUESTÃO 2-Alternativa A
Apenas a primeira afirmação é falsa: a avaliação pode ser interpretada como sinônimo de verifi-
cação, exame, uma vez que seu maior objetivo é aferir o que os alunos aprenderam.
QUESTÃO 3-Alternativa C
I) Avaliação formativa: modalidade que tem o objetivo informar para o professor e para o próprio
aluno o resultado de uma aprendizagem durante um período no qual as atividades foram desenvolvi-
e estabelece reformulações.
II) Avaliação somativa : está intimamente relacionada à medição. É utilizada ao final de ciclos
específicos: final bimestre, semestre ou ano, classificando os alunos a partir das notas obtidas.
tos prévios para obter um diagnóstico do desenvolvimento do aluno. Professor e aluno guiam-se pela
avaliação diagnóstica para promover ajustes apoiados na reflexão constante, crítica e participativa.
76
6
Diferentes
instrumentos
de avaliação
Objetivos Específicos
• Compreender que os instrumentos de avaliação estão adequados às concepções metodológicas.
Introdução
As premissas tradicionais envolvendo a avaliação ainda estão impregnadas em muitas e muitas
escolas. Sobre elas estão sedimentadas práticas igualmente tradicionais, pois a assunção de um
modelo deve, necessariamente, repercutir em ações didáticas sintonizadas com a premissa. Nesse
universo temos a avaliação como um processo desvinculado do aprender e ensinar que Alves (2013,
p. 01) indica como uma “[...] prática a ser realizada apenas com os alunos para avaliar tão somente
os produtos finais de suas atividades de aprendizagem”. Essa prática, ainda tão tradicional da avalia-
ção, além de considerar o aluno como única variável do processo também ignora outras competên-
cias para além do conhecimento cognitivo. O desafio que se coloca é como estimular e conduzir os
e parte fundamental do processo educativo como um todo. E, inclusive, de levar em conta que os
conhecimentos atitudinais e procedimentais também são muito relevantes no espectro das aprendi-
zagens. Em última instância significa que o educador tome para si a avaliação como grande aliada
para otimizar suas práticas e aprimorar o planejamento. Vale aqui considerar que há múltiplos outros
fatores que precisam compor o espectro avaliativo da escola, tais como: o próprio professor, as con-
dições sociais e materiais da escola e da comunidade educativa, a cultura do aluno, suas habilidades
e competências, etc. Frente aos indicadores, agora muito mais amplos, interpretá-los e utilizá-los
para elaborar e conduzir novos esforços rumo à orientação de uma aprendizagem efetiva e eficiente.
78
6.1 Instrumentos
de avaliação
Link
“Construindo o conceito de competência” é um in-
A avaliação formativa, que ocorre durante teressante artigo que recupera o debate teórico a
respeito da noção de competência relacionando-a
o processo ensino-aprendizagem, carrega à estratégia e aos processos de aprendizagem or-
ganizacional.
elementos para o professor fazer seguros FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afon-
so. Construindo o conceito de competên-
ajustes de percurso considerando os obje- cia. Rev. adm. contemp., Curitiba, v.5, n. spe,
p.183-196, 2001. Disponível em: <http://
tivos que pretende alcançar. Nessa modali-
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S1415-65552001000500010&lng=en&n-
dade de avaliação é preciso ter claro o foco
rm=iso>. Acesso em: 10. fev. 2018.
nas técnicas e instrumentos avaliativos mais
competências dos alunos poderão ser aprimoradas. Você pode traduzir a avaliação formativa como
qualificadora, o que significa que vai trazer à tona a qualidade do processo ensino-aprendizagem para
Santos (2016, p. 48) indica seis etapas pelas quais é possível ordenar o processo de avaliação.
Acompanhe:
A questão primordial aqui é: o que será avaliado? Pode ser “[...] a construção de um conheci-
mento, o desenvolvimento de uma habilidade ou a manifestação de uma atitude”. O que vai guiar
e constantemente revisitados.
Eleger os critérios de forma objetiva, mensurável e clara é uma forma concreta de ordenar o pro-
cesso avaliativo. Por exemplo: selecionar e organizar informações a partir de material disponibili-
zado pelo professor. É importante que os alunos compreendam os critérios e que seja elaborada uma
escala de valores.
79
Alves (2013) defende a importância dos
critérios e indicadores:
É importante lembrar que a Assimile
definição de critérios, indica- Os instrumentos de avaliação compõem uma vas-
ta gama de possibilidades e podem ser compostos
dores e evidências possibilita por: apresentações, produções de textos, relatóri-
à avaliação mais objetividade, os, atividades escritas, seminários, fichas avaliati-
vas, entrevistas, observações, autoavaliação, pro-
melhor entendimento entre vas práticas, provas teóricas, testes discursivos,
avaliador e avaliado, melhor testes objetivos etc.
controle para validação e ele-
mentos muito precisos para
indicar o que precisa ser recuperado e/ou redirecionado no ensino-aprendizagem para o melhor
desenvolvimento do aluno (ALVES, 2013, p.127).
3. Definir as condições
Santos (2016, p. 48) destaca que tais condições não se relacionam apenas ao momento quando
se realiza uma prova, mas pode ser algo mais amplo. “Exemplo: realização de uma visita técnica e
posterior elaboração de relatório com base em um roteiro, relacionando o que foi visto com o con-
teúdo estudado.”
4. Escolher os instrumentos
80
um gabarito oficial”. Mas pode ser uma amplo conjunto de resultados a partir da análise do que foi
produzido pelos alunos considerando uma proposta consistente e aderente aos objetivos.
6. Fornecer feedback
É quando se oferece a quem foi avaliado o resultado daquela avaliação pontual. De posse do
Acompanhe o exemplo de Santos (2016, p. 49): “[...] entrega de provas com comentários ou corre-
ção de alguma atividade pelo professor em sala”. Vale destacar que o professor precisa se colocar
verdadeiramente à serviço do aluno para contribuir para seu crescimento, para aquisição e/ou apri-
Acompanhe:
A avaliação operatória […] tem como princípio básico considerar que o aluno é o construtor
do seu conhecimento:
81
Não perca de vista que uma avaliação não tradicional está vinculada a um processo ensino-apren-
dizagem também não tradicional, arrojado. Construir instrumentos avaliativos que contemplem as
Nesse contexto, uma avaliação interdisciplinar, envolvendo duas ou mais disciplinas é uma forma de
82
as aulas também estejam voltadas à esse formato, o que significa que centram-se no desenvolvi-
145), destaca que “[...] o significado, o objetivo e a relevância dos problemas propostos na avaliação
avaliador perceberá como o aluno processa seu conhecimento, como utiliza informações orga-
aluno sabe ou não sabe, mas como enfrenta e resolve problemas com aquilo que sabe.
2. As situações-problema são construídas com enunciados que utilizem verbos indicando opera-
ções a serem realizadas. Veja alguns exemplos: “[…] identifique, observe, analise, classifique,
compare, critique, justifique, levante hipótese, explique, interprete, suponha, reescreva, des-
creva, localize, opine, calcule, determine, comente, substitua, exponha, construa, relacione,
3. Há uma proximidade entre avaliador e avaliado, a prova é elaborada como se fosse uma con-
para resolução. Observe que, para contextualizar uma situação-problema podem ser utilizados
textos, “[…] desenho, foto, tirinha, charge, gráfico, esquema, quadro comparativo ou de clas-
Alves (2013), também indica o portfólio como um importante instrumento para concretizar a ava-
liação formativa. Trata-se de uma pasta, um álbum que reúne as atividades realizadas pelo aluno,
todo tipo de documentação daquilo que foi produzido na escola, como também em atividades extra
83
[…] anotações de estudo;
reflexões realizadas; comen-
tários sobre assuntos, pes-
soas, obras instituições, obje- Para saber mais
tos, situações relativas aos A avaliação que efetivamente pode acarretar trans-
formações desejadas nos alunos e nos professores,
projetos; relatórios de visitas; para Alves (2013), está atrelada a alguns fatores:
consultas a livros, sites, espe- a determinação clara de evidências, indicadores e
critérios que sejam amplamente conhecidos por to-
cialistas; fotografias do aluno dos, o aprimoramento da compreensão do processo
em atividade ou tiradas pelo avaliativo que se dá entre avaliador e avaliado, e
a busca de tópicos pontuais que apontem para o
próprio aluno do que achou que precisa ser recuperado incluindo as formas de
importante ou interessante; como esse processo de recuperação e/ou redirecio-
namento se dará.
ou seja, uma infinidade de
outros materiais que possam
servir para registrar aconteci-
mentos, fatos que despertaram seu interesse, procedimentos que auxiliaram na resolução de
problemas, curiosidades que motivaram suas reflexões e constatações sobre seu desenvolvi-
mento etc. (ALVES, 2013, p. 131).
O professor, pais, outros profissionais e inclusive o próprio aluno, ao folhear um portfólio, podem
acompanhar diversos momentos que compuseram o processo que o aluno percorreu na conquista
dos objetivos. Pode também apresentar se tais objetivos foram atingidos em parte ou até mesmo
não atingidos. É importante destacar que o portfólio não elimina os diversos instrumentos avaliati-
Eleja um objeto de conhecimento e um objetivo a ele relacionado e reflita sobre essas questões: como
esse objeto pode ser avaliado através de uma avaliação operatória? Como pode ser avaliado de maneira
informal? Quais atividades podem compor o portfólio do aluno relacionadas a esse objeto específico?
84
Considerações Finais
Você acompanhou uma análise referente a diversificados instrumentos avaliativos. Acompanhe
• É importante, na avaliação formativa, ter claro o foco nas técnicas e instrumentos avaliativos mais
significativos de forma a assegurar que as competências dos alunos poderão ser aprimoradas.
• Santos (2016) indica seis etapas pelas quais é possível ordenar o processo de avaliação: mapear
o que será avaliado, definir critérios e indicadores, definir as condições, escolher os instrumen-
• A avaliação deve ser periódica e constante. Pode ser informal, isto é, realizada, por exemplo,
casos e de situações-problema.
não tradicional.
• Santos (2016) indica que a avaliação operatória tem como princípio básico considerar que o
• O trabalho com Projetos envolve diversas etapas para sua execução e em várias delas a ava-
liação está presente de maneira diferenciada, conforme aquilo que se objetiva desenvolver na
etapa específica.
• Alves (2013) indica o portfólio como um importante instrumento para concretizar a avaliação
formativa. Trata-se de uma pasta, um álbum que reúne as atividades realizadas pelo aluno,
todo tipo de documentação daquilo que foi produzido na escola, como também em atividades
extra classe.
85
Glossário
Competência: “Conjunto de habilidade, atitude e conhecimento. É a capacidade de mobili-
zar conhecimentos, valores e decisões para agir de modo pertinente em determinada situação”
Técnicas e instrumentos avaliativos: “[…] são utilizados para controlar o alcance dos objetivos de
analisados alguns comportamentos que indicam se houve ou não aprendizagem. O professor deve
coletar o maior número de dados possíveis para que a avaliação seja abrangente, utilizando técnicas
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-“O problema não está em como conseguir que o máximo de alunos tenham
acesso à universidade, mas em como conseguir desenvolver ao máximo todas as suas ca-
pacidades e, entre elas, evidentemente aquelas necessárias para que cheguem a ser bons
profissionais. Tudo isso envolve mudanças substanciais tanto nos conteúdos da avaliação
quanto no caráter e na forma das informações que devem ser proporcionadas sobre o conhe-
cimento que se tem das aprendizagens realizadas, considerando as capacidades previstas.
Por enquanto, digamos apenas que se trata de informações complexas, que não combinam
com um tratamento estritamente quantitativo; elas se referem a valorações e indicadores
personalizados que raramente podem ser traduzidos em notas e qualificações clássicas.”
Fonte: ZABALA, Antoni. Por que se deve avaliar? Revista Pátio. Número 84. Novembro 2017
- Janeiro 2018. Disponível em: <http://loja.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/5937/por-
que-se-deve-avaliar.aspx> Acesso em: 09. fev. 2018.
Com base nesse fragmento de texto e em seus estudos, podemos afirmar que:
II. Obter informações sobre quanto os alunos sabem, indica que há um tratamento quan-
titativo do processo avaliatório o que significa traduzir a aprendizagem em notas e quali-
ficações clássicas.
III. Para conseguir desenvolver ao máximo as capacidades dos alunos há mudanças subs-
tanciais a serem empenhadas pelos professores: na forma como as informações devem
86
ser proporcionadas, sobre o conhecimento que se tem das aprendizagens realizadas e so-
bre os conteúdos da avaliação.
b) Apenas II.
c) Apenas I.
d) II e III.
e) I, II e III.
QUESTÃO 2- Considerando seus estudos, indique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as
seguintes afirmações sobre essa formas de avaliação:
( ) A avaliação deve ser periódica e constante, portanto não pode ser informal.
( ) Uma avaliação não tradicional pode estar vinculada tanto a um processo ensino-apren-
dizagem tradicional como não não tradicional, arrojado.
( ) O trabalho com Projetos envolve diversas etapas para sua execução. Em muitas dessas
etapas a avaliação está presente de maneira diferenciada, conforme aquilo que se objeti-
va desenvolver na etapa específica.
b) F — V — V — F.
c) F — F — F — V.
d) V — V — V — V.
e) V — V — F — F.
87
QUESTÃO 3-Leia essas características:
• Tem como princípio básico considerar que o aluno é o construtor do seu conhecimento.
a) processual.
b) diagnóstica.
c) operatória.
d) somativa.
e) tradicional.
Referências Bibliográficas
ALVES, Júlia F. Avaliação educacional - da teoria à prática. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
SANTOS, Ana Maria Rodrigues dos. Planejamento, avaliação e didática [recurso eletrô-
nico] / Cengage Learning. São Paulo, SP: Cengage Learning, 2016.
88
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa D
Apenas a primeira afirmação não está em consonância com o fragmento de texto: Caso a forma
como as informações são proporcionadas e trabalhadas em sala de aula se altere, a avaliação não
O correto é: Caso a forma como as informações são proporcionadas e trabalhadas em sala de aula
QUESTÃO 2-Alternativa A
Apenas a segunda afirmação é falsa: A avaliação deve ser periódica e constante, portanto não
QUESTÃO 3-Alternativa C
As características listadas referem-se à avaliação operatória.
89
7
Recursos
tecnológicos
na educação
Objetivos Específicos
• Discutir a utilização de tecnologias da informação e da comunicação no contexto da
aprendizagem.
ção e comunicação.
Introdução
Você já deve ter visto diferentes exemplos de professores. É possível separá-los em dois grupos: os
recursos para otimizar suas aulas e que interessam-se legitimamente por tudo que possa contribuir para
que seus alunos aprendam mais e melhor. E há outro grupo, formado pelos que decretam o fim da luta,
acreditam que nada mais pode ser feito, lastimam frente a qualquer situação como derrotados, sabem
de cor a lista com todos os culpados pela situação terrível da educação (e, claro, se isentam dessa lista).
Para esses últimos, nada mais pode ser feito, o que está à disposição não serve, é podre para ser ofe-
recido aos alunos. Os alunos também estão estragados e não há saída. Esses modelos de professores
não estão relacionados à idade, nem sequer ao tempo que se dedicam ao magistério, mas à uma deci-
são interna que os colocam integralmente envolvidos com sua profissão e com seus alunos ou terem
abdicado totalmente da luta. Imagine então como cada perfil desses se depara com inovações intensas,
suas aulas. As mesmas ferramentas podem ser vistas como grandes aliadas no processo ensino-apren-
dizagem ou apenas como mais parafernália que não serve para nada, mais um modismo que ‘logo vai
passar’ como tantos outros que já se apresentaram na educação. Você pode calcular quanto empenho
e dedicação um verdadeiro professor precisará ter constantemente para investigar as múltiplas possibi-
91
7.1 O uso
de recursos
Para saber mais
tecnológicos
As tecnologias sempre estiveram presentes na es-
cola como ferramentas e instrumentos para o pro-
cesso de ensino. Veja que retroprojetor, TV e tantos
e tantos outros, são recursos tecnológicos. Mas,
Segundo Libâneo (2004), há grande quando nos referimos às TICs na escola, estamos
indo muito mais além: consideramos a imensa
empenho dos professores para inserir ativi- gama de possibilidades que o uso de computadores
pessoais leva para dentro da sala de aula viabilizan-
dades motivadoras, envolventes e dinâmi- do modos diversificados de acesso e de produção
do conhecimento.
cas para fazer frente a um mundo tão mais
atraente que se revela fora da escola, que é
santemente são incrementadas. Dentre as várias dificuldades que o professor enfrenta, a falta de qua-
lificação profissional para dominar as novas tecnologias e efetivamente utilizá-las na prática docente
diária na busca de uma educação de qualidade, são as mais marcantes. Veja como Libâneo (2004)
92
Note que está indicada a luta constante
as áreas avaliadas, revelando a péssima qualidade do ensino no Brasil. Por outro, está à dispo-
sição, um gigante arsenal de recursos que as TICs podem trazer para a sala de aula (e que não
param de ser incrementadas incessantemente), com recursos inovadores para otimizar o processo
ensino-aprendizagem.
Tal paradoxo que se apresenta entre as baixas habilidades e competências dos alunos e a contra-
dição com as mais amplas possibilidades de incrementar o trabalho pedagógico através da utilização
das TICs, revela que o professor precisa ter infraestrutura à sua disposição como, inclusive, capaci-
É preciso decidir qual será o sentido da aprendizagem ao utilizar o computador como recurso na
O ensino pelo computador implica que o aluno, através da máquina, possa adquirir concei-
tos sobre praticamente qualquer domínio. Entretanto, a abordagem pedagógica de como
isso acontece é bastante variada, oscilando entre dois grandes pólos […] (VALENTE, 1993).
93
FONTE: VALENTE (2013).
94
você pode encontrar nas escolas. Já a segunda direção tem centrado no aluno o foco para disparar o
processo. Neste caso, o aluno é produtor ativo de conhecimento e não apenas consumidor passivo.
oportunidades para professores aumentarem a eficiência, a precisão e o escopo das avaliações que
realizam em todas as etapas do processo instrucional. Indica também que os computadores podem
• manter registros;
• explorar dados;
Ainda para o autor (2014, p. 307), quando nos referimos aos computadores costumamos apon-
tá-los como uma ferramenta para incrementar e otimizar a aprendizagem. Para ele, não se trata de
uma ferramenta única já que “Um computador é capaz de manter uma ampla variedade de aplica-
tivos e programas. Os computadores também podem dar acesso a uma vasta gama de recursos e
aplicativos disponíveis na internet”. Utilizando-se desses recursos e aplicativos, o professor tem ele-
Russell (2014), destaca frentes nas quais o professor pode usar os computadores para avaliar a
95
usar para modificar a instru-
ção (RUSSELL, 2014, p. 306).
Para Alves (2013), o uso de computa- Exemplificando
Russell (2014) apresenta exemplos para aplicar a
dores e dos recursos que as TICs oferecem Avaliação Somativa com o uso de computadores.
Acompanhe:
podem assegurar maior respeito à diversi-
“Em alguns casos, as provas em computador tam-
bém podem reduzir a quantidade de tempo neces-
dade e a promover a inclusão:
sário para testar e adaptar as questões apresen-
tadas aos alunos para que não sejam nem muito
Por isso, deve ser oferecida e difíceis nem muito fáceis. Na área da escrita, as
pro- vas por computador também permitem que
disponibilizada aos alunos uma os alunos usem a mesma ferramenta de escrita
variedade de materiais, recur- na prova que eles usam para fazer os trabalhos de
aula, o processador de textos. Para um programa
sos, tecnologias, linguagens de avaliação, as provas por computador também
e contatos interpessoais que abrem novas possibilidades, como permitir que o
computador leia em voz alta as questões matemáti-
poderão atender às suas dife- cas para alunos que tenham dificuldade de leitura
rentes formas de conhecer, ou incluam simulações em uma prova de ciências.”
(RUSSELL, 2014, p. 319)
fazer, ser, conviver e às suas
experiências de vida e contex-
tos de atuação.
Dessa forma, os alunos poderão selecionar os materiais que lhes são mais acessíveis e lhes pare-
cem mais interessantes, realizar tarefas e contatos nas horas que tiverem disponibilidade e esco-
lher pessoas com as quais têm mais afinidade para trocar informações, pedir e oferecer ajuda.
Observe como Zabala e colaboradores (2016, p. 177) valorizam a subjetividade do aluno indi-
cando a aprendizagem personalizada como forma de “[…] ajudar toda criança e jovem a melhorar,
o que significa moldar a educação às necessidades, aos interesses e às aptidões individuais para
96
Ainda para os autores, as boas escolas estão reconhecendo a importância das TICs no currículo
para garantir ganhos para todos os alunos, mas sem deixar de lado a grande relevância de um
bom professor:
Quando os alunos vão para a escola, muitos – evidentemente não os mais desfavorecidos
– deixam o mundo conectado de suas casas, onde o acesso à televisão, ao vídeo e a com-
putadores é lugar-comum, para entrar em um prédio onde os recursos das TICs ainda não
são extensivamente aplicados na aprendizagem cotidiana, embora as novas tecnologias
estejam fazendo um progresso considerável.
Zabala e colaboradores (2016) destacam que o uso das TICs na aprendizagem tem o grande
potencial de ajudar professores, apoiar a equipe pedagógica como um todo, criando um ambiente
propício para que os alunos criem conhecimento extrapolando para ações fora da escola, chegando
até as casas e comunidade. Endereço de e-mail para toda equipe pedagógica e para os alunos é um
caminho para “[…] melhorar e enriquecer o currículo e sua avaliação, oferecendo novas e estimu-
lantes oportunidades para os aprendizes individuais terem acesso a uma variedade mais ampla de
97
Questão para reflexão
Como você viu, os recursos que as TICs carregam para o universo da escola pode extrapolar seus
muros. As TICs tem o potencial de melhorar as oportunidades para alunos, professores, pais e comu-
nidade educativa aprenderem um com o outro. Reflita: que ações pontuais o professor pode promo-
ver para concretizar a aprendizagem entre ele, alunos, pais e comunidade educativa utilizando-se
das TICs?
Considerações Finais
Veja esses tópicos com os aspectos centrais sobre o tema das TICs na escola e da utilização de
• Segundo Libâneo (2004), os professores tem se empenhado para incluir atividades motivado-
ras, envolventes e dinâmicas frente a um mudo cheio de inovações tecnológicas que incessan-
• Há dificuldades que o professor enfrenta para inserir as TICs na escola: a falta de qualificação
arsenal de recursos que as TICs podem trazer para a sala de aula com recursos inovadores para
• O professor precisa ter infraestrutura à sua disposição como, inclusive, capacitação para real-
• É preciso decidir qual será o sentido da aprendizagem ao utilizar o computador como recurso
98
Para Russell (2014):
• a presença das TICs ampliou as oportunidades para professores aumentarem a eficiência, a pre-
cisão e o escopo das avaliações que realizam em todas as etapas do processo instrucional;
Para Alves (2013), o uso de computadores e dos recursos que as TICs oferecem podem assegurar
Para Zabala e colaboradores (2016), as boas escolas estão reconhecendo a importância das TICs
no currículo para garantir ganhos para todos os alunos, mas sem deixar de lado a grande relevância
de um bom professor.
Glossário
TICs: As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) podem ser entendidas como um con-
junto de recursos tecnológicos que proporcionam um novo modo de se comunicar. Surgiu, no decor-
partir da década de 1970 e foi ganhando atenção sobretudo na década de 1990. Algumas das maio-
nova dinâmica das relações entre as pessoas foi desenhando o que hoje se conhece conceitualmente
19 fev. 2018.
99
Verificação de leitura
Fonte: RUSSELL, Michael K. Avaliação em sala de aula: conceitos e aplicações [recurso ele-
trônico] 7. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: AMGH, 2014. p. 319
Com base nesse fragmento de texto e em seus estudos, podemos afirmar que:
a) Apenas III.
b) I e II.
c) Apenas I.
d) II e III.
e) I, II e III.
100
QUESTÃO 2-Considerando seus estudos, indique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as
seguintes afirmações sobre a utilização das TICs na escola:
a) V — F — V — F.
b) F — F — V — F.
c) F — F — F — V.
d) V — V — V — F.
e) V — V — F — F.
101
QUESTÃO 3-Por que, para Russell (2014), quando nos referimos ao uso de computadores
como ferramenta única para incrementar e otimizar a aprendizagem, tal afirmação está
incorreta?
d) Para o autor, o computador não é uma ferramenta única, mas uma grande variedade de
possibilidades através de aplicativos e programas inclusive os disponíveis na internet.
e) Porque o professor não pode se apoiar em uma ferramenta única, quer seja o computador
ou qualquer outra.
Referências Bibliográficas
ALVES, Júlia F. Avaliação educacional - da teoria à prática. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
ZABALA, Antoni et al. Didática Geral. [recurso eletrônico] Consultoria editorial: Beatriz
Vargas Dorneles. Porto Alegre: Penso, 2016. e-PUB.
102
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa D
Apenas a segunda afirmação não está em consonância com o fragmento de texto: II. Especialmente
os alunos não se beneficiam do processo avaliatório quando o professor utiliza portfólios eletrônicos.
portfólios eletrônicos.
QUESTÃO 2-Alternativa D
Apenas a última afirmação é falsa: Ao incrementar a utilização das TICs no currículo está assegu-
QUESTÃO 3-Alternativa D
A resposta correta é: Para o autor, o computador não é uma ferramenta única, mas uma grande
103
8
A formação
docente para
novas práticas
Objetivos Específicos
• Refletir sobre a formação docente para a assunção de novas práticas de planejamento, ensino
e avaliação.
Introdução
Veja que dinâmica interessante: para viabilizar e incrementar o sistema educacional está à sua
total disposição, uma imensa gama de recursos didáticos, tecnologias incrivelmente variadas com
numerosas aplicações muito diferenciadas, estudos e estudos para fundamentar a prática docente
e propiciar amplas e singulares construções de projetos pedagógicos, materiais elaborados sob cri-
térios rigorosos para atender todas as faixas etárias dos alunos com focos em interesses específi-
cos, banco de dados que disponibilizam experiências múltiplas para aplicação de dinâmicas didáti-
cas tanto em sala de aula como fora dela, infindáveis contribuições vindo de tantas e tantas frentes
em tal cenário, que com toda certeza não foi esgotado nesse levantamento feito, está a figura do
professor, o grande profissional que decidirá o que vai investigar, que vertentes vai considerar e por
quais caminhos seguirá utilizando quais recursos. Embasado na sua reflexão, planejamento, e práxis
educativa se fundamentam as ações didáticas mais decisivas para concretizar todo o processo. Você
pode reconhecer aqui a avassaladora e incontestável importância que o professor tem no contexto
do processo educativo. Esse profissional, que jamais deveria estar sozinho, precisa se aliar a outros
que se empenham no combate, na luta diária pelo futuro, futuro que se faz desde o agora.
105
contra qualquer fatalidade, existe a possibilidade de um futuro diferente para ele. Um
futuro no qual, desde que tenha êxito na aprendizagem, ele poderá compreender-se melhor
e compreender o mundo: assumir, prolongar e assim subverter a própria história (MEIRIEU,
2006, p. 85).
Não é possível formar professores sem fazer escolhas ideológicas. Conforme o modelo de
sociedade e de ser humano que defendemos, não atribuiremos as mesmas finalidades à
escola e, portanto, não definiremos da mesma maneira o papel dos professores.
106
As finalidades do sistema educacional e as competências dos professores não podem ser dis-
sociadas tão facilmente. Não privilegiamos a mesma figura do professor se desejamos uma
escola que desenvolva a autonomia ou o conformismo, a abertura ao mundo ou o naciona-
lismo, a tolerância ou o desprezo por outras culturas, o gosto pelo risco intelectual ou a busca
de certezas, o espírito de pesquisa ou o dogmatismo, o senso de cooperação ou o de com-
petição, a solidariedade ou o
individualismo (PERRENOUD,
2007, p.12-13).
107
quais requerem um método de pesquisa, de identificação e de resolução de problemas
[...] (ZABALA, 2016, p. 68).
Observe que, para ter domínio sobre as situações de aprendizagem que serão selecionadas, pensa-
das, organizadas e sistematizadas, o professor dispõe de uma competência global que se associa a um
Perrenoud (2007, p. 90) indica que os professores não podem mais serem considerados nem como
sujeitos em formação nem tampouco como meros executores. Agora compõem-se “[…] como ato-
res plenos de um sistema que eles devem contribuir para transformar, no qual devem engajar-se ati-
vamente, mobilizando o máximo de competências e fazendo o que for preciso para que possam ser
vos de diferenciação.
5. Trabalhar em equipe.
Para saber mais
6. Participar da administração da escola. Perrenoud (2000, p. 153), ressalta que há cinco
componentes principais dessa competência, a déci-
7. Informar e envolver os pais. ma “Administrar sua própria formação contínua”,
acompanhe:
8. Utilizar novas tecnologias.
• Saber explicitar as próprias práticas.
• Estabelecer seu próprio balanço de competências
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éti-
e seu programa pessoal de formação contínua.
cos da profissão. • Negociar um projeto de formação comum com os
colegas (equipe, escola, rede).
10. Administrar sua própria formação • Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem
de ensino ou do sistema educativo.
contínua. • Acolher a formação dos colegas e participar dela.
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Imagine você agora, tentando, como diz Perrenoud (2000), fazer um pequeno “balanço de com-
petências”, avaliando a si mesmo frente a cada tópico para verificar se está seguro ou se sente-se
ameaçado ao comparar aquilo que é com o que gostaria de ser. Mas, lembre-se de levar em conta,
109
Perrenoud (2000) ainda destaca que estabelecer referenciais para análise das competências do
• Ilustrar exemplos de procedimentos que poderão compor o plano de formação inicial ou contínua
dos professores elegendo quais são os elementos importantes para cada caso;
• Sugerir o trabalho dentro de grupos de formação ou de projeto para assim enriquecer e valo-
petências que faltam, a partir da análise das práticas, mas também utilizar um referencial exis-
tente, orientado para competências emergentes, para “reler” o que já se faz ou o que se pro-
Perrenoud (2007), ao fazer uma reflexão sobre as dez competências para ensinar, ressalta o valor
do professor desenvolver sua própria prática reflexiva considerando o que pode ser mudado nessas
considera como primordial que os alunos sejam o centro de toda ação educativa e
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irrelevante, nas aulas que temos de dar hoje, bem ali. Elas são evidentes e invisíveis ao
mesmo tempo, no próprio ato pelo qual transmitimos aos nossos alunos os saberes que her-
damos e dos quais eles se apropriarão. Nesse metabolismo estranho pelo qual eles se apode-
ram daquilo que lhes propomos, transformam-no e se transformam. […] Os professores não
tem futuro. Eles são o futuro. E, sobretudo, você…(MEIRIEU, 2007, p. 85-86).
Situação-problema
Você está numa escola que trabalha de forma interdisciplinar. Na reunião de planejamento, professo-
res e equipe pedagógica se organizaram para elaborar uma sequência didática sobre o tema “Culturas
Africanas”. A primeira proposta é a de envolver as diversas disciplinas em torno desse tema disparador
e, a partir da aplicação da sequência didática nas várias turmas, reunirem-se novamente para apreciar
os resultados, avaliar quais vão compartilhar com a comunidade educativa e de que forma.
Considere seus estudos sobre planejamento, didática e avaliação, reflita sobre essas questões:
3. Quais critérios deverão ser considerados para compor uma sequência didática?
6. Quais objetos de conhecimento devem ser considerados na elaboração dessa sequência didática?
Num segundo momento, você, seus colegas professores e equipe pedagógica da escola, reuni-
ram-se para compartilhar os resultados da aplicação das sequências didáticas nas várias turmas.
1. A escola pode ter diversos resultados das sequências didáticas desenvolvidas considerando
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2. A partir dos resultados apresentados, quais critérios considerar para avaliar quais serão com-
3. Pense em pelo menos duas maneiras de compartilhar com a comunidade educativa os resulta-
dos do processo ensino-aprendizagem com foco nas sequências didáticas desenvolvidas pelas
diferentes turmas.
às novas práticas de planejamento, ensino e avaliação. Reflita sobre essas questões: Por que é impres-
cindível que o professor se debruce sobre a análise reflexiva de sua prática? Como a integração no tra-
balho com outros professores pode contribuir para um professor se aprimorar nas suas competências?
Considerações Finais
Veja esses tópicos que consideram os principais aspectos da reflexão sobre a formação docente:
secamente relacionadas.
• Para ter domínio sobre as situações de aprendizagem o professor dispõe de uma compe-
tência global que se associa a um espectro de dez competências específicas indicadas por
Perrenoud (2000):
5. Trabalhar em equipe.
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6. Participar da administração da escola.
ofício coletivo apoiado nas opções pessoais dos professores, de seus projetos, de suas estra-
tégias de formação. A profissionalização avançará se for estimulada por políticas que digam
respeito à formação dos professores centrada em suas atitudes e projetos, com investimento
de pessoas ou grupos.
• Perrenoud (2007), ao fazer uma reflexão sobre as dez competências para ensinar, ressalta
o valor do professor desenvolver sua própria prática reflexiva considerando o que pode ser
Glossário
Interdisciplinar é um adjetivo que qualifica o que é comum a duas ou mais disciplinas ou outros
disciplinar, na área pedagógica, é quando duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para
a base para um ensino mais interessante, onde uma matéria auxilia a outra.
Professor profissional: Definimos o professor profissional como uma pessoa autônoma, dotada
explicitados, oriundos da prática. Quando sua origem é uma prática contextualizada, esses conheci-
mentos passam a ser autônomos e professados, isto é, explicitados oralmente de maneira racional,
113
e o professor é capaz de relatá-los. […] O professor profissional é, antes de tudo, um profissional
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-Considerando seus estudos, indique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as
seguintes afirmações:
( ) As competências dos professores e as finalidades do sistema educacional não podem
ser separadas.
( ) Os professores devem se engajar ativamente em um sistema para ajudar a transformar
a sociedade mobilizando o máximo de competências.
( ) Estabelecer referenciais para análise das competências do professor profissional pode
ser particularmente interessante e útil para sugerir o trabalho dentro de grupos de forma-
ção ou de projeto para assim enriquecer e valorizar as comparações e representações de
uns e de outros.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta respectivamente:
a) V — F — V.
b) F — F — F.
c) F — V — F.
d) V — V — V.
e) V — V — F.
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QUESTÃO 2-Por que na reflexão de Perrenoud (2007), sobre as dez competências para
ensinar, é ressaltado o valor do professor desenvolver sua própria prática reflexiva?
a) Porque a escola se renova, os caminhos para a formação de professores são individualiza-
dos e é preciso desenvolver ações para colocar os alunos como centro da ação educativa e
pedagógica.
b) Para poder agir em consonância com o Projeto Político Pedagógico da escola na qual está
atuando.
d) Porque assim a escola se manterá resistente frente à mudanças que não asseguram a
aprendizagem dos alunos.
e) Porque o professor, principalmente nos anos iniciais da sua atuação profissional, não pos-
sui a própria prática reflexiva.
QUESTÃO 3-“É importante compreender o uso do termo competência como uma forma de
entender que o saber deve ser aplicável, que o conhecimento toma sentido quando aquele
que o possui é capaz de utilizá-lo. No entanto, quando optamos pela formação integral
ou para a vida, não apenas se entende que o conhecimento deve ser aprendido de modo
funcional como também que, além disso, deve-se ser competente em outros âmbitos da
vida, incluindo o acadêmico. É precisamente no âmbito escolar, em que pese sua história,
o lugar no qual a formação em competências converte-se em uma verdadeira revolução.”
Fonte: ZABALA, Antoni et al. Didática Geral. [recurso eletrônico] Consultoria editorial: Be-
atriz Vargas Dorneles. Porto Alegre: Penso, 2016. e-PUB. p. 02.
Com base nesse fragmento de texto e em seus estudos, podemos afirmar que o conceito
de competência é:
II. Atrelado às aprendizagens dos alunos quando atuamos a favor da formação integral.
III. Mais amplo do que apenas considerar que o conhecimento deva ser aprendido de modo
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funcional como também deve aferir competência a outros aspectos da vida, incluindo o
acadêmico.
a) Apenas I.
b) I e II.
c) Apenas III.
d) II e III.
e) I, II e III.
Referências Bibliográficas
MEIRIEU, Philippe. Carta a um jovem professor. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PERRENOUD, Philippe et al. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos
professores e o desafio da avaliação [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Artmed, 2007.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed,
2000.
ZABALA, Antoni et al. Didática Geral. [recurso eletrônico] Consultoria editorial: Beatriz
Vargas Dorneles. Porto Alegre: Penso, 2016. e-PUB.
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Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa D
Todas as afirmações são verdadeiras.
QUESTÃO 2-AlternativaA
Na reflexão de Perrenoud (2007), sobre as dez competências para ensinar, é ressaltado o valor
do professor desenvolver sua própria prática reflexiva, porque a escola se renova, os caminhos para
a formação de professores são individualizados e é preciso desenvolver ações para colocar os alunos
QUESTÃO 3-Alternativa D
Apenas a primeira afirmação não está em consonância com o fragmento de texto: I. Aplicado
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