SÍNTESE DO SULFATO DE TETRAMINCOBRE (II) MONO HIDRATADO

[Cu(NH3)]SO4. H2O
Edgley A. Batistaª, Isaac B. S. Sousaª, Paulo V. G. de Azevedoa. Departamento de Química,
Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande – PB, Brasil.

Composto de coordenação é aquele que em solução aquosa não perde sua identidade,
sendo um composto iônico ou neutro, onde apresenta um átomo metálico central rodeado por
um conjunto de ligantes. Nesta pratica podemos obter um composto coordenado dentro de um
laboratório.

INTRODUÇÃO Werner (1866-1919), profundo conhecedor

No contexto da química
coordenação dos metais, o termo
complexo significa um átomo metálico ou
íon central rodeado por um conjunto de
ligantes. (SHRIVER & ATKINS).
Usa-se o termo composto de
coordenação para designar um complexo
neutro ou um composto iônico no qual pelo
menos um dos íons é um complexo. Um
complexo é a combinação de um ácido de
Lewis (o átomo metálico central) com
várias bases de Lewis (os ligantes). O
átomo da base de Lewis que forma a
ligação com o átomo central é chamado de
átomo doador, porque é ele que doa os
elétrons usados para formar a ligação.
(SHRIVER & ATKINS).
As principais características das
estruturas geométricas dos complexos
metálicos foram identificadas por Alfred
da estereoquímica orgânica. Werner
de
combinou a interpretação do isomerismo
óptico e geométrico com padrões de
reações e com dados de condutância num
trabalho que ainda permanece como um
modelo de como usar, de maneira efetiva e
criativa, evidências físicas e químicas. As
cores marcantes de muitos compostos de
coordenação de metais d e f, as quais são
consequência das suas estruturas
eletrônicas, era um mistério para Werner.
Esta característica só foi elucidada quando
as estruturas eletrônicas passaram a ser
descritas em termos de orbitais, no período
de 1930 a 1969. (SHRIVER & ATKINS).
Há três teorias que explicam as
ligações entre o metal e os ligantes nos
complexos, todas formuladas na década de
1930. Teoria da ligação de valência, essa
foi desenvolvida por Pauling, os
compostos de coordenação contem íons
complexos, nos quais os ligantes formam
ligações coordenadas com o metal. A
teoria de campo cristalino, essa foi
proposta por Bethe e van Vleck, a força de
atração entre o metal central e os ligantes
do complexo considerada como sendo de
natureza puramente eletrostática..
Teoria dos orbitais moleculares
integralmente considerada tanto
contribuições covalentes como as iônicas,
embora essa teoria, provavelmente, seja a
melhor para tratar a ligação química, ela
não substitui totalmente as outras teorias.
(J.D.LEE)
PARTE EXPERIMENTAL
Parte I: Preparação do Complexo
de cobre
São pesados 5g de sulfato de cobre
e este é colocado em um erlenmeyer em
banho de gelo. Em seguida é adicionado
8mL de amônia a 37% e 4mL de água
destilada. A solução preparada fica em
repouso por alguns minutos e depois deve
ser filtrada. Os cristais formados devem ser
lavados com uma solução de amônia 1:1
(10Ml) e em seguida com éter. O produto
deve ser colocado em um dessecador a
vácuo para secar e em seguida transferido
para um béquer onde será pesado e terá seu
rendimento de reação calculado.
Parte II: Determinação do cobre
no Complexo
Do composto preparado na parte
um são pesados 0,1g, e esse processo deve
ser repetido mais uma vez com os mesmos
0,1g que foram pesados inicialmente. Essa
quantidade deve ser dissolvida em 50mL
de água destilada e a ela deve ser
Na adicionada 10mL da solução de KI a 20%.
é Depois adicionar de 6 a 8 gotas de ácido
as acético para que a reação acelere. Uma
bureta deve ser lavada com a solução de
tiossulfato de sódio 0,1mL e deve ser
preenchida com a mesma solução. Logo
em seguida deve se fazer a titulação com o
composto até que se obtenha uma
coloração amarelo-clara, e depois adicionar
a solução de amido que deve ser recém-
preparada, que vai acarretar em uma
solução azul. Depois que a solução ficar
totalmente branca deve ser acrescentado a
ela 1g de KSCN. Se a cor não se alterar, a
titulação foi terminada. Caso a solução
volte a se tornar azul, continuar a titulação
repetindo a operação de adição do KSCN.
Parte III: Análise da amônia no
Complexo
Pese 0,2g do complexo e repita a
pesagem com os mesmo 0,2g dissolvendo
50mL de água destilada em um erlenmeyer
de 250mL. Então adicione 3 gotas de
indicador metil-orange e titule com HCl a
0,2 M padronizado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
 Devido à falta de reagentes só foi
possível realizar a primeira parte do
experimento até o terceiro procedimento.
Os 5g do sulfato de cobre foram pesados e
adicionados ao erlenmeyer que em seguida
foi colocado no banho de gelo por um
tempo de cerca de 10 minutos. Logo que a
solução de hidróxido de amônio foi
adicionada ao sulfato, pode se observar a
formação de um precipitado de cor azul
clara, e com a adição da água destilada foi
observada que a solução aquosa apresentou
uma tonalidade de azul muito escura. O
ocorrido se deve a formação de hidróxido
de cobre que se torna o precipitado, e com
a adição da água, o sulfato de cobre que é
solúvel neste meio, acaba apresentando
uma coloração azul escura forte por ter
excesso de amônia. A reação pode ser
observada na equação 1:
CuSO4(s) +2H2 O(l) +2NH3 →
CuSO4 .Cu(OH)2(s) +2NH4 + (aq)
Equação 1
Ao se adicionar o etanol foi
observado que o estado aquoso da solução
tomou um aspecto pastoso, próximo ao do
precipitado formado inicialmente. O
mesmo não foi deixado tempo suficiente
em repouso e foi filtrado um pouco depois
da adição do etanol. O aspecto pastoso da
fase azul escura se deve a formação do
complexo Sulfato de Tetraminocobre (II),
que é um sólido azul escuro. A equação 2
demonstra a formação do complexo:
CuSO4 .Cu(OH)2(s) +8NH4 + (aq) →
2[Cu(NH3 )4 ]SO4(s) +OH - (aq)
Equação 2
É notada a partir das equações s1 e
2 que este complexo é obtido de maneira
parcial.
Depois de filtrado não se obteve o
cristal do complexo esperado, pois a
solução ainda apresentava o hidróxido de
cobre formado, que não foi devidamente
misturado para que se pudesse ter o
complexo por completo após a adição do
etanol.
CONCLUSÃO
Dentro da química inorgânica, ter
conseguido identificar e sintetizar os
compostos de coordenação foi de grande
importância para se entender melhor o
comportamento diferencial destes. Foi
comprovado por via experimental que
realmente estes compostos apresentam um
núcleo central metálico, que neste
experimento foi o cobre, e que o mesmo
funcionou de doador de elétrons para os
ligantes NH3.
 Mesmo sem ter sido realizado o
procedimento por completo, foi possível
compreender a formação, a natureza da
ligação até a estruturação do composto.

REFERÊNCIAS

J.D.Lee – Química Inorgânica não tão

Concisa – 5 edição, Editora Blucher, São
Paulo, 1999.

SHRIVER & ATKINS – Química

inorgânica – 4 edição, Editora Bookman,
Porto Alegre, 2008.