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Raça Ovina

Merino da Beira Baixa

Carlos de Sousa Coutinho Rebelo de Andrade


Raça Ovina
Merino da Beira Baixa
Carlos de Sousa Coutinho Rebello Andrade

HBastos
© do texto: Carlos de Sousa Coutinho Rebelo de Andrade
© das imagens: os seus autores

Ficha Técnica
Edições IPCB
Julho 2012

Instituto Politécnico de Castelo Branco


Av. Pedro Álvares Cabral n.º 12
6000-084 Castelo Branco
Portugal
www.ipcb.pt

Título
Raça Ovina Merino da Beira Baixa

Autor
Carlos de Sousa Coutinho Rebelo de Andrade

Capa
Rui Tomás Monteiro

Aguarela da capa
João Cabral

Projecto gráfico e paginação


Rui Tomás Monteiro

Tiragem
500 ex.

Arte Final, impressão e acabamentos


Serviços Gráficos do IPCB

ISBN: 978-989-8196-29-3
Registo de Depósito Legal: 357479/13
Castelo Branco, Julho de 2012

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Agradecimentos

A todos os Docentes e alunos da ESACB com contribuição para este


trabalho e em especial ao meu amigo, já falecido, Engº. Paulo Espadinha
.
Indice

1. Origem e História 1

2. Padrão da Raça 5

3. Importância e Extensão 7

4. Sistema de exploração 9

5. Características Reprodutivas e Produtivas 13

5.1. Taxas Reprodutivas 13


5.2. Idade à primeira concepção e ao parto 15
5.3. Sincronização de cios e inseminação artificial 16
5.4. Produção de Borregos 17
5.5. Aleitamento Artificial 18
5.6. Características das carcaças e peso ideal de abate 21
5.7. Produção de leite 22
5.7.1. Caracterização do úbere e adaptação à ordenha
mecânica 23
5.7.2. Produção de leite consoante o mês de parto 23
5.7.3. Produção de leite consoante o número da lactação 24

6. Produção de lã 25

7. Desenvolvimento e perspectivas futuras 27

Bibliografia 29
..
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 1

1. Origem e História

Esta designação é relativamente recente e traduz uma evolução dos


ovinos assinalados em 1870.
Não está perfeitamente aclarada a origem do Merino da Beira Baixa,
podendo encontrar-se mais do que uma hipótese.
Parece não haver dúvidas de que o Merino da Beira Baixa tem grande
influencia do Merino Espanhol. As dúvidas porém surgem relativamen-
te à raça autóctone existente e que foi cruzada com o Merino Espanhol.
É interessante recordar o que o Intendente de Pecuária de Portalegre
descreve no Recenseamento Geral de Gados de 1870 (13) “A qualidade
da lã do distrito é, senão das melhores, ao menos das boas que tem o País.
O leite aproveita-se desde Março até fins de Junho e é com ele que se
fabrica o belo queijo das areias, que se rivaliza com o da Serra da Estrela”.
Tendo em conta estas características e as ligações estreitas existentes
entre a zona sul do distrito de Castelo Branco e a zona norte do distrito
de Portalegre, pode admitir-se perfeitamente que os ovinos bordaleiros
comuns existentes nas areias graníticas da zona de Nisa, Gavião e Cas-
telo de Vide, poderão ser os ascendentes do merino da Beira Baixa. A
confirmar esta hipótese surgem as considerações feitas sobre o borda-
leiro comum no Recenseamento Geral de Gados de 1870 que se trans-
crevem. “Deve observar-se que há entre os bordaleiros alguns, tanto
pretos como brancos, que se aproximam, pela disposição e forma da lã
e pela forma da cabeça ao tipo merino, talvez pelo efeito da intervenção
do sangue desta raça no bordaleiro de que se trata. É o que se nota nos
carneiros brancos ditos da raça das areias do distrito de Portalegre e nos
pretos de Serpa e Moura do distrito de Beja, os melhores carneiros pre-
tos de todo o país pela qualidade da lã”(13).
2 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Pelas razões expostas o Merino da Beira Baixa resultaria do cruza-


mento de ovinos Merino Espanhol com ovinos Bordaleiro da região de
Nisa, Gavião e Castelo de Vide (6).
Para alguns autores os ovinos dessa zona constituiriam mesmo a raça
Merino das Areias. Para outros ela não existe e essa área é englobada na
do Merino da Beira Baixa.
Uma segunda hipótese sobre a origem do Merino da Beira Baixa diz
que ele provém dos Merinos Espanhóis que se fixaram na região. A
escassez e irregularidade do alimento levou-os, de geração em geração,
a uma redução do tamanho e peso iniciais até à corpulência, pequena
que hoje possuem. Em relação à função de produção de leite que só
depois de 1900 começa a ser explorada com mais interesse, poderá ter
sido melhorada por exercício da glândula mamária devido à frequência
das ordenhas e por selecção. Estas mesmas razões são apresentadas para
justificar as potencialidades leiteiras da raça saloia da região de Lisboa e
que, segundo alguns autores, provêm de um rebanho merino.
Como terceira origem provável do Merino da Beira Baixa autores há
que indicam a ovelha da Serra da Estrela que, deslocando-se em transu-
mância até à campina de Idanha-a-Nova, aqui foi cruzada com o Merino
Espanhol. Não parece ser muito viável esta hipótese se tivermos em
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 3

linha de conta as características da lã dos ovinos da Serra da Estrela, já


que dificilmente poderiam originar animais com uma lã de boa qualidade
como é a do Merino da Beira Baixa.
No entanto é provável que estes rebanhos transumantes tenham tido
influência na produção de leite e na sua utilização para o fabrico de quei-
jo, de acordo com a tradição e tecnologia usada pelos pastores da Serra
da Estrela.
Pelo exposto poderemos concluir que o Merino da Beira Baixa teve
na sua origem e seguramente, sangue da raça bordaleiro comum, prova-
velmente da zona norte do distrito de Portalegre, da raça Merino Espa-
nhol e eventualmente do Bordaleiro da Serra da Estrela (6).
Adaptou-se às características da região, mais do que a uma incipiente
selecção e constitui hoje uma raça com características próprias e poten-
cialidades que urge estudar e preservar.
4 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 5

2. Padrão da Raça

É um merino de pequena corpulência (elipométrica e brevilíneo) que


não sofreu tão forte influência dos Merinos Precoces, ou outros, como
os restantes Merinos portugueses. Explora-se na sua tripla função: car-
ne, leite e lã (17).
O Livro Genealógico da Raça foi instituído pela Associação de Pro-
dutores de Ovinos do Sul da Beira - OVIBEIRA em 1986 (7). O protó-
tipo racial, que consta do Regulamento do Registo Zootécnico da raça,
é o seguinte:

Côr: Branca.
Cabeça: Pequena, um pouco larga e curta. Perfil craniano subcôncavo. Chanfro recto nas fê-
meas, mais ou menos convexo nos machos. Fronte e faces mais ou menos revestidas
de lã. Cornos ausentes nas fêmeas e frequentes nos machos, espiralados, rugosos e de
secção triangular. Orelhas curtas e horizontais. Boca de tamanho médio.
Pescoço: Curto, por vezes com barbela bem recoberto de lã.
Tronco: De pequeno a médio volume, proporcionado no seu conjunto. Garrote espáduas
pouco destacados. Linha dorsolombar mais ou menos horizontal. Garupa de largura
média e um tanto descaída. Totalmente recoberto de lã.
Pele: Fina e untuosa, por vezes com alguma pigmentação acastanhada na zona deslanada
da cabeça e dos membros.
Úbere: De largura média, bem desenvolvido, com tetos curtos, mas bem inseridos.
Membros: Fortes e nem sempre aprumados, providos de unhas rijas e bem desenvolvidas. Qua-
se totalmente recobertos de lã nas extremidades livres, sobretudo nos posteriores.
Velo: Branco, de lã muito fina, muito extenso e tochado, com madeixas quadradas ou ci-
líndricas. Reveste a fronte, as ganachas, o pescoço, todo o tronco, os testículos e os
membros até quase às unhas.
6 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Obtiveram-se para esta raça um conjunto de medidas indicadoras das


características anatómicas destes animais (Quadro I)

Quadro I – Mensurações da raça Merino da Beira Baixa - cm (6).

B C A J
I
F G H
E

D L

Sigla Parâmetros x ±s

A Altura do garrote 59,2 ±2,79


B Altura da Garupa 60,9 ±2,87
C Altura do Lombo 58,3 ±2,5I
D Altura do Peito 27,8 ±2,67
E Comp. Tronco 64,4 ±3,79
F Perímetro Torácico 85,I ±6,I3
G Diâmetro Torácico 28,6 ±I,63
H Comp. do Chanfro I2,9 ±I,88
I Comp. da Cabeça 22,4 ±I,66
J Altura da Cabeça I4,6 ±0,80
L Largura da Testa II,I ±0,5I
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 7

3. Importância e Extensão

O Merino da Beira Baixa continua a ter muita importância para a


agricultura regional como das poucas soluções para a ocupação de terre-
nos pobres e com uma certa dimensão, nos Concelhos de Castelo Bran-
co, Idanha-a-Nova e Vila Velha do Ródão, onde se pratica o sistema
extensivo de percurso.
A natureza do clima e os solos da região não permitem aí a explora-
ção de outro gado mais exigente e sensível a um meio tão difícil.
A sua tripla função, embora não especializado em cada uma delas,
permite ao criador um rendimento que qualquer outro animal não lhe
proporcionaria. Por outro lado, os Merinos da Beira Baixa contribuem
duma forma muito evidente para a fertilização das terras pobres onde
pastam (17).
Revelam as estatísticas oficiais uma baixa constante do efectivo a par-
tir de 1955.
Hoje em dia estão cerca de 6859 fêmeas inscritas no Livro Genea-
lógico (Quadro 2). É uma raça considerada em extinção face à intro-
dução de raças exóticas, consoante a moda de momento, na mira de
um aumento rápido da produção leiteira das filhas. Esta mestiçagem,
leve aproximação do cruzamento de absorção, tem tido algum êxito
nas explorações com infraestruturas e maneio alimentar adequado ao
novo tipo de animal.
Nas outras explorações temos assistido, ao longo dos tempos, a um
desencanto dos produtores.
8 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Quadro 2 - Animais inscritos no livro genealógico

Nº. Animais Nº.Produtores Efectivo médio/Produtor

Fêmeas 6859 61 112


Machos 393 61 6
Total 7252 61 118
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 9

4. Sistema de exploração

A crescente procura e valorização do leite de ovelha e da carne de


borrego tem feito com que, em todos os países onde se explora a espé-
cie ovina, técnicos e criadores procurem os processos mais rentáveis de
obter cada vez mais leite e maior número de borregos.
Com este fim, têm-se cruzado e seleccionado raças autóctones e es-
trangeiras de modo a obterem-se animais que produzam mais leite por
aumento quer dos níveis de produção quer da persistência da lactação,
e dois ou mais borregos por parto com pesos mais elevados e melhor
conformação de carcaça.
10 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Paralelamente, têm sido melhoradas formas e métodos de alojamento


e estudadas e satisfeitas as exigências alimentares relacionadas com os
vários estados fisiológicos das ovelhas e borregos, de forma a propor-
cionar aos animais um meio ambiente adequado, que permitam ou favo-
reçam as produções desejadas.
Embora estas condições possam conduzir a um aumento da renta-
bilidade da exploração ovina podem ainda adoptar-se novas tecnologias
na criação de borregos e, aleitamento artificial e engordas intensivas ou
em pastoreio com ou sem acabamento recorrendo ou não a desmames
precoces, na utilização de processos de sincronização e superovulação e
inseminação artificial das ovelhas.
O sucesso destas opções exige preparação técnica e sobretudo cuida-
dos higio-sanitários.
O Merino da Beira Baixa é um animal cujas características fenotípicas
estão estabelecidas e que se fixaram após um período evolutivo de cru-
zamentos das raças autóctones existentes a quando do Recenseamento
Geral de Gados de 1870, bordaleiro churro e comum, com o Merino
Espanhol introduzido em Portugal em 1920, o Merino Fonte Boa em
1929/30 e devido a transumâncias com os churros Mondegueiro e Serra
da Estrela (6).
Esta raça é explorada, em regime extensivo, em zonas de so-
los pobres e clima agreste com um período concentrado de chu-
vas e outro de temperaturas elevadas. Estes animais fazem, no seu
percurso diário de pastoreio, bastantes quilómetros que, a par da
fraca qualidade dos terrenos marginais que utiliza, determinaram
uma adaptabilidade e resistência notáveis à deficiente alimentação a
que estavam sujeitos. Assim, é referido como peso adulto para esta
ovelha 28 a 30 Kg (16).
A característica base deste sistema está num ciclo anual de produção
que se inicia em Março/Abril com as cobrições estando, tradicionalmen-
te, os carneiros presentes o ano inteiro no rebanho sendo-lhes colocado
um avental de Novembro a Março. Tem como objectivo o inicio da
ordenha em Setembro/Outubro prolongando-se até Junho de forma a
permitir o fabrico do queijo nos meses mais frescos do ano. Os borregos
são desmamados com um a dois meses de idade, não ultrapassando os
12 Kg de Peso Vivo, e vendidos como borregos de “canastra”, 7 Kg de
carcaça, no Natal e Páscoa (17).
É preciso ter a noção, no entanto, que o sistema de alimentação destes
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 11

animais evoluiu sendo corrente a suplementação, em épocas de carência,


com milharadas e/ou feijão pequeno, feno e concentrado comercial o
que fez evoluir o tamanho dos animais, pelo cuidado que se tem enquan-
to crias, sendo referido o peso de 39,19 (6).
É do conhecimento geral que, o Merino da Beira Baixa pelas suas
características produtivas, não é um animal especializado em qualquer
das produções, leite, carne e lã, mas pela tradição da exploração ovina no
Distrito de Castelo Branco tem como principal fonte de receita o leite e
produtos derivados (3).
Hoje em dia, face à actual conjuntura da produção como sejam as
três câmaras de cura de queijo colectivas existentes (Idanha-a-Nova,
Alcains e Monforte da Beira), a produção de leite adquiriu maior peso
na economia da exploração como se pode ver pelos dados, actualiza-
dos para preços e custos do ano de 1995, apresentados no Quadro 3.

Quadro 3 - Contributo de alguns produtos da exploração ovina no seu rendimento bruto (5)

TIPO DE EXPLORAÇÃO
% Rendimento bruto Queijo curado Queijo Fresco Leite

Leite/Queijo 52,6 33,2 26,3


.Carne 15,9 28,7 30,7
LÃ 2,9 2,5 2,1
Subsídio à perda rendimento 28,8 34,4 40,9

Além disso, não havendo a obrigatoriedade de produzir nos meses


frescos para realizar a maturação dos queijos, tendo havido evidentes
melhorias nas infraestruturas das explorações e havendo uma procura
de leite e borregos nos meses de verão passou a haver três épocas de co-
brição, com separação dos carneiros, com venda de borregos no Natal,
Páscoa e Verão.
Neste contexto, é de salientar a resistência destes animais à mestiça-
gem ou à sua substituição por raças exóticas face à incapacidade destes
os substituírem no sistema de exploração predominante na região, ape-
sar de mais produtivos em sistemas intensivos de semi-estabulação ou
estabulação permanente em que necessáriamente os rebanhos são de
menor dimensão e/ou as explorações estão inseridas numa realidade
edafo-climática distinta ( Ex.: regadio ).
12 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

No entanto, em zonas de regadio ou com grande tradição no fabri-


co de queijo estão a ser substituídos por rebanhos puros de Lacaune e
seus cruzamentos não só pela necessidade destas explorações, as mais
dinâmicas e economicamente saudáveis do sector, em rentabilizarem as
infraestruturas instaladas como sejam as salas de ordenha mas também
dar resposta à maior procura de leite pela agressividade posta no merca-
do pelas várias Associações de Produtores de queijo da região.
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 13

5. Características Reprodutivas e Produtivas

5.1. Taxas Reprodutivas

A época de cobrição principal inicia-se em meados de Abril e a


época de repescagem em meados de Agosto. É nesta que são co-
bertas as borregas de substituição e as ovelhas que estiveram em
lactação até ao mês de Julho ou que por qualquer motivo não ficaram
gestantes. Face ao preço do borrego durante os meses de verão há,
hoje em dia, muitos agricultores que recorrem a uma terceira época
de cobrição em Fevereiro.
14 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Quadro 4 - Comparação de alguns parâmetros reprodutivos, por época de cobrição (18)

Parâmetros Épocas de cobrição


Reprodutivos Primavera Outono

Taxa de fertilidade ap. 80,4 91,2


Taxa de prolificidade 107,7 114,2
Taxa de fecundidade 86,3 104,1
Taxa de mortalidade total 9,5 8,5
Produtividade numérica 78,1 95,2
% Partos simples 92,3 85,8
% Partos duplos 7,7 14,2
% Borregos de parto simples 85,7 75,2
% Borregos de parto duplo 14,3 24,8

No Quadro 4 os valores da época reprodutiva de Primavera são de


animais explorados no sistema tradicional e os da época de Outono
de animais mantidos num ciclo reprodutivo, também anual, mas com a
época principal de reprodução em Setembro/Outubro para avaliar até
que ponto o fotoperíodo afecta estes animais.

Quadro 5 - Parâmetros reprodutivos por classes de idade (18).

Parâmetros Idade (anos)


Reprodutivos [1-2] [2-3] [3-4] [4-5] [5-6]

Taxa de fertilidade aparente 55,0 91,1 95,9 95,0 93,3


Taxa de prolificidade 100,7 103,6 109,4 121,1 117,9
Taxa de fecundidade 55,4 94,5 104,8 115,0 110,0
Taxa de mortalidade total 12,2 6,4 5,3 7,8 3,0
Produtividade num‚rica 48,6 88,5 99,3 106,0 106,7
% Partos simples 99,3 96,4 90,6 78,9 82,1
% Partos duplos 0,7 3,6 9,4 21,1 17,9
% Borregos de parto simples 98,6 93,0 82,9 65,2 69,7
% Borregos de parto duplo 1,4 7,0 17,1 34,8 30,3

É de realçar, em relação à idade, que os valores globais da prolificida-


de da raça MBB são por ela influenciados.
No entanto é afectada tanto pelos resultados das malatas como das
ovelhas de 2º. parto. Poder-se-ia pensar que os cuidados com as borregas
de substituição poderiam aumentar, significativamente, a prolificidade o
que não tem acontecido. A % de partos duplos duplica dos três para os
quatros anos.
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 15

5.2. Idade à primeira concepção e ao parto

A idade à 1ª. concepção é de 434,36±145,78 dias (Quadro 6). O mês


de nascimento não influenciou significativamente este valor face à varia-
bilidade dos dados traduzida pelo elevado desvio padrão(18).

Quadro 6 – Idade média (Dias) à 1ª. concepção das fêmeas distribuídas em função dos meses
e época de nascimento.

Parâmetros Jan Fev Mar Ago Set Out Nov Prim. Out. Global

Idade 360 415 428 407 461 415 452 400 441 434
Desv.Padrão 105 130 18 167 155 118 119 118 150 146

Os resultados da idade média ao parto, em função do ano de nasci-


mento e do tipo de parto que lhe deu origem (simples ou duplo), são
referidos no Quadro 7 (18)

Quadro 7 - Idade média ao parto (Dias) em função do ano de nascimento e tipo de parto da
fêmea (simples ou duplo)

Ano Partos
1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º.
S D S D S D S D S D S D S D

1981 X 655 594 1015 891 1375 1289 1749 1702 2171 2064 2473 2391 2864 2558
DP 132 150 178 197 167 186 191 235 209 184 125 174 - 7
1982 X 628 651 1005 1029 1352 1431 1739 1890 2022 2072 2212
DP 167 165 192 196 194 227 184 218 157 266 22
1983 X 551 589 895 915 1266 1307 1554 1499 1811 1805
DP 148 186 196 191 266 227 125 98 105 115
1984 X 674 607 966 846 1254 1096 1497 1447
DP 176 149 209 4 183 49 117 4
1985 X 523 458 875 774 1084 1059
DP 70 55 97 94 14 69
1986 X 512 529
DP 118 98
Idades/ X 595 569 957 907 1319 1296 1696 1679 2034 1998 2324 2391 2868 2558
Tipo Parto DP 150 146 186 190 201 221 192 244 195 213 156 174 - 7

Total X 589 950 1314 1692 2024 2350 2660


Idade/Parto
DP 147 187 205 204 201 164 177

A idade ao 1º. parto (cerca de 20 meses) parece ser mais baixa para
fêmeas provenientes de parto duplo embora não haja diferenças estatís-
ticas significativas.
16 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

É, no entanto, altamente influenciada pelo ano de nascimento, ou seja


por problemas ambientais, apesar do maneio dos animais seguir uma
rotina idêntica ano após ano.
Estes valores estão intimamente ligados ao maneio da cobrição, anual
por um período de 45 dias com separação dos carneiros.

5.3. Sincronização de cios e inseminação artificial

Os trabalhos desenvolvidos nesta área, apesar dos conhecimentos in-


sipientes dos padrões comportamentais em termos reprodutivos desta
raça, têm-se pautado por resultados satisfatórios.
A sincronização de cios, seguida ou não por tratamento para a supe-
rovulação, associada a uma perda nula de esponjas tem tido respostas
na ordem dos 96,3% de ovelhas com evidentes sinais de cio e 90% de
ovelhas em cio 34 a 36 horas após o fim do tratamento (19).
Os parâmetros reprodutivos obtidos com inseminação artificial são
os referidos no Quadro 8.

Quadro 8 - Resultados da inseminação artificial (19).

Concentração T.Fertilidade T.prolificidade T.fecundidade P.numérica


SPZx106 aparente

100 25,0 118,8 30,5 30,5


250 72,2 173,6 125,0 100,0
400 55,6 146,7 86,1 44,4
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 17

Os valores obtidos, para a concentração de 250 x 106 de espermato-


zóides por palhinha utilizada na inseminação, podem ser considerados
razoáveis se comparados aos referidos na bibliografia.

5.4. Produção de Borregos

Os borregos na região da Beira Baixa são vendidos a pesos relati-


vamente baixos face à facilidade em colocar no mercado o chamado
borrego de “canastra” (7 Kg de carcaça - 11 a 12 Kg de peso vivo), que
é bastante valorizado, e também devido à finalidade primeira das explo-
rações ser o leite/queijo.
De qualquer modo, seria impensável canalizar a produção para a en-
gorda intensiva pela falta de potencialidade dos borregos em linha pura,
e pouco melhor de cruzados com raças exóticas de carne através dos
cruzamentos industriais. A par dos custos de alimentação e da diferença
de preços enquanto borrego de “canastra” e a quebra que se verifica no
final da engorda, quando têm 25 Kg ou mais, há a considerar a forte
concorrência do mercado internacional para o borrego pesado que hoje
em dia já é comercializado às peças e refrigerado e embalado a vácuo.
Os pesos ao nascimento e ganhos médios diários são baixos, compa-
rativamente com os de outras raças, pelo que se reflectem na vitalidade
dos borregos e, consequentemente, na dificuldade de adopção de técni-
cas como o aleitamento artificial.
18 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Os pesos dos machos e fêmeas ao ano de idade representam, respe-


tivamente, 67,5 e 71,1 % do peso adulto que é para os primeiros de 56,0
Kg e para os segundos de 39,19 Kg.

Quadro 9 – Peso e Ganho Médio Diário dos Borregos dos borregos (Kg) (8 e 12).

Machos Fêmeas

Ao nascimento 3,I3 3,09


Com I0 dias 5,I6 4,86
Com 30 dias 8,53 8,23
Com 60 dias I2,57 II,98
Com 70 dias I4,0I I3,28
GMD 10-30 dias 0,170 0,169
GMD 30-70 dias 0,140 0,127
1 ano 37,80 27,87

5.5. Aleitamento Artificial

Em ensaios de aleitamento artificial com inicio aos 2,4,8 e 16 dias de


idade e desmame aos 32 dias com engorda intensiva até aos 64 dias (gru-
pos 1,2,3 e 4) comparativamente com dois grupos com desmame aos 32
dias e engorda intensiva até aos 64 (grupo 5) e desmame aos 64 dias (gru-
po 6 – testemunha) obtiveram-se os resultados dos quadros 10 e 11 (9).

Analisando os dados, quadros 10 e 11, verifica-se que quanto mais


tarde se inicia o aleitamento artificial pior a adaptação dos borregos às
tetinas de borracha e leite artificial sendo cada vez mais prolongadas as
quebras de crescimento e correspondente recuperação do peso perdido.
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 19

O grupo 2 foi aquele em que os borregos melhor se adaptaram ao aleita-


mento artificial após três dias de consumo de colostro nas mães.

Quadro 10 – Ganhos médios diários (g) por grupo (9).

Dias 0 - 2 0 - 4 0 - 8 0 - 16 0 - 32 0 - 64

G 1 115 (1) 35 88 166 204 (2) 174


R 2 245 223 (1) 169 174 255 (2) 201
U 3 355 290 208 (1) 151 165 (2) 166
P 4 165 193 216 206 (1) 132 (2) 137
O 5 340 280 261 253 229 (3) 208
S 6 410 340 260 248 221 214

(1) - Mudança de aleitamento natural para artificial


(2) - Mudança de aleitamento artificial para alimentação sólida
(3) - Mudança de aleitamento natural para alimentação sólida

Quadro 11 – Ganhos médios diários/grupo (Kg) (0-64 dias) (9).

Grupo 1 2 3 4 5 6

GMD 11,150 12,887 10,640 8,780 13,340 13,720

Os borregos do grupo 5, foram os únicos que, passaram à engorda


intensiva sem quebras evidentes de peso e atingiram um peso ao desma-
me idêntico aos do grupo 6 com maiores custos. Aos valores do Quadro
11 há que somar o peso ao nascimento para termos o peso aos 64 dias.
O índice de conversão, consumo de matéria seca de feno, concentra-
do e leite de substituição por Kg de carne produzido, foi de 4 para os
grupos 1-2-5 e de 5 para os grupos 3-4.
É de salientar que os borregos de todos os grupos, enquanto em
aleitamento natural, viram dia após dia os seus ganhos médios diários
baixarem como reflexo evidente da falta de capacidade de produção de
leite por parte das mães para suprir as suas necessidades.
A par dos efeitos destas opções no crescimento dos borregos temos
o reflexo do tempo que o borrego está com a mãe no seu desempenho
durante a lactação (quadros 12,13 e 14).

Quadro 12 – Duração média da lactação (dias)/grupo (desde o parto) (9).

Grupo 1 2 3 4 5 6

Duração lactação
167,6 151,4 172,6 178,6 156,4 157,2
20 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

A duração da lactação e produção de leite parece serem estimuladas


pela presença dos borregos antes das ovelhas atingirem o pico da lacta-
ção, grupos 1 a 4, não havendo diferenças na produção ordenhada das
ovelhas a que se tira o borrego aos 32 ou 64 dias, grupos 5 e 6, visto que
a quebra de produção se dá igualmente para ambos quando se passa à
ordenha. A produção das ovelhas está mais dependente do número de
vezes que são estimuladas por dia.

Quadro 13 – Produção média de leite ordenhado (L)/grupo desde a separação do borrego (9).

Grupo 1 2 3 4 5 6
Sep. Borregos
(idade-dias) 2 4 8 16 32 64
Média Leite ordenhado 32,8 34,4 38,7 39,7 21,7 21,8

A análise económica determinou um resultado que há primeira vista


poderá parecer idêntico para os grupos 2-3-6 e não muito distantes dos
restantes (Quadro 14).
Os rendimentos dos grupos 1 a 4, se a mão-de-obra fosse contabili-
zada, seriam bastante afectados tornando mais evidente o resultado obti-
do pelo desmame tradicional - grupo 6. É um engano tirar os borregos
ao mês de idade por opção com o desmame aos dois meses pensando,
com isso, tirar mais leite o que compensaria o diferencial de preço, ex.:
entre Novembro e Natal ou Ano Novo, obtido na venda dos borregos.
A explicação é simples pois em ambos os casos a ovelha inicia a ordenha
com níveis de produção idênticos ganhando o produtor um mês a mais
de lactação, no final da mesma, estando a ovelha nesta fase num nível de
produção muito baixo.
Deveria ser uma preocupação tentar conseguir borregos que atinjam,
aos quinze dias de idade, pelo menos 8 Kg de peso vivo para serem ven-
didos e se poder iniciar a ordenha com vantagens evidentes ( Quadro 13 ).

Quadro 14 – Rendimento por grupo ( sem mão-de-obra) (9).

Grupos Lucro/ovelha

1 6.636$50
2 7.538$00
3 7.523$50
4 6.872$50
5 6.815$00
6 7.697$50
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 21

5.6. Características das carcaças e peso ideal de abate

A ESACB em colaboração com a Estação Zootécnica Nacional -


Fonte Boa desenvolveu um programa de engordas em pastoreio (15),
com ou sem acabamento, e intensivas de machos puros Merino da Beira
Baixa (MBB) e machos e fêmeas cruzadas de Merino Precoce (MP) para
determinar as características das carcaças e tentar encontrar o peso ideal
de abate para os diversos animais consoante o maneio utilizado.

Quadro 15 – Repartição da gordura na carcaça (adaptado de 4).


Peso abate e A (25 Kg) B (30 Kg) C (25 Kg) D (28 Kg)
tipo animal Machos MBB Machos F1 Fêmeas F1 Fêmeas F1
Parâmetros (MPxMBB) (MPxMBB) (MPxMBB)
Peso inicio (Kg) 11,48 12,90 13,05 13,05
Idade inicio(dias) 73 67 64 64
Dias ensaio 77 81 82 115
1) % Gordura subcutânea 43,63 42,42 39,93 43,28
2) % Gord. intermuscular 46,18 46,90 44,48 42,74
3) % Gord.pélvica e renal (KKCF) 9,99 9,48 15,10 14,01
1/2 0,948 0,936 0,901 1,02
1/3 4,45 4,99 2,61 3,14
Músculo/Osso 3,05 3,14 3,19 3,29
Músculo/Gordura Total 1,92 1,84 1,65 1,49

Em engorda intensiva (4 e 14) o valor encontrado para o peso ideal


de abate foi ,para os machos cruzados com Merino Precoce (MPxM-
BB) e puros (MBB), respectivamente, de 30 e 25 Kg e, para as fêmeas
cruzadas com Merino Precoce (MPxMBB) de 25 Kg (4). O índice de
conversão médio da matéria seca do concentrado foi de 3,53 e para a
matéria seca total na ordem dos 3,2 (4).

Quadro 16 – Classificação carcaças quanto à conformação e % gordura subcutânea (adaptado de 4).

8 % 8,1 – 10,9 % 11 – 13,9 % 14 – 16,9 %


Conformação 1 – Magra 2 - Mediana 3 – Bem acabada 4 - Gorda
E - Bem conformada •
xxxxxx
- ---
++++ ++

Z - Regular • • • •••••
xxxx xx
- - - +

N - Medíocre • • • • • •

A = • B = x C = - D=+
22 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

5.7. Produção de leite

Não pertencendo a uma raça especializada na função leiteira, nem


desfrutando um regime alimentar muito adequado a esta produção, a
ovelha da Beira Baixa é apreciada como leiteira, visto que se mantém
a dar leite durante 5 a 6 meses depois de ter criado um borrego 1 a 2
meses. Trata-se duma característica genética que tem sido seleccionada
pelos criadores, desde sempre (17).
A ordenha inicia-se em fins de Outubro/Novembro e vai até ao S.
João (cerca de 8 a 9 meses).
Os valores relativos à produção de leite são, aproximadamente, os
seguintes (17):
Duração da lactação 150 a 180 dias
Produção de leite (0-150 dias) 53,99 litros
Média diária 0,36 litros
Teor butiroso 6,5 a 10,0%

No entanto, por melhor que a selecção seja feita, o aumento da pro-


dução média dos rebanhos poderá estar condenada ao fracasso. Sabe-se
que na origem do Merino da Beira Baixa estão várias raças apresentando
as ovelhas de algumas delas, as melhores em produção de leite, umas
proeminências denominadas “cornos”. Ora de há quatro anos a esta
parte, o que não aconteceu em anos anteriores, começaram a aparecer
borregas com vestígios de cornos. A frequência com que aparecem é
cada vez maior, e o protótipo racial que consta do regulamento do livro
genealógico não o prevê, sendo todas refugadas (12).
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 23

Poderá ser um factor limitante à evolução do efectivo em termos de


produção de leite.

5.7.1 - Caracterização do úbere e adaptação à ordenha


mecânica

Foi estudada a forma do úbere e tetos ao longo da lactação e a relação


das diversas medidas com a produção leiteira assim como se encontrou
um úbere tipo para esta ovelha. O volume da produção total diária de
leite corresponde a 80 % do volume do úbere e esta variável por si só
explica 37,99 % da variabilidade da produção leiteira (10).
Estudaram-se 4 tipos de ordenha: manual (1), manual com repasse (2),
mecânica (3) e mecânica com repasse (4). Observaram-se diferenças sig-
nificativas entre a ordenha manual (1+2) e mecânica (3+4) sempre com
vantagem para esta última. Verificou-se que o volume do úbere foi de 19,9
% superior (P<0,05) para os animais submetidos à ordenha mecânica. O
repasse representou, em ambos os tipos de ordenha, uma percentagem
significativa da produção total, respectivamente, de 21,4 e 27,2 % (1).

Fig 1. Medidas tipo do úbere (10).

5.7.2. Produção de leite consoante o mês de parto

Ao analisar o quadro 17 ficamos com a certeza de que Março e Se-


tembro são as piores épocas de parto para a produtividade leiteira do
rebanho embora por razões diversas.
24 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Se a ordenha das ovelhas se prolongar pelo mês de Julho os valores


da produção das ovelhas paridas em Março atingirão os valores de Janei-
ro e Fevereiro. Estes dois últimos sairiam bastante favorecidos com esta
alteração de maneio.

Quadro 17 - Produção de leite consoante o mês de parto (litros) (11).

Mês parto Prod. Prod. Prod. Produção Duração Produção


1º contraste 120 dias 150 dias total lactação média/dia
normalizada normalizada

1 0,510 51,9 57,4 58,9 148 0,398


2 0,540 50,3 54,0 54,2 127 0,427
3 0,550 47,0 47,9 48,2 110 0,438
9 0,350 37,6 43,3 49,7 173 0,287
10 0,440 43,2 49,5 56,0 163 0,344
11 0,450 44,6 50,9 55,2 154 0,358
12 0,490 49,9 56,2 59,3 158 0,375

Face ainda aos valores seriam de eliminar as parições de Setembro


para melhorar os resultados globais da exploração ou melhorar a alimen-
tação neste período principalmente com alimentos verdes..
Outro factor que mostrou ter uma correlação positiva com os níveis
de produção das ovelhas e persistência da lactação foi o peso ao parto.

5.7.3. Produção de leite consoante o número da


lactação
Quadro 18 - Produção de leite consoante o número da lactação (litros) (11).

Número Prod. Prod. Prod. Produção Duração Produção


Lactação 1º contraste 120 dias 150 dias total lactação média/dia
normalizada normalizada

1 0,360 36,0 40,0 42,7 144 0,297


2 0,450 43,4 48,4 53,4 150 0,356
3 0,450 43,8 49,3 52,2 152 0,343
4 0,460 46,0 50,9 54,6 153 0,357
5 0,510 50,9 56,3 60,1 151 0,398
6 0,470 46,7 52,1 56,4 158 0,357

A produção ao 1º. contraste tem uma correlação elevada com a pro-


dução de leite pelo que é importante atender à condição corporal do
animal no final da gestação/inicio da lactação.
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 25

6. Produção de lã

Os Merinos da Beira Baixa são produtores das mais finas lãs do país.
As características específicas que definem os seus velos e as fibras
lanares são as seguintes:

Peso do velo (17) Machos 2,5 a 3,2 Kg


Fêmeas 1,5 a 2,5 Kg
Comprimento das fibras (6a) 68,4 mm (40,0-110,0)
Diâmetro das fibras (6a) 26,43μ (20,2-33,8)
Resistência (6a) 20,72New/Ktex (5-56,4)
Curvatura (6a) 101,4º/mm (64,0-138,0)
Rendimento em LAF (6a) 59,9% (36,2-81,1)
Classificação (portuguesa) (17) Merino extra a Merino forte

A introdução, ultimamente verificada, de raças exóticas ou de outras


regiões do país, sobretudo com o intuito de melhorar a produção de
leite ou aumentar o peso dos borregos, tem contribuído para uma certa
desqualificação das lãs.
26 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

EUROPEAN CONFERENCE “WOOL OF EUROPE – EAST AND WEST”


7-10 OCTOBER 2004 – NAMEST nad OSLAVOU (CZ Republic)

PORTUGAL SHEEP BREEDS – WOOL


CHARACTERÍSTICS
Rebello de Andrade, C. S. C.; Várzea Rodrigues, J. P.; Carvalho, J.N.; Pinto de Andrade, L.

Wool Characteristics

Fleece weight
(kg) (4 ) Length Diameter Strenght Curvature Yield
(mm) (μ) (N/Ktex) (º/mm) (%) Churro da Terra
Breed Serra da Estrela Quente
♂ ♀

Serra da Estrela 3,5 2,0 85,6 29,7 18,4 77,2 66,7

Saloia 4,5 3,0 70 27,5 - - -

Merino da Beira Baixa 2,5 2,2 68,4 26,4 20,7 101,4 59,9

Campaniça 2,8 2,0 82,6 31,3 19,4 75,7 70,9 Churro Mondegueira

Mondegueira 5,5 3,5 210 38,1 - 59,9 56,1

Churra da Terra Quente 8,0 4,5 200 40,0 - - -

Saloia

Merino Beira Baixa

Characteristics of the Portuguese Extensive Milk Sheep Production Systems


based in traditional grazing in small and large farms (2)
Indigenous Sheep Breeds
Small farms Characteristics Large Farms Milk
< 10 ha Farming size > 100 ha
40 - 50 Herd size 200 - 300
Bordaleira Serra Estrela (BSE) Genetic basis Bordaleira Saloia (BS);
Merino Beira Baixa (MBB) Campaniça
Reasonable - BSE Aptitude Reasonable – BS
No aptitude - MBB
One cycle of reproduction (April) Mating season One cycle of reproduction (April-May)

August/September Lambing September/October


3 weeks Weaning age 1 – 2 month Portuguese Sheep Breeds are grouped according with three main types of wool :
Merino, Churra and Bordaleira (crossed wool).
7 kg Carcass weight 7 kg for BS and MBB
"Pastoreio de Percurso" Grazing Type In let lands or owned areas with Merina: Merino da Beira Baixa, Merino Branco e Merino Preto.
Transhumance (30%) shepherds few fences
Bordaleira: Serra da Estrela, Saloia, Campaniça e Entre Douro e Minho.
All year Grazing period All year
Churra: Algarvia, Campo, Mondegueira, Terra Quente, Badana, Galega Bragançana e
Diversified and family type Agricultural kind Entrepreneurship Galega Mirandesa.
September/July Milking October/June
Milking parlour Infrastructure Few milking parlour
Standing sheep house Apriscos (open air)
Cured cheese with milk of only of this Production Milk and fresh cheese (8 days); some Wool quality produced in Portugal is quite heterogeneous and is dependent from the ethnic group.
breed cured cheese It is assumed that the Churra ethnic group have a bad quality wool, with no crimp, rough touch,
Yes PDO Yes with a variable fibre length from 15 - 30 cm and with a most common diameter within 30 - 57μ;
Hay in winter Complementar feed Straw and Cereals - Autumn/winter they are used with specific purpose in handicraft (blankets and carpets).
In the other side, the breeds from the ethnic group Merino are considered to be high quality wool
producers with high crimp, soft to the touch with variable fibre length 6 to 8 centimetres, and with a
most common diameter within 18 - 30μ.

Wool Characteristics

Fleece weight
(kg) (4) Length Diameter Strenght Curvature Yield
Breed
(mm) (μ) (N/Ktex) (º/mm) (%)
♂ ♀
Churra Galego Churra Galego
Churro Campo 4,4 3,1 >200 38,1 - 54,48 58,1
Mirandesa Bragançana
>200
Churro Algarvio 2,8 1,5 40,5 - - 60,0

Merino Preto 4,5 2,5 63,9 28,8 33,4 94,2 50,9

Merino Branco 4,5 2,7 67,4 24,5 20,1 121,2 55,8


Bordaleiro Entre Douro
3,0 1,8 100 25,5 - - 45,0
Bordaleiro Entre Douro Minho
e Minho
Churra Galego Bragançano 2,4 1,5 135 33 - - 42,5
Badana
Churra Galega Mirandesa 3,4 2,3 >100 33 - - 45,0

Badana 4,5 3,5 160 36,0 - - 42,0

Merino Branco Churro Campo


Characteristics of the Portuguese Extensive
Meat Sheep Production Systems based in traditional grazing in the North/Centre and South
(2)
Indigenous Sheep Breeds
North/Centre Characteristics South
Meat - Farming size > 200 ha
Meat + Milk Littoral < 50 Herd size > 400
Merino Preto Interior 100 - 200
Long wool breeds Genetic basis Merino Breeds
< specialized for meat Aptitude Meat; good carcasses

All year Mating season One cycle of reproduction (April-


May)
All year Lambing Sept./Oct.
1 – 2 month Weaning age 5 month
7 kg Carcass weight 15 kg
Churro Algarvio North- "pastoreio de percurso" Grazing Type Farms/fences; “Montado” -Under
"baldios". (characteristics) trees (Quercus spp.)
Centre- Transition
All year Grazing period All year
Beautiful, Useful, High Quality North – Family; Centre – family and Agricultural kind Entrepreneurship
entrepreneurship
but don’t bother or make my
Yes for some breeds PDO and PGI Yes
coat be paid !!
After cattle, crop residues Complementary feed Crop residues, acorn
(Quercus spp.)

BIBLIOGRAPHY
1 - Pinto de Andrade, L.,. Várzea Rodrigues, J and Martins Abrantes, M. 1999. “The development of the speciality fibre sector in Portugal”. IV Workshop on "The development
of breeding schemes for improving European speciality animal fibres". 7 - 9 Outubro, ESACB- Castelo Branco. Portugal.
2 - Pinto De Andrade, L., Várzea Rodrigues, J., Rodrigues, A.M., Rebelo de Andrade C. 2001. “Extensive Livestock Production Systems in Portugal”. I Workshop of the
PASTORAL Project. The agricultural, ecological and socio economics importance of extensive livestock farming in Europe. Sotto del Real – Spain. 7th - 10th July. 2001.
3 - Várzea Rodrigues, J.; Pinto de Andrade, L., and Serrano, J. 2002. “Is Merino Wool disappearing in Portugal? Merino da Beira Baixa case.” Wool Technology and Sheep
Breeding. 50(3): 228-234.
4- Sobral, M.; Antero, C.; Borrego, J.D.; Domingos, A.N., 1987. Animal Genetic Resources – Indigenous <breeds – Sheep and Goats. Direcção Geral da Pecuária. Lisboa.
Note: The authors want to thanks the support of the Project AGRO 8.1- nº. 277
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 27

7. Desenvolvimento e perspectivas futuras

A produção de ovinos leiteiros na Beira Baixa pelos seus produtos de


qualidade e Organizações de Produtores existentes, com agressividade
no mercado, continuará a sua senda de progresso.
A raça Merino da Beira Baixa, até pelo facto da DOP não estar afec-
ta ao leite que produz, está vocacionada para sobreviver como animal
adaptado aos sistemas mais extensivos e pobres, como opção de ocupa-
ção de áreas que não são próprias para culturas de rendimento e, onde
as raças exóticas (alta produção) não são capazes de sobreviver por não
estarem adaptadas ao pastoreio de percurso.
Na região da Beira Baixa, produzem-se vários tipos de queijo de ove-
lha ou de mistura com leite de cabra, dos quais o mais afamado é o quei-
jo à ovelheira denominado “Queijo de Castelo Branco”, um queijo de
pasta mole, mesmo amanteigado, muito saboroso, idêntico ao da Serra
da Estrela, com o qual se pode confundir. Dentro dos queijos feitos à
cabreira temos o “Amarelo” e o “Picante” da Beira Baixa.(17)
Estes queijos têm Denominação de Origem Protegida por Despacho
4/94, DR. II Série, 26/01 – Reg. CE 1107/96, de 12/06 (2).
Como produto Identificação Geográfica Protegida existe também o
“Borrego da Beira” por Desp. 57/94, DR. II Série de 15/02 – Reg. CE
1107/96 de 12/06 e Desp. 2314/99, DR. II Série de 9/02 (2).
28 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

Merino da Beira Baixa

Entidade Gestora do Livro Genealógico


OVIBEIRA – Associação de Criadores
de Ovinos do Sul da Beira
Rua José Cifuentes nº. 11 D/E
6000-244 Castelo Branco
  Telef. 272 347 564 / 272 344515/6
Fax: 272 344 586
E-mail: ovibeira@mail.telepac.pt

Secretário Técnico
Engº. Tiago Homem Sousa Pires

Técnico
Engº João Serrano

Produtos Certificados
Borrego da Beira

Distribuição geográfica  
SPOC - http://www.ovinosecaprinos.com
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 29

Bibliografia

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30 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa

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de Castelo Branco e Idanha-a-Nova - ESACB/FLAD. Boletim de divulgação nº. 1.
FNOC-OVIBEIRA. Castelo Branco.
(10)REBELLO DE ANDRADE, C.S.C.; CARREIRO, F.M.; ALMEIDA, L.F.M.M., 1989.
Aptitud to machine milking of Beira Baixa Merino Ewes. I - Morphological characteristics
of the udder. IV International Symposium on Machine Milking of Small Ruminants.
Israel, September 13-19 th, Kibbutz Shefayim.
(11)REBELLO DE ANDRADE, C.S.C.; ESPADINHA, J.P., 1997. Análise da evolução da
produção de leite de 1985 a 1994 no rebanho de ovelhas Merino da Beira Baixa da
Escola Superior Agrária. ESACB, Castelo Branco.
(12)REBELLO DE ANDRADE, C.S.C.; VÁRZEA RODRIGUES, J.P.; FRAGOSO DE
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Portuguesa de Ovinotecnia e Caprinotecnia - SPOC. 18-20 Setembro, Idanha-a-Nova.
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Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 31

 
32 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa
Carlos de Sousa Coutinho Rebello de Andrade termi-
nou a Licenciatura em Engª Zootécnica pela Universi-
dade de Évora, em 1983. Como Diplomado, desen-
volveu a sua atividade principal na área dos pequenos
ruminantes. Dotado de um enorme sentido de
observação, de espírito crítico, de reflexão e de análise,
foi-se afirmando como um especialista de referência,
que é hoje, na área dos Ovinos e Caprinos.
Iniciou a sua atividade docente, na Escola Superior Agrária do I. P. de Castelo
Branco, em 1984. Para além da leccionação de várias disciplinas na área da Zootecnia
e em particular dos Ovinos e Caprinos, foi desde logo responsável pelo sector de
Ovinicultura da Qta. de Snra. Mércules, da ESACB. Ao longo dos anos, foi comple-
mentando a sua formação de base: Curso Superior Especializado em Produção
Animal (Escola Superior de Medicina Veterinária - UTL); Conservation and manage-
ment of animal genetic resources (CIHEAM - IAMZ, FAO, Zaragoza, Espanha);
New Technologies For Dairy Sheep Production (CIHEAM - IAMZ,
Vitoria-Gasteiz, Espanha); Mestrado em Zootecnia (U. Évora).
Como Professor e para além da atividade lectiva, orientou trabalhos de estágio,
participou em cursos breves, em júris de provas académicas e, como resultado do
trabalho de I&D realizado, apresentou inúmeros trabalhos em congressos nacionais e
internacionais. A abordagem metódica da Zootecnia e o reconhecimento das suas
competências pelas Autoridades Nacionais, resultaram na sua nomeação em 2007,
como Secretário Técnico do Livro Genealógico da raça ovina Churra do Campo.
Como Professor, prepara e desenvolve nos alunos o rigor dos conhecimentos,
deixando em todos laços grandes de reconhecimento e de amizade.
Para além do que referi, como “criador” de cavalos Puro Sangue Lusitano, Carlos
Andrade confirma e demonstra as suas qualidades de Zootécnico. Carlos Andrade,
um Zootécnico de referência e um Amigo leal.
José Pedro P Fragoso de Almeida
(Professor Coordenador)

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