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© do texto: Carlos de Sousa Coutinho Rebelo de Andrade
© das imagens: os seus autores
Ficha Técnica
Edições IPCB
Julho 2012
Título
Raça Ovina Merino da Beira Baixa
Autor
Carlos de Sousa Coutinho Rebelo de Andrade
Capa
Rui Tomás Monteiro
Aguarela da capa
João Cabral
Tiragem
500 ex.
ISBN: 978-989-8196-29-3
Registo de Depósito Legal: 357479/13
Castelo Branco, Julho de 2012
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Agradecimentos
1. Origem e História 1
2. Padrão da Raça 5
3. Importância e Extensão 7
4. Sistema de exploração 9
6. Produção de lã 25
Bibliografia 29
..
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 1
1. Origem e História
2. Padrão da Raça
Côr: Branca.
Cabeça: Pequena, um pouco larga e curta. Perfil craniano subcôncavo. Chanfro recto nas fê-
meas, mais ou menos convexo nos machos. Fronte e faces mais ou menos revestidas
de lã. Cornos ausentes nas fêmeas e frequentes nos machos, espiralados, rugosos e de
secção triangular. Orelhas curtas e horizontais. Boca de tamanho médio.
Pescoço: Curto, por vezes com barbela bem recoberto de lã.
Tronco: De pequeno a médio volume, proporcionado no seu conjunto. Garrote espáduas
pouco destacados. Linha dorsolombar mais ou menos horizontal. Garupa de largura
média e um tanto descaída. Totalmente recoberto de lã.
Pele: Fina e untuosa, por vezes com alguma pigmentação acastanhada na zona deslanada
da cabeça e dos membros.
Úbere: De largura média, bem desenvolvido, com tetos curtos, mas bem inseridos.
Membros: Fortes e nem sempre aprumados, providos de unhas rijas e bem desenvolvidas. Qua-
se totalmente recobertos de lã nas extremidades livres, sobretudo nos posteriores.
Velo: Branco, de lã muito fina, muito extenso e tochado, com madeixas quadradas ou ci-
líndricas. Reveste a fronte, as ganachas, o pescoço, todo o tronco, os testículos e os
membros até quase às unhas.
6 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa
B C A J
I
F G H
E
D L
Sigla Parâmetros x ±s
3. Importância e Extensão
4. Sistema de exploração
Quadro 3 - Contributo de alguns produtos da exploração ovina no seu rendimento bruto (5)
TIPO DE EXPLORAÇÃO
% Rendimento bruto Queijo curado Queijo Fresco Leite
Quadro 6 – Idade média (Dias) à 1ª. concepção das fêmeas distribuídas em função dos meses
e época de nascimento.
Parâmetros Jan Fev Mar Ago Set Out Nov Prim. Out. Global
Idade 360 415 428 407 461 415 452 400 441 434
Desv.Padrão 105 130 18 167 155 118 119 118 150 146
Quadro 7 - Idade média ao parto (Dias) em função do ano de nascimento e tipo de parto da
fêmea (simples ou duplo)
Ano Partos
1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º.
S D S D S D S D S D S D S D
1981 X 655 594 1015 891 1375 1289 1749 1702 2171 2064 2473 2391 2864 2558
DP 132 150 178 197 167 186 191 235 209 184 125 174 - 7
1982 X 628 651 1005 1029 1352 1431 1739 1890 2022 2072 2212
DP 167 165 192 196 194 227 184 218 157 266 22
1983 X 551 589 895 915 1266 1307 1554 1499 1811 1805
DP 148 186 196 191 266 227 125 98 105 115
1984 X 674 607 966 846 1254 1096 1497 1447
DP 176 149 209 4 183 49 117 4
1985 X 523 458 875 774 1084 1059
DP 70 55 97 94 14 69
1986 X 512 529
DP 118 98
Idades/ X 595 569 957 907 1319 1296 1696 1679 2034 1998 2324 2391 2868 2558
Tipo Parto DP 150 146 186 190 201 221 192 244 195 213 156 174 - 7
A idade ao 1º. parto (cerca de 20 meses) parece ser mais baixa para
fêmeas provenientes de parto duplo embora não haja diferenças estatís-
ticas significativas.
16 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa
Quadro 9 – Peso e Ganho Médio Diário dos Borregos dos borregos (Kg) (8 e 12).
Machos Fêmeas
Dias 0 - 2 0 - 4 0 - 8 0 - 16 0 - 32 0 - 64
Grupo 1 2 3 4 5 6
Grupo 1 2 3 4 5 6
Duração lactação
167,6 151,4 172,6 178,6 156,4 157,2
20 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa
Quadro 13 – Produção média de leite ordenhado (L)/grupo desde a separação do borrego (9).
Grupo 1 2 3 4 5 6
Sep. Borregos
(idade-dias) 2 4 8 16 32 64
Média Leite ordenhado 32,8 34,4 38,7 39,7 21,7 21,8
Grupos Lucro/ovelha
1 6.636$50
2 7.538$00
3 7.523$50
4 6.872$50
5 6.815$00
6 7.697$50
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 21
Z - Regular • • • •••••
xxxx xx
- - - +
N - Medíocre • • • • • •
A = • B = x C = - D=+
22 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa
6. Produção de lã
Os Merinos da Beira Baixa são produtores das mais finas lãs do país.
As características específicas que definem os seus velos e as fibras
lanares são as seguintes:
Wool Characteristics
Fleece weight
(kg) (4 ) Length Diameter Strenght Curvature Yield
(mm) (μ) (N/Ktex) (º/mm) (%) Churro da Terra
Breed Serra da Estrela Quente
♂ ♀
Merino da Beira Baixa 2,5 2,2 68,4 26,4 20,7 101,4 59,9
Campaniça 2,8 2,0 82,6 31,3 19,4 75,7 70,9 Churro Mondegueira
Saloia
Wool Characteristics
Fleece weight
(kg) (4) Length Diameter Strenght Curvature Yield
Breed
(mm) (μ) (N/Ktex) (º/mm) (%)
♂ ♀
Churra Galego Churra Galego
Churro Campo 4,4 3,1 >200 38,1 - 54,48 58,1
Mirandesa Bragançana
>200
Churro Algarvio 2,8 1,5 40,5 - - 60,0
BIBLIOGRAPHY
1 - Pinto de Andrade, L.,. Várzea Rodrigues, J and Martins Abrantes, M. 1999. “The development of the speciality fibre sector in Portugal”. IV Workshop on "The development
of breeding schemes for improving European speciality animal fibres". 7 - 9 Outubro, ESACB- Castelo Branco. Portugal.
2 - Pinto De Andrade, L., Várzea Rodrigues, J., Rodrigues, A.M., Rebelo de Andrade C. 2001. “Extensive Livestock Production Systems in Portugal”. I Workshop of the
PASTORAL Project. The agricultural, ecological and socio economics importance of extensive livestock farming in Europe. Sotto del Real – Spain. 7th - 10th July. 2001.
3 - Várzea Rodrigues, J.; Pinto de Andrade, L., and Serrano, J. 2002. “Is Merino Wool disappearing in Portugal? Merino da Beira Baixa case.” Wool Technology and Sheep
Breeding. 50(3): 228-234.
4- Sobral, M.; Antero, C.; Borrego, J.D.; Domingos, A.N., 1987. Animal Genetic Resources – Indigenous <breeds – Sheep and Goats. Direcção Geral da Pecuária. Lisboa.
Note: The authors want to thanks the support of the Project AGRO 8.1- nº. 277
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 27
Secretário Técnico
Engº. Tiago Homem Sousa Pires
Técnico
Engº João Serrano
Produtos Certificados
Borrego da Beira
Distribuição geográfica
SPOC - http://www.ovinosecaprinos.com
Raça Ovina - Merino da Beira Baixa 29
Bibliografia
32 Raça Ovina - Merino da Beira Baixa
Carlos de Sousa Coutinho Rebello de Andrade termi-
nou a Licenciatura em Engª Zootécnica pela Universi-
dade de Évora, em 1983. Como Diplomado, desen-
volveu a sua atividade principal na área dos pequenos
ruminantes. Dotado de um enorme sentido de
observação, de espírito crítico, de reflexão e de análise,
foi-se afirmando como um especialista de referência,
que é hoje, na área dos Ovinos e Caprinos.
Iniciou a sua atividade docente, na Escola Superior Agrária do I. P. de Castelo
Branco, em 1984. Para além da leccionação de várias disciplinas na área da Zootecnia
e em particular dos Ovinos e Caprinos, foi desde logo responsável pelo sector de
Ovinicultura da Qta. de Snra. Mércules, da ESACB. Ao longo dos anos, foi comple-
mentando a sua formação de base: Curso Superior Especializado em Produção
Animal (Escola Superior de Medicina Veterinária - UTL); Conservation and manage-
ment of animal genetic resources (CIHEAM - IAMZ, FAO, Zaragoza, Espanha);
New Technologies For Dairy Sheep Production (CIHEAM - IAMZ,
Vitoria-Gasteiz, Espanha); Mestrado em Zootecnia (U. Évora).
Como Professor e para além da atividade lectiva, orientou trabalhos de estágio,
participou em cursos breves, em júris de provas académicas e, como resultado do
trabalho de I&D realizado, apresentou inúmeros trabalhos em congressos nacionais e
internacionais. A abordagem metódica da Zootecnia e o reconhecimento das suas
competências pelas Autoridades Nacionais, resultaram na sua nomeação em 2007,
como Secretário Técnico do Livro Genealógico da raça ovina Churra do Campo.
Como Professor, prepara e desenvolve nos alunos o rigor dos conhecimentos,
deixando em todos laços grandes de reconhecimento e de amizade.
Para além do que referi, como “criador” de cavalos Puro Sangue Lusitano, Carlos
Andrade confirma e demonstra as suas qualidades de Zootécnico. Carlos Andrade,
um Zootécnico de referência e um Amigo leal.
José Pedro P Fragoso de Almeida
(Professor Coordenador)