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Anotações em sala de aula

Eduardo Rocha
Por se tratar de anotações rápidas em sala de aula, o conteúdo deste material pode conter
erros de lógica, raciocínio e gramática.

Introdução ao Estudo do Direito II

Aula 1
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
19:26

Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Método de avaliação:

P1 - 8,00

P2 - 8,00

Monitorias - 2,00 + 2,00

IED II

Teoria Geral do Direito

 Hans Kelsen: Teoria Pura do Direito


Bases para entendermos os elementos da norma jurídica.

O que ele falava:

 Separação entre Direito (ciência) e Moral.


Estudo científico do Direito da Moral, pois, na aplicação, o Direito precisa olhar para as
demais ciências - economia, política, sociologia, etc. A separação é como ciência.

 O Direito é formado por normas postas, ou seja, só é Direito quando é expresso.


Exemplo: ZE - fica o prof. com direito de receber x em dinheiro - é lei, é Direito ? Não,
pois não há o poder constituído pelo povo, ele não é o representante p/ criar normas
jurídicas.

Expresso: legítimo (tem previsão do órgão constitucional) e competente (pode falar


sobre aquela matéria).

Assembleia Legislativa Estadual: fala do meio Estadual.


Exemplo: Congresso Nacional - redige sozinho e leva p/ o Presidente - não, ele não
pode. O Deputado precisa passar esse projeto pelo devido processo legislativo p/ que
ele se torne lei.

Após isso, eu tenho uma norma posta, então eu tenho o Direito. Se não passar, eu
tenho uma regra moral.

 Hierarquia de normas: as normas criam um sistema - ordem jurídica/sistema jurídica.

Características: harmônica, coerente, coesa, completa.

O ordenamento jurídico faz sentido dentro dele mesmo, como um sistema onde as
engrenagens se encaixam, logo, o sistema não vai apresentar contradições.

Exemplo: um artigo fala que pode e outro que não pode: resolução de antinomias -
especialidade, tempora, hierarquia.

O sistema é completo ? O próprio sistema apontará formas de suprir as lacunas. Se


faltar lei, você consegue resolver com o art. 4. No limite, por equidade, o sentimento
de justo.

Grund norm: norma fundamental - pressuposto lógico p/ dar validade ao sistema.

Norma jurídica:

Texto ≠ norma ≠ lei

Texto: como está escrito, expresso

Norma: interpretação do texto, você muda para o entendimento do seu interlocutor -


subjetividade

Lei: formalidade - após o devido processo legal, se tem a lei formal.

Interpretações:

Autêntica: interpreta e aplica. É típico do magistrado.

Não-autêntica: só interpreta. É típico do cientista. Ele só vai demonstrar qual faz mais
sentido p/ ele. É uma descrição da prescrição. Aqui ela te faz um SER do DEVER SER.
Traz os sentidos jurídicos da norma e uma preferência.

Norma jurídica: dela você extrai diversos sentidos jurídicos. Na autêntica, ele vai
escolher uma e aplicar para solucioná-la.

A norma jurídica é um comando e, sendo um comando, ela é uma prescrição, onde


descreve condutas - o que eu posso, o que eu não posso, etc. Ela traz um dever ser,
como as coisas deveriam ser. Se não forem, o Direito prescreve uma punição.
Exemplo: contrato de compra e venda - paga ou devolve. Eu arquei com uma cláusula.

Positivismo: normas postas - delimitar o máximo.

Problema do subjetivismo não foi completamente resolvido, ainda tem a contribuição


humana, porém essa técnica existe para diminuir o máximo e fazer justiça.

Hans Kelsen: justiça não é absoluta, ela é relativa. O conceito de justiça mudou - para
cada momento histórico, você tem uma idade de justiça. Ela é relativa e justa para
aquele povo.

Bibliografias:
Teoria pura do Direito.
Weapons of math destruction

Aula 2
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
19:29
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Teoria da Norma Jurídica

 Dogmático

Conceito de norma jurídica: é uma estrutura lógica, segundo a qual, em determinadas


circunstâncias, um determinado sujeito deve observar tal ou qual conduta, se não a observa,
outro sujeito, órgão do Estado, deve aplicar ao infrator uma sanção.

Estrutura lógica: ideal / que está no seu pensamento, que está dentro da sua mente - ela
deve acompanhar o princípio omnivalente (todas as ciências) - Lógica. Nenhuma ciência
pode escapar da lógica.

Norma é uma estrutura lógica - juízos montados em sua mente.

Exemplo: em determinada situação, você deve agir assim. Cumpra aquilo que você se
obrigou. Você busca o juiz e ele aplica a correção.

Miguel Reale: norma é a estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização


ou de conduta que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória.

 Proposição: externação do juízo.

Diferença 1:

Miguel Reale diz que tem que ser passada para que ele compreenda o texto, com a ideia de
externalização.

Kelsen: ideia, como pensamento (lógica)


Direito ≠ Moral

Direito é bilateral, ele precisa de dois sujeitos. Eu faço uma proposição porque o outro
precisa entender o que eu entendi do texto.

Diferença 2:

Kelsen: norma jurídica só vai regulamentar condutas.


Reale: norma jurídica também vai tratar da organização do Estado. Objetiva: porque você
não pode falar de maneira subjetiva, pois abriria uma descricionariedade. A norma precisa
pacificar, dar segurança jurídica. O não é para todos.

Bilateralidade atributiva: Estado para garantir a relação pactuada.

Proposição:

Juízo de valor: prescreve (dever ser). A moça é bonita.

Juízo de realidade: descreve (ser). A caneta é preta.

Realidade: S é P

Valor: S deve ser P

Atribuição de um predicado a um sujeito.

Por fim, a norma jurídica traz nela um juízo de valor, como as coisas deveriam ser.

Exemplo da capital do Brasil (S deve ser P).

Inobservância = sanção (punição).

1 - Estruturas da Norma Jurídica

Hipótese Normativa: (fattispecie) - situação fática necessária e suficiente para a aplicação


da norma.
Ela vai trazer um fato hipotético, descrever uma realidade, que pode ser que aconteça ou
não, e que, se acontecer, pode atrair uma sanção.

Consequência jurídica: efeito do não cumprimento - descumprimento da norma.

MODELO BIPROPOSICIONAL DA NORMA (duas proposições)

Se A é, B deve ser. Se não-B, então C.

A: fato (realidade)

B: conduta
C: sanção

No primeiro momento, é o que o sistema quer de você. Se acontecer, você precisa ter
determinada conduta. Porém, caso você não cumpra, sofrerá sanção. A norma jurídica está
na segunda parte.

Exemplo: Art. 389 CC

Não-B: hipótese normativa.

C: consequência jurídica.

Aula 3
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
19:30
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

TIPOS DE NORMA JURÍDICA

A. Corrente dos sancionistas: diretamente tem uma sanção

 Kelsen: toda norma jurídica possui consequência jurídica, logo, toda norma jurídica
segue o modelo biproposicional.

Duas grandes proposições:

Então C: proposição primária.

Se A é, B deve ser: proposição secundária. É mais moral do que jurídica.

Se mantem o modelo, mas a consequência não é jurídica, aqui pode ser


moral/política. Você acaba se prejudicando.

 Consequência:
Política: não trata efetivamente de um comportamento - consequência política.
Jurídica: condutas humanas - sanção expressa - pode fazer isso / não pode fazer
aquilo.

B. Corrente dos Não-Sancionistas:

 Ihering: não trata só de comportamentos, mas também altera uma realidade


estrutural.
Pensar em estrutura - não é possível que exista apenas um modelo - precisamos
pensar em dois modelos:

1 - norma típica: comportamental - biproposicional

2 - Norma atípica - secundária ou acessória:


Norma de organização: estrutura ou organiza uma realidade jurídica.
Norma de interpretação: proclama conceitos jurídicos. Art. 96 - interprete como.

Modelo da norma atípica: modelo categórico: (A deve ser)

 Norma típica e atípica estão no mesmo patamar > você precisa fazer a leitura
conjugada para ter um sistema. Elas são interdependentes.

CONSEQUÊNCIA JURÍDICA

 Sanção:

Punição: pena, multa, privação de liberdade


Premiação: mesário - ganha o dia - lado positivo - sanção premial, doação de sangue,
incentivo fiscal

Se A é, B deve ser. Se B, para C.

Livro: Gary Becker - como montar a pena -

Tanto a punitiva quanto a punitiva, tem um objetivo: produzir felicidade para a


sociedade.

Exemplo do pagador de impostos: eu pago - meu vizinho não.

O que foi punido volta a sociedade.

FINALIDADE DA SANÇÃO

 Alterar a realidade ou manutenção da realidade ? Manutenção.

A norma jurídica quer que tudo se mantenha no mesmo status quo.

Se houve violação com deterioração da realidade, a norma vai querer a


recomposição/reparação.
Exemplo: estou andando com meu carro muito rápido - bato e dou perda total no
carro do outro. A minha sanção é pagar o carro do outro. Violei a propriedade alheia:
tem que pagar. Tem que recompor aquela realidade.

Dentro das ideias de punição, tem as teorias do negócio jurídico.

 Nulidade/Anulibilidade: alguns atos, se não preenchidos alguns requisitos mínimos -


ele será anulado.
Objeto impossível de ser cumprido. As partes retornam a situação anterior. É como se
aquele negócio nunca tivesse existido. É uma forma de sanção.
Aula 4
quinta-feira, 7 de março de 2019
19:11

Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Trabalho:
Apontar uma norma dentro do modelo biproposicional, uma norma organizacional e, por fim,
uma interpretativa.

NULIDADE: é uma forma de sanção ?

Diferença entre ato e fato.

Fato: circunstâncias alheias a ação humana - independe do ser humano - ocorre


independente dele.
Exemplo: chuva, tornado, ventania - ação própria da natureza.

Ato: humano - depende da intervenção humana - aquilo que o homem realiza e causa
consequência no plano fático, logo é um ato.
Exemplo: pedir algo, digitar

Os dois podem ou não interessar para o Direito.

Chuva: choveu, foi forte o suficiente para derrubar a construção sem qualidade e foi
importante para o Direito.

Pode ser um fato jurídico ou um fato não jurídico. Quando interessa ao Direito é fato
jurídico.

O ato pode ou não interessar para o Direito.


Exemplo da Maria da Penha - cumprimentar a pessoa.

O Fato por si só não é punível.

Ato > fato > sanção

Nulidade

Exemplo: contrato de compra e venda particular - ato nulo - não tem validade jurídica.

Correção do próprio sistema: os requisitos não foram cumpridos - se você descumpriu, o


negócio não vai valer de nada. O próprio sistema reafirma a sua autoridade e fala que tem
que ser cumprido da seguinte formal. O sistema não está punindo, pois existe a presunção
de conhecimento da lei, a pessoa já sabia que não era válido.
Nulidade é como uma demonstração de autoridade - competência, organização própria.
Se você não cumpre, o sistema fala que você precisa seguir a organização.

Exemplo penal:

Juiz não segue as fases do processo corretamente.


Se não seguiu o procedimento, recomeça o processo desde o início. É organização do
Estado.

Manter tudo como está, não de punir a pessoa. A nulidade não é sanção.

Temos 3 categorias dentro de consequências jurídicas da norma

 Sanção: premial e punitiva


 Nulidade

Não-sancionistas: existe a norma com o pressuposto primário de como a norma gostaria que
acontecesse e a sanção. Seu descumprimento pode levar a uma nulidade - exemplo do
processo penal.

Impedimento - não considero a capital Brasília.

CARACTERES DA NORMA JURÍDICA


(Características)

1. BILATERALIDADE:

 Direito vincula duas ou mais pessoas, podendo um deles ser o Estado.


Não existe Direito se você está sozinho.

A bilateralidade funciona da seguinte forma:

Direito subjetivo

Dever jurídico

Há uma correlação entre eles, se eu tenho para uma parte Direito, para a outra eu tenho um
dever (cumprir uma prestação, dever etc)

Direito subjetivo: o simples fato de eu existir - eu tenho esses Direitos subjetivos ou Direito
subjetivo só se torna no momento em que se tem o reconhecimento formal por uma
autoridade. Até então eu só tinha um preceito ético e moral.

Outro lado: dever de fazer alguma coisa ou dever genérico de respeito.

Sempre há essa correlação.


Direito potestativo: exemplo do divórcio.

Ônus jurídico: comportamento de um sujeito não exigível pela parte contrária para
aquisição de um benefício.

Exemplo: prova no processo. Se você provou seu Direito. A parte contrária não quer que
você prove.

Exemplo 2: testamento - para você ficar com o carro, será necessário, todo mês, levar para
lavar e ir para Sumaré, ai você herdará meu monza. Para receber o benefício, ela terá que
cumprir um ônus - encargo. Se você não quer cumprir, o carro não é dela.

1. GENERALIDADE:

 A norma jurídica é um preceito de ordem geral: a norma obriga todos aqueles que
estão na mesma situação jurídica. Todos que estão na mesma situação jurídica devem
responder da mesma forma o que está escrito na norma.

 Isonomia: todos são iguais perante a lei. Essa frase traduz um aspecto, apenas o
formal.

Formal: todos são iguais, porém, na prática, isso não acontece. Tratar na medida da
sua desigualdade.
Material: você vai ter mais privilegios do que ele para que você consiga enfrentar a
parte contrária. Exemplo da justiça distributiva - equilibrar as bases. Efetivamente as
pessoas sendo tratadas de forma igual. Discrímen na legislação.

Coerência:
Dworkin
Integridade:

Exemplo do processo: juiz decide a causa igual a causa anterior - coerente. Mas ele
pode ser coerente no erro, então eu preciso de integridade: é necessário reformar a
través da integridade e manter a coerência.

 Justiça ? Como se faz ?

Direito para fazer justiça. Eu preciso que meu sistema tenha segurança e estabilidade.
Tendo esses dois, eu tenho previsibilidade no Direito, assim conseguindo prever as
consequências dos meus atos.

Aula 5
sexta-feira, 8 de março de 2019
19:30
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins
CARACTERES DA NORMA JURÍDICA

1 - Bilateralidade.

2 - Generalidade. Isonomia, todos iguais, princípio da igualdade etc.

Eficácia: toda noram jurídica tem, basta ela ser válida - ser criada e passar pelo devido
processo legal. Ela está apta a produzir efeitos jurídicos.

Efetividade: de fato produzir os efeitos jurídicos.


Exemplo: antes a norma dizia o seguinte: todos precisam utilizar o cinto de segurança. Na
década de 90 quase ninguém utilizava. Depois eles colocaram a multa e fiscalização - ai
todos começaram a utilizar o cinto.

Antes: a norma tinha eficácia, mas não tinha efetividade.


Depois: eficácia e efetividade.

Bibliografia: Amartya Sen

3. ABSTRATIVIDADE:

 A norma jurídica é abstrata, ela regula os casos dentro de um denominador comum.


 Na generalidade a norma vai se aplicar no maior número de sujeitos possíveis.

 A abstratividade eu estou preocupado com as abstrações, com um texto que pegue a


maior parte das pessoas.

 Não precise da casuística.


Exemplo: crime de homicídio: matar alguém - direcionado a todas as pessoas. Escrever
apenas matar alguém: homicídio. Como eu violo essa abstratividade ? Eu colocaria
"matar alguém com faca". Eu fujo da casuística. A norma tenta, para abarcar o maior
número possível, colocar da forma mais abstrata possível.

 Conceitos jurídicos indeterminados: que o seu sentido é preenchido pelo intérprete


diante das circunstâncias. Dentro dos conceitosm existe um papel criacionista muito
maior.
Exemplo: princípio da boa fé: contratos conforme a boa fé. O juiz, diante de um caso
contratual, ele pode modificar as cláusulas contratuais, as obrigações, transformando
a relação se ela estiver dissonante da boa fé, ou seja, ele cria em cima do contrato. A
própria legislação concede isso através dos concetios jurídicos indeterminados. A
parte foi leal ? Se não foi, o juiz cria diante do caso.

O juiz vai buscar "standards", o que o homem médio faria ?


O que eu esperaria da pessoa de agir de boa fé diante daquela circunstância ?

Os princípios jurídicos estão cheios disso.

O mais abstrato possível para atingir todos.


Existe exceção para a abstratividade ? Sim, existem as normas particulares e
concretas, que são normas determinadas a circunstâncias ou pessoas.
Exemplo: premiação para determinados sujeitos: particular e concreta.

4 - IMPERATIVIDADE:

 O Direito deve representar um mínimo de exigências para garantir a ordem social.


Direito para ser Direito, deve ser uma imposição de vontade do Estado. O Estado diz o
que você deve fazer ou não - permitindo ou proibindo -, a grande diferença é que o
Direito comanda e tem a atributividade (você não só impõe para a parte contrária,
como também, caso ele não cumprir, há a existência do Estado para que garanta a
ordem social).

A imperatividade é uma das grandes características do Direito. É isso que o diferencia


das demais normas descritivas, por isso que o diferencia da norma moral.

Permitir ou proibir, as normas não fazem apenas isso. Existem as comportamentais,


organizacionais, declarativas etc.

A vinculação pelo que está posto no texto e o significado (o que ela regulamenta) é
dela que se decorre a imperatividade. Exemplo da capital Brasília, ela é a capital e
pronto.

5 - COERCIBILIDADE:

 É a possibilidade de uso da coação, podendo ser psicológica ou material.

Psicológica: exemplo - Direito é violência ? Você tem medo de sofrer uma sanção, ele
causa um medo, uma coação psicológica, uma intimidação. Se a sanção é fraca, não
causa coação suficiente necessária.

Material: uso da força. Exemplo: prisão. Se você não paga as dívidas, o Estado vem e
tira de você. O juiz pode obrigar uma conduta. O Estado também tem a força policial.

Sanção é a mesma coisa de coação ? Não, são coisas diferentes.

Sanção: medida punitiva a ser aplicada - prisão, multa, perda do bem, apreensão,
obrigação de não fazer. A medida punitiva em si é a sanção.

Coação: reserva de força estatal a serviço do Direito. O Estado aplica uma sanção
porque ele detém essa força, essa coação.

Discussão da sociologia: coação é essencial para o Estado ? Você precisa ter a coação
na norma jurídica ? Coação só vai entrar em prática a partir do momento em que
houver uma violação.

Direito Internacional público - normas internacionais: qual a sanção ? Sanções


políticas.
Aula 6
quinta-feira, 14 de março de 2019
19:32
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

 Soft law: principalmente acordos entre países. Existem também as resoluções.


Elas não tem um poder p/ intimidar as partes envolvidas, mas o ideal é seguir o acordo.

 Informacional: assimetria de informação - alguns detém mais informações do que o


outro. Essa diversidade de informações que as partes tem pode causar problemas nas
informações, no contato entre elas. Exemplo: professor comprar computador do aluno >
usado, mas em bom estado. O professor paga, mas não soube do virus que apaga os
arquivos, que não tem como remover. Essa falta de informação gerou um desacordo.

 Reputação: se eu não sigo o que foi combinado, eu perco reputação.

 Nudge - Cass Sunstein / Richard Thaler: ordens que seguimos para facilitar as nossas
vidas.
São orientações que você segue. As placas de rua também são nudges. Elas não são
normas jurídicas, mas a gente segue porque tem vantagens. Comandos além das
normas jurídicas.

CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS.

 Conhecimento científico: tipologia

1. Quanto ao território: critério político espacial.

 Normas de Direito Interno: Direito Civil, Direito Penal, Direito Constitucional,

 Normas de Direito Externo: Direito Internacional


Público:
Privado:

Dividir desta forma é bem simplista. Se você aprofundar, você vê que se quebra essa
estrutura. Dentro dos direitos internos tem coisas externas, então não é 100% interno
ou 100% externo.

Poder Executivo: União: Presidente / Estado: Governador / Município: Prefeito

Poder Legislativo: União: Congresso nacional: Senado e Câmara / Estado: Assembleia


Legislativa / Município: Vereadores

Poder Judiciário: Não tem como dividir dessa forma, apenas de forma administrativa
(orçamento).
Problema contratual: entro com ação no TJSP pedindo aplicação do CC que é uma lei
federal, caso o TJ não concorde, eu posso ir para instâncias superiores. A única certeza
é que não tem tribunal municipal.

2. Quanto ao âmbito/esfera de atuação:

Antes: A ideia é que Direito Privado era para relações que aconteciam dentro da casa. O pai
de família comandava os seus filhos, esposa, e essas normas eram próprias de Direito
Privado. Saindo da casa, era Direito Público.

Envolvimento do particular com o outro particular e, por outro lado, um particular falando
com um público.

Dois entes privados: Direito Privado.

Campinas celebra um contrato com o Estado: Direito Público.

Hoje o que determina é quem está em cada parte. Se tem relação com o governo, é Direito
Público.

 Normas de Direito Público


Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Constitucional, Direito Tributário, Direito
Internacional Público, Direito internacional Privado, Direito Previdenciário, Direito
Processual

 Normas de Direito Privado: Direito Comercial, Direito Civil, Direito Consumidor

 Direito Trabalho: a lei impõe diversas regras - fgts, férias, dsr, todas previstas na CLT.
O campo de autonomia é quase todo determinado pelo Direito Público. Se tem essa
mistura tão forte, você não pode falar que não é nem um, nem outro, mas sim dentro
de Direito Social.

Direito público tem Direito privado ?

Direito Administrativo (adm. pública - licitação - tudo tem que ter processo seletivo, ganhar
a empresa e depois comprar os materiais, lanches etc - Lei 8666. Quando faz a licitação e a
empresa ganha, é preciso celebrar o contrato, mas o Direito Adm precisa do Direito Civil
para preencher os conceitos do contrato),

Direito Constitucional (constitucionalização do Direito Privado - exemplo: empresa de


aviação).

Direito Processual: código de processo civil agora: negócio jurídico processual: as partes
podem combinar entre elas como que o processo vai se desenvolver. Você pode mudar os
prazos, tipos de provas, com ou sem audiência, isso é autonomia privada.

Direito privado tem Direito público ?


Direito Consumidor: são consideradas cláusulas nula, ai tem o rol todo. Ele também define
publicidade. Eu não tenho liberdade para explorar o público, não posso explorar as
fragilidades das crianças.

Direito Civil: função social do contrato - você não pode explorar a propriedade desta forma,
então barra a forma que você pode usar. É seu, mas nem tanto, pois isso causa prejuizos a
terceiros.

Sendo assim, não existe mais essa distinção como no Direito Greco (pai de família).

3. Quanto a fonte do Direito

 Normas:

Legais:

Jurisprudenciais:

Consuetudinárias:

Negociais: você cria um Direito entre as partes, obrigando elas a seguir o que foi
definido.

Doutrina: ???

Brocardos jurídicos: são fontes do Direito ?

 Todas essas acima são fontes formais do Direito. Elas dizem respeito ao formato que
aquele conteúdo chega p/ gente. O conteúdo regulado é a fonte.

Aula 7
sexta-feira, 15 de março de 2019
19:41
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

4. Quanto a validade temporal

NORMAS:

 De vigência indeterminadas: a norma não tem prazo certo de validade.


A partir do momento que entra em vigor começa a produzir os seus efeitos. Ela só vai
parar quando surgir outra lei revogando.

Repristinação:
Lei A revoga a lei B e depois vem a C, revoga a B e fala que a lei anterior volta a ter
vigência.

Efeito repristinatório:

A lei revogadora é declarada inconstitucional e a lei volta a viger automaticamente.

Lei A e a lei B, a B revoga a A, mas depois declaram que a lei B é inconstitucional. Eu


digo que aquela lei nunca fez parte do ordenamento, então ela não modificou nada.

Modular os efeitos da decisão. A partir da declaração, a norma muda. O que foi


decidido fica como está.

Autarquia: adm pub. Ind. - realizar atividades próprias com finalidades específicas - ela
é declarada inconstitucional. O STF modula e define como será.

 De vigência determinada:

Temporárias: prazo determinado - data certa para o encerramento da vigência da lei.

Excepcionais: essas leis existem enquanto existir um determinado evento.

5. Quanto a natureza das disposições

 Normas substanciais/Direito material: são aquelas que regulamentam o conteúdo de


uma matéria / tratam do ato em si.

 Normas supletivas/Direita processual/adjetivas: são aquelas que tratam da


intromissão do Estado na questão do Direito material. Garantir o cumprimento.
Exemplo da compra da trufa.

 Direito de ação: eu tenho direito, mesmo que não tenha razão nenhuma. É um direito
autônomo.

6. Quanto a sistematização

 Normas extravagantes:conceituar pela negativa - elas não estão em códigos ou


consolidações.
Exemplos: lei de drogas, organizações criminosas, lei da colaboração premiada.

 Normas codificadas: aquelas que estão em códigos.


Exemplos: código civil, penal, tributário, trânsito.

 Normas consolidadas: temos um único exemplo: CLT - consolidação das leis de


trabalho.
Diferença entre codificadas e consolidadas:

As codificadas são sistematizadas, é uma junção de diversas matérias correlatas em


uma única norma jurídica e que é dada uma finalidade, uma principiologia própria.
Exemplo: código civil - vai falar de família, domicílio, negócios jurídicos, empresarial
etc. Isso tudo são atos da vida civil, distintas, mas há um fio condutor entre as
matérias. A ideia é tentar unir matérias que tem certas relações para ter a mesma
finalidade. Você recria o código do zero.

Demanda uma discussão grande para a mudança do código. A sociedade caminha e o


direito não acompanha.

Há uma briga histórica sobre a codificação.

Nas normas consolidadas as leis já existem, mas são reunidas em um diploma geral. É
uma consolidação. Lei da remuneração, férias, adicional etc. Ai eles reuniram tudo e
fizeram a CLT.
Aqui ja está tudo pronto e você só faz a união delas.

7. Quanto a imperatividade:

 Normas de imperatividade absoluta/de ordem pública:

Afirmativas: ele afirma uma coisa que você pode fazer, então você precisa seguir essa
norma.

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro
de Imóveis.

Negativas: é uma norma negativa, ela diz que se a pessoa está viva, não pode ser feito
contrato de herança.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

 Normas de imperatividade relativa/dispositivas:

Supletivas: a regra é que você pague no domicílio do devedor, mas as partes podem
mudar. São supletivas porque você pode complementar a norma, contrariando o que
ela estava dispondo.

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem


diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Permissivas: prevalece a autonomia da vontade das partes, elas podem criar o


contrato da forma que elas quiserem, sempre respeitando as regras fixadas. É uma
norma permissiva, o legislador da autonomia para ela fazer o que ela quiser.

Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste
Código.
Aula 8
quinta-feira, 21 de março de 2019
19:27
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

8. Quanto a violação:

 Normas:

Norma perfeita: simplesmente anula o ato.


Exemplo: Art. 1521 CC - não podem casar: os irmãos.
Não há punição, apenas a anulação do ato.

Norma mais que perfeita: anular o ato e punir o infrator.


Exemplo: art. 235 CP - o intrator da bigamia é punido, pois casou novamente.

Norma menos perfeita: pune o infrator sem anular o ato.


Exemplo: quase todo crime - roubo, homicídio, lesão etc. Aqui há uma punição, mas o
ato continua existindo.

Norma imperfeita: não pune o infrator nem anula o ato.


Exemplo: art. 814 CC -

Normas:

 Interpretação autêntica: interpretação + aplicação


 Interpretação não-autêntica: apenas interpretação

Normas (Hart):

 Primárias: tratam de obrigações - comportamento entre as pessoas (permissões e


proibições)

 Secundárias:
reconhecimento - se cumpriu as obrigações para ser assim chamada (devido processo
legislativo).

Julgamento: quem tem competência para julgar.

Composição do sistema: verificar se aquela norma está contida no sistema ou não


(resolução de antinomias).

Normas:

Proibitivas: proibe um comportamento (não pode).


Permissivas: permite algum comportamento (pode fazer).

Preceptivas: declaram condutas normais esperados pelo sistema.


Modelo biproposicional - primeira parte. Elas reforçam as condutas que você já
poderia fazer normalmente. Alf Ross diz que elas estão presentes quando a lei fala que
não pode fazer tal conduta, salvo se. O "salvo se" é a norma preceptiva.

VALIDADE FORMAL DAS NORMAS JURÍDICAS

 A grande questão é: por que a norma jurídica é obrigatória ?

Fundamento (ético): Vai tentar responder por meio de um valor.

A resposta vai ficar na filosofia do Direito.


Exemplo: hobbes - pq é obrigatória ? Estado autoritário (poder absoluto). Ele manda
na vida. Advem da violência, da força do Estado.

Rousseau: o problema é que o Estado é corrupto, então as relações são corrompidas


pelo Estado. Ele vai falar que o ideal é entre o Estado de natureza e o Estado Civil.
Você está no meio termo.

Rawls: véu da ignorância - contratualista - vai trabalhar com a ideia de que antes do
contrato social, todos somos ignorantes sob as condições pessoais do outro. Num
primeiro momento estabelecemos o que parece ser justo para todos. Somos todos
iguais, devemos nos respeitar, essa é a primeira fase. Após isso, o véu da ignorância é
suspenso. Na segunda fase eu percebo o outro e vejo que tem dificuldades na sua
vida, então eu crio modificações nessas normas para aumentar a isonomia entre
todos. A terceira fase nós estabelecemos direitos efetivamente individualizados para
todos, onde eu consigo indentificar. Primeiro Liberdade, depois Igualdade e, por fim,
Fraternidade. Ele vai trabalhar numa formaçao baseada numa igualdade. Equidade.

Habermas: desenvolve a ação comunicativa - teoria discursiva do Direito.


Para ter validade/legitimidade da criação das normas, você precisa, obrigatoriamente,
ter um diálogo, um debate entre os interessados.
Exemplo: o prof. tem uma proposta de lei, então ele propõe e precisa chamar todos os
interessados para debater isso, assim aprimorando o projeto. Tem que ter um diálogo,
porém ele precisa ser: realizado em um espaço público (fácil acesso) e também precisa
ser honesto (transparente). Apenas o que eu considero justo. Os envolvidos precisam
deixar de lado questões de interesses pessoais. Quando se esgotar, o projeto deverá
ser encaminhado para se tornar uma norma jurídica.
O fundamento é o discurso, o diálogo.
O problema: os interesses das pessoas e também que todos os interessados precisam
participar. Exemplo do novo CC. Impossível. O ônus é que você precisa eleger as
pessoas para falar por você.

Eficácia (social): fato


Cada um dos clássicos vão tentar falar o porque existe a norma jurídica.

Durkheim: problemas e quando não existe norma (anomia).

Weber: problema dos poderes que exercem por meio da burocracia ou caristmático.

Os dois acima são a partir da zetética.

Vigência (formalidade): escopo da norma


Exemplo: zetética e dogmática. Aqui é uma visão dogmática. O que faz ela estar no sistema e
ponto final.

O primeiro requisito para falar que ela tem vigência:

 derivar de uma autoridade político-jurídica.


Devo ter reconhecida a autoridade e ela vai emanar, conforme alguns elementos.

Positivismo: o Estado cumpre os procedimentos e, a partir disso, eu tenho a norma


editada e válida.

Tridimensionalismo jurídico: Valor indicindo sobre o fato, sai as proposições


normativas e daí passa pelo filtro do Estado e depois vem a norma jurídica.

ELEMENTOS QUE COMPÕEM:

A. LEGITIMIDADE: reconhecer que o órgão tem a legitimidade de editar aquela norma,


esse reconhecimento vem da constituição. É o próprio Estado dizendo que aquele
pode editar.
Art. 24 CF - podem editar.

B. COMPETÊNCIA: vai falar da capacidade objetiva do órgão para editar a norma.


É legítima para determinado assunto e âmbito territorial. O Estado vai falar dentro do
Estado dele. O Poder Legislativo Estadual tem competência para ditar as normas do
Estado. Delimitação do âmbito territorial. O poder vai até aqui.

C. DEVIDO PROCESSO LEGAL/LEGISLATIVO: não basta a autoridade ser competênte e


legítima, ela precisa seguir o procedimento previsto em lei.
Exemplo errado: Deputado Federal - bolsa whey - tem que seguir o devido processo
legal.
Aula 9
sexta-feira, 22 de março de 2019
19:23
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

 Controle quando a lei já está pronta.

E enquanto a lei está tramitando, você pode discutir a constitucionalidade dela ?

 Inconstitucionalidade formal: diz respeito ao procedimento.

 Inconstitucionalidade material: diz respeito ao conteúdo dessa norma, ou seja, a matéria


tratada por ela.

 Pena de morte para furto: projeto de lei que regulamenta pena de morte por furto. Esse
projeto tem um problema de inconstitucionalidade material.

Esses dois problemas podem ser questionados enquanto está tramitando ?


A formalidade pode ser questionada enquanto ela está tramitando, se pulou uma etapa,
pode ser questionada, pois houve uma questão formal.

A Câmara aprovou. Você vai parar e dizer que é inconstitucional ? Não, o próprio
Senado pode falar.

Em regra, Inconstitucionalidade material não pode ser questionado enquanto está


tramitando.

Foge da regra: erros nítidos.


Exemplo: projeto que a força policial mate quem ela desconfiar que é bandido.
Violação nítida aos direitos humanos.

John Hart Ely: só pode fazer controle da formal, nunca da material. Quando você fala
de etapas, está falando do devido processo legal, então o STF pode falar e mandar
voltar o projeto, a lei etc p/ que passe novamente. Quem julga o material ? O legislativo
que foi eleito. Quem é o juiz que não foi eleito, não sabe os problemas políticos ?

Ele não é representante do povo, não foi votado, não tem assessoria própria p/ saber os
problemas da população, então ele precisa aceitar e aplicar aquela norma.

Problema do STF - não há decisão colegiada, apenas contagem de votos.

D. Fundado em norma hierarquicamente superior: é porque tem uma norma superior,


vai chegar na CF e depois na norma fundamental, que é a grundnorm que é apenas uma
base lógica para que tudo exista.

ORDEM JURÍDICA:
A ideia advem de um sistema que ultrapassa as barreiras territoriais. Por que ultrapassa
? Porque quando falamos de ordem jurídica, estamos falando do conteúdo valorativo
que contém nas normas jurídicas.

 Conteúdo valorativo: Valor - valoração: você projeta o espírito e da uma finalidade a


esse objeto.

 Forma de manifestação da cultura: não é somente de um pais, de uma cultura, ele


pode envolver um continente ou o mundo inteiro. Essa cultura, portanto, influi na
criação das normas jurídicas de todos os estados em si, das nações.

1. Permitido que você consiga comparar determinadas normas jurídicas de um Estado com
o outro.
Diferença entre EUA e BR > preparação > questão de lei anti terrorismo.

Manifetações distintas, mas eu posso comparar. O BR é mais pacífico, equanto os


EUA, não.

Sistema de conteúdos normativos estruturados harmonicamente sob uma mesma


concepção cultural.

Grande característica da ordem jurídica: ela é transnacional, ultrapassa os limites dos


territórios dos paises. Ideias iguais ou muito semelhantes.

Fizemos uma adaptação para a nossa realidade > temaki.


Apropriação cultural.

Lado negativo: perda de identidade. A grama do vizinho é sempre melhor.


Importação de leis sem adaptação ou com adaptação capenga, ela funciona, mas tem
muitos buracos. O STF e os juízes estão tendo que resolver. O Direito comparativo
precisa ser feito com bastante cautela.

Aula 10
quinta-feira, 28 de março de 2019
19:32
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

ORDEM JURÍDICA

CONCEPÇÃO CULTURAL

 Efeito dogmático: ideia de que o Direito nacional deve ser também interpretado à luz
do Direito estrangeiro. E a soberania ? Sim, temos, porém, no momento em que eu
importo um instituto jurídico, eu preciso ver a intenção para ver se ela se encaixa nas
finalidades do meu sistema.
Se eu tenho uma norma que da uma autonomia quase que absoluta para um
contratante, onde ele pode fazer o que quiser, sob quaquer circunstância, impor algo
etc, essa norma não pode ser utiizada, pois o nosso ordenamento não permite. Eu não
posso fazer um contrato para pegar uma estrela no céu. Se você for importar, tem que
fazer uma limitação. A finalidade é diferente do nosso.

Ideia de conformidade do instituto: temos no Direito comparado.

 Efeito dogmático: Direito comparado: ciência própria para alguns e para outros um
mero instrumento, então não tem opinião majoritária. O que importa é você não
pegar um instituto alienígena e querer aplicar no Brasil com o mesmo sistema.

Duty mitgate the loss - se criou uma norma própria da jurisprudêcia. Como fazemos a
adaptação ? Dever de mitigar o prejuízo.

 Efeito Político: influência da ordem jurídica para inovar ou modificar a legislação


pátria. Eu efetivamente mudo a legislação diante da influência de outro país. Exemplo:
copiamos a lei da Alemanha para o Brasil. Exemplo: colaboração premiada - Eua >
parece interessante > criamos a Delação Premiada aqui. Isso acontece quando não é
possível fazer através de Direito comparado.

Nos dois casos tem que ter identidade em algum aspecto.

CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DA ORDEM JURÍDICA

A. Critério Geográfico:

Exemplo: China aprovou um novo CC > modificou capacidade, personalidade,


contratos etc. A ordem das matérias é a ordem do CC francês e do brasileiro, então
eles seguiram a ordem ocidental. É para ficar coerente com o resto do mundo.
Interesses econômicos, facilitando os negócios e diminuindo os choques culturais.

Ocidental / oriental > não. Essa ideia foi derrubada pelo exemplo da China.

Direito brasileiro x japonês: advogados no Japão estão passando fome. Lá não tem
litígio. Quase nada de criminalidade ou civil. Algumas "varas" estão sendo extintas,
pois não tem onde atuar.

B. Critério Histórico:

Vemos a formação histórica e reparamos as diferenças das origens. Temos um com


origem francesa, germânica, romana, estadunidense, anglo-saxão etc. Isso funciona ?
Não, pelos seguintes exemplos: Duty > não tem origem no BR/Romano > Precedentes
também não funcionam da mesma maneira. Além disso, podemos pensar em ramos
do Direito que tem influências muito específicas. O Direito BR tem influência Romano-
Germano (Civil Law). Se pegarmos o Direito Admnistrativo, ele tem muito do Francês,
é quase idêntico. Aqui também fica complicado fazer a diferença.
C. Critério Religioso: influências de várias religiões > não, elas se misturam e muito.
Apesar do Brasil ter uma grande influência católica, não é formado apenas por ela,
pois temos outras, como a judáica.

Protestantes na época da inquisição: uma das reformas, contrária a igreja católica, é a


calvinista. Primeiro pela ordem social, pois ele queria divorciar. A igreja não permite ?
Então vou me separar. A segunda foi a questão dos juros, pois a usura era pecado.
Ganhar dinheiro em cima de juros, na época era pecado. Agora na minha região
Protestante pode. Aqui também não funciona.

D. Critério Econômico: vamos dividir o mundo - não podemos falar isso, pois alguns tem
intervenção e outros não - capistalismo x socialismo. Alguns já estão aceitando abrir as
fronteiras. O critério econômico também não vai funcionar.

Art. 170 - a livre iniciativa não pode ser tão livre assim. Os EUA fazem muitas
interferências.

Você não tem critérios para resolver isso. E se pudessemos apontar as influências no
Estado brasileiro ?

Geográfico: ocidental

Histórico: greco-romana-germânica

Religioso: judaico-cristã

Econômico: capitalista

 Isso tudo para estabelecer o que chamamos de ordenamento jurídico.

Dentro dessa ordem jurídica, temos vários pequenos ordenamentos jurídicos. Cada
um pegando um aspecto para criar a sua própria jurisdição. Quando falamos de
ordenamento jurídico, estamos tratando de critério/validade formal.

Ordenamento: formalidade

 Critério/validade formal.

Existe hierarquia sob ordenamentos jurídicos ? Ordenamento dos EUA é mais


importante que o dos BR.
Não - formalmente não existe hierarquia entre eles. Cada um tem seu espaço próprio,
pois estamos falando dentro do ordenamento.

Um país respeita mais o ordenamento de um do que do outro, mas é muito mais


político.

 Transconstitucionalismo: ideia de existir uma única constituição para todos os países.


Otimista: chegaria um ponto de contato que a questão territorial perderia relevância.
A soberania também. Então seria criado um Estado central com uma Constituição
única que regulamenta todos os povos.

Temos um problema de ordem jurídica. A nossa cultura não é parecida com a dos
países orientais. A questão das roupas corretas etc.

Só conseguiríamos fazer destruindo uma cultura sobre a outra. Impondo. O exemplo


da tribo - violação de Direitos Humanos.

Ideia do imperador justiniano: unificação - direito único, religião (único Deus) e a


lingua.
Pacificou.

Ideia tentadora, mas ao mesmo tempo você tira a identidade dos povos.

Ordenamento: sistema - organização. Lógico-formal.

Você consegue entender como ele está estruturado. Ele tem harmonia, coerência,
coesão, ordem, integração das normas. O sistema funciona como um grande
mecanismo.

Aula 11
sexta-feira, 29 de março de 2019
19:33
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Ordem juírica > concepção formal.

Ordenamento jurídico > concepção formal (sistema).

 Quais são as inferiores / quais são as superiores.

ORDENAMENTO JURÍDICO: Formal (sistema) - lógico-formal, hierarquico, coerente, coeso,


integração. Estou falando que o ordenamento jurídico possui uma unidade. O sistema tem
uma unidade. Exemplo do motor do carro > as peças precisam se encaixar p/ obter uma
finalidade/objetivo. Logo, o ordenamento jurídico caminha para determinados objetivos >
justiça, equidade, bem estar social, dignidade da pessoa humana/fundamentos da República
de modo geral.

Uma lei fala que todos tem privilégios. E depois a segunda lei diz que somente uma casta de
pessoas tem privilégios, as outras não tem. Havendo essa contradição, não é um sistema
que tem unidade.

Precisamos exercitar a hermenêutica para tentar salvar a norma.


Exemplo: como salvar a norma ?
Método de hermenêutica constitucional chamado interpretação conforme a Constituição
Federal.

Lei que é considerada inconstitucional > ADI > STF declare que ela é inconstitucional > Ai o
STF analisa e vê que pode entender essa norma de diversos sentidos.

Sentido 1 - inconstitucional

Sentido 2 - inconstitucional

Sentido 3 - inconstitucional

Sentido 4 - a norma se salva.

Então, sendo assim, o STF não declara inconstitucional para tirá-la do sistema, ele fala que é
para ler a lei sempre no sentido 4. Ele olha para a norma e fala que você só pode entender
dessa forma 4. Se ler de forma diferente, é inconstitucional. É uma forma de salvar uma lei
torta e manter a unidade do sistema.

Organização social > intervenção do p. público dentro de um ente privado > se você cumpre
os requisitos, você se torna uma organização social. Quando isso acontece, tem os
procedimentos próprios > remuneração, divisão de cargos etc. O STF foi provocado para
dizer se é constitucional ou não, então o STF colocou parâmetro na maioria dos requisitos.

Ordenamento jurídico é um sistema hierarquizado de normas jurídicas.

1 - Espécies Legislativas.

 Pirâmide de Kelsen

Topo da pirâmide: CF

Norma de organização que contem organização dos poderes públicos, da forma de governo,
da distribuição de competências e os direitos, deveres e garantias dos jurisdicionados.

Declara a organização e diz os objetivos > dignidade, liberdade, igualdade. Pós segunda
guerra > transformamos essa ideia de Constituição, agora não mais é apenas uma
declaração, ela agora tem força normativa, então é obrigatório observá-la e respeitá-la.
Surge os deveres fundamentais, que o Estado precisa respeitar o cidadão.

Exemplo do ringue: Estado x pessoa comum > A CF ajudando a pessoa - (deveres negativos
do Estado). Agora o Estado não está somente no ringue, ele precisa ter prestações positivas
(moradia, previdência, lazer, saúde - Art. VI).

Organizacional, positiva e negativa. Na falta, você pode acionar o judiciário e pedir para o
Estado efetivar o Direito. O judiciário precisa dar uma resposta.

Ao lado da CF, você tem as emendas constitucionais.


Quase tão poderosa quanto a CF, mas nem tanto, pois ela pode ser declarada
inconstitucional. Você faz uma emenda tendente a abolir um Direito Constitucional. Art. 60
CFB

Emenda que muda um direito fundamental > depende > pode aumentar ou regularizar, não
pode abolir ou diminuir. Se acontecer, é inconstitucional.

Como aprovar ? Votar duas vezes o mesmo texto e ter 3/5.

Na pirâmide, ao lado da CF, EC, temos os Tratados Internacionais de Direitos Humanos.

Eles aparecem duas vezes.

Eles tem força internacional de Direitos Humanos.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Tratado:

Procedimentos: fazem parte integrante dos direitos humanos.

Liberdade > violação > reclamação > país

Você não faz uma divisão.

Convenção de NY > pessoas com deficiência > foi aprovado e se equiparou a uma emenda
constitucional.

Instrumentos para pessoas cegas > foi aprovado pelo bloco de constitucionalidade.

Controle de convencionalidade: a norma é convencional ou não ?

Na pirâmide, ao lado da CF, EC, Tratados Internacionais de Direitos Humanos, temos os


tratados internacionais de direitos humanos que não foram aprovados pela maioria
qualificada, mas sim por maioria simples (metade + 1 dos presentes).

RE nº 466.343/SP - Gilmar Mendes

Possibilidade da prisão do depositário infiel. Na CF diz que a prisão civil só é permitida em


dois casos: devedor de alimenta (pensão alimentícia) e o depositário infiel (exemplo da
pessoa que ficou de cuidar, mas não devolveu). Nesse caso, a CF estaria dizendo que pode
prender essa pessoa, pois ela não foi fiel aquilo que foi prometido.

O Art. 8º traz os Direitos Humanos para o bloco interamericano e fala que a prisão civil só
pode ser do devedor de alimentos e não fala nada do depositário infiel.
A CF diz uma coisa e o tratado diz outra, como eu resolvo ? Questão de humanidade: está
acima de tudo. Logo, se não permite, eu não posso. Por outro lado, se eu entender que a
maioria simples fica abaixo da CF, o depositário poderia ser preso. O que eu faço ? Me
comprometo com os outros países ?

Gilmar: esses tratados que não foram aprovados pela maioria qualificada são
infraconstitucionais (abaixo) e supralegais, é um meio termo entre a CF e o resto. Ele fala
que tem eficácia que instrumentaliza a prisão do depositário infiel.

Restrição à liberdade: tenho que ter as formalidades, caso contrário, não posso exercer.

Todos não aprovados pela maioria qualificada ficam no meio termo.

Aula 12
quinta-feira, 4 de abril de 2019
19:26
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Pirâmide hierarquica das normas - Federal

CF/EC/Tratados Internacional de Direitos Humanos

TIDH (RE nº 466.343)

LC / Tratado Internacional de Direito Tributário

Leis ordinárias / Lei delegada / Tratados internacionais / MP / Resoluções e decretos


legislativos

Decretos - atos normativos (mais de 500.000)

Na pirâmide, ao lado da CF, EC, temos os Tratados Internacionais de Direitos Humanos.

Depois temos novamente os tratados de Direitos Humanos, mas esses não foram aprovados
pela maioria qualificada. Infra e supra constitucional.

Depois vem a Lei complementar: caráter especial - em regra, a ideia dela é complementar o
texto constitucional.
Quando que faz a complementação ? Quando a constituição assim determinar. O próprio
texto diz quando ela é necessária.

Exemplo: código tributário nacional é lei complementar.

Considera que ele foi recepcionado e isso mudou o status dele. No atual estado é uma lei
complementar.
Essa legislação foi recepcionada pela CF/88.

------------CF/88------------->
Todas que surgiram depois eu faço uma análise de constitucionalidade, eu faço uma análise e
falo se é constitucional ou não. Caso ela seja anterior a CF/88, eu faço uma anaálise de
recepção dessa lei.

O que muda ? Nada, você vai fazer a análise constitucional da mesma forma, muda apenas o
nome.

Controle de constitucionalidade: ADI, ADC, ADPF

Outros exemplos: Lei do Simples nacional

Lei nº 95/98 - definido através de lei complementar.

Como aprova a lei complementar ? Através de maioria absoluta (metade + 1) da casa


legislativa.

Tratado Internacional de Direito Tributário: tem a ideia que ele tem o mesmo status das lei
complementares. Em algumas situações, ele fica acima das leis complementares e abaixo do
TIDH.

Abaixo de lei complementar e TIDT, temos as leis ordinárias.

Leis ordinárias: regulamenta o nosso cotidiano, a vida comum, elas são as regras mais
básicas para o nosso dia a dia.

Temos mais ou menos 13.500 exemplos.

Você aprova através de maioria simples (metade + 1 dos presentes).

A votação é parecida com a LC, mas a diferença é que é maioria simples.

Exemplo: aprovada a lei de proteção de dados pessoais, mas tinham muitas exposições
problemáticas a respeito de uma agencia reguladora. Falava que aumentava o gasto, mas
não tinha autorização etc. O presidente precisou vetar. Foi preciso refazer para criar essa
agencia reguladora. Se não fizerem essa nova lei, o judiciário precisa interpretar de uma
forma para resolver.

Veto pode ser derrubado ? Pode.


Se o projeto de lei foi vetado, o congresso pode votar novamente e fazer prevalecer a
vontade parlamentar.
Exemplo: código florestal. Ele chegou violando várias coisas internacionais, trazendo
retrocesso etc. Ai a Dilma vetou, mas depois o congresso refez e então resolveram depois.

Exemplos de leis ordinárias: Código civil, código penal, CLT, código de processo civil.

Ao lado de lei ordinária, temos as leis delegadas.

Lei delegada: ela tem status de lei ordinária, ela não deixa de ser ordinária, mas o que muda
é quem edita.
Congresso vai delegar para que ele elabore a lei. Elaborada, ela já começa a produzir efeitos.

Isso não é muito comum de acontecer.

Tratados Internacionais:

Ao lado de lei ordinária e as leis delegadas, temos os tratados internacionais.

Tratado internacional que fala sobre compra e venda de mercadorias.

CISG

Medidas provistórias: é uma medida/atitude temporária adotada pelo presidente da


república em casos de relevancia e urgência. As medidas provisórias não são leis.

Ao lado de lei ordinária e as leis delegadas, tratados internacionais, temos as medidas


provisórias.

Art. 62 - o presidente pode nas circunstâncias de relevante urgência (matéria tem interesse
justificado), então, ele só, pode criar como se fosse uma lei e tem prazo determinado.

O Art. 62 não da uma carta branca p/ ele escrever o que ele quiser, ele tem que justificar e
tem coisas que ele não pode dispor através de MP.

Exemplo da Maria do Rosário e Bolsonaro - ele não pode falar do Direito Penal.

A maioria tem discussão de constitucionalidade - cadê a urgência e a relevancia ?

Se o congresso vetar, ela deixa de ser MP, mas, se aprovar, se torna lei ordinária.

Se o congresso não deliberar nada, essa MP deixa de existir pelo prazo. O prazo da MP é de
60 dias prorrogáveis por mais 60.

A MP tinha a ideia de trancar a pauta, então eles não podiam votar mais nada.

Michel Temer teve a ideia de não deixar trancar a pauta.

Medida provisória ≠ lei delegada

1:

Medida provisória não é lei.

Lei delegada é lei.

2:

Medida provisória não depende de autorização do congresso.

Lei delegada depende.


3:

MP tem prazo determinado ? Sim, 60+60.

Lei delegada tem prazo ? Não.

Resoluções e decretos legislativos: os dois não são leis, mas, assim como acontece com a
medida provisória, tem força de lei.

E p/ que serve esses dois ? Para dispor sobre matérias de competência exclusiva do
congresso nacional e suas casas legislativas, ou seja, basicamente matérias que interessam
ao próprio congresso, câmara ou senado. Aqui temos um exemplo: STF fala que é
inconstitucional e avisa o senado, então o senado, através de resolução, pode riscar o que o
STF declarou constitucional. Isso aconteceu na lei de drogas. Violação da individualização da
pena. O senado editou uma resolução e riscou essas proibições do juiz. É um ato interno do
senado e de sua competência exclusiva. Tem força de lei, mesmo não sendo lei.

Decreto legislativo / Decreto lei / Decreto

Decreto legislativo: é esse ato expedido por algum membro do congresso ou pela casa.

Decreto lei: não existe mais em nosso ordenamento, porque foi criado na Era Vargas. Vargas
fechou o congresso na época, então o presidente editava e expedia o decreto com força de
lei. É como se o presidente falasse o que era a lei sem a autorização do congresso, como um
ditador.

Decreto: é um ato normativo/administrativo.

O decreto fica logo abaixo - como atos normativos - mais de 500.000.

Eles não são leis e não tem força de lei. A ideia é regulamentar as leis.
É preciso apresentar o título de eleitor, CPF etc.
Esses atos normativos são regulamentados.

O ato normativo só regulamenta o que está em uma lei ordinária. Ele não inova, não cria
nada novo.

Lei ordinária declarada inconstitucional derruba também os atos normativos que à ela
estavam atrelados.
Expressão: inconstitucionalidade por arrastamento

Decretos autônomos: Art 84 CFB - VI.


Aula 13
sexta-feira, 5 de abril de 2019
19:32
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Pirâmide hierarquica das normas - Federal

CF/EC/Tratados Internacional de Direitos Humanos

TIDH (RE nº 466.343)

LC / Tratado Internacional de Direito Tributário

Leis ordinárias / Lei delegada / Tratados internacionais / MP / Resoluções e decretos


legislativos

Decretos - atos normativos (mais de 500.000)

Pirâmide hirarquica das normas - Estado-membro

Constituição Estadual / Emenda constitucional estadual

Lei Complementar estadual

Lei Ordinária Estadual / Mato Grosso do Sul, esse é o único Estado que tem Lei delegada. /
Resolução e decretos legislativos

Decretos - atos normativos

Governador e prefeito não celebram tratados internacionais.

Pirâmide hirarquica das normas - Município

Lei Orgânica Municipal / Emenda lei orgânica municipal

Lei Complementar Municipal

Lei ordinária Municipal / Resolução e decretos legislativos (vereadores)

Decretos - atos normativos.


A CF não deve regularizar todas ? Sim, todas elas estão sujeitas ao controle de
constitucionalidade. Apesar de termos no topo da pirâmide pela hermenêutica, temos
sempre acima a CF, que deve ser respeitada em todas as pirâmides.

Não existe hirarquia entre as pirâmides, a questão é de divisão de competências, quem tem
legitimidade para legislar sobre uma matéria ou outra. Se a constituição fala, tem que ser
cumprido daquela forma - se é municipal, é municipal.

Como se resolve o conflito dentro da pirâmide ? Através da hierarquia.

Regra geral:

Entre pirâmides: competência


Na pirâmide: hirarquia

Cuidado: alguns autores vão defender que matérias que foram tratatas através de LC mas
que são próprias de leis ordinárias, tem força de lei complementar, mesmo que aprovadas
da outra forma. Micro empresas, mas tratou de tema societário - para alguns autores, a
parte que fala de micro empresas tem força de lei complementar, mas o trecho que fala do
quadro societário tem força de lei ordinária.

Controle de constitucionalidade:

Se você está tratando de uma LE > você pode fazer perante a CF ou a CFE - as vezes as duas
ao mesmo tempo.

Quem faz o controle de constitucionalidade na esfera da CFE ? Tribunal de Justiça.

Hipóteses fora Kelsen

Alguns vão falar que ela está baseada no Direito Internacional, ou seja, em uma norma
internacional.
Erro: perde a soberania, pois ele estaria submetido a outro.

Outros vão falar que a CF está baseada na CF anterior.


Não tem que falar que está baseado, a antiga já acabou.
Poder Constituinte Originário - se ele está

Teoricamente ele é ilimitado - pode criar da forma que quiser.

Vedação ao direito social, não retrocesso

Poder Constituinte Derivado: tem o poder de editar emendas constitucionais.

Poder Constituinte Derivado Revisor: era para revisar a constituição depois de 5 anos.

Fontes do Direito

 Origem: da onde surge o Direito, a norma jurídica.


Fonte: material e formal.

Material: realidade social - o conteúdo, o objeto do estudo, aquilo que está sendo
normatizado. Isso é fonte do Direito ? Você aplica a lei ou o conteúdo da lei ? Você aplica o
conteúdo.

Formal: lei, costume, jurisprudência, princípio geral do direito etc.

A fonte de verdade é a material, pois essa é a origem do Direito. As formais são o formato,
a forma pelo qual se expressa esse conteúdo.
O formato é o meio em que ele se exprime a matéria.

Os juristas não vão se preocupar com a formatação, como foi pensado, o jeito como a
matéria foi normatizada. O jurista só olha para o "bolo" pronto. Ele está interessado em
olhar a norma pronta. Parte da norma e chega na norma.

Quem vai olhar para a realidade ? Economia, sociologia, história - as outras ciências.

O nosso foco é na fonte formal e ela tem origem em um poder.

Poder:

Lei: legislativo

Costume: sociedade

Lei delegada, medida provisória, atos normativos: Executivo

Aula 15
sexta-feira, 12 de abril de 2019
15:51
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

FONTES DO DIREITO

1. Doutrina - é fonte de direito ?

 Divergência:

Alguns vão dizer que sim e outros que não.

Não é fonte: vão dizer que a doutrina é um mero estudo, é uma obra, uma tese, uma
reflexão acadêmica em cima de uma norma pré-existente. A doutrina por si só não
criaria nada novo, ela só explicita aquilo que já existe, se é isso, por que você vai dizer
que é uma fonte ? É uma descrição da prescrição. Quer dizer que o intérprete não é um
poder, então não pode estabelecer normas jurídicas.
Se não é fonte, pq o juiz coloca na sentença citação ? Ex.: Pablo Stolze > se está na
doutrina um caso desses, é apenas um reforço do argumento. É muito mais um obter
dictum do que um argumento por si.

Obiter dicta: dizer por dizer. Você reforça com um dado que não é fundamentação para
a decisão.

É fonte: vai trabalhar com a ideia que a doutrina cria sim Direito novo, porque ela não
simplesmente revela algo da norma, mas cria algo que, muitas vezes, ainda não foi
pensado.

Tese de doutorado: inovar na ciência - trazer ideia nova. Se você está trazendo uma
ideia nova, então pode ser considerado uma ideia nova.

Contra argumento: eu sou obrigado a seguir o Pablo Stolze ? Não, eu não preciso seguir
a doutrina.

Argumento a favor da doutrina: razões históricas. De onde advem a doutrina ? Do


Direito Romano > Jurisconsultos (aqueles que eram os sabedores do Direito à época,
aqueles que se debruçavam sobre essas questões para encontrar soluções justas para
esses problemas. Exemplos: Gaio, Ulpiano, Paulo. Vão dar as suas opiniões na
civilização Romana. Isso era chamado de juris prudentia (a prudência dos juris
consultos) - é parecida com a pronuncia, mas diferente de jurisprudência. Para o Direito
Romano, ela obrigava. Você poderia falar que, conforme Gaio, eu tenho o direito, então
era aceito.

Gaio falava uma coisa e o Ulpiano falava outra coisa, como era resolvido esse conflito ?

 Lei das citações: Ordem hierárquica de opiniões. Exemplo: entre Gaio e Paulo, então
Gaio tinha razão. Dependia de quem você falava.

 Artes mecânicas: aquelas voltadas a trabalhos mecânicos - professor que vai ensinar a
ser artesão

 Artes liberais: trivium: estuda lógica, gramática e retórica. / Quadrivium: estuda


astronomia, aritimética, geometria e harmonia (música). Se você escolher trivium ou
quadrivium, você poderia escolher estudar artes superiores.

 Artes superiores: Medicina, Teologia e Direito.

Aqui o estudo era realizado a partir da oposição de ideias. O professor apresentava um


tema e pedia para que falassem opiniões a favor e contrária. No final, ele apresentava a
resposta. Era feito isso para desenvolver teses novas e argumentos críticos. Se haviam
teses novas, então não teríamos fonte do direito novo ?

Além dessa oposição de ideias entre os alunos e professores, haviam eventos formais
com bancas. Algum aluno apresentava a ideia e poderia ser refutado, caso conseguisse,
ganharia um diploma. Ao desenvolver esse pensamento dentro do pensamento, eles
tentavam desvendar - não apenas no teritório -, mas a todo cidadão Europeu. O nome
dado a isso era "ius commune". Aquilo que era pensamento por esses doutores, fazia
parte do ius commune. Qualquer cidadão poderia exigir o respeito a esse direito. O que
é justo para qualquer ser humano ? Através daquela racionalidade ele chega a esse
direito. Jusnaturalismo. Embora a origem tenha relação com a igreja, onde tudo é
explicado a partir do divino, mesmo assim, após essa fase, aqueles juris consultos
começaram a perceber que haviam pensamentos além do que a igreja falava. Era uma
explicação além de Deus. Alguns ligando a ideia do divino com a racionalidade.
Puffendorf > Divino e a racionalidade (Direito Natural) e aqueles que começavam a
influenciar ideias do divino.

Glosadores: Corpus Iuri Civilis com explicação de que o Direito tem que ser aplicado
dessa maneira. O Glosador vai nas margens da folha fazer comentários. Ao lado do
texto original, eles comentam e dizem que essa tem que ser aplicado dessa forma, essa
palavra entenda assim. Era feito para fins acadêmicos, sem preocupação com a prática.
(ACADÊMICO)

Comentadores: Eles faziam uma atividade muito semelhantes aos glosadores, mas na
prática. Exemplo: situação do comerciante > em determinada situação, faça assim.
(PRÁTICA)

Até aqui é mostrado que a doutrina tinha influência na prática.

As ordenações filipinas eram utilizadas antes do CC de 1916 (legislação portuguesa).


Elas tiveram uma alteração, ao longo da história pela lei da Boa Razão.

Lei da Boa Razão: a legislação portuguesa, ainda que tivesse uma certa organização,
tinha uma grande dificuldade em relação a hierarquia. Afinal, se duas delas falassem de
uma ideia conflitantes, como ela prevalece ? Cada juiz falava de uma forma >
competência, tempo etc. Ai fizeram a lei da boa razão. Se tiver norma, a hierarquia é
definida por uma ordem.

Aplicação por ordem da lei das citações > juris consultos dizendo como se deve decidir
os casos.

Diante de tudo isso, parece complicado você dizer que doutrina não é fonte do
Direito. O aspecto histórico é muito importante.

2 - Analogia: preenchimento de lacunas na lei.

 Meio de auto integração.

Na falta de uma norma, você pega uma outra e preenche.

Analogia é fonte do Direito ?

NÃO É FONTE DO DIREITO, MAS ELA É MEIO DE AUTO INTEGRAÇÃO


DO SISTEMA.

Exemplo de usar algo de outro universo. Você pega do Direito Civil e utiliza no Direito
administrativo.

 Analogia ≠ interpretação extensiva.


 Analogia ≠ interpretação analógica.
Aula 16
sexta-feira, 26 de abril de 2019
19:29
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

 Analogia ≠ interpretação extensiva.

Explicação tradicional da hermeneutica: seria aquela revelação de um sentido oculto da


norma.
Eu me deparo e alguns sentidos dela são aparentes, então quando vejo o termo eu já percebo a
significação dos sentidos possíveis, mas, outros termos, eu consigo revelar, desvendar, a patir
do contexto que está inserido o meu problema. Eu vou verificar no meu caso concreto que
aquele termo pode ser extendido para abarcar uma nova hipótese.

Interpretação extensiva: termo "casa" ou "prédio", que constam no direito de vizinhança no


direito civil. Se o prédio é vizinho de outro prédio etc. A gente vai entender que prédio
também pode ser casa, apartamento, edifício etc. Se estou falando que é um sentido que está
dentro da norma, eu digo que aquela mesma norma resolve o meu problema, eu só preciso
extender o sentido. No caso da analogia, eu pego de outra norma para resolver o caso
concreto.

Direito Penal: analogia em bonnam partem pode, em malem partem não pode. Se for
prejudicar o réu, não pode, se beneficiar, pode. A interpretação extensiva pode, mesmo que
não seja a favor do réu, pois está escrito nela.

 Analogia ≠ interpretação analógica.

Interpretação analógica: Art. 121, par. 2º CP.

Se você conseguir encontrar algum que se encaixe nesse "motivo torpe". A própria lei da a
abertura.
Vários fatos distintos que podem se encaixar alí.

§ 2º Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

Sentido de filosofia da linguagem: muda a ideia, pois a extensiva tradicional é o sentido


oculto da norma. Há uma parede, uma cortina e você abre e encontra o sentido que estava
oculto. No caso da filosofia da linguagem, vai dizer que não tem, pois não está dentro deles,
mas sim dentro de uma construção feita pelos interlocutores. Exemplo da menina que furtou
uma trufa, o sentido estamos construindo nesse exato momento.

A gente constrói a partir do contexto. Para a filosofia da linguagem, eu acabo fazendo


construíndo a norma conforme o caso concreto, pois eu vejo que aquele termo comporta
aquele sentido. A gente delimita em nossa conversa.

Construção do sentido no momento do debate.


Exemplo do juiz julgando uma ação de contrato.
Princípios gerais do direito

Art. 4º da LINDB - quando a lei for omissa, utiliza-se

 São fontes do direito.

Princípios gerais do Direito é um conceito diferente de princípios jurídicos, isso de maneira


ampla.

Princípios Gerais do Direito: estrutura, na base do ordenamento jurídico. Aqui não tem como
dizer o que é exatamente, temos apenas pistas.

Princípio gerais: mais nas raízes ainda, mais profundamente no ordenamento. A ponto de
serem aqueles que você encontra em todo e qualquer ordenamento jurídico.

Expressão latina: não sabemos o que é, mas temos uma pista com essa expressão latina.

Honest vivere: viver honestamente


Neminem laedere: não causar lesão a outrem.
Summ cuique tribuere: dar a cada um o que é seu.

É o mínimo para se falar o que é justo - regras básicas.

COSTUME JURÍDICO

O que é costume ? É um hábito.

Costume Individual: não serve pra ser fonte do Direito, pois um costume individual não gera
direitos, obrigações ou deveres. Existe Direito para consigo mesmo ? Não, tem que ter, no
mínimo, duas pessoas.

Costume Coletivo: pode ser. O que faz ser um costume coletivo ser jurídico ? Precisamos de
dois grandes elementos: objetivo e subjetivo.

A. Elemento objetivo: prática reiterada e constante - precisa continuar praticando aqueles


comportamentos.

B. Elemento subjetivo: convicção social da sua necessidade jurídica, ou seja, tem uma
consciência coletiva que é necessário que aquele costume seja respeitado, pq ele vai
impor direitos, deveres e obrigações.

Exemplo de costume jurídico: fila - quem chegou primeiro, é atendido primeiro, salvo as
condições impostas pela lei: idosos, gestantes etc. As outras pessoas precisam respeitar esse
costume jurídico. Todos tem consciência da necessidade da fila, por questão de ser justo.

 Quem estabelece o costume jurídico ? É o Poder social.

DIFERENÇA ENTRE COSTUME E LEI

1 - diferença é quanto à origem.


Costume: origem indeterminada - aqui não da p/ saber, um começou a fazer e depois foram
fazendo.

Lei: origem determinada - quando a lei é lei? Começa a vigência da lei após a autorização do
presidente e passado a vacatio legis.

2 - Diferença quanto à forma.

Lei: escrita - devido processo legislativo


Costume: espontâneo e oral

3 - Diferença quanto à vigência

Lei: vigência precede eficácia.


Costume: eficácia precede a vigência - começa na sociedade, produz efeitos e depois falam
que está vigente.

4 - Prova

Lei: tem que provar que ela está vigente ? Depende. Via de regra, não. A questão é que nem
todas tem que ser provadas, como as estaduais e municipais. A lei Federal tem a presunção
que o juiz sabe da lei.

Na lei, você não precisa provar a sua existência.

"Iura novit curia" - dar os fatos e o juiz sabe.

Costume: tem que provar a sua existência.

Aula 17
quinta-feira, 2 de maio de 2019
19:25
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Art. 50 CC - desconsideração da personalidade jurídica

CIRCUNSTÂNCIAS DO COSTUME P/ SE RELACIONAR COM A LEI.

 PRAETER LEGEM: costume que trata de uma circunstância que a lei não disciplina e
que o costume vai se aplicar. Nessa circunstância, ele pode ser aplicado ? Sim, porque
em determinada situação a lei regulamenta uma parte, a outra parte pode ser
regulamentada pelo costume. A lei falou até certo ponto, então eu utilizo o costume
para completá-la. Praeter Legem é quando vemos de forma muito clara o uso do
costume para o direito.

 CONTRA LEGEM: contra lei - é contrário ao que a lei diz. Aqui pode se aplicar o
costume ? A resposta é que não pode, mas a prática por vezes transforma por depende.
Exemplo: cheque - antigamente era mais comum - você poderia colocar pré-datado,
onde a pessoa comprava as coisas parcelado e colocava 3 datas no futuro e confio que o
credor só vai depositar naquela data escrita. A lei diz que é uma forma de pagamento à
vista. A pessoa teria a possibilidade de depositar na hora. Normalmente o credor
respeita as datas, é um costume que passa por cima da lei. É um costume contra legem.
A jurisprudência aceita que esse costume seja feito, mesmo sendo contrário a lei.

 SECUNDUM LEGEM: segundo a lei - exemplo da fila no banco. Ele não contraria a
lei, mas pq você vai invocar o costume se ele fala a mesma coisa da lei ? Aqui não tem
muita necessidade de invocá-lo, é mais fácil utilizar a lei.

5 - BROCARDOS JURÍDICOS

 São entendimentos seculares consolidados em enunciados normalmente em latim.

"iura novit curia"


"honeste vivere"
"suum cuique tributaire"
"in dubio pro reu"
"rebus sic stantibus"
"conditio sine qua non"

Essas expressões latinas que são por si só fonte do Direito ? É difícil de defender, pois
muitas delas já estão consolidadas em outra fonte. São formas de expressão do Direito.
Você utliza como reforço jurídico.

6 - NEGÓCIO JURÍDICO -

 O negócio cria obrigações entre as partes, que devem, necessariamente, serem


cumpridas. O negócio jurídico faz lei entre as partes. Cumprimento das obrigações e
prestações.

Eu criei uma obrigação específica que deve ser cumprida. É por isso que eu falo que é
uma fonte do Direito.

Plano de existência:

1. Agente (sujeito)
2. Objeto
3. Forma
4. Vontade/consentimento

Plano de validade:

1. Capaz
2. Lícito, possível, determinado
3. Forma
4. Válido ou não existir o consentimento - fraude contra credores
Se tiver vício, o negócio pode ser anulado.
Plano da eficácia:

 Condição: se eu me tornar presidente, eu pago a dívida - evento futuro e incerto.


Suspensiva: não produz efeitos até que seja feita a condição.
Resolutiva: o negócio produz efeitos até que seja implementada a condição.

Suspensiva: vou te dar um carro se você se tornar o presidente.


Resolutiva: você vai ficar usando o carro até que você se torne o presidente da
república.

 Termo: chegando na data 25 de outubro, eu pago a dívida - evento futuro e certo.

Inicial: o negócio só produz efeitos a partir desse termo inicial. Exemplo: você vai
poder utilizar o carro a partir do dia x.

Final: você só pode usar o carro até o dia 15/05/19.

 Encargo: para o recebimento de um benefício, você precisa realizar determinada


prestação.
Exemplo: testamento - fulano vai receber o meu carro, desde que ele leve para a
manutenção todos os meses. Você coloca um encargo, então, caso ele descumpra esse
encargo, perderá o benefício.

 Eles limitam a eficácia do negócio. Se o negócio já produz efeitos desde o momento,


você pode limitar esses efeitos desde o início.

Tudo isso vai constituir uma fonte do Direito.

7 - JURISPRUDÊNCIA

 Aqui não se confunde com a iuris prudentia - lá são os entendimentos dos juris
consultos.
 Na Itália, eles chamam a ciência do Direito como iuris prudentia.

 Jurisprudência é o costume dos tribunais, no sentido de decisões reiteradas.

 Pq no art. 4º da LINDB não fala das jurisprudência ? Pq está dentro da ideia de


costume, abarcando ela dentro.

Jurisprudência só existe a partir da 2º instância. Só forma pq o juiz tem jurisdição.

Jurisdição:

Iuris + Dictio: poder para dizer o direito.

Embora tenhamos formas alternativas para resolução de litígios, por meio da


arbitragem, mediação etc, o único que tem poder definitivo para não permitir mais
nenhuma discussão, é o juiz.

O árbitro decide e não pode o juiz mais decidir, mas você pode levar se tiver um
problema no procedimento, então o juiz pode mandar voltar.
Da onde vem o poder jurisdicional ?

Direito Romano - magistrados: não é a mesma coisa que falamos hoje. O significado no
Direito Romano é distinto, aqui são diversas autoridades públicas, desde um consul até
o que seria equiparado ao guarda de trânsito, pois ele fazia a ordenação da cidade.

Vamos destacar duas autoridades:

Pretor: fazia a organização, o saneamento.

Iudex: apenas dava a sentença - sim ou não.

Direito Romano - Processo civil Romano:

1º fase: Ações da lei - as ações da lei só poderiam ser utilizadas pelo cidadão romano, de
nacionalidade romana, ou seja, se você fosse estrangeiro ou povo bárbaro, você não poderia
se utilizar as ações da lei. No início, eles não podiam alegar direito nenhum. Valia apenas
Romano vs Romano.

Existiam somente 5 espécies de ação, então era um rol taxativo - você pode entrar com ação
sobre x, y e z.

Detalhes do rol taxativo: no direito romano, na primeira fase, eu só poderia dizer que existe
um direito se existir um dever correspondente. Tem direito de propriedade? Só se existir uma
ação que proteja isso. Eu não consigo falar de um direito sem uma ação da lei. Se não existe,
eu não tenho o direito.

Lá tinha que ter a ação específica para existir aquele direito.

Problema: vamos dizer que nas ações da lei falam que para valer aquele direito, eu preciso
dar a mão. E para eu ter o Direito, no contrato, eu deveria fazer um gesto específico. Se eu
fizer esse gesto errado, eu perco a ação, pois eu não segui o rito específico. A ponto de estar
escrito na lei que aquela ação deve ser feita no jardim. Se eu escrevi o nome da planta, eu não
tenho mais o direito. Era um Direito muito rígido. No exemplo da mão, eu prometi, além da
pessoa, para a Deusa da boa-fé, então não poderia desrespeitar.

Problema 2: eu tinha o problema, então eu avisava o pretor, então ele falava para trazer o réu
para discutir o problema. Aqui poderia levar o réu algemado, com agressão, etc. Ai o pretor
perguntava qual era o problema, que era exposto, então era feito uma síntese. O pretor, em
seu edito, ele escrevia isso e consultava as circunstâncias anteriores, então encaminhava tudo
para o iudex, que era o semelhante ao nosso juiz.

A sentença era basicante que o fulano tem razão.

Saneamento:

Questões preliminares:

Prescripcio > pré-escrito > prescrição

Pq é chamado de prescrição ? Os prazos prescricionais ficavam pré escritos nos editos.

Conteúdo >
Aula 18
sexta-feira, 3 de maio de 2019
19:34
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

JURISPRUDÊNCIA:

 Costume dos tribunais


 Art. 4º da LINDB

DIREITO ROMANO: processo civil romano

1º fase - ações da lei

 5 tipos de ações da lei - todas ligadas ao direito da pessoa, você só tem direito se existe
a lei.
 Apenas aplicadas aos romanos.

Características do direito romano:

Iudex: julga sem fundamentação - ele não precisava, em nenhuma decisão,


fundamentar. Sendo assim, não havia como recorrer da sentença.

Começo da república romana - aumento do império.

2º fase - processo formular ou formulário.

A existência não significa que foram extintas, elas existiram de forma concomitante, porém
elas serviram para uma aplicação muito mais ampla, pois instituiu um processo parecido para
todo o Direito.

 Aqui pode envolver Romano vs Romano, Romano vs estrangeiro e estrangeiro vs


estrangeiro.
 A formulação se deu nas periferias do Direito Romano, pois era onde se concentrava a
maior parte dos estrangeiros.

 Crescimento do pretor:

Pretor:

Tinham acesso aos processos anteriormente decididos.

Ao longo do processo do direito romano, ele ganhou mais autonomia para decidir algumas
causas.

Em algumas circunstâncias, o nosso Direito Civil permite que processos acabem logo de cara,
pois estão fundamentados em súmulas, ou seja, esse entendimento já é consolidado. É como
os pretores faziam, já havia aquela decisão, então eles mesmos aplicavam.

Naquela época ainda não havia o recurso, mesmo com os pretores julgando.
Império Romano: começa o declínio dos iudex e pretores.

Começa uma concentração dos poderes, então surge a terceira fase.

3º fase - processo extraordinário.

 O nosso processo tem muito desse antigo.

 Iudex / imperador: sentença final, sujeita a appelatio (recurso de "apelação").


Eles escreviam: "conforme já decidido no passado ou em caso anterior…" - havia
fundamentação.

 Precedente judicial vinculante: algumas decisões tomadas pelos tribunais, ainda que
sejam únicas, unitárias, pode servir de paradigma para decisões posteriores, sendo
assim, vinculante.

Essa decisão, embora decidida uma vez só, pode servir para casos futuros.

 Muitos casos da mesma forma - dívida de banco - muitos consideram ilegal, então 20
mil pessoas entram com o mesmo pedido. O STJ avisa os tribunais abaixo e pede p/
eles esperarem, ou seja, suspende todos por um tempo. Após isso, ele pega alguns
processos e fundamenta essas teses. As teses são comunicadas aos tribunais abaixo e
eles não precisam julgar 20 mil vezes, apenas aplicam a tese. É uma técnica para dar
mais celeridade ao processo civil. Isso é precedente.

 Precedente é a mesma coisa que jurisprudência ?

Origem do precedente brasileiro:

 Vem do direito português: assentos - chegava um processo e o juiz tinha duvida em


qual tese adotar, então ele encaminhava para a casa de suplicação, que tinha um
conjunto de vários juizes, que discutiam e chegavam a uma tese. Após isso, eles
encaminhavam para o juiz, que logo aplicava ao caso concreto. Os assentos serviam
como precedentes para resolução de casos futuros. Essa é a origem do Direito
brasileiro.

 Common law:

 Distinguishing: meu caso é distinto daquele precedente, ele tem um detalhe e que
muda totalmente a solução.
 Overrulling: ideia que eu consigo convencer a corte que aquele precedente está
desatualizado, ou seja, não condiz mais com a realidade social.

Exemplo: decisão na common law que a corte decidiu que mulheres não podem
trabalhar, que precisam cuidar do lar. Ai chega agora em 2019 e negam a ação
dizendo que ela não pode trabalhar, então a mulher entra e fala que isso não faz
mais sentido hoje em dia, que esse precedente precisa sofrer um overrulling. O
tribunal vai entender, derrubar esse precedente e criar um novo.

Esse precedente é chamado do stare decisis.


 Art. 489, §1 CPC. -> art. 93, II, CF

As decisões judicias precisam ser fundamentadas. Isso acontece ? Não, como já vimos
em prática jurídica I.

Se ele não fundamenta, não tem como recorrer, eu não tenho o que falar.

O juiz precisa explicar pq ele utilizou aquelas decisões, súmulas, etc na fundamentação.

Cabe ao advogado também explicar o porquê das coisas na petição inicial.

 Súmula: enunciado que sintetiza o entendimento consolidado pelo tribunal. Aqui temos
súmulas do STM, STJ, STF, Tribunais regionais, TRT, etc.

1): elas servem para facilitar a vida das partes e 2): também é um reforço para todos os
jurisdicionados (eu falo que estou decidindo desta maneira, então não vou mudar tão
cedo, ou seja, ele está sedimentado).

Tribunal decide uma, duas, quarenta, trezentas vezes o mesmo assunto, então ele já
formou jurisprudência, mas mesmo assim continua vindo ações, então o tribunal vai e
edita uma súmula dizendo, de forma bem clara, o entendimento da corte. Exemplo: STJ
chegou ao nº 631 súmulas / STF: 700+ súmulas e muitas súmulas vinculantes.

Súmulas: não tem eficácia omnes, ou seja, em tese, o juiz pode escolher não aplicar se
ele fundamentar bem.

Súmulas vinculantes: tem eficácia erga omnes (efeito contra todos) e efeito vinculante,
então todos os tribunais abaixo do STF + adm. pública são obrigados a seguir.

927 CPC, IV - transformou em precedentes judicial vinculante em súmulas vinculantes.


STF e STJ você é obrigado a seguir.
Aula 19
quinta-feira, 9 de maio de 2019
19:34
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

EQUIDADE

Conceito indeterminado - desde uma ideia da sua definição como também um


problema para entender a sua aplicação.

Grande questão: equidade é fonte do Direito ? Equidade também não tem unanimidade
para ser fonte do Direito.
De forma contemporânea, entende-se que não é fonte do Direito, mas sim meio de
integração do Direito.

Concepção filosófica:

Primeiro sentido: aquele summ cuique tribuere, ou seja, dar a cada um o que é seu,
então, que cada pessoa tem o seu direito garantido pelo sistema jurídico, seja natural ou
positivo, tem direitos. É uma medida próxima a de justiça. Se é meu e eu sou o titular,
eu tenho que ter a possibilidade de exercício daquele Direito.

Segundo sentido: forma aristotélica, dentro da proporcionalidade.


Para Aristóteles, justiça é diferente de equidade, pois justiça é muito mais geral do que
a equidade. A equidade é fazer justiça no caso concreto, enquanto que justiça em si é
tratar igualmente pela lei. Aqui é a regra da generalidade, a justiça está contida na lei.

Justiça ≠ equidade

Justiça: geral (lei)


Equidade: justiça no caso concreto.

Aristóteles > Lei justa > então a lei faz justiça.


Você tem uma justiça na lei, mas será que tem justiça na aplicação da lei ? Eu tenho
tratamento igual ? É por isso que quando um juiz vai aplicar a lei, ele precisa fazer
justiça no caso concreto, então ele pega uma lei que já é justa e na aplicação se vale da
equidade. Sendo assim, ele diz: alguém precisa receber o valor da dívida, mas no
momento que ele vai determinar que seja pago, ele está trabalhando com a equidade,
pois está aplicando em um caso concreto.

Aristotélico:
Equidade: trata em caso concreto

Terceiro sentido: falar de equidade como um dever do magistrado - equidade está no


ato jurisdicional, ou seja, na aplicação do direito pelo magistrado. Só vai aparecer a
equidade no momento em que ele está exercendo o seu dever, ai ele age com equidade.
Aqui a ideia é muito mais restritiva do conceito de equidade, pois pouco importa se é
geral ou caso concreto, importa que ele exerça a sua profissão e diga o direito das
partes, assim ele já está agindo com equidade. Aqui é possível questionar.
Crítica: e quando o juiz erra ? E se ele tomou a decisão por um ato de corrupção,
econômicos, etc ?
Você está chamando qualquer ato do juiz de equidade, mas não quer dizer que está no
sistema ou não.

Quarto sentido: equiparação à equity:


Equity é um sistema jurídico anglo-saxão que funciona de forma paralela ao common
law - é como existisse a common law e a equity ao mesmo tempo. Equity é mais antigo
que a common law, ela veio antes e deu origem a ela. Como funciona ? A partir das
decisões do rei.

Forma genérica: problema de reconhecimento de posse (usucapião) - briga entre dois


agentes, então eles vão até lá no funcionário e dizem que querem um writ de
reconhecimento de propriedade. O funcionário vai entregar um formulário e ela vai
preencher, então o rei vai decidir. A decisão tomada pelo rei é equidade, é o que ele
sente que é justo no caso concreto. Aqui você não consegue questionar.

Poucas pessoas entravam com o writ, pois era caro e poucos podiam pagar.

Aos poucos, essa função do rei vai sendo delegada para outras pessoas. Ele mandava
outros decididem como ele já decidiu antes. Vai sugir a common law como forma de
ramificação da equity. A common law cresceu e quase engoliu a equity.

Pensar equidade como sinônimo de um sistema jurídico próprio.

Quinto sentido: sinônimo de jurisprudência - salto qualitativo do mesmo problema da


terceira opção > aqui eu falo que é o tribunal que, tomando várias vezes a mesma
decisão, praticou equidade.

Enfim, o que é equidade ? É tudo isso e não é. A gente não tem uma definição e isso é
bom, pois se definirmos e delimitarmos, acabamos com o objetivo maior da equidade,
que é fazer justiça. Diante da criatividade da vida real, é preciso que tenhamos uma
abertura para verificarmos o caso concreto e moldar a decisão.

Ela é como se fosse uma ferramenta para o direito, é um meio de integração.

O que é justo para o Direito - ok, mas por meio de uma abertura ou pela ausência de
uma norma específica, o que preenche isso ? O juiz. Ele precisa aplicar ao caso
concreto o que entende por justo naquela situação.

Exemplo absurdo: juiz - para ter direito a uma separação (divórcio) você precisa estar
formalmente casado - uma mera união estável ou morar juntos, isso não é considerado
para fins jurídicos - para o juiz, é quando se cumpre as formalidades. Para outro juiz, o
justo é verificar os esforços de cada um.
Um pode extrair da norma que se o direito fez os requisitos, tem que utilizá-los. O outro
vai pensar o que aconteceu na prática.

Livro:
Rubens Limongi França - Hermenêutica Jurídica

Classificação
Equidade legal e a judicial

Legal:

Expressa na legislação, aquela que é própria e desenvolvida pelo legislador, que manda
que o intérprete se utilize da equidade. Quando falamos da legal, estamos dizendo que
ela é expressa, mediata e geral.

Expressa: Art. 8º CLT - não pensei em todas as possibilidades, se precisar, utilize a


equidade para fazer justiça no caso concreto. Outro exemplo: Art. 25 da lei 9099 - o
árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do juiz, podendo decidir por
equidade.

Mediata: Art. 1740, II CC - expressão que induz utilizar o mecanismo da equidade. É


de forma indireta que utilizamos a equidade. Art. 1638, I, cc. Imoderadamente - o juiz
vai precisar preencher o significado diante do caso concreto - tapinha no braço - nada
demais, então não é imoderadamente. Agora quando bate na cabeça da criança, é
imoderado. O juiz vai verificar se é imoderado ou não.

Último exemplo: Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes,
fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de
serviço e sua qualidade.

Contrato de prestação de serviços > partes não se entendem quanto ao valor > quem
decide ? O juiz, que vai decidir por arbitramento > vai olhar os autos, provas e falar o
valor. Vai fazer isso por equidade.

Geral: Art. 5º e 6º da LINDB

Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

Adapte-se essa regra para encaixar o valor justiça dentro das suas decisões.

Judicial:

No fim, o geral vai ser o judicial, ou seja, o ato de se realizar a equidade.

Obs: algumas doutrinas costumam classificar também uma terceira categoria de equidade,
que é a cerebrina.

Cerebrina: equidade sentimental, muitas vezes motivada pela religião. É a equidade própria
da emoção. Indesejável, não bem vista pelo sistema. Eu não gosto, acho que tem que ser
assim. É uma concepção pessoal do julgador pelo que é justo. Exemplo do juiz ultra
conservador que não admite se não por casamento. A partir do momento que ele decide
assim, ignorando as outras formas que admitem, ele está se utilizando da equidade cerebrina.
De todas as equidades, essa não pode ser utilizada pelo juiz.
Aula 20
sexta-feira, 10 de maio de 2019
19:29
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Principal fonte: LEI

LEI

1. Lei pode ser oral ? Não, ela precisa ser escrita.


Para que seja escrita, tem que emanar, via de regra, do poder legislativo

 Regra: Poder Legislativo


Algumas não passam pelo Legislativo: MP

 Seguir processo legislativo: precisa adotar o devido processo legal > CN > SF > PR
(sanção ou veto)

 A lei vai inovar em direitos e obrigações, ela que vai deixar mais claro que temos um
direito novo, uma nova obrigação, declarar uma nova situação jurídica. Sendo a
principal fonte do Direito, havendo lei, posso aplicar outra fonte do Direito ? Não, eu
sempre aplico a lei. Art. 4º da LINDB > Quando a lei for omissa, busque …., ou seja,
primeiro a lei. Salvo o costume, que pode passar por cima da lei. Exemplo do cheque
pré-datado.

 Existe ordem para aplicação das fontes ? Tem que buscar uma de cada vez ou posso me
utilizar livremente ?

1º lugar a lei
2º ?
3º ?
4º ?

Tem alguma ordem ? Bevilacqua diz que existe uma ordem. Miguel Reale diz que não
existe.

Após a lei, temos que usar a analogia, pois estamos trabalhando com lei ainda. Eu vejo
que tem uma semelhança, logo, transporto para onde tem uma lacuna no sistema e
resolvo, sem precisar invocar outra coisa. Caso não tinha analogia, eu começo a pensar
em outros.

Da onde vem a hierarquia ?

Escola de hermenêutica jurídica que desenvolveu essa ideia e influenciou a nossa


legislação.

Sistema da Livre Investigação Científica do Direito

 França
 Geny
Vai criar um contraponto da escola histórica. A intenção é que se respeite as "voluntas
legis", ou seja, o interprete que vai dar um sentido a lei, pouco importa o que o
legislador queria.

Segundo esse sistema, existe uma ordem para aplicação do Direito:

 Lei;
 Analogia;
 Costume;
 Livre Investigação Científica.

Se eu não tenho lei, eu, juiz, construo uma resolução para o caso concreto, sempre
fundamentando. Trazendo pq trouxe e resolveu daquela maneira.

Frase para isso: "a partir do dado, se faz o construído."

Ela vai dizer que o juiz não pode ter só o conhecimento do direito, ele precisa ter
conhecimento sociológico. Ele precisa saber o que é ideal para a sociedade.

 Conhecimento sociológico: vai ter duas limitações

1. A própria natureza das coisas: ele não pode estabelecer algo que seja impossível para as
regras da física

2. Coerência dos sistema: eu posso Não me utilizar do CC, mas eu tenho que passar, ir
através da principiologia, para dar a solução para o caso concreto. O CC preza pela
solução privada, então a minha decisão tem que pensar ela primeiro, depois pela
solução estatal. Tenho que dar uma solução com os objetivos do sistema.

Fonte formal e material: foi essa escola que criou essa classificação.
Ideia francesa > utilizamos aqui.

Relembrando: Escola histórica:

Lei + espírito do povo (atualização/releitura da lei), mas sem se esquecer da "voluntas


legislatoris".

A gente faz uma adptação sem perder a realidade.

Sistema do Direito Livre

 Corrente moderada: (Eugen Ehrlich) - vai falar o seguinte: se houver lei, aplica-se a
lei. Se não existir lei, se houver uma lacuna na lei, o juiz pode construir livremente uma
solução para o caso concreto. Se o juiz sentir que é justo, você precisa acatar, pois ele
vai achar a solução justa.

 Corrente radical: (Hermann Kantarowicz) - vai falar que, tendo lei ou não, o juiz vai
decidir como ele bem entender. O requisito para aplicar o direito é simplesmente
considerar se é justo ou não.
Contraponto da Exegese.

Processo civil na União Soviética > concentração do poder do juiz, ele ditava os rumos
do processo > prazos, etc - não tinham etapas definidas.

Processo civil Russo: protagonismo judicial.

Juiz

Autor / Réu

Tudo ficava a cargo do juiz, que vai decidir da forma que bem entende, onde vai trazer
a insegurança. O juiz cria o precedente e vincula a decisões dele mesmo.

Grupo do RS: poder judiciário que tem muita evolução

Aula 21
quinta-feira, 16 de maio de 2019
19:32
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Forma de formatação:

REGRA DE CALIBRAÇÃO: O Tércio vai falar que existe um depositório, que não da pra
falar quais são, que vão configurar todo o nosso sistema.

O que configura:

 Regras religiosas, morais, princípios gerais humanitários, etc..

Para o funcionamento do sistema, você tem as normas origem e as normas derivadas.

 Normas origem: elas vão dar os parâmetros básicos e iniciais para criar as normas
derivadas. Eu tenho uma norma inicial que da um ponta pé inicial para
desenvolver as normas ordinárias. Vão fazer nascer as normas derivadas, é como
se anorma jurídica falasse que a norma deve ser da seguinte forma, então o
legislador vai criando.

Atualmente temos várias normas programáticas, que são aquelas normas que não tem
uma eficácia evidente, direta, mas traz uma diretriz geral de aplicação de um Direito -
fundamentais: saúde, educação, direitos sociais. Como vai ser ? Eu só trago normas
gerais.

Eu tenho os limites do que eu posso ou não fazer.

A regra de calibração vai estar antes da norma origem. A regra vai dizer como eu dou
início a norma de origem.
Contexto histórico: Uma das contribuições para o nosso sistema atual, foi do
cristianismo, que trouxe a conciliação - você precisa amar o seu irmão. Agora é
obrigatório a audiência de conciliação.

O nosso sistema tem toda essa propensão a acabar com o lítigio antes dele começar,
isso vem do catolicismo.

Então eu desenvolvo a norma origem e depois as derivadas.

Outra forma de calibração: LACUNAS

Como o sistema lida com lacunas ? Lei é omissa, o que eu faço ? Busco as outras
fontes, ou seja, lacunas no nosso sistema é só aparente, pois sempre temos uma
resposta. Na falta de sistema formal, eu sigo

Direito Alemão: eu não tenho essa ideia de fontes do direito, lá há uma abertura para o
juiz construir uma regra para o caso concreto. Existe essa possibiidade para resolver,
então o sistema lá é diferente.

Falar de hierarquia, pura e simplesmente, é só um mero sistema, um mero instrumento


para calibrar o sistema.
Uma norma é superior a outra > então eu me valho dessa solução para resolver.

Problema: ideia pós-positivista - principal forma de aplicar o direito lá: Dworking - o


que o juiz precisava fazer ? Ele precisava argumentar, esgotar ao máximo aquele
assunto, o que ele entende, como se conserta os dois princípios e pq aquele princípio
vai prevalecer. Qual regra de calibração eu estou levando em consideração ? O
princípio se moldou nesse sistema, então estou usando ele.

Tribunal de nurenberg: o que foi feito fere algo essencial, fere a humanidade, ou seja, a
propria humanidade. Sendo assim, você precisa aplicar mesmo assim, pois, de acordo
com as nossas crenças, pessoas que causaram tanto mal, saírem impunes.

Regra de calibração: meu sistema só vai punir se tiver crime anteriormente que pune
aquela conduta, mas eu tenho outra regra, que não posso esquecer, que são os princípios
gerais humanitários, assim possibilitando punir os nazistas.

Após o julgamento: tribunal internacional, por meio de tratado internacional, dizendo


que genocídio é contra a humanidade, então eu posso punir.

A regra de calibração criou uma regra origem, que logo depois criou as normas
derivadas.

Algumas que pensamos possíveis, que muitas vezes já estão previstas em nosso
sistema:

1 - nullum crime nulla pena sine legem - princípio que calibra o nosso sistema e está na
CF e no CP, então ele pode incorporar sem grandes sistemas.

2 - Não basta ser legal, tem que ser moral. Por mais que estamos fazendo tudo dentro da
lei, não significa que aquilo é moral.

A moral não deixa de ser um regulador.


Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Tércio vai trazer um problema, onde vai falar que grande houve o golpe, ao final,
tínhamos a nossa cf posta, mas foi feita uma emenda a cf, dizendo que será convocado
uma assembleia constituinte para criar uma nova CF, então criou-se a CF de 88.

A ideia inicial de ter uma relação entre norma origem e derivada, é que você tem um
emissor de uma mensagem dando uma ordem, falando "criei um novo pilar, uma nova
diretriz", então, o novo legislador vai criar e definir o sistema - quando ele for criar, tem
que seguir o modelo que foi feito.

Exemplo do cara que corta o galho da árvore que ele está sentado, ele está se
destruindo.
Ideia do emissor e receptor.

No momento em que o emissor traz essa ideia para o legislador, esse receptor se
transforma imediatamente em um transmissor de mensagem. É como se ele ficasse com
as duas características ao mesmo tempo.

Ele vai receber, seguir as ordens e também vai dar as ordens ao mesmo tempo, ele vai
transmitir as duas coisas ao mesmo tempo.

 Poder Constituinte Originário


 Poder Constituinte Derivado

Constituinte da ditadura é o originário, então vai falar que a CF deve ser feita de uma
maneira, então o derivado, cria algo, que deveria seguir o que o originário mandou, mas
o derivado, que era para continuar sendo meramente derivado, ele se torna originário e
derivado.

Derivado pq era o receptor e originário pq ele se tornou originário, ou seja, se misturou


os elementos de emissão e recepção da mensagem.

HERMENÊUTICA JURÍDICA

 Primeiro problema: saber o que é hermenêutica - é a ciência da interpretação, ou


seja, o ato de interpretar pode ter seus mecanismos próprios que você pode seguir
para chegar aos parâmetros condizentes que você trouxe.

Interpretação precisa chegar a algumas premissas básicas.

O ato de interpretar precisa respeitar os limites do que é interpretado - se a lei fala


NÃO, você não pode interpretar como SIM. Seu ponto de partida é NÃO.
A dogmática jurídica se da essas características.

O ato de interpretar não é tão simples, pois uma norma pode negar ou permitir, mas eu
analiso somente essa norma sozinha ? Não, eu tenho que analisar o sistema inteiro.

CF > o sentido só pode ser a direção de uma permissão, mesmo que na lei ordinária
esteja escrito assim.
Código Civil - quem pode casar ? Homem e mulher. Pela filtragem constitucional feita
em cima do CC, pode casar homem com homem e mulher com mulher ? Pode, o STF
decidiu dessa maneira. O interprete derrubou o que estava escrito na norma. A forma de
interpretação realizada pelo Direito é um pouco mais complexa.

Ideia de sentidos jurídicos:

Forma tradicional: o sentido está no termo ? Não, eles estão sempre ocultos, então o
interprete revela, ele fala o que está contido. Quando eu falo telefone, o que pensamos ?
Celular, telefone fixo, etc. Pensamos em vários sentidos e vamos relevando conforme a
necessidade.

Forma linguagem: pela filosofia da linguagem, você revela o sentido ? Não, aqui você
constrói o sentido da norma. É feita uma construção do sentido, ou seja, naquele
contexto, naquele momento de diálogo, eu construo o sentido daquilo. Exemplo do
grego > não da pra ele entender assim.

Aula 22
sexta-feira, 17 de maio de 2019
20:05
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

A. Tópico-problemático

B. Científico-espiritual

Quem desenvolveu ?

Smend:

Ele fala que a constituição é um sistema cultural e de valores de um povo.

Quando o interprete vai tentar entender o sentido da CF, ele precisa que a sua
interpretação se aproxime desses valores subjacentes. Se a constitiuição reflete aquilo
que o povo valora, aquele mundo cultural, onde as coisas vão mundando de sentido
conforme a ideia do homem, quando ele cria isso, a constituição precisa levar em conta
esse mundo cultural, ou seja, não pode ser destacado desse mundo. Se a valoração
mudou, a interpretação precisa seguir essa nova valoração.

Problema: muito simples > flutuação dos valores > flutuação das valorações realizadas.
Para alguns assuntos pode demorar e dar segurança para o sistema, assim deixando as
próximas decisões seguras, mas algumas mudam a todo tempo. A questão da
privacidade - redes sociais, celulares - a mudança é praticamente annual. Exemplo da
internet de antigamente e a de hoje.
Aula 24
sexta-feira, 24 de maio de 2019
19:28
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Princípios de interpretação constitucionais

1 - Princípio da unidade da constituição: a norma não pode ser lida fora do sistema, a sua
leitura tem que estar dentro do ordenamento jurídico.

Ela se desdobra em duas grandes frentes, que são:

 Harmonização: entender o que o constituinte queria


 Ausência de hierarquia: falsas - não tem uma racionalidade, é muito mais hipotético.
Parecia um pouco mais sólida

Formais: cláusulas pétrias

Materialidade: colégio Dom Pedro ou x

Savigny - interpretação sistemática

Tem que ser lido dentro desse sistema.

2 - Princípio da concordância prática: ele vai ser nada mais, nada menos, do que o método
estruturante do Muller.

Cada norma constitucional tem seu alcance próprio. Eu tenho que falar o alcance de cada
norma e como cada uma se aplica diante do caso concreto. Cada uma tem sua
conformação/concodência prática.

3 - Princípio da conformidade funcional: falar que a constituição estabelece funções,


atribuiçõies, comopetências para determinados agentes. Essa distribuições devem ser
respeitadas no momento da decisão. O que está por trás desse princípio ? A separação dos
poderes - não pode invadir outro poder.

 Constituição Alemã: direitos negativos


 CF/BR: prestação positivas

4 - Efeito Integrador: quando você vai solucionar um conflito, você não pode se utilizar de
pontos de vista estranhos à CF. Se você vai aplicar uma norma constitucional, tem que ser
levado um ponto de vista jurídico para resolver o problema, não que você tenha que ignorar
os outros sentidos (político, social etc).
Eu pego o art. X da CF, eu falo juridicamente o que ele quer dizer com isso, pronto, dentro do
direito é assim - depois eu aplico no caso concreto. Extraí a norma, pega os sentidos, depois
aplica no caso concreto.
Problema: qual a diferença?

5 - Princípio da máxima efetividade: é criação do Gomes Canotilho, doutrinador português.


Ele vai falar que à norma constitucional deve ser atribuido o sentido que lhe dê a maior
efetividade possível, ou seja, o maior alcance dessa norma deve ser dado no momento da sua
aplicação.

6 - Força normativa da constituição: tem muito mais um efeito histórico - já trabalho no


pós positivismo -, que é considerar a CF norma jurídica. Para uma ideia já consolidada de
mera declaração de direitos, sem força vinculante nenhuma. O problema que podemos
levantar é o seguinte: se eu falo de força normativa, eu digo que tem muitas normas ali
dentor, se elas podem entrar em colisão, significa que eu tenho algum critério, então eu posso
falar de especialidade, mas não vai adiantar nada > eu só vou afunilar. O cronológico também
não da. Ai sobra o hierarquico: mas se eu falar sobre ele, eu princípio da vaidade
constitucional.

7 - Interpretação conforme a constituição: levado uma norma jurídica do sistema para a


apreciação da sua constitucionalidade, você não precisa, necessariamente, declará-la
inconstitucional ou constitucional, mas você pode falar que ela só é constitucional se
entendida dessa forma.

 Norma infraconstitucional: eu levo e pergunto p/ o STF dizer se é ou não


constitucional. Se ele fala que é inconstitucional, não da p/ salvar nada, ela é eliminada,
porém eu posso falar o seguinte: essa norma, qualquer dos sentidos é constitucional. O
próximo eu posso falar que essa norma, apesar de ter 'varios sentiudos, um deles é
inconstitucional, sendo os outros completamente válidos. Por último, eu posso declarar
que todos os sentidos, salvo 1, é constitucional. Este último caso, é a interpretação
conforme a constituição. Essa norma só se salva se for lida dessa maneira, caso
contrário, ela é inconstitucional.

Exemplo: ADI ou ADO que estava questionando a lei da organização social > ente que é de
direito público, com natureza privada > é dada uma qualificação p/ ele p/ tornar algumas
coisas mais simples > troca de diretorias de maneira mais fácil, sem autorização e fraudes.
Normalmente eles utilizam no sistema de saúde. Decisão: art. Eles foram falando como
deveria ser lido cada artigo, delimitando como o intérprete deveria ler aqueles artigos,
limitando a atuação no caso concreto.

Problema 2: isso é princípio de interpretação de verdade? Você está interpretando as


infraconstitucionais. Isso pq ninguém pensou. Ele está falando sobre algo que envolve a CF.
Ele está mal colocado ao lado dos outros princípios.

Aqui não tem nada de novo.

Distinção entre Regras e Princípios

 Primeira forma:

A. É você distinguir pelo grau de imprecisão - é dizer que o princípio é mais impreciso que
a regra.
Princípio tem uma maior imprecisão.

Exemplo do art. 94 CP - regra imprecisa.

Outros exemplos: são precisos.


Princípio: tendência dele ser mais impreciso que a regra.

B. Pelo grau de generalidade: vai falar que o princípio é mais geral que a regra. O que
significa dizer isso ? Significa que a divisão semântica do princípio é muito mais que a
regra. E que, a aplicação do princípio, atinge muito mais casos que a regra poderia
atingir. Isso é verdadeiro: Art. 3º, XXXIX - posso afastar mais ou menos legalidade
penal ? Não, eu tenho que aplicar, pois ela tem uma função muito específica.

Art. 12, §2º - é uma regra.

Novamente: princípio só tem uma tendência a ser mais geral do que uma regral.

Aula 25
quinta-feira, 30 de maio de 2019
19:39
Professor: Dr. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Regras e princípios

A. Grau de imprecisão:

 Regras: +
 Princípios: - (tendência)

B. Grau de generalidade

 Regras: -
 Princípios: + gerais (tendência)

Crítica: princípios e regras fazem referência a fins. Eu vou dizer que essas normas jurídicas
buscam finalidades do sistema, só que elas vão buscar de uma maneira e os princípios de
outra maneira. Sendo assim, temos uma diferenciação teleológica, finalistica.

C. Referência a fins

Regras: imediatamente descritivas

Humberto Ávilla:

As regras jurídicas, que estão classificadas como regras, são normas que são imediatamente
descritivas.
Porque as regras trazem, diretamente, ideias sobre ações, condutas e comportamentos. Aqui
temos que ter cuidado, pois ele está chamadno de descritiva, mas não podemos pensar em
descrição da prescrição. Aqui continau sendo de forma prescritiva, mas ele quer dizer que o
texto da regra, no mento que você encara ele, você tem uma descrição do comportamento.
Aqui não fica em aberto. Ele não nega a ideia de natureza prescritiva.

Exemplo: quando você atinge a maioridade ? 18 anos. Então você está descrevendo uma
Se você sobreviver até os 18, você atingirá a maioridade.

Princípios: imediatamente finalisticas - ao contrário da norma, os princípios buscam


cumprir as finalidades do sistema. As regras trazem o caminho p/ o objetivo, mas o princípio
não liga para o camionho, ele só fala onde é a direção "o norte é lá".

Finalidade: aristóteles - metafísica - vai falar que a finalidade existe de forma metafísica para
atingir um bem. O que significa isso ? Que a finalidade existe independentemente do decurso
do tempo - pode ser na época dos gregos, da antiguidade, mas continua sendo os mesmos
objetivos.

Constituição metafísica: normas constitucionais são contingentes. Elas existem para


determinado momento. As finalidades do sistema jurídico são para quele momento, mas
podem mudar depois.

Exemplo radical: eu posso ter uma cc que tem a finalidade última em igualdade para todos -
eu faço isso. Agora eu quero uma cc de liberdades, todas tem que brigar pelo seu.

Weber - finalidade: constituída por uma ação social - composta por expectativas de
objetivos e pessoas como condições e meios para atingir um fim. O conceito não é a
finalidade, a solução, mas interessa também como você chega a esse resultado, a partir do que
as pessoas utilizam para chegar nesse meio, ou seja, se o Aristóteles falava com a
preocupação apenas com a metafísica, de forma atemporal, aqui eu falo de forma
contextualizada, olhando também os meios.

O que eu uso para preencher o que é princípio ?

Dificuldade de preenchimento.
Como o Direito vai definir isso ? Sendo que cada uma tem a sua crítica.

Exemplo simples: finalidade é chegar a um fim > só um resultado. Será que eles são só
finalísticos mesmos ? A dignidade da pessoa humana > Você pode usar qualquer meio para
chegar a dignidade humana ? Não.

Isonomia: tem que ter no processo todo. Eu tenho que pensar em todo o caminho.

Art. 7º ADCT - O Brasil propugnará pela formação de um tribunal internacional dos direitos
humanos.

Regra com finalidade > ela não é meramente descritiva, ela trata de uma finalidade.

D. Referência a valores: vai dizer que os princípios tem conteúdo valorativo maior que
das regras.
Isso porque os princípios já fazem referencia direta aos valores.

Regras: conteúdo valorativo menor, de forma indireta ou até mesmo implícita.

Valor: temos características que nos induzem a ver os valores. Eu não sei exatamente o
que é valor.
Qual a segurança ?

Valor envolve uma crença ? Sim, não deixa de envolver.


Art. 229. CP Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra
exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
gerente: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Regra acima com conteúdo valorativo imenso.

Outro problema:

Valor: dever ser

Regra: Se….Então….

Naturezas distintas.

Ser + dever ser: valor cultural

Regras que fazem ref. imediatas a valores - exemplo: proibição de pena de morte - é
proibido ter pena de morte. Aqui não tem como relativizar.

Temos princípios que fazem ref. a valores também. Se pensarmos no princípio da


eficiência da adm pública.

E. Diferença estrutural entre regras e princípios:

Dworkin: todas as a regra devem estar expressas

Alexy: pode haver interpretação por parte do aplicador

Princípio para o Dworkin: vai tratar de algum aspecto de justiça, equidade, moralidade

Princípio para Alexy: princípio é mandamento de otimização a ser aplicado na maior


medida possível diante das circunstâncias de fato e de direito.

Colisão de princípios para Dwokin: argumentação - você faz se utilizando do


sopesamento/ponderação, ou seja, o juiz vai falar qual princípio vence e qual perde
diante do caso concreto. O princípio que perdeu sai do sistema ? Não, porque ele pode
ganhar em outro confronto. Aqui teremos

Colisão de princípios para Alexy: argumentação, sopesamento, mas ele cria a regra da
proporcionalidade, pois tem que aplicar ela inteira. Aqui passa por três etapas: a)
adequação, b) necessidade, c) proporcionalidade em sentido estrito.

A. Adequação: a medida tomada fomenta o desejado ? Exemplo do protesto com a bazuca.


Foi alcançado, pois resolveu o problema. O café não seria adequado.

B. Necessidade: não, ele tinha outras opções para acabar com aquilo, de forma menos
gravosa. E se não tivesse outra forma ? E se estivessem em uma situação radical ? Ai
vamos para proporcionalidade em sentido estrito.

C. Proporcionalidade: qual princípio que vai prevalecer. Se era a única, ela poderia ser
utilizada ? O juiz vai precisar fundamentar.
Não resolve, mas, por fim, é o juiz que está determinado, ele pode falar o "eu acho".

Regras: possuem dimensão de validade e funcionam a partir da ideia de tudo ou nada,


ou seja, ou você aplica ela toda ou não aplica. E como você sabe quando aplica e
quando não aplica ? Tem uma regra que fala que pode e a outra que não pode, como eu
sei qual usar ? Utilizando os métodos de resolução de antinomias - temporalidade,
hierarquia e especialidade, isso em 1º grau. Agora em 2º grau você tem o critério
cronológico x hierarquico. Qual vence ? Hierarquico. Cronológico x especialidade ?
Especialidade / E hierarquico x especialidade ? Depende do sistema, do que está
envolvido o regramento do sistema.

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