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LEMOS, André. Cibercultura: Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 7a.ed.

Porto Alegre:
Sulina, 2015.

Cap. O FENÔMENO TECNOLÓGICO ATRAVÉS DA HISTÓRIA

A história da técnica, segundo B. Gille, é uma disciplina que tem por objetivo estudar a lógica
evolutiva dos sistemas técnicos através de inovações e invenções de ferramentas, instrumentos e
maquinas ou, na terminologia de Simondon, elementos, indivíduos , conjuntos. Cada sistema técnico
é expressão de relações específicas entre a ciência, a filosofia, a sociologia, a economia e a política.
Ligado a complexidade das culturas, todo sistema técnico é marcado por incoerências, bloqueios,
paradoxos e conflitos, da antiguidade aos nossos dias.

AS ORIGENS PRÉ-HISTÓRICAS

De acordo com B.Gille, a origem do homem coincide com a origem da técnica. Os primeiros sistemas
técnicos instauram-se a partir de dois motivos principais: a potência dos deuses e a imitação da
natureza. A técnica é, nesse momento, uma arte, designando uma atividade prática manual e
material, de origem divina. A técnica pré-histórica nasce, assim, como desvio e imitação da natureza,
segundo moldes cedidos por deuses ancestrais. O sagrado e o profano se estabelecem. O primeiro
como qualidade do mundo e o segundo como mundo concreto, onde o homem pode agir através de
seus instrumentos. Na origem pré-histórica da técnica, o sagrado torna-se lugar do interdito, do
respeito e da transgressão, já que a técnica é vinculada ao profano. O modelo da técnica pré-
história.

É sem sobra de dúvida, o que vivemos na cibercultura, já que a civilização contemporânea mistura
temor e deslumbramento pelos objetos técnicos. A técnica sagrada (magia) pode ser traduzida como
um desejo do homem primitivo em obter de fundo. O pensamento mágico religioso, que funda as
primeiras técnicas, é o oposto do que compreendemos como razão instrumental moderna.

AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES E OS GREGOS

Como as primeiras civilizações, surgem sociedades estruturadas a partir de um poder hierarquizado,


do crescimento das primeiras cidades e impérios. N o entanto, o Egito conheceu um verdadeiro
sistema técnico sem, necessariamente, ser efetivamente inovador; e, quanto aos desenvolvimentos
e invenções técnicas, os historiadores notam uma certa limitação. No entanto, é na civilização
helênica que nasce uma primeira preocupação em achar explicações racionais em relação à ciência e
a técnica. São os sofistas que efetuam os primeiros esforços para desenvolver um pensamento
técnico na Grécia, com seus manuias-receitas. Estes são normas práticas sobre a moral, a política, a
economia e a religião numa perspectiva instrumental. Embora ainda marcada pela ordem religiosa
ou mítica, a técnica entra aqui, no momento de dessacralização, sendo investida por um enquete
filosófica, inscrevendo-se também na luta pelo poder, mais precisamente na arte da guerra. A cita
Grega se estabelece não mais sobre uma autoridade religiosa, mas sobre o império do Logos. A
civilização grega é a primeira a exercer uma atividade racional e filosófica coerente, mesmo que esta
atividade não seja ainda compreendida como motor do desenvolvimento de uma atividade prática.
IMPÉRIO ROMANO

A civilização romana desenvolveu técnicas sociais, o direito romano e a administração urbana, não
apresentando inovações radicais em relação ao sistema técnico grego. A estabilidade técnica do
Império Romano será a causa de um movimento inovador, lento e fraco, mas constituirá uma forte
organização social e administrativa.

IDADE MÉDIA

Período que compreende a segunda metade do século XII até o século XIV, foi uma época de intensa
atividade técnica. A população aumenta consideravelmente, e o feudalismo se instala, as cruzadas
abrem as portas para do Oriente e o comércio de técnicas se mantém até o século XIII. No século
XIV, as tensões sociais aparecem com crashes financeiros, epidemias, e guerras intermináveis,
criando tensões que irão enfraquecer as inovações. A técnica é, nesse período, elemento de
reflexão, ao ponto de Gille propor a existência de uma “técnica didática”, em que a ciência começa a
sentir necessidade da técnica e a técnica da ciência, instaurando o germe da modernidade
tecnocientífica. O grande mérito dessa época está na disponibilidade crescente da energia utilizada.
A utilização das energias hidráulica e eólica é, a grande inovação no século XVIII.

O RENASCIMENTO

Fica conhecido como a era do maquinismo, que é formador de um sistema técnico demandante de
energia, fazendo do século XV o terreno de uma primeira revolução formado pela tríade bússola,
pólvora e imprensa. O renascimento vai caracterizar-se como uma radical revolução na razão, uma
revolução epistemológica que prepara o imaginário social para o surgimento da modernidade. Aqui,
radicaliza-se a fascinação pelo espírito de descoberta científico, a potência da razão prática, a crença
no ser humano como reordenador do cosmo pela ação técno-científica, a natureza como objeto de
livre conquista.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Começa a haver uma interpenetração da ciência na técnica (conhecimentos básicos de princípios


físicos, químicos e biológicos) e da técnica na ciência (instrumentos os mais diversos), embora a
máquina a vapor, símbolo maior desta época, tenha sido desenvolvida sem ajudas substanciais da
ciência. A mecanização industrial atinge um grande desenvolvimento e a técnica é pensada, ligada a
questão de uma economia política ( trabalho industrializado) com Marx. A partir daí a ciência e a
técnica vão ser ligadas, mais fortemente, à formação profissional. O interesse para a organização de
trabalho aparece com a formação das grandes unidades de produção industrial. A literatura técnica
atinge um desenvolvimento considerável.

TECNOCULTURA E MODERNIDADE

Nessa época o progresso é, então, compreendido como o deslocamento dos preconceitos e do


pensamento infantil para uma área sombria do espírito e o recentramento metafísico do homem,
colocado agora no centro do universo inteligível. Este sistema técnico moderno vai criar um
desconforto, o que Lewis chamou de mal-estar da civilização, e Guattari e Delauze de modo
esquizofrênico do capitalismo, misturado medo e excitação, contradições e paradoxos. No século
XVIII a ciência e a técnica ganham valores reconhecidos como dominantes: objetividade,
racionalidade instrumental, universalismo das aplicações e neutralidade.

Weber define a técnica moderna como a “colocação de meios orientados intencional e


metodicamente em função de experiências, reflexões. O que vai caracterizar a modernidade é, para
Habermas, a independência e a autonomia específica próprias às esferas da ciência, da moral, da
religião e da arte. Habermas vai mostrar como a ciência e a tecnologia vão se constituir em
ideologias na modernidade. Jacques propõe o conceito de sistema técnico para caracterizar o
conjunto da técnica moderna. Por ser autônomo e cego aos valores subjetivos, o sistema técnico
teria quatro característica. O progresso técnico é, daqui em diante, indiscutível, e não há escolha
entre dois métodos técnicos.

Cap. CONDIÇÃO PÓS-MODERNA E CIBERCULTURA

Modernidade significa um modo de pensar e julgar o tempo. A obra de M.Maffesoli é decisiva para
uma abordagem fenomenológica da sociedade contemporânea ocidental. Maffesoli, mostra como o
conceito de socialidade é definido em oposição àquele de sociabilidade. A socialidade marcaria os
agrupamentos urbanos contemporâneos, diferenciando-se da sociabilidade ao colocar ênfase na
tragédia do presente, no instante vivido além de projeções futuristas ou morais, nas relações banais
do quotidiano, nos momentos não institucionais, racionais ou finalistas da vida de todo dia.

O nascimento da razão filosófica, do logos como centro simbólico da civilização grega, é a


possibilidade de uma revolução na representação do tempo. A dimensão filosófica do presente é,
daqui em diante, o lugar privilegiado para entender e julgar o passado, preparando o futuro.

O simbolismo do mito, perde, com o nascimento da razão filosófica, a sua dignidade como principio
legislador e mobilizador da sociedade . Se a modernidade é um conceito filosófico, sua pregnância se
dá a partir do século XIX. Max weber define a modernidade como o processo de racionalização da
vida social no termino do século XVIII. Este processo abriu as vias para a industrialização e a
modernização global do Ocidente, sendo um processo global, integrando a economia capitalista, o
Estado Nação, a administração cientifica do trabalho e da produção, o desenvolvimento industrial e
tecnológico. A modernidade é inexoravelmente utópica, alimentando a esperança no controle, no
domínio e domesticação racional, cientifica e técnica das forças natural, como afirma Habermas.
Habermas não rejeita a modernidade. Ele pretende corrigir os rumos do racionalismo moderno.

Para o sociólogo alemão, o problema não é a razão, mas o predomínio da razão instrumental sobre
a razão substantiva. Através da razão comunicativa conseguiríamos chegar ao consenso, única
possibilidade de corrigir o processo filosófico da modernidade. A modernidade seria um projeto
inacabado. Habermas não rejeita a modernidade. Ele pretende corrigir os rumos do racionalismo
moderno. Para o sociólogo alemão, o problema não é a razão, mas o predomínio da razão
instrumental sobre a razão substantiva. Através da razão comunicativa conseguiríamos chegar ao
consenso, única possibilidade de corrigir o processo filosófico da modernidade. A modernidade seria
um projeto inacabado. Para o sociólogo alemão, o problema não é a razão, mas o predomínio da
razão instrumental sobre a razão substantiva. Através da razão comunicativa conseguiríamos chegar
ao consenso, única possibilidade de corrigir o processo filosófico da modernidade. A modernidade
seria um projeto inacabado.

A modernidade é a expressão da existência de uma mentalidade técnica, de uma tecnoestrutura e


de uma tecnocultura que se enraíza em instituições, incluindo toda a vida social na burocratização,
na secularização da religião, no individualismo e na diferenciação institucionalizada das esferas da
ciência, da arte e da moral. A ciência vincula-se ao desenvolvimento da tecnologia, a arte é retirada
de seu contexto religioso e passa a ser espetáculo, a moral é enquadrada na secularização
individualista da ética protestante e do espírito do capitalismo. No plano econômico e político, a
sociedade industrial, de produção de bens e serviços massivos, da utilização intensiva de energia, do
trabalho qualificado dos especialistas e da hierarquização socioeconômica dos donos do capital. O
espaço dividi-se em espaço privado, de liberdades individuais e em espaço publico, de dever cívico.

Na modernidade, o individuo é o consumidor. O individuo moderno é filho da filosofia das luzes. A


moral moderna estabelece-se assim, como secular, universalista e individualista, supervisionada pela
razão, estando, daqui em diante, em harmonia com as necessidades da sociedade capitalista
industrial.

O progresso é uma consequência da própria existência da história. Não há modernidade se não é


mais possível falar de futuro. O fim da história é o fim da modernidade.

Contemporâneo pós-moderno?

A ideia de pós-modernidade aparece as segunda metade do século XX com o advento da sociedade


de consumo e dos mass media, associados a queda das grandes ideologias modernas e de ideias
centrais, como a história, razão, progresso.

O termo pós-moderno aparece pela primeira vez, na esfera estética, em uma antologia da poesia
espanhola e hipano-americana de Federico de Osnis, em 1934.

Pós-modernidade é a expressão os sentimento de mudança cultural e social correspondente ao


aparecimento de uma ordem econômica chamada de pós-industrialismo, nos anos 40-50 nos EUA, e
em 1958 na França, com a 5ª Republica.

Para Daniel Bell, a pós-modernidade corresponde , exatamente, à fase pós-industrial da sociedade


de consumo, onde a produção de bens e serviços é modificada de acordo com as novas tecnologias
da informação.

A fase pós-industrial da sociedade não é a ruptura com a dinâmica monopolista de capitalismo, mas
uma radizalização do desenvolvimento de usa própria lógica.

Para Rouanet, a política pós-moderna seria “uma política segmentaria, exercida por grupos
particulares, política micrologica, destinada a combater o poder instalado nos interstícios os mais
imperceptíveis da vida quotidiana”.

Se o ano 2000 era “o” futuro para a geração do começo deste século, o “aqui e agora” é a única
saída para a geração do século que começa. Aqui vivemos a globalização do local e localização no
global.

A realidade social torna-se produto de processos de desmaterialização e de simulação do mundo,


impulsionados pelo desenvolvimento de máquinas de informação.
A ciência pós-moderna procura novas formas de consenso naquilo que o filosofo Frances chama de
“paralogia” A ciência moderna, de acordo com Lyotard, foi construída na síntese do discurso e do
empirismo, procurando o consenso, a eficiência, a certeza e o determinismo.

Em termos filosóficos, Nietzsche é o primeiro a produzir uma critica significativa da razão moderna e
do projeto apolíneo da modernidade, opondo a ordem moderna ao passado arcaico-dionisiaco da
força vital ao êxtase. O niilismo corresponde a uma revitalização de valores vitais da sociedade
contra o poder anestesiante da razão e da moral modernas.

Critica-se a superioridade da razão, da ciência e da técnica na modernidade ocidental.

Para Jameson, a pós-modernidade caracteriza-se por uma inversão do milenarismo e pelo fim das
grandes ideologias. Para Jameson, também a morte do sujeito, ou o fim do individualismo, é um dos
componentes mais importantes da pós-modernidade.

Para Kroker, a cultura pós-moderna pé vista como excesso, desperdício, despesa improdutiva.

A pós-modernidade é o terreno do desenvolvimento da cibercultura. Ela se caracteriza por uma


condição sociocultural que se inscreve nessa cena de pânico de que fala Kroker, instituindo uma
nova forma de relação espaço-temporal.

Na modernidade, o tempo é linear e o espaço é naturalizado e explorado enquanto lugar de coisas.


O tempo é um modo de esculpir o espaço, já que o progresso, a encarnação do tempo linear,
implica, a conquista do espaço físico. Na pós-modernidade, o sentimento é de compressão do
espaço e do tempo, onde o tempo real e as redes telemáticas, desterritorializam a cultura, tendo um
forte impacto nas estruturas econômicas, sociais, políticas e culturais. O tempo é, assim, um modo
de aniquilar o espaço. Esse é o ambiente comunicacional da cibercultura.

O ambiente comunicacional contemporâneo

Podemos dizer que a aventura das “Novas tecnologias de comunicação” teve seu boom não no
século XX, como pensamos comumente, mas no século XIX. Aqui, por meio de artefatos eletrônicos
(telegrafo, telefone, rádio, cinema) o homem amplia o desejo de agir a distancia d ambiguidade.

Os media podem ser considerados como instrumentos de simulação, formas técnicas de alterar o
espaço-tempo.

O que chamamos de novas tecnologias de comunicação e informação surge a partir de 1975, com a
fusão das telecomunicações analógicas com a informática, possibilitando a veiculação, sob um
mesmo suporte – o computador – de diversas formatações de mensagens.

Para o pensador canadense, McLuhan, os media modificam nossa visão do mundo. Ele mostrou
como a imprensa transformou o mundo cultural oral, da mesma forma como a eletricidade estaria
modificando o que ele chama de media do individualismo e do racionalismo, a imprensa de
Gutenberg.

Os novos media estariam favorecendo a tactilidade, o retorno à oralidade e à simultaneidade. Mais


ainda, se as tecnologias são prolongamentos de nosso corpo, próteses de nossos sentidos, os media
são extensão do nosso sistema nervoso central. Para McLuhan, a retribalização ao engloba “a grande
família humana em uma só tribo”, a aldeia global.
O multimídia, entendido tanto como vertente off-line (CD-ROM) como on-line (internet), é hoje o
exemplo mais claro dessa simultaneidade e convergência. Podemos dizer, como Pool, que os novos
media eletrônicos são “tecnologias da liberdade”. Por tecnologias da liberdade, Pool entende
aquelas que não se pode controlar o conteúdo, que colocam em questão hierarquias, que
proporcionam agregações sociais e que multiplicam o polo da emissão não centralizada.

Tornamo-nos não mais leitores, no sentido estrito, mas atores, exploradores, navegadores. A ação
não obedece necessariamente a percursos determinados a priori, mas pode ser feita por desvios,
conexões, adições, como uma forma de passeio pelo espaço cibernético.

O impresso é a tecnologia de individualismo que se lê (só) em silêncio, para si.

Podemos dizer que a dinâmica social atual do ciberespaço nada mais é que esse desejo de conexão
se realizando de forma planetária.

Com a contração do planeta pelos novos media digitais, transformamos-nos não numa única aldeia
global, mas em várias e idissincráticas aldeias globais, devido principalmente à implosão do mundo
ocidental pelo efeito das tecnologias microeletrônica.

A cibercultura será uma configuração sociotéccnica onde haverá modelos tribais associados ás
tecnologias digitais, opondo-se ao individualismo da cultura do impresso, moderna e tecnocrática.
Jean Baudrillard tem uma visão muito menos encantadora , vai propor que a, as novas tecnologias
digitais de comunicação, estaríamos diante não de uma retribalização mas de uma mera circulação
de informações. Esta nos faz indivíduos terminais que comutam entre si, sem nenhuma interação.
para baudrillard, o ciberespaço só permite simulação de interação e não verdadeiras interações.

O pensamento baudrillardiano é aquele do excesso: quanto mais trocados informações, menos


estamos em comunicação. Paul Virilio mostra que as novas tecnologias privilegiam o fluxo de dados
que circulam no ciberespaço de forma instantânea, sendo regidas, assim, pelo reflexo, e não pela
reflexão ou memória.

Para Baudrillard e Virilio, a existência contemporânea está imersa em uma espiral autodestrutiva.
quanto mais meios de comunicação temos ao nosso dispor, menos comunicamos.

A cibercultura é uma configuração sociotécnica de produção de pequenas catástrofes que se


alimentam das fusões, impulsões e simbioses contemporâneas; o usuário interativo da cibercultura
nasce do desaparecimento social (Baudrillard) e da implosão do individualismo moderno.

O grande mito da modernidade foi o sonho de uma sociedade de comunicação transparente, em


que a difusão da informação se dá através das redes cibernéticas. A ideia de uma comunicação
racional, instituindo uma sociedade iluminada e sem ambiguidades é, no fundo, um sonho
totalitário.

Os novos média (digitais) aparecem com a revolução da microeletrônica, na segunda metade da


década de 70, através de convergência e fusões, principalmente no que refere à informática e às
telecomunicações.

Os novos média permitem a comunicação permitem a comunicação individualizada, personalizada e


bidirecional.

Podemos dizer que, na evolução das vias da comunicação, vemos a passagem do modelo informal
da comunicação para o modelo da comunicação de massa e deste para o atual modelo de redes de
comunicação informadas. O modelo informal estabelece uma relação direta entre homem e o
mundo. A linguagem não representa o mundo; antes, ela é o novo mundo.

A cibersocialidade contemporâneo

A ciberculrura pela sociedade que nela atua, parece, antes de isolar individuos terminais, colocar a
tecvnologia digital contemporânea como um instrumento de novas formas de sociabilidade e de
vínculos associativos e comunitários.

A tecnologia, que foi durante a modernidade um instrumento de racionalização e de separação,


parece transformar-se numa ferramenta convivial e comunitária.

A cibersocialidade é a sinergia entre a socialidade contemporânea e as novas tecnologias do


ciberespaço.

A sociedade contemporânea

A sociedade é, para M. Maffffesoli, um conjunto de práticas quotidianas que escapam ao controle


social (hedonismo, tribalismo, presenteísmo) e que constituem o substrato de toda vida em
sociedade, não só da sociedade contemporânea, mas de toda forma social. É a sociedade que faz,
desde as sociedades primitivas, até as sociedades tecnologicamente avançadas. Maffesoli mostra
que existem momentos de uma determinada sociedade em que uma forma vai exprimir melhor a
cultura vigente.

A cibercultura vai se caracterizar pela formação de uma sociedade estruturada através de uma
conectividade telemática generalizada, ampliando o potencial comunicativo, proporcionando a troca
de informações sob as mais diversas formas, fomentando agregações sociais. O ciberespaço cria um
mundo operante, interligado por ícones, portais, sítios e home pages, permitindo colocar o poder da
emissão nas mãos de uma cultura jovem, tribal, gregária, que vai produzir informação, agregar
ruídos e colagens, jogar excesso ao sistema.

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