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Porto Alegre:
Sulina, 2015.
A história da técnica, segundo B. Gille, é uma disciplina que tem por objetivo estudar a lógica
evolutiva dos sistemas técnicos através de inovações e invenções de ferramentas, instrumentos e
maquinas ou, na terminologia de Simondon, elementos, indivíduos , conjuntos. Cada sistema técnico
é expressão de relações específicas entre a ciência, a filosofia, a sociologia, a economia e a política.
Ligado a complexidade das culturas, todo sistema técnico é marcado por incoerências, bloqueios,
paradoxos e conflitos, da antiguidade aos nossos dias.
AS ORIGENS PRÉ-HISTÓRICAS
De acordo com B.Gille, a origem do homem coincide com a origem da técnica. Os primeiros sistemas
técnicos instauram-se a partir de dois motivos principais: a potência dos deuses e a imitação da
natureza. A técnica é, nesse momento, uma arte, designando uma atividade prática manual e
material, de origem divina. A técnica pré-histórica nasce, assim, como desvio e imitação da natureza,
segundo moldes cedidos por deuses ancestrais. O sagrado e o profano se estabelecem. O primeiro
como qualidade do mundo e o segundo como mundo concreto, onde o homem pode agir através de
seus instrumentos. Na origem pré-histórica da técnica, o sagrado torna-se lugar do interdito, do
respeito e da transgressão, já que a técnica é vinculada ao profano. O modelo da técnica pré-
história.
É sem sobra de dúvida, o que vivemos na cibercultura, já que a civilização contemporânea mistura
temor e deslumbramento pelos objetos técnicos. A técnica sagrada (magia) pode ser traduzida como
um desejo do homem primitivo em obter de fundo. O pensamento mágico religioso, que funda as
primeiras técnicas, é o oposto do que compreendemos como razão instrumental moderna.
A civilização romana desenvolveu técnicas sociais, o direito romano e a administração urbana, não
apresentando inovações radicais em relação ao sistema técnico grego. A estabilidade técnica do
Império Romano será a causa de um movimento inovador, lento e fraco, mas constituirá uma forte
organização social e administrativa.
IDADE MÉDIA
Período que compreende a segunda metade do século XII até o século XIV, foi uma época de intensa
atividade técnica. A população aumenta consideravelmente, e o feudalismo se instala, as cruzadas
abrem as portas para do Oriente e o comércio de técnicas se mantém até o século XIII. No século
XIV, as tensões sociais aparecem com crashes financeiros, epidemias, e guerras intermináveis,
criando tensões que irão enfraquecer as inovações. A técnica é, nesse período, elemento de
reflexão, ao ponto de Gille propor a existência de uma “técnica didática”, em que a ciência começa a
sentir necessidade da técnica e a técnica da ciência, instaurando o germe da modernidade
tecnocientífica. O grande mérito dessa época está na disponibilidade crescente da energia utilizada.
A utilização das energias hidráulica e eólica é, a grande inovação no século XVIII.
O RENASCIMENTO
Fica conhecido como a era do maquinismo, que é formador de um sistema técnico demandante de
energia, fazendo do século XV o terreno de uma primeira revolução formado pela tríade bússola,
pólvora e imprensa. O renascimento vai caracterizar-se como uma radical revolução na razão, uma
revolução epistemológica que prepara o imaginário social para o surgimento da modernidade. Aqui,
radicaliza-se a fascinação pelo espírito de descoberta científico, a potência da razão prática, a crença
no ser humano como reordenador do cosmo pela ação técno-científica, a natureza como objeto de
livre conquista.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
TECNOCULTURA E MODERNIDADE
Modernidade significa um modo de pensar e julgar o tempo. A obra de M.Maffesoli é decisiva para
uma abordagem fenomenológica da sociedade contemporânea ocidental. Maffesoli, mostra como o
conceito de socialidade é definido em oposição àquele de sociabilidade. A socialidade marcaria os
agrupamentos urbanos contemporâneos, diferenciando-se da sociabilidade ao colocar ênfase na
tragédia do presente, no instante vivido além de projeções futuristas ou morais, nas relações banais
do quotidiano, nos momentos não institucionais, racionais ou finalistas da vida de todo dia.
O simbolismo do mito, perde, com o nascimento da razão filosófica, a sua dignidade como principio
legislador e mobilizador da sociedade . Se a modernidade é um conceito filosófico, sua pregnância se
dá a partir do século XIX. Max weber define a modernidade como o processo de racionalização da
vida social no termino do século XVIII. Este processo abriu as vias para a industrialização e a
modernização global do Ocidente, sendo um processo global, integrando a economia capitalista, o
Estado Nação, a administração cientifica do trabalho e da produção, o desenvolvimento industrial e
tecnológico. A modernidade é inexoravelmente utópica, alimentando a esperança no controle, no
domínio e domesticação racional, cientifica e técnica das forças natural, como afirma Habermas.
Habermas não rejeita a modernidade. Ele pretende corrigir os rumos do racionalismo moderno.
Para o sociólogo alemão, o problema não é a razão, mas o predomínio da razão instrumental sobre
a razão substantiva. Através da razão comunicativa conseguiríamos chegar ao consenso, única
possibilidade de corrigir o processo filosófico da modernidade. A modernidade seria um projeto
inacabado. Habermas não rejeita a modernidade. Ele pretende corrigir os rumos do racionalismo
moderno. Para o sociólogo alemão, o problema não é a razão, mas o predomínio da razão
instrumental sobre a razão substantiva. Através da razão comunicativa conseguiríamos chegar ao
consenso, única possibilidade de corrigir o processo filosófico da modernidade. A modernidade seria
um projeto inacabado. Para o sociólogo alemão, o problema não é a razão, mas o predomínio da
razão instrumental sobre a razão substantiva. Através da razão comunicativa conseguiríamos chegar
ao consenso, única possibilidade de corrigir o processo filosófico da modernidade. A modernidade
seria um projeto inacabado.
Contemporâneo pós-moderno?
O termo pós-moderno aparece pela primeira vez, na esfera estética, em uma antologia da poesia
espanhola e hipano-americana de Federico de Osnis, em 1934.
A fase pós-industrial da sociedade não é a ruptura com a dinâmica monopolista de capitalismo, mas
uma radizalização do desenvolvimento de usa própria lógica.
Para Rouanet, a política pós-moderna seria “uma política segmentaria, exercida por grupos
particulares, política micrologica, destinada a combater o poder instalado nos interstícios os mais
imperceptíveis da vida quotidiana”.
Se o ano 2000 era “o” futuro para a geração do começo deste século, o “aqui e agora” é a única
saída para a geração do século que começa. Aqui vivemos a globalização do local e localização no
global.
Em termos filosóficos, Nietzsche é o primeiro a produzir uma critica significativa da razão moderna e
do projeto apolíneo da modernidade, opondo a ordem moderna ao passado arcaico-dionisiaco da
força vital ao êxtase. O niilismo corresponde a uma revitalização de valores vitais da sociedade
contra o poder anestesiante da razão e da moral modernas.
Para Jameson, a pós-modernidade caracteriza-se por uma inversão do milenarismo e pelo fim das
grandes ideologias. Para Jameson, também a morte do sujeito, ou o fim do individualismo, é um dos
componentes mais importantes da pós-modernidade.
Para Kroker, a cultura pós-moderna pé vista como excesso, desperdício, despesa improdutiva.
Podemos dizer que a aventura das “Novas tecnologias de comunicação” teve seu boom não no
século XX, como pensamos comumente, mas no século XIX. Aqui, por meio de artefatos eletrônicos
(telegrafo, telefone, rádio, cinema) o homem amplia o desejo de agir a distancia d ambiguidade.
Os media podem ser considerados como instrumentos de simulação, formas técnicas de alterar o
espaço-tempo.
O que chamamos de novas tecnologias de comunicação e informação surge a partir de 1975, com a
fusão das telecomunicações analógicas com a informática, possibilitando a veiculação, sob um
mesmo suporte – o computador – de diversas formatações de mensagens.
Para o pensador canadense, McLuhan, os media modificam nossa visão do mundo. Ele mostrou
como a imprensa transformou o mundo cultural oral, da mesma forma como a eletricidade estaria
modificando o que ele chama de media do individualismo e do racionalismo, a imprensa de
Gutenberg.
Tornamo-nos não mais leitores, no sentido estrito, mas atores, exploradores, navegadores. A ação
não obedece necessariamente a percursos determinados a priori, mas pode ser feita por desvios,
conexões, adições, como uma forma de passeio pelo espaço cibernético.
Podemos dizer que a dinâmica social atual do ciberespaço nada mais é que esse desejo de conexão
se realizando de forma planetária.
Com a contração do planeta pelos novos media digitais, transformamos-nos não numa única aldeia
global, mas em várias e idissincráticas aldeias globais, devido principalmente à implosão do mundo
ocidental pelo efeito das tecnologias microeletrônica.
A cibercultura será uma configuração sociotéccnica onde haverá modelos tribais associados ás
tecnologias digitais, opondo-se ao individualismo da cultura do impresso, moderna e tecnocrática.
Jean Baudrillard tem uma visão muito menos encantadora , vai propor que a, as novas tecnologias
digitais de comunicação, estaríamos diante não de uma retribalização mas de uma mera circulação
de informações. Esta nos faz indivíduos terminais que comutam entre si, sem nenhuma interação.
para baudrillard, o ciberespaço só permite simulação de interação e não verdadeiras interações.
Para Baudrillard e Virilio, a existência contemporânea está imersa em uma espiral autodestrutiva.
quanto mais meios de comunicação temos ao nosso dispor, menos comunicamos.
Podemos dizer que, na evolução das vias da comunicação, vemos a passagem do modelo informal
da comunicação para o modelo da comunicação de massa e deste para o atual modelo de redes de
comunicação informadas. O modelo informal estabelece uma relação direta entre homem e o
mundo. A linguagem não representa o mundo; antes, ela é o novo mundo.
A cibersocialidade contemporâneo
A ciberculrura pela sociedade que nela atua, parece, antes de isolar individuos terminais, colocar a
tecvnologia digital contemporânea como um instrumento de novas formas de sociabilidade e de
vínculos associativos e comunitários.
A sociedade contemporânea
A cibercultura vai se caracterizar pela formação de uma sociedade estruturada através de uma
conectividade telemática generalizada, ampliando o potencial comunicativo, proporcionando a troca
de informações sob as mais diversas formas, fomentando agregações sociais. O ciberespaço cria um
mundo operante, interligado por ícones, portais, sítios e home pages, permitindo colocar o poder da
emissão nas mãos de uma cultura jovem, tribal, gregária, que vai produzir informação, agregar
ruídos e colagens, jogar excesso ao sistema.