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Evolução Biológica

Unicelularidade e Multicelularidade
A enorme diversidade de seres vivos resultou de um longo processo evolutivo; mas apesar
dessa diversidade todos eles são constituídos por um de 2 tipos de célula: eucariontes e
procariontes.

O planeta terra formou-se há 4600 Ma, os seus primeiros milhões de anos foram
caracterizados por um forte bombardeamento meteorítico. A partir daí, a temperatura
terrestre diminui o que propiciou a criação de moléculas orgânicas complexas que ao interagir
entre si terão originado agregados moleculares chamados protobiontes. O aumento da
complexidade destes protobiontes terá levado ao aparecimento dos primeiros seres vivos, que
seriam semelhantes a atuais procariontes. Os mais antigos registos fosseis datam 3500 Ma, e
são de procariontes filamentosos que se assemelham a atuais bactérias.

Dos procariontes aos eucariontes

Ao longo de milhões de anos, os procariontes foram diversificando-se, até surgirem os


primeiros seres capazes de realizar a fotossíntese (produziam o seu próprio alimento,
libertando O2 para a atmosfera) – as cianobactérias (Monera). A acumulação do O2
possibilitou a formação da camada de ozono; no entanto, como o O2 é muito reativo, tornou-
se tóxico para os seres incapazes de o utilizar – extinguiram-se seres anaeróbios e outros
adquiriram a capacidade de usar 02 para obter energia de uma forma mais rentável
(respiração aeróbia) – seres ancestrais às mitocôndrias.

Pensa-se que alguns procariontes tenham evoluído, aumentando a sua complexidade,


originando seres eucariontes.

Hipótese Autogénica
As invaginações sucessivas da membrana plasmática das células procarióticas ancestrais
originaram compartimentos e originaram as membranas internas dos seus organelos, ou seja,
o seu sistema endomembranar.

 Algumas invaginações envolveram o DNA formando o núcleo.


 Outros compartimentos membranas diferenciaram-se, originando organelos
membranas com funções especificas associados ao reticulo endoplasmático
(lisossomas, complexo de Golgi,…)
 Algumas porções de DNA abandonaram o núcleo e evoluíram no interior de
compartimentos membranares, originando as mitocôndrias e cloroplastos.

Argumentos a favor:

 Nas células atuais existe uma interação ao nível do sistema endomembranar.


 As membranas intercelulares são estruturalmente idênticas à membrana plasmática
(fosfolipídica).
 As membranas intercelulares das células eucarióticas mantêm a mesma assimetria que
se verifica na membrana plasmática:
o A face voltada para o interior dos compartimentos intercelulares é semelhante
à face externa da membrana plasmática.
o A face voltada para o hialoplasma é semelhante à face interna da membrana
plasmática.

Argumento contra:

Se os diversos organelos se formaram através de uma sequencia de invaginações da


membrana plasmática, e se alguns possuem DNA (cloroplastos e mitocôndrias), seria de
esperar que o DNA destes organelos, tendo migrado do núcleo, apresentasse uma estrutura
idêntica ao DNA nuclear, o que não acontece, pois o DNA dos cloroplastos e das mitocôndrias
não apresenta histonas.

Hipótese Endossimbiótica
 O núcleo e os sistemas membranares, resultaram de invaginações da membrana
plasmática. No entanto, este modelo apresenta uma explicação distinta para a origem
das mitocôndrias dos cloroplastos!
 Células procarióticas de maiores dimensões (células hospedeiras) teriam incorporado
outras de menores dimensões (endocitose), com as quais estabeleceram uma relação
de simbiose.
 As células endocitadas passaram a ser organelos, tendo o cloroplasto vindo da
incorporação de um ser procarionte fotossintético (semelhantes às atuais
cianobactérias), e as mitocôndrias de procariontes aeróbios e com grande capacidade
respiratória (bactérias).
Argumentos a favor:

 A simbiose é um processo comum na natureza, ainda hoje se verificam relações


endossimbióticas entre bactérias e alguns seres eucariontes.
 As mitocôndrias e os cloroplastos assemelham-se aos procariontes atuais em:
o Tamanho e forma.
o Dividem-se por um processo semelhante à bipartição das bactérias.
o Possuem 2 membranas: na interna localizam-se enzimas e sistemas de
transporte.
o Possuem ribossomas que são mais semelhantes aos das células procarióticas
do que com os ribossomas da própria célula eucariótica a que pertencem.
o Possuem um genoma que consiste numa molécula de DNA não associada a
histonas.
o Mecanismos celulares para a transcrição e tradução são semelhantes aos dos
procariontes.

Argumento contra:

Apesar de terem um genoma próprio, as mitocôndrias e os cloroplastos não têm autonomia


total – alguns dos genes necessários para o seu funcionamento estão presentes no núcleo da
célula eucariótica.

Vantagens da associação da célula hospedeira (anaeróbia e heterotrófica) com ancestrais de


mitocôndrias e cloroplastos:

 Maior capacidade de metabolismo aeróbio, num ambiente com a concentração de


oxigénio livre a aumentar.
 Maior facilidade em obter nutrientes, produzidos pelo endossibionte autotrófico.

A interdependência entre hospedeiro e endossibionte terá levado à formação de 1 único


organismo. Todos os organismos eucariontes possuem mitocôndrias, mas apenas os
autotróficos têm cloroplastos, o que leva a supor que a endossimbiose com os ancestrais das
mitocôndrias terá sido anterior à endossimbiose com os ancestrais dos cloroplastos.

Comparação entre os 2 modelos:


Semelhanças: explica-se o aparecimento do núcleo e dos organelos associados ao RE a partir
de invaginações da membrana celular de células procarióticas.

Diferenças na evolução dos cloroplastos e das mitocôndrias:

 Modelo Autogénico – defende a síntese destes organitos dentro das células.


 Modelo Endossimbiótico –defende que estes organelos tiveram origem sem seres
procariontes englobados por células hospedeiras.

Denominação:

 Modelo Autogénico – organelos formam-se no


interior da célula.
 Modelo Endossimbiótico – entrada de seres
procariontes na célula hospedeira
estabelecendo-se relações de simbiose.
Multicelularidade
Imaginando uma Terra povoada por seres unicelulares, procariontes e eucariontes, os
fenómenos de predação tiveram que aparecer. As células maiores teriam maior probabilidade
de sobrevivência, mas, obviamente, que o aumento de tamanho da célula mostrou-se incapaz
de fazer frente à sobrevivência, porque o aumento do tamanho da célula diminui a relação
área/volume o que acarreta dificuldades durante o metabolismo celular:

 Quando o volume da célula aumenta, a área da


superfície (membrana plasmática) não cresce ao
mesmo ritmo. Por exemplo se a célula aumentar
64 vezes, o aumento da área da membrana
citoplasmática é apenas de 16 vezes, o que
significa que há muito mais citoplasma, há muito
maior metabolismo e a membrana tem de realizar
maior quantidade de trocas em menos área do
que as células mais pequenas. Se as trocas entre
as células e o exterior não ocorrem com a rapidez necessária a célula morre.

Para ultrapassar esta limitação a solução foi a multicelularidade: o crescimento dos indivíduos
só pode ser assegurado pelo aumento de células e não pelo aumento do tamanho das
mesmas.

O primeiro passo para a multicelularidade terá sido a associação de organismos unicelulares


em colónias. Inicialmente todas as células coloniais desempenhavam a mesma função, mas
mais tarde algumas das células especializaram-se em diferentes funções. A diferenciação
celular, relacionada com uma função especifica e em que se verifica uma interdependência
estrutural e funcional das células, ter-se-á acentuado no decurso da evolução, originando seres
multicelulares.

A diferenciação celular conduziu ao surgimento de tecidos, os quais, ao longo do tempo, terão


originado órgãos e sistemas de órgãos. Admite-se assim que a progressiva diferenciação
celular conduziu ao aparecimento de organismos multicelulares.

Um exemplo de uma colónia é a Volvox, formada por células eucarióticas. Na colónia existem
células com função somática e outras reprodutoras. As somáticas têm flagelos e são
responsáveis pela nutrição da colónia e as reprodutoras, são maiores, pela reprodução. Apesar
da Volvox apresentar uma certa interdependência estrutural, a diferenciação celular reduz-se
aos gâmetas, sendo, portanto, um ser colonial e não um ser multicelular.

Vantagens:

 Maior diversidade, proporcionando uma melhor adaptação a diferentes meios.


 Diminuição da taxa metabólica, devido à diferenciação celular que permitiu a utilização de
energia de uma forma mais rentável.
 Maior independência relativamente ao meio exterior devido a uma eficaz homeostasia (o
organismo garante que o meio interno mantenha o seu equilíbrio face às alterações do
meio).
 Favoreceu o aparecimento de seres vivos de maiores dimensões.
Mecanismos de evolução
Fixismo
Os seres vivos atuais não sofreram transformações desde que apareceram; as espécies são
permanentes, perfeitas e imutáveis.

 Criacionismo – as espécies foram originadas por criação divina e, como tal, são
perfeitas e imutáveis.
 Geração Espontânea – acreditava-se que os seres vivos eram criados a partir de
matéria inanimada e que por uma força, se transformava em matéria viva.
 Catastrofismo – os seres vivos eram destruídos por catástrofes naturais, havendo de
seguida um novo povoamento de espécies existentes nesses locais desabitados. Deste
modo o catastrofismo explicava o surgimento de fosseis em alguns estratos, sem que
houvesse continuidade desses fosseis em estratos recentes.

Do fixismo ao evolucionismo
Lineu era fixista e foi considerado o pai da taxonomia uma vez que desenvolveu um esquema
de classificação dos seres vivos para revelar o plano de deus. Para isso foi necessário um
estudo pormenorizado da morfologia dos SV, o que permitiu conhecimento de semelhanças e
diferenças entre eles, sugerindo relações de parentesco, contribuindo para o estabelecimento
de ideias evolucionistas

Transformismo: Para Buffon as espécies derivam umas das outras por degeneração e esta
transformação era lenta e gradual, existindo espécies intermedias até às formas atuais. A
causa das transformações seriam as condições ambientais e a disponibilidade de alimento.

Uniformitarismo (Hutton): As transformações ocorridas na Terra aconteceram de forma


gradual, lenta e uniforme!

 As leis naturais são constantes no tempo e no espaço;


 Principio do Atualismo defende que “o presente é a chave do passado”. As causas que
provocaram determinado fenómenos no passado são semelhantes ás que provocam
os mesmos efeitos no presente.
 Os processos geológicos são lentos e graduais – Principio do Gradualismo (Leyll).
 Admitiu, a existência de fenómenos violentos como sismos e vulcões responsáveis por
alterações mais profundas

Evolucionismo
A diversidade de seres vivos resulta de um processo de modificação lento e gradual que as
espécies vão sofrendo, dando origem a novas espécies.

Teoria evolucionista: Lamarckismo


Lamarck admitia que os SV têm um impulso interior que lhes permite adaptarem-se ao meio
quando pressionados por alguma necessidade imposta pelo ambiente.

A causa responsável pela evolução é o ambiente e as necessidades dos SV.

 Lei do uso e desuso: A necessidade de adaptação ao ambiente faz com que hajam órgãos
mais utilizados e por isso desenvolvem-se, tornando-se mais fortes e vigorosos e outros
que deixam de ser utilizados permanentemente e vão enfraquecendo, diminuindo
progressivamente a sua capacidade para funcionar, até que finalmente desaparece.
 Lei da transmissão de caracteres adquiridos: Diz que as modificações dos indivíduos
produzidas ao longo da vida, resultantes do uso e desuso dos órgãos, são hereditárias
sendo por conseguinte transmitidas à descendência, passando de geração em geração
produzindo alterações morfológicas nas populações.

Contra:

As ideias de Lamarck foram muito contestadas e as principais críticas foram que a lei de
uso e desuso embora válida para alguns órgãos (exemplo os músculos quando não são
usados atrofiam), não explicavam todas as modificações e o facto de Lamarck considerar
que a matéria viva tinha uma predisposição natural para se tornar "melhor" legando as
modificações aos descendentes, lei da transmissão dos caracteres adquiridos, não se
confirma.

Atualmente sabe-se que só o material genético é transmitido á descendência, por essa


razão, se as alterações não tiverem escritas no código genético, obviamente que não
passarão para os descendentes.

Teoria evolucionista: Darwinismo


Fundamentos do Darwinismo:

 Dados geológicos: A leitura da obra de Charles Lyell, mais especificamente, a Teoria do


Uniformitarismo (princípio do atualismo e gradualismo) influenciou Darwin: assim como
acontecia com os fenómenos geológicos, também as espécies teriam evoluído lenta e
gradualmente, modificando as características presentes nalgumas espécies. Os fósseis e
fenómenos vulcânicos que Darwin tinha observado, contribuíram para a aceitação desta
teoria por parte dele, assim como a idade da Terra estimada na altura (vários milhões de
anos), que era considerada suficiente para permitir essa evolução lenta e gradual.
 Dados Biogeográficos:
o Existência de seres vivos semelhantes em regiões muito afastadas - Relativo a
Galápagos, Darwin concluiu que as ilhas foram provavelmente povoadas por seres
vivos vindos do continente americanos e que as características de cada ilha
condicionaram a diferenciação das espécies.
o Ocorrência de grande diversidade de seres vivos em zonas geograficamente
próximas - nomeadamente nas ilhas Galápagos onde encontrou 4 variedades de
tartarugas e 14 espécies de tentilhões. Verificou que existia uniformidade entre
todos os seres vivos o que o levou a perceber que deveria de haver uma ancestral
comum, mas também que haviam diferenças entre populações próximas o que o
levou a pensar que cada uma delas tivesse sofrido uma evolução condicionada
pelo tipo de ambiente particular em cada local.
 Dados Demográficos (Malthusianismo) –
o Num estudo demográfico de Thomas Malthus, tinha sido determinado que a
população humana tinha a tendência de crescer geometricamente, ao passo que
os recursos alimentares cresciam segundo uma progressão aritmética. Esta
relação, entre o crescimento populacional e os recursos alimentares, leva a um
excedente populacional e à escassez de alimentos o que leva à seleção natural,
eliminando os indivíduos com menos recurso, pela fome e pela doença.
o Darwin adaptou estas ideias às populações animais: admitiu que, embora as
populações tendam a crescer em progressão geométrica devido ao seu potencial
reprodutor, na verdade o número de indivíduos não aumenta muito de geração
em geração, sendo a curva de crescimento uma curva em S.
 Nem todos os animais se reproduzem.
 Falta de alimento e condições ambientais condicionam a sobrevivência
dos SV.
 Um grande numero de SV morre na luta pela sobrevivência, devido à
competição, predação, parasitismo.
 As doenças são responsáveis pela morte de um grande numero de SV.

A Seleção Natural, é responsável pela estabilidade das populações.

 Seleção Natural - Consoante os fatores ambientais, vão sobrevivendo e reproduzindo-se


os indivíduos com maior capacidade de sobrevivência naquelas condições, os mais aptos.
Os indivíduos que não apresentam características vantajosas vão sendo eliminados. Os
indivíduos mais aptos vivem durante mais tempo, reproduzindo-se mais e as suas
características vão sendo passadas de geração em geração. A seleção artificial permite
então uma lenta acumulação das características que ao fim de varias gerações, conduz ao
aparecimento de novas espécies.
 Seleção Artificial - Ao longo das gerações o Homem foi capaz de selecionar indivíduos
com características desejáveis, utilizando-os em cruzamentos previamente planeados. As
plantas e os animais assim obtidos, ao fim de algumas gerações, são diferentes dos seus
ancestrais selvagens.
 Variabilidade Intra especifica – os SV da mesma espécie apresentam características
diferentes.
Contra:

 Darwin não explicou a origem da variabilidade intraespecífica;


 Não conseguiu explicar a transmissão das características aos descendentes:
o O material herdado por um indivíduo era uma mistura, em partes iguais das
características (vantajosas) dos progenitores. Então, levaria à rápida uniformização
dos indivíduos, contrariando a sua teoria!...
o Por fim, recorreu à Lei da Herança das Características Adquiridas de Lamarck, o
que desacreditou a sua tese!

Comparação entre as 2 Teorias Evolucionistas


Contributos das diferentes áreas cientificas na fundamentação e consolidação do
conceito de evolução

1. Dados da Anatomia Comparada


Estudam-se semelhanças morfológicas/anatómicas entre SV.

Animais aparentemente diferentes apresentam semelhanças anatómicas, o que sugere a


existência de um ancestral comum, com um plano estrutural idêntico ao apresentado por
todos os seres vivos que dele terão derivado.

 Estruturas homólogas - órgãos que têm a mesma origem, a estrutura e posição, mas que
podem desempenhar funções diferentes - sofreram evolução divergente. As estruturas
homólogas são interpretadas como resultado da seleção natural sobre indivíduos que
conquistaram meios ambientais diferentes.
o Evolução Divergente – divergência de organismos a partir de um ancestral comum
que colonizou diferentes meios, ficando sujeitos a seleções naturais diferentes. No
novo meio são selecionados os organismos que apresentam características que os
tornam mais aptos nesse meio.

As estruturas homologas permitem construir árvores filogenéticas que traduzem a


evolução dessas estruturas em diferentes seres vivos. Evolução regressiva – os órgãos
homólogos tornam-se cada vez mais simples. Evolução progressiva – os órgãos
homólogos tornam-se cada vez mais complexos.

 Estruturas Análogas - órgãos que têm origem, estrutura e posição relativa diferente, mas
que desempenham a mesma função - sofreram evolução convergente. As estruturas
análogas são interpretadas como resultado de pressões seletivas idênticas sobre
indivíduos de diferentes grupos, mas que conquistaram meios semelhantes.
o Evolução Convergente – os indivíduos têm origens diferentes mas quando sujeitos
a condições ambientais semelhantes, foram selecionados os que apresentavam
estruturas que desempenhavam a mesma função, embora anatomicamente
diferentes.

 Estruturas Vestigiais: são estruturas atrofiadas, sem função evidente e sem importância
fisiológica em determinados grupos, enquanto que noutros grupos são desenvolvidas e
funcionais.
o As estruturas vestigiais fazem sentido, numa teoria evolucionista, como órgãos
que foram úteis a um ancestral comum. Consoante o meio, a seleção natural pode
favorecer indivíduos com determinados órgãos desenvolvidos que noutro meio
são perfeitamente dispensáveis. Nesse ultimo meio são favorecidas as formas que
têm esses órgãos atrofiados, mas que possuem, em compensação, qualquer
característica que os torna mais aptos.

2. Dados da Paleontologia
Estudam-se fosseis (vestígios de seres vivos que viveram em épocas geológicas diferentes).

 Permite fazer a reconstituição filogenética de determinado grupo através de arvores


filogenéticas – representação gráfica do percurso evolutivo de um determinado grupo,
partindo do seu ancestral até às formas atuais.
 Fosseis de formas intermédias ou sintéticas – apresentam características que existem em
pelo menos dois grupos de seres vivos da atualidade.
o Fosseis de Transição – formas intermedias que correspondem a pontos de
ramificação que conduziram à formação de novos grupos taxonómicos e permitem
construir arvores filogenéticas parciais.
(Ichthyostega – reúne características de peixes e anfíbios atuais e considera-se
que tenha feito a transição dos peixes para os anfíbios).

3. Dados da Embriologia
O estudo comparado de embriões diz-nos que para os mesmos estágios de desenvolvimento
existem semelhanças entre os indivíduos, sendo provável que haja um ancestral comum.

A Embriologia, ao permitir observar relações entre indivíduos que no estado adulto se tornam
por vezes impercetíveis, contribui decisivamente para o estabelecimento de relações de
parentesco.
4. Dados da Biogeografia
Analisa a distribuição geográfica dos seres vivos. Defende que as espécies tendem a ser mais
semelhantes quanto maior é a sua proximidade geográfica. Quanto mais distantes, maiores as
diferenças entre si, mesmo que as condições ambientais sejam semelhantes.

5. Dados da Citologia
Apesar das diferenças consideráveis que podem observar-se entre os seres vivos, os dados
microscópicos revelam que todos eles são constituídos por unidades estruturais, as células.

A célula é a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos e com processos


metabólicos semelhantes entre si, o que indica uma origem comum

6. Dados da Bioquímica
Os estudos bioquímicos tiveram recentemente um desenvolvimento notável, dando um
contributo fundamental para o estudo da evolução.

Consideram-se fortes argumentos a favor de uma origem comum para todos os seres vivos os
seguintes factos:

 Todos os Organismos são constituídos basicamente pelo mesmo tipo de biomoléculas


(prótidos, lípidos, glícidos, ácidos nucleicos, água, etc.);
 A intervenção do DNA e do RNA no mecanismo global da produção de proteínas;
 A universalidade do código genético que coordena a síntese proteica.

Embora todos os seres vivos apresentem as mesmas biomoléculas, os estudos bioquímicos,


dizem-nos que quanto maior a proximidade de grau de parentesco menores são as diferenças
existentes na sequência de a.a. numa proteína, o mesmo sucede à sequência de nucleótidos
da molécula de DNA.

Neodarwinismo
 Explica a origem da variedade intraespecífica das populações através de recombinações
genéticas (meiose e fecundação) e mutações.
 Explica a transmissão das características de geração em geração, através da
Hereditariedade (genética).
 A Seleção Natural é o mecanismo principal de evolução - é o meio que seleciona os SV
mais aptos.
 As grandes alterações nos SV resultam da acumulação de pequenas modificações que vão
ocorrendo ao longo do Tempo.
Variabilidade Genética
Cada individuo é portador de uma determinada cara genética, que lhe confere um
determinado conjunto de características. Quanto maior for a diversidade de indivíduos de uma
determinada população, maior será a probabilidade de essa população sobreviver se
ocorrerem alterações ambientais pois maior será a probabilidade de existirem indivíduos com
características que os tornem mais aptos para esse novo ambiente.

 Mutações – alterações bruscas do património genético podendo ocorrer a nível dos genes
(mutação genética) ou de porções de cromossomas (mutação cromossómica). A maioria
das mutações torna os indivíduos menos aptos ao meio, e tendem a desaparecer.
 Recombinação Genética - Quando falamos da reprodução sexuada, vimos que há uma
série de fenómenos que contribuem para a variabilidade, como seja:
o Na meiose, onde ocorre o crossing over (prófase I) e a repartição dos
cromossomas homólogos (anáfase I);
o Na fecundação em que se fundem dois gametas ao acaso, gerados pela meiose
dos seus progenitores.

Por estes motivos é praticamente impossível gerar dois seres exatamente iguais vindos
dos mesmos progenitores.

Populações como unidades evolutivas


Conceito de evolução deve ser aplicado a uma população e não a um individuo, pois este não
evolui.

Microevolução – foco das variações geração em geração, ou seja, em menor escala.

Fundo genético - ao conjunto de todos os genes presentes numa população num determinado
momento e a evolução corresponde à mudança deste fundo nas populações. Fatores que
podem alterar o fundo genético são:

 Mutações – As genéticas permitem o aparecimento de novos genes nas populações.


As cromossómicas podem suprimir, duplicar ou modificar grupos de genes.
 Migrações – Os movimentos migratórios conduzem a alterações do fundo genético
porque são responsáveis por um fluxo de genes entre as populações.
 Deriva Genética – é um fenómeno que ocorre em populações de pequeno tamanho e
que corresponde à variação do fundo genético devido ao acaso.
o Efeito fundador – ocorre quando uma parte de indivíduos de uma população
se desloca para uma nova área, transportando uma parte do fundo genético
da população original.
o Efeito gargalo – ocorre quando uma população sofre uma diminuição drástica
no seu numero devido a fatores ambientais e um determinado numero de
genes irá ser fixado e outros serão eliminados, não pela seleção natural, mas
por deriva genética.
 Cruzamento ao acaso – quando os cruzamentos ocorrem ao acaso (panmixia) permite
a manutenção do fundo genético. Se os cruzamentos não forem aleatórios
(apanmixia), ou seja, se na escolha do parceiro sexual houver tendência para
privilegiar determinadas características entre indivíduos portadores do mesmo
fenótipo, e o alelo associado a esse fenótipo tenderá a aumentar, alterando o fundo
genético da população.
 Seleção Natural – favorece um determinado fenótipo ao qual corresponde um
determinado alelo que terá tendência a aumentar. Seleciona um conjunto de genes
que confira características favoráveis aos indivíduos, tornando-os mais aptos para o
ambiente em que vivem. Temos, então, 3 hipóteses de seleção:
o Seleção estabilizadora: tende-se a reduzir a variação, criando-se uma
população mais homogénea. Acontece nas populações bem-adaptadas e onde
não se verificam modificações ambientais.
o Seleção direcional: quando ocorrem as mudanças ambientais, os indivíduos
selecionados são os que apresentam as características mais vantajosas.
o Seleção disruptiva: exerce-se em mais do que uma direção, simultaneamente.
favorece variantes nos dois extremos da distribuição. Esta ação evolutiva da
seleção natural pode conduzir ao surgimento de novas espécies.

 Seleção Artificial – Ao encorajar a reprodução de uns seres (com melhores


características) e ao impedir a reprodução de outros o homem realiza um processo
idêntico ao da natureza, mas mais rápido.

Lamarck VS Darwin VS Neodarwinismo

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