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quarta-feira, 2 de outubro de 2019 17:44

Nervo olfatório (I)


• Mando o paciente fechar os olhos e reconhecer o aroma que eu colocar diante de cada narina
(café, canela, cravo, tabaco, álcool)
• Excluir condições q impeçam o reconhecimento do odor (resfriado comum, atrofia de mucosa)
• Alterações clínicas deficitárias (hiposmia, anosmia) ganham + significado clínico pq dependem
de distúrbios neurológicos, como sífilis nervosa, fratura do andar superior da base do crânio,
neoplasia da goteira olfativa
• Existem alterações da olfação por lesões corticais (podem representar crises epiléticas
uncinadas (lesão do uncus hipocampal)
1. Parosmia -> perversão do olfado
2. Alucinações olfativas -> encontradas nas psicopatias
3. Cacosmia -> sensação olfativa desagradável na ausência de qualquer substância capaz de
originar odor

Nervo Óptico (II)


• Acuidade visual -> peço ao paciente p/ dizer o que vê na sala de exame (na parede, na mesa)
ou ler alguma coisa (teste de Snellen ou Rosembaun). Examino cada olho separado (pedindo p
ele fechar o q não está sendo examinado). Havendo acuidade visual diminuída, fala-se em
ambliopia. Quando abolida, chama-se amaurose. Ambas podem ser uni ou bilaterais e
costumam ser causadas por neurite retrobulbar, neoplasias e hipertensão intracraniana
• Campo visual -> sentado, mando o paciente olhar p/ um ponto fixo (meu nariz) na frente dele.
Texto os campos visuais dele (campimetria). Cada olho deve ser examinado separadamente.
Obs: campo temporal não fecho meu olho, campo nasal fecho meu olho!. Alterações
campimétricas podem ser causadas por neoplasias, infecções e desmielinização.
• Fundoscopia -> com o oftalmoscópio, avalio tecido nervoso (retina e papila óptica) e os vasos
(artérias e veias e capilares).
1. Palidez da papila significa atrofia do nervo óptico
2. Estase bilateral da papila (papiledema) -> hipertensão intracraniana
3. Modificações das arteríolas -> hipertensão arterial

Nervo Oculomotor (III), Nervo Troclear (IV) e Nervo Abducente (VI)


• São examinados em conjunto pois inervam os vários músculos q têm por função a motilidade
do globo ocular. Músculos reto medial, reto superior, reto inferior, oblíquo inferior e
levantador da pálpebra superior (n. oculomotor); músculo oblíquo superior (n. troclear) e
músculo reto lateral (n. abducente)
• Motilidade extrínseca -> faço o exame em cada olho separado, depois juntos. Peço q ele
desloque os olhos nos sentidos horizontal e vertical. No exame simultâneo acrescento a prova
da convergência ocular (aproximo aos poucos um objeto dos olhos do paciente)
1. ocorre estrabismo (horizontal ou vertical) por predomínio de um músculo por causa da
paresia ou paralisia do seu antagonista, e o paciente reclama de diplopia.
2. Causas + comuns de lesão do m. oculomotor são traumatismos, diabetes mellitus, aneurisma
intracraniano, hipertensão intracraniana e neoplasias da região selar

• Motilidade intrínseca -> o exame da pupila é feito em seguida ao estudo da motilidade


extrínseca dos globos oculares. Em ambiente escuro, o paciente olha p/ um ponto + distante.
Eu incido o feixe de luz numa pupila e observo a resposta nos 2 lados, p/ avaliar o reflexo
fotomotor direto (contração da pupila que fiz o estímulo) e o reflexo fotomotor consensual
(contração da pupila oposta). Em seguida, aproximo um objeto dos olhos e as pupilas se
contrairão normalmente (reflexo da acomodação)
1. Lesão unilateral do oculomotor -> pupila entra em midríase homolateral (midríase paralítica).
Pupila oposta normal.
2. Lesão bilateral da via aferente (fibras pupilomotoras q tão juntas com o nervo óptico) ->

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2. Lesão bilateral da via aferente (fibras pupilomotoras q tão juntas com o nervo óptico) ->
reflexos fotomotor direto e consensual abolidos e reflexo de acomodação preservado
3. Sinal de Argyll-Robertson -> miose bilateral, abolição do reflexo fotomotor e presença do
reflexo de acomodação. Causada por lesão na região periaquedutal, no mesencéfalo
4. Síndrome de Claude Bernard-Horner -> miose, enoftalmia e diminuição da fenda palpebral.
Causada por lesão do simpático cervical (traumatismo, neoplasia do ápice pulmonar, pós-
cirurgia cervical)

Nervo Trigêmeo (V)


• Raíz motora (nervo mastigador, inverva m. da mastigação -temporal, masseter, pterigóideos).
Avalio lesão unilateral da raíz motora por:
1. Atrofia das regiões temporais e masseterinas
2. Abertura da boca promove desvio da mandíbula p/ o lado da lesão
3. Ao trincar os dentes, noto debilidade do lado paralisado
4. Há dificuldade do movimento de lateralização da mandíbula

• Raíz sensitiva
1- Sensibilidade corneana (Reflexo córneo-palpebral) -> mando o paciente virar os olhos p/ o
lado oposto (p/ perceber o menos possível a prova) e passo uma mecha de algodão
suavemente entre a escrerótica e a córnea. Resposta normal é a contração do orbicular das
pálpebras
2- Alterações do trigêmeo podem ser por Herpes Zoster, traumatismo e neoplasias
3- Comprometida a raíz sensitiva, paciente vai referir dor limitada à área correspondente à sua
distribuição (neuralgia do trigêmeo ou trigeminalgia)
4- Trigeminalgia secundária vou encontrar alterações objetivas deficitárias de sensibilidade da
face, enquanto na essencial não estão presentes

Nervo Facial (VII)


• Peço ao paciente enrugar a testa, franzir os supercílios, fechar as pálpebras, mostrar os
dentes, abrir a boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma ou músculo cutilar do
pescoço. Uso soluções saturadas com sabores doce, amargo, salgado e ácido na língua p/ ser
identificadas pelo paciente, lavando a boca entre uma prova e outra (p/ avaliar o nervo corda
do tímpano, ramo do nervo intermédio, responsável pela gustação dos 2/3 anteriores da
língua)
1 Na paralisia unilateral observo lagoftalmia (olho fica sempre aberto), ausência do ato de
piscar, epífora, desvio da boca p/ o lado normal (sobretudo qd peço pro paciente mostrar os
dentes ou abrir amplamente a boca), incapacidade de contrair o platisma, p/ assobiar e
manter a boca inflada
2 Paralisia da face (prosopoplegia). Quando bilateral, é diplegia facial. 80% são chamadas a
frigore (ou de Bell) e têm caráter benigno. Causada por infecções virais q causam edema do
nervo, diabetes mellitus, neoplasias, otite média, traumatismos, herpes zoster, hanseníase
(pode ser ramuscular - apenas os ramos terminais são lesados)
3 Paralisia por lesão do nervo facial (paralisia infranuclear ou periférica) -> toda a face
homolateral é atingida
4 Paralisia por lesão da via corticonuclear ou feixe geniculado (paralisia central ou
supranuclear) -> somente a metade inferior da face contralateral é alterada! Este tipo é
causada por AVC e neoplasias cerebrais

Nervo Vestibulococlear (VIII)


• Raíz coclear -> diminuição gradativa da voz natural, voz cochichada, atrito suave das polpas
digitais próximo ao ouvido, prova de Rinne (aplicar o diapasão na região mastóide. Qd o
paciente deixar de ouvir boto próximo ao conduto auditivo. Se normal, ele vai perceber o som,
Rinne +. Transmissão óssea mais prolongada significa deficiência auditiva de condução,
Rinne -)
1- Alterações auditivas são representadas por sintomas deficitários (hipoacusia) ou de
estimulaçãp (zumbido, hiperacusia e alucinações).
2- Diminuição ou abolição da acuidade por transmissão aérea (tamponamento por cerume,
otosclerose)

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otosclerose)
3- Lesões mais comuns de lesão da raíz coclear são: Rubéola, neurinoma, fratura do rochedo,
intoxicação medicamentosa, síndrome de Ménière
4- Sintomas irritativos (zumbidos) podem ou não estar associados a déficit de audição, ou
depender de focos corticais (alucinações) ou ainda acompanhar a paralisia facial periférica
(hiperacusia)

• Raíz vestibular -> reconhecimento de nistagmo (movimentos oculares ritmados, rápidos e


lentos, pode ser espontâneo ou provocado e horizontal ou vertical), alterações da marcha
(lateropulsão p/ o lado da lesão), desvio postural, sinal de Romberg (desequilíbrio do corpo p/
o lado lesado) e provas calórica (água quente e fria) e rotatória (cadeira giratória)
1 As causas de lesões nessa raíz são as mesmas da raíz coclear
2 Acompanham náuseas, estado vertiginoso (incômoda e ilusória sensação de deslocamento do
corpo ou objetos), vômitos e desequilíbrio

Nervo Glossofaríngeo (IX) e Nervo Vago (X)


• São examinados juntos pela estreita ligação quanto à origem, trajeto e distribuição. O exame
do nervo X inclue o ramo interno do XI, que é motor, tem origem bulbar e se une em curto
trajeto ao nervo vago
• Lesão unilateral do glossofaríngeo -> distúrbios da gustação do 1/3 posterior da língua
(hipogeusia e ageusia)
• Lesão unilateral do IX e X -> desvio do véu palatinio p/ o lado normal, qd o paciente fala as
vogais "a" e "e", desvio da parede posterior da faringe p/ o lado normal (sinal da cortina) pela
cuidadosa estimulação, disfagia com regurgitação de líquidos pelo nariz e diminuição ou
abolição do reflexo do véu palatino
• Lesão isolada do nervo X q envolve apenas o ramo laríngeo recorrente causa disfonia e
rouquidão
• Causas + frequentes das lesões dos nervos IX e X, ou de seus ramos -> neuropatia diftérica,
neoplasia do mediastino, esclerose lateral, siringobulbia e traumatismo

Nervo acessório (XI)


• Inerva os m. esternocleidomastóideos e a porção superior do trapézio
• Lesão do acessório por traumatismo , esclerose lateral amiotrófica ou siringomielia tem como
consequência atrofia desses músculos, deficiência na elevação do ombro (trapézio) e na
rotação da cabeça p/ o lado oposto (esternocleidomastóideo) do músculo comprometido

Nervo hipoglosso (XII)


• Inspeciono a língua, q deve ser movimentada p/ todos os lados, estando no interior da boca ou
exteriorizada, forçando de encontro à bochecha e por fim, palpo-a p/ avaliar sua consistência
• Lesões unilaterais do hipoglosso-> atrofia e fasciculação da metade comprometida. Ao ser
exteriorizada, a língua se desvia p/ o lado da lesão. As vezes ocorre disartria p/ as consoantes
linguais
• Lesões bilaterais do hipoglosso -> atrofia, fasciculação, paralisia, acentuada disartria e
dificuldade p/ mastigar e deglutir.
• As causas das lesões desse nervo são as mesmas dos nervos IX, X e XI

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