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Gouna M* ag ce, OmeREO, Mmm Lobe Hes (Oy) it Ja adh ma OES. bane afse, 2011 capiTULO 1 A SANTA CASA DA MISERICORDIA DA BAHIA E A ASSISTENCIA AOS DOENTES NO SECULO XIX Conve seo tora conhecea stra de Sana Cats Misercriin aah sua rag com a sista sae da poplago de Sslvador do interior da ahi de outros contnentes, durante oslo XIX. O hospital, seus doetese relgiodesses com a cidade constuem o objeto de anise "BA poucosemtidoshintorigrfcos que rata des tematic, apes nts tore trem exert sobre a af sci das Santas Cass da Mise- ‘icra em Portugal eno Brasi. pesquisa nos aruivos da Miseriore Bain na reelou outro ul das eager entre a rmandade ea ocedade no eu XIX send algmasdessasqustes bordadas a sei: ‘ara no casroleitor com uma longs intro pasts quest sin teseque oreo setra Santa Cas a Mieriria Bian foi hegernica ro cuidado at doce a Bahia do sul XTX, ula de grandes ransorma. es plies ienieat? Qual eso pio std no Hospital da Mise ‘india Esse espago de cura constita realmente um lugar destinado aos scrs- ose indigentes? a —“Ciltivar a Caridade no coragéo, lembrar dos que lutavam pela paz fraternal, alvarosafrinento dos pres, vista os dents entrar o martes Fepesen tevamprecttos undamentadosnacaiade para com Deus vgentes Europa crit dead sul XI.A pate doe clos Xe XT - no context da vl ae _tocomercal dodescrvolvimentourbano.doawmentodemografco das errs, Aas epemias edo reviver do sentiment eligioso ~ multipliaram-se as obras decade lia, incuindo as Confraris da Miscricdrdia ~estaskimas na. qua Tidade de sociedad de socorrs mitus, tanto matriais como espirtuas, Em ‘ora sus auago estiveste iitads aoe membros da associa, as Misericondias estenderam as agdes de benefictnciaaospobresedoeates(Mollt,1989,p. 98-137) [A benefcénca coletiva era feta por meio de distribuico de esmola,criaglo © fe Bt ‘manutengio dehospitas legades as pobre ou i instituigdes, ibertagiode ce ‘ives, sepultamento de pobres, entre outrasagbes. Ness periodo, chamao Re- ‘volugioda Caridad muitasinsituigbeshosptalares foram criadss por aicose administadas pela great Além disso, assstenciaismo so pobre e a0 doente foi sacralirado ea doutrina da cardade materalizou-s na forma de instituiaes de caridade ‘A Peninsula Ibérica em particular, Portugal no consticuiram excegSo @ esse modelo eas confess proliferaram em fins do Século X11. Os pobres fo am os benficiris da asisténcae da caridade, mas no formavam um grupo hhomogéneo. No raise do séeuo XV, subdividiam-se em pobres envergonados, Adoenes, peregrinos, mendigos,eneitados,presos #eativos,vidvas e donzelas (64,1995 1997. Isabel dos Guimares Si (p. it) diferencia asiténcia ecardade nessepe- od: a primeira erainsticuciona,organizada elas confariase pelos hospitais, + enquanto a segunda ers individual, de pessoa «pessoa. 0 que ambasapresenta- ‘vam em comum era ocariterreligioso edevocional,emborafossem msjoritaria rentelaias, medieval de conftarias voltadas ao pobre e pobreza crioa ima no dever cristo de socorrer 0 mals necesltados. Esse mode- IWinsprou, a partir do século XVI, a eragio das Santas Casas da Miserisérdia portuguesa, matizadas, contd, por tras relagbes, a exemplo da arteslagio nie Ieteja, monarquiae podereslocai. A implantagio ea rp expansi das ~ Mverioratas 59 Fenado de D. Manuel, leque de competéncia assstencias, torn im como aatribuigh a estas d€ um sn-nasconfraria mais poderosa de ‘Porteigabaotongo da Idadle Moderna. ae AS MISERICORDIAS E A ASSISTENCIA: ALIANCA ENTRE MONARQUIA E PODERES LOCAIS ‘Acssistncia em Portugal entre os séculos XV e XVII assentou-se na perceria ‘entre realezae poderes locas. 0 mais cantundente exemplo desse mo foi 8 fandagéo da Santa Casa da MisercSrdia de Lisboa, em 1498, uma confrria Iai, devocional e de protego répa.Rssairmandade foi a que mais recebeu rivilgios ease, até oséculo XVIII, do enfrentou concorréncia. Semehante rr composisio de asistencia gerida em escal local, mas sob a ttela do poder cen tral, articulou a sociedade ais para executar os servos de protege amparo «da populagiae, em particular, a adminstragio dos hosptas. ‘As Misericdrdas tomaram a sew cargo Socorro aos pabres, 20s dros, 208 presos, is vivas, as peregrinos e aos doentes, uma vez que tis agBes faziam parte da finaidade dessas confraras,conforme se constata no Compromisso de 1516 da Santa Casa da Miserirdia de Lisboa, que forneceu modelo para 38 demais Misericérdias,incluindo-seno rola Miserierdia da Bahia. Cabia a lemandade pavtar suas ages em sete obras espirtugis (ensinar aos simples, dar bbom conselho a quem pede, castigar com caridade os que erram, consolar os tristes, perdoar a quem errou,sfrer as injirias com paciénciae rogar a Deus pelos vvos e pelos mortos e sete obras corporas (remireativos evisitar os resos, curar os enfermos, cobrir os nus, dar de comer a famintos, dar de be ‘ber a quem tem sede, dar pousada aos peregrinosepobres eenterrros finados) (tance! 1988 1989), -Embora as Santas Casts extvessem irmanadas nos mesmos objetivos, cons tituiam unidades locas independent entre si. Semelhanteearacteristca fo sa lutar pars o Estado portugués impedindo que essasconfraris criassem corpo politico independente dentra da sociedade portuguesa ~ a monarquia sempre fez questio de lembrar que, acima de qualquer Misericérdia, estava 0 Estado (Abreu, 2002) ‘Para Laurinda Abreu (2000), a implantagio das Misricérdis obedeceu a ois modelos dstntos: a primeieo vigente nas ihasatintcas, no norte da Ai ca € no Oriente, acompanhou a acupacdo pelos portuueses de espasos ainda tal dominados, 0 segundo, implantado no Brasil e na Costa Africana, seguis

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