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Educação Brasileira
Revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras
revista@crub.org.br
Volume 29
Números 58 e 59
Janeiro/Dezembro 2007
CDU 37(05)
CDD 370.5
DIAGRAMAÇÃO
Wagner Freitas Souza
CAPA
Edson Fogaça
DISTRIBUIÇÃO E DIVULGAÇÃO
Maria Franklin de Andrade
TEMA
MEMORIAL
ARTIGOS
INOVAÇÃO / RENOVAÇÃO
GESTÃO ESCOLAR
5
Planejamento estratégico como instrumento de gestão
escolar
Cátia Deniana Firmino Perfeito ........................................................ 49-61
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PRÊMIO
6
EDITORIAL
7
Na seqüência, Planejamento estratégico como instrumento de
gestão escolar, artigo elaborado por Cátia Deniana Firmino Perfeito,
traz ao campo do debate acadêmico a gestão escolar à luz do planeja-
mento estratégico. A autora justifica essa modalidade de administração
como ferramenta indispensável para tornar a instituição universitária
dinâmica e competitiva. Aponta ainda a origem e a evolução do concei-
to de Planejamento, chegando ao Planejamento Estratégico, os desafi-
os que se apresentam ao gestor escolar e, por fim, mostra como a
Academia incorporou metodicamente esse instrumento de gestão.
Educação a distância: um modelo acadêmico – escrito por
Pedro Ronzelli Júnior, José Augusto Pereira Brito e Solange Giardino.
Tema muito em voga, tendo como foco a Universidade Mackenzie. Os
autores desenvolvem ações que contribuem para o fortalecimento de
projetos dessa universidade, caso do eMack, do Mack Virtual, que
dispõem de um espaço interativo on-line para atender às demandas de
estudantes que vêem na Educação a Distância uma alternativa de se
qualificarem para o mercado de trabalho.
Fazendo uma interface com o tema anterior – educação a dis-
tância –, Tania Scuro Mendes, em dupla participação na presente edi-
ção da revista Educação Brasileira, traz à tona o seu artigo Interven-
ções educativas em ambientes virtuais: investigando possibilida-
des metodológicas. É um trabalho que envolve catorze docentes que
atuam em disciplinas de graduação, mediante EaD virtual, e treze insti-
tuições de ensino superior da Grande Porto Alegre.
Como último tema, o artigo de Alina Corrêa – OpenCourseWare
(OCW) Universia: oportunidade para docentes da Ibero-América
– elucida como se dá a socialização do conhecimento do OCW e o
impacto da internet no ensino superior. A autora lista alternativas que
alteraram profundamente as formas de produção, de apuração, de ge-
ração e distribuição da informação no ambiente universitário.
Encerrando a edição desta revista, e dando continuidade a publi-
cações de temas emblemáticos, o Conselho de Reitores abre espaço
para a divulgação da 3ª edição do prêmio Construindo a Igualdade
de Gênero, uma iniciativa da Secretaria Especial de Políticas para as
8
Mulheres (SPM), em parceria com o MCT, CNPq, MEC e Fundo de
Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).
Com este número, o Conselho de Reitores atualiza a publicação
da revista Educação Brasileira, nas edições impressa e eletrônica.
9
TEMA
Suely Vilela1
Resumo / Abstract
1
Professora Titular do Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e
Bromatológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da Uni-
versidade de São Paulo (USP), e Reitora da USP .
4 5. 0 00
4 0. 0 00
3 5. 0 00
3 0. 0 00
55 %
2 5. 0 00 5 3%
5 6%
2 0. 0 00
1 5. 0 00
5 4%
1 0. 0 00
5. 0 00
0
S ã o P a ul o S u de ste
90 . 00 0
80 . 00 0
70 . 00 0
60 . 00 0 4 7. 9 07
5 0. 8 42
50 . 00 0 17 . 2 75
40 . 00 0 3 2. 0 48 27 . 86 4
1 0 .0 9 7
30 . 00 0
20 . 00 0 1 2 . 88 1
10 . 00 0
0
G RA DU A Ç Ã O P Ó S -G R A D U A Ç Ã O
U SP U N IC A M P UN E S P TO TA L
Survey of Earned
Número Doctorates,
de Doutores, 2004
2004
2005
Brasil EUA Doutores
USP 2.266
Unicamp U. CA, Los Angeles 873
664
U. CA Berkeley 802
U. TX - Austin 716
U. MI 711
U. WI -Madison 664
U. CA Los Angeles 651
U. MN 644
Stanford U. 642
U.IL Urbana Champaign 637
PA State U., The 606
Unesp 605
OH State U., The 591
MIT 581
U. FL 574
Harvard U. 510
Fonte: NSF/NIH/USED/NEH/USDA/NASA, 2005 Survey of Earned Doctorates
Fonte: [15]
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INOVAÇÃO / RENOVAÇÃO
CONHECIMENTO, INOVAÇÃO E O NOVO PAPEL
DAS UNIVERSIDADES
Resumo
1
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dorilda Grolli1
Lauraci Dondé da Silva2
Tamara Polenz3
Tania Scuro Mendes4
Resumo / Abstract
1
Docente e Pesquisadora da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Doutora em
Filosofia. dgrolli@terra.com.br
2
Docente, Pesquisadora e Diretora da Doep/Ulbra; Doutora em Educação.
lauracid@ulbra.br
3
Docente e Pesquisadora da Ulbra, Mestre em Educação. pesquisadoep@ulbra.br
4
Docente e Pesquisadora da Ulbra, Doutora em Educação. pesquisadoep@ulbra.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Resumo / Abstract
1
Aluna especial do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Católica de
Brasília, Professora do Ensino Fundamental da Secretaria de Estado de Educação do
Distrito Federal. catiaperfeito@yahoo.com.br
I INTRODUÇÃO
2
Cf. Lück, Heloisa. A aplicação do planejamento estratégico na escola. Gestão em
Rede, Brasília, n. 19 , p. 8-13, abr. 2000. “Autonomia, no contexto da educação,
consiste na ampliação do espaço de decisão, voltada para o fortalecimento da escola
como organização social comprometida com a sociedade, tendo como objetivo a
melhoria da qualidade do ensino” (p. 21).
IV PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
2 Diagnóstico
4 Objetivos estratégicos
5 Plano operacional
6 Questões estratégicas
7 Metas
8 Plano de ação
9 Controle/avaliação
V CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Resumo / Abstract
1
Parte da monografia dos autores apresentada no Curso de Estratégia e Gestão de EaD
da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, SP, 2007.
2
Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Fitotecnia, Especialista em Gestão e
Liderança Universitárias, Especialista em Estratégia e Gestão de EaD, Vice-Reitor da
Universidade Presbiteriana Mackenzie. vicereitoria@mackenzie.br
3
Engenheiro Civil, Mestre em Engenharia e Doutor em Ciências da Comunicação,
Especialista em Engenharia de Computação e em Estratégia e Gestão de EaD, Geren-
te de Tecnologia da Informação do Instituto Presbiteriano Mackenzie.
brito@mackenzie.br
4
Psicóloga; Mestranda em Educação, Arte e História da Cultura; Especialista em
Estratégia e Gestão de EaD; Coordenadora de EaD do Instituto Presbiteriano
Mackenzie. solangegiardino@mackenzie.br
1 INTRODUÇÃO
2 A INSTITUIÇÃO
4 PÚBLICO-ALVO
5 ANÁLISE ESTRATÉGICA
vez que a UPM poderá ocupar seu espaço (market share) na oferta
de cursos em EaD no mercado brasileiro.
A velocidade de mudanças das tecnologias evidencia um cenário
com variáveis de características imprevisíveis e inevitáveis, presentes
em todo o contexto da educação, permeada por novas tecnologias, o
que ocorre também no ensino tradicional, apresentando-se como a mais
forte das Ameaças ou Fatores de Risco. Dependendo de como o as-
sunto for tratado institucionalmente, isso pode causar instabilidade e
perda de competitividade na oferta de cursos. A este cenário estão
associados custeios e investimentos crescentes em infra-estrutura, equi-
pamentos, sistemas, suporte técnico, entre outros, bem como custos de
contínua capacitação de todos os atores organizacionais envolvidos, quais
sejam, pessoal administrativo e corpo docente. Do mesmo modo, modi-
ficações na legislação por parte de governos local, estadual e federal,
ou de seus órgãos certificadores e reguladores, podem trazer instabili-
dade representando Ameaças ou Fatores de Risco.
6 PORTFÓLIO DE CURSOS
7 TECNOLOGIAS NA INSTITUIÇÃO
9.1 Alunos
9.3 Pólos
9.4 Cursos
9.5 Conteúdos
9.8 Capacitação
9.9 Equipes
9.9.7 Facilitador
11 RESULTADOS
12 AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alina Corrêa¹
Resumo / Abstract
1
Diretora-Geral do Univesia Brasil. Formada em Filosofia e Arquitetura pela Univer-
sidade de São Paulo (USP); Mestre em Administração Mercadológica pela Escola de
Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp);
Moot corp pela Universidade do Texas, Austin; MBA em International Business
pela Escuela Superior de Administración y Dirección de Empresas (Esade), Barcelo-
na, Espanha.
INTRODUÇÃO AO OPENCOURSEWARE
A PALAVRA-CHAVE: COLABORAÇÃO
O OCW E O UNIVERSIA
FUNCIONAMENTO DA PLATAFORMA
OpenCourseWare-MIT:
OpenCourseWare no mundo:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
WEBGRAFIA
http://www.ocwconsortium.org/
http://ocw.universia.net/
Resumo / Abstract
1
Mestre e Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), Professora na graduação e pós-graduação da Universidade Luterana do
Brasil (Ulbra), Canoas, RS.
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Intervenções educativas em ambientes virtuais: investigando
possibilidades metodológicas
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Tania Scuro Mendes
A REDE TEÓRICA
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possibilidades metodológicas
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Tania Scuro Mendes
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possibilidades metodológicas
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Tania Scuro Mendes
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Intervenções educativas em ambientes virtuais: investigando
possibilidades metodológicas
2
Justificamos a amostra, constituída por quatorze sujeitos, apenas, devido a pesquisa
requerer uma análise pormenorizada das falas e das posturas educativas dos partici-
pantes.
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Tania Scuro Mendes
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possibilidades metodológicas
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Tania Scuro Mendes
3
Araújo (2005) adverte que o instrutor deve limitar sua participação para, aproximada-
mente, um quarto ou até metade do material on-line, provendo contexto para discus-
são e dando ganchos para comentários, bem como ser rápido em responder aos
alunos, quer por mensagem pessoal, quer frente ao grupo.
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Tania Scuro Mendes
4
Segundo Schaff (1992), assistimos a duas grandes revoluções da interação humana
com a tecnologia. A primeira pode ser situada entre o final do século XVIII e início do
século XIX, quando se substituiu a força física do homem pela energia das máquinas.
Hoje, temos a segunda revolução, caracterizada pela ampliação das capacidades inte-
lectuais através da tecnologia.
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Intervenções educativas em ambientes virtuais: investigando
possibilidades metodológicas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
118 Educ. bras., Brasília, v. 29, nos. 58 e 59, p. 101-121, jan./dez. 2007
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Intervenções educativas em ambientes virtuais: investigando
possibilidades metodológicas
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Tania Scuro Mendes
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PRÊMIO
Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Nilcéia Freire
Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Resumo / Abstract
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
APRESENTAÇÃO
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
CATEGORIA GRADUADO
Resumo
1
Os artigos científicos e as redações encontram-se disponíveis no endereço:
http://www.cnpq.br/premios/2007/construindo_igualdade/index.htm
2
Licenciada em História pelas Faculdades Jorge Amado; Doutoranda em História pela
Universidade de Burgos; Coordenadora de Apoio a Projetos, Programas e Conselhos
da Secretaria Municipal de Assistência Social de Alagoinhas, BA; Assessora de Pro-
jetos Sociais da ONG Centro de Formação Talita; integrante do Núcleo de Pesquisa
e Estudos sobre Juventude, Identidade, Cidadania e Cultura (NPEJI), alocado ao
Mestrado em Família na Sociedade Contemporânea da UCSal.
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Palavras-chave
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Resumo
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
ser salvaguardada.
Nosso intuito será explicitar que as características dominantes
herdadas da ciência moderna positivista – racionalidade, objetividade,
abstração, análise quantitativa e neutralidade axiológica – têm sido cul-
turalmente associadas ao rigor e à masculinidade, ou seja, que essas
categorias supõem valores sexistas androcêntricos. Enquanto isso, ou-
tras formas ou abordagens do conhecimento, que têm sido sistematica-
mente alijadas da instância oficialmente considerada como ‘científica’,
carregam um viés para a cooperação, as análises qualitativas e verbais,
a concretude e o comprometimento explícito com valores. Estas pro-
postas têm sido associadas à vagueza, à imprecisão teórica e à femini-
lidade.
Estas metáforas são assimétricas, na medida em que o dualismo
masculino/feminino é hierárquico: atividades, valores e métodos associ-
ados ao gênero masculino seriam ‘objetivos’ e, conseqüentemente,
universalizáveis, ao passo que seus correlatos vinculados ao gênero
feminino seriam ‘subjetivos’ e, portanto, deveriam restringir-se ao âm-
bito do particular e do específico. Assim, triunfa o rigor (hardness) da
ciência masculina sobre a imprecisão e a vagueza (softness) das abor-
dagens, métodos e valores alternativos – ‘femininos’.
No âmbito socioeconômico, é justamente a essa tarefa que se
propõe a Economia Feminista: revelar esses efeitos perversos e essas
relações desiguais de poder. Ou seja, a crítica feminista à Economia
que discutiremos nesse trabalho pretende reconceitualizar aquelas ca-
tegorias nada neutras com as quais se define, se mede e se estuda o
fenômeno econômico na teoria neoclássica, colocando em questão a
suposta objetividade que o modelo tradicional reclama possuir. Além
disso, ela também se propõe a desenvolver novas perspectivas e novas
formas de ver o mundo social e econômico que permitam tornar visível
o que tradicionalmente a disciplina mantém como oculto.
Palavras-chave
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Resumo
1
Doutoranda em Educação pela UFMG e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas
em Currículos e Culturas (GECC) da Faculdade de Educação da UFMG.
2
Professora da Faculdade de Educação da UFMG, Coordenadora do GECC e
Orientadora da pesquisa que subsidia este trabalho.
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Palavras-chave
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Resumo
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Resumo
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Palavras-chave
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MENÇÃO HONROSA
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
“De quem é a culpa, mãe? Minha? Sua? De quem? Sei que não
sou a primeira, e muito menos a última a passar por isso. Sei que, como
eu, existem muitas Marias do Nascimento por aí! De quem é a culpa?
Desse bando de políticos que desviam verba do país? Desse bando de
‘patricinhas e mauricinhos’ que não sabem nem fritar um ovo, torram o
dinheiro dos pais e ainda por cima reclamam por só terem ido aos 39
dos 40 Micaretas do ano? Será que os culpados são os machistas no-
jentos que batem em suas mulheres? Ou será que a culpa é dos pais
que largam os filhos ao ‘Deus dará’ para encher a cara de cachaça?
Que dão um pacotinho de baseado, crack e maconha pro filho ir fazer
uma entrega na boca de fumo ali do lado? DE QUEM É A CULPA,
MÃE? Eu só queria ter meu próprio negócio. Minha grife de moda...
Por que aquela indústria me recusou, mãe? Por quê? Eu era muito mais
inteligente e prestativa que aquele retardado do Jorge que foi contrata-
do! Por que não eu? Por que eu sou MULHER? Por que eu sou NE-
GRA? Foi por isso? Esse emprego era a minha única oportunidade de
aprender como se gerencia uma grande empresa, e ainda juntar um
bom dinheiro... Seria perfeito!
Será que se, hoje, eu fugisse e tentasse mais uma vez eles me
dariam uma chance? Quer saber? Se não me aceitaram enquanto jo-
vem e bonita, com certeza não vão me aceitar maltrapilha, marcada e
estuprada.
Mãe, diga para mim: qual é o sentido da vida? Diga-me, pois já
esqueci. E pensar que nesse exato momento existem pessoas rindo,
dançando, sonhando com um futuro brilhante...
Ele me achou. Ouço seus passos. Vai me matar, eu sei. Mas isso
não importa mais. Agora estou calma. Já estou morta. Quer dizer, eu
não morri para o mundo; o mundo é que morreu para mim.”
***
“Querido diário, hoje saí cedo de casa para ir à praia com minhas
amigas. Chegando lá, notei que um homem bonito e bem vestido me
olhava. Passados alguns minutos, ele se aproximou e me entregou um
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
cartão. Olhei para ele, sorri e agradeci. Quando ele se afastou, amassei
o cartão e o joguei no lixo. Se tivesse sido ontem, talvez até aceitasse.
Mas, hoje, não aceitaria tal convite de modo algum! Não depois do
sonho que tive”.
Já sei! Está se perguntando o que estava escrito no cartão, não
é?! Pois bem, vou te contar. Nele, lia-se: “Agência de Modelos, ve-
nha realizar seu sonho e se tornar uma mulher poderosa!”
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Sou uma simples Maria, uma Maria como tantas outras, casada,
40 anos, cinco filhos lindos e um marido. Moro no subúrbio de uma
grande cidade, e meu trabalho consiste em tentar pôr em ordem minha
casa e fazer com que meus filhos freqüentem a escola, apesar das
dificuldades de comprar caderno e lápis para eles. Meu marido trabalha
na construção civil, metade do seu salário vai para o boteco da esquina.
Ou seja, tenho que me virar nesse mundão de Deus com o pouco de
dinheiro que me resta.
Tempos atrás, meus filhos já tinham ido para a escola, eu colo-
quei a roupa suja na bacia e estava indo para a “biquinha” ali embaixo,
quando comecei a ficar meio tonta. As pessoas, as crianças, as casas,
os postes, tudo começou a girar. Depois disso, comecei a cair e, a partir
daí, parece que pousei em outro lugar, numa outra época, em outro país.
Ao passar por onde estava comecei a lembrar de tudo que eu já
tinha lido no livro de História do meu filho mais velho (meu sonho era
ser professora de História). Parecia que estava numa cidade medieval,
numa época de guerra. Eu via homens saindo para a luta, e suas mulhe-
res sendo deixadas em casa com cintos de castidade, e eles levando as
chaves dos cadeados. As mulheres ficavam ali, sem ação, esquecidas
com aquele metal desconfortável no meio de suas pernas.
Continuando minha caminhada, fui transportada para uma praça. Vi
uma mulher pregada num toco bem no centro e com um monte de madeira
em sua volta. Fiquei aterrorizada com aquilo, e havia um homem dizendo
que tal mulher era uma bruxa que estava elaborando em seu esconderijo
planos terríveis contra a amada Igreja deles. Simplesmente colocaram fogo
em sua volta – ela ficou ali no meio esperando para se tornar carvão –,
enquanto as pessoas batiam palmas e gritavam.
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
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Terceira edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Unidade da
Candidatos (as) Escola
Federação
Jones Pedro Gomes Escola Estadual Dr. Antônio
ALAGOAS Gomes de Barros – Novo Lino –
AL
Raul Holanda Oliveira EEFM Deputado Joaquim de
CEARÁ Magalhães Figueiredo Correia – Iracema – CE
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