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QUESTÃO 01 – A QUE MODELO A CARACTERÍSTICA DADA SE REFERE

1. MODELO BUROCRÁTICO
▪ Código das Águas – 1934
▪ Objetivo predominante: cumprir e fazer cumprir os dispositivos legais
▪ Principais características: racionalidade e hierarquização
▪ Grande quantidade de leis sobre uso e proteção
▪ Autoridade e poder tendem a se concentrar em entidades públicas, de natureza burocrática
▪ Modelo com limitações
▪ Principais falhas:
− Reações e comportamentos humanos são considerados previsíveis
− A excessiva atenção dada aos aspectos formais impede a percepção dos elementos dinâmicos
− Pouca ou nenhuma importância dada ao ambiente externo ao sistema de gerenciamento
− Pressões externas são vistas como ameaças indesejadas e não como estímulos à inovação (Conflito Governo x
Usuário)

2. MODELO ECONÔMICO-FINANCEIRO
▪ CODEVASF – 1948
▪ Desdobramento da política econômica preconizada nos EUA, que destacava a relevância do papel do Estado
como empreendedor
▪ Força motora: programas de investimentos em setores usuários dos RH, como entidades privilegiadas, autarquias
e empresas públicas
▪ O avanço em relação ao modelo anterior: possibilita a realização do planejamento estratégico da bacia e canaliza
recursos financeiros para implantação dos respectivos planos diretores
▪ Desenvolvimento econômico integral (multissetorial) da bacia
▪ Principais falhas:
− Desbalanceamento entre: diversos usos dos RH X usos com objetivos de proteção das águas (Conflito Inter e
Intrassetoriais)

3. MODELO SISTÊMICO DE INTEGRAÇÃO PARTICIPATIVA (MODELO INTEGRADO)


▪ Lei das Águas (9433) – 1997
▪ Modelo mais moderno de gerenciamento das águas
▪ Caracteriza-se pela criação de uma estrutura sistêmica, na forma de matriz institucional de gerenciamento
▪ Adota 3 instrumentos:
− INSTRUMENTO 1: Planejamento estratégico por bacia hidrográfica
− INSTRUMENTO 2: Tomada de decisão através de deliberações multilaterais e descentralizadas
− INSTRUMENTO 3: Estabelecimento de instrumentos legais e financeiros

QUESTÃO 02 – QUAIS AS PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DE CADA ÓRGÃO


1. SIGERH - SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
▪ Objetivo: implementar a política estadual dos RH, bem como planejar, regular e controlar o uso, a preservação e
a recuperação dos RH
▪ Compõe o SIGERH:
− CONERH
− Secretaria dos RH do Governo do Estado do Ceará
− Comitês de Bacias Hidrográficas
− COGERH
− SOHIDRA
− Instituições sociais cujas atividades sejam correlatas com RH (Funceme)

2. CONERH - CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS


▪ Órgão de coordenação, fiscalização, deliberação coletiva e de caráter normativo do SIGERH, vinculado à SRH
▪ Principais competências:
− Articular o planejamento dos RH com os planejamentos nacional, regional, estadual e usuários
− Aprovar o Plano Estadual dos RH
− Arbitrar em última instância os conflitos entre bacias e usuários
− Aprovar propostas dos comitês de bacia hidrográfica
− Estabelecer critérios para outorga de direito de uso, execução de obras e cobrança pelo uso dos RH, e fixar o
valor das tarifas
− Aprovar o enquadramento dos corpos d’água de domínio estadual em classes de uso

2.1. COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS (12 comitês e 7 comissões gestoras)


▪ Principais Competências:
− Arbitrar em primeira instância os conflitos entre bacias e usuários
− Propor, aprovar e acompanhar o Plano de RH da Bacia
− Estabelecer critérios para o rateio de custos das obras de uso múlti plo
− Acompanhar a aplicação dos recursos advindos da cobrança pelo uso dos RH
− Aprovar o enquadramento dos corpos d’água em classes de uso das Bacias
− Constituir comitês
▪ Percentuais dos comitês:
− 30% usuários
− 30% organizações civis
− 20% órgãos estaduais e federais
− 20% poderes públicos municipais localizados na
respectiva Bacia

2.2. SECRETARIA EXECUTIVA DO CONERH


▪ Principais Competências:
− Viabilizar a articulação dos colegiados
(CONERH, Bacias e demais integrantes)
− Analisar e fazer um relatório da Política Estadual dos RH
− Dar assessoria técnica ao CONERH

3. SECRETARIA DOS RH
▪ Órgão gestor
▪ Principais Competências:
− Implantar e gerir o Sistema de Informações de RH do estado
− Promover a integração da gestão dos RH com a gestão ambiental
− Formular políticas e diretrizes para a gestão dos RH
− Coordenar, supervisionar e planejar atividades concernentes aos RH
− Coordenar a elaboração do Plano Estadual dos RH e encaminhá-lo à aprovação do CONERH
− Expedir outorga de direito de uso e de obras de RH, e efetuar a fiscalização

3.1. SOHIDRA - SUPERINTENDÊNCIA DE OBRAS HIDRÁULICAS


▪ Tem como finalidade planejar, executar e acompanhar a fiscalização de obras e serviços de interferência hídrica
3.2. COGERH – COMPANHIA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
▪ Principais Competências:
− Realizar obras e serviços de operação e manutenção dos sistemas hídricos e o monitoramento dos RH
superficiais e subterrâneos
− Realizar estudos técnicos para implementação, efetivação e alteração de tarifas pelo uso dos RH
− Receber e aplicar os recursos do FUNERH
− Manter atualizado o balanço de disponibilidade e demanda dos RH
− Manter atualizado o cadastro de usuários dos RH
− Elaborar os Planos de Gerenciamento dos RH das Bacias
− Apresentar aos comitês de bacias: enquadramento dos corpos d’água; valores a serem cobrados pelos RH;
planos de aplicação dos recursos arrecadados com as cobranças
− Elaborar o relatório de situação anual dos RH
− Emitir parecer prévio, de natureza técnica, sobre pedidos de outorga

QUESTÃO 03 – RELACIONAR QUAL MODELO PERTENCE A QUAL PAÍS

1. FRANÇA
▪ A intervenção do Estado na gestão das águas é dupla:
− Intervenção de caráter administrativo, através de autorizações concedidas pelas entidades encarregadas da
política das águas
− Autoridades com jurisdição sobre as atividades econômicas utilizadoras, as quais fixam as condições de
autorização de acordo com as normas
▪ Órgãos de coordenação:
− A responsabilidade ao nível mais elevado é atribuída ao Ministério da Cultura e do Ambiente
− Decisões essenciais, no patamar interministerial, são tomadas pela Comissão Interministerial para o Ambiente
▪ MODELO FRANCÊS:
− Unidade básica: bacia hidrográfica
− Dividida em 06 circunscrições de bacia, de acordo com os critérios: características geológicas do solo; tipo de
ocupação (agrícola ou industrial); dimensão econômica
− Para cada bacia foi criada uma agência financeira, com a missão de cobrar taxas pelo uso dos corpos hídricos e
financiar as diversas ações da gestão dos RH, com vistas a atingir os objetivos de qualidade de água fixados
pelos regulamentos

2. EUA
▪ Doutrinas de direito sobre a água subterrânea:
− Doutrina da propriedade absoluta (o proprietário da terra pode captar água sem qualquer limitação)
− Doutrina da utilização razoável (o uso leva em conta os direitos dos outros)
− Doutrina dos direitos correlativos (uso proporcional ao tamanho da propriedade)
− Doutrina da apropriação (uso através de licença)
▪ Intervenção dos estados sobre os RH:
− Caráter supletivo
− Destinado a regular apenas a aplicação de doutrinas baseadas no costume e na jurisprudência (ideologia do
liberalismo econômico, segundo a qual as funções do Estado só têm lugar quando a atividade privada não
corresponde ao interesse público)

3. ISRAEL
▪ A aplicação e regulamentação das leis são de responsabilidade do Ministério da Agricultura, cuja jurisdição
abrange todos os problemas da água
▪ A gestão das águas é da competência de um Comissariado da Água nomeado pelo Governo, em dependência
hierárquica do referido Ministério. Este comissariado exerce as suas funções executivas por intermédio de um
organismo denominado Comissão da Água
▪ Como órgão consultivo, existe o Conselho da Água cujos membros são nomeados pelo Governo. Esse Conselho é
presidido pelo Ministro da Agricultura e constituído por:
− 30 representantes do governo;
− População (não inferior à 2/3 do total): representantes dos consumidos e distribuidores
− Organização sionista mundial e suas instituições
QUESTÃO 04 – VIABILIDADE DE COBRANÇA/ CALCULAR A TARIFA DE ÁGUA

OUTORGA NA LEI FEDERAL


▪ Toda outorga de direito de uso tem prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável.
▪ A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.
*Alienar: ceder os bens; Alienação: Transferir para domínio alheio (por venda, troca, etc)

OUTORGA NA LEI ESTADUAL


▪ A água, por tratar-se de um bem de uso múltiplo e competitivo, terá na outorga de direito de seu uso e de
execução de obras e/ou serviços de interferência hídrica um dos instrumentos essenciais para o seu
gerenciamento
▪ (A OUTORGA se justifica pela água ser um bem de uso MÚLTIPLO e COMPETITIVO)

FINALIDADES DA AUTORGA
▪ Reconhecer a água como bem econômico;
▪ Incentivar a racionalização do uso;
▪ Custear o gerenciamento dos RH (operação e manutenção).

DE QUEM COBRAR?
▪ Usuários da água bruta (indústrias,
concessionárias de água potável, irrigantes,
piscicultura, carcinicultura).

COMO É COBRADO?
▪ Celebração de contrato;
▪ Medição direta ou estimativa;
▪ Envio de fatura.

QUESTÃO 05 – PLANO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS E ENQUADRAMENTO (instrumentos de gestão de RH)

PLANO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS


▪ Definição: ação definida em fases de atuação com o objetivo principal de melhorar ou manter a oferta hídrica,
contemplando os múltiplos usos de forma que abasteça racionalmente a todos usuários, tendo como prioridade
primeira o abastecimento humano.
▪ É subdividido em 3 fases:
− Diagnóstico (coleta e tratamento de dados; construção da realidade existente) – “O rio que temos”
− Planejamento ou Prognóstico (projeções, para traçar cenários, com o objetivo de se aumentar a oferta de água
e se reduzir a demanda)
− Programas de ações (é o programa propriamente dito)

PROGRAMA DE AÇÕES
▪ Ocorre a construção da realidade desejada, ou seja, (“o rio que queremos”), com levantamento das intervenções
desejadas e das fontes de Identificação das metas prioritárias hierarquização das intervenções.
▪ Construção dos cenários do plano, resultando na montagem de cada cenário (“o rio que podemos”), gerando o
esquema de implementação do plano.
▪ Exemplo: PLANO DE GERENCIAMENTO DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO JAGUARIBE

ENQUADRAMENTO
▪ Estabelece o nível de qualidade a ser alcançado ou mantido ao longo do tempo.
▪ Deve ser visto como um instrumento de planejamento, pois deve tomar como base os níveis de qualidade que
deveriam possuir ou ser mantidos para atender às necessidades estabelecidas pela sociedade e não apenas a
condição atual do corpo d’água em questão.
▪ O enquadramento busca “assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
destinadas” e a “diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes”
QUESTÃO 06 – ORGANOGRAMA

A alocação de água é um processo de gestão empregado para


disciplinar os usos múltiplos em sistemas hídricos assolados por
estiagens intensas, pela emergência ou por forte potencial de conflito
pelo uso da água.
A alocação de água é um processo de divisão de um bem entre
indivíduos com interesses frequentemente conflitantes. Ex.: áreas
agrícolas, áreas urbanas, áreas de preservação, reservatório, etc.

1. LEVANTAMENTO DE OFERTA
É levantada nesta etapa a reserva hídrica que poderá ser
disponibilizada para o atendimento de todos os interessados. O
levantamento da oferta é cedido pela COGERH para os futuros
cálculos de disponibilidade.

2. LEVANTAMENTO DE DEMANDA
É levantada a demanda atual que deverá ser atendida. Os números da demanda são conseguidos através de cadastro
de usuários e visitas locais. A COGERH é responsável pelas visitas.

3. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
Uma vez diante dos números de oferta e demanda, torna-se possível a construção de cenários de alocação. Os
técnicos da COGERH simulam as projeções de como ficará o nível dos reservatórios após atender uma determinada
quantidade de interessados, em um determinado tempo.

4. REUNIÃO/ DECISÃO
É o momento onde se reúnem todos os atores interessados - usuários, membros dos Comitês de Bacia, câmaras
técnicas, sociedade civil, etc. Neste encontro são tomadas as decisões sobre alocação de água da bacia em questão.
Cenários são apresentados e vazões de água são colocadas em votação para a chegada de um valor de água liberada
que possa ser pactuada por todos com responsabilidade e sem desperdício.

5. ACOMPANHAMENTO
Envolve os dados de monitoramento que têm sido realizados no período alocado e pode apresentar ajustes a serem
feitos. Essa atividade é realizada pela COGERH e pelos membros dos Comitês de Bacia. Em casos de vazões
insuficientes para o atendimento da demanda essas entidades se comunicam e estabelecem um acordo com uma
nova vazão de suprimento.

6. AVALIAÇÃO
Acompanhamento final da operação e monitoramento do sistema hídrico. Realiza o papel de prestação de contas
entre o que foi simulado (acordado) e o que foi realizado no período da alocação.

7. OUTORGA
A outorga é o consentimento ao usuário de se utilizar do recurso hídrico de uma determinada fonte, com vazões e
finalidades definidas. Para tanto, o usuário deve estar presente no cadastro de usuários de sua bacia.

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