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CONCEITUAÇÃO DE ESTILÍSTICA
A palavra estilo, que hoje se aplica a tudo que possa apresentar características
particulares, tem uma origem modesta.Designava em latim - stillus - um
instrumento pontiagudo usado pelos antigos para escrever sobre tabuinhas
enceradas e daí passou a designar a própria a própria escrita e o modo de escrever.
No domínio da linguagem têm sido tão numerosas as definições de estilo que vários
lingüistas têm procurado classificr de acordo com vários critérios em que elas se
fundamentam.Assim, Georges Mounin (Introdução à Lingüística) reúne as
definições de estilo em três grupos:1) como desvio de norma;2) como
elaboração;3) como conotação.Nils Erik Enkvist (Lingüística e Estilo) as distribui em
seis grupos:1) como adição; 2) comoescolha; 3) como conjunto de caracterísiticas
individuais; 4) como desvio de norma; 5) comoconjunto de características
coletivas; 6) como resultado de relações entre entidades lingüísticas.
“O estilo é o homem.”(Buffon)
Embora a palavra estilística já fosse usada no século XIX, é no século XX que ela
passa a designar uma nova disciplina ligada à Lingüística.Tomando o lugar deixado
pela Retórica, a Estilística surge nas primeiras décadas do século XX, graças
sebretudo a dois mestres que lideraram duas correntes de grande
importância:Charles Bally (1865-1947),doutrinador da Estilística da língua, e Leo
Spitzer (1887-1960), figura exponencial da Estilística literária.
Considerações finais
Pela incursão feita através das obras mais significativas da Estilística e da Retórica,
pode-se ver que noções fundamentais da primeira já se encontravam na segunda,
como a de desvio e escolha, das variedades de linguagem, conforme a situação ou
estado emotivo do falante, da expressividade, e do efeito suscitado no leitor ou
ouvinte.
ESTILÍSTICA DO SOM
Não há dúvida de que na matéria fônica se escondem possibilidades expressivas.Deve-se entender como tal
tudo que produza sensações musculares e acústicas:sons articulados e suas combinações, jogos de timbres
vocálicos, melodia, intensidade, duração dos sons, repetição, assonância e aliterações, silêncios, etc.Na
linguagem, estas impressões fônicas permanecem em estado latente enquanto o significado e o matiz afetivos
das palavras em que figuram sejam indiferentes ou apostos a esses valores, mas brotam quando há
concordância.Assim, junto à fonologia propriamente dita há lugar para uma fonologia expressiva, que pode
trazer muita luz à primeira analisando o que nos diz o instinto:que há uma correspondência entre os
sentimentos e os efeitos sensoriais produzidos pela linguagem. (Bally, Charles.Estilística y lingüística general,
p.101)
Aliteração e Assonância
Aliteração é a repetição insistente dos mesmos sons consonantais, podendo ser eles
iniciais, ou integrantes da sílaba tônica, ou distribuídos mais irregularmente em
vocábulos próximos.Há quem inclua na aliteração a repetição de vogais na sílaba
inicial de duas ou mais palavras.A repetição vocálica em sílabas tônicas é a
assonância; mas a mesma vogal pode aparecer não acentuada, prolongando a
insistência.
“Nem soneto nem sonata vou curtir um som dissonante dos sonidos som
ressonante de sibildos...” (trecho extraído de Som. Poesia e prosa. 5 a ed.ANDRADE,
Carlos Drummond de.)
Anonimação
Demais exemplos:
“...seria maravilhoso que nós tivéssemos uma língua capaz de expressar nossas
idéias tão maravilhosamente quanto o inglês...”
BIBLIOGRAFIA
Bally, Charles.El lenguaje y la vida. Trad. De Amado Alonso. Buenos Aires : Losada,
1941, 2 v.
Enkvist, Nils Erik et alii. Lingüística e Estilo. Trad. de José Paulo Paes e de Jamir
Martins.São Paulo : Cultrix, 1970.
Guirard, Pierre.A estilística. Trad. de Miguel Mailler.São Paulo : Mestre Jou, 1970.
Spitzer, Leo. Lingüística e história literária. 2a ed. Trad. de José Perez Riesgo.Madri
: Gredos, 1968.