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CAPÍTULO 12

INSTRUMENTOS

INTRODUÇÃO líquidos (óleo e combustível) e dos gases (pres-


são de admissão), rotação do motor (R.P.M.) e
A operação segura, econômica e digna temperatura.
de confiança das modernas aeronaves depende, Os instrumentos do motor normalmente
principalmente, do uso dos instrumentos. incluem um tacômetro, medidores das pressões
Os primeiros instrumentos de aeronaves do óleo e do combustível, medidor da tempera-
foram os indicadores de pressão de combustível tura do óleo, e indicador da quantidade de com-
e de óleo, para informar sobre problemas do bustível. Além desses, algumas aeronaves que
motor, de modo que a aeronave pudesse pousar são equipadas com motores convencionais, pos-
antes que o motor falhasse. suem ainda indicadores de: pressão de admis-
Quando foram desenvolvidas as aerona- são, temperatura da cabeça do cilindro e tempe-
ves que voam sobre grandes distâncias, as con- ratura do ar do carburador.
dições do tempo tornaram-se um problema. Ins- As aeronaves equipadas com motores a
trumentos foram desenvolvidos para auxiliar o turbina terão indicadores da temperatura da tur-
vôo através das péssimas condições de tempo. bina, ou do tubo de escapamento, e poderão ter
A instrumentação é basicamente a ciên- também indicadores da razão de pressão dos
cia da medição. Velocidade, distância, altitude, gases do escapamento.
atitude, direção, temperatura, pressão e rotações Os instrumentos de navegação fornecem
por minuto (R.P.M) são medidas, e essa medi- informações que possibilitam ao piloto coman-
ção é apresentada em instrumentos na cabine. dar a aeronave em cursos acuradamente defini-
Existem dois tipos de grupos de instru- dos. Esse grupo de instrumentos inclui um reló-
mentos de aeronaves. Um está de acordo com o gio, bússolas (bússola magnética e indicador
trabalho que ele executa, estando dentro desse giroscópico de direção), rádios e outros instru-
grupo a classe dos instrumentos de vôo, instru- mentos para apresentar informações de navega-
mentos do motor e os de navegação; o outro tipo ção ao piloto.
é baseado no princípio do seu funcionamento.
Alguns operam com relação às mudanças de CAIXAS DE INSTRUMENTO
temperatura ou pressão de ar e outros pela pres-
são de fluidos. Outros são ativados por magne- Um instrumento típico pode ser compa-
tismo e eletricidade, e ainda existem os que de- rado a um relógio, que possui um mecanismo,
pendem da ação giroscópica. um mostrador ou face, ponteiros ou mãos, e
Os instrumentos que auxiliam no contro- uma cobertura de vidro.
le da atitude da aeronave em vôo são conheci- O mecanismo do instrumento está prote-
dos como instrumentos de vôo. gido por uma caixa formada por uma ou duas
Como esses instrumentos devem forne- peças. Vários materiais, tais como liga de alu-
cer informações instantaneamente, eles estão mínio, liga de magnésio, ferro, aço, ou plástico,
localizados no painel principal de instrumentos, são usados na fabricação das caixas de instru-
ao alcance de uma rápida referência visual para mentos.
o piloto. Baquelite é o plástico mais utilizado. As
Os instrumentos básicos de vôo em uma caixas, para os instrumentos operados eletrica-
aeronave são o velocímetro, o altímetro e a bús- mente, são feitas de ferro ou aço; esses materiais
sola magnética. Além desses, algumas aerona- permitem um caminho para o campo de força
ves podem ter indicadores de curvas, de subida magnético perdido, que, de outra maneira, iria
e descida e horizonte artificial. interferir com os equipamentos de rádio e ele-
Os instrumentos de vôo são operados trônicos.
pelas pressões atmosféricas, de impacto, dife- Alguns mecanismos de instrumentos
rencial e estática, ou por um giroscópio. estão embalados em caixas vedadas ao ar, en-
Os instrumentos dos motores têm por quanto outras caixas possuem um orifício de
finalidade medir a quantidade e pressão dos ventilação. Esse orifício permite que a pressão

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de ar interna sofra as variações causadas com a Uma linha vermelha radial pode ser usa-
mudança de altitude da aeronave. da para indicar alcances máximos e mínimos.
Operações além dessas marcas limites
MOSTRADORES são perigosas e devem ser evitadas. O arco azul
indica limites onde a operação é permitida sob
A numeração, as marcações do mostra- certas condições, o arco verde indica alcance
dor e os ponteiros dos instrumentos são freqüen- normal de operação durante operações contí-
temente cobertos com uma pintura brilhante. nuas, a cor amarela é usada para indicar cautela.
Alguns instrumentos utilizam nessa pin- Uma marca de referência branca é pinta-
tura, o “sulphide calcium”, que é uma substân- da entre o vidro do mostrador e a caixa do ins-
cia que brilha horas após a exposição na luz. trumento, em todos os instrumentos onde os
Outros instrumentos têm uma camada fosfores- limites de operação são pintados no vidro do
cente, que brilha somente quando estimulada mostrador.
por uma pequena lâmpada ultravioleta instalada Esta marca indicará se houve algum
na cabine. Alguns instrumentos são marcados movimento do vidro em relação ao instrumento,
com uma combinação de sais, óxido de zinco e permitindo, desta forma, que qualquer indicação
“shellac” radioativo. errônea seja prontamente descoberta. O movi-
No manuseio desses instrumentos, cui- mento do vidro que contém as indicações causa-
dados devem ser tomados para evitar o envene- rá erro de leitura em relação ao mostrador do
namento com o “radium”. Os efeitos do “radi- instrumento.
um” são cumulativos e podem aparecer após
uma exposição por longo período, e contínua PAINÉIS DOS INSTRUMENTOS
quantidades de radiação.
O envenenamento normalmente resulta Com algumas exceções, os instrumentos
do toque na boca ou no nariz, após o manuseio são montados no painel na cabine de pilotagem,
com os mostradores dos instrumentos ou com a de forma que os mostradores são totalmente
tinta radioativa. visíveis ao piloto ou co-piloto.
Após esse manuseio, as mãos deverão Os painéis de instrumentos são comu-
ser mantidas afastadas da boca e do nariz, e la- mente construídos com uma chapa de alumínio
vadas, com água quente e sabão, tão cedo quan- resistente o suficiente para evitar flexão. Os
to possível. painéis são não-magnéticos, e pintados com
uma tinta fosca para evitar brilho ou reflexos.
MARCAÇÕES DE LIMITES Em aviões equipados com poucos instrumentos
somente um painel será necessário.
As marcações de limites dos instrumen- Em alguns aviões painéis adicionais são
tos indicam quando um sistema em particular, requeridos. Em tais casos, o painel de instru-
ou componente, está operando em uma desejada mento frontal é usualmente conhecido como o
e segura gama de operação, ou em condições painel “Principal” de instrumentos, para dife-
inseguras. renciá-lo dos painéis adicionais construídos na
Os instrumentos devem ser marcados e parte superior ou de lado no compartimento de
graduados, de acordo com as especificações vôo.
adequadas ao tipo de aeronave, contidas no Ma- Em alguns aviões o painel de instrumen-
nual de vôo ou no Manual de manutenção. tos é também conhecido como o “painel do pilo-
A marcação dos instrumentos normal- to ou co-piloto”, porque muitos dos instrumen-
mente consiste de decalques coloridos ou pintu- tos dos pilotos do lado esquerdo do painel são
ras aplicadas na borda externa do vidro do ins- duplicados do lado direito.
trumento, ou sobre a graduação na face do mos- O método de montar instrumentos no
trador. seu painel respectivo depende do desenho do
As cores geralmente usadas como mar- estojo do instrumento.
cação de limites são o vermelho, o amarelo, o Alguns instrumentos têm um formato
verde, o azul ou o branco. As marcações são que permite sua montagem por trás do painel.
usualmente na forma de um arco ou de uma Porcas colocadas nos cantos dos instru-
linha radial. mentos permitem a sua fixação com parafusos;

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geralmente a parte frontal desses instrumentos deverá flexionar os amortecedores aproxima-
não tem bordas, esses instrumentos podem, damente 1/8”. Os amortecedores dos painéis de
também, ser montados pela parte frontal do pai- instrumentos deverão estar livres para mover-se
nel e afixados com parafusos e porcas. em todas as direções e ter espaço suficiente para
A montagem de instrumentos que não evitar contato com a estrutura que suporta o
têm bordas na parte frontal é um processo mais painel. Quando um painel não tem espaço sufi-
simples. O estojo sem borda é montado pela ciente, os amortecedores devem ser inspeciona-
frente do painel. Uma braçadeira de tipo especi- dos quanto a rachaduras ou deterioração.
al, no formato e no tamanho do estojo do ins-
trumento, é atada na face traseira do painel. Pa-
rafusos atuadores são conectados à braçadeira REPARO DOS INSTRUMENTOS DAS
e são acessíveis através do painel. O AERONAVES
parafuso pode ser movido para afrouxar a bra-
çadeira, permitindo que o instrumento deslize O reparo de instrumentos de aeronaves é
livremente através dela. Após o instrumento ter altamente especializado, requerendo ferramen-
sido posicionado, o parafuso é apertado para tas e equipamentos especiais.
que a braçadeira aperte o estojo do instrumento. Os técnicos de instrumento devem ter
Os painéis de instrumentos geralmente treinamento especializado ou, ainda, extensiva
são montados em coxins para absorver impactos prática numa oficina de reparos.
de baixa freqüência e alta amplitude. Esses a- Por esses motivos, o reparo dos instru-
mortecedores geralmente são usados em jogos mentos deve ser executado por uma oficina de-
de dois, cada um em apoios separados. Os dois vidamente certificada para reparo de instrumen-
amortecedores absorvem a maioria da vibração to. Entretanto, os mecânicos são responsáveis
vertical e horizontal, mas permitem que os ins- pela instalação, conexão, remoção , prestação de
trumentos operem em condição de vibração me- serviços e checagem funcional dos instrumen-
nor. Uma vista seccionada de um típico amor- tos.
tecedor de vibração é mostrado na figura 12-1.
INDICADORES DE PRESSÃO (MANÔ-
METROS)

Indicadores de pressão ou Manômetros


são usados para indicar a pressão na qual o óleo
do motor está sendo forçado através dos rola-
mentos, nas passagens de óleo e nas partes mó-
veis do motor, e a pressão na qual o combustível
é entregue ao carburador ou controle de com-
bustível.
Esses instrumentos são usados também
para medir a pressão no ar dos sistemas de dege-
lo e giroscópicos, medem também as misturas
ar/combustível na linha de admissão, e a pressão
de líquidos e de gases em diversos outros siste-
Figura 12-1 Secção de um amortecedor de pai- mas.
nel de instrumento.
O tipo e o número de coxins usados nos Instrumentos dos motores
painéis de instrumentos são determinados pelo
peso da unidade. Os instrumentos dos motores são geral-
O peso da unidade completa é dividido mente três instrumentos agrupados numa peça
pelo número de pontos de fixação. Por exemplo, única.
um painel de instrumento pesando 16 libras que Um instrumento típico de motor contém
é afixado em 4 pontos vai exigir 08 coxins a- indicações de pressão de óleo, indicações de
mortecedores, cada um capaz de suportar 4 pressão de gasolina e temperatura do óleo, con-
libras. Quando o painel for montado, o peso forme mostra a figura 12-2.

12-3
Figura 12-2 Unidade de indicação dos motores.

Dois tipos de instrumentos de indicar


temperatura do óleo são disponíveis para uso no
painel de instrumentos do motor. Um tipo con-
siste de uma resistência elétrica.
A indicação de temperatura de óleo tra-
balha com uma corrente elétrica fornecida pelo
sistema C.C. da aeronave.
O outro tipo, um termômetro capilar de
óleo, é um termômetro do tipo a vapor consis- Figura 12-3 Indicador de pressão tipo tubo de
tindo de um bulbo conectado por um tubo capi- Bourdon.
lar a um tubo “Bourdon”. Um ponteiro conecta-
do ao tubo Bourdon, através de um mecanismo Um indicador para medir a pressão dife-
multiplicador, indica no mostrador a temperatu- rencial no sistema hidráulico indica como este
ra do óleo. sistema está funcionando. Os indicadores de
O tubo Bourdon num instrumento de pressão hidráulica são projetados para indicar,
aeronave é uma peça feita de um tubo de metal ou a pressão do sistema completo, ou a pressão
oval ou achatado, como vemos no corte trans- de uma unidade em particular no sistema.
versal da figura 12-3. Um mostrador típico de pressão hidráu-
Essa peça é oca, presa firmemente no es- lica é mostrado na figura 12-4.
tojo do instrumento de um lado, e do outro lado O estojo desse instrumento contém um
é livre de movimentos; e seus movimentos são tubo Bourdon e um mecanismo de coroa e pi-
transmitidos para um mostrador através de co- nhão, através do qual os movimentos de defor-
nexões móveis. mação do turbo Bourdon são amplificados e
O sistema de óleo do motor está ligado transferidos para o ponteiro.
ao interior do tubo Bourdon. A pressão do óleo A posição do ponteiro no mostrador ca-
existente no sistema, atuando no interior do tubo librado indica a pressão hidráulica em libras por
causa uma deformação pela expansão da peça, polegada ao quadrado.
devido a força da pressão. As bombas que geram pressão para as
Quando não há pressão, a peça por ser unidades hidráulicas dos aviões são movidas, ou
flexível, retorna a sua posição original. pelo próprio motor do avião, ou por motor elé-
Esse movimento de expansão ou retração trico, ou por ambos.
é transmitido para o mostrador na parte da fren- Alguns sistemas usam um acumulador
te do instrumento, medindo a pressão do fluido. de pressão para manter uma reserva de fluido
hidráulico sob pressão em qualquer tempo. Em
Indicadores de pressão hidráulica tais casos, o indicador de pressão registra per-
manentemente a pressão no acumulador.
Os mecanismos usados no recolhimento Em outros sistemas hidráulicos a pressão
ou abaixamento do trem de pouso, ou os flapes, de operação é gerada somente quando necessá-
na maioria do aviões são operados por um sis- ria, e o registro de pressão no instrumento so-
tema hidráulico. mente aparecerá durante essas condições.

12-4
A pressão do sistema de degelo entra no
tubo Bourdon através de uma conexão na parte
posterior do instrumento.
Um instrumento de pressão é tipicamen-
te calibrado de 0 PSI até o máximo de 20 PSI,
com a escala marcada em graduações de 2 PSI,
conforme indica a figura 12-5.

Figura 12-4 Indicador de pressão hidráulica.

Indicadores de pressão do sistema de degelo

Alguns aviões são equipados com câma-


ras de borracha nas superfícies frontais das asas
e estabilizadores. Essas câmaras inflam e esva-
ziam com ar fornecido por um sistema de pres-
são próprio. A finalidade é provocar a quebra de
gelo acumulado nessas superfícies. Figura 12-5 Indicação da pressão do degelador.
Essas câmaras de ar serão chamadas,
daqui para frente de “BOOTS”. Quando instalado e conectado num sis-
Os Boots de expansão de borracha, que tema de pressão de degelo do avião o indicador
degelam os bordos de ataque das asas e estabili- do instrumento permanece em 0, a não ser que
zadores em alguns aviões, são operados por um o sistema degelo esteja operando.
sistema de ar comprimido. O ponteiro do instrumento flutuará de 0
Há um instrumento que mede a pressão PSI até, aproximadamente, 08 PSI sob condi-
do sistema, medindo a diferença entre a pressão ções normais, porque os boots degeladores são
atmosférica e a pressão no interior do sistema de intermitentemente inflados e esvaziados. Esta
degelo, indicando se há suficiente pressão para flutuação é normal e não deverá ser confundida
operar os boots degeladores. O instrumento com oscilação.
também fornece ao sistema um método de me-
dida ao se ajustar a válvula de alívio e o regula- Indicadores de medir pressão tipo diafragma
dor do sistema degelo.
Um indicador típico de pressão é mos- Este tipo de instrumento usa um dia-
trado na figura 12-5. fragma para medir pressão. A pressão ou sucção
O estojo tem um respiro na parte inferior a ser medida é admitida ao interior do diafragma
para manter pressão atmosférica no interior do sensível a pressão, através de um furo na parte
instrumento, bem como prover um dreno para traseira do estojo do instrumento.
qualquer umidade que possa acumular-se no Uma pressão oposta, geralmente a pres-
interior do instrumento. são atmosférica, é aditivada através de um respi-
O mecanismo do instrumento de medir a ro na caixa do instrumento (figura 12-6). Como
pressão de degelo consiste de um tubo Bourdon, as paredes do diafragma são muito finas, o au-
e uma engrenagem com um pinhão, para ampli- mento de pressão causará uma expansão no dia-
ficar o movimento do tubo e transferi-lo para o fragma; e uma diminuição de pressão causará
ponteiro. uma contração no diafragma.

12-5
Qualquer movimento do diafragma é movimento do diafragma e transfere esse mo-
transmitido ao ponteiro por meio de um eixo, vimento ao ponteiro.
engrenagem e pinhão que são conectadas à parte A leitura do instrumento de sucção indi-
da frente. ca a diferença entre a pressão atmosférica e a
Esse instrumento mede também a pres- pressão negativa no sistema de vácuo.
são diferencial, porque indica a diferença entre a
pressão estática admitida pelo respiro do ins- Indicadores da pressão de admissão
trumento, e a pressão dinâmica ou fluxo dentro
do diafragma. O instrumento de medir a pressão de
admissão é muito importante numa aeronave
equipada com motor a pistão. O instrumento é
projetado para pressão absoluta. Esta pressão é a
soma da pressão do ar e a pressão adicional cri-
ada por um compressor.
O mostrador do instrumento é calibrado
em polegadas de mercúrio (HG).
Quando o motor não está funcionando, o
indicador de pressão de admissão registra a
pressão atmosférica estática.
Quando o motor está funcionando, a
leitura obtida no indicador de pressão de admis-
são depende da rotação do motor.

Figura 12-6 Indicador de pressão tipo diafrag-


ma.

Indicadores de sucção

Indicadores de sucção são usados nos


aviões para indicar a quantidade de sucção que
aciona os instrumentos giroscópicos movidos
por ar.
Os rotores dos instrumentos giroscópicos
são mantidos em movimento por correntes de ar Figura 12-7 Indicação da pressão de admissão.
dirigidas contra a palhetas do rotor. Essas cor- A pressão indicada é a pressão imedia-
rentes de ar são produzidas pelo bombeamento tamente antes da entrada nos cilindros do motor.
de ar para fora das caixas do instrumento por O esquema de um tipo de instrumento de
uma bomba de vácuo. A pressão atmosférica, medir pressão de admissão é mostrado na figura
então, força o ar para o interior dos estojos dos 12-7.
instrumentos através de filtros, e é este ar que é O invólucro externo do instrumento pro-
dirigido contra as palhetas do rotor para movê- tege e contém o mecanismo. Uma abertura atrás
los e girá-los. do estojo conecta-o com o coletor de admissão
O indicador de sucção indica se o siste- no motor.
ma de vácuo está trabalhando adequadamente. O instrumento contém um diafragma
O indicador de sucção tem um respiro para a aneróide, e uma conexão que transmite o movi-
atmosfera ou para a linha do filtro de ar, e con- mento do diafragma ao ponteiro. Esse sistema
tém um diafragma sensível à pressão e mais o de conexão está completamente isolado da câ-
mecanismo usual multiplicador que amplifica o mara de pressão e, portanto, não está exposto

12-6
aos vapores corrosivos dos gases da linha de verificado quanto a vazamentos, desconectando-
admissão. se a linha final do motor e aplicando pressão de
A pressão existente no coletor de admis- ar até que o instrumento indique 50” de mercú-
são ingressa na câmara selada através de uma rio, então a linha deve ser rapidamente fechada.
conexão, que é um tubo capilar de extensão cur- Se o ponteiro do instrumento retorna a
ta, na traseira do instrumento. indicar a pressão atmosférica, é porque existe
Esse tubo capilar age como uma válvula um vazamento. Se um vazamento está evidente,
de segurança para prevenir danos ao instrumen- mas não pode ser localizado, o instrumento deve
to por possível retrocesso do motor. O aumento ser substituído.
repentino de pressão causado por um retrocesso
é consideravelmente reduzido pela capilaridade
do tubo que tem um diâmetro reduzido. SISTEMA PITOT ESTÁTICO
Quando se instala um indicador de pres-
são de admissão, um cuidado especial é tomado Três dos mais importantes instrumentos
para assegurar que o ponteiro está na posição de vôo estão conectados a um sistema Pitot está-
vertical quando registrar 30” de HG. tico. Esses instrumentos são: o indicador de
Quando o motor não está funcionando, a velocidade aerodinâmica, o altímetro e o indica-
leitura do instrumento deverá ser a mesma que a dor de razão de subida (Climb). A figura 12-8
pressão atmosférica local. Isso poderá ser verifi- mostra esses 3 instrumentos conectados ao tubo
cado através de um barômetro que esteja em de pitot.
condições de operação normal. Na maioria dos
casos, o altímetro do avião pode ser usado por-
que é um instrumento de medir pressão atmosfé-
rica.
Com o avião no solo, os ponteiros do
altímetro devem ser posicionados em zero e o
painel de instrumento deve ser vibrado algumas
vezes com as mãos, para remover qualquer pos-
sibilidade de ponteiros travados.
A escala do barômetro no indicador do
altímetro mostra a pressão atmosférica quando
os ponteiros do altímetro estão em zero. O indi-
cador de pressão da admissão deve ter a mesma
leitura de pressão, se isto não ocorre, o instru-
mento deve ser substituído por outro que esteja
operando adequadamente.
Se o ponteiro falha em responder intei-
ramente, o mecanismo está com toda probabili- Figura 12-8 Sistema pitot-estático
dade de defeito; o instrumento deve ser removi- O Sistema de Pitot ou Tubo de Pitot,
do e substituído. como é chamado, consiste de 2 seções como
Se o ponteiro responde, mas indica in- mostrado na figura 12-9.
corretamente, pode haver umidade no sistema, A seção da frente do tubo de Pitot está
obstrução nas linhas, um vazamento no sistema aberta por um furo que recebe a força total de
ou um mecanismo defeituoso. pressão de ar de impacto, no final desta seção
Quando há dúvida sob qual desses itens existe uma peça que protege o Tubo de Pitot da
é a causa do mau funcionamento, o motor deve umidade e da sujeira, que poderá ser soprada
ser operado em regime mínimo, e uma válvula para dentro do tubo. A umidade pode ser drena-
dreno (comumente localizada perto do instru- da através de um pequeno furo na base da seção
mento) aberta por poucos minutos; isto, usual- frontal.
mente, limpa o sistema da umidade. A pressão produzida pelo ar de impacto,
Para limpar uma obstrução, as linhas dentro do Tubo de Pitot, é conduzida através de
podem ser desligadas e assopradas com ar com- um tubo para uma câmara dentro do instrumento
primido. O mecanismo do instrumento pode ser indicador de velocidade aerodinâmica.

12-7
O Tubo de Pitot tem o formato de uma desde o tubo perto do ponto em que o tubo está
barbatana de tubarão. atado ao avião ou mastro.
A seção traseira do Tubo de Pitot está
equipada por pequenos orifícios nas superfícies
superiores e inferiores.
Esses orifícios são projetados e localiza-
dos de forma que esta parte do sistema provoca-
rá medidas da pressão atmosférica numa condi-
ção estática ou estável.
A seção estática contém um tubo que é
conectado ao velocímetro, ao altímetro e ao in-
dicador de razão de subida (Climb).
Muitos tubos de Pitot são providos com
elementos aquecedores, para prevenir a forma-
ção de gelo durante o vôo em temperaturas mui-
to baixas (figura 12-9).
Durante condições de formação de gelo,
elementos de aquecimento elétrico podem ser
ligados por meio de uma chave na cabine. Figura 12-10 Cabeça do tubo pitot.
Este circuito elétrico para o elemento de
aquecimento poderá ser conectado através da
Estas conexões simplificam a remoção e
chave de ignição do motor(no caso da chave de
substituição e são, usualmente, atingidas através
aquecimento do Pitot ser deixada por esqueci-
de uma janela de inspeção na asa ou fuselagem.
mento na posição “ligado”, não haverá danos à
Quando um Tubo de Pitot tiver que ser
bateria quando o motor não estiver operando).
removido, estas conexões deverão ser desconec-
tadas antes que qualquer parafuso de montagem
ou porca de trava sejam removidos.
Em muitos aviões equipados com um
Tubo Pitot, uma fonte alternada de pressão está-
tica está disponível para uso em emergência.
Um diagrama esquemático de um sistema típico
é mostrado na figura 12-11. Conforme mostrado
neste diagrama, a fonte alternada de pressão
estática deve ser ventilada para o interior do
avião.

Figura 12-9 Cabeça do tubo de pitot.

O Tubo de Pitot é montado no lado de


fora do avião, em um local onde o fluxo de ar é
menos sujeito a turbulência. Ele está apontando
para frente, numa direção paralela à linha de
vôo do avião.
O tipo geral de Tubo de Pitot é projetado
para montagem, geralmente abaixo do nariz da
fuselagem do avião.
Um outro tipo é projetado para instala- Figura 12-11 Sistema pitot-estático com fonte
ção abaixo do bordo de ataque das asas. Ambos de pressão estática.
os tipos são mostrados na figura 12-10.
Embora haja uma pequena diferença em Outro tipo de sistema de Pitot é projeta-
sua construção, eles operam de forma idêntica. do com a localização das fontes para o Pitot e
A maioria dos Tubos de Pitot são fabri- pressão estática situados em diferentes posições
cados com uma conexão em ambas as linhas, no avião.

12-8
Este tipo de sistema está ilustrado na fi- mínima turbulência de ar provocada pelo mo-
gura 12-12. vimento do avião.
A pressão de impacto é obtida no Tubo A pressão estática neste tipo de sistema
de Pitot que está montado paralelo ao eixo lon- de Pitot é obtida através de uma linha de pressão
gitudinal do avião e, geralmente, em linha com estática, que está ligada a um orifício ou vários
o vento relativo. O bordo de ataque da asa ou a orifícios localizados na fuselagem ou seção do
seção do nariz ou estabilizador vertical são as nariz. Em aeronaves equipadas com sistema de
posições mais comuns de montagem dos Pitots, pressão estática poderá haver dois suspiros; um
porque nestes pontos, usualmente ocorre uma em cada lado do avião.

Figura 12-12 Sistema pitot-estático com fontes de pressão separadas.

Este procedimento compensará alguma tura do Pitot por gelo ou sujeira (ou esqueci-
possível variação estática causada por mudanças mento de remover a cobertura do Tubo de Pi-
erradas na atitude do avião. Os dois orifícios são tot) afetará somente a indicação da velocidade
comumente conectados por uma junção do tipo aerodinâmica.
“Y”. Neste tipo de sistema, a obstrução da aber-

Figura 12-13 Esquema de um pitot-estático usado em avião multimotor pressurizado.

12-9
Um sistema de Pitot usado num avião
pressurizado multimotor é mostrado na figura
12-13. Três unidades adicionais: controlador de
pressão da cabine, instrumento de pressão dife-
rencial da cabine e sistema de piloto automático
estão integrados no sistema estático.
Ambos sistemas são usados nas saídas
estáticas, aquecidas ou não-aquecidas.

Altímetros

Há muitos tipos de altímetros em uso nas


aeronaves hoje, entretanto eles são construídos
no mesmo princípio básico de um barômetro
aneróide.

Figura 12-15 Altímetro.

O movimento do elemento aneróide é


transmitido através de engrenagens aos 3 pon-
teiros na face dos instrumentos. Esses ponteiros
fazem com que o mostrador calibrado indique a
altitude do avião.
O ponteiro mais curto indica a altitude
em dezenas de 1.000 pés, o ponteiro intermediá-
rio em 1.000 pés, e o ponteiro mais longo em
centenas de pés em incrementos de 20 pés.
Uma escala barométrica localizada na
Figura 12-14 Mecanismo de um altímetro. face direita do instrumento pode ser calibrada
por um botão localizado no lado inferior es-
Eles todos dispõem de elementos sensí- querdo do instrumento.
veis a mudanças de pressão (aneróides), que se A escala barométrica indica a pressão
expandem ou contraem com a mudança de pres- barométrica em polegadas de mercúrio.
são nos diferentes níveis de vôo. Como a pressão atmosférica muda conti-
O coração de um altímetro é um meca- nuamente, a escala barométrica deve ser sempre
nismo aneróide (figura 12-14). A expansão ou colocada de acordo com a pressão no local onde
contração do aneróide com as mudanças de o altímetro indicará a altitude correta do avião
pressão move um sistema de articulação com os acima do nível do mar.
ponteiros, que assim indicam a pressão em nú- Quando o botão de ajuste de pressão é
meros de altitude. girado, a escala barométrica, os ponteiros e o
Os altímetros são construídos com um elemento aneróide são movidos para alinhar o
material bimetálico, e como o próprio nome mecanismo do instrumento com o novo ajuste
indica, este dispositivo é construído de 2 metais do altímetro . Duas marcas de ajuste interior e
e executa a função de compensar o efeito que a exterior indicam a pressão barométrica em pés
temperatura tem nos metais do mecanismo do de altitude. Elas operam em conjunto com a
aneróide. escala barométrica e as indicações são lidas no
A indicação de altitude pelos altímetros mostrador do altímetro.
em uso corrente varia, desde o tipo de múltiplos A marca exterior indica centenas de pés,
ponteiros ao único e simples ponteiro, de um a marca interior milhares de pés. Como há um
tipo digital e tipos mais simples. limite para as graduações que podem ser ajusta-
O mostrador de um altímetro típico está das na escala barométrica, as marcas de ajuste
graduado com numerais de 0 a 09, conforme são usadas quando a pressão barométrica a ser
mostrado na figura 12-15. lida está fora dos limites da escala.

12-10
Erros de altímetros

Os altímetros estão sujeitos a vários er-


ros mecânicos. Um erro muito comum é que a
escala não está corretamente orientada para as
condições padrão de pressão.
Os altímetros devem ser periodicamente
verificados quanto a erros de escala nas câmaras
de altitude, onde existem condições padrão.
Outro erro mecânico é um erro produzi-
do por inércia.
Este erro é provocado quando a aerona-
ve está mantendo uma determinada altitude por
um período longo, e subitamente faz uma mu-
dança muito grande de altitude.
Um erro ou desvio, provocado no altíme-
tro, é causado pelas propriedades elásticas do
material com o qual é construído o instrumento.
Este erro será eliminado com pequenas subidas
ou descidas, ou após manter-se uma nova altitu-
de por um período de tempo razoável.
Em adição aos erros no mecanismo do
altímetro, outro erro, chamado erro de instala-
ção afeta a exatidão das indicações.
O erro é causado pela mudança de ali-
nhamento do respiro de pressão estática com o
vento relativo.
A mudança de alinhamento é causada Figura 12-16 Típico indicador de razão de su-
pelas mudanças na velocidade da aeronave, ou bida e descida.
seu ângulo de ataque em vôo, ou pela localiza-
ção da saída estática (respiro) em um campo de Se o avião está ganhando altitude, o pon-
distúrbio de ar (turbulência). teiro move-se para cima de 0 até 6.000 pés por
A instalação não apropriada ou danos ao minuto, e se o avião move-se para baixo há uma
Tubo de Pitot também resultarão de indicações indicação de 0 até 6.000 pés por minuto.
impróprias de altitude. O estojo do instrumento é selado, com a
excesão de um pequeno orifício de conexão à
Indicadores de razão de subida (Climb) linha estática do sistema Pitot.
Dentro do estojo selado do indicador de
O indicador de razão de subida ou velo- subida há um diafragma com uma articulação,
cidade vertical é um instrumento que mede a conectando a engrenagem ao ponteiro indicador.
pressão diferencial, e indica a razão na qual o Ambos, o diafragma e o estojo, recebem
avião está subindo ou descendo (figura 12-16). ar em pressão atmosférica da linha estática.
O Indicador de razão de subida (Climb) Quando a aeronave está no chão, ou em
está ligado ao sistema estático, e sente a razão vôo nivelado, as pressões dentro do diafragma e
de mudança na pressão estática. A mudança na do estojo do instrumento permanecem iguais, e
razão de altitude, como mostrado no instrumen- o ponteiro indica 0. Quando a aeronave está
to é positiva numa subida e negativa quando subindo, a pressão do diafragma diminui, mas
descendo em altitude. devido ao retardo de medição da passagem res-
O ponteiro indicador move-se em qual- trita dentro do instrumento, a pressão permanece
quer direção desde o ponto zero, dependendo se maior e causa uma contração no diafragma. O
o avião está indo para cima ou para baixo. O movimento do diafragma atuará o mecanismo,
ponteiro permanece em zero (posição horizon- levando o ponteiro a indicar uma razão de subi-
tal) se o avião mantêm-se em vôo nivelado. da.

12-11
Quando a aeronave está nivelada, a pres- Os velocímetros (figura 12-17) são ins-
são no estojo do instrumento é a mesma pressão trumentos sensíveis que medem a diferença de
dentro do diafragma. O diafragma retorna a sua pressão e indicam imediatamente a diferença
posição neutra e o ponteiro retorna a zero. Nu- entre a pressões do ar de impacto e a pressão
ma descida as condições de pressão são rever- estática, que envolve uma aeronave em qualquer
sas. momento do vôo.
A pressão do diafragma, imediatamente
torna-se maior que a pressão dentro do estojo do
instrumento. O diafragma se expande e movi-
menta o mecanismo do ponteiro para indicar a
razão de descida.
Quando a aeronave está subindo ou des-
cendo numa razão constante, uma razão definida
entre a pressão do diafragma e a pressão do ins-
trumento é mantida através da passagem cali-
brada restrita, que requer aproximadamente 6 a
9 segundos para equalizar ambas as pressões
causando um retardo na leitura devida. Quais-
quer mudanças súbitas ou abruptas na atitude da
aeronave podem causar indicações errôneas
devido à mudança repentina do fluxo de ar so-
bre os orifícios de estática.
O Indicador Instantâneo de Razão de Figura 12-17 Velocímetro.
Subida é um desenvolvimento mais recente, que
incorpora bombas de aceleração para eliminar O Indicador de Velocidade Aerodinâmi-
as limitações associadas com o vazamento da ca (velocímetro) consiste, primariamente, de um
calibração. Por exemplo, durante uma subida diafragma metálico e sensível, cujos movimen-
abrupta, a aceleração vertical faz com que as tos, resultando da diferença entre o ar de impac-
bombas forneçam um ar extra para o diafragma to e a pressão estática, são multiplicados por
para estabilizar a pressão diferencial sem um meio de engrenagens com molas, pinhões e um
tempo usual de retardo. Durante o nível de vôo eixo para transformar um movimento do dia-
com razão estável, e descidas estáveis, o instru- fragma em movimento rotativo para o ponteiro,
mento opera da mesma maneira e princípios, que indica velocidade do avião em medidas de
como um indicador de subida convencional. nó ou milhas por hora.
Um sistema de ajuste a zero que pode ser A maioria dos velocímetros são constru-
controlado por um parafuso ou um botão permi- ídos para indicar as limitações de velocidade
te o ajuste do ponteiro a zero. com uma simples verificação visual.
O ponteiro de um indicador de subida Para que a velocidade nunca seja exce-
deverá indicar zero quando a aeronave estiver dida, é indicada por uma linha radial vermelha.
no solo, ou mantendo um nível de vôo de pres- O arco amarelo no instrumento indica
são constante. um limite onde o vôo deverá ser conduzido com
Indicador de velocidade aerodinâmica cautela, e um arco branco é usado para indicar
os limites de velocidade onde a operação do
Indicadores de velocidade (velocímetro) flape é permitida.
são instrumentos de leitura sensíveis a pressão Os números do mostrador usado nos
que medem a diferença entre as pressões dinâ- diferentes tipos de velocímetro são indicativos
mica e estática, e apresentam tal diferença em do tipo do avião nos quais eles são usados. Por
número de velocidade indicada. exemplo: um velocímetro com um limite de 0
Os velocímetros são construídos por até 160 nós é comumente usado em muitos avi-
diversos fabricantes e variam de acordo com sua ões leves.
construção mecânica, entretanto, a construção Outros tipos, tais como um indicador que
básica e o princípio de operação é o mesmo para limita a velocidade em 430 nós são usados nos
todos os tipos. aviões maiores e mais rápidos.

12-12
Outro tipo de velocímetro em uso é a- Ele utiliza um aneróide, um diafragma
quele que indica a velocidade máxima permiti- de pressão diferencial e um diafragma com bul-
da. O indicador inclui uma agulha de máxima bo de temperatura que responde respectivamen-
velocidade permitida, que mostra uma diminui- te a mudanças na pressão barométrica, pressão
ção da velocidade máxima, quando há um au- de impacto e temperatura do ar exterior.
mento de altitude. Este ponteiro opera com um As ações do diafragma são mecanica-
diafragma extra no velocímetro que sente as mente interpretadas para indicar a velocidade
mudanças em altitude, e indica estas mudanças verdadeira em nós.
na face do instrumento. Um velocímetro típico, indicador de
velocidade verdadeira, é projetado para indicar a
velocidade do ar desde 1.000 pés abaixo do ní-
vel do mar até 50.000 pés acima do nível do
mar, e em condições de temperatura do ar desde
+40 graus até -60 graus centígrados.

Indicador de número Mach

Indicadores de número Mach ou maquí-


metros indicam a relação da velocidade do avião
com a velocidade do som a uma altitude particu-
lar, e na temperatura existente a qualquer tempo
durante o vôo.
A construção de um maquímetro é muito
similar àquela de um Velocímetro.

Figura 12-18 Indicador de velocidade máxima


permitida.

Seu propósito é indicar a velocidade


máxima permitida em qualquer altitude.
O tipo de velocímetro conhecido como
indicador de velocidade verdadeira é mostrado
na figura 12-19.

Figura 12-19 Indicador de velocidade verda-


deira. Figura 12-20 Maquímetros.

12-13
Um maquímetro comumente contém um mumente detalhadas no manual de manutenção
diafragma de pressão diferencial, que sente a do construtor do avião, entretanto há algumas
pressão do tubo pitot; e um diafragma aneróide inspeções, procedimentos e precauções que
que sente a pressão estática dentro do instru- devem ser observados que se aplicam a todos os
mento. Por meios mecânicos, as mudanças nas sistemas em comum.
pressões são indicadas no mostrador do instru- Os tubos de pitot e suas conexões no
mento de números Mach. avião devem ser inspecionados quanto a segu-
O Maquímetro mostrado na figura 12- rança de montagem e evidência de danos. Ins-
20A é projetado para operar entre os limites de peções deverão ser feitas para assegurar que as
0,3 a 1,0 Mach e em altitudes desde 0 até 50.000 conexões elétricas estão firmes.
pés. O maquímetro mostrado na figura 12-20B é O orifício de entrada do tubo de pitot, os
construído para operar nos limites de 0,5 a 1,5, orifícios drenos e os orifícios estáticos, ou de
em altitudes acima de 50.000 pés. entradas e saídas de pressões estáticas, devem
ser inspecionados para assegurar que não estão
Indicadores combinados de velocíme- obstruídos.
tro/maquímetro O tamanho dos orifícios de dreno e pres-
são estática são aerodinamicamente críticos.
Indicadores combinados de velocíme- Eles nunca devem ser limpos ou desobs-
tro/maquímetro são disponíveis para aviões on- truídos com ferramentas que podem causar mo-
de o espaço para os instrumentos é limitado e é dificação ou alargamento de seus orifícios.
desejável que se apresente informação num in- Os elementos de aquecimento deverão
dicador combinado. Estes instrumentos indicam ser verificados quanto a seu funcionamento,
a velocidade, o número Mach e o Mach limite para assegurar que o tubo de pitot começa a
através de leituras do ar de impacto (pressão aquecer sempre que seu botão é ligado.
dinâmica) e pressões estáticas lidos através de Se um medidor de ampères ou medidor
aneróides. de corrente está instalado no circuito, uma leitu-
Estas unidades combinadas utilizam ra de corrente deverá ser medida.
ponteiros duplos que mostram a velocidade ae- As inspeções a serem levadas em efeito
rodinâmica numa escala fixa e a indicação do nos instrumentos têm uma relação direta com a
número Mach numa escala rotativa. Um botão segurança, os defeitos visuais e o funcionamen-
localizado na parte inferior do instrumento é to adequado.
disponível para mover um indicador até a refe- O ajuste a zero dos ponteiros deve tam-
rência de uma velocidade desejada. bém ser verificado.
Um Indicador combinado de velocíme- Quando se proceder a inspeção do altí-
tro/maquímetro é mostrado na figura 12-21. metro, a escala de pressão barométrica deve ser
ajustada de forma que possa ser lida do campo
onde se encontra a aeronave.
Quando ajustada a essa pressão, o ins-
trumento deverá indicar zero dentro de limites
de tolerância especificados para o tipo instalado.
Se nenhum ajuste for possível dentro de limites
pré-determinados, o instrumento deverá ser
substituído.

Teste quanto a vazamentos no sistema de


pitot estático
Figura 12-21 Indicador combinado de velocíme-
tro/maquímetro. Os sistemas pitot estático das aeronaves
devem ser checados quanto a vazamentos após a
MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PITOT instalação de qualquer componente, quando o
ESTÁTICO mau funcionamento do sistema está em períodos
As instruções específicas para manuten- especificados pelos regulamentos das autorida-
ção, de qualquer sistema pitot estático são co- des competentes.

12-14
O sistema de testar quanto a vazamento e vertical. Ele também fornece informação da
o tipo de equipamento a ser usado, dependem do quantidade de inclinação. O eixo de inclinação
tipo do avião e seu sistema pitot estático. Em do giroscópio é montado horizontalmente, en-
todos os casos, a pressão e a sucção devem ser quanto o giro roda ao redor do seu eixo.
aplicadas e aliviadas vagarosamente para evitar A precessão giroscópica leva o rotor a
danos aos instrumentos. inclinar-se quando o avião também se inclina.
O método de testar consiste basicamente Devido a direção da rotação, o giroscópio incli-
de aplicar pressão e sucção às entradas de pres- na-se sempre na direção oposta da qual o avião
são e aos respiros estáticos, respectivamente, está girando, isto previne que o eixo de rotação
usando um testador de vazamentos e adaptado- esteja vertical à superfície da Terra.
res acoplados. A ligação entre a montagem do giroscó-
A razão de vazamento deverá estar den- pio e a agulha do instrumento, chamado “meca-
tro da tolerância permitida e prescrita para o nismo reverso”, faz com que a agulha indique a
sistema. Os testes de vazamento também forne- direção certa da curva.
cem meios de checar se os instrumentos conec- A energia para o giro elétrico deve ser
tados a um sistema estão funcionando adequa- fornecida, ou por uma corrente C.A. ou corrente
damente, entretanto, um teste de vazamento não C.C., do sistema elétrico do avião. O principal
é utilizado como teste de calibração. valor do giroscópio elétrico dos aviões mais
Após executar um teste de vazamento, o leves é o fator segurança.
sistema deve ser retornado a configuração nor- Em aviões monomotores equipados com
mal de vôo. giros a vácuo, e indicadores de direção a vácuo,
Se for necessário desconectar várias par- a agulha do Turn and Bank é comumente opera-
tes de um sistema é observado se todos os co- da por um giroscópio elétrico.
nectores, adaptadores, ou pedaços de fita adesi- No caso de falha no sistema de vácuo e
va foram removidos do sistema. perda dos dois instrumentos, o piloto ainda dis-
põe de um instrumento de reserva confiável para
INDICADORES DE INCLINAÇÃO E operação em emergência.
CURVA (“TURN AND BANK”) Operado diretamente da corrente da ba-
teria, o Turn and Bank elétrico é confiável en-
O indicador de inclinação e curva (Turn quanto a corrente elétrica estiver disponível, não
and Bank) figura 12- também indicado como importando o mau funcionamento de geradores
“pau e bola”, ou curva e derrapagem, indica a ou sistema de vácuo .
execução correta de uma curva coordenada, e No instrumento elétrico, o giroscópio é
indica também a inclinação lateral de um avião um pequeno motor elétrico e pendular.
em vôo. Ambos os sistemas, movidos a eletrici-
dade e movidos a vácuo, são projetados para
utilizar o mesmo princípio giroscópico, para
indicar a inclinação do avião em vôo.
A energia para o sistema movido por
sucção é regulada por uma válvula restritora
instalada entre a linha de pressão principal e o
instrumento, de forma a produzir uma desejada
sucção e velocidade no rotor.
Como a agulha mede a força da preces-
Figura 12-22 Dois tipos de indicadores de cur- são, o vácuo excessivamente alto ou baixo po-
vas e inclinação. deria resultar em operação da agulha de forma
indesejável.
O ponteiro de indicação de curva é ope- Para uma específica razão de curva, o
rado por um giroscópio movido por vácuo, por vácuo baixo produz uma rotação menor do gi-
pressão de ar, ou por eletricidade. roscópio e, portanto, menor deflexão da agulha
O ponteiro de indicação de curva indica para essa específica condição de curva.
a razão, em números de graus por segundo, na O contrário é verdade para a condição
qual o avião está fazendo a curva sobre seu eixo de vácuo muito alto.

12-15
Dos dois tipos de agulha indicadoras de SISTEMA DE INDICAÇÃO REMOTA TI-
curva mostrada na figura 12-22, o indicador de PO “SINCRO”
2 minutos de curva é o mais antigo.
Se o instrumento está calibrado acura- Um sistema Sincro é um sistema elétrico
damente, uma deflexão na agulha equivalente a usado para transmitir informação de um ponto
sua largura significa, no indicador de 2 minutos, para outro.
que o avião está fazendo uma curva à razão de 3 A maioria dos instrumentos indicativos
graus por segundo ou curva padrão (2 minutos de posição são projetados sobre um sistema
para uma curva de 360 graus). Sincro.
No indicador de 4 minutos, uma defle- A palavra "Sincro" é uma forma abre-
xão da agulha para qualquer lado equivalente a viada de Sincronia e refere-se a qualquer dos
largura da agulha, indica que a aeronave está dispositivos elétricos capazes de medir e indi-
curvando a 1,5 graus por segundo ou metade da car uma deflexão angular.
razão da curva padrão (4 minutos para uma cur- Sistemas Sincro são usados como indi-
va de 360 graus). cadores remotos de posição para: trem de pouso
Um indicador de curva de 4 minutos foi e sistemas de flape, nos sistemas de piloto au-
desenvolvido especialmente para aviões de alta tomático, nos sistemas de radar e muitas outras
velocidade. aplicações de indicações remotas.
O indicador de derrapagem (bola) é uma Há diferentes tipos de sistemas Sincro e
parte do instrumento que consiste num simples os 3 sistemas mais comuns são: Autosyn,
inclinômetro que é um tubo de vidro selado con- Celsyn e Magnesyn.
tendo querosene dentro do qual oscila uma bola Esses sistemas são similares na sua cons-
preta de ágata ou uma esfera comum de aço que trução, e todos operam de forma idêntica, eletri-
está livre para mover-se dentro do tubo. camente e nos princípios mecânicos.
O fluido provoca uma ação amortecedo-
ra, assegurando movimentos suaves da bola para Sistemas Selsyn C.C.
ambos os lados. O tubo de vidro é curvado de
forma que numa posição horizontal a bola tem a Os sistemas Selsyn C.C. fazem parte de
tendência de permanecer sempre no ponto mais um método elétrico, amplamente usado para
baixo. Uma projeção do lado esquerdo do tubo indicar a condição mecânica remota. Especifi-
contém uma bolha de ar, para compensar a ex- camente, os sistemas Selsyn C.C. podem ser
pansão do fluido durante mudanças na tempera- usados para mostrar o movimento e a posição
tura. Dois pedaços de arame envolvendo o tubo do trem de pouso retrátil dos flapes da asa, nos
de vidro fixam o tubo à caixa de instrumento, e, flapes do motor (Cowlflaps) nas portas de rea-
por sua posição, também serve como marca de quecimento do óleo ou partes similares móveis
referência para indicar a posição da bola no tubo do avião.
quando em repouso. O sistema Selsyn consiste de um trans-
Durante vôo reto e horizontal coordena- missor, um indicador e a cablagem de conexão.
do, a força da gravidade faz com que a bola A voltagem necessária para operar o sistema
permaneça na parte mais baixa do tubo centrali- Selsyn é fornecida pelo sistema elétrico do avi-
zado entre os arames de referência. ão.
Um sistema Selsyn é mostrado esquema-
Práticas de manutenção para os indicado- ticamente na figura 12-23. O transmissor consis-
res de curva te de uma bobina circular e um braço de contato
rotativo.
Erros de indicações no indicador de cur- O braço rotativo de contato gira em um
va aparecem usualmente devido à velocidade eixo no centro da bobina de resistência. As duas
excessiva ou insuficiente ou, ainda, ajustamento pontas do braço ou escova sempre tocam a bo-
impreciso da mola de calibração. Não existe bina em lados opostos.
nenhum teste operacional prático, ou verificação O eixo no qual o braço de contato está
desse instrumento, que não seja notar visual- ligado se estende através do final do transmis-
mente que o ponteiro indicador e a bola estão sor, e está ligado a unidades (flapes, trem de
centralizados. pouso, etc) cuja posição deve ser transmitida.

12-16
va individual na outra ponta. Quando qualquer
chave de trava é fechada, a resistência é adicio-
nada ao circuito transmissor para causar dese-
quilíbrio em uma sessão da bobina transmissora.
Esse desequilíbrio causa uma mudança no fluxo
da corrente através das espirais da bobina.
O movimento resultante do ponteiro in-
dicador mostra que a chave de trava foi, então,
Figura 12-23 Diafragma esquemático de um fechada.
sistema Selsyn de C.C. A chave de trava está mecanicamente
conectada às travas de trem em cima ou embai-
O transmissor está usualmente ligado à xo, e quando as travas do trem de pouso travam
unidade através de uma conexão mecânica. As- em cima ou embaixo, fecha o interruptor conec-
sim que se move, ela causa ao eixo do transmis- tado ao transmissor Selsyn. Este travamento do
sor um movimento. Desta forma, o braço pode trem de pouso é repetido no indicador.
girar para que a voltagem seja transmitida em
qualquer dos dois pontos onde o braço toca a Sistema magnesyn
circunferência da bobina.
Como a voltagem das espiras do trans- O Sistema Magnesyn é um sistema elé-
missor é variada, a distribuição de corrente nas trico de sincronia própria, usado para transmitir
bobinas do indicador também varia, e a direção a direção de um campo magnético‚ de uma bo-
do campo magnético resultante, através do indi- bina para outra. O sistema de posição Magnesyn
cador, é mudada. é essencialmente um método de medir a quanti-
O campo magnético indica uma determi- dade de movimento de tais elementos, como: os
nada posição do braço ao transmissor. Flapes da asa e flapes de refrigeração do motor,
Sempre que o campo magnético muda de compensadores, o trem de pouso, ou outras su-
posição, o motor polarizado gira e alinha-se perfícies de controle. As duas unidades princi-
com a nova posição do campo. O rotor, então, pais do sistema são: o transmissor e o indicador
indica a posição do braço transmissor. (figura 12-25 ).
Quando o sistema Selsyn C.C. é usado
para indicar a posição do trem de pouso , um
circuito adicional é conectado a bobina trans-
missora que age como um circuito de trava. O
propósito desse circuito é mostrar quando o
trem de pouso está recolhido e travado, ou a-
baixado e travado. Chaves de trava são mostra-
das, conectadas num sistema de 3 fios na figura
12-24.

Figura 12-25 Sistema Magnesyn de indicação


de posição.

No sistema transmissor Magnesyn, um


anel de ferro é colocado ao redor de um magne-
to permanente, de forma que a maioria das li-
nhas de força magnéticas passem através do
anel.
Este núcleo circular de material magné-
Figura 12-24 Sistema Selsyn de três fios com tico é provido de uma bobina elétrica com uma
dupla chave de trava. espiral muito fina. A figura 12-26 mostra o es-
quema elétrico de um sistema Magnesyn.
Um resistor está conectado entre uma O núcleo circular de material magnético
das pontas do transmissor, e uma chave de tra- e a bobina são os componentes essenciais de um

12-17
Magnesyn. O rotor consiste de um permanente
magneto (imã).

Figura 12-27 Sistema de indicação remota


(sincro) da pressão de óleo.

A maioria dos transmissores de pressão


de óleo são compostos de duas partes: um me-
canismo para medir a pressão; e uma monta-
Figura 12-26 Sistema magnesyn. gem sincro para indicar a pressão.
A pressão do óleo causa um deslocamen-
O movimento da superfície de controle to linear no rotor do sincro. A quantidade de
do avião causa um movimento proporcional do deslocamento é proporcional a pressão, e as
eixo transmissor. Este, por sua vez, causa des- variações de voltagens são indicadas pelo esta-
locamento rotativo do magneto. As variações tor sincro.
de voltagem são sentidas no Magnesyn, depen- Estas voltagens são transmitidas para o
dendo da posição do magneto. A voltagem é indicador sincro.
transmitida ao indicador Magnesyn, que indica Em algumas instalações, indicadores
em um mostrador os valores recebidos do duplos são usados para obter indicações das
transmissor. duas fontes.
O indicador consiste inicialmente de um Em algumas instalações, tanto os trans-
Magnesyn, um mostrador graduado e um pon- missores de indicação de óleo e de combustível
teiro. são ligados através de uma junção, operando um
O ponteiro está ligado ao eixo e o eixo sincro de pressão de óleo e pressão de gasolina
está ligado ao magneto, portanto, o movimento (duplo lado a lado ), entretanto, combinando
do magneto causa um movimento ao ponteiro. ambos indicadores em apenas um instrumento.

INDICAÇÕES REMOTAS DE PRESSÃO SISTEMA DE QUANTIDADE DE COM-


DE ÓLEO E DE COMBUSTÍVEL BUSTÍVEL TIPO CAPACITOR

Indicações remotas de pressão de óleo e O sistema de medir combustível do tipo


combustível podem ser convenientemente obti- capacitor é um dispositivo eletrônico de medir
das através do uso de vários sistemas sincro. O combustível, que determina com exatidão o pe-
tipo de sistema sincro usado pode ser o mesmo, so do combustível nos tanques de um avião.
seja para óleo ou para medir pressão de combus- Os componentes básicos do sistema são:
tível, entretanto, um sistema de medir pressão um indicador, uma sonda do tanque, uma unida-
de óleo não é usualmente intercambiável com de ponte e um amplificador. Em alguns siste-
um transmissor para medir combustível. mas, a unidade ponte e o amplificador são uma
Um sistema típico de indicar a pressão só unidade montada na mesma caixa. Sistemas
do óleo é mostrado na figura 12-27. Uma mu- mais modernos foram projetados com a unidade
dança na pressão do óleo introduzida no trans- ponte e um amplificador transistorizado, cons-
missor sincro causa um sinal elétrico para ser truído dentro do estojo do instrumento.
transmitido através da cablagem, interconectada O indicador de quantidade de combustí-
ao receptor do sincro. vel mostrado na figura 12-28 é um instrumento
Este sinal faz com que o rotor receptor e selado, auto balanceado, contendo um motor,
o indicador se movam a uma distância propor- um conjunto de ponteiro, amplificador transisto-
cional a quantidade de pressão exercida pelo rizado, circuito ponte e potenciômetros de ajus-
óleo. te.

12-18
O único fator variável da unidade do
tanque é o dielétrico do material entre as chapas.
Quando o tanque está cheio, o material dielétri-
co é todo combustível. Sua constante dielétrica
é cerca de 2,07 a 0ºC comparado a um dielétrico
constante de 1 para o ar.
Quando um tanque está com combustível
até a metade existe ar entre as metades superio-
res das placas, e combustível entre as placas em
sua parte inferior. Assim, o capacitor terá menor
capacitância do que tinha antes quando o tanque
Figura 12-28 Indicador e sonda de um sistema estava cheio.
de indicação de combustível tipo Quando o tanque está vazio, haverá so-
capacitor. mente ar entre as placas e, conseqüentemente, a
capacitância é ainda menor.
Uma mudança na quantidade de combus- Qualquer mudança na quantidade de
tível de um tanque causa uma mudança na capa- combustível entre o tanque cheio e o tanque
citância da unidade do tanque. Essa unidade do vazio provoca uma mudança correspondente na
tanque faz parte de um circuito de capacitância. capacitância.
O sinal de voltagem resultante do dese- Um circuito de capacitância simplificado
quilíbrio desse circuito é amplificado sensitiva- é mostrado na figura 12-30. O capacitor do tan-
mente na unidade de força; este sinal energiza que de combustível e um capacitor de referência
um motor de indução, aciona um potenciometro fixo estão conectados em séries, através de uma
na direção apropriada para reequilibrar o circui- bobina transformadora secundária.
to, e ao mesmo tempo posiciona um ponteiro Um voltímetro está conectado do centro
indicador, mostrando a quantidade de combustí- da bobina do transformador até um ponto entre
vel remanescente no tanque. Uma versão sim- os dois capacitores.
plificada de uma unidade do tanque é mostrada
na figura 12-29.
A capacitância de um capacitor depende
de três fatores:

1) A área das chapas;

2) A distância entre as chapas;

3) O dielétrico constante do material entre as


chapas.

Figura 12-30 Circuito ponte de capacitância,


simplificado.

Se as duas capacitâncias são iguais a


queda de voltagem será igual, e a voltagem en-
tre o centro e o ponto "P" será zero. Assim que a
quantidade de combustível aumenta, a capaci-
tância da unidade do tanque aumenta causando
maior fluxo de corrente na unidade do tanque e
no circuito. Isto causará a existência de uma
voltagem através do voltímetro, que está ligado
Figura 12-29 Circuito tanque-capacitância sim- em fase com a voltagem aplicada ao transfor-
plificado. mador.

12-19
Se a quantidade do tanque diminui, ha- circuito ponte, mas sua fase está desalinhada 90º
verá um menor fluxo da corrente no lado do por um capacitor.
tanque. A voltagem através do voltímetro está Como resultado, o motor indicador é
agora fora de fase com a voltagem aplicada ao sensível a fase, isto é, ele vai operar em qual-
transformador. quer direção, dependendo se a capacitância da
Em um instrumento atual tipo capacitor, unidade do tanque está aumentando ou diminu-
a informação para o amplificador de dois está- indo. Quando a capacitância do tanque aumenta
gios está conectada em lugar do voltímetro. Ele ou diminui, devido a mudança na quantidade de
amplifica o sinal de um desbalanceamento na combustível, é necessário reajustar o circuito
unidade ponte. ponte para uma condição de balanceamento, de
A saída do amplificador energiza uma forma que o motor indicador não continue mu-
bobina no motor indicador de duas fases. A ou- dando a posição da agulha indicadora. Isto é
tra bobina motor, chamada "Fase de Linha", conseguido por um potenciômetro balanceador,
está constantemente energizada pela mesma conectado através da metade do transformador
voltagem que é aplicada ao transformador no secundário, conforme mostrado na figura 12-31.

Figura 12-31 Circuito de ponte de equilíbrio próprio.

O motor indicador move o braço do po- danças na atitude do avião e o deslocamento do


tenciômetro na direção necessária para manter combustível nos tanques.
equilíbrio contínuo na ponte. O circuito mostra-
do na figura 12-31 é um circuito de ponte com SISTEMAS DE INDICAÇÃO DO ÂNGULO
equilíbrio próprio. Um potenciômetro “vazio” e DE ATAQUE
um calibrado "cheio" estão ligados através das
partes do transformador secundário em pontas O sistema de indicação do ângulo de
opostas da bobina. Estes potenciômetros podem ataque detecta o ângulo de ataque do avião de
ser ajustados para equilibrar as voltagens da um ponto na lateral da fuselagem, e fornece
ponte sobre um sistema completo, de alcance de informações para o controle e atuação de outras
capacitância, de vazio até completamente cheio unidades e sistemas no avião.
de um específico sistema. Em algumas insta- Os sinais são fornecidos para operar um
lações onde o indicador mostra o conteúdo de indicador de ângulo de ataque (figura 12-32)
somente um tanque, e onde o tanque é mais ou localizado no painel de instrumentos, onde uma
menos simétrico, uma unidade é o suficiente, indicação visual contínua do atual ângulo de
entretanto para maior exatidão, em tanques de ataque é mostrada.
forma peculiar, duas ou mais unidades são liga- Um sistema típico de ângulo de ataque
das em paralelo para minimizar o efeito de mu- fornece sinais elétricos para a operação de um
12-20
atuador dos pedais do leme, o que alerta o ope-
rador de um estol iminente quando o avião está
se aproximando de um ângulo de ataque crítico.
Chaves elétricas são atuadas no indica-
dor de ângulo de ataque a vários ângulos de
ataque pré-estabelecidos

Figura 12-33 Detector da direção do fluxo de ar.

Qualquer pressão diferencial causada por


desalinhamento da antena em relação a direção
do fluxo de ar causará uma rotação nos remos.
Os remos movendo-se rodarão a antena
através de um mecanismo, até que a diferencial
Figura 12-32 Sistema de indicação do ângulo de pressão seja zero. Isto ocorre quando as fen-
de ataque. das estão simétricas com a direção da corrente
de ar.
.O sistema indicador de ângulo de ataque Dois potenciômetros eletricamente sepa-
consiste de um detector (transmissor) da direção rados rodando com a antena fornecerão sinais
de corrente de ar (figura 12-32B) e um indica- para indicações remotas. A posição da antena ou
dor localizado no painel de instrumentos. O rotação é convertida em um sinal elétrico por
detector de direção de corrente de ar contém um um dos potenciômetros, que é o componente
elemento sensitivo que mede a direção local da transmissor de um circuito auto-ajustável.
corrente de ar, relativo ao ângulo do ataque ver- Quando um ângulo de ataque do avião é muda-
dadeiro, detectando a diferença angular entre o do e, subseqüentemente, a posição do potenci-
fluxo de ar local e um ponto de referência na ômetro transmissor é alterada, um erro de volta-
fuselagem do avião. O elemento sensível opera gem existe entre o potenciômetro transmissor e
em conjunção com o circuito ponte balanceado o potenciômetro receptor.
que converte as posições da antena em sinais Fluxos de corrente através de um relé
elétricos. sensível polarizado rodam um servo motor no
A operação de sistema indicativo de indicador.
ângulos de ataque está baseada na detecção de O servo motor energiza o receptor po-
pressão diferencial, no ponto onde a corrente de tenciômetro na direção exigida para reduzir a
ar está fluindo numa direção que não é paralela voltagem, e restaurar o circuito a uma condução
ao verdadeiro ângulo de ataque do avião. eletricamente equilibrada.
Esta pressão diferencial é causada por O ponteiro indicador está ligado, e se
mudanças no fluxo de ar ao redor da unidade move com o receptor potenciômetro para indi-
antena. car no mostrador o ângulo de ataque relativo.
A antena estende-se através da fusela-
gem do avião para o vento relativo. INDICADOR DE RPM (TACÔMETRO)
O final exposto da antena contém duas
fendas paralelas que detectam a pressão diferen- O indicador tacômetro é um instrumento
cial do fluxo de ar (figura 12-33). para indicar a velocidade do eixo de manivelas
O ar que passa pelas fendas é transmitido de um motor a pistão, e a velocidade do eixo
através de duas passagens separadas, para com- principal de uma turbina. Os mostradores de um
partimentos separados em uma câmara, onde tacômetro usados com motores a pistão são ca-
existem dispositivos em forma de remo. librados em RPM (rotações por minuto).

12-21
Aqueles tacômetros utilizados para tur- avião e conectado eletricamente a um indicador,
binas são calibrados em porcentagem de RPM, montado no painel de instrumentos. Estas duas
sendo usados a partir da rotação de decolagem. unidades são conectadas por uma cablagem elé-
A figura 12-34 mostra um indicador típi- trica. O gerador transmite força de 3 fases ao
co para cada um dos indicadores descritos. Há motor sincro no indicador.
dois tipos de sistema de tacômetro em amplo A freqüência da força transmitida é pro-
uso hoje em dia. porcional a rotação do motor.
Através do principio de arrasto magnéti-
co, o indicador fornece uma indicação muito
precisa da velocidade do motor. Gerador de Ta-
cômetros são unidades compactas, pequenas,
geralmente, e disponíveis em 3 tipos:

− FLANGE PLANO
− PORCA ROTATIVA
− PORCA FIXA
Figura 12-34 Tacômetros (Indicadores de
r.p.m.).
Estes nomes são obtidos através do tipo
de montagem usada na instalação do gerador ao
1) O sistema indicador mecânico; motor. O gerador de Tacômetro tipo Flange
2) O sistema indicador elétrico. plana (figura 12-36A)‚ é construído com uma
blindagem num dos lados, projetada para permi-
Sistema indicador mecânico tir a instalação do gerador a uma placa no corpo
do motor, ou na Caixa de acessórios da turbina
O sistema indicador mecânico consiste com 4 parafusos.
de um indicador conectado ao motor por um O gerador tipo Porca Rotativa é constru-
eixo flexível de tração. O indicador contém um ído com uma porca na montagem, e está livre
contrapeso acoplado ao mecanismo que aciona para girar em relação ao resto do instrumento.
um ponteiro. Este tipo de gerador pode ser seguro e imóvel
Quando o eixo gira, forças centrífugas enquanto a porca de montagem é aparafusada no
agem nos contrapesos e os movem para uma lugar. O gerador do Tacômetro tipo Porca fixa
posição angular. Esta posição angular varia com (fig. 12-36B) é construído com uma porca de
a rotação do motor. O movimento dos contrape- montagem instalada em uma das blindagens na
sos é transmitido através do mecanismo de en- lateral do gerador. A porca de montagem é uma
grenagens ao ponteiro. O ponteiro gira para in- parte rígida do instrumento, e o gerador inteiro
dicar a RPM do motor no indicador Tacômetro. deve ser girado para aparafusar a porca no seu
lugar junto ao motor.
Sistema de indicação elétrico

Um número de diferentes tipos e tama-


nhos de geradores de Tacômetro e indicador são
usados em sistemas elétricos de aeronaves. Ge-
ralmente, os vários tipos de indicadores de ta-
cômetro e geradores operam nos mesmos prin-
cípios básicos. Assim, o sistema descrito será
representativo da maioria dos sistemas de tacô-
metros elétricos. Figura 12-36 Gerador de Tacômetro.
As instruções dos fabricantes deverão
sempre ser consultadas para um detalhe especí- O Tacômetro duplo consiste de duas
fico de um tacômetro. unidades indicadoras de tacômetro montadas no
O sistema típico de tacômetro é um ge- instrumento único. Os ponteiros indicadores
rador C.A. de 3 fases, acoplado ao motor do mostram simultaneamente num mostrador úni-

12-22
co, a rotação de dois motores. Alguns indicado- truções do fabricante deverão sempre ser con-
res de rotação são equipados com um mostrador sultadas.
que indica a hora de vôo, usualmente localizado Quando um motor equipado com um
na área inferior do mostrador, bem abaixo do tacômetro elétrico está funcionando em rotação
ponteiro central. mínima, os ponteiros indicadores do tacômetro
Tacômetros duplos também são coloca- podem flutuar e ter uma leitura baixa. Isto é
dos no mesmo instrumento com um sincroscó- uma indicação de que o motor sincro não está
pio para vários propósitos. sincronizado com a informação que é obtida no
Um destes‚ o tacômetro de helicóptero gerador de sinal.
com sincroscópio, é um instrumento que indica A medida que a velocidade do motor
simultaneamente a velocidade de rotação do aumenta, ele deverá sincronizar e registrar cor-
motor principal e a velocidade de rotação do retamente a rotação. A rotação na qual a sincro-
rotor, e o deslizamento do rotor devido ao mal nização ocorre vai variar com o projeto do sis-
funcionamento da fricção ou velocidade exces- tema tacômetro.
siva do rotor, quando a fricção for desengajada Se os ponteiros do instrumento oscilam
em vôo. A velocidade de ambos (o eixo do rotor a velocidade acima do valor de sincronização, é
e o eixo da turbina)‚ é indicada por um tacôme- verificado-se a oscilação total não excede a tole-
tro regular duplo, e o deslizamento é indicado rância permissível. Se a oscilação exceder a
num sincroscópio (figura 12-37). tolerância, verifica-se se é o instrumento ou ou-
tro dos componentes que está falhando. Os-
cilação nos indicadores podem ocorrer em um
sistema de indicação mecânica, se o cabo flexí-
vel de tração do indicador está sofrendo oscila-
ções. O cabo flexível deve ser fixado em inter-
valos freqüentes, para a prevenção de oscila-
ções.
Quando se instala indicadores do tipo
mecânico, o “teleflex” deve ter espaço adequado
através do painel. Quaisquer dobras necessárias
para colocar o cabo através do painel, não pode-
rão causar esforço na instalação do instrumento
no painel.
Evita-se dobras muito acentuadas no ca-
bo transmissor. Um cabo transmissor instalado
Figura 12-37 Tacômetro de helicóptero com inadequadamente pode causar uma pane no in-
sincroscópio. dicador, ou fornecer informação incorreta.

MANUTENÇÃO DOS TACÔMETROS SINCROSCÓPIO


(CONTAGIROS)
O sincroscópio é um instrumento que
Os indicadores dos tacômetros devem indica se dois (ou mais) motores estão sincroni-
ser examinados quanto a vidros frouxos, marcas zados, isto é‚ se eles estão operando na mesma
de escala apagadas ou ponteiros soltos. A dife- R.P.M.
rença nas indicações entre as leituras obtidas, O instrumento consiste de um pequeno
antes e após o leve bater do instrumento, não motor elétrico, que recebe corrente elétrica do
poderão exceder mais ou menos 15 RPM. Este gerador do tacômetro de ambos os motores.
valor pode variar dependendo da tolerância es- O sincroscópio é projetado de forma
tabelecida pelo fabricante do indicador. que,a corrente do motor que gira mais depres-
Ambos, o gerador do tacômetro e o indi- sa,controla a direção na qual o motor do sin-
cador, deverão ser inspecionados quanto a fir- croscópio gira.
meza das conexões mecânicas e elétricas, segu- Se ambos os motores estão operando a
rança da montagem e condição geral. Para pro- mesma velocidade, o motor do sincroscópio não
cedimentos detalhados de manutenção, as ins- opera.

12-23
Se, entretanto, um motor está operando As leituras do mostrador com rotação no sentido
mais rápido que o outro, o sinal do seu gerador anti-horário do ponteiro indicam devagar; e o
obrigará o motor do sincroscópio a girar em movimento no sentido horário indicando rápido
uma determinada direção. Se a velocidade do refere-se a operação do segundo motor, em rela-
outro motor então torna-se maior que aquela do ção a velocidade do motor mestre.
primeiro motor, o sinal de seu gerador, então, Para aeronaves com mais do que dois
causará ao motor do sincroscópio a reversão na motores poderão ser usados sincroscópios adi-
direção oposta. cionais.
O motor do sincroscópio está conectado Um motor é designado como motor mes-
através de um eixo, a um ponteiro de duas pon- tre, e os sincroscópios são conectados entre seus
tas no mostrador do instrumento (figura 12.38). tacômetros, e àqueles de cada um dos motores
É necessário designar um dos dois moto- individuais.
res como motor mestre, para que as indicações Em uma instalação completa deste tipo,
do sincroscópio possam ser úteis. deve haver um instrumento a menos do número
de motores, desde que o motor mestre seja co-
mum a todos os pares.
Um tipo de sincroscópio para quadrimo-
tores é um instrumento especial que‚ efetiva-
mente, são três sincroscópios individuais em um
só instrumento (figura 12-39).
O rotor de cada sincroscópio está eletri-
camente conectado ao gerador do tacômetro do
motor, designado como mestre, enquanto cada
estator está conectado a cada um dos tacôme-
tros dos outros motores.
Existem, três ponteiros, cada um indi-
cando a velocidade relativa do motor número 2,
3 ou motor 4, conforme indicado na figura 12-
Figura 12-38 Mostrador do sincroscópio. 40.

Figura 12-39 sincroscópio de quadrimotor.

12-24
Figura 12-40 Esquema do sincroscópio para um quadrimotor.

Os ponteiros independentes giram no ve para medir o ar do carburador, a temperatura


sentido horário quando seu respectivo motor do óleo e a temperatura do ar exterior.
está girando mais rápido que o motor mestre, e As principais partes do termômetro de
em sentido anti-horário quando está girando resistência elétrica são: o instrumento indicador,
com menor velocidade. o elemento sensível de temperatura (bulbo), e as
A rotação dos ponteiros começa quando cablagens conectoras e os plugues de conexão.
a diferença de velocidade atinge cerca de 350 Os termômetros de temperatura de óleo
RPM; e a medida que a sincronização dos moto- do tipo de resistência elétrica têm limites típicos
res está sendo obtida, a rotação dos ponteiros é de -10 graus centígrados a +120 graus centígra-
proporcional a diferença de rotação dos moto- dos, ou desde -70 graus centígrados até +150
res. graus centígrados.
Termômetros do ar do carburador e da
INDICADORES DE TEMPERATURA mistura ar/combustível, poderão ter um limite
de operação de -50 graus até +50 graus centí-
Várias indicações de temperatura devem grados, assim como muitos termômetros de ar
ser conhecidas, de forma que a aeronave seja exterior.
operada adequadamente. Um termômetro típico de resistência
É importante que a temperatura do óleo elétrica é mostrado na figura 12-41. Os indica-
do motor, a mistura do carburador, o ar exterior, dores também estão disponíveis na forma dupla,
a temperatura das cabeças dos cilindros, os du- para uso em aviões multi-motores. Muitos indi-
tos de aquecimento e a temperatura dos gases do cadores são compensados para mudanças na
escapamento, bem como os gases das turbinas, temperatura na cabine.
sejam conhecidas. O termômetro de resistência elétrica ope-
Muitas outras temperaturas devem tam- ra pelo princípio da mudança da resistência elé-
bém ser conhecidas, mas estas são algumas das trica na maioria dos metais com as mudanças na
mais importantes. Diferentes tipos de termôme- temperatura. Na maioria dos casos, a resistência
tros são usados para coletar e apresentar esta elétrica de um metal aumenta enquanto a tempe-
informação. ratura sobe.
A resistência de alguns metais aumenta
Termômetro de resistência elétrica mais que a resistência de outros, com uma de-
terminada elevação na temperatura. Se um resis-
Termômetros de resistência elétrica são tor metálico com um alto coeficiente de resis-
amplamente usados em muitos tipos de aerona- tência à temperatura (um alto índice de resistên-

12-25
cia para um determinado aumento na temperatu- O indicador de resistência elétrica é um
ra) é submetido a uma temperatura a ser medida, instrumento de medir resistência. Seu mostra-
e o indicador de resistência é conectado a ele, dor é calibrado em graus de temperatura em vez
todos os requisitos para um termômetro elétrico de ohms, e mede a temperatura usando uma
estão presentes. forma modificada do circuito ponte de Wheats-
tone.
O medidor ponte de Wheatstone opera
do princípio de comparar um resistor desconhe-
cido com outras resistências conhecidas.
Uma forma simplificada de um
circuito ponte de Wheatstone é mostrado na
figura 12-43.

Figura 12-41 Indicador típico de temperatura à


resistência elétrica.

O resistor sensível ao calor é o elemento


principal no bulbo, e é construído de forma que
Figura 12-43 Circuito medidor do tipo ponte
tenha uma resistência definida para cada valor
de Wheatstone.
de temperatura dentro de seu limite de operação.
O elemento resistor sensível a tempera-
Três resistências de valores iguais (A,B e
tura é uma bobina feita de várias ligas, tais co-
C, da figura 12-43) estão conectadas a um cir-
mo fio de níquel ou fio de manganês em materi-
cuito na forma de diamante, com uma resistên-
al isolante apropriado.
cia de valor desconhecido (D). A resistência
O resistor é protegido por um tubo de
desconhecida representa a resistência do bulbo
metal, unido a uma cabeça rosqueada de forma
de temperatura, da resistência elétrica do siste-
hexagonal ( figura 12-42). As duas extremida-
ma termômetro.
des são revestidas ou soldadas ao receptáculo
Um galvanômetro calibrado para ler em
elétrico, projetadas para receber as tomadas do
graus é unido através do circuito: X e Y. Quan-
plugue conector.
do a temperatura causa a resistência do bulbo
equalizar-se a das outras resistências, nenhuma
diferença em potencial existe entre os pontos X
e Y no circuito, e nenhuma corrente flui na per-
na do galvanômetro do circuito.
Se a temperatura do bulbo muda, sua
resistência também muda; e a ponte torna-se
desbalanceada, causando um fluxo de corrente
através do galvanômetro em uma direção ou em
outra.
O mostrador do galvanômetro é calibra-
do em graus de temperatura, convertendo para o
Figura 12-42 Dois tipos de bulbo de termôme- instrumento de medida de temperatura. A maio-
tros de resistência elétrica. ria dos indicadores são fornecidos com um para-

12-26
fuso de ajuste a zero na face do instrumento, de cromo e alumel são outras combinações de me-
forma a ajustar o ponteiro a um ponto de refe- tais de características físicas diferentes em uso.
rência (a posição do ponteiro quando a ponte Ferro e costantan é a mais usada na mai-
está equilibrada e nenhuma corrente flui através oria dos motores radiais, e cromel e alumel é
do medidor). usada em motores a jato.
As sondas termopares são projetadas
Indicadores de temperatura bimetálicos para fornecer uma quantidade definida de resis-
tência no circuito termopar, portanto seu com-
A temperatura da maioria dos cilindros primento ou tamanho não pode ser alterado, a
dos motores a pistão, refrigerados a ar, é medi- não ser que alguma compensação seja feita para
da por um termômetro que tem seu elemento a mudança da resistência total. A junção aque-
sensitivo de calor instalado em algum ponto de cida do termopar varia de forma, dependendo de
um dos cilindros (normalmente um cilindro sua aplicação.
mais quente).
No caso de motores a turbina, a tempera-
tura dos gases do escapamento é medida por
sondas instaladas no cone de escapamento.
Uma sonda é um circuito ou uma cone-
xão de dois metais diferentes; tal circuito tem
duas conexões. Se uma das conexões é aquecida
a uma temperatura maior que a outra, uma força
eletromotiva é produzida no circuito. Colocan-
do-se um galvanômetro no circuito, esta força
pode ser medida.
Quanto maior se torna a temperatura,
maior se torna a força eletromotiva produzida.
Calibrando-se o galvanômetro em graus, torna-
se um termômetro.
Um sistema típico de termômetro bime-
Figura 12-45 Termopares: (A) tipo gaxeta; (B)
tálico (figura 12-44) usado para indicar a tem-
tipo baioneta.
peratura do motor, consiste de um indicador
galvanômetro calibrado em graus centígrados,
Dois tipos comuns são mostrados na
um termopar bi-metálico, e condutores bimetá-
figura 12-45; eles são do tipo gaxeta e do tipo
licos.
baioneta. No tipo gaxeta, dois anéis de metais
diferentes são pressionados juntos para formar
uma gaxeta tipo vela de ignição. Cada sonda,
que forma uma conexão de retorno ao galvanô-
metro, deve ser construída do mesmo metal que
a parte do termopar na qual está conectada. Por
exemplo, um fio de cobre está conectado a um
anel de cobre, e o fio de costantan dever estar
conectado ao anel de costantan.
O termopar tipo baioneta cabe num ori-
fício na cabeça do cilindro. Aqui novamente, o
mesmo metal é usado no termômetro como na
parte do termopar, ao qual está conectado. O
Figura 12-44 Sistema de indicação da tempera- cilindro escolhido para a instalação do termopar
tura da cabeça do cilindro de mo- é o cilindro que opera mais quente nas mais
tor convencional. diversas condições de operação. A localização
deste cilindro varia com os diferentes tipos de
Os termopares condutores ou as sondas motores.
bi-metálicas são comumente construídos de fer- A junção fria do circuito termopar está
ro e constantan, porém, cobre e constantan, ou dentro da caixa do instrumento.

12-27
Desde que a força eletromotiva, verifi- na cabine, da temperatura dos gases do escapa-
cada no circuito, varia com a diferença da tem- mento da turbina, enquanto eles estão deixando
peratura entre as junções fria e a quente‚ é ne- a unidade motora. Em algumas turbinas a tem-
cessário compensar o mecanismo do indicador peratura dos gases do escapamento é medida na
para mudanças da temperatura na cabine que entrada da turbina. Este sistema é usualmente
poderão afetar a junção fria. Isso é conseguido conhecido como “TIT”, temperatura da entrada
usando-se uma mola bimetálica, conectada ao da turbina (turbine inlet temperature).
mecanismo indicador. A principal desvantagem deste método é
Quando as sondas são desconectadas do que o número de sondas requeridas torna-se
indicador, a temperatura da área da cabine ao maior, e a temperatura ambiente em que ele
redor do painel pode ser lida no instrumento. A deve operar é aumentada.
razão disso, é que a mola compensadora bimetá- Uma sonda de medir temperatura dos
lica continua a agir como um termômetro. gases de escapamento é montada num isolante
A figura 12-46 mostra os indicadores de de cerâmica e revestida de uma blindagem de
dois instrumentos de temperatura do termopar metal. A sonda tem a forma de um tubo cilíndri-
(thermocouple). co que se projeta e fica localizado na saída dos
gases; ela é construída de cromel (uma liga de
níquel-cromo) e alumel (uma liga de níquel e
alumínio).
A junção quente penetra num espaço pa-
ra dentro da blindagem, e a blindagem tem ori-
fícios na sua extremidade, permitindo o fluxo
dos gases de escapamento através da junção
quente.
Várias sondas são usadas e são instala-
das em intervalos, ao redor do perímetro da saí-
Figura 12-46 Dois tipos de indicadores de tem- da dos gases da turbina ou do duto de
peratura de termopares. escapamento.
As sondas medem o EGT da turbina em
Sistemas de indicação de temperatura dos milivolts, e esta voltagem é transmitida a um
gases amplificador no indicador na cabine onde é am-
plificada e usada para energizar um pequeno
EGT (Temperatura dos Gases do Esca- servo motor, que move o do ponteiro indicador
pamento) é uma indicação variável muito críti- do termômetro. Um sistema típico de EGT é
ca da operação de uma turbina. O sistema de mostrado na figura 12-47.
indicação de EGT fornece uma indicação visual

Figura 12-47 Típico sistema de indicação da temperatura dos gases do escapamento.

12-28
O indicador EGT mostrado é a uma uni- As montagens dos termômetros são efe-
dade hermeticamente selada e oferece a possibi- tuadas em bases ao redor da carenagem da en-
lidade de um segundo plugue de conexão. trada da turbina, e cada termômetro possui duas
O instrumento é calibrado de zero grau conexões eletricamente independentes com uma
centígrado até o limite máximo de 1.200 graus sonda de leitura.
centígrados, com um mostrador vernier no canto A voltagem média das bases onde se alo-
superior direito. Uma bandeira de alerta de jam as sondas representa o TIT. Um esquema do
"OFF" (desligado) está localizada na parte infe- sistema para medir a temperatura da entrada das
rior do mostrador. turbinas para o motor de um avião com quatro
O sistema de indicação TIT fornece uma motores, é mostrado na figura 12-48. Os circui-
indicação visual da temperatura dos gases en- tos para os outros três motores são idênticos a
trando na turbina. Em um tipo de turbina de esse sistema.
aviação, a temperatura de entrada de cada turbi- O indicador contém um circuito ponte,
na é medida por dezoito unidades de sondas um circuito “chopper”, um motor de duas fases
duplas, instaladas no anel envolvente da turbina. para acionar o ponteiro e um potenciômetro de
Um conjunto desses termômetros paralelos acompanhamento(feed-back). Também incluído
transmite sinais a um indicador na cabine, e o está um circuito de referência de voltagem, um
outro conjunto de termômetros paralelos fornece amplificador, uma bandeira (“OFF”) de instru-
sinais de temperatura a um controle de dados. mento inoperante, e uma luz de alerta de sobre
Cada circuito é eletricamente independente for- temperatura.
necendo um sistema com dupla confiabilidade.

Figura 12-48 Sistema de indicação da temperatura da entrada da turbina (TIT).


A saída do amplificador energiza o cam- “feed-back” e fornece um sinal para parar o mo-
po variável do motor de duas fases, que move o tor quando o instrumento indicar a posição cor-
ponteiro do indicador principal e um indicador reta em relação a indicação de temperatura. O
digital. O motor também move o potenciômetro circuito de voltagem fornece uma voltagem de
12-29
referência para prevenir erros de variações de
voltagem no suprimento de força para o indica-
dor.
A luz de alerta de alta temperatura a-
cende quando o instrumento de TIT atinge um
limite pré-determinado. Um botão de teste ex-
terno é na maioria das vezes instalado para que
as luzes de alerta de alta temperatura de todos os
motores, possam ser testadas ao mesmo tempo.
Quando a chave de teste é operada, um
sinal de alta temperatura é simulado em cada
indicador do circuito ponte do indicador de
temperatura.
Figura 12-49 Esquema de um sistema de me-
TERMÔMETRO DE RESISTÊNCIA DE didor de razão de temperatura.
RAZÃO ELÉTRICA
O magneto é construído de forma que
O sistema básico de indicação de tempe- haja uma abertura de ar entre o magneto e as
ratura ponte de Wheatstone, fornece indicações bobinas, maior na base do que no topo. Isto pro-
exatas quando o ponteiro está no ponto de equi- duz uma maior densidade no fluxo que é pro-
líbrio no mostrador do instrumento. Quando o gressivamente maior partindo da base para a
ponteiro se move fora do ponto de equilíbrio o abertura no topo.
indicador ponte de Wheatstone está sendo muito A direção da corrente, através de cada
afetado pelas variações do fornecimento de vol- bobina em relação a polaridade do magneto
tagem. permanente, faz com que a bobina com a fluxo
Uma maior exatidão pode ser obtida, ins- de corrente reaja no campo magnético mais fra-
talando-se um dos diversos tipos de circuito co. Se a resistência do bulbo de temperatura é
automático de compensação de voltagem na igual ao valor da resistência fixa; e os valores
linha, no circuito. iguais de corrente estão fluindo através da bobi-
Alguns desses reguladores de voltagem na; o torque nas bobinas será o mesmo, e os
empregam-se do filamento-resistência das lâm- ponteiros indicadores estarão na posição vertical
padas para obter um fornecimento de voltagem (zero).
mais uniforme. Se a temperatura do bulbo aumenta, sua
A resistência dos filamentos de lâmpadas resistência também aumentará causando a dimi-
ajuda a regular a voltagem aplicada ao circuito nuição da corrente do ramo do circuito da bobi-
ponte de Wheatstone porque a resistência do na “B”. Conseqüentemente o torque na bobina
filamento muda passo a passo com a variação de “B” diminui e a bobina “A” empurra no sentido
fornecimento de voltagem. para baixo num campo magnético mais fraco; A
O medidor de razão é um arranjo mais bobina “A”, com sua corrente mais fraca move-
sofisticado para obter-se maior exatidão nos se para um campo magnético mais forte.
indicadores tipo bulbo e resistência. O indicador Os torques nas bobinas ainda se equili-
de razão mede a razão das correntes usando uma bram desde que o produto do fluxo da corrente
adaptação do circuito básico ponte de Wheats- permaneça o mesmo para ambas as bobinas,
tone com circuito de razão para maior mas o ponteiro tenha se movido para uma nova
sensibilidade. posição na escala calibrada. Por outro lado, o
Um esquema de um circuito de medidor oposto desta ação ocorrerá se a temperatura do
de razão de temperatura é demonstrado na figu- bulbo sensitivo de calor diminuir.
ra 12-49. O circuito contem dois ramos parale- Os sistemas de medir temperatura por
los, um com uma resistência fixa em série com a indicação de razão, são usados para medir tem-
espiral “A” e a outra uma resistência construída peratura do óleo do motor, do ar exterior e tem-
em série com a espiral “B”. As duas espirais peratura do ar do carburador em muitos tipos de
estão fixadas num rotor com um pino no centro avião. Eles são especialmente usados para indi-
da abertura do magneto permanente. car condições de temperatura, onde a exatidão é

12-30
importante, ou grandes variáveis de forneci- A palheta medidora move-se contra a
mento de voltagens existem. força oposta de uma mola.
Quando a força criada por um determi-
SISTEMAS DE MEDIR FLUXO DE COM- nado fluxo de combustível está equilibrada com
BUSTÍVEL (“FUEL FLOW”) a tensão da mola, a palheta torna-se imóvel.
A palheta é conectada magneticamente
Sistemas de indicação de fluxo de com- ao rotor de um transmissor que gera sinais elé-
bustível são usados para indicar consumo de tricos para indicar em um instrumento na cabi-
combustível. ne.
Eles são, na maioria das vezes, instala-
dos nos aviões maiores, multi-motores, mas
eles podem ser encontrados em qualquer tipo de
aeronave onde o fator economia de combustível
é um detalhe muito importante.
Um sistema típico de medidor de fluxo
de combustível para o motor a pistão consiste de
um transmissor de fluxo e um indicador. O
transmissor está usualmente ligado na linha de
combustível que une a saída do carburador a
válvula de alimentação de combustível, ou bico
ejetor. O indicador está normalmente montado
no painel de instrumentos.
Um corte transversal de um transmissor
típico é mostrado na figura 12-50. A gasolina
passando pela entrada da câmara de combustível
é direcionada contra uma palheta medidora, Figura 12-50 Câmara de combustível do medi-
causando a mudança da sua posição dentro da dor de fluxo de combustível.
câmara.
Quando a palheta é movida de uma posi- A distância que a palheta medidora se
ção fechada pela pressão do fluxo de gasolina, a move é proporcional e mede a razão do fluxo.
distância entre a palheta e a câmara de combus- O sistema tem um amortecedor que elimina as
tível torna-se gradativamente maior, e este mo- flutuações causadas por bolhas de ar no
vimento é transmitido ao eixo na qual a palheta combustível.
está ligada. A figura 12-51 mostra uma vista Há uma válvula de alívio dentro da câ-
detalhada de um sistema de medir fluxo de mara que permite o dreno de combustível quan-
combustível. do o fluxo é maior que a capacidade da câmara.

Figura 12-51 Sistema medidor do fluxo de combustível.

12-31
Um esquema simplificado de um sistema missor do “FUEL FLOW”, e o rotor do indica-
de “FUEL FLOW” do tipo palheta (figura 12- dor ligado a uma fonte de força comum com um
52) mostra a palheta medidora ligada ao trans- transmissor.

Figura 12-52 Esquema de um sistema de medição de fluxo do tipo palheta.

O mostrador de um indicador de fluxo é


mostrado na figura 12-53. Alguns indicadores
de fluxo de combustível são calibrados em ga-
lões por hora, mas a maioria deles indica a me-
dida do fluxo em libras.
O sistema do fluxo usado nos motores a
turbina é na maioria das vezes um sistema mais
complexo do que aqueles usados nos motores a
pistão.
No esquema mostrado na figura 12-54,
dois cilindros, um impulsor, e uma turbina são
montados na linha principal de combustível
ligada ao motor.
Figura 12-53 Típico indicador de fluxo do com- O impulsor é movido a uma velocidade
bustível. constante por um motor especial de três fases.

Figura 12-54 Esquema de um sistema medidor de fluxo de combustível de um grande motor à reação.

12-32
O impulsor é montado formando um momento rando em alta velocidade, um giroscópio não
angular com o fluxo de combustível fazendo possui propriedades incomuns; é simplesmente
com que a turbina gire até que a mola regulado- uma roda montada sobre diversos eixos.
ra calibrada provoque o equilíbrio de forças
devido ao momento angular do fluxo de com-
bustível.. A deflexão da turbina posiciona o
magneto permanente no transmissor de posição
a uma posição correspondente ao fluxo de com-
bustível na linha. Esta posição da turbina é
transmitida eletricamente ao indicador na cabine

INSTRUMENTOS GIROSCÓPICOS

Três dos mais comuns instrumentos de Figura 12-56 Um giro em repouso.


vôo: o indicador de atitude, o indicador de rumo
e o indicador de inclinação e curvas (Turn and Quando o rotor está girando em alta ve-
bank) são controlados por giroscópios. locidade, o giroscópio demonstra uma de suas
Para se entender como estes instrumen- duas características giroscópicas. Ele adquire
tos operam exige-se um conhecimento dos prin- um alto grau de rigidez, e seu eixo aponta sem-
cípios giroscópicos dos sistemas de força dos pre na mesma direção, não importando para
instrumentos e os princípios operacionais de qual direção sua base seja movida (figura 12-
cada instrumento. 57).
O giroscópio é uma roda, ou disco, mon-
tado para girar em alta velocidade ao redor de
um eixo, sendo também livre para girar em um
ou mais eixos perpendiculares em seu
movimento de rotação. Um giroscópio em alta
velocidade oferece resistência a qualquer força
que tente mudar a direção do eixo de rotação.
Um rotor em alta velocidade é o coração Figura 12-57 Rigidez giroscópica.
de um giro básico (“A” da figura 12-55). Um
anel de suporte com rolamentos, nos quais o A rigidez giroscópica depende de diver-
rotor e um eixo podem girar, são acrescentados sos fatores de projeto:
a unidade básica (“B” da figura 12-55); e um
anel exterior com rolamentos montados a no- 1. Peso. Para um determinado tamanho uma
venta graus, com os rolamentos do rotor foram massa pesada é mais resistente a atuação de
acrescentados (“C” da figura 12-55). O anel forças externas que uma massa mais leve.
interno, com seu rotor e eixo, podem girar atra- 2. Velocidade angular. Quanto maior a velo-
vés de trezentos e sessenta graus dentro do anel cidade da rotação, maior rigidez ou resistên-
exterior. cia a deflexão.
3. Raio no qual o peso está concentrado. O
máximo efeito é obtido de uma massa quan-
do o seu peso principal está concentrado
perto da borda rodando em alta velocidade.
4. Fricção do rolamento. Qualquer fricção
causa uma força de deflexão para um giro. A
mínima fricção no rolamento mantém as
Figura 12-55 Giroscópio básico. forças de deflexão a um mínimo.

Uma segunda característica giroscópica


Um giroscópio em descanso é mostrado é a precessão, que está ilustrada na figura 12-58
em seis diferentes posições (figura 12-56) para A; pela aplicação de uma força ou uma pressão
demonstrar que, a não ser que o rotor esteja gi- a um giro sobre o seu eixo horizontal.

12-33
A força aplicada é resistida, e o giroscó- indicador de curvas. Qualquer uma das corren-
pio em vez de girar sobre seu eixo horizontal tes de força, a alternada ou a corrente contínua,
pressiona sobre seu eixo vertical na direção in- é usada para mover os instrumentos giroscópi-
dicada pela letra “P”. De uma maneira idêntica cos.
se aplicarmos pressão ao eixo vertical, o giro
pressiona sobre seu eixo horizontal na direção Sistema de vácuo
mostrada pela flecha “P”, na figura 12-58 “B”.
O sistema de vácuo provoca a rotação do
giro succionando uma corrente de ar contra as
palhetas do rotor para gira-lo em alta velocida-
de, como opera uma roda de água ou uma tur-
bina.
O ar, sob pressão atmosférica passa por
um filtro, move as palhetas do rotor, e é extraí-
do da caixa do instrumento através de uma li-
nha, para a fonte de vácuo, e daí soprado para a
atmosfera. Uma bomba de vácuo ou um venturi
Figura 12-58 Precessão giroscópica. podem ser usados para fornecer o vácuo, reque-
rido para girar os rotores dos giro-instrumentos.
Dois tipos de montagens são usados, O valor do vácuo necessário para operação de
dependendo como as propriedades giroscópicas instrumentos está usualmente entre três e meia
devem ser usadas na operação de um instru- polegadas, e quatro e meia polegadas, de mercú-
mento. Um giro montado livremente ou univer- rio e é usualmente ajustado por uma válvula de
salmente é montado em três anéis com liberda- alívio de vácuo, localizada na linha de supri-
de para girar em qualquer plano. Não obstante mento.
da posição da base do giroscópio, o giroscópio Os indicadores de curvas usados em al-
tem a tendência de permanecer rígido no espa- gumas instalações exigem valor menor de suc-
ço. ção. Isto é obtido usando-se uma válvula regu-
No indicador de atitude de um avião ladora adicional na linha de suprimento do ins-
a barra horizontal é controlada giroscopicamen- trumento em particular.
te para permanecer paralela ao horizonte natural
e as mudanças de posição do avião em vôo são
mostradas ilustradamente no indicador do ins- Sistema do tubo de venturi
trumento.
A montagem semi -rígida, ou restrita do As vantagens do venturi como uma fonte
giroscópio, emprega dois anéis limitando a rota- de sucção são o seu custo relativamente baixo e
ção do rotor em dois planos somente. a simplicidade de instalação e operação. Um
No indicador de curvas (turn and bank), a avião leve, monomotor, pode ser equipado por
montagem semi-rígida fornece uma pressão um venturi de duas polegadas (2 in.hg de capa-
controlada do rotor, e a força de precessão de- cidade de sucção) para operar o indicador de
tectada no giro pela curva do avião causa à agu- curva.
lha indicadora uma curva em vôo. Com um sistema adicional de 8 polega-
das, existe força disponível para mover os indi-
FONTES DE FORÇA PARA OPERAÇÃO cadores de atitude e direção. Um sistema de
DE GIROSCÓPIO venturi é mostrado na figura 12-59. A linha que
sai do giroscópio (figura 12-59) está conectada
Os instrumentos giroscópicos podem ser no tubo de venturi montada no exterior da fuse-
operados por um sistema de vácuo ou por um lagem do avião. Através da velocidade aerodi-
sistema elétrico. Em algumas aeronaves, todos nâmica normal de operação, a velocidade do ar
os giroscópicos são acionados ou por vácuo ou pelo venturi cria sucção suficiente para causar a
eletricamente; em outros, sistemas de vácuo rotação do giroscópio.
(sucção) fornecem energia para os indicadores As limitações do sistema venturi são
de atitude e direção, enquanto o sistema elétrico evidentes na ilustração da figura 12-59. O ven-
move o giroscópio para operação do ponteiro do turi é projetado para produzir o vácuo desejado
12-34
a aproximadamente 100 m.p.h, sob condições
padrão ao nível do mar. Bomba de vácuo movida pelo motor

A bomba de vácuo de palheta acionada


pelo motor é a fonte mais comum de sucção
para giros instalados em aviões leves da aviação
geral.
Um tipo de bomba de palheta é montado
no eixo de acessórios do motor e está conectado
ao sistema de lubrificação de forma que a bom-
ba seja resfriada e lubrificada. Outro sistema
comumente usado é a bomba de sucção seca
também acionada pelo motor.
A bomba opera sem lubrificação e a ins-
Figura 12-59 Sistema de vácuo com venturi. talação não exige linhas para o suprimento nor-
mal de óleo do motor e não há necessidade de
Amplas variações na velocidade ou na separador de ar com o óleo ou válvulas. De um
densidade do ar, ou restrições ao fluxo de ar modo geral, os sistemas de bomba lubrificada
pela criação de gelo no tubo de venturi afetarão por óleo, são semelhantes.
a garganta do venturi e, portanto afetando o gi- A principal desvantagem do sistema de
roscópio acionado pelo vácuo ali produzido. vácuo com bomba de sucção movida pelo motor
Como um rotor só atinge a velocidade do avião refere-se a indicações imprecisas em
normal de operação após a decolagem, as che- vôos a grandes altitudes.
cagens operacionais de pré-vôo dos instrumen- Fora a manutenção de rotina dos filtros e
tos acionados pelo venturi, não podem ser exe- as tubulações que não existem nos sistemas giro
cutadas. elétricos, a bomba de sucção movida pelo motor
é uma fonte tão efetiva para os aviões leves
quanto o sistema elétrico de sucção.

Sistema típico de sucção produzida por bom-


ba

A figura 12-61 mostra os componentes


do sistema de vácuo com uma bomba de capa-
cidade de 10"hg, em motores com rotação acima
de 1.000 rpm.
A capacidade da bomba e o seu tamanho
variam em diferentes aeronaves, dependendo do
numero de giroscópios operados.
Figura 12-60 Vista em corte de uma bomba de Separador de ar e óleo - O óleo e o ar da bom-
vácuo, do tipo palheta, girada pe- ba de vácuo são eliminados através do separa-
lo motor. dor, o ar é soprado para fora, e o óleo retorna
para o interior do motor.
Por esta razão o sistema é adequado so-
mente para aviões leves de treinamento por ins- Válvula de alívio de sucção - Como a capacida-
trumentos e vôos limitados sobre determinadas de de sucção do sistema é maior que o necessá-
condições meteorológicas. rio para operação dos instrumentos, a válvula
Aviões que voam a grandes variáveis de reguladora de sucção é ajustada para a sucção
velocidade, altitude e condições meteorológicas desejada para acionar os instrumentos. A sucção
mais adversas, exigem uma fonte mais eficiente em excesso nas linhas de instrumento é reduzida
de força independente da velocidade aerodinâ- quando a válvula acionada por uma mola abre-
mica e menos sensível a condições aerodinâmi- se e coloca o instrumento em contato com a
cas adversas. pressão atmosférica (figura 12-62.

12-35
Figura 12-61 Típico sistema de vácuo com bomba movida pelo motor da aeronave.

uma válvula incorporada para fechar e isolar a


bomba deficiente.

Válvula restritora - Como o instrumento que


indica inclinação e curva, o “turn and bank”
necessita e opera com menos sucção que a re-
querida para outros instrumentos girocópicos, o
vácuo na linha principal deve ser reduzido. Esta
Figura 12-62 Válvula reguladora do vácuo.
válvula é ou uma agulha ajustada para reduzir a
sucção da linha principal por aproximadamente
Válvula de alívio de pressão - Como o fluxo
a metade, ou uma válvula reguladora por uma
reverso do ar proveniente da bomba de sucção
mola que mantém uma sucção constante para o
fecharia a válvula reguladora e a válvula de alí-
indicador de curva a não ser que a sucção na
vio de pressão , a pressão resultante romperia as
linha principal caia para um valor mínimo.
linhas. A válvula de alívio de pressão ventila a
pressão positiva para a atmosfera exterior.
Filtro de ar - O filtro mestre de ar peneira obje-
Válvula unidirecional - A válvula reguladora de
tos estranhos fluindo através de todos os instru-
uma direção única previne possíveis danos aos
mentos giroscópicos, que são também equipa-
instrumentos pelo retrocesso do motor, que re-
dos com filtros individuais. Uma obstrução no
verteria o fluxo de ar e óleo proveniente da
filtro mestre reduz o fluxo de ar, e causa uma
bomba (ver figura 12-63).
leitura menor no instrumento de leitura de suc-
ção. Em aeronaves que não tem o filtro mestre
instalado, cada instrumento tem seu filtro pró-
prio. Com um sistema individual de filtro, uma
obstrução não será necessariamente indicada no
instrumento de sucção, no painel.

Indicador de sucção - O indicador de sucção é


um instrumento que indica a diferença em pole-
Figura 12-63 Válvula undirecional. gadas de mercúrio entre a pressão dentro do
sistema e a pressão atmosférica ou a pressão na
Válvula seletora - Em aeronaves multimotoras cabine. A sucção desejada, e os limites mínimo
equipadas com bombas de sucção acionadas por e máximo, variam de acordo com o projeto do
ambos os motores, a bomba alternada pode ser giroscópio.
selecionada para fornecer sucção no caso de Se a sucção necessária para os indicado-
qualquer pane do motor ou pane da bomba, com res de atitude e direção é 5" e o mínimo é 4.6",

12-36
uma leitura abaixo deste ultimo valor indica que Por exemplo, se a pressão ao nível do
o fluxo de ar não está mantendo os giroscópios mar é igual a 17.5 p.s.i. então uma polegada de
em uma velocidade suficiente para operação mercúrio ou uma p.s.i. de sucção é igual a -1
confiável. p.s.i. de pressão negativa ou 16,5 de pressão
Em muitas aeronaves, o sistema é equi- positiva.
pado com uma válvula seletora para o indicador Da mesma forma, 3 polegadas de mercú-
de sucção, permitindo que o piloto verifique o rio são iguais a -3 p.s.i. de pressão negativa ou
vácuo em vários pontos no sistema. +14,5 de pressão positiva.
Quando a bomba de vácuo desenvolve
Sucção uma sucção (pressão negativa), deve também
criar uma pressão positiva.
As pressões da sucção estudadas em Esta pressão (ar comprimido) é algumas
conjunto com a operação dos sistemas de vácuo vezes utilizada para operar instrumentos de
são realmente pressões negativas ou pressões pressão, câmaras degeladoras (boots) e selos
menores (abaixo do nível do mar). infláveis.

Figura 12-64 Sistema de vácuo de uma aeronave multi-motora.

Operação de um sistema típico As bombas de sucção movidas pelo mo-


tor esquerdo e direito, e suas linhas componen-
O esquema de um sistema de sucção tes, são independentes e isoladas umas das ou-
típico para um avião multi-motor é mostrado na tras, e atuam como 2 sistemas independentes de
figura 12-64. Este sistema a vácuo é composto sucção. As linhas de sucção são instaladas desde
dos seguintes componentes: 2 bombas de suc- cada bomba de sucção, são instalados através de
ção, 2 válvulas de alívio de sucção, 2 válvulas uma válvula de alívio e de uma unidirecional
reguladoras tipo “flapper”, uma válvula restrito- para a seletora de quatro posições.
ra para cada indicador de curva, uma válvula Da válvula seletora de quatro posições
seletora de 4 posições, um sistema de tubula- que permite operação do sistema de vácuo do
ções por onde flui a sucção, e uma válvula sele- motor esquerdo ou do motor direito, as linhas
tora do indicador de curva. são dirigidas através de tubulações que consitem

12-37
em tubos flexíveis, que conectam os instrumen- eixo traseiro e no anel interno do giroscópio,
tos operados a vácuo ao sistema. Do instrumen- depois é direcionado para dentro do alojamento
to, as linhas são orientadas até o instrumento de onde é dirigido contra as palhetas do rotor atra-
sucção e passam por uma válvula seletora do vés de dois orifícios em lados opostos.
indicador de curva (Turn and bank). Esta válvu- O ar, então, passa através de quatro ori-
la tem três posições: principal, “T & B” esquer- fícios igualmente localizados e distanciados na
do e “T & B” direito. Na posição principal o parte inferior da caixa do rotor e é succionado
indicador de sucção mostra as linhas do pela bomba de sucção ou venturi (figura 12-65).
horizonte artificial e giro direcional. Nas outras Na câmara contendo os orifícios é o me-
posições, o menor valor de sucção para o canismo que faz com que o dispositivo de rota-
indicador de curva (Turn and bank) pode ser ção retorne ao seu alinhamento vertical sempre
verificado. que uma força de precessão, tal como uma fric-
GIROSCÓPIOS DE ATITUDE ACIONA- ção do rolamento, mude o rotor desde o seu
DOS POR SUCÇÃO plano horizontal. Quatro orifícios de esca-
pamento são cobertos até a metade por uma pa-
Em um sistema típico de giroscópios de lheta pendular, que permite a descarga de volu-
atitude acionados por sucção, o ar é succionado mes de ar iguais através de cada orifício, quando
através do filtro, e então através de passagens no o rotor está adequadamente ereto

Figura 12-65 Mecanismo de ereção de um indicador de atitude à vácuo.

Qualquer inclinação do rotor afeta o e-


quilíbrio total das palhetas pendulares fazendo
com que uma palheta feche do par do lado opos-
to, enquanto a palheta oposta se abre na propor-
ção correspondente.
O aumento do volume de ar através do
orifício aberto exerce uma força de precessão no
alojamento do rotor, provocando a ereção do
giroscópio; e a palheta pendular retorna a uma
condição de equilíbrio (figura 12-66).
Os limites do indicador de atitude espe-
cificados nas instruções dos fabricantes indicam
a máxima rotação dos anéis alem das quais o
giro entrará em colapso. Figura 12-66 Ação das palhetas pendulares

12-38
Os limites do indicador de curvas movi- Bombas de pressão positiva são mais e-
do por um sistema típico a vácuo são de apro- ficientes que bombas a vácuo, especialmente
ximadamente 100 a 110 graus, e os limites de nas grandes altitudes.
inclinação do nariz do avião variam aproxima-
damente 60 a 70 graus para cima ou para baixo, PRÁTICAS DE MANUTENÇÃO DE UM
dependendo de uma unidade específica. Se, por SISTEMA DE SUCÇÃO
exemplo, os limites de cabragem são 60 graus
com o giro normalmente ereto, o giro entrará em Erros nas apresentações no indicador de
colapso quando o avião mergulhar em ângulos atitude são oriundos de qualquer fator que im-
além de sessenta graus. peça a operação do sistema de sucção dentro
Quando os anéis do rotor atingem os dos limites projetados, ou de qualquer força que
batentes, o rotor entra em precessão abrupta- impeça a rotação normal do giroscópio na velo-
mente, causando excessiva fricção e desgaste no cidade projetada.
mecanismo. O rotor normalmente precessará ao Estes fatores podem incluir equipamen-
plano horizontal, em uma razão de aproxima- tos mal balanceados, filtros obstruídos, válvulas
damente 8 graus por minuto. inadequadamente ajustadas e mau funcionamen-
Muitos giroscópios são equipados com to das bombas.
um dispositivo auxiliar chamado “cage”, usado Tais erros podem ser minimizados pela
para colocar o rotor instantaneamente na sua instalação apropriada, por inspeção, e praticas
posição de operação normal antes do vôo ou de manutenção adequadas.
após o seu colapso. Outros erros, inerentes a construção dos
O acionamento do botão “cage” evita a instrumentos, são causados por fricção e partes
rotação dos anéis dentro do giroscópio, e trava o desgastadas. Esses erros, resultando em preces-
eixo de rotação do rotor na sua posição vertical. são errada e falha do instrumento para manter
indicações precisas, aumentam com o tempo de
GIROCÓPIOS OPERADOS POR PRES- serviço do instrumento.
SÃO Para o mecânico, de aviação a preven-
ção ou correção de defeitos do sistema de suc-
A disponibilidade de bombas de pressão, ção usualmente consistem em limpeza ou subs-
na qual nenhuma lubrificação seja necessária, tituição dos filtros, verificando e corrigindo a
faz com que os sistemas de giros operados por insuficiência de sucção ou removendo e substi-
pressão seja possível. ] Em tais instalações, o ar tuindo os instrumentos. Uma lista das falhas
é comprimido sob pressão através de instrumen- mais comuns, junto com seu procedimento para
tos giroscópicos, em vez de serem sugados atra- correção, está na figura 12-67.
vés do sistema.

Causa provável Pesquisa Correção


(1) Sucção inoperante ou deficiente:
Defeito do indicador. Em aeronave multimotora teste o indi- Substitua o instrumento defeituoso
cador com o sistema do motor oposto
Válvula de alívio da sucção com ajus- Corrija o ajuste da válvula Faça o ajuste para adequado valor
te incorreto
Válvula de alívio instalada inversa- Inspecione visualmente Instale corretamente
mente
Linha quebrada Inspecione visualmente Substitua a linha
Linhas cruzadas Inspecione visualmente corretamente Instale as linhas
Obstrução nas linhas de vácuo Teste quanto a obstrução Limpe e teste as linhas substitua as
peças com defeito
Falha da bomba de vácuo Remova e inspecione Troque a bomba com defeito
Válvula reguladora incorretamente Faça o reajuste da válvula e verifique o Ajuste para o adequado valor
ajustada resultado
Válvula de alívio da sucção,suja Limpe e ajuste a válvula Se não conseguir o reajuste, substitua a
válvula
(2) Sucção excessiva:
Válvula de alívio com ajuste incorreto ------------------- Ajuste a válvula de alívio para a regu-
lagem correta

12-39
Indicador de vácuo inexato Teste a calibração do indicador Substitua o indicador com defeito

(3) Barra do horizonte artificial não atua corretamente:


Instrumento travado Inspecione visualmente Destrave o instrumento
Filtro do instrumento sujo Teste o filtro Substitua ou limpe como necessário
Insuficiência de vácuo Teste de regulagem Ajuste a válvula de alívio corretamente
(4) Indicador de curva e inclinação, com atuação deficiente
Conjunto do instrumento gasto ou sujo ------------------------ Substitua o instrumento

Instrumento sem suprimento de vácuo Teste as linhas e o sistema de vácuo Limpe ou substitua as linhas e compo-
nentes como necessário
Instrumento defeituoso Teste o instrumento quanto ao funcio- Substitua o instrumento com defeito
namento apropriado
(5) Ponteiro do indicador de curva e inclinação, com vibração:
Instrumento com defeito Teste o instrumento quanto ao funcio- Substitua o instrumento com defeito
namento apropriado

Figura 12-67 Pesquisa de panes do sistema de vácuo.

INDICADORES ELÉTRICOS DE ATITU- tínua e ilustrada da posição do avião, inclinação


DE e cabragem em relação a superfície da terra.
Um motor giroscópico é movido por
No passado, os giroscópios acionados corrente alternada, de 115 volts e 400 ciclos. O
por sucção levavam vantagem sobre os tipos giro com uma rotação de 21.000 rpm é mantido
elétricos nos aviões mais leves por causa de sua por um eixo e anéis de montagem (ginbals),
simplicidade e custo menor em comparação aos ligado ao eixo do rotor. Esta é a barra do hori-
outros. Entretanto, a importância crescente do zonte, que se move para cima e para baixo em
indicador de atitude estimulou o um arco de aproximadamente 27 graus de mo-
desenvolvimento de giros acionados vimento. A esfera fornece um pano de fundo
eletricamente, e compatíveis com os aviões mais para a barra do horizonte, e tem as palavras su-
leves. Os melhoramentos relativos a fatores de bir e descer (climb, dive) e um olho pintado
projeto, leitura mais fácil, característica de ere- sobre a esfera. Subir e descer representa cerca
ção, redução de erros induzidos e limitações do de 60 graus de cabragem.
instrumento são considerados nos vários tipos Ligado ao eixo do mecanismo de cabra-
que estão disponíveis no mercado. gem está o indicador de curva que é livre para
Dependendo das melhorias em um proje- movimentar-se em 360 graus.
to, em particular, os detalhes para o mostrador
do instrumento e os controles na cabine variam
de diferentes formas em diferentes instrumen-
tos. Todos indicam, em um grau variado, as
informações em cabragem para referencia em
atitude do avião.
O indicador típico de atitude ou giro
horizonte, como às vezes é conhecido, tem um
giro que procura a posição vertical e o eixo de
rotação com tendência a apontar ao centro da
terra.
O giro está ligado a uma barra horizontal
e estabiliza uma esfera onde encontram-se mar-
cas de atitude.
A esfera, a barra horizontal e um pontei-
ro de referência, movem-se com mudanças na
atitude da aeronave.
Leituras combinadas nestas indicações Figura 12-68 Indicador Giro-horizonte.
do instrumento fornecem uma apresentação con-

12-40
A face do mostrador do indicador de ati- mente 44 até 48 rpm. Conforme ilustra a figura
tude tem marcas de 0, 10, 20, 30, 40 e 60 graus 12-69, as esferas de aço estão livres para mover-
de inclinação e são usadas com um ponteiro se ao redor da luva.
indicador de curva, para indicar os ângulos de Se o efeito da força de gravidade não es-
inclinação para a esquerda ou para a direita. A tiver alinhado com o eixo do giro, as esferas de
face de um tipo de giro-horizonte é mostrada na aço cairão para o lado mais baixo. A precessão
figura 12-68. resultante realinha o eixo de rotação vertical-
A função do mecanismo de ereção é mente.
manter o eixo do giroscópio verticalmente a O giro pode ser calibrado manualmente
superfície da terra. por um mecanismo que provoca a rápida ereção.
Um imã ligado ao topo do eixo do giros- Quando o instrumento não está obtendo força
cópio gira a aproximadamente 21.000 rpm. Em suficiente para a operação normal, uma bandeira
volta deste imã, mas não afixado, há uma luva (“OFF”) de instrumento inoperante, aparece na
que gira por tração magnética a aproximada- parte superior direita do instrumento.

Figura 12-69 Mecanismo da ereção e de engrazamento de um indicador de atitude, elétrico.

Compasso magnético (Bússola) duas varas apontando para a mesma direção. O


elemento nos quais os imãs estão montados, está
O compasso magnético (bússola) é um construído de tal forma, que os imãs estão livres
instrumento simples que opera no princípio da para se alinhar com a direção geral norte e sul
atração magnética. magnética da terra.
Se uma barra imantada é montada em Um cartão no compasso usualmente gra-
um eixo para que esteja livre para girar num duado em incrementos de 5 graus é ligado ao
plano horizontal, sempre assumirá uma posição elemento flutuador. Uma marca fixa de referên-
com uma de suas extremidades apontando para cia chamada limbo é ligada a caixa do compas-
o pólo norte magnético da terra. Esta extremi- so.
dade do imã é chamada de extremidade norte. A linha limbo e as graduações do cartão
O compasso magnético consiste de uma são visíveis através de uma janela de vidro. A
caixa cheia de líquido, contendo um elemento proa magnética do avião em vôo é obtida verifi-
que flutua, no qual uma ou mais barras magnéti- cando-se a graduação na qual a linha limbo se
cas, chamadas agulhas, estão presas. O líquido encontra. As duas vistas de um compasso mag-
dentro da caixa amortece as oscilações do ele- nético na figura 12-70, mostram a face e os
mento flutuador e diminui a fricção do eixo. componentes internos de um compasso magné-
Um diafragma e um respiro permitem a tico.
expansão e contração do líquido, enquanto a Um dispositivo de compensação conten-
altitude ou a temperatura muda. do pequenos imãs permanentes é incorporado
Se mais do que um imã é usado num no compasso para corrigir desvios, que resultam
compasso, eles são montados em paralelo, como das influências magnéticas da estrutura do avião

12-41
e seu sistema elétrico. Dois parafusos na frente Uma rosa dos ventos (figura 12-71) é um sím-
do instrumento são usados para movimentar os bolo pintado ou marcado sobre uma superfície
imãs, e desta forma contrabalançar as influên- plana no aeroporto, e graduado em graus.
cias magnéticas locais que estão agindo nos As direções na rosa dos ventos são dire-
imãs principais do compasso. Os dois parafusos ções magnéticas, embora o norte verdadeiro seja
são indicados N-S e E-W. indicado em alguma rosa dos ventos. O proce-
dimento de compensação de um compasso de-
pende do tipo da aeronave. A necessidade de
calibração, e as suspeitas de mal funcionamento
do compasso, são geralmente registrados no
livro de bordo, ou efetuados em períodos pro-
gramados no calendário.
A maioria das oficinas realizam checa-
gens no compasso, a qualquer tempo que haja
Figura 12-70 Compasso magnético (Bússola). substituição, modificação ou colocação de equi-
pamento ou equipamentos que possam causar
A variação magnética é a diferença an- desvio no compasso.
gular em graus entre o pólo norte geográfico, e
o pólo norte magnético. Esta variação é causada
pelo campo magnético da terra que está constan-
temente mudando.
Como esta variação é diferente, depen-
dendo da localização geográfica, o seu efeito no
compasso não pode ser removido por qualquer
tipo de compensação.
Esta variação é chamada de variação
oeste, quando o campo magnético da terra des-
via a agulha do compasso para a esquerda da
direção do pólo norte geográfico; e chama-se
declinação leste, quando a agulha é desviada
para a direita do pólo norte geográfico.
A agulha do compasso não é afetada
somente pelo campo magnético da terra, mas
também pelos campos magnéticos criados Figura 12-71 Rosa dos ventos típica.
quando o equipamento elétrico da aeronave é
operado, e por componentes metálicos na estru- Um exemplo de compensação de um
tura. compasso é descrito nos parágrafos seguintes.
Esses distúrbios magnéticos dentro do Estes procedimentos são gerais, e não tem apli-
avião chamados desvios, defletem a agulha do cação específica:
compasso do alinhamento com o norte magnéti-
co. 1. O compensador deve ser colocado em uma
Para reduzir este desvio, cada compasso posição que não tenha efeito nos imãs prin-
em um avião é checado e compensado periodi- cipais do compasso.
camente, ajustando-se os imãs do sentido N-S e 2. O avião é colocado diretamente na direção
do E-W. sul magnética da rosa dos ventos. A cauda
Os erros remanescentes, após os ajustes da aeronave deverá ser elevada, no caso de
do compasso, são registrados num cartão de avião convencional, para a posição de vôo
correção do compasso, montado próximo ao nivelado.
instrumento.
A calibração de um compasso pode ser 3. Note-se a leitura do compasso, e registra-se
realizada em vôo ou no solo. A calibração de esta leitura. O desvio é a diferença algébrica
um compasso feita no solo é usualmente feita entre o rumo magnético e a leitura do com-
com a aeronave sobre uma" rosa dos ventos”. passo.

12-42
Exemplo: na proa sul (180 graus), a leitura 10. Esta leitura, então, torna-se 93º na proa les-
é 175,5 graus. Isso deverá ser registrado te e 273º no rumo oeste.
como um desvio de + 4,5 graus (180 graus -
175,5 graus = 4,5 graus). Se a leitura do 11. Deixando a aeronave no rumo leste magné-
compasso é muito baixa, o desvio é maior; tico, calcula-se o coeficiente de desvio total.
se a leitura é muito alta, o desvio é menor. Este coeficiente é igual a soma algébrica dos
desvios do compasso por todos os quatro
4. Alinha-se aeronave numa proa norte magné- pontos cardeais (norte, leste, sul e oeste) di-
tica.Registra-se a leitura do compasso com- vidido por 4.
putando o desvio. Se o coeficiente for maior que 1 grau, a
compensação adicional é comumente reali-
Exemplo: na proa norte (000 grau) o compas- zada. A compensação não é feita com o dis-
so indica 006,5 graus. Como este desvio é 6,5 positivo de compensação magnética. Isto é
graus muito alto, é registrado como um sinal conseguido alinhando-se novamente o com-
de menos (-6,5º). passo de forma que ele seja montado numa
posição paralela ao eixo longitudinal da ae-
5. O coeficiente de desvio norte/sul é determi- ronave.
nado subtraindo-se algebricamente o desvio
sul do desvio norte, e dividindo-se o saldo 12. Após a compensação inicial ser completada,
por 2. a aeronave será compensada novamente nos
rumos de 30, 60, 120, 150, 210, 240, 300 e
(−6,5o ) − (4,5o ) −11o 330 graus. As leituras do compasso para ca-
coeficiente = = = −5,5o da rumo são registradas num cartão de cor-
2 2
reção do compasso. Este cartão é então
O coeficiente de desvio norte-sul, que é a me- montado tão próximo quanto possível do
dia do desvio nos dois rumos é de -5,5º O instrumento, para a leitura de referencia. Um
compensador é ajustado neste valor e a lei- exemplo de um cartão de correção de um
tura do rumo norte agora será 001 grau. Es- compasso é mostrado na figura 12-72.
te ajuste também corrige o desvio sul pelo
mesmo valor, de forma que numa proa sul, O procedimento descrito é básico para
o compasso agora indicará 181 graus. compensação. Circuitos adicionais ao redor da
rosa dos ventos devem ser feitos com os moto-
6. Alinha-se a aeronave numa proa oeste mag- res, os equipamentos elétricos e radio operando,
nética (270 graus) sobre a rosa dos ventos. para verificar a exatidão das compensações bá-
Registra-se a leitura do compasso, calculan- sicas.
do o desvio.
Suponha-se que o compasso indique 276 graus,
um desvio de -6 graus.

7. Alinha-se o avião numa linha leste magnéti-


ca (090 graus de proa). Registra-se a leitura
do compasso, calculando o desvio. Suponha-
se que a leitura do compasso seja exatamen-
te 90º na proa leste magnética um desvio 0º.

8. Calcula-se o coeficiente de desvio leste-


oeste;
0o − (−6o ) +6o
coeficiente = = = +3o
2 2
9. Enquanto a aeronave estiver na proa leste
ajusta-se o compensador leste-oeste para a-
dicionar 3º a leitura do compasso. Figura 12-72 Cartão de correção da bússola.

12-43
Macacos, guinchos, elevadores, ou primariamente reduzir o trabalho, o esforço e
quaisquer dispositivos necessários para movi- fadiga no controle do avião, durante vôos muito
mentar e alinhar a aeronave nos vários rumos de longos.
uma rosa dos ventos, deveriam ser preferivel- ` Para realizar isto, o sistema de piloto
mente construídos de material não magnético. automático realiza diversas funções. Ele permi-
Quando isto se tornar impossível, os te ao piloto manobrar o avião com o mínimo de
dispositivos podem ser checados quanto a seus operações manuais.
efeitos no compasso, movimentando-os ao redor Enquanto sob o controle automático, o
da aeronave num círculo, na mesma distância avião pode subir, descer e mergulhar, além de
que os separaria do compasso quando eles esti- fazer curvas com pequenos movimentos de bo-
verem sendo usados. tões no controlador do piloto automático.
O equipamento que causar uma mudança Os sistemas de piloto automático forne-
nas leituras do compasso de mais de 1 quarto de cem controles para 1, 2 ou 3 eixos dos aviões,
grau, não deverá ser usado. Adicionalmente, conforme o tipo do sistema.
caminhões de combustível e tratores de reboque, Alguns sistemas de piloto automático
ou outros aviões contendo metais magnéticos, controlam somente os ailerons (um eixo), outros
não deverão estar estacionados numa distância controlam os ailerons e profundores ou lemes
da rosa dos ventos, que possa afetar o compasso (dois eixos). O sistema de piloto automático de
do avião sendo calibrado. O compasso magnéti- três eixos controla ailerons, profundores e leme
co é um instrumento simples que não necessita de direção.
de um recurso de uma fonte de energia. Todos os sistemas de piloto automático
Um mínimo de manuntenção é necessá- contêm os mesmos componentes básicos:
rio, mas o instrumento é delicado e deve ser
cuidadosamente manuseado durante a inspeção. 1. Giros, para sentir o que o avião está fazendo.
Os itens seguintes são usualmente incluídos em 2. Servos, para movimentar as superfícies de
uma inspeção: controle.
3. Amplificador, para aumentar a força dos si-
1. O indicador compasso deve ser checado nais de giro numa amplitude suficiente para
para leituras corretas nos vários pontos car- operar os servos.
deais, e novamente compensado, se necessá-
rio. Um controlador também é necessário
2. As partes moveis de um compasso devem para permitir o controle manual do avião através
mover-se facilmente. do sistema.
3. O conjunto do compasso deve ser correta-
mente instalado num dispositivo antivibra- Principio de operação
ção, e não deve tocar qualquer parte de me-
tal do avião. O sistema de piloto automático voa o
4. O estojo do compasso deve estar sempre avião, utilizando sinais elétricos gerados em
cheio com fluido. Este fluído não deve con- unidades sensíveis a informações giroscópicas.
ter quaisquer bolhas e nem descoloração. Essas unidades estão conectadas a instru-
5. A escala deve ser legível e ter uma boa ilu- mentos de vôo que indicam direção, razão de
minação. inclinação, curvas, ou posição do nariz. Se a
atitude do vôo ou rumo magnético é alterado,
SISTEMA DE PILOTO AUTOMÁTICO sinais elétricos são gerados nos giros. Estes si-
nais são usados para controlar a operação das
O sistema de piloto automático é um unidades servo, que convertem energia elétrica
sistema de controle automático, que matém a em movimento mecânico.
aeronave voando em qualquer rumo magnético O servo é conectado a superfície de con-
previamente selecionado, e faz com que o avião trole, que converte os sinais elétricos em força
retorne àquele rumo quando for deslocado. O mecânica que move a superfície de controle em
piloto automático também mantém o avião esta- resposta ao sinal de correção ou comandos do
bilizado sobre os eixos horizontal e lateral. A piloto. Um sistema básico de piloto automático
finalidade de um sistema de piloto automático é é mostrado na figura 12-73.

12-44
Figura 12-73 Sistema básico de piloto automático.

A maioria dos pilotos automáticos mo- Os dois sinais são emitidos para o canal
dernos podem ser descritos em termos dos seus do leme de direção do amplificador, onde são
três maiores canais: combinados e têm sua potência aumentada. O
sinal amplificado é então enviado ao servo do
1. O leme de direção. leme.
2. O aileron. O servo gira o leme de dirão na apropri-
3. Os canais dos profundores . adamente para fazer com que o avião retorne ao
curso magnético selecionado anteriormente.
O canal do leme de direção recebe dois Assim que a superfície do leme de direção se
sinais que determinam quando e o quanto o le- move, um sinal de acompanhamento (follow up)
me de direção deverá mover-se. é criado e se opõe ao sinal original. Quando os
O primeiro sinal é o sinal de direção, um dois sinais são iguais em magnitude o servo
sinal de curso, originado em um sistema de pára de mover-se.
compasso. Assim que o avião estiver de volta ao
Enquanto o avião permanece no rumo curso desejado, o sinal de curso atingirá um
magnético em que estava, quando o piloto au- valor zero, e o leme de direção voltará a posição
tomático foi ligado, nenhum sinal aparecerá. neutra pelo sinal de acompanhamento (follow
Entretanto, qualquer desvio do rumo faz up).
com que o sistema compasso envie um sinal O canal do aileron recebe seu sinal de
para um canal do leme de direção. Este sinal é informação de um transmissor localizado no
proporcional ao desvio angular do avião, do indicador de giro horizonte.
rumo pré estabelecido. Qualquer movimento do avião sobre seu
O segundo sinal recebido do canal de eixo longitudinal causará a unidade sensível de
leme de direção é o sinal de razão - é o canal giro, que desenvolva um sinal para corrigir a-
que fornece informação sempre que o avião está quele movimento.
cursando sobre o eixo vertical. Esta informação Este sinal é amplificado, examinado e
é fornecida pelo “turn - and - bank”, que indica enviado ao servo dos ailerons, que move a su-
a razão de curva. perfície de comando dos ailerons para corrigir o
Quando o avião tenta sair do curso o giro erro. Assim que a superfície dos ailerons se mo-
de razão cria um sinal proporcional a razão de ve, um sinal de acompanhamento ocorre em
curva; e o giro de direção, giro direcional, de- oposição ao primeiro sinal de desvio.
senvolve um giro proporcional a amplitude do Quando os dois sinais se eqüivalem em
desvio. magnitude, o servo pára de mover-se.

12-45
Figura 12-74 Diagrama em bloco do piloto automático.

Assim que os ailerons são movidos fora COMPONENTES BÁSICOS DE UM PILO-


de sua posição neutra, e enfrentam a posição do TO AUTOMÁTICO
vento relativo, a aeronave voltará para sua posi-
ção de vôo nivelado, com o sinal de informação
tornando-se menor; e o sinal de acompanhamen- Os componentes de um sistema típico de
to dirigindo as superfícies de comando do aile- piloto automático, estão ilustrados na figura 12-
ron de volta para a posição neutra 75. A maioria dos sistemas consiste de 4 tipos
Quando o avião retornar ao nível de vôo, básicos de unidades, vários interruptores e uni-
e atitude nivelada, o sinal de informação voltará dades auxiliares.
a ter um valor zero. Ao mesmo tempo, as su- Os 4 tipos de unidades básicas são:
perfícies de comando dos ailerons estarão com
posição neutra e o sinal de acompanhamento 1. Os elementos de comando.
será zero. 2. Os elementos sensíveis.
Os circuitos que compõe o canal dos
3. Os elementos computadores.
profundores funcionam de modo similar aos
circuitos do canal do aileron com a exceção de 4. Os elementos de atuação.
que o canal dos profundores detecta mudanças
na atitude do avião em vôo, isto é, a posição do Elementos de comando
nariz do avião em relação ao horizonte.
O circuito de todos os três canais pode A unidade de comando (Controlador de
ser observado em detalhes no desenho da figura Vôo) é manualmente operada para gerar sinais
12-74. que farão com que o avião suba, desça, ou exe-
O sistema do piloto automático, que foi cute curvas coordenadas.
descrito acima, foi usado para mostrar a função Sinais de comando adicional podem ser
de um piloto automático simples. A maioria dos enviados ao sistema de piloto automático pelo
pilotos automáticos são, contudo, muito mais equipamento de navegação da aeronave. O pilo-
sofisticados; entretanto, muitas operações fun- to automático é ligado ou desligado eletrica-
damentais são similares. mente ou mecanicamente, dependendo do proje-
Os sistemas de piloto automático são ca- to do sistema.
pazes de efetuar uma variedade muito grande de Quando o sistema de piloto automático
tarefas em navegação, para o controle automáti- está ligado, a operação manual dos vários bo-
co em vôo. tões de controle (figura 12-76) manobra o avião.

12-46
Operando-se o botão singular vertical Acionando-se o botão de curva, o avião
(pitch trim), podemos fazer o avião subir ou poderá ser comandado a girar em qualquer dire-
descer. ção.
O interruptor de ligar (engage) é usado
para ligar ou desligar o piloto automático.
Além disso, a maioria dos sistemas tem
um botão de desconexão do piloto automático
no manche.
Este botão, operado por pressão dos de-
dos do piloto, pode ser usado para desconectar o
sistema do piloto automático em caso da ocor-
rência de um mal funcionamento do sistema, ou
emergência.
Um tipo de sistema de piloto automático
tem uma chave de controle liga- desliga, que
manualmente engraza o mecanismo de fricção
do servo motor na embreagem dos cabos. A
maneira de desconectar eletricamente a fricção é
Figura 12-76 Típico controlador de piloto au- fornecida através de um botão de desconexão,
tomático. localizado nos manches.

Figura 12-75 Componentes de um sistema típico de piloto automático.

12-47
Elementos sensíveis piloto automático, e acionados por um recurso
apropriado de pressão de ar. Este recurso pode
O giro-direcional, giro “turn - and - ser uma bomba do sistema de sucção ou ar san-
bank”, giro atitude e controle de altitude são os grado da turbina.
elementos sensíveis. Cada servo consiste de uma válvula ele-
Essas unidades sentem os movimentos tro/magnética montada em um sistema de cone-
do avião, e automaticamente geram sinais para xão para transmitir as informações geradas no
manter estes movimentos sob controle. sistema.

Computador ou amplificador SISTEMA DIRETOR DE VÔO

O elemento computador consiste de um Um sistema diretor de vôo é um sistema


amplificador ou pequeno computador de bordo. eletrônico que consiste de componentes eletrô-
O amplificador recebe as informações, nicos que computarão (calcularão) e indicarão a
determina que ação os sinais estão requerendo, e atitude da aeronave necessária para ser mantida
amplifica os sinais recebidos dos elementos em uma condição de vôo pré determinada.
sensíveis. Passa esses sinais para o leme de di- Indicadores de comando no instrumento,
reção, ailerons, servos dos profundores para indicam a quantidade e qual direção a atitude do
movimentar as superfícies de comando para as avião deve ser movida para se obter o resultado
posições exigidas. desejado.
Elementos de atuação As indicações de comando calculadas
dispensam o operador de muitos dos cálculos
Os elementos de atuação de um sistema mentais exigidos nos vôos por instrumentos, tais
de piloto automático são os servos que acionam como: ângulos de interceptação, correção de
as superfícies de comando. A maioria dos ser- deriva e quantidade e razão de subida e descida.
vos, em uso atualmente, são motores elétricos Um sistema diretor de vôo tem vários
ou motores eletro-pneumáticos. componentes. Os componentes principais são: o
Um avião pode ter de um até três servos giroscópio, o computador e o instrumento de
para operar os controles primários de vôo. Um apresentação na cabine.
servo opera os ailerons, um segundo servo opera O giro detecta desvios de uma atitude
o leme de direção, e o terceiro opera os profun- pré selecionada do avião. Qualquer força apli-
dores. cada contra o giroscópio é eletricamente trans-
Cada servo aciona sua superfície de con- mitida para o computador, que por sua vez envia
trole associada para obedecer as instruções do um sinal ao indicador de vôo, informando ao
canal do piloto automático, no qual o servo esta operador o que deve ser feito com os controles.
conectado. Dois tipos de servos operados por Ao usar um sistema diretor de vôo, o operador
motor elétrico estão em uso geral. Em um tipo o está, em outras palavras, atuando como um ser-
motor é conectado ao eixo de atuação do servo, vo, seguindo ordens dadas pêlos indicadores de
através das engrenagens de redução. O motor é comando.
acionado, pára, e reverte a sua direção em res- Os computadores usados nos vários tipos
posta aos comandos dos giros ou controlador de sistemas diretores de vôo são basicamente os
(controller). mesmos. Entretanto, o número e tipos de fun-
Um outro tipo de servo elétrico usa um ções disponíveis vão variar entre os sistemas,
motor constantemente em rotação, ligado a um em função das missões de um avião em particu-
eixo de comando através de duas embreagens lar, do limitado espaço disponível para instala-
magnéticas. ção no avião, e o custo excessivo de funções
As embreagens são dispostas de forma que não são absolutamente necessárias.
que uma embreagem, quando for energizada As apresentações no painel de instru-
possa transmitir potência para girar o eixo em mentos, e os métodos de operação variam con-
uma direção. Energizando-se a outra embrea- sideravelmente entre os sistemas. Indicações de
gem, esta gira o eixo na direção oposta. comando podem ser apresentadas por diversos
Os servos eletro-pneumáticos são con- símbolos diferentes, tais como: indicadores tipo
trolados por sinais elétricos do amplificador do uma barra com diferentes tipos de movimentos,

12-48
um símbolo representando o perfil de um avião, tomático, em particular, mas dão uma informa-
ou duas barras que se cruzam, ou ainda uma ção em geral do que ocorre em todos os siste-
barra em forma de V (v-bar). mas de piloto automático.
Muitos sistemas de diretor de vôo são A manutenção de um sistema de piloto
equipados com uma função para “manter altitu- automático consiste de inspeção visual, substitu-
de”, que permite a seleção de uma desejada alti- ição das partes componentes, limpeza, lubrifica-
tude; o diretor de vôo calcula o ângulo necessá- ção, e uma verificação operacional do sistema.
rio para manter esta altitude desejada. Com o piloto automático desligado, os
Um diretor de vôo simplifica grande- controles de vôo deverão funcionar suavemente.
mente os problemas de navegação aérea. A se- A resistência oferecida pelos servos do piloto
leção da função “VOR” eletronicamente conecta automático não deverá afetar os comandos do
o computador do diretor de vôo ao receptor avião. O mecanismo de interconexão entre o
“VOR”. O diretor de vôo dirige a atitude neces- sistema de piloto automático e o sistema de con-
sária para interceptar e manter este rumo sele- trole de vôo, deve estar corretamente alinhado e
cionado. Os sistemas de diretor de vôo são pro- em operação suave.
jetados para oferecer a maior assistência durante Quando necessário, os cabos de opera-
a fase de aproximação do vôo por instrumentos. ção das superfícies de comando deverão ser
Sinais do “ILS” localizador e rampa, são trans- verificados quanto a tensão.
mitidos e levados através de receptores a bordo Uma verificação operacional é importan-
para o computador, e são apresentados como te para assegurar-se que cada circuito do piloto
indicações de comando na função de manter automático esta funcionando adequadamente.
altitude, vôo nivelado; e mantido durante as Uma verificação operacional do piloto
fases de espera e curvas do procedimento. automático deve ser realizada em novas instala-
Uma vez que tenhamos interceptado o locali- ções, após a substituição de um componente do
zador do “ILS”, os sinais de comando do diretor sistema, ou sempre que um mal funcionamento
de vôo são mantidos centralizados, ou em uma do piloto automático seja suspeito.
condição zero. A compensação para o desvio Após se ligar as chaves mestres (master)
causado pelo vento é automática. A intercepta- do avião, é permito que os giros tenham tempo
ção do sinal da rampa do “ILS” causará uma suficiente para adquirir rotação necessária para
indicação para baixo no indicador de atitude. a operação normal, e que o amplificador se a-
Qualquer desvio da inclinação, conveniente para queça adequadamente antes de ligar o piloto
manter a rampa do “ILS”, causará uma indica- automático. Alguns sistemas são protegidos
ção para cima ou para baixo do símbolo indica- com dispositivos que previnem a ligação muito
dor de informações no diretor de vôo. cedo do sistema automático.
Quando o botão de “manter altitude” está sendo Enquanto se mantém a coluna de contro-
pressionado, ele desligará automaticamente le na posição normal de vôo, o sistema, usando
quando a rampa do “ILS” foi interceptada. Um o botão de controle do piloto automático e liga-
sistema diretor de vôo não somente indica a do. Após a ligação do sistema, executa-se as
situação presente mas também prevê as conse- checagens de verificação, especificadas para o
qüências futuras desta situação. Por exemplo: avião em particular.
uma mudança momentânea em atitude é detec- Em geral as verificações consistem de:
tada pelo computador, e o movimento do sím-
bolo de comando é criado para corrigir esta 1. Girar o botão de curva para a esquerda; o
condição possivelmente antes que um erro de pedal de comando do leme esquerdo deverá
altitude possa ocorrer. Portanto, maior precisão mover-se para frente, e o manche na coluna de
é obtida com menos esforço manual, por parte controle deverá mover-se para a esquerda, e a
do piloto do avião. coluna de controle deverá mover-se levemente
para trás.
MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PILO-
TO AUTOMÁTICO 2. Girar o botão de comando de curva para a
direita; o pedal direito que comanda o leme
As informações contidas neste capitulo deverá mover-se para a frente, e o manche da
não se aplicam a qualquer sistema de piloto au- coluna de controle move-se a para a direita, a

12-49
coluna de controle deverá mover-se levemente À medida que os aviões tornaram-se
para trás. Retornar o botão de curva para a posi- mais complexos com muitos sistemas para se-
ção central. Os controles deverão voltar para a rem controlados, a necessidade de um sistema
posição de vôo nivelado. controlado de alerta tornou-se evidente. As ne-
cessidades para coordenar o motor e os contro-
3. Girar o botão de controle de “pitch” (co- les de vôo evidenciaram essa necessidade. O
mando de nariz); a coluna de controle deverá que evoluiu, foi um sistema mestre de alerta ou
mover-se para a frente. anunciador (figura 12-77). Certas falhas de sis-
temas são imediatamente indicadas num painel
4. Girar o botão de controle de “pitch” para anunciador, no painel principal de instrumentos.
trás; a coluna de controle deverá mover-se para Uma luz mestre de alerta (master cauti-
trás. on) e uma luz indicando a falha do sistema co-
meçam a piscar.
Durante essa checagem de mudança de
atitude da aeronave (cabrar/picar) a roda estabi- SISTEMA NÚMERO INDICAÇÃO
lizadora deverá mover-se enquanto a coluna A.T.A.
move-se para frente; mover-se-á para trás a- Combustivel 2800 Baixa pressão de com-
companhando o movimento da coluna para trás. da aeronave bustível
Muitos sistemas têm uma operação automática e Combustível 7300 Baixa pressào de
do motor combustível
uma operação manual. Elétrico 2400 Inversor inoperante
A ação descrita acima ocorrerá somente Gerador 2400 Gerador inoperante
no modo automático. Verifica-se se é possível Gerador 2400 Gerador de suprimento
sobrepujar manualmente ou sobrecomandar a Partida 8000 Motor de partida engre-
força exercida pelo sistema de piloto automáti- zado
co. Em todas as posições de controle, todos os Oléo do motor 7900 Baixa pressão de óleo
comandos deverão estar centralizados quando as Trem de pou- 3200 Baixa pressão dos freios
so
verificações operacionais tiverem sido comple- Trem de pou- 3200 Não trava em baixo
tadas. so
Desliga-se o sistema de piloto automáti- Trem de pou- 3200 Anti-derapante inope-
co, e verifica-se se todas as superfícies de co- so rante
mando estão livres movendo-se as colunas de Ar condicio- 2100 Alta pressão da cabide
controle com os seus respectivos manches, e os nado
Ar condicio- 2100 Baixa pressão da cabide
pedais do leme de direção. Então, religa-se o nado
sistema, e verificando o circuito que livra e des- Controles de 2700 Flape de mergulho
conecta todo o sistema em caso de emergência. vôo extendido
O sistema de piloto automático deve desligar-se Extabilizador 5500 Não seleciona para
sempre que o botão de desengate é ativado. decolagem
Quando se realiza manutenção e verificações Escapamento 7800 Baixa pressão no rever-
do motor so
operacionais, num especifico sistema de piloto Unidade de 4900 Porta de escap. do APU
automático, os procedimentos recomendados força auxiliar não abre
pelo fabricante do avião ou do equipamento são Portas 5200 Porta da cabide destra-
seguidos. vada
Portas 5200 Porta de carga destra-
vada
SISTEMA ANUNCIADOR Navegação 3400 Computador de ajuste
Mach inop.
Os instrumentos são instalados para dois Elétrico 2400 Ligação das barras
propósitos, um é para mostrar as condições vi- (BUS TIE) aberta
Piloto 2200 Piloto automático desli-
gentes, outro para notificar as condições insatis- automático gado
fatórias. Mostradores coloridos são utilizados; Hidráulico 2900 Baixa pressão hidráuli-
usualmente lâmpadas verdes para condições ca
satisfatórias; amarelas para condições de alerta Aviso de fogo 2600 Superaquecimento do
ou para condições limites de operação; lâmpa- compart. trazeiro
das vermelhas para condições insatisfatórias. Figura 12-77 Sistema anunciador de alarme.
12-50
A luz master do painel anunciador pode- librado a predeterminadas temperaturas. O se-
rá ser desligada sendo pressionada, mas a luz gundo grupo responde a mudanças de pressão e
indicadora permanecerá acesa até que a falha utiliza uma câmara flexível que se move quando
seja corrigida, ou o equipamento em pane seja pressurizada. O terceiro grupo consiste de cha-
desligado. ves mecanicamente operadas e/ou contatos em
Uma vez “resetada” a luz mestre de aler- um relê.
ta está pronta para avisar de uma falha subse- Um sistema indicador pode incluir qualquer
quente, mesmo antes da correção daquela falha uma ou todas as indicações, ou outras quando
inicial. Com uma pressão para testar o funcio- necessário.
namento da luz, é possível checar-se todos os
circuitos deste sistema. Os modelos mais mo- SISTEMA DE ALERTA AUDITIVO
dernos de jatos executivos têm os dispositivos
sensíveis divididos em grupos, de acordo com o Aviões com trem de pouso retrátil usam
seu método de operação. O grupo mais rápido um sistema de alerta auditivo, para alertar a tri-
responde ao calor e usa material bimetálico ca- pulação de uma condição insegura.

ESTÁGIO SISTEMA SINAL DE CAUSA DA ATIVAÇÃO AÇÃO CORRETIVA


DA OPE- DE AVISO AVISO DO SINAL
RAÇÃO
Pouso Trem de pou- Buzina contí- Trem de pouso não travou “em Recolha os flapes e avance
so ATA 3.200 nua baixo” quando os flapes estão as manetes.
fora da posição “em cima” e as
manetes retardadas para a mar-
cha lenta.
Em vôo Aviso de “Clacker” Nº Mach ou velocidade equiva- Reduza a velocidade da
Mach ATA lente fora dos limites aeronave
3400
Decolagem Controle de Buzina inter- As manetes estão avançadas e Corrija a aeronave para as
vôo ATA mitente existe uma das seguintes condi- condições adequadas à
2700. ções: decolagem.
Força aux. 1- Freios aerodinâmicos não
ATA 4900 estão recolhidos
2- Flapes fora da posição de de-
colagem
3- Porta do escapamento da força
auxiliar, aberta.
Em vôo Pressurização Buzina inter- Se a pressão da cabine torna-se Corrija a condição.
ATA 2100 mitente. igual à atmosférica numa especí-
fica altitude(altitude no momento
da ocorrência).
Qualquer está- Aviso de fogo Campainha Alguma condição de superaque- 1- Reduza o aquecimento
gio ATA 2600 contínua cimento ou fogo em algum mo- da área onde o sistema de
tor ou no alojamento das rodas aviso de fogo foi ativado.
principais ou do nariz. Motor 2- O sistema pode ser si-
auxiliar ( APU) ou algum com- lenciado empurrando-se o
partimento com instalação de interruptor de corte da
aviso de fogo. Também quando o campainha de aviso de
sistema de aviso de fogo e testa- fogo ou de corte do APU.
do.
Qualquer está- Comunica- Toque muito Em qualquer tempo que o botão Solte o botão ou se ele
gio ções ATA alto de chamada do comandante é permanecer travado puxe-
2300 pressionado para um painel de o para fora.
força do comissário(a) da parte
dianteira ou traseira da cabine.
Qualquer está- Comunica- Tonalidade de Sempre que um sinal tenha sido Pressione o botão rearmar,

12-51
gio ções sistema chamada mui- recebido por um sistema de co- no painel de controle do
Secal ATA to baixa ou municação HF ou VHF e decodi- sistema “Secal”
2300 simplesmente ficado pelo sistema “Secal”
baixa
NOTA: O sistema “Secal” é o “Selective Calling System”: Cada aeronave recebe uma combina-
ção de quatro tons de audio com a finalidade de identificação. Uma estação terrestre possui a chave do
código, sempre que for desejado um contato com determinada aeronave. O sinal será descodificado
pelo sistema “Secal” a bordo e a tripulação alertada pelo sistema de aviso.

Figura 12-78 Sistema de alarme auditivo.


Uma buzina soará se as manetes estiverem re- cesso de velocidade Mach, fogo no motor ou
tardadas e o trem de pouso não estiver numa nas gondolas do alojamento do trem, chama-
condição embaixo e travada (figura 12-78).Os das no radio para a tripulação, e chamadas do
sistemas de alerta auditivo são os mais variados sistema “Secal” (pouso). Mostrados na figura
em complexidade, desde o mais simples descrito 12-78 estão alguns dos problemas que produ-
acima até um sistema necessário para a opera- zem sinais de alerta no sistema auditivo de
ção segura dos mais complexos aviões de trans- alerta. Por exemplo: uma buzina constante
porte. Um avião típico de transporte tem um soando durante a operação de pouso indicaria
sistema de alerta auditivo que alertará o piloto que o trem de pouso não está baixado e tra-
com sinais sonoros para: vado, quando a posição do flape já é embaixo
e o acelerador está todo atrasado. A ação cor-
• Uma condição de decolagem anormal, condi- retiva seria recolher os flapes e avançar o a-
ção de pouso, condição de pressurização, ex- celerador.

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