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2019

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CIDADE CINZA
Linguagem contemporânea

Gabriela do Nascimento Silva

1640975-2

ARTES VISUAIS
Crítica sobre documentário Cidade Cinza

Após a lei cidade limpa em São Paulo entrar em vigor, prefeitura apaga murais
grafitados em São Paulo e substitui cores e formas pelo cinza. Depois de assistir o
documentário Cidade Cinza uma música da Marisa Monte começou a tocar em minha
cabeça ‘Apagaram tudo Pintaram tudo de cinza Só ficou no muro Tristeza e tinta fresca’
e um leve aperto no peito se deu.

A arte em São Paulo já é tão distante de tantas pessoas, principalmente de


pessoas que residem em periferias e o grafite é talvez a maneira mais próxima de os
aproximar da arte, além de ser uma expressão artística, um ato político, ainda alegra
quem passa pelo local grafitado. Eu sempre relacionei cores com algo alegre e grafites
sempre tiveram esse poder sempre mim.

Algo que muito me chamou atenção neste documentário foi a forma em que a
equipe selecionou o que era ‘bonito’ e o que merecia ser apagado, aparentemente
pessoas que não estudaram sobre arte olhavam os muros e escolhiam o que eles
haviam gostado e o que não estava bom, o que estava borrado ou simplesmente o
achava feio e apagavam. Quando apagaram o mural em que os gêmeos haviam
grafitado resolveram o problema disponibilizando o painel mais uma vez aos grafiteiros
para que eles fizessem outro grafite na parede cinza. Tive a sensação que até para os
muros de São Paulo as pessoas são selecionadas.

Algo que me deixou um pouco pensativa com esse documentário foi sobre
‘Osgemeos’, eu os vejo como grafiteiros independente do rumo em que a vida dos dois
esteja tomando, mesmo que eles passem suas artes para outros diversos materiais,
ainda assim eles possuem tantos muros grafitados por São Paulo, principalmente no
Cambuci, zona leste de São Paulo. Os trabalhos atuais deles não anulam que é fácil
encontrar grafites deles por toda cidade e que até hoje eles fazem grafite por ai.

O documentário foi bem desenvolvido, o tema foi bem abordado, e o espaço que
os grafiteiros tiveram foi importante para entender ainda melhor o trabalho deles, além
de que, mostrar um pouco mais do trabalho deles quebra um pouco alguns estereótipos
como o de que quem grafita é ‘maloqueiro’. Eles acreditam nessa expressão artística e
lutam por isso.

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