Você está na página 1de 71

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Felipe Giacomini

CONSTRUÇÃO ENXUTA E SEUS PRINCÍPIOS PARA


APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Orientador: Luciana Londero Brandli, Doutor

Passo Fundo
2015
Felipe Giacomini

CONSTRUÇÃO ENXUTA E SEUS PRINCÍPIOS PARA


APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao


Curso de Engenharia Civil, da Faculdade de
Engenharia e Arquitetura, da Universidade de
Passo Fundo, como requisito parcial para
obtenção do grau de Engenheiro Civil, sob a
orientação da Professora Luciana Londero
Brandli, Doutor.

Passo Fundo
2015
Felipe Giacomini

CONSTRUÇÃO ENXUTA E SEUS PRINCÍPIOS PARA APLICAÇÃO NA


CONSTRUÇÃO CIVIL

Este Trabalho de Conclusão foi julgado e aprovado na disciplina de Trabalho de


Conclusão do Curso de Engenharia Civil, da Faculdade de Engenharia e Arquitetura
daUniversidade de Passo Fundo.

Passo Fundo, Novembro de 2015.

_______________________________________
Profª. Vera Maria Cartana Fernandes – Doutora
Coordenadora do Curso

________________________________________
Prof. Vinicius Scortegagna – Mestre
Coordenador da Disciplina de TCC

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________
Luciana Londero Brandli - Doutor
Orientadora
Universidade de Passo Fundo

____________________________________________
Adalberto Pandolfo - Doutor
Universidade de Passo Fundo

____________________________________________
Juliana Kurek - Mestre
Universidade de Passo Fundo
Dedico este trabalho a meus pais,
Ipólito e Mariodote e a minha irmã Thaise,
por possibilitarem a realização deste sonho
sempre me dando muito apoio, amor e carinho.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por esta oportunidade de poder cursar Engenharia


Civil e chegar ao final do curso.
Agradeço a meus pais Ipólito e Mariodete e a minha irmã Thaise, que sempre
estiveram comigo, sem o apoio e o carinho de vocês eu não conseguiria chegar tão longe.
A minha orientadora Luciana, pelo apoio, incentivo, paciência, compreensão e
dedicação durante o período de assessoramentos e no desenvolvimento deste trabalho, pois
sem a sua colaboração certamente não seria possível desenvolver esta pesquisa.
Aos colegas que se tornaram amigos ao longo do curso de Engenharia Civil.
A todos os professores do curso que auxiliaram no meu crescimento tanto pessoal
como profissional ao longo de todos esses anos.
Aos professores Adalberto e Juliana que auxiliaram no desenvolvimento deste
trabalho, com ideias e sugestões.
Muito obrigado a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste
trabalho.
RESUMO

A necessidade de implantação de novas técnicas e novos conceitos na indústria da construção


civil fez com que o mercado procurasse métodos mais modernos de gerenciamento. O
aumento da concorrência dentro do setor, fez com que construtoras buscassem formas de
reduzir seus desperdícios, implantando assim formas de produção mais eficientes. Neste
cenário eis que surge uma técnica de produção denominada “Construção Enxuta”, uma forma
inovadora de produção, onde as empresas visam uma redução nos desperdícios dentro da obra
e uma significativa melhora na produção de seus operários. A construção enxuta foi
apresentada ao mundo por Koskela em 1992, através de onze princípios, que se aplicados de
maneira correta, auxiliam na redução do desperdício no canteiro de obras. O objetivo deste
trabalho é comparar obras onde os onze princípios da construção enxuta foram utilizados de
maneira correta, com outras obras especificamente no município de Sarandi - RS onde não
exista a preocupação com a redução de desperdícios de materiais, mão-de-obra entre outros.
Com esta ideia em mente foi necessário conhecer os processos de produção dos canteiros de
obra do município citado e comparados com obras onde os princípios haviam sido
implantados com êxito. Após esta comparação entre as obras foram sugeridas melhorias nos
canteiros de obras estudados, que poderiam ajudar no desenvolvimento da construção civil
sustentável no município de Sarandi.

Palavras-chave: Construção Enxuta. Produção Sustentável. Produção Enxuta. Sistema


Toyota de Produção.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura do Sistema Toyota de Produção...............................................................13


Figura 2 – Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional............................................17
Figura 3 – Modelo de processamento da Construção Enxuta...................................................18
Figura 4 – Novo Layout Organizado........................................................................................21
Figura 5 – Antes da Implantação do Princípio..........................................................................21
Figura 6 – Depois da Implantação do Princípio........................................................................22
Figura 7 – Tijolos Organizados para Serem Transportados......................................................22
Figura 8 – Blocos Armazenados em Seus Postos de Trabalho.................................................23
Figura 9 – Ficha de Verificação dos Serviços Utilizada........................................................23
Figura 10 – Ficha de Verificação de Material...........................................................................24
Figura 11 – Inspeção de Serviço Controlado............................................................................25
Figura 12 – Serviço Executado em Menor Lote para Facilitar o Controle da Produção..........25
Figura 13 – Aço Cortado e Dobrado.........................................................................................26
Figura 14 – Verga Pré Fabricada...............................................................................................26
Figura 15 – Apartamento Padrão e Apartamento Modificado..................................................27
Figura 16 – Dispositivo Visuais de Comunicação....................................................................28
Figura 17 – Placas para a Separação de Materiais....................................................................28
Figura 18 – Tapume Utilizado pela Empresa............................................................................29
Figura 19 – Dispositivos visuais de gerenciamento da obra.....................................................29
Figura 20 – Ficha de Avaliação dos Fornecedores....................................................................30
Figura 21 – Treinamento e Palestras Motivacionais.................................................................30
Figura 22 – Mapa de Fluxo do Processo de Alvenaria.............................................................31
Figura 23 – Arranjo Físico para Armazenamento e Fluxo de Materiais no Canteiro de Obras 32
Figura 24 – Canteiro Antes da Intervenção...............................................................................33
Figura 25 – Canteiro Após a Intervenção.................................................................................33
Figura 26 – Vibrador Convencional..........................................................................................34
Figura 27 – Vibrador Portátil....................................................................................................34
Figura 28 – Inspeção de Serviço...............................................................................................35
Figura 29 – Reuniões de Planejamento de Obra.......................................................................35
Figura 30 – Amostras Padrão de Areia.....................................................................................36
Figura 31 – Aço cortado e Dobrado pelo Fabricante................................................................37
Figura 32 – Pré Moldagem das Vergas.....................................................................................37
Figura 33 – Utilização de vergas pré moldadas........................................................................38
Figura 34 – Equipe vencedora 5S.............................................................................................39
Figura 35 – Tapume da Obra.....................................................................................................39
Figura 36 – Aviso para Empilhamento Máximo de Sacos........................................................40
Figura 37 – Itens de Inspeção de Materiais..............................................................................40
Figura 38 – Relatório de Não Conformidade............................................................................41
Figura 39 – Mapofluxo do Processo de Montagem de Armadura............................................41
Figura 40 – Funcionário Dobrando Ferro.................................................................................42
Figura 41 – Funcionário Cortando Aço....................................................................................43
Figura 42 – Vibração no Concreto Utilizando o Vibrador Convencional.................................43
Figura 43 – Exemplo de Vibrador Portátil................................................................................44
Figura 44 – Funcionário Verificando o Serviço Executado......................................................44
Figura 45 – Falta de Controle do Material e da Estocagem......................................................45
Figura 46 – Estocamento de Areia............................................................................................46
Figura 47 – Exemplo de Ficha de Verificação de Materiais que Poderia Ser Utilizada...........46
Figura 48 – Obstáculos Visuais.................................................................................................48
Figura 49 – Desorganização do Canteiro de Obras...................................................................49
Figura 50 – Exemplo de Ficha de Avaliação dos Fornecedores...............................................50
Figura 51 – Entrada do Canteiro de Obras Desorganizado.......................................................52
Figura 52 – Estoque de Aço......................................................................................................53
Figura 53 – Local Onde o Aço é Dobrado................................................................................53
Figura 54 – Exemplo de Controle de Tolerâncias.....................................................................54
Figura 55 – Estoque de areia.....................................................................................................55
Figura 56 – Estoque de Blocos Cerâmicos...............................................................................56
Figura 57 – Posto de Trabalho já Abastecido à Espera do Funcionário....................................57
Figura 58 – Aço Disponível no Posto de Trabalho...................................................................57
Figura 59 – Modelo de Enceradeira Utilizada Após a Concretagem........................................58
Figura 60 – Piso Liso Após a Utilização da Enceradeira..........................................................58
Figura 61 – Verga Moldada in Loco.........................................................................................59
Figura 62 – Não Existem Cartazes Sinalizando Local e Forma de Estocagem........................60
Figura 63 – Obstáculos Visuais no Canteiro de Obras..............................................................60
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
1.1 JUSTIFICATIVA...........................................................................................................10
1.2 OBJETIVOS..................................................................................................................11
1.2.1 Objetivo geral................................................................................................................11
1.2.2 Objetivos específicos.....................................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................12
2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO......................................................................................12
2.1.1 Nascimento do sistema de produção enxuta.................................................................12
2.1.2 Estrutura de sustentação do Sistema Toyota de Produção............................................12
2.2 PENSAMENTO ENXUTO E SEUS PRINCÍPIOS......................................................13
2.3 PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA.............................................................14
2.4 CONSTRUÇÃO ENXUTA NO BRASIL.....................................................................17
2.5 BASE CONCEITUAL DA CONSTRUÇÃO ENXUTA..............................................17
3 MÉTODO DA PESQUISA OU PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........19
3.1 MÉTODOS DE PROCEDIMENTOS...........................................................................19
3.2 MÉTODOS DE ABORDAGEM...................................................................................19
4 ANÁLISES E RESULTADOS....................................................................................20
4.1 ESTUDO DE CASO 1..................................................................................................20
4.2 ESTUDO DE CASO 2..................................................................................................32
4.3 ESTUDO DE CASO 3..................................................................................................42
4.4 ESTUDO DE CASO 4..................................................................................................51
4.5 COMPARAÇÃO ENTRE A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS EM CADA OBRA
ESTUDADA.............................................................................................................................63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES.........................................................64
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................64
5.2 SUGESTÕES................................................................................................................65
REFERÊNCIAS......................................................................................................................66
1 INTRODUÇÃO

Com o atual cenário da economia brasileira, diversas empresas buscam alternativas a


fim de reduzir custos e otimizar serviços, ganhando assim tempo e dinheiro. Em todos os
setores as empresas estão investindo cada vez mais em treinamentos e no aperfeiçoamento dos
serviços executados pelos seus funcionários, visando assim, menor desperdício, maior
produtividade e consequentemente um maior lucro.
Segundo SOUZA (2005), a indústria da construção civil é uma das mais importantes
do país, a mesma é responsável por cerca de 15% do PIB e gera aproximadamente 15 milhões
de empregos, diretos ou indiretos.A quantidade necessária para a execução de um metro
quadrado de obra construída é de aproximadamente 1000 Kg/m².
Dentro do setor da Construção Civil existe um elevado percentual de desperdício, o que em
algumas ocasiões gera inclusive prejuízo para as empreiteiras. A falta de organização e o mau
gerenciamento da obra, gera um grande percentual de perdas de matéria prima e uma baixa
produtividade dos operários. Para que este percentual de perdas comesse a ser reduzido é de suma
importância à necessidade de que o canteiro de obras se torne um lugar organizado, onde Pedreiros,
Mestres de Obra e Engenheiros trabalhem em sintonia e conheçam cada processo da obra afim de que
este tipo de organização se torne rotina.
Uma técnica antiga que esta sendo adaptada a construção civil é a técnica denominada
“Construção Enxuta”, esta nada mais é que uma técnica baseada no sistema Toyota de
Produção e foi desenvolvido num ambiente de manufatura, mais precisamente, na indústria
automobilística. A base da mentalidade enxuta é a eliminação de desperdício.
Segundo BIANCHI e COSTA, no Brasil, a indústria da construção civil encontra-se
atrasada tecnologicamente em relação a outras áreas.
Por se tratar de um ramo muito antigo, novas ideias são vistas com desconfiança por
grande parte dos trabalhadores desta área, o que em muitas vezes dificulta a implantação da
técnica da “Construção Enxuta” dentro do canteiro de obras.

1.1 JUSTIFICATIVA

Segundo o Engenheiro Civil Ageu Ramos, o grande e preocupante percentual de


perdas na construção civil deve ser reduzido de alguma forma. Não se pode de forma alguma,
serem aceitos dados que mostram que existacerca de 25% de perdas no canteiro de obra.
Em levantamento realizado pela UFMG e outras 15 universidades brasileiras em 12
estados, confirma que níveis de desperdício na construção civil continuam atingindo níveis
preocupantes, onde as causas dos desperdícios vão da organização dos layouts dos canteiros
de obra até a forma com que os materiais são armazenados onde obriga o pedreiro a fazer
grandes deslocamentos, provocando perda substancial de tempo1.
Segundo FORMOSO (2000), estima-se que dois terços (67%) do tempo gasto pelos
trabalhadores em um canteiro de obras estão nas operações que não agregam valor: transporte,
espera por material, retrabalhos, etc;
Visto a grande necessidade de buscar uma maior racionalização dos recursos dentro da
indústria da construção civil e que o retorno financeiro seja maior ao final da obra, justifica-se
a elaboração deste trabalho. E que o mesmo possa auxiliar Engenheiros, Arquitetos e demais
colegas da construção civil a buscar a implantação do método da construção enxuta em
grande parte das obras.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Apresentar os princípios da construção enxuta e comparar obras em que os princípios


foram aplicados com sucesso, com obras no município de Sarandi – RS e sugerir modos de
como aplicar estes princípios nos canteiros das obras estudadas.

1.2.2 Objetivos específicos

 Caracterizar os princípios da construção enxuta;


 Identificar formas de implantar os princípios da construção enxuta nos canteiros
de obra do município de Sarandi – RS;
 Comparar o sistema de produção de obras que implantaram os princípios da
construção enxuta com o sistema de produção encontrado nos canteiros de obra do município
de Sarandi – RS;
 Sugerir melhorias embasadas nos princípios da construção enxuta, para as obras
estudadas em Sarandi.

1https://www.ufmg.br/boletim/bol1216/pag5.html
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

2.1.1 Nascimento do sistema de produção enxuta

O Sistema Toyota de Produção2, que hoje conhecemos por Sistema de Produção


Enxuta, teve seu inicio na década de 50, quando Toyoda e Ohno em visita aos Estados Unidos
perceberam que o principal problema do modelo Ford de produção era o desperdício de
recurso. A partir desta observação nasceram os dois princípios mais importantes do Sistema
Toyota de Produção: a eliminação de desperdícios e a fabricação com qualidade.
A eliminação de desperdício tinha como objetivo dentro da fábrica reduzir ao mínimo
as atividades que não agregavam de alguma forma valor ao produto. Já o principio que
norteava a fabricação com qualidade era a ideia de um produto fabricado com zero defeito3.
Segundo SHINGO (1996) apud SANTANA 2011, desperdício é visto como qualquer
ineficiência que leva ao uso de equipamentos, materiais e mão de obra em quantidades
maiores do que as necessárias para a produção de um produto. Estas perdas podem ser tanto
desperdício de materiais quanto execução de tarefas desnecessárias, que levam a custos
adicionais e não agregam valor.
Além dos princípios já citados acima, existe um terceiro principio, que faz com que os
dois primeiros princípios funcionem de modo correto: o comprometimento dos trabalhadores.
Segundo WOMACK,(1990) apud OYAMA e MOTA 2010, Toyota e Ohno levaram
cerca de 20 anos para conseguir fazer com que todo este conjunto de ideias funcionasse de
maneira satisfatória dentro do Sistema Toyota de Produção. Eles conseguiram obter sucesso
ao final deste período, trazendo grandes melhorias na produtividade, na qualidade do seu
produto e na capacidade de mudanças do mercado.

2.1.2 Estrutura de sustentação do Sistema Toyota de Produção4

Os pilares de sustentação do Sistema Toyota de Produção são: os conceitos de Just in


Time e da Autonomação (Jidoka).

2Sistema Toyota de Produção. O modelo japonês de administração. <http://www.portal-administracao.com/


2013/12/sistema-toyota-de-producao.html.
3Idem
4Idem
Just in Time, consiste na ideia de um fluxo contínuo, onde as partes necessárias à
montagem alcancem a linha de produção no exato momento em que são requisitados e na
quantidade necessária, sem desperdício.
Já o conceito de Autonomação (Jidoka), consiste em facultar ao operador ou à
máquina a autonomia de parar a produção sempre que for detectado algum tipo de
anormalidade.
O objetivo principal destes conceitos era aumentar a eficiência da produção, reduzindo
defeitos e fazendo com que cada trabalhador operasse cada vez mais máquinas e ao mesmo
tempo conseguisse desenvolver funções inteligentes nos equipamentos

Figura 1 – Estrutura do Sistema Toyota de Produção

Fonte: Ghinato(2000) apud Sistema Toyota de produção.

2.2 PENSAMENTO ENXUTO E SEUS PRINCÍPIOS

Segundo COSTA e JARDIM (2010) o pensamento enxuto é uma maneira de você pensar a
melhoria e a (re)organização de um ambiente produtivo. Para os autores fazendo com que os
clientes internos (funcionários) percebam o que é valor, será possível identificar e eliminar
desperdícios através do melhoramento contínuo dos processos de produção.
Segundo CASTRO (2014) os cinco princípios do pensamento enxuto são:
1) Valor:
Um dos principais objetivos de qualquer empresa é satisfazer as necessidades do
cliente e obter lucro, por isso o valor é o primeiro princípio do pensamento enxuto. Para o
cliente a necessidade gera o valor e cabe a empresa identificar o problema do cliente,
solucioná-lo e cobrar um valor justo por isso.

2) Fluxo de Valor:
O segundo passo é identificar o fluxo de valor, que significa separar de maneira
organizada a cadeia produtiva e separar os processos em três tipos: aqueles que efetivamente
geram valor, aqueles que não geram valor mas que são importantes para a manutenção dos
processos de qualidade e aqueles que não agregam valor e devem ser eliminados.

3) Fluxo Contínuo:
As atividades que agregam valor devem ser executadas sem interrupções, eliminando
os desperdícios e reduzindo o templo de ciclo das atividades. A implantação do fluxo contínuo
resulta no aumento da produção, onde a empresa consegue quase que instantaneamente
satisfazer algumas necessidades dos clientes.

4) Puxar:
As empresas não empurram mais os produtos para o cliente. Afim de eliminar estoques
a empresa passa a produzir somente quando é demandado, ou seja, o cliente “puxa” a
produção.

5) Perfeição:
A partir da execução correta dos princípios anteriores, buscasse a perfeição, mas para
tal acontecer é de suma importância que qualquer tipo de problema seja identificado no inicio
da produção para que sejam resolvidos rapidamente5.

2.3 PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA

KOSKELA (1992) apud COSTA ANTUNES, apresenta uma série de princípios para a
gestão de processos, são onze princípios a seguir.
1º Princípio: Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor

5https://sapientes.wordpress.com/2014/03/06/o-pensamento-enxuto-e-os-cinco-principios
 Organizando o canteiro de obras, para que visualmente seja fácil a identificação
de possíveis problemas e atrasos;
 Implantando uma logística interna, diminuindo a distância entre os materiais, os
equipamentos e local de utilização dos mesmos.

2º Princípio: Aumentar o valor do produto através da consideração nas necessidades


do cliente
 Elaboração de novos procedimentos para a execução de serviços;
 Definição de tolerâncias de aceitação de serviços, para os mesmos seguirem para
etapas seguintes;
 Realizando reuniões de planejamento para concluir a obra no prazo estabelecido.

3º Princípio: Reduzir variabilidade


 Padronizando o sistema de execução de serviços einspeção dos materiaisque
chegam ao canteiro de obras;
 Evitando erros no planejamento e na execução de serviços, afim de evitar atrasos
nas conclusões de tarefas previamente programadas;
 Evitando a superestimação de rendimento de serviços.

4º Princípio: Reduzir o tempo do ciclo de produção


 Reduzindo tempo de inspeção de materiais, espera e movimentação de um
serviço;
 Redução de atividades que não agregam valores para a obra.

5º Princípio: Simplificar através da redução do número de passos ou partes


 Utilizando elementos pré-fabricados;
 Utilizando equipes polivalentes;
 Buscando eliminar interdependências.

6º Princípio: Aumentar a flexibilidade na execução do produto


 Gerando valor ao produto, possibilitando gerar mudanças rápidas, para satisfazer
as exigências do cliente, sem gerar grande ônus para a produção;
 Possibilitando flexibilidade nas mudanças de layout dos apartamentos.
7º Princípio: Aumentar a transparência do processo
 Criando um planejamento que permita ao gestor da obra supervisionar e fiscalizar
os serviços, coordenando ações para a redução de custos;
 Utilizando dispositivos que possibilitem a visualização e comunicação dentro do
canteiro de obras, como a remoção de obstáculos visuais, tais como divisas e tapumes; a
utilização de dispositivos visuais, como cartazes, sinalização e demarcação de áreas; emprego
de indicadores de desempenhos e a aplicação de programas de melhorias da organização e
limpeza, como o 5S.

8º Princípio: Focar o controle no processo global


 Controlando todo o processo, possibilitando a identificação de possíveis desvios
que venham a interferir no prazo de entrega da obra;
 Identificação de possíveis desperdícios que venham a ocorrer.

9º Princípio: Introduzir a melhoria continua ao processo


 Utilizando premiação pelo cumprimento de tarefas e metas;
 Estabelecimento de planos de carreira;
 Introduzindo os procedimentos de ação corretiva e preventiva.

10º Princípio: Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões
 Controlando o fluxo, facilitando a implementação de novas tecnologias de
conversão;
 Organizando estoques e fluxo de materiais.

11º Princípio: Referencias de ponta (Benchmarking)


 Identificando boas práticas utilizadas em empresas similares, líderes no mercado;
 Entendendo os princípios existentes por trás dessas boas práticas, e adapta-las às
praticas encontradas à realidade da empresa.

2.4 CONSTRUÇÃO ENXUTA NO BRASIL


Segundo FORMOSO (2000), diversos diagnósticos realizados no Brasil, apontam que
muitos problemas relacionados a qualidade e eficiência tem como principal causa o mau
gerenciamento. Deste modo, muitas empresas tem investido na implantação de novas
filosofias a fim de diminuir este problema de má gestão de recursos que os assombra,
implantando algumas filosofias vindas inicialmente de outras indústrias.
Para o mesmo autor ao longo da década de 90 um novo referencial teórico vem sendo
desenvolvido para a gestão de processos dentro da indústria da construção civil, envolvendo
muitos acadêmicos e profissionais com o objetivo de adaptar alguns conceitos e princípios
desta área de Gestão da Produção às particularidades deste setor. Estas novas filosofias tem
recebido diversos nomes, como LeanProduction (Produção Enxuta), World Class
Manufacturing e Nova Filosofia de Produção (Koskela, 1992).

2.5 BASE CONCEITUAL DA CONSTRUÇÃO ENXUTA

Para FORMOSO (2000), a diferença entre a Construção Enxuta e a filosofia


tradicional de gerenciamento é basicamente conceitual, a principal mudança para o implante
desta ideia é uma nova forma de entender os processos de produção.
Segundo o mesmo autor, o modelo conceitual dominante dentro da construção civil
costuma definir a produção como um conjunto de atividades de conversão, que transformam a
matéria prima (cimento, brita, areia, cal, aço) em produtos intermediários (alvenaria, estrutura,
revestimentos) ou em final (edificação).

Figura 2 – Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional

Fonte: KOSKELA (1992) apud FORMOSO (2000)


KOSKELA (1992) apud KUREK 2005, faz críticas ao gerenciamento convencional da
construção como um método de conversão e caracteriza o setor como atividade de conversão
orientada, afirmando que seus métodos de gerenciamento violam os princípios de fluxo e
melhoria. E como consequência é considerável o desperdício na construção.
Na figura 3 pode-se observar as etapas do processo de produção na construção,
proposto por KOSKELA (1992) apud KUREK 2005.

Figura 3 – Modelo de processamento da Construção Enxuta

Font
e: KOSKELA (1992) apud KUREK (2005)
3 MÉTODO DA PESQUISA OU PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 MÉTODOS DE PROCEDIMENTOS

Foram utilizados os seguintes procedimentos para a elaboração deste trabalho:


O procedimento histórico, onde foram levantados dados que apontavam um grande
desperdício na indústria da construção civil, além do surgimento do Sistema Toyota de
Produções e qual a influência que este sistema tem na construção enxuta;
O procedimento comparativo, onde foram comparadas obras onde os princípios da
construção enxuta foram aplicados com sucesso, com obras no município de Sarandi – RS
onde os princípios não eram utilizados nos canteiros de obra, acarretando diversas diferenças
em relação aos canteiros de obra que utilizavam a construção enxuta;
O procedimento de estudo de caso, onde foram realizados levantamentos de como era
a aplicação dos princípios da construção enxuta nos canteiros de obra sarandienses, se os
princípios eram aplicados e quais os benefícios ou se não eram aplicados e quais as
desvantagens.

3.2 MÉTODOS DE ABORDAGEM

Foi utilizado o seguinte método de abordagem para a realização deste estudo:


Método de abordagem dedutivo, onde foi partido da análise dos princípios da
construção enxuta e analisada as melhorias que estes mesmos princípios gerariam no canteiro
de obras através de sua implantação.
4 ANÁLISES E RESULTADOS

A seguir serão comparados exemplos de obras publicadas por autores que fizeram
estudos voltados para a construção enxuta, com as obras encontradas no município de
Sarandi.
Serão analisados cada princípio da construção enxuta nas diferentes obras estudadas e
como os mesmos foram implantados nos canteiros de obra. Nas obras em que os princípios da
construção enxuta não estão presentes, serão dadas sugestões para a implantação dos mesmos
para a melhora do rendimento da produção, para a diminuição do desperdício e para se ter um
maior controle sobre o processo de produção.

4.1 ESTUDO DE CASO 1

A primeira obra em estudo fica no município de Belém – PA, onde o estudo foi
realizado pelos acadêmicos Oyama e Mota 2010. Os autores do estudo participaram da
execução da obra, onde a construtora que executou o empreendimento implantou os métodos
da construção enxuta em seu processo de produção, onde os alunos puderam analisar como foi
implantado cada princípio da construção enxuta.

1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor


Os autores do estudo puderam analisar que para implantar este princípio no canteiro de
obras, a empresa necessitava criar um novo layout para o canteiro de obra para uma maior
organização do mesmo. O canteiro foi reorganizado afim de reduzir atividades que não
agregam valores como minimizar distâncias com o intuito de reduzir as atividades que
não agregam valor conhecidas como atividades de movimentação, inspeção e espera.
Figura 4– Novo Layout Organizado

Fonte: Oyama e Mota 2010

Para este mesmo princípio os autores deste estudo puderam analisar mais exemplos de
redução de atividades que não agregam valor para a obra como melhorando o processo de
limpeza, ondefoi construída uma rampa de madeira com seguimento para o contêiner de
armazenamento de entulho com o intuito de jogar todo o entulho dentro dos carrinhos
diretamente nele, eliminando uma boa parcela de atividades que não agregam valor neste
processo.

Figura 5 – Antesda Implantação do Princípio

Fonte: Oyama e Mota 2010


Figura 6 – Depois da Implantação do Princípio

Fonte: Oyama e Mota 2010

Para este mesmo princípio foram analisados os projetos arquitetônicos dos pavimentos
tipos e analisadas as quantidades de blocos cerâmicos que seriam necessários para a execução
da alvenaria de cada pavimento, após isto os blocos cerâmicos foram organizados em paletes
na quantidade necessária para a execução de cada cômodo e em seguida transportados até o
posto de trabalho em que os mesmos seriam utilizados. Outro fato apurado pelos autores do
estudo foi que este transporte dos blocos era realizado fora do horário de expediente, onde a
empresa pagava hora extra para os funcionários envolvidos no transporte, desta forma era
possível eliminar uma etapa deste processo de execução.

Figura 7 – Tijolos Organizados para Serem Transportados

Fonte: Oyama e Mota 2010


Figura 8 – Blocos Armazenados em Seus Postos de Trabalho

Fonte: Oyama e Mota 2010

2) Aumentar o valor do produto através da consideração das necessidades do


cliente
Segundo os autores do estudo, a empresa passava pelo processo de implantação do
sistema de gestão da qualidade do PBQP-H, onde eram definidas tolerâncias de aceitação dos
serviços através dos procedimentos executivos dos serviços, após realizada a inspeção e
verificada a conformidade do serviço executado, o mesmo era liberado para passar para uma
fase seguinte.

Figura 9 – Ficha de Verificação dos Serviços Utilizada

Fonte: Oyama e Mota 2010


Segundo os autores do estudo, aempresa utilizava frequentemente outra maneira de
satisfazer os clientes, através de solicitações de modificações de apartamento, como a
possibilidade de poder definir os acabamentos no imóvel.

3) Reduzir a variabilidade
Segundo os autores do estudo, a empresa reduzia a variabilidade dos materiais
inspecionando os mesmos no momento em que eram entregues na obra, analisando as
dimensões dos blocos cerâmicos, a conservação dos sacos de cimento, da ferragem etc. Era
utilizado um modelo de ficha de controle de material afim de auxiliar nesta fiscalização.

Figura 10 – Ficha de Verificação de Material

Fonte: Mota e Oyama 2010

Outra maneira que a empresa utilizava para a redução da variabilidade era


inspecionando os serviços executados, onde os mesmos deveriam atender aos requisitos pré
determinados, afim de não gerar retrabalhos para correções.
Figura 11 – Inspeção de Serviço Controlado

Fonte Oyama e Mota 2010

4) Reduzir o tempo de ciclo


Segundo os autores do estudo, a fim de reduzir o tempo de ciclo, a empresa utilizava
equipes polivalentes, ou seja, que executavam mais de um serviço, desta maneira a equipe que
executava o reboco interno, também era responsável pela colocação das caixinhas elétricas e o
assentamento dos contra marco das janelas. Desta maneira não era necessária a criação de
novas frentes de serviço para a execução dos serviços mencionados.

Figura 12 – Serviço Executado em Menor Lote para Facilitar o Controle da Produção

Fonte: Oyama e Mota 2010


5) Simplificar através da redução do número de passos ou partes
Segundo os autores do estudo, a empresa fazia o pedido do aço já dobrado e cortado
nos tamanhos solicitados, a fim de eliminar a esta etapa do processo de produção, onde um
operário seria encarregado de executar esta dobragem e este corte acarretando assim em uma
atividade que não agrega valor a obra.

Figura 13 – Aço Cortado e Dobrado

Fonte: Oyama e Mota 2010

Outra forma que foi utilizada a fim de eliminar etapas, foi a utilização de vergas pré
moldadas, onde as mesmas foram instaladas pelo pedreiro sem haver a necessidade de
interromper o processo de produção da alvenaria, o que geraria uma atividade que não agrega
valor a obra.

Figura 14 – Verga Pré Fabricada

Fonte: Oyama e Mota 2010


6) Aumentar a flexibilidade na execução do produto
Segundo os autores do estudo, para aumentar a flexibilidade do produto, a empresa
permitia modificações nas plantas do apartamentos feitas pelos clientes, estas modificações
eram realizadas com antecedência de preferência.

Figura 15 – Apartamento Padrão e Apartamento Modificado

Fonte: Oyama e Mota 2010

7) Aumentar a transparência do processo


Segundo os autores do estudo, a empresa utilizava para aumentar a transparência no
processo, a utilização de cartazes e placas que indicavam áreas de depósito e instruções de
como depositar os insumo e placas identificação dos materiais.
Figura 16 – Dispositivo Visuais de Comunicação

Fonte: Oyama e Mota

Figura 17 – Placas para a Separação de Materiais

Fonte: Oyama e Mota

Também foi utilizado um tapume afim de melhorar a aparência e causar boa impressão
para os clientes.
Figura 18 – Tapume Utilizado pela Empresa

Fonte: Oyama e Mota

Segundo os autores do estudo também foram implantados dispositivos visuais que


eram relevantes a disponibilização de informações à gestão da produção como planejamentos,
planilhas informando o andamento da obra e indicadores de produtividade possibilitando um
melhor supervisionamento e fiscalização do andamento dos serviços.

Figura 19 – Dispositivos visuais de gerenciamento da obra

Fonte: Oyama e Mota 2010

8) Focar o controle no processo global


Segundo os autores dos estudos, para aplicação deste princípio é necessária a formação
de parceria com os fornecedores. Os fornecedores eram selecionados através da sua
capacidade de atender as necessidades da empresa.
Todo o mês os fornecedores eram avaliados através de uma planilha de qualificação
dos fornecedores, onde os mesmos deveriam atingir um determinado percentual de
qualificações.

Figura 20 – Ficha de Avaliação dos Fornecedores

Fonte: Oyama e Mota 2010

9) Introduzir melhoria contínua ao processo


Segundo os autores do estudo, a empresa estudada utilizava métodos para a melhoria
continua como: palestras motivacionais, treinamentos da equipe, atividades esportivas afim de
melhorar o relacionamento dos colaboradores.

Figura 21 – Treinamento e Palestras Motivacionais

Fonte: Oyama e Mota


10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões
Segundo os autores do estudo, este principio foi aplicado na empresa afim de melhorar
o fluxo no canteiro de obras.
Primeiramente foram eliminadas perdas nas atividades de transporte, inspeção e
estoque de um determinado processo após isso foi analisada a possibilidade de implantar uma
nova inovação tecnológica.

Figura 22 – Mapa de Fluxo do Processo de Alvenaria

Fonte: Oyama e Mota 2010

Segundo os autores do estudo, o carregamento dos blocos cerâmicos entrava na obra,


em seguida era realizada a inspeção do material. Após a aprovação, os blocos eram
descarregados em seu local de armazenamento onde ficavam armazenados até serem
solicitados aos postos de trabalho para a execução dos serviços de alvenaria. O transporte
horizontal dos blocos até o guincho era realizado através de transpaletes, que em seguida eram
transportados na vertical pelo mesmo. No pavimento, os blocos eram armazenados próximos
aos locais de execução dos serviços de alvenaria, que ficavam em espera até a sua utilização
na etapa de processamento.

11) Fazer Benchmarking


Segundo os autores do estudo, para que este principio seja implantado, é necessário
que a empresa conheça bem os seus processos de produção, para depois copiar as boas
práticas das outras empresas, entendendo o que se passa por trás de cada processo e o porque
deles darem certo.
4.2 ESTUDO DE CASO 2

A segunda obra em estudo fica no município de Passo Fundo – RS, onde o estudo foi
realizado pela Engenheira Civil Juliana Kurek.
A autora do estudo participou da execução da obra, onde a construtora que executou o
empreendimento implantou os métodos da construção enxuta em seu processo de produção,
onde a autora do estudo pode analisar como foi implantado cada princípio da construção
enxuta.

1) Redução da parcela de atividade que não agrega valor


Segundo a autora do estudo, primeiramente foi necessário arranjar fisicamente o
canteiro de obras, com a definição do layout, onde foi possível identificar a entrada, a saída,
carga e descarga de materiais e vias de circulação. A mudança do layout foi necessária para
uma melhora da logística interna com a finalidade de diminuir as distâncias entre os materiais,
equipamentos e o local de utilização, diminuindo assim as atividades que não agregavam
valor a obra.

Figura 23 – Arranjo Físico para Armazenamento e Fluxo de Materiais no Canteiro de Obras

Fonte: Kurek 2005


Figura 24 – Canteiro Antes da Intervenção

Fonte: Kurek 2005

Figura 25 – Canteiro Após a Intervenção

Fonte: Kurek 2005

Outro exemplo implantado segundo a autora do estudo foi a substituição do vibrado


convencional, onde havia a necessidade dois operários para executar a vibração, por um
vibrador portátil onde há a necessidade de apenas um operário para executar o serviço
Figura 26– Vibrador Convencional

Fonte: Kurek 2005

Figura 27 – Vibrador Portátil

Fonte: Kurek 2005

2) Aumentar o valor do produto através das considerações dos clientes


Segundo a autora do estudo, considerou-se como cliente, os externos e os internos,
onde os clientes internos eram os funcionários da empresa e os clientes externos são os
possíveis compradores dos imóveis.
Também foram definidas tolerâncias para aceitação de serviços, onde havia uma
inspeção do serviço executado, a fim de verificar se o mesmo encontrava-se dentro das
tolerâncias pré-definidas, após feita a inspeção do serviço e o mesmo ter ficado dentro da
faixa de aceitação era passado para a etapa seguinte.

Figura 28 – Inspeção de Serviço

Fonte: Kurek 2005


Segundo a autora, eram feitas reuniões de planejamento de obra, afim de que a obra
fosse concluída dentro do prazo previsto. Também eram analisadas solicitações, com a
possibilidade do cliente definir acabamentos no imóvel.

Figura 29 – Reuniões de Planejamento de Obra


Fonte: Kurek 2005
3) Reduzir a variabilidade
Segundo a autora, para a redução da variabilidade dos materiais na obra, a empresa
trabalhava na padronização de processos de execução de serviços e recebimento de materiais,
onde eram feitas inspeções no momento do recebimento. Haviam amostras padrões de areias
expostas no canteiro de obra, para serem analisados os critérios de cor e pureza, no momento
em que este material chegasse ao canteiro de obras. Segundo a autora, também eram
inspecionadas as variabilidades das dimensões dos blocos cerâmicos, a conservação dos sacos
de cal e cimento, as especificações de ferragem recebida e demais materiais utilizados na
obra.

Figura 30 – Amostras Padrão de Areia

Fonte: Kurek 2005

4) Redução do tempo de ciclo


Segundo a autora do estudo, foram utilizadas as informações do planejamento de
longo prazo, possibilitando sincronizar as atividades e o planejamento onde se visualiza
pacotes de trabalhos para as equipes.

5) Simplificando pela minimização do número de passos e partes


Segundo a autora do estudo, a empresa utilizava aço cortado e dobrado no fornecedor.
Na obra o processo era apenas de montagem das peças estruturais.
Outro exemplo que era empregado segundoa autora, era a utilização de vergas pré-
fabricadas, onde o pedreiro conseguia instalar a verga sem interromper o processo de
execução da alvenaria, o que gerarias uma atividade que não agrega valor a obra.

Figura 31 – Aço cortado e Dobrado pelo Fabricante

Fonte: Kurek 2005

Figura 32 – Pré Moldagem das Vergas

Fonte: Kurek 2005


Figura 33 – Utilização de vergas pré moldadas

Fonte: Kurek 2005

6) Aumento da flexibilidade na execução do serviço


Segundo a autora do estudo, foi utilizado um sistema construtivo utilizando laje plana,
onde era possível a mudança do layout dos apartamentos, sem a preocupação com a
localização de vigas, tornando o produto flexível.

7) Aumento da transparência
Segundo a autora do estudo, no sentido de aumentar a transparência dos canteiros, foi
implementado o programa 5S, onde o canteiro foi divido em áreas e foram aplicados os cinco
sensos (Utilização, Ordenação, Limpeza, Disciplina, e Asseio). Eram realizadas auditorias
semanais e mensalmente era divulgada a equipe vencedora, com premiação aos membros da
equipe.
Figura 34 – Equipe vencedora 5S

Fonte: Kurek 2005

Segundo a autora do estudo, foi utilizado um tapume afim de gerar uma imagem
positiva da empresa, junto aos clientes.

Figura 35 – Tapume da Obra

Fonte:Kurek 2005

Também eram utilizados placas e cartazes afim de identificar o local de


armazenamento dos insumos.
Figura 36 – Aviso para Empilhamento Máximo de Sacos

Fonte: Kurek 2005

8) Focar o controle no processo global


Segundo a autora do estudo, foi realizada parcerias com os fornecedores e avaliação
dos mesmos. Onde era enviada uma ordem de compra, com a especificação do material e com
um campo para a empresa avaliar o fornecedor. Os fornecedores eram avaliados anualmente,
os mesmos deveriam atingir um percentual de 80% de conformidades, caso contrário os
mesmos não forneciam mais material para a empresa.

Figura 37 – Itens de Inspeção de Materiais

Fonte: Kurek 2005


9) Estabelecimento de melhoria contínua no processo
Através da implantação de procedimentos de ação corretiva e preventiva no processo
de produção, fica facilitada a identificação de problemas e as suas possíveis causas.
Segundo a autora do estudo, a empresa utilizava um relatório de não conformidades,
onde eram identificadas as origens da não conformidade, suas descrições e quais as ações
corretivas seriam usadas para acabar com o problema.

Figura 38 – Relatório de Não Conformidade

Fonte: Kurek 2005

10) Equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões


Segundo a autora do estudo, foi aplicado um processo de mapeamento e identificação
de seus requisitos, para cada estágio. Foi realizado o mapeamento do processo de montagem
da armadura e aplicadas melhoras em seu fluxo.
Figura 39 – Mapofluxo do Processo de Montagem de Armadura

Fonte: Kuerek 2005


11) Fazer benchmarking
Segundo a autora do estudo, o seu trabalho servia como benchmarking para o
processo, já que ao longo do seu trabalho foram implantados os princípios lean dentro da
obra.

4.3 ESTUDO DE CASO 3

O estudo de caso da obra 3, foi realizado no município de Sarandi – RS.


A obra esta em estágio inicial, precisamente terminando a primeira laje. Apesar de
estar no inicio é possível perceber algumas situações que poderiam ser melhoradas pela
gerência da obra.
Serão analisados onde os princípios da construção enxuta poderiam ser implantados
para melhorar o desempenho dos funcionários, aumentar a produção e consequentemente ter
um retorno financeiro maior ao final do empreendimento.

1) Redução da parcela de atividade que não agrega valor


Segundo FORMOSO [2000], este é um dos princípios fundamentais da Construção
Enxuta, segundo o qual a eficiência dos processos pode ser melhorada e as suas perdas
reduzidas não só através da melhoria da eficiência das atividades de conversão e de fluxo,
mas também pela eliminação de algumas das atividades de fluxo
Neste princípio pode-se analisar no canteiro de obras que existe uma grande parcela de
atividades que na agregam valor a obra.

Figura 40– Funcionário Dobrando Ferro

Fonte: Próprio Autor


Na figura 40 é possível observar o funcionário dobrando o aço, onde o mesmo esta
executando uma atividade que não agrega valor a obra.
Neste caso, o aço já poderia ser comprado dobrado, onde esta ação resultaria na
eliminação de uma atividade que não agrega valor, além de liberar o funcionário para executar
outro serviço.

Figura 41 – Funcionário Cortando Aço

Fonte: Próprio Autor

Na figura 41 é possível observar o funcionário cortando o aço, ou seja, executando


uma atividade que não agrega valor a obra.
Para este caso seria interessante comprar o aço já cortado no tamanho desejado,
eliminando assim outra atividade que não agrega valor a obra.

Figura 42 – Vibração no Concreto Utilizando o Vibrado Convencional

Fonte: Próprio Autor

Na figura 42 é possível observar outra atividade que não agrega valor a obra, pois o
operário esta utilizando o vibrador convencional, necessitando assim da ajuda de mais um
operário.
Neste caso o ideal seria a utilização de um vibrador portátil, pois o mesmo necessita de
apenas um operário para executar o serviço, eliminando assim uma atividade que não agrega
valor a obra.
Figura 43 – Exemplo de Vibrador Portátil que Poderia ser Utilizado

2) Aumentar o valor do produto através das considerações dos clientes


Segundo KOSKELA (1992) apud SANTANA 2011, o valor não é uma qualidade
inerente ao processo de conversão, mas é gerado como consequência do atendimento aos
requisitos do cliente. O cliente pode ser o consumidor final ou a próxima atividade no
processo de produção. A aproximação prática a este princípio passa por sistematizar a
projeção para os fluxos, onde o cliente é definido para cada estágio e suas necessidades
analisadas.
Figura 44 – Funcionário Verificando o Serviço Executado

Fonte: Próprio Autor


Na figura 44 é possível observar o colaborador inspecionando o serviço executado,
para que o próximo cliente interno possa realizar a etapa seguinte.
Segundo a gerência da obra, serão definidas datas para que os clientes que desejarem
mudar o acabamento padrão da construtora realizem esta mudança, além de poderem optar
pela sacada nivelada ou rebaixada.

3) Reduzir a variabilidade
Em relação aos materiais, esta variabilidade pode ser evitada através de inspeções no
momento da chegada do material a obra, verificando-se por exemplo as dimensões dos blocos
cerâmicos, a conservação dos sacos de cimento, a conservação da ferragem e etc.
Pôde-se observar no canteiro de obras, que não existe este controle, porque o
fornecedor leva o material até a obra, deposita o mesmo em frente ao canteiro de obras, na
própria calçada e vai embora. O que é conferido na entrega do material é somente se a
quantidadeesta de acordo com a que foi solicitada.
Além disso, os funcionários que estão executando determinados serviços param suas
atividades para transportar o material para um local seguro dentro do canteiro de obras, pois
uma parte da obra esta em fase de terraplanagem, fazendo como que os fornecedores não
consigam ter acesso ao canteiro. Gerando assim mais atividades que não agregam valor para a
obra.

Figura 45 – Falta de Controle do Material e da Estocagem

Fonte: Prórpio Autor


Na figura 45 pode-se observar a falta de conservação de alguns sacos de cimento e de
cal, podendo contribuir assim com o aumento da variabilidade em relação aos materiais

Figura 46 – Estocamento de Areia

Fonte: Próprio Autor

Segundo a gerência da obra, a empresa não tem avaliação para nenhum tipo de
fornecedores, podendo assim a areia que chega um dia na obra, ser completamente diferente
no mês seguinte, pois não existe amostras de areias ideais para a execução dos serviços.
Em relação a este princípio, seriam necessárias grandes mudanças em relação ao
recebimento de materiais e estocagem dos mesmos. Poderiam ser utilizadas fichas de
verificação de materiais, que avaliariam a quantidade, o aspecto, esquadro e dimensões de
materiais, facilitando assim uma avaliação dos tipos de materiais que os fornecedores estão
entregando na obra.
Figura 47 – Exemplo de Ficha de Verificação de Materiais que Poderia Ser Utilizada

4) Reduzir o tempo de ciclo


Segundo FORMOSO [2000], a redução do tempo de ciclo envolve um amplo conjunto
de ações, tais como: Eliminação de atividades de fluxo que fazem parte do ciclo de produção;
Concentração do esforço de produção em um menor número de unidades (lotes menores),
através do planejamento e controle da produção; Mudanças nas relações de precedência entre
atividades, eliminando interdependências entre as mesmas de forma que possam ser
executadas em paralelo.
O que pôde-se observar no canteiro de obras é que este principio não é aplicado, pois
não são utilizadas equipes polivalentes de profissionais. Segundo a gerência da obra o ferreiro
só trabalha com ferro, o marceneiro só com madeira e assim por diante. A gerência informou
também que quando a obra entrar na fase de reboco, esta equipe será terceirizada e não fará
colocações de caixinhas elétricas ou contra marco das janelas como no estudo de caso número
1, o que acarreta em um tempo maior de ciclo.
Para a implantação deste serviço, os funcionários poderiam ser treinados para executar
um maior número de serviços dentro da obra, afim de que as equipes consigam executar mais
de um serviço por vez, sem a necessidade de mobilizar uma nova frente de trabalho. Outro
exemplo para a implantação seria o abastecimento dos postos de trabalho antes do inicio da
execução dos serviços, pois desta forma as atividades de transporte e espera seriam
eliminados.
5) Simplificação pelo número de passos e partes
Para empregar este princípio é importante conseguir reduzir o maior número de passos
de um processo, como por exemplo utilizar vergas pré fabricadas onde não há necessidade de
parar a produção de alvenaria para instalá-las, já utilizando vergas fabricadas in loco, é
necessário utilizar fôrmas e parar com a produção de alvenaria.
Pôde-se observar no canteiro de obras que este princípio não é aplicado, pois não há
redução do número de passos nos processos de produção, onde pode-se observar nas figuras
41 e 42 a dobra e o corte do ferro, onde este material poderia ser comprado já dobrado e
cortado.
Para aplicar este princípio nesta obra seria interessante adquirir com o fornecedor o
ferro já cortado e dobrado nos tamanhos que o projeto solicita, para que não haja necessidade
de colocar funcionários executar este serviço que não agrega valor a obra.

6) Aumento da flexibilidade na execução do produto


O conceito de aumento de flexibilidade esta vinculado no processo como gerador de
valor, onde pode-se alterar as características do produto final, sem onerar a obra e sem gerar
atividades que não agregam valor a obra.
Este princípio é aplicado na obra em estudo, pois segundo a gerência da obra, os
clientes externos terão um prazo para definir mudanças no planta baixa do apartamento sem a
geração de custos a mais para o cliente, além de poder modificar acabamentos nos
apartamentos.

7) Aumento da transparência
Existem algumas formas de aplicar este princípio no canteiro de obras como,
eliminando possíveis obstáculos visuais, utilizando cartazes que indiquem o local de depósitos
de materiais e como armazená-los, indicadores de desempenho que tornem visíveis atributos
do processo, implantando o programa de melhoria e limpeza 5S.
Na obra em estudo para se implantar este princípio seriam necessárias medidas
urgentes, pois o canteiro de obra não se encontra com nenhum dos requisitos mencionados a
cima.
Figura 48 – Obstáculos Visuais

Fonte: Próprio Autor

Na figura 48 é possível observar obstáculos visuais no canteiro de obra.

Figura 49 – Desorganização do Canteiro de Obras

Fonte: Próprio Autor

Na figura 49 é possível observar a desorganização do canteiro de obras, diminuindo


assim a geração de valor perante os olhos do cliente externo.
Também é possível observar nas figuras 45 e 46 a falta de informação quanto ao local
de armazenamento dos insumos e como armazenar os mesmos.
Não há indicadores de desempenho nas paredes para facilitar o trabalho da gerência da
obra.
Para implantar este princípio na obra, seriam necessárias grandes intervenções, que
começariam por uma limpeza e organização do canteiro de obras, passando para a
implantação de indicadores de desempenho e placas de orientação sobre onde armazenar os
materiais e como armazená-los, até a utilização de um tapume, como gerador de imagem
positiva da empresa.
8) Focar o controle no processo global
Segundo BERNARDES (2003) apud SANTANA 2011, o controle de todo o processo
possibilita a identificação e a correção de possíveis desvios, que venham a interferir
sobremaneira no prazo de entrega da obra.
Este princípio pode ser atendido fazendo uma parceria com o fornecedor, onde o
mesmo pode ser avaliado seguidamente e sua “nota” é determinada através de atributos como
a entrega correta de quantidade de material solicitada, qualidade do produto, entrega dentro do
prazo combinado entre outros.
Pôde-se verificar na obra em estudo que este princípio se aplica de forma parcial, pois
segundo a gerência da obra existem parcerias com fornecedores e os mesmos normalmente
cumprem os atributos solicitados como, entrega da quantidade correta do material, qualidade
do mesmo e entrega dentro do prazo solicitado, porém não existe uma ficha de controle de
avaliação dos fornecedores com um banco de dados, ou seja, seria necessário implantar este
tipo de método de avaliação para se ter um maior controle da qualidade.
Figura 50 – Exemplo de Ficha de Avaliação dos Fornecedores que Poderia ser Utilizada

Na figura 50 pode-se observar um exemplo de ficha de avaliação de fornecedores que


poderia ser utilizada pela gerência da obra.

9) Focar o controle no processo global


É possível implantar este principio no canteiro de obras introduzindo ações corretivas
e preventivas que possibilitem a identificação de problemas no processo e suas causas. Para
uma melhoria continua é importante manter a equipe motivada, onde é interessante a
realização de treinamentos e palestras motivacionais que possibilitem o trabalhador
desenvolver ainda mais as suas habilidades.
Segundo a gerência da obra não é comum haver treinamentos ou palestras
motivacionais para os funcionários devido a alta rotatividade dos trabalhadores dentro da
empresa.
Também não são utilizadas ações corretivas e preventivas nos processos de execução,
segundo a gerência quando há algum problema na produção normalmente ocorrem
retrabalhos, ou seja, atividades que não agregam valor a obra.
Segundo FORMOSO (2000), para a aplicação deste princípio seria necessária a
implantação de procedimentos como a utilização de indicadores de desempenho para o
monitoramento do processo, a definição clara de prioridades e metas a serem alcançadas,
padronização de procedimentos, de forma a consolidar boas práticas e servir de referência
para futuras melhorias, criar uma postura de identificação das causas reais dos problemas e
implementação de ações corretivas.
10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões
Para FORMOSO (2000), A aplicação deste princípio depende muito da consciência
por parte da gerência de produção de que é necessário atuar em ambas as frentes. A primeira
delas, relacionada à melhoria incremental, requer liderança da gerência na condução das ações
internas. A segunda requer uma visão do ambiente fora da empresa, visando à identificação de
inovações que podem se adaptar à sua realidade.
Para a implantação deste principio na obra em estudo seria necessário, introduzir um
método onde se eliminasse a espera na produção de determinados serviços, visando sempre
eliminar tarefas que não agregam valor a obra, desta maneira haveria uma melhora no fluxo
dos serviços aumentando assim a produção de determinados serviços.
Um exemplo seria a compra direta do aço já cortados e dobrados, onde no momento da
entrega deste material trabalhado, o mesmo já estaria aptopara a montagem da estrutura de
pilares e vigas, eliminando assim a atividade que não agrega valor de haver a necessidade de
cortar e dobrar o aço para posteriormente fazer a montagem das vigas e pilares.

11) Fazer Benchmarking


Segundo ISATTO (2000) apud SANTANA 2011, Consistem em um processo de
aprendizado, a partir das práticas adotadas em outras empresas, tipicamente consideradas
líderes, num determinado segmento ou aspectos específicos.
De acordo com a gerência da obra, este princípio é aplicado, pois a construtora
responsável pelo empreendimento da obra em estudo costuma analisar os processos
construtivos que as principais empresas do ramo no país utilizam no seu dia a dia, copiando
assim as boas maneiras que as mesmas costumam utilizar.

4.4 ESTUDO DE CASO 4

O estudo de caso 4 foi realizado na cidade de Sarandi, porém a construtora


responsável pelo empreendimento é diferente em ralação ao estudo de caso 3.
A obra analisada esta no décimo pavimento e é possível observar que existe uma
grande preocupação por parte da construtora em relação a diminuição do desperdício, portanto
em uma conversa com a gerência da obra percebeu-se uma aceitação no implemento dos
princípios estudados, podendo assim em uma próxima obra da empresa haver o implemento
da construção enxuta.
Nesta obra serão analisados todos os princípios da construção enxuta e se os mesmos
são aplicados a esta obra.

1) Redução da parcela de atividade que não agrega valor


Para a aplicação deste princípio na construção civil, é interessante a eliminação de
atividades que não agregam valor a obra, desta maneira o objetivo é aumentar o rendimento
da produção e consequentemente trazer benefícios para a empresa como a entrega da obra no
prazo prometido aos clientes além de uma diminuição nos custos operacionais graças a esta
entrega do empreendimento dentro do prazo previsto, gerando um maior lucro ao final.

Figura 51 – Entrada do Canteiro de Obras Desorganizado

Fonte: Próprio Autor

Na figura 51 é possível observar, logo na entrada do empreendimento, uma


desorganização do canteiro de obras, onde pode ser visto materiais para a execução de
andaimes e maquinas abandonadas por hora logo na entrada do empreendimento, será
necessária uma intervenção afim de melhorar o aspecto deste ambiente, portanto será gerada
uma atividade que não agrega valor a obra.
Figura 462 – Estoque de Aço

Fonte: Próprio Autor

Figura 473 – Local Onde o Aço é Dobrado

Fonte: Prórpio Autor

Na figura 52 e 53 é possível observar que o aço utilizado no empreendimento não é


dobrado nem cortado, ou seja, é necessário o serviço de um ferreiro para a execução deste
serviço, acarretando assim, atividades que não agregam valor a obra.
Porém é possível observar nas figuras 57 e 58 que em alguns casos existe a redução de
atividades que não agregam valor a obra, como o abastecimento antecipado dos postos de
trabalho, o que elimina atividades que não agregam valor.
Uma solução para a implantação deste princípio é muito semelhante ao do estudo de
caso 3, pois também seria aconselhável a compra de aço dobrado e cortado conforme as
dimensões exigidas pelo projeto, além de fazer uma modificação no layout da entrada do
canteiro onde pode-se observar que há muitos obstáculos que acarretam na dificuldade do
fluxo nesta parte da obra.

2) Aumentar o valor do produto através das considerações dos clientes


Segundo KOSKELA (1992) apud Oyama e Mota 2010, o valor não é uma qualidade
inerente ao processo de conversão, mas é gerado como conseqüência do atendimento aos
requisitos do cliente. O cliente pode ser o consumidor final ou a próxima atividade no
processo de produção.
Pôde-se analisar na obra que existe controle de tolerâncias dimensionais de tarefas
afim de não dificultar os processos seguintes.

Figura 54 – Exemplo de Controle de Tolerâncias

Segundo a gerência da obra foram realizadas reuniões com os clientes que adquiriram
apartamentos e os mesmos puderam optar por modificar acabamentos, optar por sacada
fechada ou aberta, nivelada ou com caimento, estas reuniões ocorreram ao longo do processo
de execução do empreendimento.
Pode-se dizer que este princípio é aplicado parcialmente na obra, pois verificou-se que
existe o controle e a inspeção dos serviços executados, porém não existe uma Ficha de
Controle de Verificação de Serviço, onde estas fichas poderiam ser armazenadas, gerando
assim um banco de dados.
A ficha de verificação de serviço que a empresa poderia utilizar para a inspeção de
serviços é um modelo semelhante ao da figura 9.

3) Reduzir a variabilidade
Segundo ISATTO (2000) apud SANTANA 2011, existem diversos tipos de
variabilidade, relacionados ao processo de produção, como por exemplo, a variação
dimensional dos materiais entregues, a variabilidade existente na própria execução de um
determinado processo e a variabilidade da demanda, que está relacionada aos desejos e às

necessidades dos clientes de um processo.


Pôde-se verificar com a gerência da obra que não existe este controle quanto a
variabilidade dimensional dos blocos cerâmicos ou a inspeção da qualidade da areia que o
fornecedor entrega na obra, o que é conferido segundo a gerência, é somente se a quantidade
de material recebido na obra é o que foi realizado no pedido.

Figura 55 – Estoque de areia

Fonte: Próprio Autor


Figura 56 – Estoque de Blocos Cerâmicos

Fonte: Próprio Autor

Para implantar este princípio na obra, seria interessante que mais de um quesito fosse
avaliado na entrega do material, o ideal seria implantar um sistema de controle onde fosse
possível avaliar mais de um item, utilizando uma ferramenta de controle como o da figura 10.

4) Reduzir o tempo de ciclo


Segundo FORMOSO (2000), os benefícios que este princípio pode agregar a obra são
vários como, entrega mais rápida ao cliente, a gestão do processo torna-se mais fácil, o efeito
da aprendizagem tende a aumentar, a estimativa de futuras demandas são mais precisas.
Pôde-se verificar com a gerência da obra que este princípio é aplicado parcialmente
pois não existe um planejamento dos processos e em alguns casos o tempo de espera e de
transporte existe, o que pôde-se notar foi que os postos de trabalhos eram sempre abastecidos
antes da chegada dos funcionários para executar os serviços destinados a aquele posto, por
exemplo onde seriam executados serviços de alvenaria, no momento em que o funcionário
responsável por este serviço chegasse ao posto de trabalho, no mesmo já se encontravam
blocos cerâmicos para a execução do serviço, eliminando assim a necessidade de transporte e
espera. Assim como a equipe responsável pela montagem da estrutura da laje, os mesmos
chegavam ao posto de serviço e o aço já estava disponível para eles começarem a trabalhar o
quanto antes, eliminando assim também a parcela de transporte e espera. Pode se observar
estas situações nas figuras 57 e 58.
Figura 487 – Posto de Trabalho já Abastecido à Espera do Funcionário

Fonte: Próprio Autor

Figura 498 – Aço Disponível no Posto de Trabalho

Fonte: Próprio Autor

5) Simplificar através da redução do número de passos ou partes


Segundo FORMOSO (2000), existem algumas maneiras de eliminar partes do processo
como, utilizando elementos pré fabricados, uso de equipes polivalentes, eliminando
interdependências nos processos de construção.
Pôde-se observar na obra em estudo que este princípio é aplicado parcialmente, pois
segundo a gerência da obra, na execução da concretagem da obra foi utilizadas enceradeiras
para fazer o alisamento do piso, onde pode-se notar um piso muito bem trabalhado, de acordo
com a gerência da obra, não será necessária a execução de contra-piso.

Figura 59 – Modelo de Enceradeira Utilizada Após a Concretagem

Figura 500 – Piso Liso Após a Utilização da Enceradeira

Fonte: Próprio Autor

Porém observou-se a utilização de vergas fabricadas in loco, onde foi necessária a


interrupção do serviço de alvenaria para a execução da mesma.
Figura 511 – Verga Moldada in Loco

Fonte: Próprio Autor

Também pode-se analisar as figuras 52 e 53 para verificar que o aço utilizado não é
cortado e dobrado previamente, acarretando assim em atividades que não agregam valor para
moldar este ferro de acordo com o projeto.
A sugestão para a aplicação total deste princípio na obra, seria a utilização de vergas
pré moldadas para não necessitar interromper a produção de alvenaria e a compra de aço
cortado e dobrado para não necessitar fazer este serviço posteriormente, eliminando assim
partes do processo de execução.

6) Aumentar a flexibilidade de saída


Conforme mencionado anteriormente no Estudo de Caso 3, o conceito de aumento de
flexibilidade esta vinculado no processo como gerador de valor, onde pode-se alterar as
características do produto final, sem onerar a obra e sem gerar atividades que não agregam
valor a obra.
Pôde-se verificar na obra em estudo que este princípio é aplicado, pois segundo a
gerência da obra houve a possibilidade dos clientes externos fazerem modificações nos
apartamentos sem grande ônus, onde os mesmos puderam optar por nivelar a sacada e fazer o
fechamento da mesma, sendo este serviço executado pela própria construtora.
7) Aumentar a transparência do processo
Segundo ISATTO (2000) apud SANTANA 2011, existem algumas formas de aumentar
a transparência no processo como: a remoção de obstáculos visuais, tais como divisórias e
tapumes; utilização de dispositivos visuais, tais como cartazes, sinalização e demarcação de
áreas; emprego de indicadores de desempenho, que tornam visíveis atributos do processo e a
aplicação de programas de melhorias na organização e limpeza do canteiro como o 5S.
Pôde-se verificar na obra que este princípio não é aplicado, pois existem muitos
obstáculos visuais, não existe a utilização de cartazes que indicam lugar de estocagem e como
realizar esta estocagem, não existe emprego de indicadores de desempenho.

Figura 522 – Não Existem Cartazes Sinalizando Local e Forma de Estocagem

Fonte: Próprio Autor

Figura 533 – Obstáculos Visuais no Canteiro de Obras

Fonte: Próprio Autor


Para a implantação deste princípio seria importante a remoção de obstáculos visuais, a
utilização de cartazes que indicam o local e a forma de estocagem de acordo com a figura 17,
o emprego de programas de melhoria na organização e limpeza como o 5S, implantando estas
ações os benefícios deste princípio logo seriam notados.

8) Focar o controle no processo global


Este princípio esta relacionado a formação de parcerias com os fornecedores, onde os
mesmos devem atender as necessidades exigidas pela empresa. No momento em que uma
empresa faz uma compra é enviada uma ordem de serviço para o fornecedor, onde o mesmo
deve cumprir uma série de especificações como, quantidade do material de acordo com o que
foi solicitado, qualidade e entrega no prazo programado.
De acordo com a gerência da obra, a mesma não utiliza uma ficha de avaliação dos
fornecedores, porém salientou que nunca teve maiores problemas com o material e prazos até
o momento na obra e que faz as conferências dos materiais no momento da entrega, porém só
a conferência de quantidade.
Um modo de aplicar este princípio na obra seria a implantação da ficha de avaliação dos
fornecedores, pois desta forma se conseguiria ter um banco de dados, onde seria mais fácil
identificar quais os fornecedores mais qualificados para suprir as necessidades da empresa, a
ficha de avaliação dos fornecedores poderia ser semelhante a empregada na figura 21.

9) Introduzir melhoria contínua no processo


Conforme comentado anteriormente no estudo de caso 3, é possível implantar este
principio no canteiro de obras introduzindo ações corretivas e preventivas que possibilitem a
identificação de problemas no processo e suas causas. Para uma melhoria continua é
importante manter a equipe motivada, onde é interessante a realização de treinamentos e
palestras motivacionais que possibilitem o trabalhador desenvolver ainda mais as suas
habilidades.
Segundo a gerência da obra, os funcionários da empresa já participaram de palestras
sobre normas, mas que esta não é uma pratica muito comum dentro da empresa. A gerência da
obra também comentou que não existem ações corretivas ou preventivas que possibilitem a
identificação de problemas no processo, de acordo com o responsável pela obra, os serviços
vão sendo executados com cuidados para não haver erros, porém eventualmente acabam
ocorrendo retrabalhos.
Para melhor pratica deste princípio seria interessante a empresa investir em palestras
técnicas e motivacionais afim de melhorar a qualidade da mão de obra de seus funcionários,
além de alcançar uma maior produtividade graças a estas informações técnicas que os
funcionários receberiam, também seria importante a implantação de ações preventivas e
corretivas para descobrir as causas de determinados problemas.

10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões


Segundo ISATTO (2000) apud SANTANA 2011, o autor sugere para a aplicação deste
princípio, uma consciência, por parte da gerência de produção, de que é necessário atuar em
ambas as frentes. Primeiramente, eliminar perdas nas atividades de transporte, inspeção e
estoque de um determinado processo e, apenas posteriormente, avaliar a possibilidade de
introduzir uma inovação tecnológica.
Pôde-se observar na obra que este princípio é aplicado parcialmente, pois em
determinados serviços existe o interesse em eliminar atividades que não agregam valores
como espera e transporte. Exemplos desta prática já foram citados ao longo do trabalho, nas
situações onde o operário chegava ao seu posto de trabalho para executar a alvenaria e os
blocos já estavam disponíveis para a execução, sem que o houvesse a necessidade de esperar
pelo transporte dos blocos. A mesma situação pôde-se perceber na execução da montagem da
estrutura da laje, onde os operários chegavam ao posto de trabalho e o aço já estava dobrado e
cortado nas dimensões requeridas pelo projeto, ou seja, não houve espera e nem transporte.
Porém esta pratica deveria ser utilizada em todos os serviços, coisa que não acontece
na obra estudada.
Poderia ser elaborado um mapofluxo de acordo com a figura 40, para um maior
controle sobre os processos de produção dos serviços, facilitando assim na análise e na
eliminação de atividades que não agregam valor a obra.

11) Fazer Benchmarking


Este princípio esta relacionado a empresa conhecer seus próprios processos, então
após se auto conhecer melhor, buscar as boas idéias das outras empresas semelhantes e aplicá-
las também.
Segundo a gerência da obra, este princípio é aplicado, pois segundo os mesmos a
empresa sempre esta atenta ao mercado e analisando o que as maiores construtoras do país,
que tem um poder de pesquisa e orçamento grandes, estão fazendo em suas obras.
4.5 COMPARAÇÃO ENTRE A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS EM CADA OBRA
ESTUDADA

Tabela 1 – Comparação da Aplicação dos Princípios nas Obras Estudadas

Fonte: Próprio Autor

Na tabela 01 é possível observar as diferenças na aplicação dos princípios da


construção enxuta em cada obra estuda.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas obras de OYAMA e MOTA 2010 e KUREK 2005, é possível observar que todos
os princípios são aplicados com êxito, garantindo assim uma maior produção nos serviços e
uma maior qualidade.Pode-se observar que com a aplicação de todos os princípios nas obras
dos autores citados, são eliminados muitos desperdícios e atividades que não agregam valor
para a obra.
Já nas obras encontradas no município de Sarandi- RS, é possível perceber que a
aplicação de todos os princípios esta longe de ser uma realidade nos canteiros de obra em
estudo.
O que se pode afirmar é que o desperdício nas obras encontradas em Sarandi – RS é
muito superior as analisadas por OYAMA e MOTA 2010 e KUREK 2005, além da qualidade
das obras analisadas pelos autores citados serem superiores devido a aplicação correta de
todos os princípios.
A maior dificuldade encontrada para a aplicação dos princípios em Sarandi, é a grande
resistência por mudanças e quebras de paradigmas antigos. Em uma das obras analisadas em
uma conversa informal com o mestre-de-obras foi comentada a necessidade de se implantar
um sistema que diminuísse o desperdício e aumentasse a produção, como resposta, o mesmo
citou que executava obras a cerca de 40 anos e que não haveria necessidade de mudar agora o
que estava dando certo. O que se pode garantir é que a construção enxuta não quer mudar o
que esta dando certo e sim melhorar ainda mais o que esta dando certo, melhorando os
processos construtivos, racionalizando os processos e otimizando os fluxos existentes dentro
da obra, visando uma maior produção.
Pelo que pode-se analisar nas obras estudadas por OYAMA e MOTA 2010 e KUREK
2005, são notórias as melhoras proporcionadas pela aplicação dos onze princípios.
Pode-se verificar que o estudo atingiu o seu objetivo, mostrando os diversos
problemas encontrados nos canteiros de obra sarandienses, isto só demonstra como os dados
mencionados por FORMOSO (2000) que informa que cerca de dois terços (67%) do tempo
gasto pelos trabalhadores em um canteiro de obras estão nas operações que não agregam
valor: transporte, espera por material, retrabalhos.
5.2 SUGESTÕES

Como sugestão de futuros trabalhos que possam vir complementar e aperfeiçoar este
pode-se citar:
 A implantação dos princípios da construção enxuta nos canteiros de obra
sarandienses
 Análise se a implantação dos princípios nos canteiros de obra sarandiense deu
certo, analisando se houve aumento de produção e minimização dos desperdícios.
REFERÊNCIAS

ANTUNES,Anivaldo da Costa. Logística no canteiro de obras, utilizando os princípios da


construção enxuta. Disponível em: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/
upload/ativos/313/anexo/seminariol.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2015.

BERNARDES, M. M. S. Planejamento e controle da produção para empresas da


construção civil. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2003.

BIANCHI Maurício; COSTA Joaquim Evangelista da (colaboração). Modernização na


construção civil, é preciso avançar. Disponível em: <http://www.aecweb.com.br/cont/
m/rev/modernizacao-na-construcao-civil-e-preciso-avancar_2659_0_0>. Acesso em:

COSTA R.S.; JARDIM E.G.M. Os cinco passos do pensamento Enxuto Net. Rio de Janeiro,
2010. Disponível em: <http://www.trilhaprojetos.com.br>. Acesso em:

DESPERDÍCIO na construção civil pode chegar a 25% do valor de uma obra. E quem paga a
conta é o consumidor. Disponível em:
<http://notes.abcp.org.br:8080/producao/clipp/clipp.nsf/59dac160bc7df2ba03256aef00407549
/20ee6159d1a59a4883256d8200644790?OpenDocument>. Acesso em: 18 ago. 2015.

FORMOSO, Carlos T. LeanConstruction: princípios básicos e exemplos. Disponível em:


<http://www.leansixsigma.com.br/acervo/2011520.PDF>. Acesso em:

LEANConstruction. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Lean_Construction>.


Acesso em: 19 ago. 2015.

O PENSAMENTO Enxuto e os Cinco Princípios. Disponível em: <https://sapientes.word


press.com/2014/03/06/o-pensamento-enxuto-e-os-cinco-principios>. Acesso em:

OYAMA,Raphael de Araújo; MOTA,Wellen Souza Bandeira. Aplicação dos princípios da


construção enxuta em uma obra vertical Trabalho de Conclusão de CursoEngenharia Civil.
André Clementino de Oliveira Santos(orientador). Universidade da Amazônia, 2010.
Disponível em: <http://www.unama.br/graduacao/engenharia-
civil/tccs/2010/CONSTRUCAO-ENXUTA-OBRA-VERTICAL.pdf>. Acesso em:

PANDOLFO,Adalberto; et al.. Aplicação dos princípios lean ao setor de edificações:


construção enxuta umaabordagem prática.Passo Fundo: UPF Editora, 2006.

PESQUISA nacional apura desperdício em obras. Disponível em: <https://www.ufmg.br/


boletim/bol1216/pag5.html>. Acesso em:

SANTANA,Willy Bizerra de. Construção enxuta através da padronização dos processos de


produção e planejamento de ações na construção civil. Trabalho de Conclusão de Curso de
Engenharia Civil. Prof. MSc. Florentino Carvalho Pinto (orientador). Universidade Estadual
de Feira de Santana. Feira de Santana, 2011. Disponível em:
<http://civil.uefs.br/DOCUMENTOS/WILLY%20BIZERRA%20DE%20SANTANA.pdf>.
Acesso em:
SISTEMA Toyota de Produção. O modelo japonês de administração. Disponível em:
<http://www.portal-administracao.com/2013/12/sistema-toyota-de-producao.html>. Acesso
em:

SOUZA, LeilianeSantana;BRANDSTETTER, Maria Carolina Gomes de


Oliveira;AMARAL,TatianaGondim.Construção Enxuta – Guia Prático para Trabalhadores da
Construção Civil.

SOUZA, UbiraciEspinelli Lemes de. Como reduzir perdas nos canteiros: Manual de gestão
do consumo de materiais na construçãocivil. São Paulo: Saraiva, 2005.

Você também pode gostar