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VEST

Marco @vestmapamental

HISTÓRIA
MESOPOTÂMIA
MESOPOTÂMIA
A Mesopotâmia abrigou as primeiras sociedades conhecidas, por
volta do IV milênio antes de Cristo. O nome Mesopotâmia, que
significa ”terra entre rios”, foi atribuído à região pelos antigos
gregos, dada a sua localização entre os rios Tigre e Eufrates.

Atualmente, na maior parte da área da antiga Mesopotâmia localiza-


se o Iraque, onde existem mais de 10 mil sítios arqueológicos, fontes
de estudo para se conhecer a história dos povos mesopotâmicos.

SOCIEDADE

A prática da agricultura e da pecuária aconteceu em vários locais


diferentes do mundo. A importância das atividades agrícolas pode
ser exemplificada pelo fato de que, até o século VI a.C., não havia
moeda cunhada na economia mesopotâmica. A cevada e alguns
metais, como a prata e o cobre, eram utilizados como padrão de
valor nas trocas comerciais.

PRIMEIROS POVOS

Na região mesopotâmica vivem diferentes povos: sumérios, acádios,


babilônios, assírios e caldeus, entre outros. Ao longo da história,
esses povos confrontaram-se em vários momentos. Grupos
nômades e seminômades, das montanhas ou do deserto, atacavam
as populações sedentárias que viviam nos vales e nas planícies, onde
havia áreas férteis para plantar e para criar rebanhos.
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS

A Mesopotâmia foi uma das primeiras regiões do mundo em que


ocorreram a chamada “revolução agropastoril”.

O desenvolvimento da agricultura e da pecuária foi modificando a


forma como os grupos humanos se organizavam. Como alguns
deles começaram a controlar a produção de alimentos,
permaneciam mais tempo nos lugares que ocupavam, passando a
formar aldeias agrícolas e pastoris. Na agricultura destacaram-se os
cultivos de cevada (usada para fazer pão e cerveja), trigo, linho
(usado na confecção de tecidos), sésamo (gergelim, do qual se
extraía óleo para alimentação e iluminação), tâmaras, legumes
(cebolas, alhos) etc. Na pecuária criavam-se ovelhas, cabras, porcos,
bois e asnos.

Os povos mesopotâmicos adaptaram-se às condições naturais da


região: construíram diques e barragens para conter as enchentes
dos rios Tigres e Eufrates, além de canais de irrigação para levar a
água desses rios até os lugares mais secos.

A divisão do trabalho no interior das comunidades se modificou.


Alguns grupos dedicaram-se mais a certos ofícios e técnicas ligados
à agricultura, enquanto outros se especializaram na fabricação de
instrumentos de metal, na produção da cerâmica, na construção de
canais e barragens etc.

Os historiadores calculam que, no período que compreende desde a


formação das aldeias e vilas até o fim III milênio a.C., o trabalho
coletivo baseava-se na cooperação entre pessoas de famílias
diversas.

Por volta do início do II milênio a.C., muitas famílias passaram a


controlar seus próprios campos e plantações. Algumas delas faziam
negócios com outras; trocavam suas terras, por exemplo, por
objetos de cerâmica e instrumentos de metal. Por essa razão, certas
famílias passaram a ter mais rebanhos ou terras e, assim, tornaram-
se mais poderosas do que outras, o que lhes permitia influenciar as
decisões tomadas pelos moradores das aldeias.

PRIMEIRAS CIDADES

Algumas aldeias mesopotâmicas deram origem às primeiras cidades,


como Ur, Uruk, Nippur, Kish, Lagash e Eridu, por volta de 4 mil anos
atrás. Formavam aglomerados com várias construções (casas,
templos, ruas, pontes, palácios) e eram geralmente cercadas por
muralhas, visando sua proteção. Dentre essas construções
destacavam-se os zigurates, formados por diversos andars, cada um
menor que o inferior. Um exemplo conhecido é a Torre de Babel,
que, segundo a Bíblia, os filhos de Noé pretenderam construir em
Babel (nome hebreu para Babilônia), para atingir o céu.

Essas primeiras cidades continuavam muito ligadas à vida rural,


misturando o espaço urbano com áreas de plantação ou pastoreio.
No entanto, nelas surgiu um grande número de novos ofícios:
carpinteiros, ourives, cortadores de pedra, ceramistas, pedreiros,
tecelões e comerciantes.

Uma das explicações para o surgimento das cidades é que o


aumento da população nas aldeias tornou necessárias novas formas
de organização do trabalho, da justiça, da religião, da segurança dos
habitantes e da proteção dos bens econômicos. Com o aumento da
população urbana, a produção rural também teve de crescer, o que
gerou um excedente que era vendido nas cidades, estimulando o
comércio.

As decisões sobre a vida da comunidade passaram a ser tomadas


pelos grupos mais poderosos, que controlavam os templos (os
sacerdotes) e os palácios (o rei e sua corte).

CENTROS DE PODER: OS TEMPLOS

Os povos mesopotâmicos eram politeístas, isto é, adoravam diversos


deus, muitos dos quais relacionados a elementos da natureza: Anu
(deus do céu); Ishtar (deusa do amor e da fertilidade); Enlil (deus do
ar e do destino); Shamash (deus do Sol e da justiça); Ninmah (deusa
da terra e da fertilidade); Enki (deus das águas, da sabedoria e das
técnicas).

As cerimônias religiosas eram dirigidas por sacerdotes ou


sacerdotisas, que se reuniam em diversas corporações dedicadas ao
culto de determinado deus. Era comum as cidades terem um deus
protetor, para o qual se construía um templo principal.

Além das funções religiosas, os sacerdotes do templo também


exerciam atividades econômicas. Com as oferendas recebidas dos
fiéis, acumularam rico patrimônio em terras, rebanhos, plantações e
oficinais artesanais. Desenvolviam também um ativo comércio com
as regiões vizinhas.

Para controlar a contabilidade do templo (relação de produtos,


recebimentos, pagamentos, empréstimos), os sacerdotes foram
desenvolvendo um sistema de escrita e numeração.

Em razão de seu poder religioso e econômico, muitos sacerdotes


teriam exercido grande influência política na Mesopotâmia,
sobretudo nas sociedades sumérias.

CENTRO DE PODER: O PALÁCIO REAL

Ao longo do III milênio a.C., encontrava-se em cidades


mesopotâmicas a figura do rei, que, se tornou o principal centro do
poder político, superando, muitas vezes, a força dos sacerdotes do
templo. Por volta de 2500 a.C., o rei, sua família e seus funcionários
moravam no palácio real, numa nova estrutura arquitetônica, que se
destacava além do templo.

Uma das hipóteses para explicar a aquisição de poderes pelo rei é a


de que, no início da vida urbana, provavelmente não existiam
palácios reais separados dos templos. No entanto, à medida que as
cidades foram crescendo e acumulando riquezas, passaram a atrair a
cobiça de povos vizinhos. Diante do risco de invasões, pilhagens e
guerras, a defesa da cidade tornou-se uma preocupação para seus
habitantes, sendo necessário organizar tropas militares e escolher
um comandante, que também tinha funções sacerdotais. Com o
tempo, esse comandante e sacerdote ampliou seus poderes e
tornou-se uma autoridade permanente. Supõe-se que essa seja uma
das possíveis origens da figura do rei.

Além do poder político, o rei e seus funcionários controlavam uma


razoável parcela da atividade econômica. Possuíam oficinas onde
eram produzidos instrumentos de metal, objetos de cerâmica,
tecidos, mobiliário etc. Exigiam o pagamento de tributos que eram
arrecadados na forma de bens materiais, como alimentos, rebanhos
e sementes. Além disso, o poder real impunha à população livre
trabalhos obrigatórios: construção de edifícios (palácios e templos),
de muralhas e outras fortificações para a defesa da cidade;
construção, manutenção e limpeza dos canais de irrigação e diques
etc. Essa exigência de prestação de serviços da população livre é
considerada por muitos historiadores a principal forma de
exploração do trabalho na Mesopotâmia.

Mesmo havendo uma separação entre rei (palácio) e sacerdotes


(templo), a religião sempre foi utilizada para justificar o poder do rei,
que, assim, preservava sua liderança religiosa. Pelas ideias
dominantes na Mesopotâmia, o rei era visto como um representante
direto dos deuses, alguém predestinado para concretizar entre os
homens a vontade divina. Assim, conforme a religião, o rei detinha
um lugar especial na sociedade, entre os deuses e os homens.

OS BABILÔNIOS

Grande parte das cidades da Mesopotâmia jamais se uniu para


formar um reino único; independentes entre si, foram chamadas
pelos historiadores de cidades-Estados. Entretanto, em diferentes
épocas, cidades mais fortes e poderosas, como Acad, Babilônia e
Assur, impuseram seu domínio sobre outras cidades da
Mesopotâmia e regiões vizinhas.

Um exemplo de expansão e unificação política da Mesopotâmia


ocorreu por volta de 1763 a.C., sob o governo de Hamurábi, rei
babilônio que consolidou seu poder tomando medidas marcantes
em diferentes aspectos sociais. Impôs o deus babilônio Marduk aos
povos vencidos e repartiu a propriedade da terra entre o Estado, os
templos e os particulares. Consagrou a divisão da sociedade em três
grandes categorias:
- os awilum: homens livres de elevada posição (sacerdotes, grandes
proprietários, ricos comerciantes) a quem as normas jurídicas
conferiam tratamento privilegiado;

- os mushkenum: homens livres de média posição que trabalhavam


como servidores nos palácios, artesãos ou pequenos comerciantes;

- os escravos: prisioneiros de guerra ou homens livres que não


conseguiam pagar suas dívidas e se tornavam propriedade do
credor. Normalmente, a escravidão por dívida durava certo período,
estipulado pelo juiz da questão.

Dependendo da posição social da vítima, um mesmo crime era


punido de forma diferente. Crimes contra os awilum tinham,
geralmente, penas mais severas do que as punições atribuídas aos
praticados contra os mushkenum.

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