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CARTOGRAFIA

Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é a


ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e
estudo dos mapas.

Joly (1990, p. 7) considera a cartografia como: “A arte de conceber, de


levantar, de redigir e de divulgar os mapas.
linguagem cartográfica

• A linguagem cartográfica utiliza muitos símbolos, que


possuem elementos universais e que abrangem
componentes e variáveis.
• Ela pode ser expressa através de cartas, plantas, mapas,
globos, imagens de satélites, gráficos, perfis
topográficos, maquetes, croquis e outros meios.
• Suas funções correspondem, entre outras, a representar
espacialmente os fenômenos da superfície da Terra,
transmitir informações sobre o espaço geográfico,
registrar e armazenar conhecimentos espaciais, com o
objetivo de se tornar uma forma de expressão e
comunicação entre os seres humanos.
Trabalhar com cartografia na escola não inclui apenas
contornar e delimitar, reconhecer projeções e calcular
escala, trabalhar com mapas exige a compreensão dos
símbolos e das suas escolhas, exige reconhecer projeções
e saber por qual motivo uma é mais utilizada que outra e
principalmente, exige saber que o mapa não é uma
fotografia do recorte espacial em questão e sim uma
escolha de quem o fez baseado em um conjunto de
convenções previamente estabelecidas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1998, p.25-30) a
representação por traço envolve as seguintes formas:
1) Globo:
• É a representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena, dos
aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade cultural e
ilustrativa.
2) Mapa:
• É a representação plana, geralmente em escala pequena, da área
delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc),
político administrativos, com fins temáticos, culturais ou ilustrativos.
3) Carta:
• É a representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas
articuladas de maneira sistemática; os limites das folhas são constituídos por linhas
convencionais, destinadas à avaliação de direções, distâncias e localização de pontos,
áreas e detalhes.
4) Planta:
• É um caso particular de carta, em que a representação se restringe a uma área muito
limitada e a escala é grande, os detalhes acompanham e são maiores.
SOBRE OS MAPAS

O nome mapa tem sua origem do latim, mapa, que era a palavra
referente a lenço, pois as primeiras representações espaciais
“oficiais” eram feitas em pergaminhos feitos de lenço.
DEFINIÇÃO
• Entendemos por mapa a representação gráfica convencional,
geralmente plana e, na maior parte das vezes, em pequena escala,
sendo que busca retratar uma determinada área para um
determinado objetivo. Neste sentido um croqui, uma maquete ou uma
planta pode servir de base para uma futura construção do mapa, de
fragmentos para uma análise ou ainda, para interpretação da
linguagem cartográfica.

• O mapa constitui a representação de determinado espaço, sendo um


dos principais instrumentos de análise de geografia. O mapa traz
para o analista informações sobre fenômenos de forma
especializada, com complementações referentes à orientação e
escala.

• Os mapas são um dos principais recursos metodológicos à


disposição do professor de Geografia. Eles constituem não apenas
um recurso visual no qual o professor precisa recorrer para ensinar
Geografia ou para que o aluno domine os conteúdos geográficos;
eles são um meio de comunicação; uma linguagem que permite ao
aluno expressar espacialmente um conjunto de fatos; uma alternativa
de representação espacial de variáveis que possam ser manipuladas
na tomada de decisões e na resolução de problemas (OLIVEIRA,
2007).
HISTÓRIA
• A história dos mapas remonta desde a idade da pedra, pois
muitas pinturas rupestres encontradas são representações
espaciais, em especiais dos lugares de proteção e caça que
poderiam contribuir para o desenvolvimento de determinada
tribo Na idade antiga a produção de mapas teve grande avanço,
em especial a produção romana, que utilizava mapas em
diferentes escalas para planejar o funcionamento do território e
estratégias nos campos de batalha. Já na Idade Média os
mapas sofrem um retrocesso, pois, a partir da grande
intervenção da igreja na sociedade, os mapas muitas vezes não
representavam a Terra real, mas era uma expressão teológica
do mundo, com referência a Céu e Inferno, por exemplo. Na
Idade Moderna, em especial na Era dos Descobrimentos, a
produção de mapas teve grande avanço, a partir das viagens
realizadas pelo mundo pelos europeus, foi realizado o
mapeamento sistemático dessas áreas, com técnicas
avançadas. Atualmente os mapas são parte fundamental da
nossa sociedade, desde os GPS’s veiculares até imagem de
satélite em alta definição, são frutos de um avanço na
cartografia importante. (ALBUQUERQUE, 2009)
O PRIMEIRO MAPA
O mapa mais antigo que se conhece foi
descoberto nas ruínas da cidade de Ga Sur,
cerca de 300 Km a noroeste da antiga
Babilônia (no atual Iraque), e data de cerca
de 2.500 a.C.
Trata-se de uma placa de 7 cm, feita de barro
cozido, na qual se representa o curso de um
rio que nasce entre duas cordilheiras e
desemboca no mar em três braços, formando
um delta.
OBJETIVOS DOS MAPAS

• [...] localizar lugares e aspectos naturais e culturais na superfície


terrestre, tanto em termos absolutos como relativos; mostrar e
comparar localizações; mostrar tamanhos e formas de aspectos da
Terra; encontrar distância e direções entre lugares; mostrar elevações
e escarpas; visualizar padrões e áreas de distribuição; permitir
inferências dos dados representados; mostrar fluxos, movimentos e
difusões de pessoas, mercadorias, e informações; apresentar
distribuição dos eventos naturais e humanos que ocorrem na Terra.
• O elaborar escrito ou mental dos lugares onde se pretende chegar, o
verificar de uma linha de ônibus, a manutenção da rota de um avião
ou navio, fazer a análise e definição de estratégias de ataque ou
defesa, a localização de jazidas e possíveis vias de acesso, a
localização de nascentes de água ou a simples orientação rodoviária
numa viagem de turismo, são atividades que exigem mapas
específicos com diferentes objetivos, legendas e destinados a um
público-alvo diferente, os usuários.
CLASSIFICAÇÃO DOS MAPAS
MAPAS FÍSICOS -
• Mapa geomorfológico - representa as características do relevo de uma região.
• Mapa climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região.
• Mapa hidrográfico- mostra os rios e bacias que cortam uma região.
• Mapa biogeográfico - apontam os tipos de vegetação que cobrem uma
determinada localização

MAPAS HUMANOS:
• Mapa politico - aponta a divisão do território em países, estados, regiões,
municípios.
• Mapa econômico - indica as atividades produtivas do homem em determinada
região.
• Mapa demográfico - apresenta a distribuição da população em determinada região
• Mapa histórico - apresenta as mudanças históricas ocorridas em determinada
região.
• Mapa rodoviário - estuda as rodovias e as estradas de um país.
• Mapa topográfico - estuda o relevo em níveis de altura (também inclui os rios
mais importantes do local).
Mapas Físicos:

Geomorfológico Climático Hidrográfico Biogeográfico

Mapas humanos:
Politico Econômico Demográfico Histórico Rodoviário Topográfico
ELEMENTOS CARTOGRÁFICOS (Convenções cartográficas)

• Para estudar a Terra a Geografia recorre a várias formas de


representação, entre as quais se destacam os mapas: título,
escala, legenda, orientação e coordenadas geográficas, cada
um com a sua respetiva função.
Para que serve cada um dos
elementos fundamentais do
mapa?

Título - para identificar o mapa,


referindo o tema/assunto, o
espaço representado e, se for o
caso, o período de tempo em
análise.

Legenda - para descodificar o


significado dos símbolos e/ou
das cores representados no mapa.

Escala - para saber quantas


vezes a realidade representada
foi reduzida.

Orientação - para localizar e


fazer uma leitura correta dos
fenómenos representados.
ESCALAS GEOGRÁFICAS

• As escalas geográficas são compreendidas como níveis


em que o espaço é “subdividido” para melhor ser
compreendido e analisado. As diferentes escalas são
interligadas, uma vez que todas são maneiras de
compreender o espaço geográfico. O termo escala pode
ser associado à escala cartográfica, mas deve ultrapassá-
la, pois não envolve apenas análise numérica,
quantitativa, mas também análise qualitativa dos
fenômenos analisados.
ESCALA: NUMÉRICA E GRÁFICA
TIPOS DE ESCALAS:
A escala pode ser apresentada de duas maneiras
distintas:
o Escala de mapeamento (representada por um gráfico); ou
o Escala numerada (representada por números).
Escala pequena – obtém-se
pouco detalhe

Escala grande – obtém-se


maior detalhe
• Mapas em pequena escala (acima de 1:500.000)
proporcionam uma visão geral de um grande espaço,
como um país ou um continente. Apresenta grau de
detalhe reduzido.

• Mapas em média escala (entre 1:100.000 à 1:500.000)


proporcionam um detalhamento razoável, utilizado
para representação de uma região. Os mapas
representados por esse tipo de escala são mais usados
para elaboração de cartas topográficas.

• Mapas em grande escala (até 1:100.000) fornecem


elevado grau de detalhamento de um espaço
geográfico de dimensões regionais ou locais.
ESCALA DE ANÁLISE
• Escala de análise A escala de análise é um cuidado que requer
toda a atenção. Partindo de que Já a definição/delimitação de
que recorte do espaço considerar é um motivo de escolha da
escala.
• Considerando então que a escala não é algo dado, mas
resultado de opções/escolhas, elas estão estreitamente ligadas
aos objetivos que temos para o ensino, para a pesquisa no/do
lugar.
• Enfim, são necessárias interligações dos vários níveis de
análise, para que se possa compreender que nada acontece por
acaso, e que os motivos de muitos acontecimentos podem
estar, às vezes, próximos, mas podem estar também muito
distantes.
LEGENDA
• É utilizada rara descodificar o significado dos símbolos e/ou
das cores representados no mapa.
• As cores e os símbolos obedecem às convenções cartográficas
e são classificados em duas ordens: planimétricos e
altimétricos.
• A representação planimétrica compreende os elementos que
cobrem a superfície do solo: físicos ou naturais (hidrografia e
vegetação) e culturais ou artificiais (ocupação humana, sistema
viário, construções, limite político ou administrativo etc).
• A representação altimétrica refere-se à cor que esta representa,
ou seja, um terreno, por exemplo, é representado pela cor
sépia. Os areais são representados por meio de um pontilhado
irregular, também na cor sépia.
Representação
altimétrica

Representação planimétrica
ORIENTAÇÃO
No mapa o símbolo da orientação poderá aparecer no canto inferior direito ou na
parte superior. E toma como ponto de referência o centro da representação (mapa).
Na folha em que for representado uma determinada área , teremos as seguintes
direções: Lado esquerdo ( Oeste), lado direito (Leste) a cima (Norte) embaixo (Sul)

O L

S
Coordenadas geográficas
• Permite a localização exata para qualquer ponto na superfície do
globo terrestre.
• Neste sistema, o globo é dividido em LATITUDE, que vão de 0 a 90
graus (NORTE OU SUL) e LONGITUDE, que vão de 0 a 180 graus
(LESTE OU OESTE). Para efeitos práticos, usam-se as siglas
internacionais para os pontos cardeais: N=Norte, S=Sul,
E=Leste/Este, W=Oeste.[
• Para as LONGITUDES, o valor de cada unidade é bem definido, pois
a metade do grande círculo tem 20003,93km, dividindo este último
por 180, conclui-se que um grau (°) equivale a 111,133 km.
Dividindo um grau por 60, toma-se que um minuto (') equivale a
1852,22 m (valor praticamente idêntico ao da milha náutica).
Dividindo um minuto por 60, tem-se que um segundo (") equivale a
30,87m,
• Para as LAITUDES, há um valor específico para cada posição, que
aumenta de 0 na LINHA DO EQUADOR até aos PÓLOS, onde está
o seu valor máximo (90º de amplitude do ângulo).
Quais são as coordenadas geográficas dos lugares representados pelas letras?
A = Latitude 50º Norte, Longitude 100º Oeste;
B = Latitude 40ºNorte , Longitude 80º Leste;
C = Latitude 20º Sul, Longitude 40º Oeste;
D = Latitude 10º Sul, Longitude 20º Leste.
PROJEÇÃO CARTOGRÁFICA
A projeção cartográfica é definida como um tipo de traçado sistemático de linhas
numa superfície plana, destinado à representação de paralelos de latitude e
meridianos de longitude da Terra ou de parte dela, sendo a base para a construção
dos MAPAS. A representação da superfície terrestre em mapas, nunca será isenta
de distorções. Nesse sentido, as projeções cartográficas são desenvolvidas para
minimizarem as imperfeições dos mapas e proporcionarem maior rigor científico à
cartografia.

Todo planisfério apresenta distorções, pois é impossível representar perfeitamente


uma superfície esférica em um plano. Cabe a quem confecciona o mapa, optar
qual a característica será mantida.

Quanto à técnica empregada na sua confecção, as projeções podem ser :


Cilíndrica , Cônica, Azimutal
SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO

• Projeção Azimutal: Também chamada de Projeção Plana, é um tipo de


projeção usada comumente para representação das áreas polares pois
parte sempre de um ponto para a representação da(s) área(s), por isso é
usado para pequenas áreas. Pode ser de três tipos: Polar, Equatorial e
Oblíqua (chamada também de horizontal).

• Projeção cônica: A superfície terrestre é representada num cone


envolvendo o globo terrestre. Os paralelos formam círculos concêntricos
e os meridianos são linhas retas que convergem para os polos. As
deformações ocorrem conforme se afastam do paralelo padrão (paralelo
de contato com o cone). A projeção é utilizada para representar áreas
continentais (como regiões e continentes).

• Projeção cilíndrica: A superfície terrestre é representada num cilindro


envolvendo o globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são linhas
retas que convergem entre si. As deformações ocorrem conforme se
aumentam as latitudes, tendo a chegar ao infinito. É comumente utilizada
para representações do globo, como mapas-mundí.
• Entende-se, portanto, que na comunicação cartográfica,
a mensagem é passada a partir de um conjunto de
signos previamente organizados para representar o
espaço geográfico. O leitor precisa ter estruturas de
pensamento que o permita entender e estabelecer
raciocínios analíticos para a elaboração de explicações
sobre os fenômenos representados. Por isso, autores
como Francischett (2001), Almeida (2006), Pissinati e
Archela (2007), Almeida e Nogueira (2009), defendem
que, para a leitura eficiente de mapas, torna-se
imperativo a alfabetização cartográfica .
REFERENCIA

LISBOA, Severina S. A IMPORTÂNCIA DOS CONCEITOS DA GEOGRAFIA PARA A


APRENDIZAGEM DE CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS ESCOLARES . Universidade Federal de
Viçosa– Viçosa – MG Revista Ponto de Vista – Vol.4 Acesso em: 13 abril, 2014. Disponível em
< http://www.coluni.ufv.br/revista/docs/volume04/importanciaConceitosGeografia.pdf>
Acesso em: 15 abril 2014.

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