Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Figura 1 - Importância do intervalo de tempo prévio para
3 - Glicemia casual: a forma- ção da A1c. Fonte: SBD, 2009
medida de glicose no sangue venoso, colhida a qualquer
momento do dia, independentemente do paciente ter se
alimentado ou não. É aceita como método diagnóstico Glicemia correspondente ao nível da média
de Diabetes Mellitus (DM) apenas em indivídu- os com Nível de de 24 horas (mg/dL)
A1c (%)
sintomas característicos
DCCT, 1993 ADAG, 2008*
(perda de peso involuntária, polidipsia, poliúria etc.).
5 100 97
Pela sua praticidade e baixo custo, a medida
6 135 126
da glicose plasmática em jejum é o 6,5 152 140
procedimento mais utilizado na re- alização do 7 170 154
diagnóstico de DM 8 205 183
Desde janeiro de 2010, a Associação Americana de 9 240 212
Diabetes (ADA) passou a recomendar tam- bém a
10 275 240
hemoglobina glicada (A1c) como método
diagnóstico adicional para DM, bastando, para 11 310 269
ENDOCRINOLOGIA
· Outras condições associadas à resistência insulínica (exem- plo: obesidade severa com acantose nigricans);
· História de doença cardiovascular*. Metas
Parâmetro Metas desejáveis
toleráveis
- Na ausência dos fatores de risco citados, em todos os
Glicemia de
indivídu- os com idade ≥45 anos (usando glicemia de
jejum e pré- <110mg/dL <130mg/dL
jejum);
prandial
- Se os resultados forem normais, o exame deverá ser repetido pelo menos a cada 3 anos**.
Glicemia pós-
<140mg/dL <180mg/dL
prandial
Tabela 2, a
A1c <7%
seguir
1. Metas no tratamento
O último algoritmo da Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD), publicado em agosto de 2009, definiu os níveis
Diretrizes para tratamento
“de- sejáveis” (ideais) e os níveis “toleráveis” das metas farmacoló- gico do diabetes mellitus
2 Sulfonilureia, ou
inibidor de DPP-IV, Sulfonilureia, ou
O DM do tipo 2, uma doença evolutiva, resulta de 2 Insulinização: basal
ou glitazona inibidor da DPP-
+ doses prandiais
de- feitos básicos: resistência à insulina e deficiência se predomínio de IV, ou glitazona,
(bolus), associada ou
de secre- ção da mesma. Assim, seu tratamento deve hiperglicemia pós- ou insulina
não à metformina,
prandial: glinida basal ao deitar
ser dinâmico e adaptado à fase da doença; ou acarbose se sobrepeso
ou sulfonilureia, ou
(possivelmente) inibidor
se sobrepeso ou obesidade:
da DPP-IV.
ou obesidade: exenatida.
exenatida.
Monitorização e ajustes no tratamento após 2 a 3 meses com
doses máximas efetivas das drogas, para atingir as metas: A1c
<7%; glicemia de jejum <130mg/dL; glicemia 2 horas pós-
prandial <160mg/dL.
Etapa 3 - adicionar um 3º agente, ou intensificar o
tratamento insulínico
Sem uso de insulina Já em uso de insulina
Adicionar um 3º ADO com
diferente mecanismo de
ação. Se em 2 ou 3 meses
Intensificar a insulinização até atingir
não atingir as metas de
as metas de A1C <7%, glicemia de
A1C <7%, glicemia de
jejum <130mg/dL ou glicemia 2
jejum <130mg/dL ou
horas pós-prandial <160mg/dL.
glicemia 2 horas pós-
prandial <160mg/dL,
iniciar insulinização.
* Se houver intolerância (gastrintestinal) à metformina, pode-se
tentar o uso de formulações de ação prolongada. Se, mesmo
assim, persistir a intolerância, substituir por uma das opções da
etapa 2.
A- Escolha da 1ª medicação
Na grande maioria dos pacientes (pelo menos,
nos pri- meiros anos de DM), o predomínio é de
resistência à in- sulina, evidenciada por obesidade
androide, hipertensão arterial e dislipidemia.
Devido ao seu bom perfil de eficá- cia (redução da
Figura 2 - Tratamento para o diabetes tipo 2 (SBD, resistência à insulina, redução do peso),
2009) segurança (risco nulo de hipoglicemia) e baixo
custo, a metformina (na dose de 500 a
2.000mg/dia) é a medicação de escolha para uso
Etapa 1 - Conduta inicial conforme a situação clínica atual como 1ª opção na maioria dos pacien- tes com
Descompensa- DM2.
Manifesta- Manifestações Manifesta-
ção severa ou
ções leves moderadas ções severas A exceção são os pacientes com glicemias
intercorrência
Qualquer extremamen- te elevadas (acima de 300mg/dL) ou
Cetoacidose com cetonúria, ou então na presença de perda de
Glicemia Qualquer glicemia
diabética
<200mg/dL glicemia >300mg/dL peso significativa, sintomas evidentes ou
ou estado
+ sintomas entre 200 e ou cetonúria intercorrências agudas graves, em que a droga
hiperosmolar
leves ou 300mg/dL + ou perda inicial de escolha passa a ser a insulina (Tabela 10).
ou doença
ausentes + ausência de de peso
grave
ausência de critérios para importante
intercorrente ou B - Escolha da 2ª medicação
doença aguda manifestação ou sintomas
comorbidade Na impossibilidade do uso da metformina, ou
concomitante. leve ou severa. graves e sig-
grave.
nificativos. quando esta não é suficiente para obter controle
Metformina glicêmico adequa- do num período de 6 a 8
(500 a semanas, ou quando os níveis gli- cêmicos iniciais
2.000mg/ Metformina Iniciar terapia
estão mais elevados (entre 200 e 300mg/ dL),
dia)* + (500 a conforme
Iniciar insu- deverá ser associada uma 2ª droga oral (Tabela 10).
mudanças de 2.000mg/dia)* algoritmo
linoterapia A escolha da melhor medicação para uso como
estilo de vida. + mudanças e conforme
imediata-
Se não atingir de estilo de o controle 2ª opção vai depender de vários fatores, como os
mente.
A1c<7% em 4 vida + 2ª droga glicêmico após apresentados na Tabela 11:
a 6 semanas: antidiabética. a alta.
associar 2ª
droga.
Tabela 11 - Fatores a serem considerados na escolha da
Etapa 2 - adicionar ou modificar o 2º agente droga an-
conforme o nível da A1c tidiabética
A1c 7 a 8% A1c 8 a 10% A1c >10%
Características da droga
- Potência hipoglicemiante;
- Ação na glicemia de jejum ou na glicemia pós-prandial.
Segurança da droga
- Comorbidades do paciente (IRC, ICC, hepatopatia);
- Contraindicações da droga. 2) IRA
Características da doença
Insuficiência renal é aguda quando sua evolução é
- Grau de resistência à insulina;
rápida, horas/dias. O diagnóstico geralmente é
- Grau de deficiência de insulina (relativa ou absoluta).
Características do paciente
laboratorial, através da elevação da ureia e creatinina
- Peso corporal (eutrófico ou com excesso de peso); plasmática.
- Nível socioeconômico (custo da droga); IRA: queda na taxa de filtração glomerular (TFG).
- Risco de hipoglicemia;
- Preferência pessoal.
- Fisiopatologia
Após a obstrução urinária aguda, a pressão nos túbulos re-
nais aumenta subitamente. Nas primeiras horas, a filtra-
ção glomerular aumenta. Isso ocorre porque há produção
excessiva de prostaglandinas pelo parênquima renal, es-
sas substâncias causam vasodilatação da arteríola afe-
rente. Após 12-24h ocorre produção de substâncias vaso-
Azotemia Pós-Renal constrictoras, como angiotensina II tromboxane A2 que
Disfunção por obstrução aguda do sistema uroexcretor. causam diminuição da filtração glomerular.
Tem maior prevalência no subgrupo dos idosos, principal- O maior risco num paciente com obstrução urinária é a in-
mente pela maior incidência de doenças prostáticas. fecção. Junto com a obstrução, a pielonefrite pode levar a
Apenas se desenvolve nas obstruções que acomete os perda renal em poucos dias, por isso, a desobstrução é
rins bilateralmente (exceto casos onde os rins têm sua uma emergência. Mesmo sem infecção, a ocorrência de
função já previamente comprometida). As principais uma nefropatia tubulointersticial irreversível pode ocorrer
em 2-4 semanas. Quanto mais tempo obstruído, maior o
causas são
número de néfrons perdidos.
Diagnósticos
Fisiopatologia da HPB
O processo de hiperplasia prostáti ca condiciona o
aparecimento de sintomas miccionais, que podem
resultar de 3 fenômenos fi siopatológicos:
- Um componente estáti co (efeito mecânico), no qual o
aumento volumétrico da próstata provoca diminuição do
calibre e aumento da resistência uretral, com
consequentedifi culdade de esvaziamento vesical.
- Um componente dinâmico (efeito funcional),
representado pela musculatura lisa presente na cápsula, na
glândula prostáti ca e no colo vesical, em que um aumento
da ati vidade alfa-adrenérgica nas fi bras musculares
hipertrofi adas provoca a elevação da resistência
uretral;
- Um componente vesical, decorrente de alterações
secundárias à obstrução produzida pela HPB na Devido à grande variação de intensidade desses sintomas
musculatura detrusora, traduzindo-se em hiperati vidade, e ao diferente grau de importância que os autores
como resposta ao esforço contí nuo na tentati va de atribuem a eles, decidiu-se estabelecer uma pontuação
esvaziamento, ou em hipoati vidade, como resultante da para transformar, em número, a presença e a intensidade
falência muscular nas fases mais avançadas da doença. dos sintomas, tornando, dessa forma, uniforme sua
Cabe salientar que, constantemente, tais fatores atuam valorização. A tabela de pontuação dos sintomas mais
simultaneamente, e a resultante desses componentes, na uti lizada é a recomendada pelo Escore Internacional de
dependência da intensidade de suas ações, promove o Sintomas Prostáti cos (IPSS), criado em 1991 e aceito pela
aparecimento e a gravidade da sintomatologia vista na HPB. Associação Americana de Urologia (AUA) e pelo FDA,
nos EUA.
Manifestações clínicas
Os sintomas são divididos emobstruti vos e irritati vos
(Tabela 1). Os obstruti vos decorrem da obstrução
produzida pela massa tumoral e pelo tônus da
musculatura lisa da uretra e do estroma prostáti co,
enquanto os irritati vos se devem a uma disfunção vesical.
Os sintomas obstrutivos ocorrem durante a micção e
incluem hesitação para iniciar a micção, diminuição da
força do jato, diminuição do calibre do jato, sensação
de esvaziamento incompleto da bexiga, jato
intermitente, gotejamento pós-miccional e retenção
urinária aguda. Tais sintomas estão presentes na
obstrução infravesical produzida pela HPB ou podem
ser atribuídos a contrações inefi cientes do detrusor.
Os sintomas irritativos acontecem durante a fase de
enchimento vesical e são representados por polaciúria,
nictúria, urgência miccional e inconti nência de
urgência. Parece que esses sintomas estão
relacionados a uma hiperati vidade do detrusor em
consequência da obstrução infravesical, embora
possam ser relacionados com a presença de resíduo
urinário.
Somada a essa tabela, posteriormente, com o apoio da e hematúria;
Organização Mundial de Saúde, foi acrescentada uma nova - Ureia e creatinina: avaliar uma complicação
avaliação, relacionada à qualidade de vida desses importante da HPB, a nefropati a obstruti va;
pacientes.
- PSA (antí geno prostáti co específi co): é uma
glicoproteína produzida pelo tecido prostáti co que pode
elevar os seus níveis séricos em qualquer doença prostáti
ca infl amatória ou neoplásica. O valor normal é de até
4ng/mL.
d) Outros exames não obrigatórios
- Ultrassonografi a: avalia a morfologia do trato
urinário,o volume da próstata (Figura 4) e o resíduo pós-
-miccional .
- Urofl uxometria: método urodinâmico recomendável,
que registra, em gráfi co, a curva do fl uxo urinário,
fornecendo dados como fl uxo máximo, médio e perfi l de
curva. Deve ser efetuado com volume urinário acima
de 150mL;
O escore é composto por 7 perguntas sobre os sintomas
do paciente, com notas individuais de 0 a 5. Dependendo
- Uretrocistoscopia: avalia a presença ou não de
estenose de uretra, extensão da uretra prostáti ca, aspecto
da intensidade de cada sintoma e de acordo com os
da parede vesical (trabeculações e divertí culos) e
resultados
observação de doenças associadas (cálculos ou tumores
obti dos, os pacientes podem ser classifi cados em:
vesicais);
- Sintomatologia leve: escore de 0 a 7;
- Sintomatologia moderada: escore de 8 a 19; - Urografia excretora: permite diagnosticar outras
- Sintomatologia grave: escore de 20 a 35 doenças (tumor, cálculo, cisto) e fornece imagens da
bexiga, como trabeculações, divertículos, cálculos e
tumores.
Diagnósti co HPB
O diagnósti co inicial de HPB deve ser feito por meio de e) Diagnósti co diferencial
história clínica, exame fí sico e exames laboratoriais. Os sintomas do trato urinário inferior são inespe cífi cos
e acontecem em uma grande variedade de doenças, o que
a) História clínica torna necessário lançar mão de exames complementares
É importante avaliar os sintomas prostáti cos característi para o esclarecimento de tais doenças (Tabela 4), que
cos da HPB descritos nas manifestações clínicas (obstruti - mimetizam os sintomas da HPB.
vos e irritati vos) e o IPSS.
b) Exame fí sico
Além do exame fí sico geral para a avaliação global do
paciente, o exame urológico completo é imprescindível.
Deve-se observar a micção, avaliando seu jato urinário,
realizara palpação do hipogástrio, para detectar massas ou
globo vesical, e realizar o toque retal. O toque (Figura 3)
avaliará se a próstata está aumentada de volume e
detectará possíveis nodulações.
No exame digital da próstata devem ser avaliadas a
contração e a sensibilidade do esfí ncter anal, o refl exo
bulbocavernoso, as característi cas prostáti cas (volume,
consistência, regularidade, limites, sensibilidade e
mobilidade), as vesículas seminais e a parede retal.
A palpação de uma próstata pequena em um paciente
com sintomas obstruti vos e irritati vos pode sugerir
crescimento de lobo médio, assim como pacientes
assintomáticos podem apresentar próstatas aumentadas de
volume.
A medida do resíduo urinário pode ser obti da com a
passagem de uma sonda vesical após a micção ou por meio
de ultrassonografia transabdominal.
Essas indicações deverão ter base no escore de sintomas e É indicado aos pacientes com sintomatologia moderada
na avaliação clínica que poderão ser reforçados, (escore de sintomas entre 8 e 19) e deve ter morbidade
sempre que possível, com parâmetros específi cos, como mínima e boa aceitação e não interferir na sua qualidade
ultrassom e urofl uxometria. de vida. Os agentes mais uti lizados são bloqueadores alfa-
A ausência de uma correlação signifi cati va entre as -adrenérgicos, inibidores da 5-alfa-redutase e fi toterápicos.
dimensões da próstata e a intensidade dos sintomas
clínicos torna precária a indicação de uma intervenção
C - Tratamento cirúrgico
terapêutica em HPB quando baseada exclusivamente no
Deve ser indicado nos casos de:
volume da próstata.
Há situações em que o tratamento cirúrgico da HPB é - Retenção urinária;
absoluto: retenção urinária, infecção urinária recorrente, - Infecções recorrentes ou persistentes do trato urinário;
hidronefrose, hematúria macroscópica refratária, inconti -
nência urinária paradoxal e sintomas urinários acentuados
- Distúrbios anatômicos ou funcionais do trato urinário
superior, decorrentes de obstrução prostáti ca;
persistentes após tratamento clínico. Por outro lado, há
outro extremo em que as queixas são discretas e as - Calculose ou divertí culos vesicais secundários à
avaliações clínica e por imagem não revelam alterações obstrução;
funcionais. - Hematúria macroscópica recorrente de origem
Nesses casos, não se indica tratamento algum, e o paciente prostática;
é orientado para avaliações periódicas;
As opções disponíveis para o tratamento da HPB são:
- Insucesso ou impossibilidade de tratamento clínico.
A escolha da técnica cirúrgica deve ter base na experiência
- Observação e acompanhamento; do cirurgião, no estado clínico do paciente, no tamanho
- Tratamento farmacológico; da próstata, nas doenças associadas à HPB, na
disponibilidade das técnicas e no desejo do paciente
- Tratamento cirúrgico.
A - Observação e acompanhamento
Devem ser anuais e estão indicados a todos os pacientes Exames diversos
com sintomas leves e sem complicações (escore de CREATININA SÉRICA ► É o marcador indireto mais
sintomas usado para estimar a TFG, por ser de baixo custo e
entre 0 e 7).
facilmente disponível. A Cr é produzida por meio do
B - Tratamento farmacológico metabolismo da Cr no músculo esquelético e liberada
no sangue de forma constante. A Cr é secretada pelo
túbulo proximal (em torno de 10%), fazendo com que
a medida da Cr na urina exceda aquela
verdadeiramente filtrada, superestimando a TFG; essa
secreção tubular é ainda maior nos casos de perda de
função renal, fazendo com que a CrS aumente apenas
quando a capacidade de excreção é excedida, o que
ocorre quando a TFG é reduzida para 60 mL/min/1,73
m2 . Outro problema é que a Cr pode apresentar
excreção extrarrenal por secreção e degradação no
trato gastrintestinal (TGI), superestimando a TFG.
Adicionalmente, indivíduos desnutridos, com
depleção de massa muscular, mulheres, crianças,
amputados e hepatopatas apresentam uma menor
produção de Cr; assim, quando a TFG estiver reduzida
por alguma doença renal, a concentração sérica de Cr
não irá refletir a real TFG.
Diverticulos vesicais
Os diverticulos encontram-se associados a
refluxo vesicureteral. Eles ocorrem normalmente
em torno da juncao ureterovesical e, mais raramente,
em outras areas da bexiga .
A estenose de uretra e a disfuncao neurogenica
da bexiga (como no diabetes mellitus)sao anomalias
comumente encontradas. Os diverticulos de grande
tamanho levam a retencaoe estase urinaria, e
consequente infeccao.O tratamento e cirurgico e
envolve aexcisao do diverticulo.