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O MÉTODO ALEMÃO

Leandro Pinheiro

Leonardo Souza

Luana Sales

Marcella Collares

Mayra Ferreira
Apresentando algumas particularidades a partir do século de origem, as Escolas
Nacionais, de um modo geral, possuem finalidades semelhantes como por exemplo
regenerar a raça: recuperar o grande número de mortes devido à guerras e enfermidades
-, promover a saúde, desenvolver a vontade, coragem, a força, a energia de viver - para
servir a pátria nas guerras e na indústria -, e, finalmente , desenvolver a moral que nada
mais é do que uma intervenção nas tradições e nos costumes dos povos.Na Alemanha o
movimento ginástico teve origem nas instituições escolares denominadas
Philanthropinum, com atividades similares aos jogos de peteca, de bola, arremessos e
lutas.

De caráter extremamente nacionalista, a ginástica surge na Alemanha com o


objetivo de preparar os corpos para a defesa da pátria, uma vez que esse país ainda não
havia conquistado sua unidade territorial e vivia sob a constante ameaça de guerras.
“Era preciso, portanto, criar um forte espírito nacionalista para atingir a unidade, a qual
seria conseguida com homens e mulheres fortes, robustos e saudáveis” (SOARES,
2002, p.53)

Johann Bernard Basedow influenciado pelos príncipios de Rousseau, iniciou um


processo de estruturação, denominado Método Alemão, que posteriormente atingiu o
ápice com os trabalhos de Guts-Muths , Adolph Spiess e Friedrich Ludwig Jahn. Guts-
Muths, também influenciado por Rousseau, foi considerado o Pai da Ginástica
Pedagógica, com práticas naturalistas e enfatizando a importância da saúde como
objetivo da educação. Para ele, o jogo era um processo educativo, além disso, ele
desenvolveu um sistema de exercícios que ficou conhecido como “ginástica
natural”.Em 1805, Napoleão vence os alemães e os ideais de Guts caem no
esquecimento, e os ideais de Jahn ganham força.

Jahn, direcionou a importância para o preparo militar através da educação física,


enfraquecendo a idéia de Guts que enfatizava a saúde promovida pelo esporte. Ele foi o
principal responsável pela disseminação do método entre a população, trouxe ao seu
sistema o caráter militarista e extremamente patriótico, chegando a criar termos
próprios, como por exemplo a palavra “Turnen” que significa ginástica (RAMOS,
1982). Os exercícios tinham objetivos que transcendiam a forma física. “O turnen
também tinha um exercício moral: alcançar autoconfiança, autodisciplina,
independência, lealdade, e obediência. Essas eram as metas a serem atingidas por meio
de atividades completas e informais” (PUBLIO, 2005, p. 17). Em 1813, Jahn foi como
voluntário para a Guerra da Libertação com muitos ginastas formados pro ele, com o
intuito de libertar a Alemanha do poder napoleônico. A princiapal contribuição de Jahn
para a ginástica foi a criação de aparelhos como a barra paralela, o cavalo e a barra fixa.

Os exercícios ginásticos, coordenados paulatinamente, foram grupados em


dezessete famílias: marchar, correr, saltar, tomar impulso (no cavalete e no cavalo),
equilibrar, exercícios de barra, exercícios de paralela, trepar, arremessar, puxar,
empurrar, levantar, transportar, esticar, lutar braço a braço, saltar arco e pular corda. [...]
Além dos exercícios citados, quando as atividades podiam ser realizadas ao ar livre, a
natação, a marcha, a equitação, a esgrima, a luta e os exercícios bélicos eram previstos
nos programas. A corrida, o arremesso e o salto realizados sob variadas formas
constituíam, com suas práticas, verdadeira escola de atletismo (RAMOS, 1982, p. 188).

Outro nome importante da Ginástica Alemã foi Adolf Spiess que, preocupou-se
com a inserção da ginástica nas escolas e procurou colocá-la no mesmo plano das
demais disciplinas escolares. Spiess implementa um sistema ginástico mecânico e
funcional, composto por exercícios como a marcha, balanceamentos e exercícios sem o
uso de aparelhos. A proposta “pedagógica” de Spiess considerava cada jovem um
provável soldado, podendo ter sido uma importante influência para o Movimento Jovem
Hitleriano.

A partir da Escola Alemã derivou o Método Natural Austríaco. Em 1926, após o


desmembramento do império provocado pela Primeira Grande Guerra (1914-1918),
iniciou-se uma grande reforma com o intuito de regenerar físicamente e moralmente a
juventude por meio dos exercícios físicos (MARINHO, S/D). Desenvolvido em um país
formado por vários povos, com diversas línguas, costumes e hábitos, tal método de
ginástica sofreu bastante influência dos métodos já existentes, gerando correntes de
pensamentos que se diferenciavam em movimentos ginásticos independentes.

Buscando ser uma oposição ao Método Alemão, dominado por exercícios violentos
em aparelhos, o sistema austríaco foi uma variação original de ideias interessantes, mais
das ciências médicas do que pedagógicas. Sua maior qualidade consistia no fato de
buscar ser interessante para as crianças e incentivar a juventude a manter uma postura
correta, despertando uma consciência higiênica e o desejo de cuidar do corpo para
alcançar a saúde.

Vemos que ambos os métodos surgiram a partir de necessidades militares.


Formar indivíduos aptos a defender a pátria era imperativo para essas sociedades, para
isso, além de fortalecer seus corpos era necessário despertar o espírito nacionalista,
atribuindo um aspecto moral aos exercícios físicos.

Ou seja, a Escola Alemã se baseou nas ciências biológicas para transformar a


ginástica em um meio de educação em massa capaz de atender às necessidades do
Estado. Característica também encontrada nas demais escolas, mas o que as diferencia
são seus distintos anseios.

A Escola Alemã resultou na modalidade competitiva atual Ginástica Artística


(PUBLIO, 2005) e “foi a base para a estruturação da “Ginástica Moderna”, que é a atual
Ginástica Rítmica” (FIORIN, 2002, p.27).

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