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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal


Curso de Agronomia---- Disciplina de Bioquímica I
AULA PRÁTICA – Curva de Titulação dos aminoácidos

Introdução
Quando um aminoácido é titulado, sua curva de titulação indica a reação de cada grupo funcional
com o íon hidrogênio.
Tomamos como exemplo o aminoácido alanina. Se partirmos de pH bem ácido (em torno de 1) as
moléculas desse aminoácido se apresentarão sob a forma catiônica mostrada na figura abaixo. Nessa
forma iônica todos os grupos que podem receber hidrogênio estão ligados esse átomo.
Se formos adicionando gradativamente quantidade pequenas de NaOH sobre a solução de alanina,
medindo a cada adição o pH e se construirmos um gráfico relacionando o pH da solução em função do
número de equivalente de OH adicionados, obteremos uma curva como três regiões definidas: AB, BC e
CD, conforme demonstrado na figura 1. Essas regiões representam as transformações iônicas que a
molécula de alanina pode sofrer pela alteração do pH a que são submetidas a partir da adição de
equivalentes em OH adicionados a um meio extremamente ácido.

Figura 1 – Curva de Titulação


D da alanina – mostrando as
formas iônicas do aminoácido e
os valores de pKa dos grupos
ionizáveis e pI do aminoácido.
C pK1 = 2,35
pK2 = 9,69
pI = 6,02

A região AB apresenta uma região de tamponamento e um ponto de inflexão onde encontraremos


50% da alanina totalmente protonada e 50% de alanina sem o próton do grupo carboxila, o pH nesse ponto
representa o pK1 do aminoácido.
Na região BC pode ser observado o ponto de inflexão em pH = 6,02 que representa o ponto
isoelétrico (pI) do aminoácido. Nesse ponto 100% das moléculas de alanina encontram-se sem o próton da
carboxila, portanto pI é o pH onde a carga elétrica da molécula é nula.
Continuando a adição do NaOH, encontraremos uma nova região CD com uma área de e um novo
ponto de inflexão (pK2), onde 50% da alanina encontram-se sem o próton do grupo carboxila e sem o próton
do grupo amina, portanto na forma aniônica, com carga elétrica negativa. A titulação é finalizada quando
toda a alanina (100%) encontra-se totalmente sem próton nos dois grupamentos ionizáveis da molécula
(amina e carboxila).
A titulação de um aminoácido permite encontrar os pKa’s e o seu ponto isoelétrico, o que é
característico de cada molécula. A determinação da forma iônica dos aminoácidos é importante em
processos técnicos de separação e purificação dessas moléculas. Além disso, a forma iônica de um
aminoácido é fundamental para a estrutura e atividade biológica das proteínas (polímeros de aminoácidos),
principalmente aqueles aminoácidos que possuem grupo da cadeia lateral ionizável, além do grupamento
amino e carboxila descritos acima.

Objetivo
 Construir a curva de titulação e determinar o pK1, o pK2 e o ponto isoelétrico (pI) do aminoácido Glicina.
Material
 1 pHmetro (um por bancada – dois grupos compartilharão)
 1 agitador magnético (um por bancada – dois grupos compartilharão)
 Papel absorvente macio para limpar o eletrodo de pH.
 1 barra magnética para agitação
 1 pisseta com água deionizada.
 1 frasco para descarte da água de lavagem do eletrodo.
 1 becker de 50 mL para receber a solução de glicina e ser titulada.
 1 pipeta de 20 mL e pipetador.
 1 pipetador automático de 1,000 µL.
 1 caixa com ponteiras para pipetas automáticas de 1.000 µL.
 1 frasco contendo solução de glicina 0,02 M.
 1 frasco contendo 1 mL de ácido clorídrico 1 M.
 1 frasco contendo 50 mL de NaOH 0,1 M.
 Indicador de pH

Procedimento
1. Colocar a barra magnética em um becker de 50 mL.
2. Utilizando a pipeta de 20 mL, transferir 20 mL da solução de glicina para o becker de 50 mL (contendo a
barra).
3. Colocar o becker sobre o agitador magnético e regular a velocidade da barra magnética (não muito
forte).
4. Adicionar 1 mL de HCl para que a glicina assuma sua forma totalmente protonada (acida) e cinco gotas
do indicador (vermelho de metila ou azul de bromotimol)
5. Limpar a sonda de pH com água deionizada.
6. Colocar a sonda de pH no becker. CUIDAR PARA NÃO BATER A SONDA NA BARRA EM
MOVIMENTO.
7. Anotar o valor do pH
8. Adicionar 1 mL de NaOH 0,1 M, esperar misturar e medir o pH.
9. Anotar em uma tabela o valor pH em função do volume de NAOH adicionando.
10. Repetir o item anterior até que o pH chegue ao valor de 12.
11. Antes de descartar a solução voltar o pH dela para a neutralidade (6,5 a 7,5) pela adição de acido
clorídrico.

Bibliografia
 Mastroeni, M e Gern Regina.M.M – Bioquímica Práticas adaptadas São Paulo, Ed Atheneu, 2008.
 Cambell MK. Bioquímica. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Relatório deve ser elaborado considerando os itens abaixo


1 - Introdução (descrever o que é uma curva de titulação de aminoácidos ou um ácido fraco, a importância
de se conhecer as formas iônicas de uma molécula de aminoácido e a classificação do aminoácido Glicina
descrevendo quantos e quais grupamentos ionizáveis essa molécula possui). Descrever o uso dos
indicadores de pH.
2 – Objetivo (já descrito nesse protocolo)
3 – Metodologia (descrever resumidamente o material usado e o procedimento da aula pratica)
4 – Resultado e Discussão – descrever os resultados obtidos através da construção de uma tabela
relacionando o pH observado após o volume de NaOH adicionado.
 A partir dessa tabela (obtida na aula) construa o gráfico da titulação da glicina (volume de NaOH
usado no eixo x e pH observado no eixo y).
 Correlacione a cor da solução dada pelo indicador durante a titulação
 Usando o gráfico construído determine os valores de pK1 e pK2. Coloque na figura as formas iônicas
em cada região do gráfico construído.
 Faça uma tabela dos valores observados e compare os valores da literatura (olhe no livro de
bioquímica em tabelas que descrevem as características dos aminoácidos). Os valores observados
e os da literatura ficaram próximos?
 Calcule o pI usando a regra matemática e os dados de pK obtidos na aula, compare com o pI
informado na literatura.
 Conclua se seu grupo conseguiu construir a curva de titulação da glicina de modo adequado para
que fosse possível calcular os valores de pK1, o pK2 e o ponto isoelétrico (pI) do aminoácido Glicina.
Para que deve ser usado o indicador e porque.
5 – Referências bibliográficas (citar as fontes de consulta para esse relatório usando regras da ABNT, se
não souberem favor ir à biblioteca e consultar um profissional).

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