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Eventos motivacionais

- Isso! Agora todo mundo levanta as mãos, bate palmas e dá um grito bem alto!

Se você está no mercado e trabalha em uma média ou grande empresa, é bem provável que já
tenha participado de algum evento – dito – motivacional onde algo parecido tenha surgido.
Poxa, mas como você não saiu motivado? O palestrante é tão bom! Tão conhecido! Curioso, mas
muita gente ainda não percebeu que a motivação depende de diferentes estímulos ao longo de
toda a vida. Decerto, o que lhe fazia motivado há dez ou vinte anos, sequer chama a sua atenção
hoje!

Alguns chegam ao absurdo de desenvolver “pacotes motivacionais” como quem compra uma
série no Netflix, esperando um final surpreendente. Qualquer produto existe – seja ele um bem
ou um serviço – porque há quem o compre. Em muitos casos, o efeito manada – que move a
massa em direção a alguma coisa – induz qualquer incauto a adquiri-lo. É uma aquisição do tipo
gato por lebre.

Primeiro, porque nenhum treinamento motiva ninguém; no máximo, estimula! Segundo,


porque um mesmo discurso raramente se mostra adequado a mais de uma plateia. Terceiro,
porque o mundo muda, as pessoas mudam, as motivações também!

Não existe uma receita de bolo única, capaz de fazer motivados todos os funcionários (não sei
por que, mas fico incomodado quando ouço “colaboradores”) de uma empresa. Todo
funcionário é uma pessoa; portanto um ser uno, sem qualquer possível abstração dos papeis
que desempenha em outros cenários ou contextos.

Não pense que as razões da sua motivação são as mesmas para todos os demais. Com certeza,
outros compartilham das suas, mas nem todos; sequer a maioria! A cada diferente grupo,
diferentes razões, diferentes estímulos, diferente discurso. Qualquer estalo com vistas a motivar
alguém somente acontece se um destes fatores for acionado neste discurso; mais efetivo será
seu resultado ainda, com certeza, se mais fatores também o forem.

Sim, estalo! Estimular uma pessoa é um processo, portanto, carece de continuidade. Não uma
ou duas horas de estímulos, mas uma vida deles. Quando se pensa em motivação, deve-se
pensar no longo prazo – estrategicamente – como estratégica deve ser a relação entre as
empresas e as pessoas que nelas trabalham.

Se liga!

André Acioli é graduado em Educação Física (UERJ) e em Administração (UFRJ). Tem mestrado em Administração
(Coppead/UFRJ). Atuou como executivo nas áreas comercial, marketing, educação corporativa e entretenimento. É
professor de cursos de graduação/pós-graduação, palestrante e consultor de empresas.

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