A Performance Evaluation Approach of Commercial
Numerical Distance Relays on Little Longer than
Half-Wavelength Transmission Lines
M.R. Araújo, L.A. Soares, A.G.Á. Castro, W.B.F. Drumond, A.L.M. Coelho
Grupo de Práticas Aplicadas aos Sistemas Elétricos (GPRAS) – Universidade Federal de Itajubá – R. Irmã Ivone Drumond, 200,
Distrito Industrial II, Itabira, MG, Brasil
marcosraraujo@hotmail.com, lucasvga@unifei.edu.br, andregacastro@unifei.edu.br, webertbreno25@hotmail.com,
aurelio.coelho@unifei.edu.br
Abstract— This work presents a performance evaluation
approach of commercial numerical distance relays on little longer
than half-wavelength transmission lines. Sliding fault simulations
have been carried out in Alternative Transient Program using
Bergeron and JMarti line models considering ideal and real
transposition for different fault inception angles. The simulated
voltage and current signals were applied through a
programmable test set to a commercial relay. The results showed
a good agreement between the apparent impedances and the
positive-sequence impedances to the faults in cases of faults
applied up to approximately 514 km from the sending end of the
transmission line.
Keywords—fault inception angle, little longer than half-
wavelength, numerical distance relay, transmission line models.
I. INTRODUÇÃO
A crescente demanda por energia elétrica em países onde as
bases de geração se situam muito distantes dos principais
centros de carga implica a necessidade de construção de linhas
de transmissão (LTs) extra longas [1]. A utilização da LT em
corrente alternada de pouco mais de meio comprimento de
onda (λ/2+) vem sendo amplamente discutida por
pesquisadores. A título de exemplo, em [2] foi realizada uma
análise do comportamento de uma LT de λ/2+ (190° elétricos)
para condições operativas diversas, ademais de simulações de
manobra de energização e de curtos-circuitos ao longo de um
tronco de 2600 km constituído de LTs de 500 kV do Sistema
Interligado Nacional – SIN. Avaliações do desempenho de
algoritmos de estimação de fasores, de algoritmos de seleção
de fases, de algoritmos de localização de faltas e de algoritmos
de proteção de distância (convencional e não convencional)
frente a defeitos simulados ao longo de uma LT de λ/2+ foram
efetuadas em [3]. Em [4], fez-se uma análise de sensibilidade
da correção proposta por [3] para a proteção de distância não
convencional em LTs de λ/2+, além de análises do desempenho
da proteção de distância não convencional em LTs longas
compensadas e em LTs paralelas de λ/2+. Por meio de um
simulador digital em tempo real (RTDS), o desempenho de
relés comerciais em LTs de λ/2+ foi investigado por [5], o qual
propôs algoritmos de seleção de fases e de proteção de
distância específicos para LTs de λ/2+. Nada obstante, questões
técnicas ainda inviabilizam a implantação imediata de tal
alternativa. Logo, o domínio da tecnologia de λ/2+ se faz
essencial para a viabilização econômica de sua implantação.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma metodologia de
avaliação de desempenho de relés numéricos de distância
comerciais em LTs de λ/2+. Curtos-circuitos fase-terra e fase-
fase, com ângulos de incidência iguais a 180°, 225° e 270°,
foram aplicados ao longo de LTs de λ/2+ simuladas no software
Alternative Transient Program (ATP) utilizando os modelos
Bergeron e JMarti considerando transposição ideal e real.
Posteriormente, os sinais de tensão e corrente vistos pelo relé
fictício em cada caso foram reproduzidos e injetados no relé
comercial por meio de uma mala de testes, tendo a resposta do
relé comercial sido avaliada.
Este trabalho está organizado em seis seções. Na Seção 2 é
detalhada a modelagem do sistema considerado. A Seção 3
descreve a metodologia de simulação de curtos-circuitos. Na
Seção 4 é apresentada a metodologia de teste do relé comercial.
Na Seção 5 são apresentados e discutidos os resultados obtidos.
A Seção 6 apresenta as conclusões e a proposta de
continuidade.
II. MODELAGEM DO SISTEMA
Considera-se uma LT trifásica em corrente alternada de
λ/2+ (2571 km) operando em regime permanente senoidal de 60
Hz, a qual foi modelada perfeitamente transposta e utilizando
16 ciclos de transposição com esquema 1/6 – 1/3 – 1/3 – 1/6,
conforme [3]. Admite-se também que todo o sistema é
equilibrado, possuindo apenas tensões e correntes simétricas de
sequência positiva de fases. A Fig. 1 expõe o diagrama unifilar
do sistema simulado no software ATP utilizando os modelos de
LT Bergeron e JMarti. O modelo Bergeron possui como
limitações o fato de negligenciar tanto a variação dos
parâmetros com a frequência quanto a natureza continuamente
distribuída das perdas [6]. Já o modelo JMarti considera
parâmetros continuamente distribuídos e variáveis com a
frequência, contudo, utiliza uma matriz de transformação
constante [6].
 TABELA II. IMPEDÂNCIAS EQUIVALENTES DAS FONTES

Fonte Sequência Positiva (Ώ) Sequência Zero (Ώ)

F 0,0336 + j1,9242 0,1008 + j2,8851
F’ 0,3777 + j7,2071 0,7544 + j7,1775i

Fig. 1. Diagrama unifilar do sistema.

As configurações de geometria de torre e de feixes de

condutores sugeridas por [7] para uma LT otimizada de 1000
kV foram adotadas. Haja vista uma potência natural (P0) de
aproximadamente 7,548 GW, tal LT possui boa adequabilidade
para a transmissão de grandes blocos de energia a longas
distâncias. São considerados cabos ACSR Bluejay (1113
MCM) e EHS (3/8”), respectivamente para os condutores e
para os cabos para-raios [8]. Assume-se uma temperatura
ambiente de 40°C e uma temperatura de 65°C para os
condutores [9]. O solo é admitido como homogêneo com
resistividade igual a 1000 Ωm. Para o modelo JMarti, foram
consideradas oito décadas de frequência, com frequência inicial
de 0,1 Hz e dez pontos por década. Dados típicos de
impedâncias equivalentes de fontes fortes e médias foram
usados para as fontes F e F’, de modo respectivo [10]. Os (a)
parâmetros da LT e das fontes são apresentados
respectivamente nas Tabelas I e II.

III. METODOLOGIA DE SIMULAÇÃO DE CURTOS-CIRCUITOS

Foram simulados no ATP curtos-circuitos AT e AB francos
ao longo de toda a extensão da LT, com passo de 10% do
comprimento total. Para faltas AT, foram considerados ângulos
de incidência iguais a 180°, 225° e 270°, enquanto para faltas
AB, 180°. O ângulo de incidência de falta é definido pelo
ângulo da tensão no instante do defeito, no caso, a tensão da
fase A [11]. Nas simulações em que se admitiu transposição
ideal, foram utilizadas 10 seções de LT em cascata, tanto para o
modelo Bergeron quanto para o JMarti. Naquelas em que foi
considerada transposição real, utilizou-se 58 seções em cascata
para ambos os modelos. As fontes de tensão foram ajustadas de
forma que a tensão pré-falta no extremo emissor fosse igual a 1 (b)
pu com ângulo 0° e o carregamento pré-falta fosse igual a P0. Fig. 2. Sinais de (a) tensão e (b) corrente vistos pelo relé para um curto-
Na condição de carregamento igual à potência natural, tem-se circuito AT franco aplicado na barra emissora da LT.
um perfil plano para as magnitudes da tensão e da corrente ao
longo da LT, além de uma defasagem nula entre tais grandezas
[3]. Os erros relativos a transformadores para instrumentos não
foram considerados. Tendo como exemplo, a Fig. 2 exibe os
sinais de tensão e corrente vistos pelo relé fictício, o qual é
admitido no extremo emissor da LT, para um curto-circuito AT
franco aplicado na barra emissora imediatamente à montante
deste. Na Fig. 3 são mostrados os sinais de corrente vistos pelo
relé para faltas AT francas aplicadas na barra emissora
imediatamente à jusante deste assumindo ângulos de incidência
iguais a 180°, 225° e 270°. Nota-se uma componente CC de
decaimento exponencial máxima quando do ângulo de
incidência igual a 180°.

TABELA I. PARÂMETROS DA LINHA DE TRANSMISSÃO

Parâmetro Sequência Positiva Sequência Zero
Z (Ώ/km) 0,0054 + j0,1709 0,3112 + j1,2547
Y (μS/km) j9,7331 j3,6301 Fig. 3. Sinais de corrente vistos pelo relé para faltas AT francas assumindo
ângulos de incidência variados.
 IV. METODOLOGIA DE TESTE
A Fig. 4 ilustra a abordagem de teste do relé numérico de
distância comercial. Os sinais de tensão e corrente percebidos
pelo relé fictício em cada caso de curto-circuito simulado no
ATP foram convertidos para o formato PL4 a fim de serem
reproduzidos e injetados no relé comercial por meio da mala de
testes (OMICRON CMC 356), com a utilização do módulo
Advanced Transplay. O cabeamento dos três sinais de tensão e
dos três sinais de corrente foi conectado às entradas do relé
comercial. A saída do sinal de trip foi ligada a uma entrada
digital da mala de testes. A comunicação entre o computador e
a mala de testes, assim como entre o computador e o relé
comercial foi realizada via cabo Ethernet.
A parametrização da função de distância foi realizada por
meio do software do relé sob teste. Adotou-se uma unidade de
medição de admitância (mho) para as unidades de detecção de
faltas entre fases (AB, BC e CA) e uma unidade de medição
quadrilateral para as unidades de detecção de faltas para a terra
(AT, BT e CT). A impedância réplica do trecho protegido foi
ajustada com alcance de 80% da impedância de sequência
positiva da LT. O alcance resistivo de 100 Ω primários da
unidade quadrilateral foi baseado na experiência de
concessionárias de energia [12].
A Tabela III exibe as grandezas de entrada para as seis
unidades de detecção de falta do relé numérico de distância.
O fator de compensação residual (k) é descrito por:
Z 0  Z1
k (1)
3Z1
A impedância aparente vista pelo relé (ZR) é obtida da
forma:
VR
ZR   xZ1 (2)
IR
A medição do tempo de atuação do relé foi realizada com
o uso de marcadores de estado no módulo Advanced
Transplay. Cada marcador foi configurado para iniciar a
contagem no instante de incidência do curto-circuito e cessá-la
no instante da comutação do nível lógico baixo para o alto da
entrada digital da mala de testes.
Fig. 4. Metodologia de teste do relé comercial.
TABELA III. GRANDEZAS DE ENTRADA PARA AS UNIDADES DE DETECÇÃO
DE FALTA DO RELÉ NUMÉRICO DE DISTÂNCIA
Unidade VR IR
AT Va Ia + 3kI0
BT Vb Ib + 3kI0
CT Vc Ic + 3kI0
AB Va - Vb Ia - Ib
BC Vb - Vc Ib - Ic
CA Vc - Va Ic - Ia
V. RESULTADOS E DISCUSSÕES
As Figuras 5 e 6 apresentam as impedâncias aparentes
vistas pelas unidades de detecção de falta AT e AB do relé
numérico de distância comercial respectivamente para defeitos
AT e AB francos aplicados com ângulo de incidência igual a
180° ao longo de toda a extensão da LT de λ/2+ considerando
os modelos Bergeron e JMarti com transposição ideal. As
impedâncias aparentes foram interligadas por linhas com o
propósito de explicitar a sequência de eventos. Verifica-se um
desempenho apropriado do relé quando de faltas aplicadas a
distâncias de até aproximadamente 20% do comprimento total
da LT a partir do extremo emissor (≈514,2 km). Nestes casos,
não se observam divergências significativas entre as
impedâncias aparentes obtidas com a utilização dos modelos
Bergeron e JMarti. Tal concordância entre resultados também
ocorre em casos de defeitos aplicados nas proximidades do
extremo receptor da LT, para os quais as impedâncias
aparentes são vistas indevidamente dentro das características de
operação, o que leva o relé inadequadamente à operação em
Zona 1. Ademais, nota-se um desempenho aceitável do relé
para faltas a 30% da LT, com exceção da impedância aparente
vista pela unidade AB para uma falta AB com o modelo
Bergeron, a qual é vista fora da característica de operação.
Tendo em conta os mesmos casos analisados previamente,
nas Figuras 7 e 8 são expostas as impedâncias aparentes vistas
pelas unidades de detecção que não deveriam operar para faltas
AT e AB, de modo respectivo.
Fig. 5. Impedâncias aparentes vistas pela unidade AT do relé comercial para
faltas AT francas simuladas no ATP considerando os modelos de LT
Bergeron e JMarti com transposição ideal.

Fig. 6. Impedâncias aparentes vistas pela unidade AB para faltas AB francas
considerando os modelos Bergeron e JMarti.
Fig. 7. Impedâncias aparentes vistas pelas unidades BT, CT, AB, BC e CA
para faltas AT francas considerando os modelos Bergeron e JMarti.
São vistas dentro das características de operação
impedâncias aparentes calculadas pelas unidades BT, CT, AB e
CA para faltas AT, além de impedâncias aparentes calculadas
pelas unidades AT, BT, BC e CA para curtos-circuitos AB ao
longo de trechos expressivos da LT. Dadas as especificidades
dos defeitos, caso o algoritmo de seleção de fases do relé não
bloqueie devidamente tais unidades, podem ocorrer
classificações incorretas das faltas e operações indevidas do
relé.
As Tabelas IV e V exibem as localizações em pu e as
classificações realizadas pelo relé numérico de distância
comercial para os casos de curto-circuito simulados no ATP
admitindo os modelos de LT Bergeron e JMarti, de modo
respectivo, com transposição ideal. N.O. indica que não houve
operação do relé. O hífen indica que para tal evento de trip não
foi fornecida informação quanto à localização, ou não foi
classificado o defeito. Constata-se que, para ambos os modelos
de LT e tipos de curto-circuito, independentemente do ângulo
de incidência, as faltas são localizadas e classificadas
adequadamente quando da ocorrência a distâncias de até
aproximadamente 20% da extensão total da linha (≈514,2 km)
a partir do extremo emissor. Nota-se também que na grande
maioria dos casos simulados houve atuação do relé – mesmo
para faltas não percebidas pelas unidades de detecção devidas.
Tal comportamento, tendo em vista as classificações incorretas
de vários defeitos, evidencia a inadequabilidade do algoritmo
de seleção de fases utilizado para o sistema considerado. Além
disso, uma quantidade significativa de eventos de trip não foi
classificada. As divergências entre os resultados observados
utilizando os modelos Bergeron e JMarti se deram geralmente
em casos de faltas aplicadas a longas distâncias do relé, para as
quais o esquema de proteção de distância utilizado não é
apropriado, haja vista o intenso efeito capacitivo da LT. Por
fim, defeitos aplicados nas proximidades do extremo receptor
da LT foram localizados pelo relé nas proximidades do
extremo emissor desta, sendo a classificação das faltas
imprecisa.
Os tempos de atuação do relé para faltas AT e AB
deslizantes considerando os modelos Bergeron e JMarti com
transposição ideal são expostos nas Tabelas VI e VII.

TABELA IV. LOCALIZAÇÕES E CLASSIFICAÇÕES DOS DEFEITOS

APLICADOS CONSIDERANDO O MODELO BERGERON

Modelo Bergeron
Falta AT Falta AB
x
(%) 180 º 225 º 270 º 180 º
l (pu) Unid. l (pu) Unid. l (pu) Unid. l (pu) Unid.
0 - - - - - - 0 AB
10 0,1 AT 0,1 AT 0,1 AT 0,1 AB
20 0,19 AT 0,19 AT 0,19 AT 0,24 AB
30 - - - - - - - -
40 1,14 CA 1,14 CA 1,14 CA 0,22 CA
50 - - - - - - 0,4 CA
60 - - - - - - - -
70 0,26 CT 0,28 CT CT 0,28 - -
80 N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. - -
Fig. 8. Impedâncias aparentes vistas pelas unidades AT, BT, CT, BC e CA 90 0,05 AT - - - - -0,03 AB
para faltas AB francas considerando os modelos Bergeron e JMarti. 100 0,1 AB 0,1 AB 0,11 AB 0,04 AB
 TABELA V. LOCALIZAÇÕES E CLASSIFICAÇÕES DOS DEFEITOS com o modelo JMarti, no entanto, trata-se de um defeito
APLICADOS CONSIDERANDO O MODELO JMARTI
aplicado a uma distância para a qual o algoritmo de proteção de
Modelo JMarti distância não é adequado.
Faltas AT Faltas AB
x As Figuras 9 e 10 mostram, de modo respectivo, as
(%) 180 º 225 º 270 º 180 º
impedâncias aparentes vistas pelas unidades que deveriam e
l (pu) Unid. l (pu) Unid. l (pu) Unid. l (pu) Unid.
0 N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. 0 AB
que não deveriam operar para faltas AT francas deslizantes
10 0,1 AT 0,1 AT 0,1 AT 0,1 AB
aplicadas com ângulo de incidência igual a 180° considerando
os modelos Bergeron e JMarti com transposição real. Nota-se
20 0,19 AT 0,19 AT 0,2 AT 0,24 AB
na Fig. 9 que, diferentemente do observado na Fig. 5, para um
30 - - - - - - 0,48 AB
defeito aplicado a 30% da extensão total a partir do terminal
40 1,2 CA 1,2 CA 1,21 CA 0,21 CA
emissor da LT considerando o modelo JMarti, a impedância
50 - - - - - - - -
aparente é vista fora da característica de operação pela unidade
60 N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. - -
AT. Apesar de algumas divergências, o comportamento geral
70 0,29 CT 0,29 CT - - - - observado para os casos com transposição ideal é praticamente
80 N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. N.O. mantido. Destarte, como na Fig. 7, na Fig. 10 são também
90 0,04 AT 0,04 AT 0,04 AT -0,03 AB vistas dentro da característica de operação impedâncias
100 0,1 AB 0,1 AB 0,1 AB 0,04 AB aparentes calculadas pelas unidades BT, CT, AB e CA.
TABELA VI. TEMPOS DE ATUAÇÃO DO RELÉ PARA FALTAS AT E AB
APLICADAS CONSIDERANDO O MODELO BERGERON
Modelo Bergeron
Faltas AT Faltas AB
x
(%) 180 º 225 º 270 º 180 º
t (ms) t (ms) t (ms) t (ms)
0 211,9 215,1 216,3 20,5
10 21 20 22 11,7
20 24,5 24,4 22,7 16,6
30 38,9 38,2 41,9 18,6
40 48 46,1 46,4 21,1
50 49,3 48,2 53,6 20
60 35,4 33,9 32,8 33,4
70 32,6 31,6 31,1 41,7
80 N.O. N.O. N.O. 79,8
90 79,7 78,1 82,1 25,2
100 26 24,1 24 24,3

TABELA VII. TEMPOS DE ATUAÇÃO DO RELÉ PARA FALTAS AT E AB Fig. 9. Impedâncias aparentes vistas pela unidade AT para faltas AT francas
APLICADAS CONSIDERANDO O MODELO JMARTI considerando os modelos Bergeron e JMarti com transposição real.
Modelo JMarti
Faltas AT Faltas AB
x
(%) 180 º 225 º 270 º 180 º
t (ms) t (ms) t (ms) t (ms)
0 N.O. N.O. N.O. 19,3
10 20,2 18,1 20,7 16,2
20 26,1 23,4 23,2 17,6
30 39,1 37,8 37,2 19,1
40 48,7 46,7 45,6 21,9
50 39 48,4 52,5 25,4
60 N.O. N.O. N.O. 32,4
70 32,1 30,6 32,9 42,7
80 N.O. N.O. N.O. N.O.
90 94,5 92,6 92,2 26
100 27,9 25,7 33,4 26,4

Não são percebidas diferenças significativas entre os

tempos de operação para os ângulos de incidência de falta
analisados. Nota-se um desvio um pouco proeminente no caso Fig. 10. Impedâncias aparentes vistas pelas unidades BT, CT, AB, BC e CA
para faltas AT francas considerando os modelos Bergeron e JMarti com
do ângulo de 180° para um curto-circuito AT a 50% da LT transposição real.
 As Tabelas VIII e IX apresentam um comparativo entre as utilizando os modelos Bergeron e JMarti com transposição
localizações, classificações e tempos de atuação do relé para ideal e real. Verificou-se um desempenho apropriado do relé
faltas AT francas deslizantes aplicadas com ângulo de para faltas aplicadas a distâncias de até aproximadamente 20%
incidência igual a 180º utilizando os modelos Bergeron e da extensão total a partir do extremo emissor da LT (≈514,2
JMarti, respectivamente, com transposição ideal e real. km). Faltas aplicadas no trecho intermediário da LT não foram
classificadas adequadamente. A variação dos ângulos de
TABELA VIII. LOCALIZAÇÕES , CLASSIFICAÇÕES E TEMPOS DE ATUAÇÃO
incidência de falta não exerceu influência significativa nos
CONSIDERANDO O MODELO JMARTI COM TRANSPOSIÇÃO IDEAL E REAL resultados obtidos. O modelo JMarti se mostrou mais sensível à
representação da transposição real. Divergências expressivas
JMarti entre os resultados obtidos admitindo os modelos Bergeron e
x Falta AT (transposição ideal) Falta AT (transposição real) JMarti foram verificadas apenas quando de faltas aplicadas a
(%) l (pu) Unid. t (ms) l (pu) Unid. t (ms)
distâncias muito longas do relé, para as quais o esquema de
0 N.O. N.O. N.O. - - -
proteção de distância utilizado não é adequado. Sugere-se para
10 0,1 AT 20,2 0,1 AT -
trabalhos futuros a implementação em um relé comercial de
20 0,19 AT 26,1 0,19 AT -
algoritmos de proteção de distância e de algoritmos de seleção
30 - - 39,1 - - - de fases adequados para linhas longas de circuito simples.
40 1,2 CA 48,7 1,21 CA 48,1
50 - - 39 - - 49,1
N.O. N.O. N.O. 0,28 CT 31,7
AGRADECIMENTOS
60
70 0,29 CT 32,1 0,22 CT - Os autores agradecem à Universidade Federal de Itajubá,
80 N.O. N.O. N.O. - - - Campus de Itabira, pelo suporte em infraestrutura, e à
90 0,04 AT 94,5 0,06 AT 62,4 FAPEMIG, pelo apoio financeiro.
100 0,1 AB 27,9 - - -
REFERÊNCIAS
TABELA IX. LOCALIZAÇÕES , CLASSIFICAÇÕES E TEMPOS DE ATUAÇÃO [1] C. Portela e M. Alvim, “Soluções não convencionais em CA adequadas
CONSIDERANDO O MODELO BERGERON COM TRANSPOSIÇÃO IDEAL E REAL
para transmissão a distância muito longa: uma alternativa para o sistema
Bergeron de transmissão da Amazônia,” in Transmissão de Energia Elétrica a
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x Falta AT (transposição ideal) Falta AT (transposição real)
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l (pu) Unid. t (ms) l (pu) Unid. t (ms)
211,9 mais de meio comprimento de onda sob diferentes condições de
0 - - - - 212 operação em regime permanente e durante a manobra de energização,”
10 0,1 AT 21 0,1 AT 21,1 Mestre, Universidade Estadual de Campinas, 2010.
20 0,19 AT 24,5 0,19 AT 26,5 [3] B.F. Küsel, “Proteção de linhas de transmissão com pouco mais de meio
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70 0,26 CT 0.29 CT 33,2
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80 N.O. N.O. N.O. - - -
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100 0,1 AB 26 0,05 AT 28 [7] R. Dias, A. Lima, C. Portela e M. Aredes, “Extra long-distance bulk
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constata-se a operação do relé para faltas aplicadas no extremo [8] General Electric Company, Transmission line reference book: 345 kV
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emissor, a 60% e a 80% do comprimento total da LT. No que
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se a atuação do relé quando de um curto-circuito a 80% da dispositivos de eletrônica de potência,” Doutor, Universidade Federal do
extensão total. Ademais de tais divergências, pode-se atestar Rio de Janeiro, 2008.
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transposição ideal como com transposição real. technique for transmission line,” in Industrial and Engineering
Applications of Artificial Intelligence and Expert Systems, Atlanta,
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Neste trabalho foi realizada uma análise de desempenho de PES/PSRC Special Publication, 2005.
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transmissão com base em um caso real,” Especialista, Universidade
circuitos AT e AB francos, com ângulos de incidência Federal de Minas Gerais, 2014.
variados, aplicados ao longo de LTs de λ/2+ simuladas no ATP